Expression Magazine - Grafite - Por Rogéria Araújo

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WWW.EXPRESSION.COM.BR ANO 1 / Nº 1/ 2014

E PRESSION MAGAZINE

GRAFITE: ENTRE O VANDALISMO E A ARTE A falta de clareza na diferença entre vandalismo e a evolução do Grafite como arte.

O SPRAY QUE TRANSFORMA A CIDADE Impacto dessa vertente artística na paisagem urbana são temas de novo livro e documentário.

A ARTE DOS GÊMEOS Gustavo e Otávio Pandolfo

GRAFITE DA DISCÓRDIA Um piauiense virou persona non grata entre os artistas de rua baianos 1


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Desde 1960 levando a nossa cultura para o Brasil. 3


A ARTE DO GRAFITE A utilização dos muros para a comunicação de idéias é uma manifestação expressiva bastante antiga. Nos remete aos tempos bem remotos, sendo as pinturas rupestres, realizadas nas paredes das cavernas, que são bons exemplos de formas expressivas. Nela se tinha a intenção de comunicação e registro básico da vida do ser humano, juntamente com rituais e muitas outras questões. Diferentemente das pinturas Rupestres, o Grafite, tem técnica aprimorada, estética e conceito, com intenção de transmitir saberes, e a sua cultura. Por meio das Artes Visuais é realizada a transmissão de conhecimento! Muitos dos grafites trabalham com temáticas bem diversificadas, como: Fome, guerra, skate, amizade, etc. E muitas destas temáticas, são de grande valor, pois questionam a sociedade, nos levando a reflexão, pois difere das demais produções plásticas muito conhecidas, como, a pintura, a escultura, a música, entre outras. Ele tem um suporte bem diferente destas produções citadas acima, utilizando-se de muros, pontes, viadutos, etc. Temos que lembrar, que, Grafite não é pichação! O grafite luta pela preservação do patrimônio cultural, divulgando a diferença entre a interferência urbana e a depredação.

SUMÁRIO

O Grafite é uma arte popular, que expressa cultura!

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# GRAFITE: Entre o vandalismo e a arte.

Rogéria Araújo

# OS GÊMEOS GRAFITEIROS - A arte dos gêmeos pelo mundo. # O GRAFITE DA DISCÓRDIA - Piauiense virou persona non grata entre os artistas de rua baiana.

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E T R A A E MO S I L A D o N A EOV vandalism

NTR ença entre arte e E : E arte. T I o F m o A c r e e t f GR i fi za na d do Gra clare e d evolução a t l a a f e o A t n e onhecim c e r o e b i in

ARTISTAS, NÃO VÂNDALOS

A falta de clareza na diferença entre arte e vandalismo inibe o reconhecimento e a evolução do Grafite como arte. Quando algo novo surge é normal sofrer resistências, mas tratar artistas como vândalos é fazer uma generalização injusta. É evidente a existência de receios e resistências a inovações, basta verificar que Guttenbeg, Santos Dumont e diversos artistas literários foram vítimas de pessimistas ao exporem suas obras de criação. E não acontece diferente com artistas do Grafite desde os anos de 1970. Entretanto, não sofrem uma simples resistência, mas acusações de vandalismos de forma injusta. Aliás, o vandalismo trata-se de uma ilegalidade e não se assemelha com uma arte cheia de significados críticos e transformadores em questões sociais e políticas.

Os artistas do Grafite, por vez, atuam como os grandes inventores e literários ao explorarem suas criativas faculdades mentais realizando trabalhos honestos e magníficos. Diferente dos vândalos, priorizam o bem da arte e da sociedade, como também o desenvolvimento humano e o respeito. De fato, a arte em nada se aproxima de uma ilegalidade. E não é difícil notar que o Grafite é a pura definição da arte de rua que precisa se livrar de preconceitos sociais. É verdade que a criação de uma obra artística em local inapropriado, como escrever um poema em um documento público de extrema importância, requer punições legais, entretanto, seria injusto generalizar todos os poetas como vândalos ao analisar um caso desse. Da mesma forma o 5 Grafite não deve ser mesclado ao vandalismo por atitudes

ilegais de uma minoria. Portanto, a clareza na definição de arte e de vandalismo, por parte da sociedade como um todo, é de grande importância para o Grafite e para que injustiças, ao ligá-lo ao vandalismo, deixem de ser praticadas.


Os Gêmeos Grafiteiros1 1

A arte urbana do grafite mesclada com folclore e histórias populares em grandes intervenções urbanas.

No mundo do grafite, não existem irmãos mais conhecidos que Os Gêmeos. Otávio e Gustavo Pandolfo são paulistanos, nascidos em 1974 no bairro do Cambuci que é, inclusive, o local onde começaram a fazer seus primeiros trabalhos. A arte da dupla, formada em desenho de comunicação, é muito característica. Os irmãos procuram unir os elementos urbanos, que o grafite representa por si só, com folclore e histórias populares. Tudo isso colorindo grandes painéis pela cidade, que podem ser muros, prédios ou até mesmo trens e carros. A carreira de Os Gêmeos começou no fim dos anos 80, mais precisamente em 1987, quando grafitavam no

Cambuci. Nessa época, a dupla assumia a identidade do hip hop, o movimento guiou suas obras por um bom tempo, porém, com a aquisição de mais bagagem, os rumos mudaram e o hip hop praticamente deixou de ser presente em suas obras. Mas o fato de não representarem mais o hip hop não significa que a influência do movimento em seus trabalhos tenha acabado. As críticas sociais também fazem parte do escopo de temas retratados pelos irmãos e, esse fator, é traço marcante dessa cultura. Com seus personagens quase sempre de pele amarela, carregando adornos, roupas e acessórios dos mais variados estilos, é fácil 6• reconhecer quando se está diante 5

de um trabalho de d”Os Gêmeos. Esse tipo de traços e a forma como as temáticas são abordadas, mostrando como é complicada a vida de muitas pessoas no diaa-dia, fizeram de Otávio e Gustavo referências para o grafite brasileiro e os fizeram serem reconhecidos internacionalmente. E não só reconhecidos pelo grafite. Em suas exposições pelo mundo agora, é possível encontrar esculturas enormes com a assinatura dos irmãos, e não para por aí. Objetos customizados como instrumentos musicais e carros também fazem parte da gama artística de Os Gêmeos. A arte de Otávio e Gustavo chegou a lugares como Estados Unidos, Chile, Espanha, Portugal e Grécia.


O trabalho d’Os Gêmeos já ultrapassou as barreiras do grafite nas ruas e chegou a museus do mundo inteiro. Nas exposições, além dos painéis, encontramse esculturas gigantescas, carros e instrumentos musicais (que funcionam!) customizados. E não são para desbravar só com os olhos: na maioria das obras, sempre é possível uma interação: pode-se tocar, manusear e, nas peças maiores, como barcos, caixas e túneis, a entrada é permitida e incentivada. Frequentemente mencionados com louvor, como grandes representantes da arte contemporânea, Os Gêmeos impressionam pela imponência e riqueza de detalhes. Suas esculturas, na maioria das vezes muito altas, são à base de material reciclado, como latas, papelões, lascas de madeira e retalhos. Tudo trabalhado de forma tão delicada que um universo de detalhes se abre perante os olhos: a face, a posição dos braços e até mesmo as estampas das roupas das personagens estão cravados de expressões que dão uma riqueza inestimável às obras. Em países como os Estados Unidos, Espanha, Portugal, Grécia, Brasil e

“Os Gêmeos foram responsáveis pelo grafite de um painel, na cidade de Boston, intitulado “The Giant Of Boston ” Mostra um garoto simples, descalço, com uma camisa envolta da cabeça, deixando apenas os olhos de fora. Alguns cidadãos do município consideram que a figura possa ser associada com um terrorista e, por isso, queriam a retirada da obra do local.

“Causando polêmicas, colorindo as cidades… Os Gêmeos continuam a fazer sua arte pelo mundo”. 7


A arte dos Gêmeos pelo mundo

MISS YOU - EUA, 2012 A exposição que levou seis semanas para ser concluída é um convite ao público para se deixar levar por to todos os seus sentidos, imergindo num mundo fantástico criado por GÊMEOS.

EXPOSIÇÃO OS GÊMEMOS E BANSK - EUA, 2013 Exposição independente realizada em baixo do Highline, na W 24th Street em Manhatan.

ÓPERA DA LUA - BRASIL, SÃO PAULO 2014 Apresenta 30 obras obras inéditas, em um ambiente imersivo onde esse universo ganha uma dimensao, puxada por um vórtice extraordináio.

VANCOUVER BIENNALE CANADÁ, 2014 Mural com 20 metros de altura criado com tonéis gigantescos, ao lado dos célebres public Market e Emily Car University e False Creek.

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“Somos complementares:

um completa o pensamento do outro a todo momento, pois nosso processo criativo é tão natural para nós, que é até difícil de explicar. Parece que existe um fio, vamos sempre estar conectados, mesmo quando estamos longe um do outro. é um vínculo eterno”.

NOS BRAÇOS DE UM ANJO ITÁLIA, 2010. Os Gemeos apresentaram trabalhos inéditos, entre telas e obras interativas, e uma incrivel pintura que cobria uma enorme parece criando um ambiente unico e convidativo. PRA QUEM MORA LÁ O CÉU É LÁ PORTUGAL, 2010 Os artistas transformaram o ambiente do museu em um universo paralelo ao verticalizar o horizonte, e mudando por completo a percepção do público.

COLABORAÇÃO A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DESPERTAR - SÃO PAULO, 2013 A associação destina-se a proporcionar educação profissionalizando a adolescentes de baixa renda. 9 8


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Grafite da discórdia

Um piauiense virou persona non grata entre os artistas de rua baianos

Por Luiza Miguez

Willyams Martins escalou com

agilidade a lateral de um prédio residencial no bairro de Campo Grande, em Salvador. Eram três da tarde de um dia útil de fevereiro, e ele temia chamar atenção. Caso fosse pego tirando um pedaço da superfície do muro, a resposta já estava ensaiada: “Se perguntarem, invento uma desculpa, digo que é um trabalho para a faculdade, ou que faz parte dos preparativos para o Carnaval.” A prefeitura instalava perto dali os camarotes do trajeto

por onde passariam os trios. Willyams sacou da mochila um retângulo de tecido transparente e encaixou na parede, em cima do cartaz de um candidato a vereador. Usando um pincel, lambuzou uma grossa camada de resina por cima e marcou a hora com o celular. Nascido há 53 anos em Teresina, no Piauí, Willyams está em Salvador desde os 22. Já retirou mais de quarenta fragmentos dos muros da cidade12• com uma técnica que ele desenvolveu durante o 11

mestrado em artes. Pequeno e magricela, ele fala lentamente, quase sempre sorrindo. “Coleto frases que as pessoas escrevem em terrenos baldios, sujeira, refugos, pichações, grafites”, explicou. “Queria remover isso tudo e levar para a galeria, aproximar essas imagens do espectador.” Willyams chama as películas que tira dos muros de “peles”, fazendo analogia entre a cidade e um “grande organismo vivo”. A resina de poliéster que ele aplica


sobre o lençol de voile permite remover a camada superficial do muro e pregá-la no tecido. Quando a cola seca, o artista retira cirurgicamente o voile da parede e deixa para trás o muro exposto em concreto, como uma ferida aberta, sem casca. Depois, ele leva a tela para um marceneiro, que a enquadra numa moldura de madeira. “É para dar o status de obra de arte”, explicou.

qualquer lugar que ele andar, pode ser esmurrado e espancado, então, Willyams Martins, é bom tomar cuidado.” Entre as reações mais exaltadas, estava a da artista Ananda Nahu, que teve um de seus estênceis retirados por Willyams. “Parasita que ganha estuprando obras de arte”, escreveu em seu blog. Procurada para comentar o caso, ela recusou-se a dar entrevista.

O piauiense já havia exposto suas peles na Universidade Federal da Bahia, onde hoje é professor. Mas ganhou projeção quando, em 2007, recebeu 40 mil reais de uma empresa de produtos químicos como incentivo para sua produção artística. Depois, venceu dois salões regionais de artes, ganhando mais 2 mil reais em cada um.

O único grafiteiro que se dispôs a falar sobre o conflito é Samuca Santos, que não teve nenhuma obra removida. “Entendo o caráter transgressor da arte de Willyams, mas você precisa pensar na importância de uma parede grafitada”, disse Samuca, um baiano de 26 anos que usa os dreads do cabelo presos para evitar o calor. “Tirar a pintura do ambiente público e levar pa-ra a galeria, um ambiente elitista, uma manhã de 2007, Willyams é interromper uma relação se deparou com seu nome de comunicação na cidade”, estampado em cartazes. “As ruas argumentou. “Há um código de estavam repletas desses pôsteres ética nas ruas. A gente não tem em muros, postes, até em cima de muita grana e fazer grafite é caro. outdoor. Eram muito agressivos”, Aí chega o cara e remove, isso é lembrou-se numa conversa desrespeitoso.” recente. O cartaz vermelho trazia a figura de um cifrão e o seguinte Remover grafites das ruas não texto: “Willyams Martins, ladrão é mais a principal atividade de de grafite. O artista prático, em Willyams. Desde o ano passado, um ato de extremo egoísmo para tem se dedicado a retirar as peles com a população, arranca das de celas de presídios de Salvador ruas trabalhos de arte feitos pelos – um projeto para o qual recebeu outros, privatiza a obra e assina financiamento de 30 mil reais. embaixo. Se não tem talento, não Mas os ânimos dos grafiteiros não fode com quem tem!” arrefeceram. Samuca conhece muitos que, se cruzarem com o Na internet, os ânimos estavam piauiense na rua, não perderiam a ainda mais acirrados. No blog oportunidade de tirar satisfação. Artista Prático, os grafiteiros questionaram a remoção de suas Numa atitude conciliatória, obras e o lucro de Willyams com Willyams reconheceu que, afinal, a venda das peles contendo o talvez não fosse necessário trabalho alheio. As mensagens remover grafites.13 “É mais também traziam ameaças. “Em interessante tirar as imagens

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“Não estou colocando nada, estou só tirando.” anônimas dos muros, as pichações que ninguém vê no dia a dia”, admitiu. “O grafite já é muito potente.” Ele disse que, por trás das películas que retira, encontra novas camadas, restos de frases, cartazes publicitários.“Sou um arqueólogo urbano da memória de um tempo da cidade.”

A resina leva, em média, duas

horas para fixar a tinta que cobre o muro no tecido usado por Willyams. Na tarde quente de Salvador, porém, uma hora e meia bastou. Enquanto a cola secava, Willyams aguardou num restaurante próximo, apreensivo. Na volta, topou com dois policiais, o porteiro e uma moradora do prédio olhando atentamente para o local onde ele havia deixado sua pele. Chegou a pensar que a tivessem destruído, mas ela estava camuflada sob o tecido transparente. Willyams aproximou-se rapidamente e apalpou a película, procurando o melhor local para iniciar a remoção. Com a ajuda de um estilete, fez uma pequena incisão na lateral da pele, puxando com força o restante do tecido. com raiva. “Pode ficar tranquila, minha senhora”, contemporizou Willyams. “Não estou colocando nada, estou só tirando.”


GRAFITE: O SPRAY QUE TRANSFORMA A CIDADE 1

Impacto dessa vertente artística na paisagem urbana são temas de novo livro e documentário - POR: CÉSAR PARANHOS

A íntima relação do consultor financeiro Ricardo Czapski com a fotografia foi o ponto de partida, há exatos oito anos, para o que, inicialmente despretensioso, se tornaria um grande projeto: retratar as centenas de grafites que se espalham pela cidade de São Paulo. A vontade surgiu durante as muitas idas e vindas pela metrópole, a passeio ou para encontrar clientes. Impressionado com a arte urbana que se mostrava em diversos muros, marquises e túneis, Czapski fez em 2005 um clique de um muro na Avenida Sumaré. Depois, não

parou mais, coletando até este ano mais de 10 mil fotos. É a seleção de 130 imagens deste material que compõe o livro Graffiti SP. A publicação mostra obras criadas por 89 artistas, incluindo nomes como Kobra, Alex Hornest, Crânio, Binho Ribeiro, Chivitz, Speto e Flavio Rossi. “Foi uma experiência enriquecedora, pude ter contato com pessoas muito interessantes e lugares inusitados. E, embora 14• o grafite esteja ultimamente bastante exposto na mídia, ainda 13

tem muita gente que confunde essa arte com pichação, muitas pessoas não conseguem enxergar os grandes artistas que existem por trás das latas de spray”, conta Czapski, que há 20 anos foi assistente de um fotógrafo no Havaí e que carrega no sangue o gosto pela arte: é neto de Wolfgang Pfeiffer, assessor do Masp, nos anos 1950, e curador do MAC-USP durante as décadas de 1970 e 1980. O poder do grafite, como arte transformadora da sociedade e do urbanismo, se estende, claro, a outras importantes cidades brasileiras. É o caso do Recife, onde o grafiteiro Galo de Souza é um dos pioneiros dessa vertente, atuando há 18 anos. “O grafite ocupa hoje um espaço inquestionável nas cidades do Brasil e do mundo. Tem 18 anos desde que fiz meu primeiro desenho e muitas


coisas aconteceram. Eu vi um país que não dialogava com os jovens, nem com a arte, educação e cultura, iniciar esse diálogo. Mas acho que ainda falta muito da parte do governo e das empresas.” O artista é enfático quanto à importância e significado de seu trabalho para a capital pernambucana. “Minha arte mostra a cara da criatividade no Recife, não pinto apenas caricaturas do sertão, mas um imaginário infinito e criativo, que mostra um pouco a diversidade cultural que vivemos.” Galo também salienta que o grafite tem o importante papel de revelar a cara do movimento musical nacional. “Por onde quer que se vá, a música e o grafite se misturam. Como, por exemplo, em Olinda, com o frevo e o Carnaval de rua representados

em nossos trabalhos por meio de enormes painéis, com os famosos bonecões retratados em muros, pontes e viadutos. Sem dúvida, o grafite reproduz e conta um pouco da história local através dos anos.” SPRAY NAS TELONAS No final do último mês de outubro, o grafite saiu de suas plataformas tradicionais e migrou para o cinema. Na noite do dia 31, foi exibido no vão livro do Masp, na capital paulista, o documentário Cidade cinza, dirigido e produzido por Marcelo Mesquita. O filme, realizado ao longo de seis anos, acompanha um seleto grupo de grafiteiros, formado pelos OsGemeos, Nunca, Nina, Ise, Finok e Zefix, entre outros. A intenção também é mostrar o impacto do trabalho dessa arte no visual na cidade de

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São Paulo. “O graffiti serve como elemento de ligação entre o homem e a cidade, por meio dos anos. Porque diferente de todas as outras formas artísticas, ele é mutável e sem apego, acompanhando a evolução do local e seus acontecimentos. Se for protestos, os trabalhos serão focados no tema, se for política, idem. Na realidade, essa forma de expressão se alimenta do caos”, conclui o diretor. O documentário “Cidade Cinza”, de Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo, acompanha a trajetória de grafiteiros brasileiros como OsGemeos, Nina e Nunca, que tiveram diversas obras pintadas de cinza pela prefeitura. O filme, que entra em cartaz nos cinemas graças a uma campanha de crowdfunding, tem música inédita do rapper Criolo na trilha-sonora.


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