4 A- política
A GAZETA
CUIABÁ, TERÇA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2016
Painel Político
Dinheiro em caixa
O foco do Lula e do partido é eleger prefeitos e vereadores. Vamos montar uma tropa dos movimentos sociais em defesa do direito
panoramapolitico@oglobo.com.br
Prevenção
Divulgação
O governo tem pressa. Mas líderes da base avisaram que não querem votar a PEC do teto dos gastos antes das eleições. Dizem que os candidatos dos aliados do governo Temer vão ser questionados em debates se apoiam “menos recursos para Educação e Saúde”. E que eles serão obrigados a atacar a proposta do ministro Henrique Meirelles.
Na tela da TV
Costurando
Especialistas em pesquisas eleitorais e campanhas preveem que, na reta final, os candidatos com pouco tempo de propaganda na TV vão despencar. Citam como exemplo os casos de Marcelo Freixo (RJ), 11 segundos, e Alexandre Kalil (BH), 23 segundos. Nomes com tempo de TV, como João Doria (SP), três minutos, e Pedro Paulo (RJ), três minutos e 30 segundos, tendem a crescer.
As centrais sindicais estão sendo chamadas para se reunir com o presidente Temer para tratar da reforma da Previdência. A CUT está na lista. O encontro deve ser semana que vem. Depois será a vez de convocar as entidades empresariais.
Para acalmar a choradeira por dinheiro, o PMDB quer transferir verba da Fundação Ulysses Guimarães para as campanhas. Estuda alegar sobra de recursos, devolver parte dos 20% do Fundo Partidário e distribuir entre os candidatos.
O santinho Aliado do ex-presidente Sarney e do governador Waldez Góes, o candidato à prefeitura de Macapá, Gilvam Borges, apela à oração. Aos eleitores, pede que repitam: “Nós, moradores, juramos, perante Deus, votar no Gilvam (...)”. Ainda fala em “condenação” no caso de “trairagem”.
PAULO ROCHA - LÍDER DO PT NO SENADO
Representatividade
Mudar o time
Qual o comportamento dos eleitores em 2 de outubro, depois da overdose durante este ano? Foi “Fora, Dilma!” meses a fio. E, agora, tem o “Fora, Temer!” e o “Fora, Lula!”. Faz parte dessa ressaca o primeiro movimento de massas que foi às ruas protestar contra a política. Em 2012, as abstenções, os votos em branco e os nulos chegaram aos 25% nas eleições municipais. Nas capitais, foram aos 29%. A tendência, apostam especialistas, é que esses números aumentem. Prefeitos das capitais vão se eleger disputando 70% dos votos, ou menos. Eles vão representar a minoria.
Senadores da base querem demitir dirigentes das Sociedades de Propósito Específico da área de energia. São pequenas empresas de geração com capital público e privado. Há muitos petistas na presidência e nas diretorias dessas SPEs.
Teoria e prática Responsável pelo marketing das campanhas de FH, o cientista político Antônio Lavareda prepara livro sobre eleições municipais. Já publicou: “Como o eleitor escolhe seu prefeito” (2011) e “A lógica das eleições municipais” (2016).
O PT do Senado definiu a palavra de ordem que usará para sua atuação parlamentar: “Nenhum direito a menos”. Eles farão oposição às reformas de Temer.
CAMPANHA ELEITORAL
Financiamento não deve mudar ELIZABETH LOPES SÃO PAULO-AE
Arquivo
Rodrigo Maia avalia que as regras serão mantidas pelo Congresso
Mesmo apontando as dificuldades que os candidatos estão enfrentando nessas eleições municipais para conseguir financiamento, por conta do modelo que proíbe doações empresariais, o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não acredita que o sistema será mudado. “Acredito que as regras de financiamento atual serão mantidas. A matéria está no Senado e não deverá ser alterada em razão do atual clima do País”, disse, em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 19, após participar de evento na Associação Comercial de São Paulo, na capital. Na palestra que proferiu no evento, o democrata disse que o sistema hoje em vigor privilegia apenas quem comanda os partidos ou já tem uma estrutura partidária. Mas, como avalia que as regras de financiamento eleitoral serão mantidas pelo Congresso,
defende mudanças no sistema eleito(DEM-RJ), manifestou insegurança ral, como a adoção de lista fechada com a possibilidade de a PEC do Teto nos pleitos. dos Gastos não ser aprovada este ano no Congresso. ‘Não sei o que aconteO presidente da República em exercerá no Brasil se a PEC do Teto dos cício afirmou também que o projeto do Gastos não for aprovada. pré-sal, em tramitação no Se a situação atual prevaparlamento, deve ser votalecer, a relação dívida PIB do pela Câmara dos Depupoderá chegar a 200%, o tados na primeira semana déficit primário em 5%, de outubro. Ao falar da fora a pressão sobre os matéria, Maia destacou Modelo atual juros e a inflação aumenque a expectativa é de proíbe doações tando’, argumentou Maia aprovação. ‘Acho que vai na manhã desta segundapassar’, disse, destacando empresariais feira, 19. que o setor de óleo e gás para os está apoiando e o segmento Em palestra na Associacandidatos precisa voltar a ter investição Comercial de São mentos privados. Paulo, Rodrigo Maia disse que mesmo tendo pouco Na coletiva, Maia foi tempo na direção da Câmara dos Depuquestionado sobre as recentes declaratados, sairá satisfeito se essa medida ções do deputado cassado Eduardo for aprovada este ano ‘Em sete meses Cunha e se ele representava uma ameaça de mandato, se aprovar a PEC do Teto ao parlamento e ao governo Temer, mas dos Gastos, estou satisfeito, não tenho preferiu o silêncio e não respondeu. vaidade de querer aprovar outras reforO presidente da República em mas, como a trabalhista, por exemplo”. exercício, deputado Rodrigo Maia
REFORMA
Renan defende reduzir número de partidos ISABELA BONFIM BRASÍLIA-AE O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB -AL), defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Política, projeto que pode diminuir a quantidade de partidos com representação no Congresso Nacional. ‘Com relação à reforma política, nós precisamos aprovar uma cláusula de barreira e proibir a coligação proporcional nas
eleições. Se nós fizermos isso, nós vamos acabar com esse mal maior que vigora hoje no Brasil que é essa proliferação de partidos políticos’. A proposta de autoria dos tucanos Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Aécio Neves (PSDB-MG) foi aprovada na última semana na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e está agora sob avaliação do plenário da Casa. Caso a PEC fosse aprovada, apenas 16 dos 28 partidos
que atuam hoje na Câmara Federal conseguiriam atingir a cláusula. Regimentalmente, a PEC precisa passar por cinco sessões de discussão em plenário antes de ser votada em dois turnos. Caso aprovado pelo plenário do Senado, o projeto ainda seguirá para a Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira, ao abrir a discussão da proposta, Renan tornou a defender o projeto. Governo Temer e PMDB
abraçaram a PEC de reforma política dos tucanos, que foca apenas em dois pontos: a criação de uma cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais. A nova cláusula passaria a valer já nas eleições de 2018, quando os partidos precisariam atingir pelo menos 2% dos votos válidos para deputado federal em todo o País em, no mínimo, 14 unidades da federação. Para as eleições de 2022, a cláusula seria de 3%.
Arquivo
Renan defende aprovação de Proposta de Emenda à Constituição
Tribunal não aceita trancar a denúncia MATEUS COUTINHO SÃO PAULO-AE
Arquivo
Denúncia ainda não foi analisada pelo juiz Sérgio Moro
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos recursos da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, negou nesta segunda-feira, o pedido da defesa de Paulo Okamotto para trancar liminarmente a denúncia da Lava Jato contra ele antes mesmo de o juiz Sérgio Moro analisar o caso.
Para o magistrado, o pedido da defesa de impedir que a parte da acusação relativa a Okamotto seja aceita antes mesmo de Moro decidir sobre a denúncia é ‘inoportuno’. ‘Em que pese parte da doutrina admitir a impetração prévia à decisão que apreciará a denúncia, não vejo presentes requisitos mínimos que permitiriam a excepcional intervenção do juízo recursal’, assina-
lou Gebran. A defesa do presidente do Instituto Lula entrou com o recurso na quintafeira, 15, um dia após a força-tarefa apresentar a acusação contra ele, o ex-presidente Lula, Marisa Letícia e outros cinco acusados de participar do esquema de corrupção na Petrobras. Na peça, os defensores de Okamotto alegam que os bens recebidos por Lula
são considerados patrimônio público e, por isso, o dinheiro da OAS para bancar o armazenamento deles não poderia ser considerado vantagem indevida ao ex-presidente. Como Okamotto é acusado de lavar esse dinheiro ao ter procurado a OAS para ajudar a guardar o acervo, sua defesa alega que a acusação contra ele não deve ser aceita pelo juiz da Lava Jato.