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A sensibilidade das Intervenções Artísticas na produção de autocritica

porGenivanJúnior

O baiano Milsoul Santos materializa a arte como método para acessar a consciência das pessoas para o repensar sobre ser negro

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ILSOUL SANTOS NASCEU NA BAHIA E ATUALMENTE MORA NA CAPITAL FLU‐MINENSE. ATOR, ESCRITOR E MÚSICO, É TAMBÉM AUTOR DO LIVRO “PÁSSARO PRE‐TO”, LANÇADO EM 2016. O LIVRO É RESUL‐TADO DE VIVÊNCIAS E INSPIRAÇÕES QUE VÃO DE 1995 ATÉ 2016. OS TEXTOS, EM SUA MAIORIA,FALAMDOCOTIDIANODAPOPU‐LAÇÃO NEGRA E TRAZEM PROVOCAÇÕES E

Na abertura da exposição “Abdias Nascimen‐to: a Arte de um Guerreiro” que ocorreu no Hall da Reitoria da Universidade Federal de Uberlân‐dia, dia 13 de novembro, durante o X Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, o artista fez uma das suas intervenções durante o Congresso.

Os dados da Organização das Nações Unidas revelam que a população negra é a mais afetada pela violência e desigualdade no Brasil e indicam que o racismo institucional se apresenta de dife‐rentes maneiras. Há anos a academia vem cum‐prindo um papel importante no enfrentamento ao racismo, porém existem várias outras metodo‐logias que podem ser aplicadas, sendo uma delas a arte. O enfrentamento à discriminação por meio da arte é amplo.

Ao utilizar sua habilidade enquanto artista, e sentir o ambiente, Santos usou de textos que dialo‐gassem com o momento político e cultural em que estamos vivendo. A intervenção tem a proposta de marcar a importância para o aspecto da autocrítica, fazendo um recorte social ao protagonismo do ho‐mem e da mulher negra como agentes políticos transformadoressociaisdepensamento.

A história de um menino que passa por todos os con itos que um homem negro da periferia enfren‐ta, momentos marcados por racismo e falta de oportunidades, mas que ao nal consegue ascender socialmente e se torna um professor universitário. Esta é a sinopse de outro texto trabalhado pelo ar‐tista. A força da narrativa se edi ca nesta perspecti‐va em que o público é confrontado com uma história de vida de sonhos e luta diária, cujo enredo na defesa de que o negro tenha acesso àquilo que lhesseriamseupordireito.

Santos é enfático ao explicitar a nossa condi‐ção. Somos um país com grande diversidade cul‐ tural e miscigenação, apesar disso o Brasil branco dá as costas ao Brasil negro, ainda que os negros sejam mais de 50% da população. Segundo o ar‐tista, seja no cinema, seja na literatura, a repre‐sentatividade do negro é sempre construída por meio de lutas para a sua existência na realidade. Esse é o elemento essencial para que se efetive a tomada de consciência.

Noencerramentodaconferência,oartistafez umahomenagemàsmulherespretas.Osentido produzidoporSantosseconceituaaoentenderquea Áfricaéoberçodacivilização,eaprimeiramulher quecolocouo lhonomundoéafricana.Santos explicaque:“SeconcebequeoDNAdetodomundo temÁfrica.Entãonadamelhorquehomenagearas mulherespretas.Homenageandoasmulherespretas

OCopeninhofoiumespaçoextensivodoXCO‐PENE realizado em Uberlândia na U.F.U. ( Univer‐sidadeFederaldeUberlândia).Oobjetivodomesmo era atender a demanda de lhos de congressistas de outras cidades que estivessem envolvidos na ativida‐dedoCongressoepudessemterumlugarnoevento paradeixarseus lhosemum ambientedeinteração.

OCopeninhofoipensadoporumespaçolúdicoeducativo na perspectiva de seguir a temática do eventocomo cinasétnico-raciais.Nestesentindo,o intuitoeraaformaçãodaidentidadenocombatedas diversas formas de racismo e segregação da popula‐ção negra. A estrutura foi para atender crianças na faixaetáriade3,5anosaté13anos.

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