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Aline Binns
(1980)
Poeta baiana, é contista, letrista, professora e mestre em literatura e diversidade cultural. Ganhou, em 2007, o 7º Festival Vozes da Terra de Feira de Santana-BA, com a música “Soneto que não queria existir”. Publicou os livros de poesia Invisibilidade (2002), Escondedouro do Amor e Outros Versos sob a Espera (2008) e A Morte da Amada(2013). Tem poemas publicados na Coletânea Prêmio Off Flip (2015) e nas antologias Arcos de Mercúrio (2015) e Cantares de Arrumação (2015). Participa do projeto Mousikê & Poíesis, no qual realiza performances literomusicais.
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O amor não está na estrela que, ao cair, carrega o pedido sussurrado, está no olhar que a percebe e espera. O amor não está nas cartas lançadas sobre mesas postas, está na tensão de quem as ouve e deseja. Búzios, números e datas não contém o amor, ele não está numa procura. Rezas, promessas e velas não trazem o amor, só a esperança de encontrá-lo. Mas, ninguém encontra o amor, ele é(misteriosamente) despertado... num momento de distração e abandono. ..................................................................................... Quando a amada morre, Não é seu corpo que fenece, Mas o desejo que existia por ele E tudo o que era romance e espetáculo. Não é a mulher que padece Quando a amada morre, É o amador que deixa de existir E tudo é enterro, tudo é luto. Não há coisa mais triste Do que uma amada que morre E que, quando morre, mata. Quando a amada morre, Parece a poesia E viver é expiação e tormento. Mas tudo revive quando, Como um susto, outra amada surge E com ela (de novo) o encanto.