O Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa de 1990 A impossibilidade linguística de um instrumento político Francisco Miguel Valada
Comunicação apresentada no XII Seminário de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa – 2009 “Criatividade e Inovação: O Futuro da Tradução”, em Lisboa, a 16 de Novembro de 2009, no Instituto Franco-Português (1)
Resumo Numa sociedade moderna, não é aceitável que se tomem decisões políticas com implicações no quotidiano sem se considerarem os pareceres técnicos contrários a essa mesma decisão, nem que o criador de um instrumento técnico com fins políticos seja simultaneamente relator do único parecer técnico favorável a essa sua criação. Não se espera igualmente que quem elabora pareceres negativos, rigorosos e tecnicamente fundamentados seja pura e simplesmente ignorado. Contudo, isto sucedeu no âmbito do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. Nesta comunicação, apresentam-se exemplos da confusão teórica, dos erros técnicos e das implicações nefastas deste Acordo. Defende-se a falência de um projecto tecnicamente insustentável, não com recurso à retórica, mas através dos únicos argumentos ter em conta: os argumentos linguísticos.
(1) A esta comunicação, inicialmente redigida para ser lida por outrem, na remota eventualidade de eu não poder estar presente no Seminário, foram aditadas referências que me surgiram na altura. Nem tudo o que se encontra nesta comunicação foi por mim dito no dia 16 de Novembro de 2009. De igual modo, muito do que acabei por dizer nesse dia não se encontrava na redacção original. Por experiência profissional, sei que é preferível falar livremente, com ou sem auxílio de notas, a ler um texto. Assim, o presente texto representa uma versão corrigida e aumentada, entre 18 e 20 de Novembro de 2009, da apresentação oral de dia 16, realizada com recurso a PowerPoint.
1