A Jangada: Dezembro de 2010

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DEZEMBRO DE 2010

Uma ilha e seus encantos

Regata de Aniversário Jangadinha, colônia de férias no verão Marcelo, um navegador em solitário Bochecha e Grael, campeões sul-americanos

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Sailing System A Revista A Jangada é uma publicação do Clube dos Jangadeiros, de Porto Alegre, com circulação dirigida aos seus sócios, clubes náuticos, entidades esportivas e imprensa.

DIRETORIA DO CLUBE DOS JANGADEIROS – 2010/2012 Renê dos Santos Garrafielo Comodoro Luiz Francisco Gerbase Vice-Comodoro Administrativo Francisco de Paula B. de Freitas Vice-Comodoro Esportivo Jorge Decken Debiagi Vice-Comodoro de Obras e Patrimônio Cristiano Roberto Tatsch Vice-Comodoro de Desenvolvimento e Marketing André Jobim de Azevedo Diretor Jurídico Luiz Fernando Schramm Pereira Diretor da Escola de Vela Mario Roberto Dubeux Diretor Técnico de Vela Olímpica Airton Schneider Diretor de Vela de Oceano Renato da Costa Brito Diretor de Vela de Monotipos

Um treinamento inovador pretende revolucionar a preparação dos velejadores de Porto Alegre. Idealizado pelo diretor de Vela Olímpica do Clube dos Jangadeiros, Mario Dubeux, o Sailing System tem como objetivo reforçar a base física e também trabalhar a questão da concentração, através de aulas ligadas à ginástica funcional e à ioga. E tem mais: um convênio firmado entre a Federação de Vela do Rio Grande do Sul (Fevers) e a Base Academia possibilitará ao velejador usufruir das aulas e de todos os pacotes existentes na academia pagando apenas 50% do valor da mensalidade normalmente cobrada e/ou dos pacotes comercializados. Para isso, basta ser filiado à Fevers e estar em dia com a entidade. E para melhorar ainda mais, o primeiro mês é grátis. Para mais informações, ligue (51) 3268-1569.

Atila Pellin de Lima Diretor de Vela Infanto-Juvenil Pedro Luiz Gomes Boletto Diretor de Cruzeiro CONSELHO DELIBERATIVO

Jangadeiros começa a reorganizar o bicicletário

Manuel Ruttkay Presidente Pedro Cesar de Oliveira Filho Vice-Presidente Cláudio Mika da Silva Secretário CONSELHO FISCAL Tuffy Calil Jose Michael Weinschenck Mario Fernandes Teixeira Membros Suplentes Gilberto de Carvalho Paulo Tupinambá Caio Mario F. N. da Costa Revista A Jangada Produção e Edição: Agência Office Press Comercialização: Alexandre Dallapicola Tel.: 3233.7334 – alx@dft.com.br Jornalista Responsável: Guto Moisés – Fenaj 6543/RS Assistente de Redação: Ivan Netto

Sócios deverão atualizar o cadastro das bicicletas até fevereiro de 2011

Fotos: Banco de Imagens/Jangadeiros Projeto Gráfico e Diagramação: Imagine Design Revisão Editorial: Renê dos Santos Garrafielo Revisão Técnica: Francisco de Paula B. de Freitas Revisão Ortográfica: Press Revisão Tiragem: 1.500 exemplares Distribuição Dirigida

Fique atento: se você possui uma bicicleta no bicicletário do Jangadeiros, compareça à secretaria do clube para fazer o recadastramento. Estamos organizando o local, e todas as bicicletas que não tiverem o seu cadastro atualizado até o dia 28 de fevereiro de 2011 serão doadas para uma instituição de caridade. Para mais informações, entre em contato com a secretaria do Jangadeiros pelo telefone (51) 3268-0080.

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Inf orme Jangadeir os O melhor do Brasil Depois de quatro etapas e muita emoção, o San Chico 2 sagrou-se campeão brasileiro na ORC Internacional 600. O caminho para o título começou em Santa Catarina, quando o barco comandado por Francisco Freitas conquistou o bicampeonato do Circuito Oceânico de Florianópolis. Em seguida, outro título, só que dessa vez em Búzios, no Rio de Janeiro. A terceira etapa foi a Rolex Ilhabela Sailing Week, na qual a equipe porto-alegrense ficou com o segundo lugar. Por fim, veio o Circuito Rio, mais um segundo lugar e a coroação com o tão sonhado título brasileiro. Tripulação vitoriosa do San Chico 2

Campeão de tudo Não teve pra ninguém. Em 2010, foram seis competições e seis vitórias do Kamikaze XI. Depois de conquistar a Copa Cidade de Porto Alegre, o Circuito Conesul, o XX Troféu Cayrú, o Campeonato Estadual e a Regata de Aniversário de 69 do Clube dos Jangadeiros, o barco do comandante Hilton Piccolo encerrou o ano vencendo a Regata de 76 Anos do Veleiros do Sul. Soberania na classe ORC Internacional! Comandante Piccolo e sua equipe venceram todas em 2010

Copa Cidade de Porto Alegre Prepare-se: nos dias 12 e 13 de março acontece mais uma Copa Cidade de Porto Alegre. A tradicional competição será organizada pelo Clube dos Jangadeiros, com provas disputadas na raia da Baía da Pedra Redonda. Regata abre temporada de Oceano

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REGATA DE ANIVERSÁRIO

Clube dos Jangadeiros: 69 anos Ivan Netto No dia 7 de dezembro, o Jangadeiros completou 69 anos de existência. E a comemoração foi no melhor estilo dos associados do clube, com diversas regatas disputadas e muita emoção nas águas do Guaíba. Durante dois dias, velejadores de todas as idades encheram a sede do clube. Homens e mulheres, crianças e adultos, todos colocaram os barcos na água e mostraram toda a grandeza do Clube dos Jangadeiros. O tempo também ajudou, sem chuva durante as regatas e com bons ventos. No sábado foi a vez dos barcos de

Oceano. E em três das cinco classes disputadas, a vitória ficou com o Jangadeiros. Na ORC, sem surpresas, o título foi para Hilton Piccolo e o seu Kamikaze XI. Na MT 19, mais um favorito levantou a taça: José Campello, com o Thermophylae. E teve também outro Kamikaze chegando em primeiro, o Kamikaze X, na Regata em Solitário, comandado por Luiz Univaldo Comparsi. No domingo, mais de 60 barcos na água. Era a vez dos Monotipos e do Velejaço. E foi bonito de ver. Os destaques ficaram por conta de três

duplas do clube: Alexandre Paradeda e Gabriel Kieling (Snipe), Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan (470) e ainda Mario Dubeux e Karoline Bauermann (Hobie Cat 16). No final do dia aconteceu a cerimônia de premiação, realizada no Restaurante da Ilha. Com um pôr do sol exuberante ao fundo, a Comodoria entregou os troféus para os primeiros e segundos colocados em cada classe e categoria. O jovem Tiago Brito, da flotilha de Optimist, recebeu o Troféu Edmundo Soares como destaque do ano.

Confira a lista de campeões do 69º Aniversário do Clube dos Jangadeiros ORC: Kamikaze XI - Hilton Piccolo (CDJ) RGS: Cibs - Rodrigo Baldino (Sava) J-24: Australis II - Walther Bromberg (VDS) MT 19: Thermopylae - José Campello (CDJ) Regata em Solitário: Kamikaze X – Luiz Univaldo Comparsi (CDJ) - Geral Cruzeiro 35: Barba Negra - Carlos Altmayer Gonçalves (VDS) Cruzeiro 30: Kamikaze X - Luiz Univaldo Comparsi (CDJ) Cruzeiro 26: Taz - Airton Schneider (CDJ) Cruzeiro 23: Desafio - Reinaldo Roesch (ICG) Velejaço: Madrugada – Niels Rump (VDS) - Geral Força Livre: Madrugada - Niels Rump (VDS) Cruzeiro 40: Tanictis - Ricardo Bourscheid (CDJ) Cruzeiro 35: Barba Negra - Carlos Altmayer Gonçalves (VDS)

Cruzeiro 30: My Way - Pedro Boletto (CDJ) Cruzeiro 26: Hawa - Marcelo Kern (CDJ) Cruzeiro 23: Meu Garoto - Nilmar Flores (VDS) Cruzeiro 20: Águia Real - Ângelo Menegassi Neto (CDJ) Optimist: Thiago Ribas Splettstosser (VDS) Laser 4.7: Patrícia de Souza (ICG) Laser Radial: André Passow (VDS) Laser Standard: Lucas Ostergren (VDS) 470: Fernanda Oliveira / Ana Luiza Barbachan (CDJ) Snipe: Alexandre Paradeda / Gabriel Kieling (CDJ) Soling: Kadu Berghental / Gustavo Cestari / Gabriel Nogueira (VDS) Dingue: Rubens Ribeiro / Miriana Gomes (VDS) Hobie Cat 16: Mario Dubeux / Karoline Bauermann (CDJ)

Régis Silva, do Delirium

Pedro Boletto e Fábio de Lima Beck

Tripulação do Kamikaze XI

Xico Freitas, Tiago Brito (destaque do ano) e Renato Brito (pai do Tiago)

Marcelo Pillar, Cláudio Mika, Luiz Fernando, Karoline Bauermann e Mario Dubeux

Fernando Kessler, Airton Schneider e Bruno Magalhães

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Ana Luiza Barbachan, Xico Freitas e Fernanda Oliveira

Diogo Horn, Manuel Ruttkay e Geórgia Rodrigues

Xico Freitas e Alexandre Paradeda

Manuel Ruttkay e Patrícia de Souza, do Iate Clube Guaíba

Átila Pellin e Giovanna Pignataro

Rafaella Malucelli, da revista Perfil Náutico, e José Campello

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ESPORTE & LAZER

Uma ilha e seus encantos Guto Moisés Jogar bola às margens do Guaíba, curtir o verão à beira da piscina com uma visão espetacular do pôr do sol, assar um churrasco para a família em meio à natureza exuberante da Ilha dos Jangadeiros. Estes são apenas alguns exemplos do privilégio dos associados do único clube náutico no país em possuir uma ilha própria, um lugar que faz parte dos locais mais destacados da cidade, conhecido como um verdadeiro cartão-postal. O ambiente familiar está presente por todos os recantos, e as crianças são as mais animadas com tanta possibilidade de brincar e se divertir. Os adultos curtem do seu jeito e nada mais gostoso que almoçar com a proteção do sol pelos quiosques próximo à piscina, com a visão panorâmica do

gramado que se estende até as águas do nosso estuário, que recebe os praticantes de esporte de vela. Os primeiros passos do nenê na grama, a descida no escorregador, as aventuras pelas cordas no parque de diversões, tudo isso faz parte de um ambiente em que nascem novas convivências, novos amigos e, principalmente, onde a família se reúne para seus momentos de lazer e entretenimento. Além de oferecer inúmeros equipamentos, desde churrasqueiras a quadras de esportes, o sócio também aproveita para fazer suas caminhadas ou andar de bicicleta, mas se quiser conversar com os amigos, lá está o Banco dos Cracas, de frente para a marina, decorada pelos veleiros, razão da existência do clube e de sua charmosa ilha.

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FÉRIAS DE VERÃO

Projeto Jangadinha, a colônia de férias da criançada no Jangadeiros Um dos diferenciais da Escola de Vela Barra Limpa é a sua tradicional colônia de férias, a Jangadinha. Nos meses de janeiro e fevereiro, a Escola abre as portas para a criançada, proporcionando muita diversão e um contato único com a natureza, sempre com completa e total supervisão, orientação e acompanhamento de professores experientes. Entre as atividades esportivas propostas, um dos pontos fortes é estimular a prática de jogos, como vôlei, futebol, handebol, além do aperfeiçoamento da coordenação motora e da convivência em equipe. Nas atividades

aquáticas, ênfase na iniciação à Vela. Os jovens aprendem noções básicas, como aprendizagem de nós, partes do casco e vela, montagem e adaptação ao barco (Optimist) e uso correto do colete salva-vidas. Além disso, a Jangadinha oferece atividades recreativas (brincadeiras motivadoras e criativas), culturais (concentração e intelectuais), atividades na pracinha (integração, lazer e diversão), vídeos (distração e descanso) e muita conscientização ecológica. As inscrições para a Jangadinha devem ser feitas na própria sede da

Crianças de 4 a 9 anos podem participar do projeto

Escola de Vela. Para mais informações, ligue (51) 3268-0080 – ramal 7, ou envie e-mail para escoladevela@jangadeiros.com.br.

Clínicas de Optimist e Laser para a preparação dos velejadores Logo no começo de 2011 acontece o Campeonato Brasileiro de Optimist, que será disputado no Iate Clube do Rio de Janeiro, de 13 a 23 de

janeiro. E, como não poderia deixar de ser, a flotilha do Clube dos Jangadeiros vem treinando duro para chegar preparada à competição. Além das

atividades que ocorrem cerca de quatro vezes por semana, orientadas pelo treinador da flotilha de Optimist, Átila Pellin, a equipe também passou por uma clínica, coordenada pelo multicampeão Alexandre Paradeda. Foram quatro dias, nos quais os velejadores estiveram focados, apenas treinando e absorvendo as técnicas passadas pelo experiente velejador.

Laser

Bruno Fontes (segundo da dir. para esq.) e os velejadores da Classe Laser

Três dias de muito aprendizado e uma experiência única para um grupo de jovens. Assim pode ser resumida a clínica com o tricampeão brasileiro da classe Laser Bruno Fontes. Considerado atualmente o maior nome do Laser brasileiro, Bruno realizou aulas teóricas e práticas para a equipe que irá participar do Brasileiro de Laser.

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SUL-AMERICANO

Bochecha e Grael são campeões sul-americanos Disputado nos dias 10 e 11 de dezembro, em Punta del Este (Uruguai), o Campeonato Sul-Americano da classe 49er terminou com um final feliz para os atletas André “Bochecha” Fonseca e Marco Grael. A dupla venceu seis das oito regatas disputadas, conquistando com folga o título da competição, que ainda contou com a participação de velejadores da Argentina, do Uruguai e do Chile. Este último foi representado pelos irmãos Pablo e Luis Felipe Herman, que vem treinando no Clube dos Jangadeiros junto com Bochecha e Grael. Os chilenos chegaram na terceira colocação.

Grael, o técnico Rodrigo e Bochecha

Jangadeiros será sede do Campeonato Brasileiro de Snipe e 49er Os meses de janeiro e fevereiro são sempre os mais agitados no mundo da Vela. Em 2011 não será diferente. Entre os dias 21 e 29 de janeiro, por exemplo, acontece o Campeonato Brasileiro de Snipe, que será realizado no Clube dos Jangadeiros novamente, após nove anos. A competição vale vaga nos Jogos PanAmericanos e deve contar com a participação de pelo menos 50 duplas. Serão velejadores de vários estados, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, disputando o título de número 1 do país. Por aqui, quem já confirmou presença é a dupla campeã estadual, Alexandre Paradeda e Gabriel Kieling. Além deles, outras sete duplas devem representar o Clube dos Jangadeiros na competição. As inscrições para o Brasileiro de Snipe já estão abertas, e o

Aviso de Regata já está no site do clube. Para ficar por dentro dos detalhes do campeonato, basta acessar www.jangadeiros.com.br, e clicar no link “Regatas”. Em seguida, vá em “Calendário” e depois clique no link “Editais de regatas”.

Classe 49er Esse será outro campeonato que o Clube dos Jangadeiros irá sediar. A competição acontece de 7 a 9 de janeiro e terá entre os seus participantes a dupla campeã sul-americana André “Bochecha” Fonseca e Marco Grael. Confira outras competições que vão acontecer em janeiro e fevereiro:

Optimist O Campeonato Brasileiro de Optimist será disputado no Iate Clube do Rio de Janeiro, de 13 a 23 de janeiro. A

flotilha do Jangadeiros deve levar cerca de 10 velejadores para a competição.

Laser A flotilha de Laser do Jangadeiros vem se puxando nos treinamentos para chegar ao Campeonato Brasileiro pronta para brigar pelas primeiras colocações. O Brasileiro de Laser acontece de 14 a 21 de janeiro, no Iate Clube de Santa Catarina, em Florianópolis.

470 Um dos campeonatos mais esperados, o Brasileiro de 470 irá reunir nomes de peso da Vela gaúcha. Três duplas do Clube dos Jangadeiros estarão lá: Fábio Pillar e Gustavo Thiesen, Alexandre Paradeda e Bernardo “Baby” Arndt e Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan. A competição será realizada no Iate Clube do Rio de Janeiro, de 4 a 7 de fevereiro. 9

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ENTREVISTA

Marcelo, as vitórias de um navegador em solitário prir, pois a previsão era de um contravento de 200 milhas. Foi uma sensação indescritível. Esse era um projeto antigo, que há dois anos mais parecia um sonho. Começou a ficar mais próximo com a troca de um Aruba 28 por um barco de 40 pés, em dezembro de 2008. Foram quase dois anos de adaptações e reformas para que este barco com 20 anos de idade pudesse fazer a viagem. O desafio começou depois do Conesul, dia 22 de setembro. Foram 800 milhas em solitário até Santos.

A Jangada – Tu fechaste 2010 com uma vitória na Regata Volta da Ilha de Florianópolis. Como foi essa competição? Marcelo Bernd

Experiente piloto de aeronaves e velejador há 33 anos, Marcelo Bernd tornou-se um especialista em Regatas em Solitário. Só em 2010, ele venceu a Regata Farroupilha, a SantosRio e a Regata Volta à Ilha, em Florianópolis. Em entrevista à revista A Jangada, Bernd fala um pouco sobre as suas velejadas e revela os planos para 2011. A Jangada – Este ano obtiveste diversos resultados importantes. Como foi a preparação para as competições? Além de correr todas as regatas em solitário nos últimos cinco anos, fiz diversos translados pelo Brasil afora, muitas vezes sozinho. Isso, sem dúvida, me deu muita experiência. Aliado a isso, tenho 20 anos de aviação que me deram o conhecimento de navegação, meteorologia, planejamento e muita intimidade com os eletrônicos, como radares, piloto

automático e cartas digitais, o que, aliado à prática, deu um bom resultado.

A Jangada – Quais são as principais dificuldades de competir sozinho? O desgaste físico, pois o velejador solitário tem que fazer o trabalho da tripulação toda. No meu caso, um barco de 40 pés. Seriam, no mínimo, seis tripulantes normalmente. A falha tem que ser zero, não há espaço pra erros, pois as consequências de um simples nó em uma adriça numa retirada do balão podem resultar em uma atravessada feia e, até mesmo, na perda do balão. A adrenalina é alta nestas manobras. Não dá pra baixar a guarda jamais.

Foi ainda mais difícil que a SantosRio, pois tivemos todas as condições possíveis de intensidade e direção de vento, o que demandou muitas manobras. Só o balão eu subi mais de cinco vezes. O percurso todo é de 70 milhas, mas que pela própria geografia, volta da ilha 360° e pela proximidade e competitividade dos barcos, se manobra muito. Foi mais cansativa, mas foi muito legal. A flotilha andou bem mais próxima da costa e uns dos outros, assim o percurso se tornou um passeio. Até Jurerê, quando o vento parou completamente, a velocidade caiu pra pouca mais de um nó. Em vez de eu concluí-la em 12 horas, se transformaram em dramáticas 18 horas. Acabei chegando às quatro da manhã, apenas com a corrente, que felizmente era favorável.

A Jangada – Qual foi o momento mais marcante da travessia Santos-Rio?

A Jangada – E para 2011, quais são os teus planos?

Sem dúvida, a chegada no Rio de Janeiro, a entrada pela Baía de Guanabara e o fundeio na Urca, ao lado do Pão de Açúcar. Depois de 44 horas de regata, parecia impossível de se cum-

Estou trocando de barco. Vou construir um barco maior e mais veloz. Acho que pelos próximos dois anos vou ficar por aqui mesmo. Devo correr a Santos-Rio novamente só em 2012.

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ESCOLA DE VELA

Escola de Vela Barra Limpa: 35 anos e muita história para contar Principal porta de entrada de novos sócios no Clube dos Jangadeiros e ponto de partida na carreira de grande parte dos maiores velejadores do Rio Grande do Sul, a Escola de Vela Barra Limpa completou 35 anos, no dia 13 de dezembro. E mais do que uma escola, tornou-se um símbolo de amor à Vela e um grande celeiro de histórias de paixão pelo esporte. “O nosso objetivo aqui não é apenas ensinar, mas também fazer com que as pessoas tenham prazer em velejar”, explica o coordenador da Escola, Ângelo Menegassi Neto. Desde a sua fundação, em 1975, cerca de 10 mil alunos já passaram pela Escola. Foi lá que carreiras brilhantes começaram, como, por exemplo, as dos velejadores Alexandre Paradeda, Fábio Pillar e Fernanda Oliveira, medalha de bronze na Olimpíada de Pequim. “A Escola de Vela Barra Limpa foi o início de tudo. Foi lá que eu comecei a gostar de esporte”, conta Fernanda. “O engraçado é que quando eu comecei, acabava indo mais pelos amigos do que pelo barco.

Fábio Pillar e Fernanda Oliveira

A Escola de Vela possui barcos próprios para as aulas práticas

Com o tempo, veio o prazer de velejar. Esse é um papel importante da Escola”, emenda Pillar. E o mais legal é que a Escola de Vela Barra Limpa está aberta para pessoas de todos os tipos e idades. Até porque nunca é tarde para começar a velejar. O atual diretor da Escola de Vela, Luiz Fer-

nando Schramm, por exemplo, só começou a velejar há sete anos. Antes disso, nem era sócio do Jangadeiros. “Um dia a minha filha me convidou para fazer um curso de iniciação à Vela. Vim só pra acompanhar e nunca mais saí do clube”, conta Luiz Fernando, que antes de fazer o curso morava no bairro Moinhos de Vento e hoje reside na Vila Conceição. “Associei-me, comprei barco, fiz outros cursos na Escola e hoje passo as minhas tardes no Jangadeiros”, diz o diretor da Escola, um apaixonado confesso tanto pela Vela quanto pelo clube. A infraestrutura da Escola conta com uma sede totalmente equipada para aulas teóricas e dispõe de barcos das classes Optimist, Laser, Day Sailer, Flecha, Dingue e Ranger 22, para as aulas práticas, além do barco Escola Barra Limpa e de botes de apoio. Ao todo, sete pessoas trabalham na EVBL: seis professores e uma funcionária administrativa. São eles os responsáveis pelos cursos de Optmist para as crianças e de Iniciação à Vela em Monotipos e Iniciação à Vela Oceânica para os adultos. 11

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