17 minute read
mais importantes da economia brasileira
Capítulo 10. My way: William Sales de Melo
elementos que sejam coerentes com a narrativa. Além disso, é preciso ouvir com atenção e verificar possíveis cortes para que o tempo seja otimizado. Geralmente o áudio como resultado final é revisado no mínimo três vezes, o que garante que o conteúdo do vídeo seja, inevitavelmente, assimilado pelo editor.
Advertisement
Apesar de ter sido um desafio nas primeiras produções, aos poucos foi possível arriscar em produções mais elaboradas; por exemplo, um dos efeitos visuais mais populares nas produções atualmente é o “Chroma key”, que consiste em colocar uma imagem sobre a outra através da anulação de uma cor padrão, geralmente o verde.
Lembro-me de quando os petianos e o Tutor chegaram o tecido para confeccionar um painel e assim produzir o famoso efeito do “fundo verde”, mal sabia eu que utilizaria o recurso em breve, algo que até então não tinha imaginado. Durante a produção encontrei relatos na web de editores que diziam que é preciso muita paciência para que o Chroma dê certo, e de fato, depois de algumas horas o resultado da produção foi o informativo que falava sobre as incertezas causadas pela nova doença surgida na China que combinada à guerra de preços do petróleo já ameaçavam a economia mundial.
Figura 10.1: Apresentadora Giovana Rodrigues destaca uma notícia que se desdobraria na maior crise do século XXI. Infelizmente as gravações de forma presencial tiveram de ser interrompidas pouco tempo depois da produção deste vídeo, quando foram registrados os primeiros casos de covid-19 no Acre.
É interessante recordar esses fatos, pois percebemos como o grupo estava bem informado sobre os desdobramentos da conjuntura econômica mundial.
80
Capítulo 10. My way: William Sales de Melo
Nossas análises apontavam para uma possível crise, que logo se concretizou. Porém surpreendendo os mais precisos analistas a Pandemia levou à paralisação das atividades presenciais em todos os setores do mundo, inclusive a educação.
Depois da paralização das aulas presenciais em todo o mundo, um sentimento de incertezas e medos tomou conta de todos, o cenário quase apocalíptico causado pela pandemia obrigou os petianos a se reinventarem. A proposta foi produzir vídeos em um formato semelhante às matérias jornalísticas, para isso são utilizadas imagens e vídeos de domínio público, ou outros tipos de materiais que desde que citadas as fontes, o novo modelo de produção deu certo, se provando um recurso prático que garantiu a continuidade das atividades do PET TV durante a quarentena.
São utilizados diversos recurso para a produção, desde editores de imagem mais simples, como o Paint, ou até mesmo o PowerPoint, além de gravadores de imagem e gravadores de aúdio. Além disso certos dispositivos possuem incompatibilidade nos arquivos, fazendo-se necessário utilizar outros programas para abrir os arquivos. As figuras a seguir mostram alguns dos documentários produzidos pelo PET economia de forma geral. Destacam-se os cursos EAD produzidos pelo grupo e as publicações nas redes sociais que já alcançaram muitas pessoas a nível local.
Figura 10.2: Panorama dos cursos EAD do PET TV.
81
Capítulo 10. My way: William Sales de Melo
As vídeo aulas estão disponíveis de forma gratuita na plataforma YouTube, bem como nas redes sociais do PET economia UFAC. Versando principalmente sobre assuntos como microeconomia e econometria, os cursos auxiliam os novos estudantes do curso de economia da UFAC.
Para mim é uma grande satisfação poder fazer parte deste pro jeto e a judar meus futuros colegas de profissão, bem como a comunidade local com conhecimento e informações compreensíveis e de acesso fácil. Nesse período houve muito crescimento pessoal e muitos aprendizados que levarei por toda minha carreira.
Figura 10.3: Um dos documentários mais icônicos do TV PET, intitulado 25 anos do plano Real versa sobre a execução de uma das ações mais importantes da economia brasileira.
82
Parte I I I
PETIANOS EM PESQUISA
83
Capítulo 11
Romero Soares de Medeiros 1 Dr. Rubicleis G. Silva 2 Dr. Carlos Alberto F. da Costa 3 Dr. Carlos Estevão F. Castelo 4
11.1 INTRODUÇÃO
O desempenho econômico leva a um desenvolvimento desequilibrado entre as regiões, principalmente devida à diferença entre a composição do sucesso e a disposição dos recursos disponíveis. Nesse caso, qualquer pesquisa nessa área é de extrema importância, pois busca reconhecer as raízes dessas diferenças, e visa auxiliar e cooperar com pro jetos em cada região, especialmente buscando promover o crescimento econômico e melhorar a distribuição de renda, com vistas a reduzir as diferenças regionais.
Nos últimos tempos, os governos estaduais têm tentado organizar suas ações para entender suas limitações físicas, educacionais, climáticas e econômicas para propor ações específicas. Essas ações também buscam uma maior integração com outras partes do Brasil, melhorar as atividades econômicas
1 Egresso do PET-Economia 2 Tutor do PET-Economia 3 Professor do Curso de Economia UFAC 4 Professor do Curso de Economia UFAC
85
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
domésticas e explorar possíveis vantagens comparativas e capacidades nacionais no primeiro, segundo e terceiro setores da economia brasileira.
A economia de um país pode ser classificada em três macro setores: setor primário, setor secundário e setor terciário. O primeiro setor é definido como o setor cuja produção está relacionada a exploração de recursos da natureza, o segundo setor é aquele que transforma os bens produzidos no setor primário em mercadorias e destina-o ao terceiro setor, responsável pelo comércio e pela produção de serviços.
O aumento da taxa de investimento da economia brasileira é um dos principais entraves para o índice de sustentabilidade de longo prazo do país. Entre os meios atuais de atingir esse ob jetivo e responder ao colapso internacional, o governo estendeu seu programa de empréstimos aos setores econômicos, principalmente por meio de bancos públicos. Considerando que a correlação com o percentual de transferência dessas regiões ainda é superior à participação relativa de seu produto interno bruto (PIB), a distribuição regional desses investimentos é moderadamente enviesada para regiões periféricas, como Norte e Nordeste. Em suma, a proporção dos gastos nessas áreas excede a produção econômica total.
O primeiro estudo sobre o tema propôs o alcance do planejamento regional, e partiu de meados dos anos 1940 aos anos 1950, mas é preciso destacar que até a década de 1980 o estado era o maior executor do planejamento regional e quais áreas e regiões escolher, desenvolvendo assim, políticas para os ob jetos em consonância com o planejamento. Porém, na década de 1980, novas políticas de desenvolvimento surgiram, baseadas na descentralização da ação pública e em novos a justes na cadeia produtiva, que deram maior autonomia às cidades e regiões, cabendo a elas formular suas próprias políticas de desenvolvimento para sua área, mudanças essas que levaram ao surgimento da teoria do desenvolvimento endógeno.
11.1. INTRODUÇÃO 86
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
Portanto, é necessária a formulação de políticas de desenvolvimento que promovam o crescimento econômico de cada região, que sejam cuidadosamente planejadas e baseadas em conhecimentos socioeconômicos profundos. Nesse sentido, para auxiliar no planejamento de tais políticas, este estudo visa identificar áreas-chave da economia do estado do Acre.
Para que possamos alcançar esses ob jetivos nomeados, foi utilizado o método bastante difundido na literatura: o modelo insumo-produto, esse modelo em questão tem como principal ob jetivo analisar os fluxos intersetoriais do sistema econômico em questão, que descrevem as compras e as vendas de insumos, produtos e serviços entre os setores da economia.
Na maioria dos países, especialmente em economias altamente industrializadas, é comum usar o método da matriz de insumo-produto para estudar a correlação entre as atividades de produção. O uso generalizado dessa tecnologia nas últimas décadas reflete a influência de diversos fatores, incluindo o desenvolvimento de métodos de coleta de dados estatísticos que forneçam informações importantes sobre as operações econômicas em um formato adequado para matrizes de insumo-produto.
A matriz de insumo-produto (MIP) muitas vezes, é considerada com frequência ao pro jetar ou analisar políticas públicas que caracterizem o impacto previsível na demanda final de um setor específico, de maneira que estimule o próprio setor para o crescimento da economia. Desta maneira, é possível para os planejadores de políticas, estimular setores considerados críticos, ou seja, aqueles que entram em conflito com as cadeias de produção.
Além disso, vale ressaltar o fato de que a Organização das Nações Unidas (Nações Unidas, 1999) identificou essa metodologia como uma ferramenta importante para o planejamento econômico em economias em desenvolvimento, pois pode ser utilizada para compreender em detalhes as necessidades finais ocasionadas por ações de política governamental, bem como o impacto das mudanças na estrutura de produção [Miller and Blair, 1985].
Mas observe que, uma vez que o ob jetivo principal do modelo de insumoproduto é analisar a interdependência entre as atividades econômicas, ele também é um ferramenta valiosa para a aplicação prática de conceitos modernos (como o conceito de cadeias produtivas e parques industriais). Embora existam motivos diferentes em cada caso, é difícil identificar a cadeia produtiva tanto nas economias avançadas quanto nas atrasadas. Nas economias industrializadas, as dificuldades decorrem dos vínculos universais entre as atividades e das amplas possibilidades de substituição entre os insumos, já que em outras economias o problema comum é o desenvolvimento da estrutura produtiva [Haguenauer et al., 2001].
Neste último caso, o modelo de insumo-produto ainda pode fornecer uma orientação razoável ao estimar o impacto entre os setores de determinados
11.1. INTRODUÇÃO 87
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
parques industriais e, dependendo do grau de decomposição permitido pelos dados, é possível determinar a importância de muitas empresas e as relações de seu sistema. Mais importante ainda, essa possibilidade é realizada porque o sistema de insumos contém uma rede de atividades precisamente relacionada entre si por meio da compra e venda de insumos a montante e a jusante de cada elo de ligação.
Conforme destaca [BECKER, 2004] as diferentes estratégias adotadas pelos diferentes Estados e destaca que, em tempos recentes, cada Estado adotou estratégias diferentes para a consolidação do seu povoamento e desenvolvimento local. Por exemplo, os Estados do Mato Grosso, Tocantins, e parte dos Estados do Pará, Maranhão, Roraima e Rondônia, têm um modelo de ocupação extensivo baseado na agropecuária; o Amazonas tem um modelo de ocupação pontual, fundamentado na concentração industrial na Zona Franca de Manaus; já os Estados do Acre e Amapá optaram por modelos baseados na utilização conservacionista da floresta.
A longo dos últimos vinte anos o Acre foi um laboratório de experiências econômicas. Os governos Jorge Viana e Arnóbio Marquês enveredaram pela então chamada "florestania". Por sua vez, o governo Tião Viana, fez uma escolha adversa, optou por um processo de industrialização. Os indicadores de insumo produto nos possibilitam verificar se existem condições que possibilitem o desencadeamento do desenvolvimento.
Nesse cenário, nos cabe as seguintes indagações: qual o nível de articulação intersetorial existente na economia acriana? Quais os setores que lideram o processo de desenvolvimento e qual setores apresentam maiores influências nos demais setores?
A importância dessa análise reside na elaboração de indicadores de insumoproduto que permitam mapear o processo de ligação e dependência intersetorial da economia acriana. Consequentemente, possibilitam estimar os efeitos das políticas públicas e privadas de desenvolvimento sobre à economia, tornando assim a tomada de decisão mais eficiente do ponto de vista dos impactos setoriais.
Este trabalho ob jetiva de forma geral elaborar um diagnóstico da interligação e dependência em 27 setores da economia acriana para o ano de 2015. Especificamente, pretende-se:
a Identificar os possíveis setores chaves da economia acriana; e,
b Detectar os setores que apresentam influência mais significativa sobre demais setores da economia acriana
Devido a pequena participação nacional no produto interno bruto (PIB) nacional ao longo nos últimos 20 anos (cerca de 0,2% do PIB nacional) e
11.1. INTRODUÇÃO 88
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
pouco dinamismo econômico. A economia acriana apresenta setores econômico com baixo impactos setoriais.
Para uma melhor compreensão da problemática, este artigo está dividido em quatro seções, incluindo esta introdução. A próxima seção irá apresentar os procedimentos metodológicos e a fonte de dados; na terceira seção traremos os resultados e discussões e, por fim, mostraremos a que conclusões chegamos.
11.1. INTRODUÇÃO 89
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
11.2 METODOLOGIA
11.2.1 Modelo de insumo-produto
Leonitef desenvolveu um modelo de insumo-produto em que a busca por insumos de um setor tem função direta da produção dos mesmos, isto é, vai existir uma comparação de outros setores com a real necessidade de produção. Assim, para que o sistema econômico possua equilíbrio, a produção individual dos setores deve ser igual as vendas que cada setor realiza.
De acordo com [CONSIDERA et al., 1997], os modelos de insumo-produto foram desenvolvidos a fim de serem utilizados sobre a economia nacional. Mas diante da grande necessidade de lograr informações mais regionais, outros modelos regionais foram desenvolvidos.
Para este trabalho foi utilizada a matriz insumo-produto inter-regional para o Acre desenvolvida pelo Nereus USP e adaptada por [da Silva and Gurgel, 2019].
O modelo de insumo-produto trata-se de uma adequação da teoria neoclássica do equilíbrio geral ao estudo baseado na experiência da correlação entre as esferas econômicas. Os modelos se baseiam em duas argumentações: i) os coeficientes técnicos que podem ser fixos ou proporcionais e ii) os processos produtivos exibem tecnologias fixas. Pode-se demonstrar o conjunto de equações lineares que referem a interdependência setorial das atividades de acordo com a demonstração a seguir:
X1 = a11X1 + a12X2 + ... + a1nXn + Y1 (11.1) X1 = a21X1 + a22X2 + ... + a2nXn + Yn (11.2) ... (11.3) Xn = an1X1 + an2X2 + ... + annXn + Yn (11.4)
em que:
aij = xij Xj (11.5)
Em que o α é o ?coeficiente de insumo direto? também podendo ser denominado de ?coeficiente técnico de produção?, ele demonstra a necessidade diretas do produto do setor i, obtido para que ha ja a produção de produtos do setor j.
O conjunto de equações de (1) a (4) pode ser representado alternativa-
11.2. METODOLOGIA 90
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
mente por:
X − AX = Y (11.6)
onde: X e Y são vetores colunas de produção e de demanda final, respectivamente; A é a matrix nxn de coeficientes técnicos dadas por (11.5).
Com a utilização de uma matriz identidade (Inxn) a expressão (11.6) pode ser reproduzida da seguinte forma:
(I − A) X = Y (11.7)
Aceitando-se que a matriz (I − A) possua uma inversa, a utilização dela pode mostrar o produto vomo função da demanda exógena:
X = (I − A)−1 Y (11.8)
em que:
(I − A)−1 (11.9)
é a matriz inversa de Leontief
De acordo com [Richardson, 1978] cada componente de (I − A)−1 representam coeficientes de interdependência. Os bij expressam as necessidades tanto diretas como indiretas do setor i, isso por unidade de demanda final, fazendo referência ao produto do setor j. Dessa forma, a matriz inversa pode ser multiplicada por qualquer quantidade e também composição de demanda final, tendo assim o alcance de produto bruto de cada indústria.
11.2.2 Encadeamento produtivo e setores-chave
O artifício mais utilizado na identificação do encadeamento produtivo entre setores está adjunto ao cálculo de índices de ligação para frente e para trás, a obtenção desses índices se dá por meio do seguinte cálculo:
βi =
βj =
m
j=1 bij
m
j=1 bij (11.10)
(11.11)
em que bij são elementos da matriz de Leontief. O índice de ligação para frente Bi indica quanto determinado setor tem
11.2. METODOLOGIA 91
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
sido impactado por outros, já Bj (índice de ligação para trás) indica quanto determinado setor demanda dos demais. No intuito de normalizar os índices, se faz necessário tomar seu coeficiente médio em relação à média total dos coeficientes. Assim, delibera-se a média de cada índice de ligação e a média total dos coeficientes da matriz de Leontief.
Os índices de ligações tanto para frente quanto para trás são dados, respectivamente, por:
βl = n
−1βi
βl = n
−1βj
β = n
−2
n
j=1 bij (11.12) (11.13)
(11.14)
O cálculo dos índices de ligação é bastante proeminente, tendo em vista ser possível a identificação dos setores-chave da economia. Dessa forma, os que apresentarem índices de ligação normalizados superiores à unidade têm comportamento superior à média.
11.2.3 Multiplicador de Produção
Conforme destacam [Cabral et al., 2016] os multiplicadores de produção setorial correspondem a soma da sua respectiva coluna na matriz inversa de Leontief. Indicam uma variação direta e indireta da produção total da economia de todos os setores e regiões decorrente da variação exógena de uma unidade monetária da demanda final de determinado. Logo, o multiplicador do produto para o setor j é definido como o valor total da produção adicional em todos os demais setores da economia.
11.2.4 Campo de influência
Conforme destacam [Sonis and Hewings, 1989] e [Sonis et al., 1997] O conceito de campo de influência descreve como se distribuem as mudanças dos coeficientes diretos no sistema econômico, permitindo, dessa forma, determinar quais as relações entre os setores seriam mais importantes dentro do processo produtivo. Como poderá ser observada posteriormente, a noção de campo de influência não está dissociada dos índices de ligações, sendo uma análise complementar a esta na medida em que os principais elos de ligação dentro da economia estariam associados aos setores que apresentam os maiores índices de ligações, tanto para frente, como para trás.
11.2. METODOLOGIA 92
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
O campo de influência é obtido utilizando-se a matriz de coeficientes diretos, definida como sendo a matriz de variações incrementais nos coeficientes diretos de insumo.
Para obter os efeitos diretos e indiretos, é necessário transformar as relações entre atividade e produto em relações entre atividades e entre os setores da economia. Sendo: uma matriz (nxn) do campo de influência do coeficiente.
11.2. METODOLOGIA 93
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
11.2.5 Fonte de dados
A Matriz de Insumo Produto (MIP) que foi utilizada para a construção do modelo de equilíbrio geral, foi disponibilizada pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (NEREUS/USP), possuindo uma dimensão de 26x26. A MIP construída pelo NEREUS/USP foi estimada a partir dos dados preliminares das Contas Nacionais e foi atualizada por [da Silva and Gurgel, 2019] para o ano de 2015 sendo atualizada pelo deflator implícito do PIB.
A matriz é composta dos seguintes setores: 01. Agricultura, silvicultura, exploração florestal; 02. Pecuária e pesca; 03. Mineração; 04. Alimentos, bebidas e fumo; 05. Têxtil, vestuário e calçados; 06. Madeira, papel e impressão; 07. Refino de petróleo, coque e álcool; 08. Outros produtos químicos e farmacêuticos; 09. Artigos de borracha e plástico; 10 . Cimento e outros produtos de minerais não-metálicos; 11. Metalurgia; 12. Máquinas e equipamentos; 13. Material elétrico e eletrônicos; 14. Material de transporte; 15. Indústrias diversas; 16. Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana; 17. Construção; 18. Comércio; 19. Transporte, armazenagem e correio; 20. Serviços privados; 21. Intermediação financeira e seguros; 22. Serviços imobiliários e aluguel; 23. Serviços de alo jamento e alimentação; 24. Educação mercantil e pública; 25. Saúde mercantil e pública; 26. Administração pública e seguridade social.
11.2. METODOLOGIA 94
Capítulo 11. Insumo-produto:identificando os setores dinâmicos da economia acreana
11.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta seção, são analisados alguns indicadores da análise de insumoproduto baseados nos índices de ligações diretas, indiretas, multiplicadores do produto e do campo de influência atualizada para economia acriana até o ano de 2015. Esses indicadores visam uma avaliação preliminar da MIP do Acre x restante do Brasil.
11.3.1 Estrutura de interdependência setorial da economia acreana
A tabela 11.1 nos mostra um panorama dos índices de ligação para frente (ILF) e para trás (ILT) da economia acriana. Observa-se que no tocante aos índices de ligação a economia apresenta cinco setores chaves, ou seja, que apresentam índices de ligação para frente e para trás maiores que um, a saber: madeira, papel e impressão; cimento e outros produtos de minerais não-metálicos; material elétrico e eletrônicos; eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana; e serviços privados.
Em relação ao multiplicador setorial do produto observa-se a existência de dois setores outliers, que apresentam multiplicadores distante da média.
Tabela 11.1: Medidas descritivas dos indicadores dos setores chaves e multiplicador do produto setorial da economia acriana 2015. Medidas ILF ILT Produto Máximo 11,51 12,14 20,22 Média 1,48 1,48 2,46 Mínimo 0,60 0,60 1,00 Coeficiente de variação 12,86 12,19 149,97
Segundo [Rasmussen, 1956] e [Hirschman, 1958], O índices de ligação para trás (ILT) tenta avaliar a importância dos diferentes setores como demandantes de insumos dos demais setores da economia, em termos relativos à situação média da economia. Os resultados mostrados na tabela 1, indicam que os setores que apresentam maior dinamismo. Observa-se que apenas o setor da construção civil apresenta resultado menos ruim, pois para um volume de aporte nesse setor de R$ 1.000,00 geral um volume de compra nos demais setores da economia de R$ 21,36. Para consideramos esse setor dinâmico o ILT e o índice de ligação para frente deve ser maior que 1 (um). Contudo, não se observa essa situação. Em outras palavras, quanto maior
11.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 95