Material professor Guará

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ENTREVERSOS: LEITURA E PRODUÇÃO DE POEMAS PARA APRENDER COM VERSOS DE CORDEL CADERNO DO PROFESSOR | 2016

6º ANO

Entre versos: Leitura e produção de poemas

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FICHA TÉCNICA INSTITUTO AYRTON SENNA VIVIANE SENNA Presidente ALINE PORTO Diretora de Educação CÉLIA ASSIS Gerente de PMO SIMONE ANDRÉ Coordenadora de Área MÕNICA PELLEGRINI Coordenadora de Programas FABIANO GONÇALVES Gerente de Projetos PAULA FARIA Analista de Projetos BRUNA VASCONCELOS DE SOUZA Secretária

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© Instituto Ayrton Senna 2014

XXXXXX Concepção de Texto XXXXX Edição Amí Comunicação & Design Projeto Gráfico e diagramação


SuperAção Jovem nas aulas de Leitura Orientações para as sequências de atividades

Este material contém as orientações de mediação, para o uso do professor, das aulas das sequências de atividades Entre versos – leitura e produção de poemas e Para aprender com versos de cordel.

Entre versos: Leitura e produção de poemas

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Caro(a) professor(a)! Seja bem-vindo(a) ao Programa SuperAção Jovem, uma parceria entre o Instituto Ayrton Senna e as Secretarias de Educação. O SuperAção Jovem é um programa educacional que oferece à escola uma pedagogia inovadora e eficaz para trabalhar com a juventude, cujo princípio básico é fazer com que os jovens aprendam a ser os protagonistas de suas aprendizagens na escola e na vida. As orientações de mediação de cada aula que constam neste Caderno do Professor visam a apoiá-lo nesse processo. Já o Caderno do Time traz as orientações que deverão ser utilizadas pelos jovens durante a realização das atividades.

Bom trabalho! Equipe do Programa SuperAção Jovem E lembre-se: o Jovem não é problema, ele é solução!

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ENTREVERSOS: LEITURA E PRODUÇÃO DE POEMAS

Introdução Na tradição dos estudos literários, várias respostas foram dadas à pergunta O que é poesia? Dentre as diferentes possibilidades teóricas, Ezra Pound chama a atenção para o trabalho que resulta em efeitos sonoros (melopeia), imagéticos (fanopeia) e em surpreendentes revelações de ideias e sentidos (logopeia). Essas características são complementares, mas, às vezes, uma ganha maior dimensão que as outras em um poema. Na sequência de atividades Entre versos – leitura e produção de poemas investe-se em atividades que permitem aos estudantes: descobrirem essas faces da poesia, aprimorando as capacidades de leitura e o letramento literário; experimentarem a autoria, na produção de “versos-brinquedos”, poemas visuais e declamações. Além disso, os jovens serão convidados a mobilizarem outros leitores com suas produções. 1. No Apêndice, você encontra o texto de Roxane Rojo, com a indicação das capacidades de leitura.

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Entre versos – leitura e produção de poemas

O QUE SE PRETENDE

Ampliar os multiletramentos, com protagonismo.

O QUE OS ESTUDANTES PODERÃO

• • •

Aprimorar as capacidades de leitura; Ler poemas; Elaborar apreciação estética sobre poemas em rodas de conversa;

APRENDER?

• •

Produzir versos, poemas e declamações; Planejar e executar formas de difusão de suas produções, em favor da mobilização de outros leitores.

AVALIAÇÃO:

Ao longo de todas as atividades, especialmente nas rodas de leitura e na interação com os times, observe se os estudantes estão construindo as aprendizagens esperadas. Mapeie quais deles precisam de mais apoio e os envolva especialmente nas atividades. Para isso, importa que você faça a mediação das participações, envolvendo diversos estudantes, em diferentes momentos. Sem esse cuidado, há o risco de que apenas os estudantes já mais participativos se coloquem, sem que você possa avaliar o progresso da turma como um todo, ou que vários se coloquem ao mesmo tempo, impedindo uma observação mais focada.

Quadro-síntese das aulas da sequência de atividades AULAS

PASSOS E CONTEÚDOS

APRENDIZAGENS OPORTUNIZADAS

ATIVIDADE 1 Bate-papo: o que é poesia?

1.

Previsão de realização: 3 aulas.

2.

3.

Apresentação da sequência de atividades e mobilização dos jovens para trabalharem em times. Trocas de conhecimentos prévios e experiências sobre a poesia. Compartilhamento das experiências em roda de conversa.

• • •

Trocas de experiências sobre práticas envolvendo poesia. Formulação de expectativas em relação às aprendizagens previstas. Reflexões a respeito de suas identidades leitoras. Fruição de poemas metalinguísticos. Definição da poesia pela linguagem metafórica.

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AULAS

PASSOS E CONTEÚDOS

APRENDIZAGENS OPORTUNIZADAS

ATIVIDADE 2 Borbolet(r)as...

1.

Acolhida da turma e contextualização das atividades, com incentivo à construção/ compartilhamento de conhecimentos prévios sobre borboletas. Leitura e discussão de poemas em times, com diferentes explorações poéticas para a palavra “borboleta”. Rodas de conversa a partir das leituras feitas pelos times.

• •

Acolhida e roda de conversa com levantamento/ construção de conhecimentos sobre Manoel de Barros e sua poesia. Apreciação coletiva de cenas de documentário a respeito do universo de criação poética do autor. Fruição de videoanimação com poemas de Manoel de Barros. Discussão de “versosbrinquedos”. Mediação da oficina de criação de versos.

Previsão de realização: 3 aulas. 2.

3.

ATIVIDADE 3 No universo de criação de Manoel de Barros

1.

2. Previsão de realização: 3 aulas. 3.

4. 5.

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Uso das capacidades de leitura. Compreensão do papel ativo do leitor, com seus conhecimentos e experiências prévias, na significação dos textos, com foco na intertextualidade. Estabelecimento de trocas com outros leitores, presencialmente.

Construção de conhecimentos sobre a poesia de Manoel de Barros. Leitura compartilhada de poemas do poeta, com uso e aprimoramento das capacidades de leitura. Apreciação coletiva de videoanimação com poemas do autor. Oficina de criação poética, com uso e aprimoramento de capacidades de produção textual. Estabelecimento de trocas com outros leitores, presencialmente.


ATIVIDADE 4 Poemas para ver Previsão de realização: 3 aulas.

1.

2.

3.

4. 5.

ATIVIDADE 5 Peguem esse trem: poemas para ouvir!

1.

2. Previsão de realização: 3 aulas.

3.

4.

ATIVIDADE 6 Oficina de declamação de poemas!

1.

Previsão de realização: 3 aulas.

3.

2.

Acolhida e roda de conversa com levantamento/ construção de conhecimentos sobre a poesia concreta ou visual. Apreciação coletiva de videoanimação com poemas concretos. Orientação das atividades de leitura de poemas concretos em times. Rodas de conversa a partir das leituras dos times Mediação da oficina de produção de poemas concretos.

Acolhida, contextualização das atividades, com levantamento/construção de conhecimentos prévios. Apreciação coletiva de declamações de “Trem de Alagoas”. Apreciação coletiva da declamação de “Trem da Leopoldina”, de Solano Trindade. Apreciação coletiva da interpretação do poema “Trem de ferro”, musicado por Tom Jobim.

Acolhida da turma e contextualização das atividades. Mediação da oficina de declamação de poemas. Roda de conversa para apreciação das produções discentes.

• •

Apreciação coletiva de animação com poemas concretos. Leitura compartilhada de poemas visuais, com uso e aprimoramento das capacidades de leitura. Oficina de criação de poemas concretos, com uso e aprimoramento de capacidades de produção textual.

Fruição compartilhada de poemas em que os aspectos da sonoridade são bastante expressivos, com aprimoramento das capacidades de leitura. Ampliação do letramento literário, em atividades envolvendo poemas fundamentais na tradição canônica brasileira.

Releitura de poemas. Declamação de poemas em times, com uso das capacidades de leitura e de produção textual.

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AULAS

PASSOS E CONTEÚDOS

APRENDIZAGENS OPORTUNIZADAS

ATIVIDADE 7 Jovens protagonistas: circulando e promovendo leituras de poemas!

1.

Previsão de realização: 3 aulas.

4.

Acolhida e contextualização das atividades em times. Discussão em times de iniciativas para mobilizar outros leitores a partir das produções discentes. Debate deliberativo sobre a iniciativa que será coletiva. Planejamento, execução e avaliação das ações.

ATIVIDADE 8 Leitura, para que te quero!

1.

• •

Previsão de realização: 3 aulas.

2.

Roda de conversa inicial para identificar como está a leitura dos títulos escolhidos pelos estudantes. Atualização do Painel de Leituras da Turma. Cuidar da ambiência do espaço durante a leitura. Observação qualificada do momento de leitura e Rroda de conversa final, para avaliar a relação dos leitores com seus livros.

Os times de trabalho se reúnem e fazem a avaliação final tendo como base algumas questões orientadoras. Roda de conversa final para compartilhar as avaliações e devolutiva do professor.

2.

3.

3. 4.

ATIVIDADE 9 Avaliação final Previsão de realização: 1 aula.

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1.

2.

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Vivência significativa de etapas do protagonismo em favor da mobilização de outros leitores. Circulação e publicação das produções discentes.

Uso das capacidades de leitura. Desenvolvimento do gosto pela leitura e formação da identidade leitora dos jovens a partir do exercício de identificação de suas preferências. Estabelecimento de trocas com outros leitores.

Capacidade de autoavaliação e reconhecimento dos desafios individuais e das superações. Apropriação dos resultados obtidos com vistas à generalização destes para outros contextos.


ORIENTAÇÕES PARA O PLANEJAMENTO E MEDIAÇÃO DAS AULAS DA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

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ATIVIDADE 1 EM TIMES

Bate-papo: O que é poesia para vocês? RESUMO DA ATIVIDADE: Apresentação da sequência de atividades e mobilização dos jovens para trabalharem em times. Trocas de conhecimentos prévios e experiências sobre seus conhecimentos e experiências com poesia. Leitura de poemas sobre a poesia. OBJETIVOS: Favorecer a compreensão da proposta do programa pelos estudantes e mobilizá-los para que se envolvam com protagonismo nas aprendizagens em expectativa. Propiciar a ativação e/ou construção de conhecimentos prévios sobre a poesia. Promover a leitura compartilhada de poemas sobre a poesia, oportunizando o aprimoramento das capacidades de leitura. ORGANIZAÇÃO DA TURMA: Ao longo da aula são propostas diferentes formações, com momentos em roda de conversa e em times compostos por quatro integrantes. RECURSOS E PROVIDÊNCIAS: Cópias do Anexo 1 (um por estudante; páginas 25 e 26 deste Caderno do Professor); Cconvide previamente três estudantes e os oriente quanto ao preparo prévio de leituras bem expressivas dos poemas do Anexo 1; Sseria altamente interessante levar um globo terrestre para a sala ou um mapa do sistema planetário; Cadernos do Time (uma cópia por time). TEMPO PREVISTO: 2 aulas.

Desenvolvimento

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1.

APRESENTAÇÃO DA SEQUÊNCIA: Professor(a), em uma roda de conversa, retome com os estudantes os objetivos do programa SuperAção Jovem e apresente a sequência de atividades especialmente preparada para os estudantes do 6º ano, lendo com eles o mapa de atividades, na página 2 do Caderno do Time.

2.

ORIENTAÇÃO DO TRABALHO EM TIMES – ATIVIDADE 1: Explique aos estudantes que em times eles poderão compartilhar um pouco do que pensam

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e sabem sobre poesia. Peça que realizem a atividade 1: Bate-papo: o que é poesia para vocês?, na página 4 16 do Caderno do Time. Estabeleça tempo para isso. Procure acompanhar um pouco do processo de cada time, observando a interação entre os estudantes e, se necessário, fazendo intervenções para que aproveitem melhor a oportunidade de estarem juntos, discutindo suas experiências e conhecimentos. 3.

COMPARTILHAMENTO DAS EXPERIÊNCIAS: Convide os líderes para exporem as reflexões de seu time. Com base no que os estudantes trouxerem, faça uma fala breve, sintetizando o que há de comum no perfil da turma em relação ao que pensam e sabem sobre poesia. Divida com eles o que você pensa sobre poesia, quais são seus poetas prediletos e, se quiser, escolha um poema para compartilhar com eles, declamando ou reproduzindo áudio com declamação/ interpretação, e comentando as razões de sua escolha. Por fim, acrescente seu ponto de vista sobre a oportunidade de trabalhar com eles atividades que poderão ampliar suas experiências de leitura, produção textual e aprendizagem colaborativa, em times.

PRESENÇA PEDAGÓGICA: “Quando imaginamos uma sala de aula em um processo interativo, estamos acreditando que todos terão possibilidade de falar, levantar suas hipóteses e, nas negociações, chegar a conclusões que ajudem o aluno a se perceber parte de um processo dinâmico de construção. Não nos estamos referindo a uma sala de aula onde cada um faz o que quer, mas onde o professor seja o articulador dos conhecimentos e todos se tornem parceiros de uma grande construção, pois, ao valorizarmos as parcerias, estamos mobilizando a classe para pensar conjuntamente e não para esperar que uma única pessoa tenha todas as respostas para tudo (...). É fundamental destacarmos que importante no processo interativo não é a figura do professor ou do aluno, mas é o campo interativo criado. A interação está entre as pessoas e é neste espaço hipotético que acontecem as transformações e se estabelece o que consideramos fundamental neste processo: as ações partilhadas, ondeem que a construção do conhecimento se dá de forma conjunta. O importante é perceber que tanto o papel do professor como o do aluno são olhados não como momentos de ações isoladas, mas como momentos convergentes entre si, e que todo o desencadear de discussões e de trocas colabora para que se alcancem os objetivos traçados nos planejamentos de cada série ou curso.” (MARTINS, João Carlos. “Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo” (Fragmento). Disponível em: bit.ly/mediacaosala. Acesso em: 05.04.2014.

4.

LEITURA E DISCUSSÃO DOS POEMAS DO ANEXO 1: Conte aos times que eles lerão e discutirão três poemas que falam sobre poesia. Distribua as cópias do Anexo 1 (páginas 25 e 26 deste Caderno do Professor e páginas 3 e 4 do Caderno do Time) e promova uma conversa de levantamento de conhecimentos prévios sobre os poetas. Dialogando com o que a turma trouxer, apresente também seus conhecimentos e indique alguns

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estudantes para lerem os boxes com as informações biográficas de cada um dos autores. Na sequência, convide o estudante que se preparou para fazer a leitura do poema de Adélia Prado. Peça que a turma acompanhe silenciosamente a leitura. Depois, promova, envolvendo diversos estudantes, a discussão coletiva das seguintes questões, dentre outras que julgar relevantes: a.

A voz que fala no poema é chamada de eu lírico. Sobre o que está falando o eu lírico no poema de Adélia Prado?

b. O que podemos inferir sobre a poesia: por que com ela o eu lírico era capaz de olhar uma pedra, mas ver outra coisa? c.

Na poesia é comum o uso de metáforas, isto é, imagem feita de palavras, em que uma coisa surpreendentemente se torna outra. Que metáfora é usada para representar o que é o mundo, quando visto de forma poética?

d. Apresente, se possível, o globo terrestre ou o mapa do sistema solar e proponha: Quem inventa outra boa metáfora para o “mundo”?

Convide o estudante que se preparou para a leitura do poema de Mário Quintana e depois promova a discussão coletiva, com base nas questões sugeridas a seguir, dentre outras que você também considere relevantes: a.

Que metáfora o texto explora para os poemas?

b. A quem os três últimos versos se dirigem? c.

Como vocês interpretam esses três últimos versos?

d. O que acham da ideia de que poemas dependem dos leitores para terem vida? Por quê?

Por fim, convide o estudante que se preparou para a leitura do poema de Manoel de Barros e depois promova a discussão coletiva, com base nas questões sugeridas a seguir e em outras que você considerar importante acrescentar: a.

Vocês perceberam que nesse poema, diferentemente dos outros, o eu lírico conta uma história? Quem são os personagens dessa história?

b. O poema explora uma imagem que é “carregar água na peneira”. É possível fazer isso na realidade?

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c.

Com que outras coisas a mãe compara o ato de carregar água na peneira?

d. Como vocês interpretam esses versos: “Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira”? e.

Vocês concordam com a ideia de que a poesia é como carregar água na

5.

ORIENTAÇÃO DO TRABALHO EM TIMES – ATIVIDADES 2 E 3. Conte aos estudantes que eles poderão pensar um pouco mais sobre os poemas e discutir algumas questões na atividade 2 (página 174 do Caderno do Time). Já na atividade 3 (página 4 21 do Caderno do Time), poderão fazer “peraltagens” com as palavras, inventando boas metáforas. Estabeleça tempo para a realização das atividades e procure acompanhar um pouco do processo de cada time.

6.

COMPARTILHAMENTO DAS DISCUSSÕES DOS TIMES. Envolvendo estudantes dos diferentes times, promova a troca das discussões feitas pelos times.

Entre versos: Leitura e produção de poemas

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