MEDIA E FELICIDADE

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OS MEDIA E A FELICIDADE

PEQUENA NOTA INTRODUTÓRIA: Este estudo foi concluído na semana que, em dias úteis, termina a 16 de Dezembro de 2011. 1982

1991

2006

Nesses mesmos dias, a revista TIME - que elege todos os anos a figura do ano, desde 1982 - que têm sido na sua maior parte, políticos – decidiu atribuir esse estatuto a alguém que se revelou central, nos últimos meses, na vida de muitos cidadãos. Desde o computador, em 1982, passando pelo primeiro guru das comunicações Ted Turner (fundador da CNN) em 1991, destacando em 2006 o cidadão comum, utilizador do ciberespaço (com uma imaginosa capa que em lugar do monitor oferece uma superfície prata que reflecte o leitor), até ao visionário criador do Facebook, Mark Elliot Zuckerber, cada vez mais os media se tornam fundamentais no nosso percurso de vida. A f igura do ano 2011 é “aquele que protesta”, que reclama os seus justos direitos, que afirma a liberdade, que pretende construir um outro futuro. Para além do homem ou do jovem que protesta, de todas as culturas e cultos, há um denominador comum nos seus exercícios de direitos: o uso do telemóvel, do youtube, do facebook, do twitter, do e-mail e de tantas outras tecnologias para dar uma voz inteligente ao desejo de felicidade que está muito para além do simples lazer. No meu conceito de felicidade, de que a tecnologia é ponte, coexistem diversos estados de humanidade: Um deles é, sem dúvida, a partilha do saber. Raul Q.J. Reis, 16/12/2011 – ISCSP- Ciências da Comunicação – 1º ano

2010

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Hoje em dia, estamos longe de imaginar o que foi a FELICIDADE ao longo dos séculos, bem como cada cidadão a acolhia, e por que meios. Desses tempos, apenas podemos reviver as ficções e os relatos, das artes e das letras. É a partir destas que geramos hoje, individual ou colectivamente, as nossas emoções. Há, no entanto, e a título de exemplo,

uma ideia

comum de felicidade – como sinal - que nos tem sido transmitida ao longo do tempo: no fim de uma guerra, ocorre (e sente-se) alguma coisa de diferente. Tais momentos quer contados por avô, por pai ou mãe, ou por amigos, quer vistos em filme ou em televisão (como história ou reportagem) agitam-nos sempre. Mesmo durante os conflitos, as cartas dos locais de combate e, actualmente,

a internet, os e-mails e as

reportagens tv são fortes focos de paixão, com maior ou menor racionalidade, onde o êxtase se desfaz na paz interior, no sorriso, nos olhares. Dos chamados meios “quentes” (cinema, rádio, fotografia) ou dos “frios” (televisão) – segundo McLuhan - todos retiramos uma energia invulgar para a nossa vida quotidiana. No cinema, podemos desenvolver os primeiros passos de acasalamento, por identidade de ideias, ou porque, com o nosso par, nos revemos nos personagens. Com a fotografia, construimos as memórias da nossa vida: como bébés, como viajantes, como estudantes, como gestos de saudade. Com a rádio aprofundamos a noite, afastamos a solidão, descobrimos novas janelas. Pela televisão, muitas vezes abandonamo-nos à sorte (à nossa sorte), e até podemos perder a dignidade. Mudamos de personalidade, criamos os nossos alter egos, mas também aprendemos a ler a dimensão do planeta em que vivemos. E com quem vivemos, sem que seja fácil abraçá-los. Página 5 de 37


Os media têm sido, cada vez mais, uma perfeita prótese das nossas incapacidades naturais: não poder correr muito, não voar alto, não mergulhar no profundo, mas saber que tudo isso é possível no imaginário de alguém, com algum ser, num qualquer ponto da vida, num qualquer ponto do mundo. AS “NOVAS” TECNOLOGIAS

Aos media, com excepção dos jornais e das revistas em formato

tradicional

impresso,

convencionou-se

entretanto dar-lhes o nome de “Novas Tecnologias” (não sei por quanto tempo terão essa denominação, já que passámos a estar preparados para todas as inovações no lazer - e também no trabalho, claro - todos os dias, todos os meses). As novas tecnologias são, por natureza, antropofágicas, ainda que muitas vezes, com generosidade, as chamem de “complementares”. Por isso, têm uma pequena esperança de vida, pelo menos, na sua fisionomia inicial. À Internet/Web, no período da sua disseminação inicial, não deram nenhum “apelido”, mas quando a mesma passou para os negócios, para o e-mail global, para o youtube, então já foi adequado chamá-la de “2.0”. Um pouco como há vários séculos, no tempo das realezas: morrem os reis, mas não morrem as dinastias. (agora, está a chegar a geração 3.0 (a par dos telemóveis “4G”) e houve a bolha das “dot.com” (empresas de serviços tecnológicos, de rápido crescimento, mas de queda ainda mais rápida, por suicídio empresarial de preços ou de objectivos). A televisão era quase quadrada desde o seu início comercial pósguerra. Tinha (tem ainda) um rácio 4:3 (3 partes de altura para 4 partes de base), muito próximo da tradição pictórica clássica ou romântica (com excepção dos trípticos, claro, primos do Cinerama). Os gigantes tubos de vidro (CRT), foram entretanto substituídos pelos LCDs, pelos LEDs, pelos PLASMAS e, em breve, pelos OLEDs, ou outras tecnologias electrónicas de visualização. Tornaram-se 3D, e já parecem “janelas para a paisagem” com a sua relação 16:9.

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Esta mudança de geometria visual também ocorreu no cinema. Com alguma antecipação, aliás. E o que é curioso é que aí a matemática dividiu as emoções. Os filmes intimistas, o “cinema nouveau”, o neorealismo (o polaroid monocromático da sociedade italiana), as relações interpessoais

de

Bergman

recorriam

ao

pequeno

“quadrado” (também determinado pela estrutura física da própria fita cinematográfica). Mas quando se passou, numa primeira fase para o Épico, quer fosse a conquista do Oeste, quer fosse a procura do Santo Graal (além dos 10 Mandamentos, da Túnica, ou do Médio Oriente/Lawrence da Arábia), o formato teve que extremar-se entre os nossos dois olhos, para que outros sentimentos como a liberdade nos roubasse com mais vigor dos nossos medos correntes. Nos 10 Mandamentos, a libertação dos Hebreus do jugo Egípcio obrigava naturalmente a um apelo de sensações e de comunhão espiritual, que só um grande mural, com uma tela de mais de 20 metros, podia edificar: “uma Capela Sistina, em cada bairro, com três sessões ao dia, actualidades, publicidade e filme anúncio”. As idas aos cinemas eram, nos anos 60 e 70, um acto de vida familiar tão importante como o Natal ou os aniversários. Em período de censura e de classificação etária rigorosa, era tão transgressor mentir na idade que se tinha como talvez hoje ser apanhado com drogas leves (exagero..). Ir ver pequenas sensualidades aos 11 (quando o filme era para maiores de 12) ou grandes sensualidades aos 17 (quando o filme era para 18), produzia uma inesquecível felicidade interior. Os novos super ecrãs são hoje, necessariamente, 3D, com som Surround 5:1, 6:1 e 7:1. O que neles se vê já não apela às emoções “éticas” ou “morais”, mas à estimulação dos sentidos em si. Em particular, no que se chama “a aproximação VIEW MASTER”. Por mais que tudo mexa, balance e se quebre, pretende-se ver, por três ou quatro vezes, alguma coisa que “saia” do ecrã e estique até à fila de cadeiras à nossa frente (uma espada, um carro, um míssil, qualquer coisa serve...).

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Contudo nem o formato 3D nem o Surround conseguem ainda transmitir-nos os pequenos sussuros dos segredos, os pequenos gestos de ternura dos beijos, ou a cor real dos horizontes. A excepção talvez vá para as crianças, que se fascinam por tudo o que se move. O 3D é brincadeira, é descoberta pueril, é uma casa cheia de brinquedos, com muitos sons, com bolas de sabão no ar, ”com uma mamã em toda a casa”.

JÁ AGORA, A PROPÓSITO DE INTERACTIVIDADE...

Uma “obrigação” dos nossos dias é que um “medium” seja “interactivo”. Mas não seria essa a a preocupação de todos os media e dos produtores de conteúdos desde mesmo há dois séculos, apenas com a imprensa? Não se pretenderia uma reacção do leitor às notícias, às causas, aos factos? Há alguns anos, depois da Philips ter introduzido o CD-I, generalizou-se uma variante (não tão dependente do hardware proprietário) chamada CD-ROM. Teve dezenas de milhares de títulos publicados, muitos na área da Educação, muitos como Enciclopédias. Serviram também de base às tecnologias Kiosk (postos de informação pública ou de escolha de produtos), mas com o advento da Internet o CD-ROM foi morrendo progressivamente, por falta de capacidade de actualização da informação neles guardada. O CD-ROM foi um eventual percursor da WIKIPEDIA numa “felicidade” diferente, que é apropriarmos do(s) saber(es), em formato distinto do livro. Casos como a Enciclopédia Encarta, da Microsoft, em que - em apenas um ou dois discos - se comprimiam 20 ou 30 volumes da estante da sala de casa, num deleite de portabilidade, marcaram uma década.

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O VERDADEIRO TAMANHO DA NOSSA MEMÓRIA

Os media mudaram a forma de se criar memória. Com a fotografia, em particular. Desde 1825, uma invenção que atribui a Niépce, tem testemunhado os biliões de partilhas familiares de nascimentos, de matrimónios, de factos inúteis, de poses fantasiadas, de promessas de futuro. Na época chamada analógica (só teve verdadeiramente esse nome quando chegou a outra, a digital) havia o rolo fotográfico de 24 ou 36 fotos, em que era necessário selecionar o momento importante, para lhe dedicar um bocado de película. Podia estar-se um mês ou mais com o rolo na máquina, à espera de um outro facto novo, para então poder revelar as fotografias. De uma semana a 24h ou 48h (em prazo de urgência), a ansiedade pelo resultado era crescente. Mais uma vez, mostrar as fotos no envelope ou no álbum, obrigava a rever a família e recuperar laços. Também havia a Polaroid Instântanea, e as fotos de casamento prontas a tempo do “copo d’água”, para escolha das cópias. Os novos tempos trouxeram o digital, já não com rolos, mas usando as memórias de estado sólido (SSM – Solid State Memories): os, correntemente, chamados “cartões”. Há-os de todos os formatos: CF, SD, MMS, etc, etc. Usam-se nos sistemas “amadores” e nos “profissionais”. Mas o que é que esta mudança de suportes representa como mudança de costumes? A máquina digital é uma revolução, dada a possibilidade de permitir a visualização instantânea de resultados, além da possibilidade de apagar tudo o que não agrada e fotografar “por cima” , centenas ou milhares de vezes. Com a máquina digital nasceu a geração do “file” (de “ficheiro”), uma espécie de átomo ou célula base de um novo modo de vida. Gravamos música em files, tiramos retratos em files, fazemos videos caseiros em files. Depois trocamos files por e-mail, descarregamos

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files de livros e afuunilamos Baach, Beethooven, Mozarrt e as suas sinfonias, ccantatas, óp peras, em files. As A nossas nnovas coleccções já não o são de caddernetas de cromos, de discos “vvinyl”, de selos, de mo oedas, mas dde files, virttuais. Às À biblioteecas, aos museus, m ao os arquivos vamos bu uscar os nossos n novvos postais ilustrados, em “files””. O que trocamos (i.e., a quanntidade do que trocam mos) passou das dezenaas, ou de poucas p centtenas, para qualquer co oisa com muuitos zeros à direita. Os novos números, dos novos media (dee armazenaamento), m breve, tallvez, em Peetabytes. exprimem-sse em Teraabytes, e em Há uns anoos armazen návamos algumas carttas, hoje teemos, ao lado do ccomputadorr, algo qu ue se aprooxima da Grande Biblioteca dde Alexand dria, ainda que em term mos simbóliccos. Um objectto que pod deria ser um u pisa-paapéis parecce ser a memória dee algumas civilizações. c . Mas o que é que esta densa floressta de inforrmação acreescenta à nossa feliciidade? Como nno livro de Saint-Exupé S éry os númeeros em exaagero não deixam d percceber, por vezes, v as qualidaddes de cadaa elemento. Há alguns anos, a um jovem de 12 1 anos, perrguntaram “quantas “ músicass tinha no seeu IPOD”: - 3612 músiicas, respon ndeu. Será quue este armaazenamento o massivo dde informaçãão e os Megabits com que ela se propaga estendem m mais a vida de caada um de nós ou en ncurtam-na?? O que é que perdem mos (ou ganham mos...?) quaando querem mos absorvver tudo, ver tudoo, ler tudo num n painel luminoso, ccom dois altifalanntes anexos?? Com ass nossas supermemór s rias (outra prótese) aumentáámos o efeeito de “sh haring”. Parrtilhamos tudo, im magens, pensamentos p s, ideias, convites. Será quue nos conhhecemos mais, por issso ? Será que connfiamos mais? Será qu ue nos entrisstecemos menos?

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TABL LETS, MO OCHILAS, PDFs, P etc Um m outro “filee” dos nosssos dias é o PDF (de Acrobat, A daa firma Ado obe). É o chaamado fac-ssimile do sééc XXI. O PDF, P no último ano, teem-se assocciado aos Tabblets, como o o novo

suporte móvel de co onhecimentoo, e também m como

sussbtituto matterial (e natuural ?) das velhas v mochilas (“velhhas” é, com mo se diz, “appelido”, dad do o intensso merchandising que as decora; coca cola,, disney, barrbies). Mas oss PDF, quee equivalem m à fase dde pré-impressão da moderna m tippografia em m offset, colocam m-nos a grannde decisão o de - para aalém dos prroblemas cllínicos que podem orig ginar aos mais nnovos, daddo funcionaarem por retroilumin nação (aliáás como os monito ores dos computaadores)

-

alterarm mos os nosssos hábitos de leituraa e de convvívio. Da mesma forma que q o portáátil esmaggou em

vendas

os

computaadores de secretária, os Tabletss (que dessenvolverão o também as capacid dades de multiproocessamentto semi-pro ofissional, ppara além das d de visiionamento) tendem a liquidar também m a venda doos portáteis.. Os Tabllets serão os o nossos jo ornais, as nnossas revistas, os nosssos livros eescolares, os nossos memoraandos, as nossas n caixaas do correeio de um futuro próximo. E daaí? Mais uma u vez, coloca-sse a questãoo de saberm mos durantee quanto tem mpo, em qu ue locais, ccom que inttimidade celebrarem mos essas litturgias. FALSO OU U VERDAD DEIRO?

Uma

outtra

espiritualidade

dos

nosso os

dias

correspond de a uma artte (ou a um ma engenhariia) a que deram o nome n de imagem i dee síntese (ààs vezes referida co omo 3D) . Convém, C noo entanto, associar essa “arrte” a uma outra ferraamenta de ccriação de grafismo g electrónico jáá “antiga”, que é o Páágina 11 de 3 37


PHOTO OSHOP. Ainnda que exiistam dezennas de prog gramas em 2D 2 e 3D dee idêntico potencial, tornou-sse comum - e mesmo popular p - quue o jogo de falsidadess/realidadess, tanto nass revistas ditas “ddo social” como c na prrópria publlicidade, ten nha tendênccia a “respoonsabilizar”” aquele program ma por moddelos “desviantes”. Na rua diz-se: Vi aquela fulana f na ruua, com um m aspecto péssimoo! O que se vê na revistta “é tudo pphotoshop”! A imaagem de sín ntese (inclu uindo os chhamados prrogramas vectorriais tridimeensionais co omo o AUTO OCAD) ou de “previsualiização” fazzem com que q o imaaginário se assuma como real. Os préédios não tiiveram aindda a primeirra pedra, mas ppodemos veer-nos dentrro deles, seentir um co onforto e uma ssegurança antecipados. Os carrros, os av viões, as máquiinas, o design em geral identifiica-se, apreeende-se, antes de ser útiil. Conhecee-se o coraação de allguém – clinicam mente - sem m medidas in nvasivas. A Apenas com “ressonâncias”, “positr trões”, etc. Num fuuturo cinem ma, depois da d “realidadde” imagin nada do AV VATAR (quualquer coissa como uma repportagem do d paraíso), espera-noos fatalmen nte a reincaarnação doos mortos, i.e., dos artistas mortos. Reecorrendo a sistemas dee MOCAP (motion cap pture) cruzaados com fo otografia especiallizada, tereemos os no ossos ídoloos de infânciaa, de juventtude e mesmo dos anoos de maturiddade, a convviver de nov vo connoscoo. Se não há uma foonte da vidaa eterna paara os mortais – por enquuanto – fazeemos os millagres que estãão à nossa mão. m Fica em aberto see esse futuro m magoa a éticca ou não.

PERTO O DE TODO OS, EM QU UALQUER R LADO

Só uma u mente muito tortuuosa poderiaa imaginar que q o peso m morto que tinhamos t há trinta t anos em casa, cchamado “ttelefone”, pudesse p ser qualquer coisa c tão trannsportável ou o “necessárrio” como a carteira. Vi V o meu teelefone evolluir de 5 paraa 6, 6 para 7, 7 7 para 8 e 8 para 9 allgarismos. Um U tipo de progressão o como a

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dos “amigos” que se podem conseguir no Facebook. Naquele caso, no entanto, sabia-se que cada vez mais pessoas tinham telefone, mas, pelo contrário os amigos não cresciam da mesma maneira. Os encontros eram marcados para o dia seguinte, tendo como base encontrar alguém à hora do jantar. Embora os namoros pudessem ser prolongados ao telefone (para quem pudesse pagar a conta) a felicidade era estabelecida ao dia, ou à semana, quando hoje é perfilhada ao momento. O meio “quente” que aproximava as pessoas (ou que dava as más notícias – em muitas casas, sabia-se que quando alguém telefonava era para comunicar que um familiar ou amigo tinha

morrido)

parece

que

é

hoje

o

combustível da impaciência, da ansiedade, da insegurança. Porventura, entre 1/4 e 1/3 de uma chamada de telemóvel ocupa-se da discussão das insuficiências técnicas das próprias chamadas: “Não te estou a ouvir”, “desligaste ou fui eu?”, “tinha a bateria descarregada”, etc. etc... O telemóvel, que já vimos fazer movimentar multidões e gerar as ditas “primaveras políticas” burocratizou alguns actos de amizade, por vezes retirou-lhes afecto: Um SMS múltiplo “avia”, na época de Natal, as melhores Boas Festas. Onde param os cartões de Natal? E como andará a UNICEF ? Os SMS do telemóvel também já revelaram ser um “excelente” meio para desenvolver as relações sociais do trabalho (segue-se alguma ironia, aviso): é já comum alguns trabalhadores receberem um SMS com uma mensagem do tipo “A nossa empresa está em crise. Agradeçemos o empenho dado ao longo dos últimos 25 anos de trabalho a esta “família” (empresarial). No entanto, devo comunicarlhe, com muita dor pessoal, que a partir da próxima segunda-feira, prescindimos dos seus serviços. A Gerência. P.S.: Os ordenados em atraso serão pagos oportunamente”

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Claro que uma mensagem destas ocupa duas taxações, mas a felicidade também é capaz de ser mútua... (fim de ironia).

TEREMOS SEMPRE COISAS PARA DIZER ?

Vagueando pelo tamanho das mensagens, não podia deixar de lembrar o Twitter: 140 caracteres para expressar ideias. O mais fascinante do Twitter é descobrirmos que afinal podiamos dedicar mais tempo a conhecer e ouvir os outros do que a produzir discursos vazios, longos, imperceptíveis. Mas de que se pode falar pelo Twitter? Com excepção do seu uso por parte das grandes empresas e das grandes marcas (como no caso do Facebook), para desdobrar a sua estratégia de Marketing e manutenção de presença pública, de que podem falar afinal os cidadãos comuns, entre eles, os jovens? Quando escrevem, acima de tudo, procuram atenção. Para o que vestem , para o que pensam, para o que ambicionam. Onde vão. Criaram-se nestes sistemas massas de gentes chamadas de “seguidores”. Ou também os que simplesmente gostam – “(i) like”. As identidades culturais ou nacionais cruzam-se hoje com uma malha regional, local, ou mesmo transnacional de quem se identifica com causas comuns. Respeitáveis ou não, fúteis ou não. O Facebook, que inventou os amigos de “caderneta” (só aqui se podem ter milhares de amigos), mas com um interface pouco racional e – quanto a mim - mal organizado dum ponto de vista HUI (“human user interface”, que, aliás, tem tido várias versões), tornou-se um pequeno jornal mural de ideias, de discussão pública e privada, Um “stream” principal (uma espécie de fonte de notícias) que pode aceitar comentários dos “amigos”, e a que se pode adicionar “plugins or addons” (pequenos programas que aumentam o seu potencial interactivo) é a peça fundamental do sistema em rede. Mas para além da troca interpessoal de informações, ou da capacidade Página 14 de 37


mobilizadora que já conhecemos, o Facebook é potencializador de solidariedade humana. São inúmeras as “contas” de ONGs, de movimentos de apoio pós-catrástofes, de defesa dos direitos humanos. Mas, como no caso da dimensão das nossas duas memórias (a real, humana, e a dos discos rígidos), será que sabemos escolher as palavras, compreender as oportunidades dos diálogos e a sua dimensão?

O TAL CANAL

A razão pelo qual ainda não conseguimos falar ao (video) telefone - como se via no filme 2001, Odisseia no Espaço (ai, Stanley Kubrick, continua tudo a ser ficção científica...!), é porque ainda não temos no computador a qualidade de imagem da televisão (da nova, claro) através de um acesso normal de internet/cabo (convencional ou IPTV). Tal reside num problema chamado sublimemente “largura de banda”. Uma “largura” que nunca é suficiente para as nossas ambições, nem consegue responder ao crescente número de utilizadores da internet e de outros meios de comunicação. A questão tem sido ultrapassada com a introdução da fibra óptica e com o desenvolmento dos sistemas “inteligentes” de compressão de imagens. Mas porque são essas questões técnicas tão importantes? Simplesmente, porque o modelo de televisão clássico “ONE TO ALL” começou a transformar-se em “ONE TO MANY” (not for all) para vir a desembocar no “ONE TO ONE”. E que transição - sequencial - é esta ? Desde o início da televisão, a emissão é uma capacidade cara de um centro emissor com competências técnicas e recursos humanos especiais. O espectador foi sempre passivo, apenas rejeitando por comutação um ou outro programa que não quer ver. Nunca pensou em gerar notícias da sua própria casa, nem entretenimento público. À fase de radiofusão pelo ar (via hertziana), seguiu-se a introdução da televisão cablada.

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I.e, não se recebe a emissão naacional ou rregional pella antena do o telhado, m mas através de d cabos que cheegam a casa do consum midor/especttador. As características técnicass deste novo o tipo de lig gação passaam, a determ minado mom mento, a su uportar o acesso a peloo mesmo cabo c de intternet e de d televisãão e perm mitem a ex xistência dee característticas bidireeccionais (e que possibiilita a tal intteractividad de). Traata-se então o de saber que quantiidade de informaação pode passar ao meesmo tempoo, no mesmo o cabo, e qu ue qualidadee a mesma pode p ter. Quandoo se somaraam ou comb binaram as transferênccias de “files”, as granndes densid dades de armazennamento e as experiên ncias de up load (carregamento dee dados do utilizador para um centro iinformáticoo), no quad dro do connhecido Google, surgiu o Youtuube (aliás, fruto da aquisiçãão inteligennte pela Goo ogle de umaa empresa in ndependentee). Assim, cada ciberrnauta, torn nou-se realizzador, um narrador da d sua proxximidade hu umana e materiall. O Youtubbe tem diversos modeelos de vídeeos, consoaante os seuss utilizadorees ou os seus esppectadores. Condicionaado pelo teempo dos seeus segmentos (é impoosto, para a maioria dos cassos, um lim mite de 15 minutos), ttem como fontes tanto o os telemóóveis (usad dos nos movimeentos políticcos), as antiigas gravaçõões caseirass de televisãão (em VHSS ou Betamax), e os vídeos oou filmes de d família, como exceepcionais do ocumentário os e noticiáários de televisão e cinema e o entretennimento mu usical dos annos 50 a 90 0, que se pensaria já seerem inacesssíveis na program mação norm mal. Mas maais uma vez, as grandess empresas e as grandees marcas têêm visto nesste meio um ma forma de preeencher nichhos de com municação com os consumidor c res. Existem m mesmo grandes produçõões feitas exxclusivamente para o Youtube e,, há poucos dias, foram m apresentad dos trailers de uma lo onga metrageem, Olive, do d realizado or Hooman Khalili, com ma grande actriz Genna Rowlan nds, filmadaa inteirameente com um m telemóvel NOKIA. Numa cconferência recente em m Lisboa soobre os media, um cooordenador da d área de produção vídeo de uma u universiidade privadda, não considerou a poossibilidadee do Páágina 16 de 3 37


“workflow” (sequência de papéis desempenhados por pessoas, grupos, áreas técncias, etc) vir a ser directo entre cidadãos emissores e cidadãos receptores. Sou de opinião contrária: não é a filosofia de comunicação social que define os papéis, mas a forma como se desenvolve a tecnologia que muda os papéis e os costumes. O desenvolvimento, por exemplo, do IPAD provou-o. Todos os tablets vão mudar funcionalmente a sociedade, em especial a educação, pelo princípio do “efeito de borboleta”. Para além do aspecto (muito tentador) de se estar a discutir actualmente nos Estados Unidos legislação para se cercear a expressão livre pela internet, e indirectamente atacar os “canais youtube” de natureza política, é claro que a televisão clássica já foi ultrapassada pela organização temática (contra a generalista) dos canais que, cada vez mais, com baixos custos de investimento, sistemas de distribuição regional ou internacional, atingem com os pacotes digitais uma diversidade de interesses (facto que não tem qualquer comparação na história). O

sistema

passivo

de

consumo de televisão ainda existe, na medida em que existem estratos sociais com a mesma

incapacidade

reacção ao poder, tanto

de no

processo de assimilação de saber, como numa reacção ao simples aumento de preços dos medicamentos. Excluindo o “upload” do banal, do kitsch, do popularucho, o youtube (e outros servidores menos conhecidos) serão fundamentais na acessibilidade cultural e social dos agregados populacionais ou profissionais.. O youtube (que se enriquece tecnicamente a cada dia que passa) baseia-se no princípio “on demand” e não no streaming contínuo. Contudo, as “playlist” (alinhamentos memorizados da ordem de reprodução de vídeos), ou a possibilidade de “embeber” os vídeos youtube em módulos informáticos específicos, sugerem que facilmente um grupo comum de interesses, pode possuir uma “televisão”, com larga audiência. Tudo depende da parte física (hardware) do processo de comunicação. Mais dois ou três anos e tudo mudará. Página 17 de 37


TUDO A PEDIDO, OU O DIREITO À ESCOLHA CONSCIENTE

Falar em video on demand, leva-nos também a referir os “books on demand” e os “newspapers on demand”. Um e outro

são

sistemas

de

obtenção,

respectivamente, de livros e de jornais, que podem ter, infelizmente, uma vida curta. Não sei. Mas mais uma vez parece que aqui se aplica a componente antropofágica dos novos media. Os “books on demand “ são uma tecnologia que, através da impressão digital (sucessora dos sistema offset tipográfico (cujo processo de pré-impressão é caro e o processo de impressão só se justifica quando atinge - depende das máquinas envolvidas alguns milhares de exemplares) permite reproduzir um livro esgotado ou muito antigo, com extrema fidelidade, podendo ser “editado” apenas um exemplar por um preço razoável. No entanto, a vulgarização do formato PDF, entre outros, e a aparição dos “tablets” pode vir a não conseguir tornar essa tecnologia um negócio de sucesso. No caso dos “newspapers on demand” a ideia (e a técnica) baseava-se na possibilidade de permitir a pessoas que viajavam muito (como homens de negócios) poderem através de um kiosk interactivo imprimir uma facsimile de jornais do seu país (mesmo estando a milhares de quilómetros de distância), do mesmo dia. Essa tecnologia que incluia a utilização

de

transmissões satélite de dados, com algum custo, enfrenta o mesmo problema. Os jornais já distribuem via internet os seus conteúdos, em formato PDF, e um viajante em qualquer hotel do mundo, ou mesmo na rua com “internet em Página 18 de 37


roaming” ou em WI-FI, podem também aceder aos ficheiros sem necessidade de os imprimir. O grande debate sobre “se os livros vão acabar”, podendo tornarem-se todos objectos digitais tem mais uma vez em si questões que se desenvolvem em diversos planos. Até há pouco os “conservadores” eram capazes de admitir que com excepção dos “romances” ou dos “livros de ficção”, que são lidos em momentos e espaços intimistas (na cama, à beira mar, na esplanada, no jardim, etc), tudo o mais (jornais, revistas, livros técnicos, enciclopédias...) podia passar para os ecrãs. Era um compromisso. No entanto, tem-se sabido ultimamente que grandes marcas de sistemas de impressão (pelo menos, as europeias, como a MAN ROLAND e a HEIDELBERG, se confrontam com a incapacidade das empresas de impressão de amortizarem as máquinas, já que a procura de produtos impressos (livros, publicidade, etc) tem vindo a decrescer face ao crescimento da utilização dos suportes electrónicos. Uma real pescadinha de rabo na boca...

DEPOIS DE CONHECER OS ROSTOS, CONHECER OS LUGARES

Com o Facebook e as outras redes sociais pretendemos criar a interacção com os outros, independentemente dos espaços. Contudo, e apesar dos websites se dedicarem, há vários anos, através da fotografia, a divulgar as “paisagens”

(rurais

e

urbanas)

são

as

ferramentas Google, como o Google Maps e o Latitude, que nos transportam para os lugares. Foi uma espécie de ovo de Colombo que fez com que se pensasse em utilizar os satélites que faziam fotografia científica ou comercial, para retratar toda a terra, no melhor modo de aproximação. Assim passou a ser simples (mais tarde com a combinação GPS, e com um olhar de estudante de geografia) identificar distâncias, pensar em património imóvel pessoal ou culturalmente protegido, descobrir a imensidão do nosso território ou reflectir sobre as nossa origens.

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A Google não se limitou a fotografar do ar. Recorrendo a um sistema de câmaras tipo “360 graus”, nos tectos de automóveis, tem fotografado, nos últimos anos, todas as ruas das mais importantes cidades do mundo (entre elas Lisboa e o Porto, bem como os arredores: Almada, Matosinhos, Montijo, Seixal, Barreiro). O que é que isto traz de útil, em termos de comunicação? Imenso, e para a publicidade também. Pode-se saber onde se encontra, aquilo que se procura. Conhece-se onde fica uma farmácia, que é uma necessidade corrente, previsualizando a rua e o sentido do trânsito. Podese escolher o hotel de férias, conhecendo antecipadamente o bairro onde o mesmo se encontra, e o percurso pedestre até a um café ou a um museu. Da

informação

convencional,

através

da

imprensa

generalista, em que poderíamos detectar 6 a 10 grandes secções, para estes novos meios, decobrimos que em espaço, destaque, detalhe, relevância e atracção tudo se altera: desdobramos o espaço de informação, interligamo-lo com outras fontes, com um simples link.

O ADVENTO DE UM CERTO “VIDEOFONE”

Com as tecnologias 4G/LTE ( Long Term Evolution, em português, Evolução a Longo Prazo), os telemóveis vão oferecer mais serviços de especial qualidade, tendo entre eles a super ascenção da qualidade vídeo, que foi possibilitada um pouco por roubo do espectro herteziano que a televisão não aproveitou. Não acredito Página 20 de 37

muito,

neste

momento,

na


multiplicação dos canais TDT, dada a forte implantação dos sistemas cablados ( ZON em EuroDOCSIS 3.0 e MEO em ADSL/IPTV/VOIP/FTTH + ONT). Aliás, a licença de distribuição

obtida pela PT foi devolvida, estando agora no “éter” o futuro comercial dos pacotes digitais. Até ao próximo dia 26 de Abril de 2012 faz-se a conversão do sistema de transmissão antigo para o digital (que pode deixar milhares de portugueses, cujas casas não são cabladas e ainda usam as antenas do telhado em formato “ de espinha de peixe” - como se dizia - sem qualquer sinal de TV). A referência ao videofone faço-a porque, desde 2007, podemos utilizar um seu percursor nos computadores, de nome Skype. O Skype que se inicia apenas com voz (VOIP) em 2003 começa, quatro anos mais tarde, a disponibilizar a

possibilidade

de

comunicar

com

vídeo

-

gratuitamente - com outro computador. De qualquer forma, num modelo ou no outro, não existindo uma despesa telefónica, o sistema passa a aproximar famílias, amigos, imigrantes e emigrados, e mesmo militares em combate como se viu com as experiências americanas no Iraque e no Afeganistão. Mas, curiosamente, são as grandes cadeias de televisão, que cada vez mais investiam em grandes sistemas (caros) de “unilaterais” (serviço de repórter remoto) de comunicação satélite (com proibitivos preços de “time slots” de transmissão) que foram progressivamente aproveitando as potencialidades do Skype. Desculpando-se com o princípio de que o que interessa na transmissão é a actualidade e a urgência, não a qualidade da imagem, vimos que cada vez mais se utiliza aquele meio no teatro de guerra, ou numa simples comunicação de um convidado de um programa (“show”, em televisão americana) de sua casa, não sendo necessário deslocar para lá uma equipa “pesada”. QUALIDADE OU ACTUALIDADE ?

Também curioso é que a evolução da câmaras profissionais de televisão (algumas ainda na casa dos 75.000 euros + outros 75.000 euros das lentes de “caixa”) que segue um especial Página 21 de 37


caminho que se funde com as futuras variantes da alta definição (50p/1920x1080), bem como com as exigências da projecção digital em sala (2K e 4K), parece que fez um spin-off, desenvolvendo produtos de qualidade “subjectivamente” idêntica, que passaram a ser utilizados em reportagem. Assim, não só tem sido comum ver câmaras aparentemente amadoras em reportagens do exterior, formais, quotidianas, ou em produção documental. Também as máquinas fotográficas digitais, as topo-de-gama, em particular, começaram a gravar imagens de vídeo em HD, sendo já muito utilizadas

em séries

americanas,

como

a

conhecida “Dr. House”, dada a mobilidade em estúdio. Estas mudanças tecnológicas, sendo só por si uma surpresa, projectaram no panorama audiovisual a criação do repórter multimedia, o que não era viável quando se tinha de carregar pesados tripés e câmaras que chegam aos 10 kilos ou mais (com as respectivas lentes, e já para não falar dos kits de iluminação).

RÁDIOS LOCAIS, DE LOCAIS LONGÍNQUOS

Por substituição em casa (excepto enquanto se pode ter o privilégio de tomar banho de manhã ou, no caso dos homens, tomar banho e fazer a barba) são poucos os tempos em que se pode ouvir rádio (se se gosta de ouvir rádio, claro). Com o computador, desenvolveu-se (primeiro

a

tecnologia

streaming

de

streaming

audio,

depois

streaming de vídeo). Isso significou (e significa) a possibilidade de receber os

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programas de rádio, sem ser com a normal antena. Com o deslocamento dos ouvintes para uma maior ocupação de tempo ao computador, as estações de rádio encontraram nesta nova tecnologia a possibilidade de reencontrar os ditos ouvintes “foragidos”, mas com a vantagem de não estarem limitadas à região autorizada para difusão (potência + frequência) mas podendo chegar ao “outro lado do mundo”. Via internet, é assim possível aceder a 5, 10, 20 mil estações de rádio com um simples click, em que a expectativa é chegar a novas culturas. Infelizmente, com excepção da diversidade notícias locais (para o que é necessário entender línguas...), quando se pensa apostar na “recolha” etnográfica/etnomusical (outros sons/outros ritmos) descobrimos que há uma massificação da música anglo-saxónica que subjuga, naturalmente, o tempo de antena das culturas locais.

DO “RATO” AO “DEDO” Quando mudam os media mudam também os elementos corporais que com eles interagem. A televisão e o cinema apelam ao olhar e à audição, a rádio só a esta última, o computador, descendente inteligente da máquina de escrever, veio a introduzir a primeira prótese “electrónica”: o rato (na fase WINDOWS gráfico, por exemplo). O rato justificava-se por serem necessárias operações, para além da escrita básica: abrir e fechar janelas, desenhar.... Durante anos, nunca se pensou em tocar os ecrãs com os dedos, porque as mãos sujas ou gordurosas dos utilizadores, diminuiam a definição do ecrã. O ecrã táctil nasceu, entretanto, colocando uma tela especial sobre o ecrã tradicional, como foi usado nos postos interactivos (kiosks, de que atrás falei, ou no novo sistema “Digital Signage”Sinalética, ou sinalização, Electrónica). Hoje estamos na era do ecrã táctil, o problema dos dedos gordurosos já “não se coloca”, e já se aplica à expansão e

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rotação das fotografias e dos mapas, nos telemóveis, nos IPADs e nas futuras mesas e painéis tácteis. Entretanto, alguns outros interfaces têm respondido a necessidades especiais de pessoas com deficiência, quer através da V.R. (voice recognition/reconhecimento de voz), quer através da V.S (voice synthesis/síntese de voz), F.R. (finger recognition/identificação de impressões digitais) ou I.R. (iris recognition/identificação ocular). Ainda, na actual produção de filmes 3D, a síntese de imagem é combinada com uma espécie de digitalização (scanerização 3D) com a utilização de pontos identificadores de malha (mesh) “pintados” no corpo ou na cara de um actor. Neste caso, o interface de input é o próprio ser humano.

A EXPERIÊNCIA DA TELEVISÃO INTERACTIVA

Há uma dezena de anos desenvolveu-se uma experiência de televisão interactiva em Portugal, que falhou. A tecnologia combinava a possibilidade de retirar informação visual, da emissão de televisão, interagindo o espectador com um serviço de encomenda de produtos de consumo (do supermercado) através de um teclado, semelhante ao de um computador. Não considerando os aspectos tecnológicos, como a lentidão da resposta dos menús, estes eram de uma complexidade e hierarquias que nada tinham a ver com a facilidade de uso que se pretende de um produto familar. Também, ver televisão é uma actividade de sofá ou de cama e colocar um teclado no colo não era lá muito operacional.

VOLTANDO ÀS PESSOAS... ... COM MUITAS PERGUNTAS!

Ao longo destas páginas, tenho pretendido dar uma ideia de algumas de muitas dezenas de tecnologias que fazem parte do nosso dia a dia, e em que em todas elas ocorre sempre um exercício de comunicação

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entre entidades e pessoas, entre pessoas e outras pessoas, entre pessoas e ideias. Ao dar a este trabalho o título de “MEDIA E FELICIDADE”, pretende-se equacionar (talvez, em modo de interrogação pessoal) o que nos faz mover na utilização dessas ferramentas, porventura considerando uma hierarquia: a possibilidade de aprender, o desejo da não solidão, a necessidade de criar, a importância de resistir. Não é aqui importante o que as empresas procuram a nível económico, ou o que o PODER procura a nível político. Torna-se essencial é saber porque se redimensionou o tempo de saber e de lazer, o que perdeu a nossa atenção, quem perdeu a nossa atenção. Será que estas mudanças melhoraram o nosso racíocinio sobre a ética e a moral? Ou sobre a solidariedade e a amizade? Para

além

do

sentido

prático dos novos media, descobrimos algum outro sentido vital neles? E qual é a verdadeira universalidade dos novos media?

Estaremos

desenvolver

a

mecanismos

de media para elites, ou estamos a pensar simplificá-los para uso comum? No dia a dia, quantos processos tecnológicos são absorvidos por pessoas com deficiências ou na terceira idade? Por exemplo, os níveis sonoros de emissão audio são estabelecidos para que tipo de ouvintes? Há cerca de uma ano, em Portugal, só havia uma marca e um modelo de telemóvel com teclas gigantes (que ajudassem na leitura, e que não se tornassem imprecisas pela falta de cordenação motriz de alguém (apenas) ligeiramente afectado com alguma doença neurosensitiva. Ou pela simples velhice Porquê? Os jornais impressos são todos de fontes pequenas no

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corpo do texto e não há nem um suplemento de espaço proporcional e síntese de notícias para ser lido por pessoas com problemas de visão. Porquê? “Burro velho não aprende línguas” - no que se aplica à manipulação de um computador quer dizer que uma pessoa idosa nunca estará habilitada para tão sofisticada ferramenta, ou será que o conjunto de menús não tem a hierarquia e a apresentação visual que deveriam ter? Os telemóveis – se se pretende enviar uma mensagem – propõe-nos a melhor lógica de interacção? Num cabaz social que define os direitos básicos de um cidadão, para além da saúde, da educação, da habitação, onde se situa o computador? Elementar ou muito acessório? Quando nos expomos à publicidade, será preciso formar previamente as crianças, os jovens, os adultos e sugerir-lhes um instinto de defesa, do tipo “não fales com estranhos”, “não aceites tudo o que te querem oferecer” ? Que parte do nosso contacto com os media representa felicidade, prazer inteligente, e que parte significa cedência, abandono, sobrevivência? Que pode gerar mais felicidade: ser emissor de informação/formação ou simples receptor? Que parte dos media deve exercer um poder pedagógico junto das pessoas, que parte deve propor um espaço de sublimação? Os media devem catalizar cada vez mais as causas humanas, tomando partido, não sendo acríticos, ou devem apenas ser transportadores das mensagens, sem voz activa nas mesmas? Tenho imensas respostas para estas questões, tomando partido, afirmando causas. Por isso defendo que se associe aos media certos pressupostos de educação e solidariedade social, que pouco são levados à prática.

COMO SE FOSSE UMA PROPOSTA PARA UMA NOVA TELEVISÃO

Numa grande “floresta” que percorremos ao abordar todos estes novos meios, não podia deixar de dar uma especial atenção a “algumas árvores” que Página 26 de 37

nas últimas cinco


décadas foram palco das nossas vivências. Refiro-me à evolução da televisão pública no nosso país, ao papel solitário que desempenhou no período da ditadura, aos desafios polémicos da nova República - em especial nos primeiros anos - e ao futuro que cada parcela da actual sociedade portuguesa dela espera. Ultrapassando o facto de ter proporcionado muito ganho económico e projecção política a muita gente (a dívida de 800 milhões actual, construiu-se obviamente a crédito de qualquer outra parte, claro), é, também, no campo gerador de felicidade pública que a definição do seu papel me preocupa. O círculo vicioso “dívida – publicidade – audiências” sequestrou a necessidade de autonomia da programação, que devia ser marcada essencialmente pela formação de públicos. Acompanhei vários anos a televisão pública portuguesa, para a poder desassemblar (desmontar) num número de pedaços suficiente para permitir

identificar inúmeros

interesses que a têm movido. Há anos que discutimos, no quadro de uma estranha filosofia – de que se afasta, mas que nele, ironicamente, se pretende justificar – o protocolo de prestação de serviço público. Qualquer coisa que a televisão pública portuguesa faça, acrescenta logo, em rodapé “ que está a fazer um serviço público” (lembro-me quando, em pequeno, ainda não tinha consciência do papel do ponto de interrogação nas frases e, por isso, não arrancava logo de início com a musicalidade destintiva que uma pergunta deve ter). Assim, é a televisão pública: por mais “absurdo” que seja um programa, o remate final é certo. Não vá o diabo estar à espreita...(ou será “quem não deve, não teme!”) Conheço e confesso “as avarias” de alguns modelos guia para o meu ideal de televisão de sinal aberto (i.e., nos tempos que correm, os chamados “canais principais” - esperando que, no futuro, o seu papel relativo se altere...). Mas não deixo de considerar que são as partes “boas” da PBS, do C4, da BBC, da CNN, etc, que devem servir de balizas ao nosso futuro do “audiovisual televisivo”. Página 27 de 37


Uma peequena passagem por essas e referênncias: a BBC já transfo ormou em vvídeo tudo o que é a suua grande literatura. N No nosso caso, c na qu uase totaliddade dos ex xemplos, ussámos o apeelido de “ficcção nacion nal” para traansformarm mos em “nov velas” os rettratos de viida inútil (m mas abastad da), inventaando uma ““luta de claasses” de cirrcunstância,, para classses C e D que comp pram deterggentes e co orrem às promoções dee supermerccados. Suceessivamente, também nna televisão pública, fazzem-se

gaalas

“cariitativas/assiistenciais”

com

a

apresentaçção

de

“estrelaas/apresentadoras de seerviço” quee, nas cham madas ”rev vistas do soocial”, desccobrimos serem eembaixadoraas do terceiiro mundo ((e, já agora, da últimaa marca de m malas, de perfumes p ou de saapatos). A BBC tem m um actiivo de m milhares dee documenntários s sobre questões sociaais ou s sobre a natu ureza e, repóórteres o onde devíam mos nós tter os n nossos portuguueses)

a

(nossos,

sim,

revelar

outras

culturas (d de que, ddurante séculos, fizem mos eco de as termos descoberto, d como as doo oriente - médio e longínquo). E a culturaa árabe do Mediterrâneo M o. E a da Am mérica do Sul? S A “nossa” televisão ppública tam mbém não promove p o desporto e a sua d diversidade, , entendido s como “o exercício” e a culturra, mas apeenas está a atenta a queem corre atrrás de uma bola (prática que só nnão é propo osta para v valor imaterrial da humaanidade, porque ainda há h decênciaa). F Finalmente, a televisãão pública portuguesa, durante 50 anos,

nunca

desscobriu quee era óbvio e necessárrio articular a sua emisssão com o sistema n nacional de educação ((e vice-verssa – e não me refiro à antiga Teelescola, c claro!). O arquivo a da televisão pública p é uma mistificcação no seeu valor próóprio, tendo o alguns proojectos docu umentais so obre Portuggal recorrido o mesmo ao fornecimento de material esstrangeiro. A acesssibilidade, por p direito público, aoos próprios arquivos da d televisãoo pública não n está operacioonal nem é aberta, nem m se articulla como preevisto com o projecto ddo ANIM (Arquivo (

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Nacional das Imagens em Movimento) conjunto que, por sua vez, se devia ligar a todo o sistema de arquivos nacionais, num sistema de manutenção e pesquisa integrados. A decisão sobre o futuro serviço público de televisão em Portugal é, quanto a mim, uma coisa muito simples: contemplar o que é fundamental para a formação dos cidadãos, descartar o que é lazer em autêntico abandono racional e enviá-lo para os canais privados (como prova de boa fé e espírito de parceria numa economia de mercado). Se a consciência crítica (na área do dito entretenimento) já os tivesse atingido, melhor - todos tínhamos a ganhar. Para uma televisão que, em vários anos, conseguiu acumular uma dívida de cerca de 800 milhões de euros, pode-se perfeitamente dizer que – repetindo o modelo - a mesma pode sempre funcionar em modo de piloto automático, mesmo agora que se aproximam reduções de custos de exploração. Aquilo com que ninguém se parece ter preocupado em analisar é se a repetição do anterior modelo - mesmo que com pequenas cirúrgias estéticas - pode levar-nos a algum lado. E já se calculou – quando se invoca que um modelo PBS teria pequenas audiências (6-8%) - quanto custa cada ponto percentual dos tais 20 a 30% de share, por que se tem lutado? Num liceu que frequentei, entre a Academia das Ciências de Lisboa e o próprio Liceu há apenas um muro a separá-los. Um portão que podia motivar algumas conversas sempre esteve fechado (creio) durante anos. Perto do Liceu e separado por outro muro havia (e há) um grande edifício da GNR. Desde há vários anos (também, paredes meias) há também – onde existia uma metalurgia prestigiada – uma escola Superior de Dança. Por fim, ainda a paredes meias, encontramos o Ministério do Ambiente, “acantonado sobre as cinzas” do edifício onde existiu durante um século, “o jornal Século”. A quinhentos metros de distância está o Conservatório Nacional de Música. À volta destes ilustres centros de saber, há – suponho - uma população de cerca de 5000 almas. É mais do que evidente que qualquer proposta de interacção que não seja uma simples festa de Natal,ou um piedoso encontro de reformados, promovidos pela Junta de Freguesia, nas instalações de uma dessas instituições, será sempre um “acto menor” ou inviável, não será? O que pretendo mostrar, com este exemplo supostamente “bairrista”, é

a

tradição

nacional

das

“capelinhas” que, no caso vertente Página 29 de 37


(da TV) , se pode aplicar a quem teima em achar que a televisão pública pouco poderá ter a ver com o nosso Ministério da Educação, com o ANIM, ou com o Arquivo da Torre do Tombo ou com a Biblioteca Nacional, e por aí além. Para além do facto destas instituições gerarem hoje muitos conselhos de administração (e bastantes directores, de todos os tipos) há pouca vontade em reconhecer na prática o que se teoriza por todo o lado:

que nas sociedades actuais os “documentos” de memória são

“cruzáveis” e, por isso, sim, interdependentes. Os programas escolares deveriam sugerir uma parte da produção televisiva, a produção televisiva deveria catalizar a formação escolar. A literatura (que não a de cordelzinho) deve propor também os termos da ficção televisiva. Há um grande universo onde a televisão pública se pode tornar um ente social positivo. Mas não arregimentado. Entretanto, a dinâmica de comunicação, a estética própria, etc, são naturalmente factores independentes de criatividade. A actual televisão pública portuguesa é comentada por todos, sem a conhecerem. Simplificando, e num quadro muito informal (porque herda -

subconscientemente -

o

esqueleto antigo, independentemente de organogramas modernos): 1) Área de Informação Diária – para a política (ou politiquice?) (neste

caso

com

contratos

de

feeds

nacional e internacional

-

“desproporcionados” - de agências de informação) , em modo noticiário, entrevista e comentário dos ditos “especialistas” . Normalmente, integra-se nesta área a do Desporto (traduzindo, em bom português, do futebol) que tem um superpoder em termos de espaço de

programação

(e

custos

financeiros,

claro!).

2) Área de Informação não Diária, dedicada aos documentários,

“grandes

reportagens”

e

alguns

“magazines”. (Sempre foi uma área para quem foram dispensados baixos orçamentos, e é talvez a que tenha um dos maiores potenciais para se ligar ao sistema público de educação). 3) Filmes, séries, nacionais e internacionais pertencem à área de ficção. A prática na ficção internacional tem sido adquirir por catálogo, visionamento, ou por deslocação aos Página 30 de 37


“screenings” ou feiras no estrangeiro, os títulos que estão “em alta” nas televisões generalistas estrangeiros (por razões económicas muitos produtos são adquiridos por atacado, o que sacrifica a qualidade individual de cada peça inserida na programação). Na chamada ficção nacional poderá situar-se o grande debate. Que tipo de produção se deve contemplar. Que modelo, séries (12 ou 13 ou 26 episódios) ou formato telenovela (100, 150 episódios). A que originais se deve recorrer? Quem tem competência para adaptação de scripts de televisão, de peças literárias? E o teatro, de sala? Deve ser gravado, para posterior transmissão? E deve-se fazer teatro por produção directa em estúdio, como antigamente? 4) Segue-se a área de entretenimento. Escolhas: tipo “English Comedy” ou rábulas e sketchs populares/popularuchos? Para que servem? Deformam? Adulteram um raciocínio social e uma dignidade pessoal? E a música? Que música(s) ? Clássica, popular, étnica, popularucha/pimba (por acaso já se deu atenção aos textos de muitas canções cantadas em televisão e o seu infranivelamento?) Qual é a ideia? Qual é o objectivo? 5) Por último, há classicamente a área infanto-juvenil. Tendo como passado remoto (quando só havia um canal) uma programação “ingénua”, ainda não se notou que existe um curioso paralelismo da programação infantil nos últimos 20 anos com o merchandising Disney (agora com a SIC), Mattel, e de todos os grandes grupos de comercialização de brinquedos? Quando se compara o Contrato de Concessão do Serviço Público de Televisão com os relatórios anuais da empresa concessionária é admirável ver como as intenções se espelham nos quadros analíticos de actividade. O futuro da televisão pública em Portugal é apenas um pequeno puzzle de decisões políticoeducativas e culturais. Da mesma forma que se “descobriu” que as empresas deviam trabalhar com as universidades desenvolvendo projectos em que produção, inovação tecnológica e qualidades profissionais se misturam, a opção aqui, também é simples.

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Depende de uma vontade e de um novo rumo para o país. É dispensável falar das televisões generalistas privadas, por que isso levar-me-ia a um novo território – o da responsabilidade social, que hoje começa a existir como cultura empresarial – e que tem ainda um grande futuro à sua frente. Mas como oportunamente referi, esboçamse grandes transformações nas tecnologias, que hão-de condicionar espontaneamente os conteúdos em qualquer entidade de comunicação, e os seus modelos técnico-económicos

Com as novas indústrias e objectos da comunicação, criou-se um triângulo harmonioso HARDWARE/SOFTWARE/HAPPYWARE. A introdução de uma inovação, pessoal ou colectiva, equivale à existência de um real usufruto geral de bem estar e afirmação espiritual de todos os cidadãos e não apenas de um pequeno grupo. Aquilo que consideramos como valores históricos são os que usaram o saber para fazer evoluir a humanidade. E o conseguiram partilhar, com sucesso. Neste universo dos media há sempre que descobrir o que é a verdadeira felicidade das pessoas. Que não a que provém do imediatismo, mas da perenidade de convicções. Mas há quem defenda que não há aplicabilidade para o princípio de causa-efeito. Mas não será tudo claro como água? Ou temos mesmo que esperar até que um dia alguém seja obrigado a reconhecer

que todo o pensamento, dependente de interesses económicos,

politicos, ou simplesmente egocêntricos, tem um tempo de vida?

Dezembro de 2011

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ÍNDICE DAS FOTOS DO TEXTO (por páginas):

5 - cima, direita – de Alfred Eisenstaedt, comemorando o V-J Day (vitória sobre o Japão) em Times Square, em 14 de Agosto de 1945 5 - baixo, esquerda – casal no cinema 6 - cima, esquerda – painel de ecrãs em mosaico 6 - baixo, direita – comparação entre o formato antigo de televisão e o novo, comum nos ecrãs planos 7 - cima, esquerda – cena do filme “ladrões de bicicletas”, um marco do neorealismo italiano 7 - meio, direita – sala de cinema com som surround (home cinema) 7 - baixo, esquerda – aparelho de estereoscopia VIEW MASTER 8 – cima, esquerda –leitor CD-I (nteractivo) 8 - meio, direita - superfície comum de CDs e DVDs 8 - baixo, esquerda – logo wikipedia 9 - cima, direita – rolo fotográfico de base química 9 - meio, esquerda – artista da POP ART Andy Warhol, usando uma Polaroid 9 - baixo, esquerda – “disco” de memórias 10 – cima, esquerda – actual biblioteca de Alexandria e por baixo ilustração antiga sobre a “antiga” 10 – baixo, direita – va´rios modelos de IPODs (Apple) 11- cima, esquerda - logo do formato ACROBAT 11 - meio, direita – crianças com peso das mochilas vs IPAD que pode incluir todos os livros 11 - baixo, esquerda - “print” de ecrã, com retoque de imagem à esquerda 12 - cima, esquerda - “print” de ecrã, com imagem de rendering e modelo em mesh (mlha de arame) 12 - meio, direita – “print” de ecrã, do filme AVATAR (à esquerda final, à direita MOCAP) Página 33 de 37


12 – baixo, esquerda – logotipo FACEBOOK 13 – cima, direita – telemóveis 3ª/4ª gerações 13 - baixo, esquerda – “texting” (envio de SMSs) 14 – cima, esquerda – logotipo TWITTER 14 – baixo, direita – página da CocaCola no Facebook 15 – cima, direita – imagems de vídeotelefone do filme 2001 Odisseia no Espaço 15 – baixo, esquerda – técnico de instalação de televisão por cabo 16 – cima, esquerda – logo Youtube 16 – baixo, direita – telemóvel que filmou a longa metragem OLIVE 17 – meio. Direita – imagem conceptual de espectadora perante multicanais 18 - cima, direita – máquina de impressão “book on demand” 18 – baixo, esquerda – kiosks “newspaper on demand” 19 – baixo, esquerda - automóvel da Google, para o Street View 20 – cima, direita – duas imagens do google maps e do google street view 20- baixo, esquerda – comunicação video sobre internet 21 – cima, direita – dois telemóveis em comunicação Skype 22 – cima, esquerda – câmara DSLR em modo cinema 22 – baixo, direita – símbolo – audio streaming 23 – meio, de cima para baixo – interface visual, interface pro projecção virtual, rato 24 – baixo, esquerda – imagem conceptual para temática tratada (felicidade) 25 – meio, direita – anúncio conceptual para temática tratada (felicidade) 25 – meio, direita –anúncio conceptual para temática tratada (felicidade) 26 – baixo, direita – primeiro carro de exteriores da televisão pública Página 34 de 37


27 – cima, direita – filmagem de programa antigo na BBC 27 – baixo, esquerda - central técnica antiga, BBC 28 – esquerda, de cima para baixo – logos de canais de televisão de qualidade 28 – meio, direita obra de ficção (de época) da BBC 29 – baixo, direita – instalações do ANIM 30 – cima, esquerda – edifício sede da televisão pública 30 – baixo, direita – estúdio de informação da televisão pública 31 – cima, esquerda – estúdio de programas da televisão pública 31 – baixo, direita – uma chamada “starlet” da televisão pública

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