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Anexo 10 - Proposta curatorial para a exposição Vídeo_MAC
Anexo 10 – Projeto Curatorial VIDEO_MAC
APRESENTAÇÃO_ VÍDEO_MAC
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I
Este projeto é uma proposta de realização de uma exposição retrospectiva a partir do acervo de vídeos de artistas pertencentes ao Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Como parte integrante desta programação será realizado um seminário sobre as questões em torno da conservação de obras de arte em time based media.
A curadoria apresenta uma seleção específica das obras produzidas no contexto do Setor de Vídeo do MAC, criado por Walter Zanini em 1977 e extinto no ano seguinte com a saída do diretor da instituição.
Este departamento, que funcionava como um laboratório de criação e difusão de trabalhos em vídeo, produziu no curto período de aproximadamente um ano , um conjunto de obras audiovisuais consideradas pioneiras no contexto da arte contemporânea brasileira.
Estes vídeos, de artistas como Regina Silveira, Julio Plaza, Carmela Gross, Gabriel Borba, Roberto Sandoval, Gastão de Magalhães, entre outros e a série Videopost organizada por Jonier Marin, são praticamente inéditos para o grande público e muito pouco conhecidos pelos pesqusiadores e especialistas da área. Ficaram desaparecidos por mais de 35 anos, tendo sido localizados em 2013, depositados equivocadamente no Museu da Imagem do Som como fitas de audio.
Esta exposição é uma oportunidade de lançar luz sobre estes trabalhos e reescrever as informações sobre a história da videoarte no Brasil.
O seminário será realizado em paralelo à exposição e terá convidados brasileiros e extrangeiros, além de um rol de textos e papers sobre o tema da conservação de obras em time based media, apontando para o status da pesquisa sobre este tema no Brasil.
Este projeto integra a pesquisa de pós-doutorado de Roberto Moreira S. Cruz pelo Programa Interunidades de Pós-Graduação em Estética e História da Arte, supervisonado por Cristina Freire.
INTRODUÇÃO_ VÍDEO_MAC
I
O Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC_USP) foi pioneiro no país em formular, ainda que de forma embrionária, um projeto de fomento e difusão de obras audiovisuais, mais precisamente de vídeo, na segunda metade da década de 1970. Em 1977, Zanini colocou em prática no museu um laboratório de experimentação ao constituir o Setor de Vídeo. A aquisição de um equipamento Portapak , o modelo AV3400 da Sony, de ½ polegada, em preto-e-branco, inaugurou as atividades da instituição e contou com a coordenação de Cacilda Teixeira da Costa, Marília Saboya, Fátima Berch e com o apoio técnico de Hironie Ciafreis.
Após um longo período de desaparecimento, o conteúdo audiovisual produzido pelos artistas naquele período de experiências do Setor de Vídeo foi novamente depositado no acervo do MAC-USP. As dez fitas remanescentes foram encontradas em 2013 por Regina Silveira e Cristina Freire no acervo do Museu da Imagem e do Som – SP (MIS-SP). Esta localização se deu após insistência da artista, pois o material não estava indexado no acervo do museu. Havia uma suspeita de que Walter Zanini havia levado as fitas para o MIS-SP em 1978 por ocasião da realização do 1o Encontro Internacional de Vídeo Arte e que desde então estariam depositadas lá. Em uma das tentativas de localizar o material uma das conservadoras do MIS-SP entregou uma caixa para Regina Silveira dizendo que havia algumas fitas sem identificação, mas que se tratavam de fitas de áudio. Ao verificar, constatou-se serem as fitas produzidas em 1977 e que equivocadamente estavam identificadas como material sonoro devido à semelhança que o suporte de ½ polegada em portapak tem com as fitas de áudio de rolo aberto (open reel). As fitas foram digitalizadas em formato .mov pela própria Regina Silveira com a contribuição de Antonio Muntadas, que conseguiram efetuar a remasterizarão em um laboratório na Espanha - atualmente no Brasil não existem equipamentos portapak em funcionamento. O aparelho original que pertencia ao Departamento de Vídeo do MAC-USP ainda se encontra no museu, mas está inoperante.
O conteúdo destas dez fitas é, em grande parte, composto pelos trabalhos produzidos pelos artistas que participaram das atividades do Setor de Vídeo e quase todos estavam registrados no protocolo de tombo do acervo desde a sua origem entre os anos de 1976 e 1978. Além dos vídeos identificados como obras, alguns deles antecedidos por cartelas com o título da obra e de seu autor ou autora, constam também deste inventário os exercícios realizados pelos artistas durante o processo de criação.
Estudo preliminar de expografia 3o. andar – ALA B