4 A- política
A GAZETA
CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2016
PRÓ E CONTRA DILMA
SÃO PAULO
Milhares saem às ruas AE E AGÊNCIA BRASIL Milhares de pessoas foram às ruas em todo o país, ontem, para protestar contra a corrupção e se dividiram em atos contrários e favoráveis ao retorno da presidente Dilma Rousseff ao poder. As mais expressivas manifestações ocorreram em São Paulo, Rio e Brasília. Em São Paulo, a manifestação favorável ao impeachment ocorreu após o Movimento Brasil Livre ter optado por organizar outro protesto em uma data mais próxima do julgamento do impeachment no Senado, o que deve ocorrer no fim de agosto. Ao longo da Paulista, em pelo menos cinco caminhões de som, representantes dos movimentos pró-impeachment discursavam com palavras de ordem Abr como “Fora PT”, “Não vai ter golpe, vai ter impeachEm Brasília, pessoas vestidas de verde e amarelo se manifestaram na Esplanada dos Ministérios e próximo ao Congresso Nacional ment” e frases de apoio ao juiz federal Sérgio Moro e à operacou. Em Brasília, os O radialista Rodrirupção e em apoio à Operação Lava ção Lava-Jato. Um boneco gigante organizadores esperago Assef protestou carJato. A maior parte das falas foi divido ex-presidente Luiz Inácio Lula vam contar com pelo regando um boneco dida entre pedidos para que o da Silva vestido de presidiário, menos 10.000 pessoas em formato de mosex-presidente Luiz Inácio Lula da batizado de Pixuleco, e um de um no protesto. Mas, quito e o rosto da preSilva seja convertido ‘de réu para militar, em referência ao Exército e segundo a Polícia Milisidenta afastada. prisioneiro’ e tributos ao juiz Sergio ao retorno da ditadura militar no tar do Distrito Federal, “Estou protestando Moro. Os manifestantes chegaram a país, foram inflados. eram cerca de 5.000 contra essa pouca-vercantar ‘Parabéns’ e a desejar ‘muita pessoas. gonha que virou a polísaúde’ para Moro, que faz aniversáO aposentado Paulo Alves, era tica no Brasil. A Dilma rio nesta segunda-feira, 1º de agosum dos manifestantes que defendem Durante o ato, os ainda não saiu, protesto. No Rio de Janeiro, o alvo princia volta da ditadura. “Do jeito que líderes de diferentes tamos pelo fim da corpal dos manifestantes foi a presiestá o nosso país, só a ditadura vai grupos pró-impeachrupção, para prender o Lula. Para dente afastada, mas sobraram crítiresolver. Mesmo sem liberdade, eu ment se revezavam no carro de som, ver se melhora a situação do Brasil, cas também ao governo do presivivi na ditadura e não tinha corrupfazendo discursos pelo afastamento estamos indo para o buraco”, critidente interino, Michel Temer. ção, desemprego”, disse. definitivo de Dilma, contra a cor-
Protestos mais numerosos ocorreram em São Paulo
Grupos fazem ato pró-Dilma CAMILA BOEHM SÃO PAULO/ABR A Frente Povo Sem Medo realizou ontem à tarde uma manifestação em defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, na capital paulista. Os manifestantes começaram a se reunir às 14h no Largo da Batata, zona oeste da cidade. Por volta das 16h15, eles saíram em caminhada, na direção da Praça Panamericana, local próximo à casa do presidente interino Michel Temer. O tema do ato foi “Fora Temer! O povo deve decidir! Defender nossos direitos, radicalizar a democracia!”. Segundo a Frente Povo Sem Medo, que considera o impeachment de Dilma um golpe, “não precisou nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe fossem expostas em praça pública”. Representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que integra a Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos explicou que o ato teve três frentes: a destituição do presidente interino, a defesa dos direitos sociais e o direito de o povo decidir os rumos do país. “A primeira é o Fora Temer, porque nós consideramos que esse governo é ilegítimo. [A segunda frente] é também em defesa dos nossos direitos que estão ameaçados com o programa do golpe. A terceira] é que povo deve decidir. Um dos pontos desse ato é que o Congresso não tem autoridade, não tem credibilidade para definir os rumos do país”, declarou Boulos.
Conclusão fica para setembro ERICH DECAT BRASÍLIA/AE
Agência O Globo
Presidente afastada terá que esperar até a primeira semana de setembro para saber seu destino
O julgamento do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), será iniciado no próximo dia 29 de agosto e deverá ser concluído na primeira semana de setembro. O calendário foi confirmado por meio de nota divulgada no sábado pela assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o documento, o cronograma é fruto de um entendimento entre a área técnica do STF e do Senado, onde o processo atualmente tramita. ‘Conforme entendimentos entre os técnicos do Supremo e do Senado, a
expectativa dos prazos é a seguinte: dia 9 de agosto: Sessão Plenária de Pronúncia, sob a coordenação do presidente do Supremo; até 48 horas após, acusação apresenta libelo e rol de testemunhas; sucessivamente, até 48 horas depois, defesa protocola contrariedade e rol de testemunhas; em seguida, decurso do prazo de 10 dias previsto no parágrafo único do art. 60 da Lei 1079/50; primeira data possível para início da fase de julgamento, respeitados os prazos acima elencados: 26 de agosto (sextafeira); data acordada: 29 de agosto (segunda-feira). A expectativa dos técnicos é que o julgamento se prolongue por uma semana’, diz trecho do documento.
A assessoria lembra, contudo, que ‘eventuais dilações temporais’ poderão ser causadas pelas discussões no plenário do Senado. O presidente em exercício, Michel Temer (PDMB), afirmou que a aprovação do processo de impeachment depende de uma avaliação política, e não jurídica, e quanto mais demorar a decisão a ser tomada pelo Senado, pior será para o País. ‘Essa questão do impeachment no Senado não depende da nossa atuação. Depende da avaliação política - não uma avaliação jurídica - que o Senado está fazendo. Nós não temos e não poderíamos ter influência nesse processo’, afirmou.
PREFEITURA DE SP
Russomano define vice na chapa FLÁVIA ALBUQUERQUE SÃO PAULO/ABR O PTB confirmou no sábado (30) a escolha da presidente do PTB Mulher, Marlene Campos Machado, como candidata a vice-prefeita na chapa do candidato Celso Russomanno, do PRB. Marlene chegou a cogitar disputar a candidatura para prefeitura, mas decidiu pela aliança com o partido de Russomanno. A convenção que oficializou o nome de Marlene ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo. “Celso está comprometido com as mesmas bandeiras que eu sempre ergui e que
foram base da minha précandidatura. Nossa cidade tem recursos, arrecada muitos impostos, portanto, é dever do Poder Público realizar uma gestão eficiente. Abro mão da minha candidatura a prefeita para entrar em um projeto maior, mas que mantêm as mesmas propostas e objetivos”, disse Marlene Machado, na convenção. Sete partidos já escolheram os candidatos para disputa municipal. Na manhã de ontem, pelo PMDB, foi confirmada a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy como candidata do partido à prefeitura de São Paulo. A chapa será composta também por Andrea Matarazzo,
candidato a vice-prefeito pelo PSD. O PRB escolheu o deputado federal Celso Russomanno. O atual prefeito, Fernando Haddad, concorre à reeleição pelo PT, tendo como companheiro de chapa o exsecretário de Educação do município, Gabriel Chalita. O PSDB confirmou o empresário João Doria e o deputado federal Bruno Covas como candidatos a prefeito e vice-prefeito. Pelo PSOL, a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina concorre à prefeitura, tendo como candidato a vice-prefeito o também deputado federal Ivan Valente.
Divulgação
Candidato do PRB escolheu representante do PTB para compor a chapa que disputará a prefeitura