RUA 03 by RUAmag

Direcção

Filipa Malho <filipa.malho@ruamag.com> Bruno Castro Pereira <bruno.pereira@ruamag.com>

Editora

Filipa Malho <filipa.malho@ruamag.com>

Direcção Criativa Perfect Love

Banda Sonora: Never Fail | For The Glory | The Whitest Boy Alive | Bring Me The Horizon Sites a Visitar: www.dookielicious.com www.myspace.com/neverfailhc www.myspace.com/fortheglory www.style.com www.thecoolhunter.net Fotos nas páginas 04, 08, 50, 51 por Alípio Padilha Fotos nas páginas 06, 07, 30, 31 por migHELL Fotos nas páginas 60, 61, 63, 66 por Claudia Cordeiro

Todas a imagens aqui reproduzidas foram tiradas com maquinas fotográficas de uso doméstico, sem luz profissional. Assim como as pessoas fotografadas não foram sujeitas a maquilhagem ou cabeleireiros profissionais.

O calor está de partida, o verão vai tirar férias...e nós começamos devagarinho a entrar no ritmo do inverno!

em mentes criativas e a prova disso são os trabalhos seleccionados este mês para o nosso 3º numero da RUAmag.

Durante o mês de Agosto, passamos por Elvas e fomos até ao Freedom festival onde encontramos algumas personagens dos mais diversos cantos do globo, deveras curiosas! Por entre cores, aromas e sons, este festival distingue-se pela variedade de pessoas que o frequenta, assim sendo, pareceu nos o local apropriado para uma reportagem.

A Inês Maximino, Stylist, trouxe nos no seu editorial -”Pretty Paris”, uma personagem inspirada na cores e ambiência da cidade de Paris.

Este mês, queremos agradecer a todos aqueles nos tem enviado imagens dos seus trabalhos ou projectos, no sentido de colaborarem connosco. È de facto surpreendente como perante todas as dificuldades existente em Portugal para levar em frente um projecto artístico, eles existam e recomendam-se! Portugal é um local rico

A Farah também nos presenteou com um editorial seu “ Every rules begs to be broken”. Na musica entrevistamos os “ For the glory”, que representam do melhor hardcore produzido em Portugal. E muito mais..., descubram-nos pelas paginas da RUA.... Até ao próximo numero. RUA

co/ Colaboraram neste nĂşmero

x.claudia.cordeiro@gmail.com

AlĂpio padilha

Claudia cordeiro

ajpadilha@gmail.com www.alipiopadilha.com

mighell23@gmail.com

MigHELL

INSIDE RUBY _ 26 _ Coimbra | ASSISTENTE DE LOJA | Camisa >> H&M >> Sapatos >> HARD CREEPER >>Acess贸rios >> Claires | Mala >> Oferecida | Noite >> Bairro Alto

INSIDE joana _ 27 _ lisboa | fotografa Casaco + Fio >> H&M | Leggings + T-shirt >> Zara | Mala >> Accessorize

freedom

festival www.freedom-festival.eu

O Freedom Festival aconteceu mais uma vez este ano durante os dias quentes de Agosto em Elvas. Um festival rico em cores, aromas e boas vibrações. Uma reunião para os amantes da musica electrónica em especial, mas não só. Se as pernas pedissem descanso do main floor, as escolhas eram muitas, entre uma massagem Ayurvédica na Healing area, a uma passeio pelo fluo market, ou ainda, a hipótese de assitir a um dos muitos filmes ou documentários propostos no espaço freedom festival Film.

Nós fomos até lá tentar captar um pouco desta energia e traze-la até aqueles que por lá não estiveram. Divirtam-se, porque nós diverti-mo-nos bastante! Especial agradecimento a todos os membros da organização do Freedom Festival e particularmente á Wilma Faget por tão bem nos ter acolhido. Obrigado e até a uma proxima oportunidade!

Jason Menche_ 23 _Melbourne | Joshua _ 24 _ Sydney | Caleb _ 23 _ Melbourne

Joshua _ 24 _ Sydney

Gemma e Swain _20 e 20 _ Londres

Daniela _ 30 _ Kepplinger

Alfred _ 43 _ hausleitner

Pedro _ 23 _ Lisboa

Ana _ 27 _ Sesimbra

Sara e Daniel _ 22 e 23 _ Leiria Roxanne _ 21 _ France

anna _ 24 _ england

Fotografia: Heike Himmel Styling: Inês Maximino Make Up: Sara Guerra Hair: Samuel Rocher Atelier de Coiffure Manequim: Scarlet (Central Models)

Inês Maximino, nascida em 1985, sempre teve um gosto irrefutável pelas artes. Assim que acabou o secundário, tirou a licenciatura em Cinema e Vídeo, onde começou a trabalhar de imediato em Guarda-roupa de longas-metragens, publicidades e espectáculos ao vivo. Depois de trabalhar no backstage de alguns desfiles de moda nacional, decidiu investir no complemento moda, tirando o curso de Fashion Styling na Creative Academy, dando agora os primeiros passos em editoriais de moda.

26 top azul H&M; calções brancos Stradivarius; corpete dourado Storytailors; meias brancas Calzedónia.

27 Vestido Zara; fio Bolsera.

Top biquini azul claro Salinas; Top com lantejoulas H&M; Collants H&M; Anel H&M.

CalĂ§Ăľes biquini azul claro Salinas; Camisola H&M; Fita azul H&M.

INSIDE TĂ&#x201A;NIA _30 _ Berlim | Costume Designer Vestido + Mala >> Vintage | Cinto >> Oferta | Shopping >> flea markets

FOR THE GLORY Com base em Lisboa, os “For The Glory” surgiram em 2003 a meio de um digressão dos já extintos What Went Wrong, a vontade de alguns músicos era a ideia de se fazer uma cena mais dura e até com uma pitada de algum metal. Foi desta forma que Rui Brás (baixo, ex-Twenty Inch Burial), Ricardo Congas (voz, ex-What Went Wrong), Sérgio Bernardo (guitarra, ex-Criminal Waste), Poli Correia (guitarra, ex-Endless Road) e Miguel Correia (bateria, ex-What Went Wrong) começaram a compor musicas que abordam temáticas mais sócio-políticas, traumas e frustrações individuais, envoltos numa sonoridade mais dura e frontal.. Do 1º trabalho conjunto nasceu o disco “Drown In Blood”. E depois de três tours pela Europa, o grupo fecha-se no estúdio para começar o seu novo trabalho, o poderoso “Survival of The Fittest”, um disco um pouco mais experimental e com letras mais pessoais e obscuras que o seu antecessor. Este chega-nos em 2007, o álbum é constituído por 11 temas que se destacam pela sua agressividade, atitude, e maturidade. Os For The Glory, trazem um disco pleno de energia. Bem feito! Com os ingredientes certos. Moldado por mão sábias que deixaram o som saltar mais rude, porque é assim que tem de ser. Souberam ganhar o seu espaço e agora aí estão para dar carta!

Há quanto tempo existem?

Olá, bem... o ínicio de for the glory foi no ano de 2003. Todos nós vinhamos de outros projectos e decidimos que queríamos fazer mais algo real, mais in your face. A música que estavamos a fazer naquela altura com as outras bandas era um pouco diferente, sebem que por exemplo, Criminal Waste era um pouco na mesma veia que a sonoridade que For The Glory viria a criar, mas tinha também algumas diferenças. Portanto, respondendo directamente à tua pergunta, a banda acabou de completar em Agosto 6 anos.

O que é ter uma banda de hardcore?

Uma banda de hardcore, é uma banda igual a tantas outras e ao mesmo tempo não é... certas bandas preocupam-se com o cachet, com a imagem, desprezando um pouco a relação inter pessoal, desde que no fim das datas o cheque esteja passado. Um banda hardcore, pelo menos For The Glory, passa, primeiro de tudo pela amizade que nutrimos uns pelos outros, pelo facto de nos conhecermos bastante bem, partilharmos ideias em comum e algumas não tão em comum, mas passa por ser acessí-

vel, não ter atitudes, ser simplesmente um grupo de amigos na estrada ou nos ensaios a fazer o que gostamos, tocar música e divertirmo-nos. As bandas de hardcore primam por ter certas ideias, e nós também as temos, por vezes não estão implicitas nas letras, sabemos muito bem onde estamos e o que se passa à nossa volta. Existem assuntos sejam eles pessoais ou mais “políticos” que tocamos nas nossas músicas, a nossa indignação perante os valores que nos são apresentados por modelos de sociedades que vivem na base da ganãncia e numa atitude de desligada com as relações entre pessoas,

a apatia geral que se apoderou das pessoas sobre agir ou falar sobre certos assuntos, faz com que as bandas de hardcore,punk e algumas de hip hop se distingam das bandas de caracter geral. As bandas de hardcore usam as palavras e a música como condutor de mensagem, não conformados com o que nos oferecem, saber que podemos quebrar barreiras, conhecer outras pessoas, outras culturas, partilhar ideias com pessoas dos sítios mais remotos, isso é uma vantagem para enriquecer o teu conhecimento.

Estava a pensar se podias partilhar connosco os teus pensamentos e opiniões sobre a cena do hardcore dos dias de hoje?

O hardcore está forte, neste momentos tens muitas bandas. Mas sinto que tudo se tornou um pouco mais vazio em termos de ideias, continuam a existir bandas com uma forte mensagem, mas outras vivem de hypes pelas razões mais estranhas. Tudo anda em circulos e sentes isso, o que agora está em vogue, para o próximo ano a trend será outra. Mas as bandas continuam a tocar, há pessoal por toda a Europa que está com editoras a lançar bandas mais pequenas, tens novas fanzines. Creio que a cena hardcore europeia está a viver um bom momento.

Como está o hardcore em Portugal? alguma banda ou bandas que devamos acompanhar neste momento?

Em Portugal, estamos finalmente a acompanhar o que vai acontecendo lá fora, Portugal já está na rota das grandes tours, Portugal tem grandes bandas, de vários quadrantes, desde o hardcore mais clássico até ao hardcore mais pesado, existem várias bandas que tenho acompanhado e que acho que estão a evoluir muito, surgiram bandas nestes últimos anos com bastante potencial, broken distance, step back, reality slap, never fail, vultures, death will come, a thousand words, etc etc etc... são bandas novas que têm pouco tempo, mas que estão a deixar marcas e fazer boas cenas na sua area e já começam a sair dela. O melhor de tudo é que nesta fase, consegues ter pessoas envolvidas com hardcore em cidades onde não existia nada muito forte, cidades como Viana do Castelo, Porto, Penafiel, Viseu, a cena hardcore deixou de ser uma coisa de Algarve e Lisboa e passou a ser mais nacional.

Quais as grandes diferenças entre o hardcore nacional e internacional?

Em Portugal, apesar de estarmos a ficar na rota das tours, continuamos a ter uma mentalidade não tão mimada como a de lá de fora, mas ao mesmo tempo, como tudo é novo, as pessoas perdem-se um pouco com coisas futeis, e a procura pela afirmação na cena hardcore chega a ser tão desesperante que mais parece que as pessoas querem ser notadas, e nunca pelas melhores razões. A internet trouxe muita coisa boa, mas ao mesmo tempo tornou-se mais facil as pessoas refugiarem-se atrás de um PC e serem os maiores scenesters, mas quando realmente vamos a ver não passam de uns newjacks, à procura de serem notados no

meio da multidão. Esta ansiedade em ser reconhecido pode arruinar o que pessoas construiram ao longo dos anos. Neste meio, somos todos iguais, pelo menos tento ser igual a qualquer pessoa. Musicalmente, temos boas bandas, boas gravações, começamos a ter bandas que saiem em tours e estamos a trabalhar no bom sentido. Notei nos últimos tempos que deixou de haver straightedgers de X na mão nos shows, parece que desapareceram, ou então sou eu que frequento os concertos onde não os há, sei que parece estupidez dizer isto, mas há uns anos (sem querer saudosista) vias pessoas de X na mão, sentiam orgulho de representar o lado positivo, mas agora não vejo... o straightedge deixou de ser cool? Não sei. Mas que a diversidade faz falta, isso faz. Hardcore é feito de mentes diferentes de ideias de respeito por culturas diferentes, cores e sexos diferentes, e sem dúvida que é feita de pessoas que abraçam o estilo de vida edge, gostava de ver mais.

Falem –nos um pouco do vosso processo criativo, como começam as musicas, as sonoridades...

Bem, é simples... vamos à sala de ensaios de 2 em 2 meses, sentamo-nos um pouco, falamos sobre a vida, sobre o que se tem passado e dizemos “então bora lá!”, começamos a sacar ideias que temos guardadas e outras que nascem ali mesmo. É tudo uma questão de ir tocando, vamos tocando, sentindo o que a música precisa. Por vezes são partes rápidas, outras

vezes lentas... é assim que fazemos as músicas, acima de tudo as malhas têm de ser agressivas, com um feeling bacano para poder criar uma boa onda no público.

de gostos musicais, vamos ganhando outros, consoante vamos crescendo, é normal.

Como é que se mantêm viva a energia e a criatividade ao fim destes anos?

O nosso background varia muito, somos todos diferentes e não posso falar em nome da banda, mas posso-te dizer que ouço muita música de vários quadrantes, e isso reflecte-se nas letras que faço, ou nas melodias que tento às vezes puxar para as músicas. Bandas como Biohazard, Madball, Cro Mags, No Warning, Merauder, No Turning Back, Born From Pain, Rise and Fall, Black Friday 29… tanta coisa….. são bandas que ouço regularmente.

Quando gostas do que fazes, quando ainda sentes paixão por tocar, conhecer pessoas ou simplesmente viajar, acabas por ter sempre energia para mais, por mais desgastante que seja sentes-te bem. Depois, também se dá o caso de estares em casa, passado algum tempo começas a sentir aquela necessidade de tocar e de ensaiar, é sempre um bichinho que está cá dentro e nos faz continuar. A criatividade, tem a ver com ouvir musica variada, de ir crescendo enquanto tocamos, nos ensaios, nos concertos, ver outras bandas... muitas vezes ao ver outra banda, podemos sentir um riff bom dessa banda que nos remete pra fazermos um riff distinto e cheio de groove e feeling. É assim hahah

Existe alguma banda / concerto que ainda hoje seja uma referência para vocês?

modo de vida, simplesmente estou contente com o que tenho, não quero fazer nenhum statement com a roupa que uso. Mas também acredito que existem t shirts de bandas que podem passar uma mensagem, com passagens de letras, imagens ou algumas frases.

Quais as bandas ou artistas que influenciaram a vossa adolescência e de que maneira fizeram despertar o vosso amor pela musica?

A nivel pessoal, desde cedo que comecei a ouvir cenas mais punk rock, que depois fui mudando até chegar assim ao core. Mas nunca deixei de ouvir várias cenas, bandas que me marcaram posso dizer, In My Eyes, Ten Yard fight, American Nightmare, Pennywise, Bad Religion, Gorilla Biscuits, Mainstrike, Eyeball, 31, OGR, X Acto, New Winds e a lista poderia continuar...”hahaha”, mas nesta lista, nao quer dizer que sejam as minhas bandas preferidas. Na altura que eu comecei a ir a shows e tal, nao havia grande chance de ter musica, tinhas a subrock que vendia cds, e ataque sonoro mailorder, depois podias mandar vir umas cenas, mas só arranjavas cenas de editoras maiores tipo Revelation ou Victory Records. Por isso um gajo tinha de safar cenas, por exemplo ha pouco tempo descobri uma tape que o baterista de Reaching Forward me gravou e enviou com umas bandas, tinha lá cenas que na altura em 2000 eu náo ligava nada tipo Death threat, True Blue, E Town Concrete... odiei aquilo quando ouvi, mas agora adoro as bandas, vamos mudando

volta, para muita gente é apenas isso mesmo, imagem, um refúgio/escape do que realmente elas são. A roupa é apenas para não andar nu. Sabem que por brio pessoal gosto de uma calça fixe ou um par de sapatilhas porreiro, mas não faço disso

Qual é vossa relação com a roupa? Preocupam-se com a vossa imagem?

Como disse em cima, é mais uma questão de brio pessoal. Gosto de estar apresentavel, quer seja no trabalho, quer seja no dia a dia. Mas não faço disso uma bandeira. Cada um é como cada qual.

Vão ás compras? ( roupa ou acessórios) se sim onde?

Acham que a imagem pode, tal como a musica ser uma meio para comunicar uma mensagem?

Não acredito muito nisso. Acredito que as tuas vibrações passam uma mensagem, se fores uma pessoa positiva, irás atrair positividade. A imagem que crias à tua

Desde já aproveito para agradecer à equipa da Carhartt Lisboa, porque eles dão nos endorsement e fizeram a minha vida melhor, porque posso poupar uma quantia considerável em roupa, que faz jeito nas lides do dia a dia. Há algum tempo que não vou às compras, nunca fui muito de tirar um dia e ir às compras. A melhor loja do mundo (sem ser a carhartt store lisboa por razões óbvias hahaha) são as bancas de merch das bandas com quem tocamos. SUPER NICES SEMPRE!

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Every Rules Begs to be Broken

Produção: Farah Aly Maquilhagem: creative academy Cabelos: Siça de Souza Fotografia: Marie Lumiere

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