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Não tenho que escolher entre me alimentar ou

estudar, eu tenho direito aos dois

Que a educação seja sobre transformação e não reafirmação

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POR IZADORA FARIA, KARYNNA LUZ, LUIZ MARQUÊZ E THUANNE SANTOS

Querido leitor, é preciso deixar claro que discursos bonitos não enchem barriga. Muitos “intelectuais” dentro das universidades são como lobos fantasiados em pele de cordeiros: enchem a boca para falar sobre inclusão e acesso à educação, mas quando são confrontados com a realidade dos alunos parecem simplesmente “lavar as mãos”. Pedimos desculpas, mas não confiamos em belas palavras que vêm de cima para baixo. Não acreditamos na inclusão que exclui e ignora a realidade nua e crua.

É cansativo ter que lembrar a todos que a mesma régua não pode medir o esforço de um aluno que, para sobreviver, divide seu tempo em duas ou até três jornadas para conseguir trabalhar e estudar ao mesmo tempo, com outro que, aos 20 anos, nunca precisou sequer saber qual a cor de uma carteira de trabalho. É exaustivo lutar para ocupar um espaço que é nosso por direito, porém que, a todo momento, parece nos dizer que ali não é nosso lugar.

Como se já não bastasse ter que enfrentar, diariamente, o paradoxo de estudar sobre os males do capitalismo e, ao mesmo tempo, senti-los na pele, ainda é preciso lidar com a frustração iminente de depositar certa fé em figuras que se apresentam como precursoras de mudanças, mas, conscientemente, escolhem se abster das decisões mais importantes. Mais respeitável que usar a carta da consciência social para fortalecer o discurso de inclusão é, verdadeiramente, praticar aquilo que se prega. Então, desenvolva um plano pedagógico que integre e acolha o preto e o pobre e compreenda: jamais peça para um aluno escolher entre estudar ou se alimentar ou pagar moradia ou, enfim, viver dignamente. Nada disso é questão de escolha!

Até quando as decisões serão tomadas pelo que a intelectualidade tem a dizer e não pelas reivindicações reais de quem vivencia essa rotina na pele? Quantos mais serão defendidos em teoria, mas quando a coisa aperta, e buscamos o diálogo, a resposta é um forte tapa na cara com palavras como “Não podemos ter tudo o que queremos. É preciso escolher entre sobreviver e sonhar.”

Não é culpa sua se sentir mal por não conseguir dedicar-se o quanto gostaria na universidade. Te entendemos, sabemos que passar mais de 12 horas longe de casa e ainda ter energia para desenvolver as atividades básicas é difícil. Porém, infelizmente, você é um guerreiro. Infelizmente! Dizemos isso, porque não deveria ser uma guerra, não deveríamos continuar lutando por algo que já conquistamos. Batalhar para sobreviver não é estar na vida adulta, é estar na labuta. 

Reitor: Valder Steffen Jr. - Diretora da Faced: Maria Simone Ferraz Pereira. - Coordenadora do Curso de Jornalismo: Christiane Pitanga.Professores: Gerson de Souza, João Damasio, Nicoli Tassis e Nuno Manna. - Jornalista Responsável: João Damasio (MTb 3727/GO) - EditorasChefes: Thuanne Santos e Vitória Marcelino. - Editores: Flávio Lombardi e Izadora Faria (Ciência e Tecnologia), Ingrid Gomes e Lucas Samuel Reis (Cultura), Mateus Batista e Samira Batalha (Esporte), e Pedro Krüger e Vitória Pereira (Política). - Opinativos: Carolina Rosa e Vinícius Rodrigues. - Foto e Arte: Camilla Pimentel, Gabriela Couto, Karynna Luz, Suianne Souza. - Redes e Site: Felipe Ponzio, Giovana Sallum, Julia Teresa Silva e Sankey Gabriel. - Checagem: Amanda Passeado, Ana Thommen, Arthur Martins, Danielle Barros e Luiz Henrique Costa.Revisão: Ana Carolina Silva, Ana Clara Souza, Blaranis Gomes, Danielle Barros, Thaís Nadai e Victória Monteiro. - Divulgação: Anna Franco, Arthur de Vitto, Leonardo Piau, Maria Eduarda Ferreira. - Diagramadores: Camila Grilli, Gabriela Amado e Marcus Purcino. Finalização: Danielle Buiatti e Ricardo Ferreira de Carvalho. www.sensoincomumufu.wixsite.com/jornal

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