Modernidade, globalização e consumo (1)

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FACULDADE DE COMUNICAÇÃO- UFPA

MODERNIDADE, GLOBALIZAÇÃO E CONSUMO Ética no Marketing

PROF. DR. ROBERTO VIEIRA


META DA AULA Sintetizar o processo histórico que desencadeou a Modernidade, a Globalização e a Sociedade de Consumo contemporânea.

OBJETIVOS DA AULA Ao final da aula , você deverá ser capaz de: 1. Conhecer o que é Modernidade. 2. Conhecer o que é Globalização. 3. Conhecer as implicações desses períodos históricos sobre os processos de consumo na sociedade contemporânea.


MODERNIDADE Com o advento do Iluminismo no século XVIII um movimento cultural da elite intelectual europeia - emerge uma transformação radical na sociedade, quando o homem passa a entender que ele deve ser guiado pela razão, como um ser autossuficiente e universal, e a negar a crença de que o mundo é governado por um sistema teocêntrico. Última fronteira para a Globalização.

TEOCENTRISMO DEUS É O EDITOR

MODERNIDADE

HOMEM É O EDITOR

GLOBALIZAÇÃO

TECNOLOGIA EDITA


ÉTICA & MODERNIDADE A razão contra a tradição. A modernidade nosso habitat simbólico. Nosso território moral. Homem é animal político, integrante de uma pólis. Novo mito: o contrato social, sociedade fruto de uma livre associação. O que nos une "é um vínculo contratual". Não é uma imposição externa, mas a nossa própria vontade individual, guiada pela razão.


Características da Modernidade: Tendência ao Antropocentrismo. A razão para interpretar e organizar o mundo. A moral se torna laica, não religiosa. O fundamento dos valores não estão em Deus, mas no próprio homem. A experiência é insumo para a razão, é o seu conteúdo.


INDÚSTRIA Problemas decorrentes da intensificação da industrialização.

CIÊNCIA

DEGRADAÇÃO

Maior compreensão

Crescente degradação

dos processos de

do meio ambiente,

causas e efeitos,

Contaminação das

condições ambientais,

cidades pelos

humanas e sociais.

descartes.


GLOBALIZAÇÃO

ENCONTRE O SEU HABITAT O planeta Terra é uma fonte de energia que cria múltiplos ecossistemas em processos contínuos. O vir-a-ser é o seu principal atributo e motivo de existência. A Globalização é um dos frutos desses processos. Ela decorre do movimento tecnológico e político criado pelo homem na busca de promover a integração e a colaboração entre as pessoas, culturas, empresas e nações.


GLOBALIZAÇÃO "A notícia do assassinato do presidente norteamericano Abraham Lincoln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar à Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong Kong (Outubro-Novembro/97), levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Telaviv, Buenos Aires e Frankfurt. Eis ao vivo e a cores, a globalização"


A Globalização muda as relações sociais, mas não muda as estruturas sociais. Quais são algumas de suas consequências negativas?

CENTRO X PERIFERIA POLÍTICAS INCONSISTENTES COMPETIÇÃO DESENFREADA ESGOTAMENTO RECURSOS HERANÇA MALDITA CONFLITOS CULTURAIS


A Globalização é um processo que envolve múltiplos ecossistemas. Quais são algumas de suas consequências positivas?

GERAÇÃO DE TRABALHO DERRUBA FRONTEIRAS AMPLIA RELAÇÕES PESSOAIS CRIA NOVOS ECOSSISTEMAS AMPLIA FLUXO IMIGRAÇÃO AUMENTA COMÉRCIO FACILITA INVESTIMENTOS


Leornardo Boff Globalização: processo mundial de homogeneização do modo de produção capitalista, de globalização dos mercados e das transações financeiras, do entrelaçamento das redes de comunicação e do controle mundial das imagens e das informações. A lógica que a preside é a competição de todos com todos (2002).


BOLSAS TURISMO

COMÉRCIO

GLOBALIZAÇÃO

TICs

INDÚSTRIA

TRANSPORTE

INTERNET POLÍTICAS


Albert Jaquard O escopo de uma sociedade é o intercâmbio. Uma sociedade cujo motor é a competição, é uma sociedade que me propõe o suicídio. Se me ponho em competição com o outro, não posso interagir com ele, devo eliminá-lo, destruí-lo. (2001)


A GLOBALIZAÇÃO FOI LONGE DEMAIS? Esse é o título do livro que o professor Dani Rodrik, da Universidade de Harvard, publicou em 1997. Desde então questiona-se se a Globalização não estaria aumentando as desigualdes de renda e patrimônio, ao invés de diminuí-las. Com o crash mundial ocorrido em meados de 2008, vários estudiosos passaram a investigar sobre o mal-estar da globalização. Antes, em 2002, o economista Joseph Stiglitz publicara "A globalização e os seus descontentamentos". Depois, em 2010, o historiador Tony Judt publicou "O mal ronda a Terra", onde questiona o perfil democrático proposto pela socialdemocracia, que estaria induzindo os jovens a cuidar exclusivamente de suas próprias necessidades (...) em detrimento de um engajamento nas demandas públicas. Como um novo hedonismo apoiado nas tecnologias digitais a ditar novos comportamentos.



OS PARADOXOS DA GLOBALIZAÇÃO Vinícius Uzêda O PARADOXO HUMANO Consequências Humanas:

O PARADOXO POLÍTICO

O PARADOXO CONCEITUAL

Desigualdade: A globalização deu mais as multinacionais, Fluxo de Pessoas: oportunidades aos extremamente Turistas e Vagabundos. ricos de ganhar dinheiro os avanços tecnológicos, mais rápido. a formação de blocos econômicos, Turistas consomem. Os mais pobres não são colocam o papel do Estado em xeque. beneficiados, ficam Vagabundos não consomem. marginalizados. Alguns críticos pensam que ele E outros emigram atrás de está em extinção, outros defendem melhores condições de vida. Mundialização: sua importância no controle Globalização falhou e o estágio da economia e na Xenofobia: ambos fenômenos atual é de mundialização, e ela estimulam embates culturais lida com a massificação e minimização das mazelas xenofóbicos. homogeneização cultural. sociais, aprofundadas pela Conceitos de Bauman.

Crise Estado-Nação:

própria globalização.

Conceitos de Bauman.


Consumir deixou de ser um ato O sincronizado com as necessidades e desejos da modernidade antiga. Uma nova linhagem de consumidores emergiu com a globalização, se bem que ela foi forjada já na baixa modernidade, em seus momentos de agonia derradeiros, quando a Web soterrou de vez as mentalidades que só nutriam em seus pensamentos um acúmulo financeiro como escopo único de seus 'negócios'. Embora esse novo consumidor ainda não esteja presente em todos os quadrantes dos mercados globalizados, ele se expande de forma irreversível. A informação sendo a base dos modos pós-moderno de consumir, está cada vez mais disseminada no cotidiano das pessoas. Saber sobre o processo de produção dos produtos é vital para o seu sucesso no mercado, independente de qual seja sua origem.

CONSUMO CONTEMPORÂNEO


ALÉM DA MODERNIDADE A II Guerra Mundial se constituiu em um marco histórico não apenas como a mais sangrenta e desumana de todas as Guerras, como também o início de profundas e rápidas mudanças das características das sociedades pós-modernas, seja em relação às relações sociais, como às instituições dos Estados, da construção de novas configurações culturais e formatos sociais, em relação ao que se configurou como o "período moderno". Zygmunt Bauman foi um dos sociólogos que refletiram sobre esse período com mais originalidade, ao destacar forças de transformação da paisagem social moderna, como a "globalização", o "encurtamento das distâncias" e a "modernidade líquida".






Para Bauman, quando a estrutura social montada em referências sólidas começa a diluir-se, as relações sociais transformam-se, tornando-se voláteis na medida que referências concretas de "classificação" se dissolvem. Emerge a "individualização" do mundo, onde o sujeito se liberta de conceitos sólidos e se encontra "livre", até certo ponto, para ser como quer ser mediante sua própria competência. A liquedez para Bauman é essa insconstância e incerteza que a falta de pontos de referências socialmente estabelecidos e generalizadores gera.


Para BAUMAN "São esses padrões, códigos e regras a que podíamos nos conformar, que podíamos selecionar como pontos estáveis de orientação e pelos quais podíamos nos deixar depois guiar, que estão cada vez mais em falta. Isso não quer dizer que nossos contemporâneos sejam livres para construir seu modo de vida a partir do zero e segundo sua vontade, ou que não sejam mais dependentes da sociedade para obter as plantas e os materiais de construção. Mas quer dizer que estamos passando de uma era de 'grupos de referência' predeterminados a uma outra de 'comparação universal', em que o destino dos trabalhos de autoconstrução individual (…) não está dado de antemão, e tende a sofrer numerosa e profundas mudanças antes que esses trabalhos alcancem seu único fim genuíno: o fim da vida do indivíduo." (BAUMAN, 2001)



"A explosão de consumo trouxe consigo não apenas uma maior prosperidade para a sociedade, mas também uma variedade de questões éticas, ambientais e sociais que tem preocupado os consumidores. Neste contexto de transformações globais, um novo tipo de consumidor passou a fazer parte do cenário mercadológico, um consumidor que assume um papel mais consciente de suas ações e tornando-se um agente transformador da qualidade das relações de consumo e tomando uma posição de influenciador no comportamento de empresas e instituições, o consumidor global passa a ser reconhecido também como um consumidor consciente. Esse consumidor é um individuo politizado, bem informado e ético, posicionando-se ativamente sobre questões que lhe afetam, luta por seus direitos e exige das empresas e organizações o devido cumprimento de seu papel frente a questões sociais, ambientais entre outras.

Por Murilo C. Cucolo


"Assim, produtos que não agridam o planeta ou que sejam desenvolvidos de forma sustentável, como embalagens recicláveis, e propagandas e publicidades éticas têm sido praticas comuns das empresas preocupadas em oferecer novos produtos a este novo mercado global. Um ambiente corporativo ético e socialmente responsável são determinantes e cruciais num processo de decisão de compra do consumidor cidadão. Pesquisas recentes mostram que 80% dos consumidores norte-americanos levam em conta a responsabilidade social que a empresa segue como fator principal na decisão de compra de algum produto.


"O novo consumidor pode ser descrito como um individuo que possui múltiplas facetas, é um consumidor global consciente, digital e mais bem informado, o que o torna um perfil distinto do consumidor do século passado. Ele consome bens e serviços em um mercado global, é consciente de seus direitos e deveres e exerce plenamente sua dimensão de cidadão, bem como utiliza a WEB no seu dia a dia para adquirir novos conhecimentos, trabalhar, além de ser um consumidor mais bem informado.


"Mais preocupados em satisfazer seus desejos, não se deixam envolver pelas tradicionais tipologias, e transcender barreiras culturais, sociais, de idade e mesmo de renda. Buscam produtos e serviços originais e personalizados que consideram autênticos. "Um novo marketing, com objetivo de alcançar este novo consumidor, exige novas soluções e novas formas de abordá-lo, relacionando-se com ele. Neste aspecto, a flexibilidade, a atualização e a capacidade de antecipação são características que só vem para ajudar as organizações a compreender intimamente a evolução do consumidor e fornecer a proposição de valor adequada a suas novas necessidades e desejos."


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