FOLHA MAÇÔNICA
Edição 401 18 de maio de 2013 Desde 11 de setembro de 2005
Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Editor: Robson Granado Colaboradores permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira
Grandes Iniciados Símbolos Polêmica na Folha Medite Conversa ao Pé do Olvido Coluna do Direito Dica Documentos e Fotos Antigos Eureka (Tureka, Nósreka) Com a Palavra o Leitor Enquete Inútil Pedro Américo. Moisés e Jocabed, óleo sobre tela, 151 x 105 cm, 1884. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil.
GRANDES INICIADOS Pedro Américo Como sou um fã do Irmão Pedro Américo e admirador ensusiasmado de sua obra, apesar de acadêmica, ouso apresentar, em mais uma edição, informações adicionais sobre este genial maçom, contando com a generosa atenção dos estimados irmãos. Segundo o Irmão Ailton Elisiário, membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, o Irmão Pedro Américo de Figueiredo e Melo foi iniciado em 1870. (Robson Granado) “Passou sua carreira entre o Brasil e a Europa, e em ambos os lugares seu talento foi reconhecido, recebendo grandes favores da crítica e do público mas também levantando polêmicas apaixonadas e tenazes adversários. Para as novas vanguardas Pedro Américo era um pintor de dotes inegavelmente raros, mas acima de tudo se tornou um dos principais símbolos de tudo o que o sistema acadêmico alegadamente tinha de conservador, elitista e distante da realidade nacional. Embora os modernistas tenham tentado impiedosamente ofuscar sua estrela - como a de todos os acadêmicos -, seus grandes méritos artísticos seguramente fazem dele um dos maiores pintores que o país já produziu, e sua imensa fama e influência em vida, os candentes debates que despertou em sua atuação institucional, cultural e política, em um momento crítico de articulação de um novo sistema de símbolos para um país há pouco emergente da condição de colônia e de consolidação de um novo sistema de arte sobre bases metodológicas e conceituais modernas, o destacam como um dos nomes mais importantes da história da cultura brasileira do fim do século XIX. “Adquiriu uma sofisticação intelectual absolutamente incomum para os artistas brasileiros de seu tempo, interessando-se por uma ampla variedade de temas e buscando preparo sólido. Foi Bacharel em Ciências Sociais pela Sorbonne e Doutor em Ciências Naturais pela Universidade Livre de Bruxelas. Foi diretor da seção de antiguidades e numismática do Museu Imperial e Nacional; professor de desenho, estética e história da arte na Academia Imperial, e deputado constituinte por Pernambuco. Deixou volumosa produção escrita sobre estética, história da arte e filosofia, onde, inspirado no modelo clássico, deu especial atenção à educação como a base de todo o progresso e reservou um papel superior para a arte na evolução da humanidade. Ganhou diversas homenagens e honrarias, entre elas o título de Pintor Histórico da Imperial Câmara, a Ordem da Rosa e a Ordem do Santo Sepulcro. Também deixou algumas poesias e quatro romances, mas assim como seus textos teóricos, hoje são pouco lembrados.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Am%C3%A9rico
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SÍMBOLOS As catedrais góticas e o conhecimento secreto dos Templários “Chartres não foi a única catedral gótica construída na França entre os séculos XII e XIII, ainda que tenha sido uma das primeiras, ao lado de Saint Denis. Entre 1150 e 1250, foram iniciadas na França 150 igrejas, algumas com as mesmas dimensões de Chartres; por exemplo, as catedrais de Paris, Reims, Amiens, Sens e Rouen. Só no norte da França 20 catedrais estavam sendo construídas, embora o país não tivesse mais de 15 milhões de habitantes. De onde vinha o dinheiro para todas essas catedrais? Será que as outras também enviavam suas relíquias em uma campanha „turística e publicitária‟? “E de onde vieram todos os trabalhadores qualificados – artesãos, escultores e canteiros –, tão necessários para a criação das gigantescas naves de cada uma das igrejas, praticamente todas ao mesmo tempo? Como pôde se multiplicar tão rápido o conhecimeno paraa erigir todas simultaneamente, quando, durante uns 100 anos, não havia noOcidente construtores talentosos nem construções do porte e da sofisticação das igrejas góticas? “A onstrução simultânea de muitas catedrais deve ter enfrentado e superado o problema da falta de know-how se levarmos em conta o escopo do conhecimento técnico da época. Não havia escolas especializadas nemm treinamentos específicos; eram pouco os professores, e os livros impressos ainda não existiam. O conhecimento, portanto, devia ser passado „pessoalmente‟ dentro dos círculos da igreja, e não podia ser registrado em livros ou em forma de documentação. “Todas essas perguntas sem resposta sobre o fato de Chartres e outras catedrais terem sido construídas em tão pouco tempo, sem o conhecimento e o respaldo técnico, parecem exigir uma única explicação: o surgimento simultâneo das catedrais góticas não foi uma coincidência, e sim algo planejado por uma organização que providenciou os meios financeiros e o conhecimento necessário. “E que organização será essa? Os Templários. Naquela época, só havia uma organização em condições de realizar tamanho empreendimento: a Ordem dos Templários. Os templários eram oficialmente a força policial dos grandes mercadores que protegia também os viajantes contra ladrões e salteadores e providenciava condições para a sobrevivência do comércio e dos mercados. Foram os templários que inciaram o primeiro sistema bancário. Com a prática dos depósitos, eles criaram a conta corrente e estabeleceram esquemas de empréstimos a juros, que eram mais baixos que os exigidos pelos Lombardos e pelos judeus. Introduziram também ocâmbio e os cheques, criando assim um sistema financeiro que floresceu no Ocidente. O Papa lhes concedia importantes privilégios. Eles não se sujeitavam aos senhores feudais e não pagavam impostos. “[...] a história oficial afirma que nove cavaleiros franceses, entre eles Hugo de Payens e Godofredo de Saint-Omer, comunicaram ao rei de Jerusalém sua intenção de fundar uma sociedade secreta com o propósito de vigiar as ruas e proteger os peregrinos na Terra Santa contra ataques violentos. Não eram como os Cavaleiros das Cruzadas, pois não participavam das guerras. O rei permitiu que eles ocupassem o lugar do templo de Salomão, e a partir daí passaram a ser chamados de „Cavaleiros Templários‟ ou simplesmente „Templários‟. “Essa versão oficial, porém, traz mais perguntas que respostas e parece contar somente meia-verdade. Se os cavaleiros realmente estavam decididos a proteger os peregrinos e as ruas, como esperavam fazer isso sendo a penas nove? E como o rei concordara tão prontamente em dar-lhes acesso ao templo de Salomão, que normalmente era reservado a ele, sua corte e seu clero? “Se pesquisarmos mais fundo aqui, constataremos que a fundação oficial da Ordem em 1118 foi apenas um disfarce, após a verdadeira fundação ocorrida anteriormente. Por trás da missão oficial dos cavaleiros – proteger pessoas e ruas – esconde-se outra missão intimamente ligada ao templo de Salomão.
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“Antes de 118, especificamente em 1104, Hugo de Pyns, um dos fundadores da Ordem e tio de Estéfano, o Duque de Blois e de Chartres (!), esteve na Terra Santa. Quando retornou, em 1108, conheceu Estéfano de Harding, o prior e futuro abade do mosteiro de Cîteaux, o lar ancestral dos cistercienses. Surpreendentemente, o mosteiro converteu-se em um centro de traduções de textos hebraicos e árabes, onde os rabinos ajudavam no trabalho.
“Estéfano de Harding (e provavelmente Hugo, também) foi aluno do rabino Schlomo Jitzchaki, mais conhecido pelo nome de Raschi de Tróia, erudito judeu iniciado nos mistérios esotéricos. “Graças a Raschi de Tróia, na época da fuga em massa dos judeus da Espanha, um grandioso tesouro em textos árabes e hebraicos foi recuperado, entre eles as Epístolas dos Irmãos Puros. Com elas foi revelada uma significativa informação: aproximadamente há 5.000 anos o deus egípcio Tot, também conhecido pelo nome de Hermes Trimegisto, trouxe à humanidade o conhecimento geral – matemática, línguas, astronomia, artesanato etc., registrando-o em 42 volumes. Esse conhecimento foi espalhado sob diferentes formas, trasncendendo as fronteiras de todas as religiões e culturas – como uma corrente de água que, por baixo da história „oficial‟, apresentada como uma sólida rocha, banha e alimenta a rocha. [...] “Para encontrar a chave da compreensão dos textos, Hugo de Payns viajou para a Terra Santa, pela primeira vez, em 1104. Lá, procurou a irmandade árabe dos construtores, de onde sabia que o conhecimento era passado adiante, independentemente da religião, da nacionalidade ou da posição política do aspirante. “Em 1114, Hugo visitou mais uma vez a Terra Sagrada e imediatamente após sua volta promoveu a fundação de uma abadia no „Vale do Absinto‟, a abadia de Clairvaux. Aparentemente, os textos secretos foram levados de Cîteaux para Claivaux, para que se pudessem realizar melhores estudos de seu conteúdo, sem interrupções ou perturbações. “Em Claivaux, o monge de 25 anos de idade, Bernardo de Fontaine, foi nomeado abade por Estéfano de Harding, Bernardo influenciou fortemente a construção de algumas catedrais góticas de Notre Dame e também participu da construção de Chartres, pois entre elas a semelhança é marcante. O nome „Notre Dame‟ também foi sugerido por ele. Quando o estudo dos texos havia chegado a uma certa maturidade, Bernardo foi encarregado de criar as regras para a Ordem dos Templários – uma ordem de monges que também eram cavaleiros. Quando completou esse trabalho, em 1118, a Ordem dos Templários foi oficialmente fundada. A aparente missão de proteger os peregrinos e as ruas servia
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de pretexto para que eles disseminassem e continuassem transmitindo o conhecimento secreto. A Ordem cresceu e adquiriu um número considerável de cavaleiros em toda a Europa. “Muitos afirmam que os templários encontraram em Jerusalém a Arca da Aliança, ou o Santo Graal. Chame-o como quiser, a verdade é que encontraram a chave para o mais importante conhecimento da humanidade, na qual se mesclam e se unem as fontes egípcias e árabes de cultura e religião: a alquimia, a gnose e os ensinamentos dos essênios, a cabala judaica, a gnose neoplatônica, a filosofia grega e a mística dos números de Pitágoras.” KLUG, Sonja Ulrike. Catedral de Chartres: a geometria sagrada do Cosmos. São Paulo: Madras, 2002. Pp. 18-21
A POLÊMICA NA FOLHA Os instrumentos de tortura da Santa Inquisição1 (IV_IV) Fato: Padre católico nascido em Valladolid, Espanha, principal organizador da Inquisição espanhola. De origem judaica e sobrinho do cardeal Juan de Torquemada, ingressou na Ordem dos Pregadores e foi prior do convento de Santa Cruz de Segóvia (1452-1474). Protegido de Fernando e Isabel, os Reis Católicos, de quem era confessor e conselheiro, foi eleito pelo papa Sisto IV para compor o grupo de oito inquisidores encarregados de organizar o recém criado Tribunal do Santo Ofício da Inquisição (1482) e, no ano seguinte, ascendeu ao cargo de inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão. Instalado em Ávila onde ficou até sua morte, promulgou (1484) os 28 artigos que orientavam os inquisidores no julgamento de crimes de heresia, apostasia, feitiçaria, bigamia, usura e blasfêmia, e autorizou a tortura para obter evidências, caso o acusado se recusasse a confessar. Célebre pelo fanatismo religioso e crueldade, seu nome tornou-se símbolo da temível instituição e chegou a ofuscar o poder real. Embora de origem judaica agiu com crueldade e fanatismo contra judeus, mouros e cidadãos suspeitos de heresia, blasfêmia, bigamia e outras práticas consideradas criminosas pelo Santo Ofício, em nome da ortodoxia católica. Seu fanatismo superou a sábia política de tolerância religiosa dos Reis Católicos, que suspenderam uma sábia política de tolerância religiosa e implantaram medidas repressivas não só contra os mouros, mas também contra judeus e marranos, assim denominados os judeus convertidos ao catolicismo, embora ele próprio fosse um deles, pois seu "poder econômico e financeiro" constituiria uma ameaça ao trono. Cerca de 170.000 judeus foram expulsos da Espanha pelo edito real de 31 de março (1492), que estipulava o exíguo prazo de quatro meses para se retirarem do país sem levar dinheiro, ouro ou prata. Estima-se que cerca de dois mil condenados foram mortos na fogueira durante sua gestão à frente da Inquisição. Temendo pelos seus excessos o papa Alexandre VI viu-se obrigado a nomear quatro inquisidores auxiliares para refreá-lo (1494). IV - Instrumentos de mutilação Desde o Antigo Egito, e antes, a mutilação serviu como método eficaz de castigo para crimes menores, considerados não tão graves que merecessem a pena de morte, tais como furtos, danos à propriedade alheia, e às vezes - por incrível que possa parecer - estupros. A mutilação, além de ter um efeito arrasador sobre os culpados, tanto física quanto moralmente, também era considerada um esplêndido método de prevenir a reincidência, visto que o criminoso ficava marcado como tal para o resto da vida, bastando às pessoas de bem lançar-lhe um olhar para estarem prevenidas acerca de seus atos ilícitos no passado. Geralmente, os condenados a ser mutilados recebiam a pena em público, a fim de servir de exemplo a quem quer que, por desespero ou inclinação, estivesse tentado a desobedecer a lei. 1 - Pinças e Tenazes Pinças, tenazes e tesouras, usadas também frias, mas normalmente aquecidas ao rubro, adequadas para arrancar pedaços de carne do corpo das vítimas, constituíam utensílios básicos de qualquer verdugo. As tenazes destinavam-se geralmente - e de preferência em brasa - aos narizes, dedos das mão e dos pés e mamilos. As pinças, maiores, serviam para destroçar e queimar o pênis. No decorrer da história da tortura, os órgãos genitais masculinos (ao contrário dos femininos) sempre gozaram de certa imunidade. Contudo, raramente, aconteciam casos de castração (arrancamento dos testículos) e de amputação do pênis. Estes castigos não se aplicavam, como seria de esperar, por violência contra a mulher, mas geralmente por conspiração ou tentativa de conspiração contra o príncipe ou governante local. A violação extraconjugal, na Idade Média como hoje era raramente castigada; a violação conjugal sempre foi considerada exercício de direito por parte do marido, permanecendo sempre impune. 1
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2 - Ferros de Marcar a Quente Usavam-se para marcar alguns condenados, normalmente no ombro, mas outras vezes na face ou na testa. O delito cometido era expressado na marca, através de um código de letras facilmente reconhecível. 3 - Destroçador de Seios Tratava-se de tenazes com quatro garras convergentes, capazes de transformar em massas disformes os seios de mulheres condenadas por heresias, blasfêmias, adultério, magia branca erótica, homossexualismo, aborto provocado, entre outros delitos. Para tal efeito, às vezes era utilizado apenas um gancho, aquecido ao rubro. V - Instrumentos de contenção Tais instrumentos destinavam-se não propriamente a causar dor e sofrimento - embora esta fosse uma consequência secundária muitas vezes inevitável - mas a imobilizar os prisioneiros enquanto estavam a ser interrogados, ou simplesmente quando permaneciam em suas celas. É claro que a imobilidade constante e forçada podia consistir por si só em uma tortura bastante requintada. 1 - A Cegonha ou A Filha do Varredor A cegonha consistia numa espécie de algema ou grilhão que quase unia os pés e as mãos do torturado, impedindo qualquer movimento. Ainda que pareça, à primeira vista, mais um meio de imobilização que de tortura, não mais terrível que milhares de outros artefatos semelhantes, a Cegonha provoca, depois de poucos minutos, fortes cãibras, primeiro nos músculos retais e abdominais, depois nos peitorais, cervicais e nas extremidades do corpo; cãibras que, com o passar das horas, transformam-se em uma contínua e atroz agonia, sobretudo no abdome e no reto. Em tal situação, a vítima pode ser maltratada, queimada, açoitada e mutilada, ao bel prazer de seus interrogadores. 2 - A Mordaça de Ferro Esta invenção era muito útil na medida em que abafava os gritos e gemidos dos torturados, para não importunas os debates de seus interrogadores entre si. Compunha-se de um aro de ferro, no interior do qual havia uma protuberância chamada "caixa", a qual colocava-se na boca da vítima, fechando-se o aro metálico na nuca. Uma minúscula abertura permitia a entrada do ar; o que podia ser interrompido pela ação do verdugo. Uma simples pressão dedos poderia provocar a asfixia do condenado. Frequentemente os condenados ao tronco eram assim amordaçados; ou quando se tratava de autos-de-fé, para que seus gemidos não perturbassem a audição da música sacra que acompanhava esses autos. Este instrumento era usado desde a época romana, mas na Idade Média foi aperfeiçoado, com a colocação de farpas na caixa, de maneira não só de silenciar, mas também de ferir. Giordano Bruno, um dos intelectuais mais brilhantes de sua época, foi queimado na Praça do Campo dei Fiori, em Roma, e, 1600. Tinha colocado um açaime de ferro com cravos, um dos quais lhe perfurava a língua e outro, o céu da boca. A mordaça era usada tanto durante os interrogatórios como durante as execuções, ou simplesmente para calar ou punir os prisioneiros recalcitrantes. 3 - Pieti ou Cinturão de Santo Erasmo Apesar do nome, este instrumento não era sempre um cinto, embora fosse esta a sua forma mais comum. Podia tomar tanto a forma de um cinto como a de uma túnica ou vestimenta, de malha de arame, com inúmeras pontas de ferro dirigidas para seu interior. Bastante apertado em volta da vítima, feria e destroçava a carne a cada pequeno movimento ou respiração. Depois, vinham a infecção, a putrefação e a gangrena. Por vezes, a fim de ampliar o sofrimento, eram colocados insetos ou vermes carnívoros nos ferimentos. Segundo uma tradição do séc. XIV, este cinturão teria sido aplicado a uma jovem e bela senhora chamada Márcia Orsini, esposa de um rico nobre milanês, por um condontieri. O salteador havia raptado a dama, mas sendo contrário ao estupro, por princípios morais e escrúpulos religiosos, atou-a à cama e colocou-lhe o cinturão, deixando-a assim até que
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resolvesse entregar-se-lhe por vontade própria. Sabe-se que felizmente, o covil do bandido foi descoberto e assaltado pelos homens de armas do marido, e a dama foi posta em liberdade, ficando, finalmente, a salvo. Diga-se, porém, que não se sabe se o resgate foi anterior ou posterior à anuência da dama. 4 - A "Forquilha do Herege" Era um colar de ferro cuja frente consistia em uma espécie de espeto duplo, com duas pontas que se encravavam no queixo e sobre o esterno da vítima, profundamente. A forquilha impedia qualquer movimento de cabeça, mas permitia que os condenados falassem em voz quase inaudível, durante as cerimônias de abjuração. 5 - Cinturão de Castidade A função deste instrumento foi sempre mistificada, não só pelo povo, mas também pelos círculos acadêmicos. A opinião tradicional é que o cinturão de castidade se usava para garantir a fidelidade das esposas durante as ausências do marido, e sobretudo - uma convicção que em nada se aproxima da verdade, não havendo evidências que suportem tal ideia - para as mulheres dos cruzados que partiam para a Terra Santa. Na verdade, ainda que a função primordial do aparelho fosse esta, tal constrição limitava-se sempre a breves períodos de tempo, como algumas horas ou, no máximo, dois ou três dias; jamais o cinturão era utilizado por períodos dilatados. Uma mulher "impedida" desta forma corria risco de vida, pelas infecções originadas por acumulações tóxicas prejudiciais ao organismo, e isso para não falar nas queimaduras e lacerações provocadas pelo contato contínuo do ferro com a pele ou a possibilidade de uma gravidez em curso. Contudo, havia uma segunda utilidade para o cinturão, esta bem pouco mencionada: constituía-se numa barreira contra a violação. Uma barreira eficiente em ocasiões "perigosas", tais como o aquartelamento de soldados na cidade, ou a permanência em uma estalagem, durante a noite, em meio a uma viagem qualquer. Nestas ocasiões, eram as próprias mulheres as mentoras da idéia de colocar o referido cinto, segundo comprovam vários testemunhos. 6 - Cinturão de Contenção Aplicava-se este cinturão á cintura da vítima, cujos pulsos eram presos pelas braçadeiras laterais. A pessoa assim imobilizada, podia ser submetida a quaisquer outras torturas ou abandonada à morte por fome, frio, sede ou infecções. 7 - Colar de Castigo com Um Peso Muitas são as formas de acorrentar pessoas a pesos inumanos: argolas para o pescoço, pulsos e tornozelos; cinturões e colares variados. Há pouco mais a dizer. O prisioneiro deveria carregar estes pesos por meses, até anos; às vezes, a vida toda. O colar com peso correspondia a uma argola de ferro passada em volta do pescoço, à qual prendia-se um peso variável de cerca de dez a vinte quilos. Além do tremendo esforço em carregar semelhante conjunto, as queimaduras provocadas pela fricção em torno do pescoço e dos ombros causavam gangrena e infecções que podiam ser fatais. 8 - Armas Para Carcereiros Estes instrumentos distinguiam-se das armas militares pela sua configuração, inadequada para a guerra contra os inimigos protegidos com couraças e armaduras, mas próprios para controlar grupos de prisioneiros desarmados. O agarra-pescoços era um aro com uma abertura, na extremidade de um bastão de cerca de dois metros de comprimento. Seu interior era provido de pontas aguçadas. Um preso que, em meio a uma multidão, procurasse fugir a um oficial de justiça era facilmente capturado. Uma vez preso o pescoço na armadilha, não restava outra alternativa senão seguir o captor sem resistência, sob pena de ter o pescoço perfurado e esfolado pelas pontas.
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9 - Colar de Puas Este colar, cujo interior era provido de picos afiados, colocava-se em torno do pescoço da vítima. Era frequentemente usado como meio de execução: pesando mais de cinco quilos, descarnava o pescoço, ombros e maxilares, provocando infecções febris e finalmente a corrosão dos ossos e das vértebras expostas, o que levava à morte em pouco tempo. Tinha a grande vantagem de economizar tempo e dinheiro, pois, sendo um meio extático, não exigia qualquer esforço por parte do carrasco. Trabalhava por si só, dia e noite, não exigindo qualquer esforço de manutenção. 10 - Cavalete Este é o mais famoso dos instrumentos de contenção, e um item fundamental no arsenal de qualquer torturador. Seu uso era variado: tanto servia para imobilizar as vítimas durante a tortura ou mutilação como para expô-la em público como punição para crimes menores, insignificantes; como dormir na igreja, por exemplo. 11 - A "Cadeira das Bruxas" Este aparelho, com a forma de uma cadeira com o assento inclinado, era usada durante os interrogatórios, principalmente pelos inquisidores, o que justifica seu nome. Nele, a vítima era pendurada pelos tornozelos, podendo então ser submetida a outras espécies de tormentos mais dolorosos. A posição invertida, além de impossibilitar os movimentos, provocava desorientação, e, caso fosse muito prolongada, poderia fazer o prisioneiro perder os sentidos. VI - Instrumentos de açoitamento Esta é uma família toda especial dentre o arsenal dos instrumentos e tortura: a família dos açoites. É um grupo de instrumentosinteressante e incrivelmente variado, a despeito da semelhança da forma. Os açoites ou chicotes podem ir desde o gigante "Gato de Nove Caudas" e o knut dos boiardos russos, que podia destroçar de um só golpe um braço ou ombro, até os mais finos e pérfidos, como o chicote egípcio, cujas finas tiras de couro eram entrelaçadas de laminas de ferro (ou de metais preciosos como ouro e prata) afiados como navalhas e que faziam o sangue correr no primeiro golpe. Particularmente interessante e digno de ser citado é o "Nervo de Boi", que com dois ou três golpes podia cortar a carne das nádegas até chegar à pélvis. Dentre as punições menores, a flagelação era muito apreciada pelo público. O suplício era considerado sobretudo humilhante - e seus aplicadores faziam o possível para acentuar tal característica. Para a flagelação pública, o condenado, nu da cinta para cima, era amarrado às traseiras de uma carroça e assim arrastado pelas ruas até o pelourinho público, onde o executor aplicava-lhe as chicotadas ou varadas prescritas na sentença. A flagelação poderia também dar-se no interior das prisões; como método de interrogatório, era utilizado sobretudo em crianças que ainda não haviam atingido a puberdade, por ser considerado relativamente leve, a não ser que os juízes requeressem expressamente o emprego dos meios usuais. 1 - Chicotes de Correntes Os chicotes de correntes mais pareciam armas de guerra que instrumentos de interrogatório judicial; no entanto, eram largamente usados. Eram todos mais ou menos similares e em grande variedade - com duas, três, até oito correntes - e providos de muitas "estrelas de ferro", lâminas cortantes nas pontas. Algumas correntes eram intercaladas com lâminas. 2 - A Cauda de Gato A cauda de Gato era um chicote de cordas entrançadas que servia para esfolar a pele da vítima. As cordas eram embebidas numa solução de sal e enxofre, de maneira que, devido às características da fibra do cânhamo e dos efeitos do sal e do enxofre, para além das mais de cem lâminas de ferro afiadíssimas, cada uma delas colocada no final de cada corda, a carne ia sendo reduzida a uma polpa, até se encontrarem expostos os pulmões, os rins, o fígado e os
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intestinos. Durante esse procedimento, a zona afetada ia sendo coberta com a mesma solução, em ebulição. Conclusão: O texto que você leu durante quatro semanas não foi nada agradável. Assim pensamos! Menos agradável para nós que tivemos de recorrer a outros textos mais, digamos, „horripilantes‟.
"Se o cristianismo tivesse razão em suas teses acerca de um Deus vingador, da pecaminosidade universal, da predestinação e do perigo de uma danação eterna, seria um indício de imbecilidade e falta de caráter não se tornar padre, apóstolo ou eremita e trabalhar, com temor e tremor, unicamente pela própria salvação; pois seria absurdo perder assim o benefício eterno, em troca de comodidade temporal. Supondo que se creia realmente nessas coisas, o cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo." (Nietzsche)
Tomás de Torquemada (o „Grande Inquisidor‟): a vergonha da Espanha. Coluna assinada pelo M.·. I.·. Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165
MEDITE Dos conflitos humanos O conflito é uma atividade permanente no ser humano. Desde o princípio. O homem primitivo se viu na necessidade de caçar e de pescar para suprir suas necessidades de alimentação e ao mesmo tempo prover as de sua família. Daí talvez a origem do seu caráter bélico. O homem é a realidade mais profunda e mais complexa que se conhece no âmbito do universo natural. Por isso, oferece diversas leituras sobre a sua totalidade. Vivemos num mundo de conflitos. Estes afligem a todos os seres humanos de todos os países, seja qual for sua posição econômica, nível cultural, raça, sexo ou idade. Alarmante proporção da sociedade se acha afetada por desequilíbrios mentais e desordens psíquicas que são produzidas pela generalizada angústia reinante no mundo. Uma elevadíssima proporção de homens e mulheres que povoam o planeta se vêem afligidos por grandes lutas emocionais, que lhes roubam a paz, fazendo-os viver num clima de apreensão e ansiedade. Na verdade, os elementos perturbadores da felicidade – a dor, a angústia, a ansiedade, o sentimento de culpa, o stress, o medo, a ira, a inveja, a vaidade etc. – são apenas efeitos de uma causa comum, primária e básica. A grande maioria dos conflitos humanos emerge da incessante ânsia do ter e do egoísmo. Enquanto não for vencida essa ânsia não cessarão os conflitos. Quando finalmente essa luta chegar a seu fim, emergirá a natureza verdadeira e divina que consagrará com sua coroa cintilante a fronte do ser triunfante e eterno. E assim, como acontece nas enfermidades físicas, neste complicado terreno faz-se mister estudar a etiologia do mal, para diagnosticar sua causa original e tratá-la. Além dessas causas mencionadas, outro fator alimentador do conflito entre as pessoas é que este nasce na resposta. Se alguém é agredido verbalmente e responde da mesma forma, pronto. Está estabelecido o conflito. A partir daí, ele só vai crescer e gerar um desentendimento que, muitas vezes, se torna eterno. No entanto se o agredido permanece em silêncio, ou se responde de forma equilibrada, o conflito não se instala porque não encontra ambiente propício para sua disseminação. Heráclito (535-475 a.C), filósofo pré-socrático considerado “O Pai da Dialética”, notabilizou-se por enxergar no conflito entre os opostos o nascedouro da concórdia, da harmonia, afirmando ainda que os contrários ocupam perfeitamente o mesmo espaço simultaneamente, como o início e o final de uma esfera. “Polemos pater panton”, “o conflito é o pai de
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todas as coisas”, é uma frase dele que traduz essa sua conclusão. Mas, no caso descrito por ele, a discussão tem sempre um enfoque de respeito entre os oponentes. Assim tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, da oposição entre os contrários. Para este filósofo, a dialética pode ser exterior – um raciocínio de dentro para fora - e imanente do objeto – quando se foca na observação atenta do ser. Heráclito entende este processo dialético como um princípio. Isto permite que o Ser seja uno ao mesmo tempo em que se encontra mergulhado nas constantes mutações do contexto que o envolve. Ele ainda afirma que “a única coisa imutável no universo, é a mudança” e que “se não sabe escutar, não sabe falar”, significando que a oposição dos contrários seja efetuada com equilíbrio e harmonia. Também acredito que este é o melhor caminho a ser seguido. M.´. M.´. Heitor Freire
CONVERSA AO PÉ DO OLVIDO Muita calma nessa hora As bactérias habitam a Terra há dois bilhões e meio de anos: 2.500.000.000.
Saímos do ventre materno com nossos genes e sem nenhum micróbio. Quando atravessamos o canal vaginal da mamãe atraímos colônias de bactérias (e fungos e vírus). Elas começam a colonizar nosso intestino, estômago, boca, nariz, garganta, pele, aparelho respiratório, genitália. São mais de 10 mil espécies formando um microbioma que pesa um quilo e meio, o mesmo peso do nosso cérebro. Temos 100 trilhões de células, mas só 10% são nossas: 90% são bactérias. Herdamos 23 mil (23.000) genes de nossos pais enquanto nosso microbioma tem 4 milhões de genes (4.000.000). Há 100 anos foi feita uma descoberta extraordinária: os tipos sanguíneos. São A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-. Pois recentemente pesquisadores descobriram as pessoas podem ser classificadas pelos tipos de bactérias existentes no seu sistema digestivo, ou enterótipos. É uma revolução em marcha. Um close na Helicobacter pylori. Ela é uma espécie de bactéria que infecta a mucosa do estômago humano. Muitas úlceras, alguns tipos de gastrite e de câncer são causados pela infecção por H. pylori, apesar de a maioria dos humanos infectados nunca chegar a manifestar doenças. Estas bactérias vivem quase exclusivamente no estômago humano e
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duodeno, sendo o único organismo conhecido capaz de colonizar esse ambiente muito ácido. Ela pode ser benéfica. Sua destruição por antibióticos pode afetar o metabolismo das pessoas, causando obesidade. A descoberta da importância do nosso trilionário microbioma põe em xeque o uso indiscriminado de antibióticos. Eles matam as bactérias indiscriminadamente, podendo aumentar a incidência de asma, alergias, epidemia de obesidade. A partir de agora, a ideia de bactéria boa é bactéria morta deve ser rejeitada em nome dos direitos humanos... Indo mais fundo. Quem manda em nós: o coração, o cérebro ou as bactérias? Não é uma pergunta idiota. Basta citar dois exemplos tirados de “Os donos do mundo”, artigo do escritor americano Carl Zimmer. Um tipo de verme – o Dicrocoelium dendriticum, do gênero das fascíolas - quando adulto, se aloja no gado e em outros ruminantes. Caramujos famintos engolem as fezes das vacas e acabam chocando os ovos da fascíola. Os parasitas fazem túneis na parede do intestino do caramujo e se instalam na glândula digestiva. Lá, eles dão à luz sua cria, que vai para a superfície do corpo do molusco. Para tentar se defender, o caramujo envolve o parasita com bolas de muco e as cospe na grama. É a hora das formigas, que engolem o muco com centenas de fascíolas perfurantes. Os parasitas penetram no intestino do inseto e perambulam por seu corpo. A maioria deles vai morar no abdome da formiga, onde formam cistos, mas um ou dois se alojam na cabeça da vítima. Lá eles “fazem a cabeça” do hospedeiro. Pilotam o inseto. Comandam o inseto para, quando a tarde cair e o ar esfriar, ele se afastar de suas colegas e subir em folhas de grama. Presas nas pontas das folhas, sem poder controlar a própria vontade, as formigas esperam ser devoradas por uma vaca ou outro animal herbívoro. Se a formiga passar a noite inteira sem ser comida e o sol se levantar, as fascíolas deixam a pobre abandonar a folha e voltar para o formigueiro. Durante o dia todo, ela se comporta como um inseto normal. É que o sol direto mataria o hospedeiro, e o parasita junto com ele. No fim da tarde, quando volta a escuridão, a formiga se transforma de novo em zumbi e vai para cima da folha. Até que um dia ela consegue ser devorada. E fecha-se o ciclo. Lá está a fascíola de novo no estômago de uma vaca. Acontece o mesmo com peixes. O Euhaplorchis californiensis bota os ovos no intestino de uma ave marinha, que os elimina quando defeca. Um caramujo do manguezal come os ovos e os parasitas crescem dentro dele. Depois saem e infectam um peixe chamado killifishda-Califórnia. O verme vai para o cérebro do peixe e faz o doido se exibir para aves predadoras. O killifish acaba devorado e a ave, contaminada. O ciclo recomeça. Carl Zimmer conclui: “Quando Copérnico tirou a Terra do centro do universo e Darwin tirou do homem o privilégio da semelhança divina, continuamos pelo menos a sonhar que estávamos acima dos outros animais. Mas somos apenas uma
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coleção de células trabalhando juntas, cuja harmonia é mantida por sinais químicos. Se um organismo, por mais insignificante, é capaz de controlar esses sinais, pode nos escravizar. A conclusão é inescapável: os parasitas dominam o mundo.” O certo é que vivemos num mundo bacteriano. E, como seres aparentemente autônomos (ou autômatos?), precisamos fazer algumas perguntas que ameaçam o equilíbrio do nosso universo tão egocentrado. Em “O Gene Egoísta” (1976), Richard Dawkins apresenta uma teoria que procura explicar a evolução das espécies na perspectiva do gene e não do organismo, ou da espécie. Segundo ele, o organismo é apenas uma "máquina de sobrevivência" do gene, cujo objetivo é a sua autorreplicação e a espécie onde ele existe é a "máquina" mais adequada a essa perpetuação. E se a bactéria estiver na cabine do gene? Sempre dizemos que Deus é grande. E se ele for infinitesimal? Afirma-se que temos um inconsciente coletivo (Jung) que não é derivado de experiências individuais, tal como o inconsciente pessoal (Freud), embora precise de experiências reais para poder se manifestar. E se nosso inconsciente for bacteriano? Garantem que somos os únicos seres com uma consciência. Dizem até que somos a consciência do planeta. E se formos apenas porta-vozes dos nossos 90 trilhões de bactérias? Quem escreveu e pensou o que se pensou e escreveu aqui? Vá fundo: Michael Specter: “Germs Are Us”: http://www.newyorker.com/reporting/2012/10/22/121022fa_fact_specter?currentPage=all Tradução: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-80/anais-da-ciencia/os-microbios-somos-nos Carl Zimmer: “Os donos do mundo”: http://super.abril.com.br/ciencia/donos-mundo-441746.shtml Coluna assinada pelo Ir.·. Francisco Maciel, membro da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. D’Artagnan Dias Filho 148 – GLMERJ
COLUNA DO DIREITO Quais os cuidados necessários para as compras via internet? A par de todas as recomendações abaixo listadas, recomenda-se que o consumidor estabeleça um diálogo prévio com o fornecedor, de tal sorte que, na hipótese de ocorrer algum problema (atraso na entrega, produtos com problema, cancelamento, devolução, pagamento, reembolso, etc) saiba efetivamente como e quais serão os procedimentos a serem adotados. Se o fornecedor sequer responder sua solicitação, atenção! Este é um alerta para sua não contratação. Portanto, recomendamos os seguintes cuidados: - Buscar informações sobre o site, verificando se há recomendações no cadastro do Procon de seu Estado ou Município, e, ainda, coletando referências com amigos ou família; - Verificar qual o endereço físico do fornecedor e se existe algum telefone ou e-mail para esclarecimento de eventuais dúvidas; - Verificar os procedimentos para reclamação, devolução do produto, prazo para entrega, etc. - Verificar as medidas que o site adota para garantir a privacidade e segurança dos usuários; - Não fornecer informações pessoais desnecessárias para realização da compra; - Guardar todos os dados da compra, como nome do site, ítens adquiridos, valor pago e forma de pagamento, número de protocolo da compra ou do pedido, etc. - Guardar em meio eletrônico ou mesmo impresso a confirmação do pedido, e-mails trocados com o fornecedor que comprove a compra e suas condições;
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- Verificar se há despesas com fretes e taxas adicionais, bem como o prazo de entrega da mercadoria ou execução do serviço; - Identificar o endereço físico da empresa e seus dados cadastrais, como CNPJ. O consumidor pode checar os dados cadastrais da empresa acessando o www.registro.br; - Exigir nota fiscal; Imprimir o contrato ou arquivar em meio digital que permita uma futura impressão. Coluna assinada pelo Ir.·. Gilberto F. Pereira, Fundador da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165
DICA Os segredos dos Filhos da Luz Um novo texto no site maçônico: www.pedroneves.recantodasletras.com.br
Visite a Loja Maçônica Stanislas de Guaita 165
A Augusta e Respeitável Loja Maçônica Stanislas de Guaita 165, filiada à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, se reúne na Rua do Riachuelo 239, lojas de 1 a 5, no Centro do Rio de Janeiro, RJ, todas as terçasfeiras, a partir das 19h30. A Loja trabalha no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Academia Paraibana de Letras Maçônicas
Fundada maçonicamente em 18 de dezembro de 2003, quando se comemorou o Jubileu de Pérola do Grande Oriente do Brasil Paraíba, a Academia Paraibana de Letras Maçônicas com sede na cidade de João Pessoa, Estado da Paraíba; tem por objeto e finalidade ser uma instituição de perpetuação das tradições maçônicas, estimulando sua cultura pelo estudo e projeção dos trabalhos literários, científicos e artísticos de seus membros, visando o desenvolvimento e a defesa desses valores culturais em sua conservação e memória, além do incentivo à instrução e à cultura em todos os seus níveis. O seu quadro social é constituído exclusivamente de maçons e se divide nas seguintes categorias: Efetivos, Correspondentes, Honorários e Beneméritos. A Academia dispõe, para os seus membros efetivos, de 33 (trinta e três) cadeiras, numeradas e patroneadas por um maçom famoso.
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DOCUMENTOS E FOTOS ANTIGAS
Detalhe da maçaneta na entrada da Florence Lodge nº 87, situada na Rua Woodbury Broad, em New Jersey
EUREKA (TUREKA E NÓSREKA) Contestações, lances, bobagens, respostas, estudos, crendices, fatos, curiosidades, sofismas, perguntas, humor, nostalgia, outros e... nós!
variados,
‘nóstícias’
AntiMaçonarias2 As antimaçonarias são movimentos formados por fundamentalistas religiosos, políticos radicais e ex-maçons voltados para a crítica à Maçonaria. Sendo a Ordem Maçônica estruturada numa filosofia libertária, não condenamos a priori essas críticas. Entendemos que todo homem e toda associação (desde que se mantenham nos limites da lei) têm o direito ao livre pensamento. Todavia, analisando os fatos que deram origem à crítica sistemática, o estudioso acaba encontrando aspectos curiosos e relevantes dessa intolerância. Daí, prefiro colocar o termo antimaçonaria em itálico - e possíveis aspas! - uma vez que não existe bom-senso nem contraditório no radicalismo e na intolerância. O primeiro ensaio para a criação de uma antimaçonariafoi perpetrado pelo escritor e jornalista francês Marie Joseph Gabriel Antoine JogandPagès, mais conhecido pelo nickname Léo Taxil. Esse Taxil tornou-se conhecido na Europa entre 1870 e início do século XX por ter enganado as hierarquias eclesiásticas com falsas publicações sobre os maçons. A principal dessas "revelações" consistia no relato das desventuras de uma suposta Diana Vaughan perante uma imaginária "seita maçônica". O livro de Taxil causou grande repercussão entre o clero católico e, apesar das sábias considerações e advertências do bispo de Charleston, denunciando as falcatruas e invencionices de Taxil, o Papa Leão XIII recebeu o falsário em audiência e acabou acreditando nele... Só mais tarde descobriu-se que Marie Joseph Gabriel Antoine JogandPagès - aliás Léo Taxil, aliás Paul de Régis, A intolerância aliás Adolphe Ricoux, aliás Samuel Paul, aliás Rosen, aliás Dr. Bataille... - era o esperto e oportunista, diretor do jornaleco "La Marotte" proibido na França por violar a moral e, por causa disso, Léo Taxil fora sentenciado a oito anos de prisão. Era o mesmo Adolphe Ricoux que publicava livros anticatólicos pintando a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica. Esse homenzinho de nome grande e de vários nomes confessara muito mais em 1885, com carinha de anjo, dizia-se convertido ao catolicismo para ser solenemente recebido no seio da Igreja. Era o mesmo nanico moral Gabriel Antoine Jogand que, neste mesmo ano!,ludibriara uma Loja Maçônica a aceitá-lo como Aprendiz - grau do qual ele nunca progrediu - e onde tentou utilizar a boa-fé dos irmãos Maçons para conseguir dinheiro e promover uma imprensa anticlerical. Um homem de mil caras esse Taxil. No ano seguinte Taxil achou por bem tornar-se o autor oficial da antimaçonariapromovendo a venda indiscriminada 2
Fonte: http://www.zmauricio.blogspot.com/ (março de 2011).
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de novos livros e jornais sobre o assunto. Tomava dinheiro de uns para escrever e publicar contra outros. Taxil foi o mestre da cizânia. Aproveitou as alucinações de Eliphas Lévi (aliás abade Alphonse Louis Constant) e endereçou novas "acusações" contra a Ordem que inadvertidamente o iniciara. Despejou entre os franceses o café requentado da época dos Templários: os maçons seriam satanistas e adoradores de um ídolo com cabeça de bode chamado Baphomet.Essa reinvenção do absurdo ressuscitou a malfadada figura do bode como ícone (maldito) da Maçonaria. Entre 1886 e 1887, doente e com medo da morte, constantemente assombrado pelo diabo que ele mesmo criara - trêmulo diante da perspectiva do Juízo Onipotente - Taxil acabou por confessar suas fraudes. Mas era tarde demais, o mal estava feito: a calúnia é semelhante à história daquele homem que subiu no alto de uma torre e espalhou um saco de penas sobre a cidade – impossível recolher todas... impossível recomposição. No século XX as bases das antimaçonarias assentaram-se em três elementos: as fantasias de Léo Taxil, o fanatismo religioso e os movimentos políticos totalitaristas: o salazarismo, o fascismo, o nazismo e o stalinismo.Quanto ao comunismo, o Quarto Congresso da III Internacional (novembro de 1922) estabeleceu "a incompatibilidade entre a Maçonaria e o Socialismo" tido como evidente na maioria dos partidos da anterior II Internacional.A Maçonaria foi considerada como "organização do radicalismo burguês destinada a semear ilusões e a prestar seu apoio ao capital organizado em forma de Estado". Em 1914 o Partido Socialista Italiano expulsou os maçons de suas fileiras e o Quarto Congresso recomendou ao Comitê Central do Partido Comunista francês a tarefa de liquidar, antes de 1º de janeiro de 1923, todos os vínculos do partido com alguns de seus membros e de seus grupos com a Maçonaria.Todo aquele que antes de 1º de janeiro de 1923 não declarasse abertamente e a público, através da imprensa do partido, sua ruptura total com a Maçonaria ficaria automaticamente excluído do Partido e sem direito a reafiliar-se no futuro. Felizmente esse tipo de oposição foi revisto na segunda metade do século XX: a Maçonaria tem hoje mais de 300 Lojas em Cuba (Gran Logia de Cuba fundada antes da revolução - em 1859 - e mantida por Fidel Castro). Além disso, desde 1995 a Grande Loja da Rússia prossegue em seus trabalhos com Lojas sediadas em Moscou, St. Petersburg, Voronezh, Vladivostok, Yaroslavl, Kaliningrad, Novosibirski, BeliyRitzar, Voronezh, Stavropal, etc... (fonte: List Of Lodges, Pantagraphprinting). Em 1945 o nazismo impedira o funcionamento das Lojas Maçônicas na Alemanha. Leo Taxil Nos países ocupados as Lojas foram queimadas e todos seus arquivos confiscados e queimados. O prejuízo para a história da Ordem foi incalculável. Os líderes da Maçonaria alemã foram sumariamente assassinados sob o pretexto de que a maçonaria mantinha ligações "ilícitas" com o judaísmo internacional; outros foram mandados para campos de concentração, juntamente com suas famílias; eram obrigados ostentar nas vestes a estrela de seis pontas que é, ao mesmo tempo, judaica e maçônica (Estrela de Davi). Enquanto isso, nas fileiras da resistência permaneceram maçons ingleses, americanos, franceses, dinamarqueses, tchecos e poloneses. Este é um fato que a atual antimaçonariaparece desconhecer... Sir Winston Churchill, líder e principal vitorioso da 2ª Grande Guerra, era maçom - iniciado em 24 de maio de 1901 na “StudholmeLodge nº 1591” e conduzido ao Grau de Mestre, em 25 de março de 1902, na “Rosemary Lodge nº 2851” de Londres. Para entendermos as antimaçonaria s é necessário ressaltarmos que a Ordem apresenta duas correntes principais: a regular e a paralela. Maçonaria regular é a de origem judaico-cristã (católico-protestante) surgida como "Operativa" por volta de 1356 e tornada "Especulativa" em 1717. Essa Maçonaria sempre conviveu com a Igreja Católica ou com os Anglicanos e/ou Protestantes quando o Vaticano lhes fez oposição. A outra, chamada "maçonaria paralela", é a que supostamente possui elementos "contraditórios" com as teses da Maçonaria regular, por exemplo: a aceitação em seu meio de místicos exacerbados, pagãos e outras correntes esotéricas e similares. Essa dicotomia não afeta os laços de fraternidade dentro da Ordem como um todo. Mas, os inimigos da Maçonaria se aproveitam da convivência pacífica entre essas correntes e "colocam todas as laranjas no mesmo saco". Quanto ao fanatismo religioso, torna-se mais difícil analisá-lo nos dias de hoje. Muitos de seus "baluartes" estão na internet ocultos em matérias e sites anônimos. Do outro lado, a falta de estudo e pesquisa em vários segmentos da Ordem Maçônica propicia a esses adversários a formação de redes descontínuas e propositadamente confusas onde se misturam fatos e preconceitos.Apesar de assentarmos os trabalhos das Lojas sobre cânones da literatura sagrada (no nosso caso a Bíblia), o fanatismo religioso usa esses mesmos textos para condenar e desacreditar as instituições iniciáticas e o trabalho que realizamos em benefício da sociedade. Apegam-se num ou noutro deslize, numa ou noutra falha humana para condenar uma ideologia inteira que vem sobrevivendo dignamente durante séculos, com enormes sacrifícios e mesmo com a vida de seus membros. Isto sem falar no auxílio que dispensamos às demais instituições (religiosas e iniciáticas) e na defesa que lhes prestamos sempre que sintam ameaçadas. A Maçonaria é uma organização de homens sujeitos aos mesmos erros e imperfeições que acometem nossos detratores. Com uma diferença: não pretendermos ser infalíveis nem ocultamos nossos atos sob a capa da religiosidade. Colaboração do MI Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug e Resp Loj Maç Stanislas de Guaita 165
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Com a palavra o leitor: O que é ser espírita Antes de ler o texto, tente responder às seguintes perguntas: 1. O que é ser espírita? Em que se baseia a sua crença? 2. Há diferença entre ser espírita e ser verdadeiro espírita? Agora que você já tem suas respostas, leia o texto deste capítulo e compare. Quando você pergunta de que forma uma pessoa se torna espírita podemos responder dizendo: é quando ela crê e admite os seguintes princípios básicos (ou fundamentais) da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. 1°) Na existência de Deus, criador de todas as coisas que se encontram no Universo, isto é, os espíritos encarnados e desencarnados e o mundo material. 2°) Na imortalidade da alma, que sobrevive após a morte do corpo físico. É bom que se diga que isso foi comprovado cientificamente por Allan Kardec, através de procedimentos por ele concebidos aos quais submeteu as inúmeras mensagens recebidas por diversos médiuns. 3°) Na evolução de todos os espíritos pela reencarnação. Criados por Deus na condição de simples e ignorantes, isto é, sem conhecimento algum e sem nenhum progresso moral, eles podem, através das reencarnações, atingir a perfeição espiritual, a mesma conquistada por Jesus. 4°) Na comunicação dos espíritos desencarnados com os encarnados, tal como aconteceu no Monte Tabor, segundo a Bíblia, quando dois mortos – os espíritos Elias e Moisés – conversaram com Jesus. A pessoa, portanto, aceitando pela fé raciocinada esses princípios fundamentais do Espiritismo, pode ser considerada espírita. No entanto, reconhecemos o verdadeiro espírita por sua transformação moral, conforme conceituação de Allan Kardec no capítulo “Sede Perfeitos” de O Evangelho Segundo o Espiritismo. A transformação moral do espírita se dá quando ele pratica a caridade em toda a sua extensão e procura melhorar-se moralmente no modo de pensar e de agir. Podemos afirmar que Chico Xavier foi exemplo de um verdadeiro espírita, como foi Bezerra de Menezes – o médico dos pobres – quando esteve entre os encarnados. Suas vidas são exemplos de humildade, de abnegação, e de profundo respeito ao sofrimento alheio e de amor ao próximo, por terem adotado como lema em suas vidas: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. Agora, respondendo às duas perguntas iniciais, temos as seguintes respostas: 1ª Resposta: Ser espírita é crer na existência de Deus; na imortalidade da alma; na evolução do espírito pela reencarnação; e na comunicação dos espíritos. 2ª Resposta: O verdadeiro espírita além de admitir e crer nos princípios fundamentais do Espiritismo utiliza-os para modificar a sua conduta, tendo como lema: “Fora da caridade não há salvação”. Sugestão para leitura Leia, para consolidar esses ensinamentos, os livros: A Gênese, publicada por Allan Kardec, capítulo 13, item 17 “Sinais dos Tempos”, editado pela Federação Espírita Brasileira (FEB); e O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. 17, item 3 “Os Bons Espíritas”, editado pela FEB. Texto de Gerson Simões Monteiro, enviado pelo Irmão Dorival Santos (A.´. R.´. L.´. M.´. Stanislas de Guaita 165, GLMERJ)
Enquete inútil: Pergunta: Pergunta: Uma enquete diferente das anteriores! Finalmente algo novo! Algo, digamos, criativo! Folha Maçônica Nº 401, 18 de maio de 2013
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Abaixo dois temas musicais para você identificar. Uma dica: são temas de seriados televisivos do século passado! E se você tem menos de 40... Vai ser difícil, exceto o primeiro tema que é uma ‘moleza’! Boa Sorte! ÁUDIO ENQUETE 1-FOLHA MAÇÔNICA-AQUILINO R. LEAL.wav
ÁUDIO ENQUETE 2-FOLHA MAÇÔNICA-AQUILINO R. LEAL.wav
Para escutar o áudio basta um duplo click com o botão esquerdo do mouse no respectivo ícone – não esquece de ligar o sistema de som doteu computador! (Envie-nos sua resposta e a publicaremos semana que vem.) Pergunta de edição anterior: O
chocolate que fica esbranquiçado está estragado?
Não. O chocolate com aspecto esbranquiçado sofreu a ação do calor. Um dos principais componentes do chocolate é a manteiga de cacau; quando o produto é exposto a temperaturas acima de 28ºC, ele amolece e a manteiga se separa da cacau. Ela fica concentrada na superfície do chocolate mesmo depois que ele volta a endurecer.
Visite nossas páginas online: Novo Site para download das edições da Folha Maçônica: http://sdrv.ms/QobWqH Novo link do ponto cultural da FM onde estão disponibilizados mais de 14 mil títulos sobre a Ordem e afins; como está em fase de conclusão existirão falhas que pedimos serem apontadas para o seu melhoramento, assim como aguardamos comentários no sentido da apresentação e conteúdo.
Blog com desenhos e pinturas do Irmão Robson Granado: http://robsongranado.blogspot.com/
“Oh! Quam bonum est et quam jucundum, habitare fratres in unum!”
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