O monstro ortográfico, o bicho heptacéfalo e o “exágono” do “mestre” Publiquei no meu Facebook, o seguinte post: O MESTRE DAS TRETAS: Numa acção de formação sobre o AO, o Dr. Alcídio Faustino (mestre em Linguística) disse que «Há palavras que vão sofrer alterações na grafia: cai o «h» como em «húmido» e fica úmido,..» -- Este senhor leu o acordo? Sabe do que está a falar? E "homem"? Passa a ser "omem"? E "hoje"? Passa a ser "oje"? E "humanidade"? Passa a "umanidade"? O Professor António Emiliano teve a amabilidade de comentar assim o dislate: Perante o professoral dislate da meia hora e do bicho heptacéfalo, eu só tenho uma pergunta para o feitor do AOL(P): ó xô prefessor, então e bicho-de-sete-cabeças escrevese com hífenes ou sem hífenes de acordo com o AO e porquê? Não é preciso perguntar mais nada para ficarmos desesclarificacionalizados sobre o bicho, o feitor e a estultícia de quem defende na república III dita portuguesa, de cócoras perante o BR e de costas para a magna língua, o fim da ortografia. Mas, ditirambicando um pouco, volto ao bicho. A estupidez monstra que é o AO não permite distinguir um bicho-de-sete-cabeças dum eventual bicho de sete cabeças que venha a ser descoberto numa qualquer fossa abissal (sem contar bichos mythologicos). Isto em termos linguísticos é uma barbaridade. É que na nossa ortografia se estabilizou o uso do hífen para marcar lexias complexas ou sintemas. Assim, como fim-de-semana não é o fim da semana um bicho-de-sete-cabeças não é um bicho com sete cabeças. Não sei se ... era só isto. Não, ’sperae. Ó FMV, e se a tua alma gémea te quiser mandar carta ou mail romântico chamando-te ó meu mais-que-tudo. O AO impede-a infectivelmente de botar hífenes e tu, o mais-que-tudo dela, ficas reduzido a expressão desifenada que não quer dizer nada. Tipo mais que tudo o quê?? Pronto, agora é que não sei se... E, já agora, pergunto também ao mestre das tretas se hábito passa a ser “ábito”? E se horto passa a “orto”? E se horta passa a “orta”? E se o bicho-de-sete-cabeças passa a ser “eptacéfalo”? João Roque Dias 12 de Janeiro de 2012