Neptuno tinha encontrado aquela que lhe dava a serenidade. Afinal o amor é esquecer-se de si mesmo. Porém um dia a mulher disse adeus e desapareceu algures para a Terra. Conheceu um polvo, habilidoso e com numerosos recursos, e foi viver com ele para a Ilha Negra. Era uma reclusa de livre vontade, sem vontade. Enfim, mulher estava bem, e também não estava, como todas as mulheres. Quanto a Neptuno, é difícil para um Deus não conseguir conquistar o coração de uma mulher mortal. Repito, MORTAL.
Neptuno transformado em Homem explorador foi à procura da sua amada. Teve de vencer o polvo. Conveceu a mulher de que é ELE o homem daquela mulher. Beijou o pé da mulher. O casal estava reconciliado e seria feliz para sempre , pensou ele. O Homem e a mulher ficaram juntos, é verdade, mas o polvo tinha deixado um veneno no corpo da mulher. Um veneno feito da tinta do polvo, a mesma tinta das aguarelas que cria qualquer realidade.
O efeito do veneno era esse, a mulher definhava, definhava, até QUASE desaparecer. Neptuno/Homem passou a procurar no chão da terra os vestígios da mulher. Era o Homem Inclinado. Depois de uma reunião de todos os Deuses, foi decidido que Vénus desceria à Terra para convencer Neptuno-Homem a deixar de ser Homem e voltar a ser Neptuno. O Homem errante não ouviu os apelos de Vénus. Continuou às voltas num labirinto guardado pelo Minotauro.