orla seca O Parque Observatório da Cidade e as Unidades de Conservação nos Morros de Porto Alegre Discente: Rodrigo Steiner Leães Orientador: Sérgio Moacir Marques
região metropolitana
design gráfico desenvolvido pelos servidores da secretaria municipal de obras e viação / Divisão de Arquitetura e Urbanismo de Porto Alegre
Sumário
1. Aspectos relativos ao tema
1.1 Justificativa da temática escolhida............................................................................7 1.2 Programa, Sítio e Tecido Urbano...............................................................................8 1.3 Objetivos da proposta...............................................................................................8
2. Desenvolvimento do Projeto
2.1 Níveis e padrões de desenvolvimento......................................................................13 2.2 Metodologia e instrumentos de trabalho..................................................................13
3. Definições gerais
3.1 Agentes de intervenção e seus objetivos.................................................................15 3.2 Caracterização da população alvo...........................................................................15
4. Programa
4.1 Descrição das atividades..........................................................................................17
5. Levantamento da área de Intervenção
5.1 Sobre os morros de Porto Alegre..............................................................................23 5.2 Unidades de conservação existentes.......................................................................23 5.3 Identificação dos usos no topo dos morros..............................................................25 5.4 Sistemas de circulação.............................................................................................25
6. Condicionantes Legais
6.1 Código de Edificações e Plano diretor......................................................................27 6.2 Histórico dos planos com relação aos morros..........................................................27 6.3 Normas de proteção ambiental.................................................................................27 6.4 Plano de manejos existentes.....................................................................................27 6.5 Mecanismo econômico para a implantação das UC´s.............................................27 6.6 Norma de Acessibilidade..........................................................................................27
7. Fontes
7.1 Bibliografia.................................................................................................................28 7.2 Entrevistas..................................................................................................................28 7.3 Sites............................................................................................................................28
8. Anexos
8.1 Portfólio......................................................................................................................30 8.2 Histórico Escolar........................................................................................................34
Os signos são, pois, uma força social e não simples instrumentos de reflexo das forças sociais. Umberto Eco
5
1° PDDU - Prefeitura Municipal de Porto Alegre
6
1. Aspectos relativos ao tema 1.1 Justificativa da temática escolhida
Os morros de Porto Alegre conformam um limite natural de expansão da cidade. Desde o Plano de 59, essa parte do território é observada com resguardo e estudo. A cadeia de morros de Porto Alegre delimita, junto à presença do Guaíba, o solo no qual a cidade foi tecida. Se à beira do Guaíba temos uma orla linear, que separa a cidade do rio, no topo dos morros de Porto Alegre temos uma espécie de uma orla seca, que separa a zona urbana da zona rural. A expansão da cidade para além dos morros foi considerada economicamente inviável, conforme estudos realizados pela Divisão de Arquitetura e Urbanismo da Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) na década de 70. A criação da malha viária e infraestrutural para suprir a demanda urbana nesses locais demonstrou-se extremamente oneroso. Nessa época, no entanto, o então Prefeito de Porto Alegre, Thelmo Thompson Flores, consolidou o bairro da Restinga, mesmo com objeções dos funcionários das secretarias municipais. A implantação deste território destinado à 30.000 habitantes acabou por polarizar a cidade, o que gerou uma expansão razoavelmente intensa em direção a zona sul da cidade. A partir disso, os morros de Porto Alegre foram sendo ocupados pouco a pouco por aqueles que não têm acesso a uma parcela de solo na cidade formal. Nesse espaço, identifica-se, também, a influência daqueles que detém a posse do solo, e que, em algumas ocasiões, negociaram com a Prefeitura Municipal estratégias de compensação, com o intuito de lotear sua parcela do território. É o caso do morro da pedra redonda, de propriedade da empresa Marsiaj Oliveira, a qual negociou com a prefeitura de Porto Alegre em meados dos anos 80 a doação de uma área no topo do morro da Pedra Redonda para que a Cúria Metropolitana construísse um santuário. Em troca, a empresa poderia lotear uma parcela do morro. Estratégias como essa acabaram por configurar uma razoável proteção contra a ocupação total dos morros e deveriam ter sido controladas com mais cuidado. É neste sentido que o tema abordado neste trabalho de conclusão aponta. A possibilidade de criação de Unidades de Conservação nos morros de Porto Alegre, através de mecanismos econômicos que agem em favor da conservação natural dos mesmos. O trabalho pretende formalizar a infraestrutura física necessária para o controle e manutenção dessas UC’s e um centro de controle das mesmas no Morro da Polícia (Morro das Antenas). Implantar-se-á, também, um parque observatório da cidade para dar acesso ao reconhecimento do território a todos os cidadãos porto alegrenses. As antenas serão redesenhadas e ganharão uma estrutura de apoio necessária para o seu bom funcionamento. A prefeitura se responsabilizará pelo aluguel do espaço nas antenas e esta verba será revertida ao programa das UC’s. Se a cidade restringisse por completo a ocupação deste solo privado, a Prefeitura Municipal deveria necessariamente desapropriar essas áreas, o que, mais do que não representar uma medida dinâmica em relação ao uso do solo na cidade, não apresentar uma contrapartida coerente com a capacidade econômica do município. Criar cenários é o que podemos fazer em um trabalho de conclusão de curso em Arquitetura e Urbanismo. Esse cenário por vezes nos move como sociedade e este movimento conduz a uma realidade. De qualquer maneira, não podemos repetir com os morros o erro que cometemos quando viramos a cidade de costas para o rio.
“Tudo que faz parte de um sistema, faz parte de outro maior. E este sistema maior faz parte de outro maior que faz parte de outro maior” - Moacyr Moojen Marques
7
Plano de ExpansĂŁo da Cidade Mapa da RegiĂŁo Metropolitana de Porto Alegre A cidade para nos morros 8
1.2 Programa, Sítio e Tecido Urbano
O programa proposto se desenvolve em torno de duas situações diferentes: primeiro, o parque observatório da cidade com o centro de controle das UC’s no morro da polícia e, segundo, o programa base para a formalização de cada uma das UC’s. Na situação deste Centro de Controle das Unidades de Conservação no morro da Polícia, o programa será definido pelo recebimento de três grandes funções pelo prédio: as antenas de tv e rádio, o Instituto de Biociências da UFRGS e, por último, o parque observatório da cidade. As antenas de rádio e TV vão ser redesenhadas e terão salas de apoio e infraestrutura adjacentes, com sala do gerador, baterias, salas de manutençãoe salas de apoio para as emissoras. O Instituto de Biociências da UFRGS vai absorver um centro de pesquisa, com laboratórios, salas de projeção, salas de reunião, almoxarifado, alojamento para pesquisadores e funcionários, banheiros, refeitório, administração, coordenadoria das UC´s. Por sua vez, o Parque Observatório da Cidade vai ganhar uma recepção, Salão de Exposições, Sala das Lunetas, banheiros, restaurante, bar/café e um auditório ao ar livre. Na segunda situação, formalizar-se-á um programa base para cada uma das UC´s, que ganhará escala de acordo com cada situação específica de projeto. Sabe-se que haverá uma trilha ligando as sedes das UC´s mais próximas as áreas mais urbanizadas da cidade. O programa compreenderá uma recepção de visitantes, alojamento para pesquisadores e fiscalizadores, um bar/café, um mirante, e salas para pesquisa e proteção ambiental.
1.3 Objetivos da proposta
O objetivo deste trabalho é formalizar as Unidades de Conservação nos morros de Porto Alegre com a implementação de um grande equipamento urbano, o parque observatório da cidade e a trilha da orla seca, afim de barrar o crescimento desordenado da cidade para uma região que deve ser preservada como patrimônio natural da cidade. Para tanto, é preciso também dar acesso a população à esses parques e, dessa forma, entende-se necessário a implantação de estruturas que colocam estes parques em pleno funcionamento, garantindo sua função primordial que é a conservação do ambiente natural. A função do trabalho é a de abrir possibilidade para um cenário até então não articulado para a cidade, iniciando uma discussão com um desenho que com certeza iria ser refinado caso o trabalho fosse realizado por mais de duas mãos. A relevância não está tanto no desenho, mas sim nas intenções.
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À esquerda, Observatório Fabra, Barcelona À direita, Morro da Polícia, Porto Alegre
10
11
12
2. Desenvolvimento do Projeto 2.1 Níveis e padrões de desenvolvimento
O nível de desenvolvimento do projeto se difere em cada etapa de projeto, entretanto, cada entrega apresentará detalhes suficientes para que a proposta seja compreendida em acordo com cada etapa.Devido a extensão da área de trabalho a etapa intermediária conterá, em função do tempo, menos definições que a entrega final.O trabalho tem como base as seguintes elementos, que no decorrer do semestre podem ser alteradas e acrescidas para necessária compreensão da proposta: Diagramas Planta de localização Planta de situação Implantação Plantas baixas Cortes Elevações Cortes setoriais Detalhamentos Perspectivas Maquete
2.2 Metodologia e instrumentos de trabalho
O projeto será elaborado em três etapas, cada uma com variações de níveis de desenvolvimento do trabalho. A primeira etapa do trabalho de conclusão apresenta o tema do trabalho, seu programa e levantamentos do local de trabalho. A segunda parte trata sobre o partido geral do projeto e definições programáticas, essa etapa é chamada intermediária. A etapa final, resultado do TCC, é desenvolvida em cima da avaliação da segunda etapa e contém o anteprojeto de arquitetura com detalhamentos de arquitetura. O trabalho se instrumentaralizara em bibliografia pertinente, referências teóricas e de projeto, além de entrevistas com pessoas da área e ligadas ao estudo dos morros de Porto Alegre.
13
Foto da caminhada anual ao morro da Polícia durante a semana de comemoração do aniversário da cidade. Fonte: websmed.portoalegre.rs.gov.br
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3. Definições gerais 3.1 Agentes de intervenção e seus objetivos
O Instituto de Biociências da UFRGS foi responsável por boa parte do desenho dos planos de manejos criados para as Unidades de Conservação existentes. Nesse cenário, explora-se a centralidade desta instituição, com o peso de ser parte de uma universidade altamente prestigiada, para ser o agente centralizador desta bandeira. A Prefeitura Municipal é de suma importância para que este cenário seja concretizado, tanto dando suporte técnico através da SMAM, como ajudando a desenhar os mecanismos para angariação de recursos financeiros, através de bolsas como a BVRio. Por último, um agente de grande importância são os propritários das terras a serem transformadas em Unidades de Conservação.
3.2 Caracterização da população alvo
A população alvo é composta por pessoas das mais diversas matizes. Por se tratar de um trabalho de caráter urbano, por também se tratar de um parque dentro de um sistema de unidades de conservação, não é equivocado se dizer, num primeiro momento, que a população alvo é toda a população de Porto Alegre. No entanto, para fins didáticos, estabelece-se o público alvo como sendo aquele formados por pesquisadores em biociências, integrantes de instituições em defesa do meio ambiente, participantes de grupos de corrida, grupos de mountain bike e etc.
15
Dorte Mandrup - Icefjord Center Noruega
Peter Zumthor - Mining Museum Noruega
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4. Programa
par que
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programa base de cada Unidade de Conservação
17
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18
4.1 Descrição das Atividades
1. Parque Observatório da Cidade e Centro de Controle das UC´s
5
2. Parque Municipal Gabriel Knijnik 3. U.C. Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus
4
6
4. U.C. Parque da Pedreira
1
5. U.C. Morro Santana 10
2
6. U.C. Santa Tereza 7. U.C. Parque Natural Municipal do Morro do Osso 3
8. U.C. Aberta dos Morros 9. U.C. Refúgio da Vida Silvestre São Pedro
7
10. Parque Natural Municipal Saint’Hillaire *Os itens em negrito são referentes a unidades de conservação já consolidadas pelo município
8
1. Parque Observatório da Cidade e Centro de Controle das UC´s:
•
Antenas: Redesenhar as antenas e sua infraestrutura de funcionamento •
• • • • • •
• •
Três antenas em que emissoras de rádio e TV alugam espaço para implantação das suas estações Salas de Apoio: 10 salas com 15m² Sala do Gerador: 30m² Sala das Baterias: 30m² Administração: 15m² Banheiros: 15m² Guarita: 15m²
• •
Total: 290m² Parque Observatório da Cidade: • • • • • • • • •
Total: 275m² Centro de Controle das Unidades de Conservação: • • •
30m² cada Almoxarifado: 2 salas, uma para as salas de pesquisa e outra para os laboratórios, cada uma com 15m² Coordenadoria das UC´s: 30m² Alojamento para pesquisadores e funcionários: 3 dormitórios com 10m² cada Banheiros e Vestiário: 40m² ok Refeitório: 40m²
Instituto de Biociências da UFRGS: Salas de Pesquisa: 4 salas com 15 m² Laboratórios: 2 laboratórios com
Recepção: 15m² Salão de Exposições: 200m² Depósito Exposições: 50m² Espaço das Lunetas: 50m² Banheiros: 50m² Restaurante: 200m² Bar/café: 75m² Auditório: 250 m² Anfiteatro: 250 m²
Total: 1140m²
19
9
Demais Unidades de Conservação: Programa Modular das Unidades de Conservação: Infraestrutura das UC´s: • Recepção: 30m² • Chefe da UC: 15m² • Banheiro Masculino: 15m² • Banheiro Feminino: 15m² • Almoxarifado: 15m² • Refeitório: 30m² • Sala de Reuniões: 15m² • Bar/Café: 50m² Total: 185m² *Referente aos itens 2 à 10 da lista
Steilneset Memorial Peter Zumthor + Louise Bourgeois Fonte: Arch20.com
20
21
Foto da trilha feita de bicicleta anualmente no morro do osso Fonte: ZH
Foto da pedreira desativada no morro Santana Fonte: Flicker
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5. Levantamento da área de Intervenção 5.1 Sobre os morros de Porto Alegre
“Os morros do município, além de estruturarem a paisagem, possuem um papel fundamental na conservação da biodiversidade” - Atlas Ambiental de Porto Alegre
Os topos e encostas dos morros abrigam remanescentes da vegetação original e, em muitos casos, são refúgio para a fauna silvestre, configurando áreas de suma importância para a manutenção da biodiversidade. Naturalistas como Saint’Hillaire, Lindman e Rambo chamavam atenção desde o século passado para a importância dos campos ao norte dos topos e encostas e da vegetação ao sul. Muitas das nascentes que desaguam no Rio Guaíba tem sua origem na região dos morros. A presença de bens ambientais protegidos por lei como topos, encostas íngremes, talvegues, nascentes e cursos d’água ajudam na sua preservação. No entanto, tem se verificado os impactos negativos da urbanização não planejada, tendo sido intensificada a partir da década de 70, com a criação de pedreiras e da ocupação irregular. Os morros ocupam aproximadamente 24% da área total do município. Apenas quatro morros possuem mais de 1000 ha, sendo eles o morro Santana, o Teresópolis, o morro São Pedro e o da Polícia. A área média dos morros situa-se entre 100 e 700 ha (MENEGAT, 1999). A altura média dos morros é de 147 metros, sendo o morro Santana o mais alto com 311 metros. Levando em conta as áreas de mata e campos nativos, os morros foram classificados em grau de conservação. Destes, sete apresentam cobertura vegetal nativa entre 90100%, sendo eles os morros São Pedro, Tapera, Agudo, Extrema, da Ponta Grossa e do Sabiá. 14 entre 70-90% e 12 entre 0-50%. A área total de mata nativa dos 44 morros de Porto Alegre é de aproximadamente 400 ha. Nesse panorama, existem 12 morros que apresentam mata atlântica em mais de 50% de sua área total. Essa avaliação da cobertura vegetal dos morros cria um cenário favorável a conservação. A garantia de proteção deste patrimônio natural depende de uma estratégia a ser desenvolvida pela municipalidade e população. O planejamento da ocupação futura deve determinar restrições de uso do solo através do plano diretor e definir áreas críticas para recuperação ambiental (MENEGAT, 1999)
5.2 Unidades de Conservação existentes
As unidades de conservação existentes e abordadas no trabalho são quatro: morro Santana, Refúgio da Vida Silvestre São Pedro, Morro do Osso e Parque Saint’Hillaire. Dessas quatro unidades, uma já possui um Plano de Manejo, a do Morro do Osso, e outra possui um projeto feito pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre para servir à população. O projeto foi feito pelos arquitetos Lígia Maria Bergamashi Motta, José Morbini, Moacyr Moojen Marques e Edson Zanckin Alice. Este projeto foi realizado entre 1974 e 1975 e transformado num livro disponível na biblioteca da UFRGS.
23
Av. Ipiranga
Av. Bento Gonçalves
Redenção
Av. Teresópolis
Av. da Cavalhada
Av. Oscar Pereira
24
5.3 Identificação dos usos nos topos dos morros
Os topos dos morros de porto alegre são, em sua maioria, de propriedade privada. Em muitos casos, como no morro São Caetano, temos a presença de instituições privadas, como a APAMECOR, que possui um sítio no mesmo. O morro da Polícia, por exemplo, recebia um restaurante e um parque de diversões na década de 70. Gradualmente esse programa foi sendo sucateado e o morro acabou recebendo um outro uso, o das antenas de TV e rádio. São vários os proprietários de antenas no morro da Polícia, que acabaram por produzir uma estrutura muito sucateada e sem desenho para o morro. Além desses dois usos descritos acima, há também instituos ligados a UFRGS no morro Santana, parques como o Gabriel Knijnik e o Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus e etc. O parque natural morro do Osso, por sua vez, possui uma grande interação com a cidade e a reserva indígena Caigangue em uma de suas interfaces com a cidade. Todos esses usos são muito dispersos e não existe um denominador comum entre os morros. As unidades de conservação vem para isso, fortalecidas por uma relação a ser criada por uma série de trilhas ligando os morros. Uma delas ligará o Morro Santana ao do Osso, resultando em uma orla seca, menção feita no nome do trabalho.
5.4 Sistemas de circulação
O trabalho fará a proposição de um sistema de trilhas que liga as unidades de conservação e as áreas verdes nos morros de Porto Alegre. O sistema proposto tem como referência o “Caminho das Águas”, de Barcelona. Este caminho percorre a encosta montanhosa da cidade de Barcelona, uma situação muito similar a de Porto Alegre e deve servir de norte para este trabalho. Esta trilha ligará, para além das unidades de conservação, pontos de interesse visuais e sociais. É importante reconhecer o impacto e relevância das Avenidas Professor Oscar Pereira e da Cavalhada para a estruturação do sistema de circulação, já que os morros são cortados por elas. O trabalho levantará o melhor percurso levando em consideração esses obstáculos urbanos e naturais, produzindo um mapa de declividade pertinente para a elaboração desta proposta.
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6. Condicionantes Legais 6.1 Código de Edificações e Plano diretor
Será utilizado o Código de Edificações da cidade de Porto Alegre como referência para o projeto das construções a serem projetadas. Apesar da cidades de Porto Alegre definir usos pra área dos morros através de mecanismos como o plano diretor, cada unidade de conservação deverá deenvolver o seu Plano de Manejo individual. Não é do escopo desse trabalho definir os mesmos. O trabalho se restringe a abordar a questão da localização e projeto das infraestruturas para o bom funcionamento do parque. O programa de necessidades foi montado através do Plano de Manejo do Morro do Osso e do Morro Santana, que servirão como base para os demais as aferições feitas a respeito da infraestrutura dos demais.
6.2 Breve histórico dos planos com relação aos morros
A primeira menção aos morros de Porto Alegre feita num plano diretor aparece no plano de 59. Nesta ocasião, já se pensava que a cidade deveria expandir em outra direção, que não a zona sul. Entretanto, é no plano de 1979 que a Secretaria Municipal de Obras e Viação foi que definiu com mais precisão que a cidade deveria crescer em direção a Novo Hamburgo. A peça de design gráfico localizada anteriormente ao sumário deste trabalho já apontava que a cidade deveria ter três eixos de expansão: Ao norte, em direção à Canoas, à leste em direção às praias e a Oeste em direção à fronteira. Com a ditadura ainda vigente, no entanto, grandes obras de viação eram vistas com bom gosto. Dessa forma, a restinga foi implementada no inuito de expandir a cidade em direçãoa zona sul. Se o crescimento em direção a esta região se consolidar, é bem provável que Porto Alegre tenha que começar a fazer obras de grande porte como túneis e outras obras viárias que vençam a cadeia de morros.
6.3 Normas de proteção ambiental
Boa parte dos dispositivos legais para a proteção ambiental advém de orientações federais. Encostas, talvegues, topos de morros, nascentes e outras características ambientais e geomorfológicas são protegidas por lei. A ocupação nos topos dos morros, por exemplo, é delimitada pela Lei Federal nº 4.771 de 1965, o que configura uma ocupação irregular por parte das antenas ali dispostas. Após configurada a ocupação, essa resolução é passível de ser revisada, o que justifica, entretanto, a proposta do Parque Observatório da Cidade no topo do morro da Polícia.
26
6.4 Plano de manejos existentes
Os planos de manejo das unidades de conservaçãod os morros Santana e do morro do Osso vão servir de base pra o desenvolvimento dessa proposta de configuração das demais unidades conservaçõa abordadas nesse trabalho. No entanto, a parte em que o trabalho mais se debruçará em relação a esses planos de manejo é aquela que traz recomendações pra contrução da infraestrutura física dos parques. Sempre importante lembrar que, por estarem próximos a uma região intensamente urbanizada do município, esses parques devem servir a população, e daí a importância de formalizar a infraestrutura física dessas Unidades de Conservação, afim de controlar e formalizar essas áreas na cidade.
6.5 Mecanismos econômicos para a implantação das UC’s
Os mecanismos econômicos para a implantação das Unidades de Conservação não pode se restringir a uma possível garantia de que o Estado é capaz, através do executivo municipal, desapropriar áreas privadas para a implantação dessas UC’s. O que a Prefeitura Municipal pode fazer, através de seu plano diretor é, primeiramente, delimitar os usos e o índice de aproveitamento dos lotes nessa região de Porto Alegre. Se o índice fosse zero porcento, a cidade se veria obrigada a desapropriar. Como se sabe que o município não tem dinheiro para tanto, o ideal seria propôr uma permuta através da doação do topo dos morros por parte dos proprietários em troca de possibilidade de loteamento. No entanto, o que parece ser mais promissor para essa área é a formalização, por parte da prefeitura, de uma cartilha para a disposição, por parte dos proprietários, de áreas verdes em suas propriedades para cota de reserva legal, em que os proprietários disponibilizariam parte de sua área para compra por parte de produtores rurais que não tem dentro de sua áreae os 20% para reserva legal. O responsável por essa transição é a BVrio. Há também a possibilidade de compra de propriedades dentro de unidades de conservação por empresas que necessitam de medidas de contrapartida para a realização de empreendimentos. Portanto, há maneiras de angariar fundos que tornam a operação para a consolidaçãode unidades de conservação menos onerosas para o município.
6.6 Norma de Acessibilidade
Ao ter edificações e espaços acessíveis ao público, faz-se necessário antender a NBR 9050 que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Pela norma, os corredores e portas deverão permitir a passagem de cadeiras de rodas. Rampas deverão tornar os diferentes níveis acessíveis e sanitários deverão ter cabines especiais para portadores de necessidades especiais. Os estacionamento públicos deverão ter vagas reservadas para idosos e cadeirantes.
27
7. Fontes 7.1 Bibliografia
Menegat, Rualdo, Maria Luiza Porto, Clovis Carlos Carraro, and Luís Alberto Dávila Fernandes. 1998. Atlas Ambiental De Porto Alegre. [Porto Alegre, Brasil]: Editora da Universidade, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Teixeira, Ana Lúcia. 2008. Porto - de muitos parques - Alegre. [Porto Alegre, Brasil]: Editora da Universidade, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Prefeitura Municipal. 1980. Plano Diretor de desenvolvimento urbano: Porto Alegre, planejar para viver melhor. Porto Alegre: PMPA. Porto Alegre, Prefeitura Municipal. 1975. Secretaria Municipal de Obras e Viação: Parque Saint’Hillaire. Porto Alegre, PMPA. Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2008. Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre: Geologia, solos, drenagem, Vegetação/Ocupação e Paisagem. Porto Alegre, Gráfica Palotti.
28
7.2 Entrevistas
Moacyr Moojen Marques, arquiteto e urbanista, ex-funcionário da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Theo Lima, geógrafo formado pela UFRGS Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo formado pela UFRGS Lídia Aumond Kuhn, geógrafa formada pela UFRGS.
7.3 Sites
www.ufrgs.br www.designboom.com www.slideboom.com www.econsciencia.org iproweb.procempa.com.br
7.4 Imagens
www.designboom.com Acervo pessoal de Moacyr Moojen Marques Gráficos produzidos pelo autor desta peça
29
8. Anexos 8.1 Portfólio
P1 I Centro Comunitário Prof.: Edson Mahfuz
P2 I Museu do Gaúcho Prof.: Andrea Soler Machado
P3 I Conjunto Habitacional Prof.: Cláudia Cabral
P4 I Reforma Restaurante Prof.: Marta Peixoto 30
P5 I Estação de Trem Prof.: Sergio Marques
P6 I Vinícola Barcarola Coautoria: Juliano Rodrigues Prof.: Andrea Soler Machado
P7 I Studio V - Syracuse University Prof.: Emily Pellicano
31
Urbano 1 I Revitalização do Centro Coautoria com Conrado Lang Prof.: Celso Furtado
Urbano 2 I Revitalização do Centro Coautoria com Conrado Lang, Carlos Castro e Priscila Mezomo Prof.: Júlio Celso Vargas 32
entrega parte individual
rodrigo steiner leães
farol da barra
Urbano 3 I Plano urbano para a Barra do Ribeiro Coautoria com Juliano Rodrigues, Paula Sassi, Samuel Dall Alba, Iury Scanagata e Cíntia Duarte Prof.: Leandro Andrade
QUANDO SE PENSA EM UM FAROL, LOGO IMAGINA-SE UMA FIGURA BASTANTE CONHECIDA DO NOSSO IMAGINÁRIO. mAS AFINAL, QUAL O PORQUE DA EXISTÊNCIA DE UM FAROL? O QUE VEM EM MENTE É UMA RESPOSTA SIMPLES E IMEDIATA. É NADA MAIS DO QUE UMA ESTRUTURA QUE NOS AJUDA A LOCALIZAR-NOS NO ESPAÇO. O FAROL QUE DESENHO VEM PRA RESPONDER UMA OBVIEDADE: É UMA ESTRUTURA VERTICAL ALTA, QUE REPOUSA A BEIRA DO GUAÍBA. NO ENTANTO, REMETE À FORMA DE UMA EMBARCAÇÃO, COMO SE O VIAJANTE VISSE OUTRO BARCO, COMO UM SINAL DE QUE ALGUÉM ESTÁ ALI PARA AJUDÁ-LO.
Urbano 4 I Revitalização Rodoviária Coautoria com Fernanda Moreira, Juliano Rodrigues e Matheus Bragagnolo Prof.: Gilberto Cabral 33
8.2 Histórico Escolar
8/30/2016
Aluno Histórico Escolar
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Portal de Serviços Histórico Escolar RODRIGO STEINER LEAES Cartão 194552 Vínculo em 2016/2 Curso: ARQUITETURA E URBANISMO Habilitação: ARQUITETURA E URBANISMO Currículo: ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRICO ESCOLAR Lista das atividades de ensino de graduação cursadas pelo aluno na UFRGS Ano Semestre
Atividade de Ensino
Tur Con Cré Situação ma ceito ditos
2016/1
CLIMATIZAÇÃO ARTIFICIAL ARQUITETURA
U
B
Aprovado
2
2016/1
URBANISMO IV
A
A
Aprovado
7
2016/1
TÓPICOS ESPECIAIS EM PROJETO ARQUITETÔNICO IB
U
A
Aprovado
4
2016/1
FOTOGRAFIA DE ARQUITETURA E CIDADE
A
B
Aprovado
4
2015/2
PROJETO ARQUITETÔNICO VI
A
A
Aprovado
10
2015/2
PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA
A
A
Aprovado
4
2015/2
LEGISLAÇÃO E EXERCÍCIO PROFISSIONAL NA ARQUITETURA
U
A
Aprovado
2
2015/2
TÉCNICAS RETROSPECTIVAS
A
A
Aprovado
4
2015/1
ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO B
U
A
Aprovado
4
2015/1
PROJETO ARQUITETÔNICO V
C
A
Aprovado
10
2015/1
URBANISMO III
C
A
Aprovado
7
2015/1
ECONOMIA E GESTÃO DA EDIFICAÇÃO
A
B
Aprovado
4
2015/1
PRÁTICAS EM OBRA
F1
A
Aprovado
4
2013/1
MORFOLOGIA E INFRAESTRUTURA URBANA
A
C
Aprovado
4
2013/1
ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO A
U
C
Aprovado
4
2013/1
TEORIA E ESTÉTICA DA ARQUITETURA II
A
A
Aprovado
2
2013/1
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM OBRA I
B
B
Aprovado
2
2013/1
URBANISMO II
B
A
Aprovado
7
2013/1
ACÚSTICA APLICADA
U
A
Aprovado
2
2012/2
ESTRUTURAS DE AÇO E DE MADEIRA A
U
C
Aprovado
4
2012/2
TÉCNICAS DE EDIFICAÇÃO C
U
B
Aprovado
4
2012/2
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS A
U
B
Aprovado
4
2012/2
PROJETO ARQUITETÔNICO IV
A
C
Aprovado
10
2012/2
URBANISMO I
A
B
Aprovado
6
2012/1
ANÁLISE DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS
U
C
Aprovado
4
2012/1
ESTABILIDADE DAS EDIFICAÇÕES
U
C
Aprovado
4
2012/1
TÉCNICAS DE EDIFICAÇÃO B
U
C
Aprovado
4
https://www1.ufrgs.br/intranet/portal/public/index.php?cods=1,1,2,3
34
1/3
8/30/2016
2012/1
TÉCNICAS DE EDIFICAÇÃO B
2012/1 2012/1
Aluno Histórico Escolar
U
C
Aprovado
4
PROJETO ARQUITETÔNICO III
A
B
Aprovado
10
TEORIAS SOBRE O ESPAÇO URBANO
A
A
Aprovado
4
2012/1
HABITABILIDADE DAS EDIFICAÇÕES
A
B
Aprovado
4
2011/2
EVOLUÇÃO URBANA
B
B
Aprovado
6
2011/2
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS PARA ARQUITETOS
A
B
Aprovado
4
2011/2
TÉCNICAS DE EDIFICAÇÃO A
U
B
Aprovado
4
2011/2
PROJETO ARQUITETÔNICO II
C
C
Aprovado
10
2011/2
DESENHO ARQUITETÔNICO III
C
C
Aprovado
3
2011/2
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS A
A
B
Aprovado
2
2011/2
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS B
B
C
Aprovado
2
2011/1
MECÂNICA PARA ARQUITETOS
A
C
Aprovado
4
2011/1
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA ARTE III
B
B
Aprovado
2
2011/1
ARQUITETURA NO BRASIL
U
A
Aprovado
4
2011/1
TEORIA E ESTÉTICA DA ARQUITETURA I
A
B
Aprovado
2
2011/1
PROJETO ARQUITETÔNICO I
A
B
Aprovado
10
2011/1
DESENHO ARQUITETÔNICO II
A
B
Aprovado
3
2011/1
INFORMÁTICA APLICADA À ARQUITETURA II
A
A
Aprovado
3
2010/2
CÁLCULO E GEOMETRIA ANALÍTICA PARA ARQUITETOS
U
B
Aprovado
6
2010/2
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA ARTE II
A
B
Aprovado
2
2010/2
LINGUAGENS GRÁFICAS II
C
B
Aprovado
3
2010/2
DESENHO ARQUITETÔNICO I
C
B
Aprovado
3
2010/2
INFORMÁTICA APLICADA À ARQUITETURA I
C
B
Aprovado
3
2010/2
INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO II
A
A
Aprovado
9
2010/1
HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA ARTE I
B
B
Aprovado
2
2010/1
LINGUAGENS GRÁFICAS I
C
A
Aprovado
3
2010/1
GEOMETRIA DESCRITIVA APLICADA À ARQUITETURA
C
B
Aprovado
4
2010/1
MAQUETES
C
B
Aprovado
3
2010/1
TÉCNICAS DE REPRESENTAÇÃO ARQUITETÔNICA
A
B
Aprovado
3
2010/1
INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO I
C
B
Aprovado
9
2010/1
PRÁTICAS SOCIAIS NA ARQUITETURA E NO URBANISMO
A
A
Aprovado
2
TRABALHO DE CONCLUSÃO Atividade de Ensino: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Aréa de Atuação: ARQUITETURA E URBANISMO Título: OBSERVATÓRIO DA CIDADE Período Letivo de Início: 2016/2
Período Letivo de Fim: 2016/2
Data de Início: 01/08/2016
Data de Fim: 21/12/2016
Tipo de Trabalho: Trabalho de Diplomação
Data Apresentação: 21/12/2016
Conceito: https://www1.ufrgs.br/intranet/portal/public/index.php?cods=1,1,2,3
35
2/3
36