motel urbano e praça frederico rola

Page 1

PRAÇA PRAÇA

MOTEL MOTEL

PROJETO ARQUITETÔNICO – POLÍTICO SOBRE DIMENSÕES DO MERCADO SEXUAL E A CIDADE DE FLORIANÓPOLIS Académico: Mario André Ponce Alvazzetti Professor: Rodrigo Gonçalves dos Santos Disciplina: Projeto Arquitetonico VII Matrícula: 12106601


Recanto Orgial “Los Angeles” Na cidade de Florianópolis, encontram-se diferentes personagens do espaço urbano. Com a experiência Box Walking realizada no centro da cidade, encontra-se que a diversidade destes personagens nas camadas espaço-tempo da cidade, se apropiando assim do espaço de jeitos diferentes em momentos diferentes do dia e noite; sendo que a atividade desenvolvida em períodos noturnos representaria o antônimo social das atividades feitas no período diurno, criando um conjunto de preconceitos e perspectivas sociais em relação ao espaço mencionado, fazendo deste. E este é o caso da Rua Conselheiro Mafra, Tenente Tolentino, a Rua Frederico Rola e a região que eles envolvem, por se verem relacionadas com um mercado sexual noturno por meio da apoderação das profissionais do sexo deste espaço e o exercício das suas funções laborais. O mercado sexual florianopolitano possui uma dimensão histórica cheia de simbolismos políticos espaciais, onde pessoas de todos os gêneros (principalmente do feminino) e das camadas mais baixas da sociedade, recorreram a este mercado para a aquisição do capital necessário para a solvência econômica correspondente as demandas financeiras do estilo de vida escolhidas livremente por eles. Como possivelmente, como se diz que é, “o trabalho mais antigo do mundo”, é uma atividade que merece representatividade nas escalas de ação política da cidade; onde já foi perseguida pela libertinagem simbológica da profissão, que não condis com as bases moralistas do catolicismo, o pensamento burguês e a sociedade herdeira dos portugueses colonizadores. A criminalização dentro do espectro jurídico brasileiro referente ao mercado sexual surge a partir da exploração do trabalho e corpo alheio para o lucro pessoal, como é o caso das redes de cafetinagem local e todas as ferramentas que densificam e aumentam a tendência do mercado sexual exploratório. Pelo qual existe a possibilidade dentro da lei que o cidadão escolha a prostituição independente deste sistema exploratório e se encontre dentro da lei. Já no livro Pantaleón y Las Visitadoras de realismo crítico, Mario Vargas Llosa expõe a operação secreta da milícia peruana na qual se colocou um bordel para o exército para que o mesmo não reagisse atos de abuso e estupro à sociedade feminina na área de intervenção. O projeto a Praça F. Rola e o motel urbano inserido dentro dela surgem como resposta a esta possibilidade jurídica para o exercício desta profissão, impulsando a prostituição independente deste sistema exploratório, enfraquecendo as bases dele e sendo absorvida e encarada como a profissão que é, aquela que mesmo com o passo do tempo e a evolução da moral, se manteve ativa nas suas diferentes formatações, contrastes e matizes, além de propor um espaço onde possa ser mitificada como elemento integrado à sociedade e aconteçam atividades artísticas livres e manifestações culturais, além do próprio lazer urbano. Colocando estes elementos no mesmo nível espacial e marcando a horizontalidade das suas naturezas, se expõe na linguagem do projeto as novas relações desenvolvidas neste espaço da cidade, onde além do comercio, possa destacar a cultura, e esta mesma cultura como elemento de integração e desenvolvimento da malha de conhecimento social.

LOCALIZAÇÃO

O projeto situa-se em Santa Catarina, na região central da cidade de Florianópolis, frente ao Terminal Rodoviário Rita Maria, área conhecida popularmente por ser densificada por “puteros” e a forte presença do sistema informal e criminoso de exploração sexual. Próximo ao mercado público e à área destinada a ser o novo projeto de praça do mercado público, o projeto planeja-se como eixo continuo e integrador das atividades centrais e dinâmicas de apoderação do espaço, além de ser um espaço claramente visível e frequentando, dando lugar ao choque cultural e início dos diálogos de desconstrução social.

MOTEL URBANO L’ QUEER

Setor destinado à satisfação dos prazeres carnais e entretenimento social dos consumidores e da população.

PRAÇA TRATION

Setor destinado à exposição artística, permeável a cidade e a servir de preludio entre as diferentes dimensões morais do projeto.

ANFITEATRO S. MONTILLA

Setor destinado às manifestações artísticas, com infraestrutura aberta ao público, dialogando com a população e criando um nicho nuclear de lazer e espontaneidade coletiva.

PRAÇA PENNY

Setor destinado ao lazer público e ao entretenimento da comunidade em suas relações com áreas verdes escassas no centro da cidade.


Escala 1:500 ESCADA DE EMERGÊNCIA ELEVADOR DE VEÍCULOS (SUBIDA)

ESTACIONAMENTO

PASSARELA AREA DE LAZER NATURAL ELEVADOR DE VEÍCULOS (DESCENSO)

ANFITEATRO


Circulação horizontal aberta destinada aos veículos, dando acesso aos quartos na altura do mezanino dos mesmos, acessando pela garagem e mantendo o nível privativo.

Garagem privativa.

Fachada de vidro com pé direito duplo

Circulação horizontal fechada destinada aos funcionários, dando acesso aos quartos no nível inferior dos mesmos, permitindo a manutenção e atenção de serviço.

Quarto - nivel inferior, lugar do acontecimento.

CIRCULAÇÃO

DISTRIBUIÇÃO

Em base ás origens da palavra motel, na frase “motor hotel”, foca-se na circulação de veículos pensado de jeito que possa se manter a discrição dos frequentadores dentro das instalações, reforçando a mitificação do motel. A circulação é dividida em 2 partes, uma para os funcionários e outra para os clientes, dividindo inclusive o acesso dentro do próprio quarto, onde se disponibiliza um pé direito duplo com o uso do mezanino superior como garagem e na parte inferior se desenvolveria o ato principal. Após a conclusão dos atos, os clientes podem se retirar pelos seus veículos através do elevador de saída.

Em funções de organização e fluxos, planteia-se 8 quartos por cada dois pavimentos, totalizando 24 unidades, cada uma com pé direito duplo e garagem integrada. Adicionalmente, usa-se elevadores para acesso à cobertura onde possui-se um bar e as instalações administrativas e de serviço geral. A disposição dos blocos e os corredores de circulação, permitem um espaço aberto que permite a criação de eixos compositivos e de fluxo destinados à Praça Tration.

Brises verticais de madeira para proteção e discrição.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.