ventanas de la feliz-cidade

SENTIR A CIDADE

MONTAGEM URBANA E MICRORESISTÊNCIA: A ARTE E A ARQUITETURA COMO CONSTRUTORAS DE DISSENSOS

"VENTANAS" DE LA FELIZ - CIDADE

PROJETO ARQUITETÔNICO VII - JAZMIN DESVARS ROYG ::

“No entanto, a cada dia mais, nossos lugares em vez de se abrirem para os outros, de se prepararem para receber os outros, serem hospitaleiros, fecham-se em campos, em verdadeiros campos de reclusão (...)”

Fernando Fuao

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O CENTRO

O centro histórico de Florianópolis hoje é cenário de uma grande diversidade de pessoas, encontros e percursos.

A escala humana é fácilmente perceptível: edificações baixas, ruas estreitas com preferência para pedestres, calçadões exclusivos de pedestres, grandes janelas que propiciam a comunicação de áreas internas e externas.

Com o decorrer do tempo, adições foram feitas à arquitetura original e técnicas inéditas de "preservação do patrimonio" surgiram.

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A HOSTILIDADE DA ESPETACULARIZAÇÃO Os espaços menos espetaculares da cidade resistem, assim, nesses corpos moldados pela sua experiência, ou seja, resistem nas corpografias resultantes de sua experimentação, uma vez que esses corpos denunciam, por sua simples presença e existência, a domesticação dos espaços mais espetacularizados, sua transformação cenográfica.

(BRITTO e JACQUES,2008) Resistir aos espaços espetacularizados na cidade é uma luta diaria.

A arquitetura histórica que um dia foi concebida para ser receptíva hoje se veste de hostilidade para aqueles que não podem pagar sua estadia.

"Entretanto, há formas, geometrias que propiciam o acolhimento, enquanto outras são formas que afastam, distanciam. De outra maneira, refletir sobre a hospitalidade também é denunciar as formas sutis pelas quais a ética da hospitalidade acaba por servir a outros fins que não são os seus, como os comerciais por exemplo" (FUÄO, 2013).

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A RESISTÊNCIA A ideia é despertar conciencia sobre espaços hostis na cidade e assim resistir a eles. Colocar plaquinhas que convidem a sentar em alguns dos lugares onde a opção de sentar foi reprimida. A intervenção inclui a utilização de almofadas de proteção quando for necessário.

PLACAS CONVIDATIVAS

ALMOFADINHAS

As placas convidam a sentar nos lugares hostis. Feitas em MDF reutilizado de uma placa existente na maquetaria da UFSC.

As almofadinhas ajudam a protejer a qualquer pessoa que queira sentar e participar da intervenção

LUGARES HOSTIS O centro de Florianópolis está cheio de peitoris e vitrines hostis.

Evitar a degradação ou a poluição das vitrines é o objetivo dessa hostilidade.

Vender, logo existir.

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rua conselhero mafra

vitrine 01

vitrine 02

vitrine 03

A INTERVENÇÃO 16.05.2018. Intervenção urbana - plaquinhas convidativas. Quando a arquitetura não fala por si só, as plaquinhas precisam convidar as pessoas a sentar.

Na Rua Conselhero Mafra, foram colocadas plaquinhas em 3 vitrines que tinham grades que impediam as pessoas de encostarem ou sentarem nos peitoris.

"Hospitalizar a cidade como um todo. Tratá-la, cuidá-la, devolver aquilo que lhe foi retirado pela violência, saná-la. Não colocar dentro de um hospital, mas hospitalizar abrindo, recebendo" - (FUÃO, 2013).

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RESULTADO

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Foram observados diferentes tipos de interação, poucos sentaram, vários se questionaram e muitos outros passaram, olharam e sorriram.

Em algumas ocasiões, as plaquinhas pareciam forçar uma interação que deveria acontecer naturalmente. E ao invés de sentar naqueles lugares, as pessoas escolheram não sentar por medo de serem "observadas".

"Fica dificil acontecer a hospitalidade sem aberturas" "(...)espectros de violência por todos os lados, sufocando o sentido da beleza pública, da felicidade. Da ‘felizcidade‘".

FUÃO, 2013

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