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Auxílio externo ao executante

Auxílio externo ao executante

Esta variável refere-se a aplicação de forças por outro indivíduo permitindo uma execução conforme previsto, sem uma interferência em outras variáveis, como por exemplo, a duração da repetição, a amplitude de movimento. Considerando-se que uma determinada carga de treinamento deverá ser realizada, deve-se estar atento para que este auxílio não seja o principal responsável pela execução do exercício, mas somente permita a sua realização dentro do volume, intensidade e duração previstos. No exercício “rosca direta”, o aumento do peso pode reduzir a velocidade na posição de menor torque (início da ação concêntrica). Isto pode gerar movimentos acessórios ou a necessidade de auxílio externo para manter a duração da repetição prevista no programa de treinamento. O auxílio externo poderá ocorrer tanto na situação onde há menor geração de torque articular como no momento em que a fadiga prejudicar a execução do treinamento conforme previsto. Algumas observações devem ser feitas para um auxílio adequado: • Quantidade de força a ser aplicada • Manter a trajetória e a amplitude de movimento • Posicionamento para auxílio • Aplicar força no ponto apropriado • Aplicar força no tempo apropriado

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Perante todas estas variáveis que podem (e devem) ser manipuladas no programa de treinamento, o profissional deve ter a consciência de que há tempo disponível para analisá-las adequadamente de acordo com as necessidades e objetivos presentes. Isto somente demandará o desenvolvimento desta capacidade de análise, associada ao conhecimento disponível, para que este procedimento se torne rotina profissional. Deve ficar claro também que cada variável apresentará uma importância relativa em um determinado momento na prescrição do treinamento. Isto significa que deve ser analisado qual(is) variável(is) deve(m) ser manipulada(s) em cada momento. Na situação descrita

para o exercício “rosca direta” apresentado anteriormente, pode-se optar, por exemplo, não pelo auxílio externo ao executante, mas pela redução do peso ou do número de repetições, além da diminuição da ADM. A manipulação de cada uma destas variáveis resultará em diferentes possibilidades que devem ser consideradas de acordo com o objetivo presente.

Qual a diferença entre componentes da carga de treinamento e variáveis estruturais ?

Respondendo:

1) Os componentes já estão estabelecidos na literatura e servem de referência para o dimensionamento do treinamento visando à promoção de determinadas adaptações fisiológicas. Os componentes da carga tradicionalmente descritos são: volume, intensidade, duração, frequência e densidade, sendo que alguns valores de referência são conferidos a estes componentes para se treinar na musculação visando diferentes objetivos. 2) As variáveis estruturais do treinamento são os elementos presentes no programa que podem ser manipulados, conduzindo a alterações nos componentes da carga. 3) Manipulamos as variáveis para chegar a uma determinada característica dos componentes da carga de treinamento.

ANALISE ESTE QUADRO:

Programa de treinamento nº 5.

Os componentes apresentam os mesmos valores em ambos os exercícios. Então, porque acrescentar as variáveis estruturais no raciocínio? 1) Porque para o agachamento, dois indivíduos podem realizar os mesmos componentes da carga, mas com diferentes trajetórias e posições dos segmentos corporais. Isto resultará em estímulos específicos para cada indivíduo, pois os músculos envolvidos podem encontrar-se, por exemplo, em posições diferentes na curva de comprimento-tensão. 2) Por que estes valores dos componentes da carga, podem ser alcançados através da manipulação de diferentes variáveis que se encontram na estrutura destes programas de treinamento. Considerando que se trata do 5º programa, veja o exemplo a seguir:

Exercício: pulley

Exercício: agachamento

Como pode ser visto nos exemplos, os programas foram manipulados de maneiras diferentes antes de apresentarem a mesma configuração em sua 5ª prescrição. Este exemplo poderia ser ampliado incluindo a manipulação diferenciada de outras variáveis, como o auxílio externo ao executante ou a trajetória, entre outras. 3) Porque talvez somente fosse possível manter estes componentes da carga para o agachamento, por que a amplitude de movimento realizada não era completa, diferentemente do pulley possível de ser realizado com amplitude completa. Temos que considerar que o estímulo poderá ser diferente, pois os músculos envolvidos na execução do agachamento podem encontrar-se em posições diferentes na curva de comprimento-tensão, diferentemente do pulley.

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A sistematização das variáveis estruturais representa um processo dinâmico e em desenvolvimento. O surgimento de novos conhecimentos cientificamente estabelecidos certamente será incorporado ao modelo proposto, na constante e necessária busca pela excelência do trabalho de todos aqueles que utilizam a musculação no treinamento. É importante ressaltar o amplo registro de possibilidades que se abre quando o modelo das variáveis estruturais é compreendido e colocado em prática. Para que essa compreensão possa atingir níveis ótimos, deve-se ficar atento aos problemas inerentes à padronização do processo de treinamento como fator limitante desse universo de possibilidades exposto. Uma interferência prática eficiente deverá ser o objetivo final tanto de pesquisadores, que desenvolvem o conhecimento, quanto daqueles que buscam este conhecimento para o exercício de sua atividade profissional.

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