BOOK#006

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Memória Descritiva e Justificativa projecto de execução

fase de ESTUDO PRÈVIO Maio de 2008 GCHISTORICO

“Torre de Cimo de Vila” torre medieval


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Memória Descritiva Introdução O presente projecto refere-se à reabilitação e recuperação da “Torre de cimo de vila – Torre medieval”, edifício localizado no centro histórico da cidade de Barcelos, que marca e acentua a sua presença e que se entende na urbe como um acento tónico, a edificação margina e delimita a área urbana definida pelo Largo da Porta Nova e pelo Largo Dr. José Novais; integra-se no Plano de Pormenor Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico da Cidade de Barcelos. A torre medieval encontra-se classificada como monumento nacional e consta do inventário da extinta D.E.G.M.N. com o n.º IPA 0302140006 e aparece identificada no site do I.P.P.A.R. actual I.G.E.S.P.A.R. de acordo com os seguintes parâmetros: Descrições Torre de Barcelos, chamada "Postigo da Muralha", Arquitectura Militar, Largo da Porta Nova Barcelos 0000-000 –, classificada com a categoria de protecção de MN - Monumento Nacional pelo documento 11 454, DG 35, de 19-02-1926 (para melhores esclarecimentos nestas matérias consultar o anexo da evolução histórica do edifício). Ao longo do seu período de vida a torre tem vindo a sofrer intervenções que a foram transformando ou melhor, retransformando, bem ou mal é questionável, mas a imagem urbana actual resulta tão forte que este edifício é um dos marcos que fazem a Cidade; a torre assume um papel na orientação e circulação urbana e serve constantemente de referência geográfica do ponto da Cidade em que se insere. A zona envolvente à torre, é maioritariamente pedonal (Norte/Poente); a considerar a existência de habitações colectivas e de serviços marcantes no arruamento localizado no limite norte do e da sua relação a Poente com a rua direita; e havendo a salientar a presença do veículo junto ao acesso Sul – onde ainda se verifica a existência de uma das portas, voltada à praça Dr. José Novais; - facto este que resulta numa imagem urbana em certa medida desclassificada e descaracterizada. O acesso à Torre será feito através da porta Poente, voltada ao Largo da Porta Nova, a uma cota de 0.19 metros acima do nível do actual arruamento, sendo que se pensou numa estrutura amovível de base de madeira e revestimento exterior em chapa de aço tipo folha de oliveira para se proceder a uma rampa de acesso ao espaço de rés-do-chão, isto tendo em conta a adequação deste espaço em relação às questões da mobilidade condicionada. Volumetricamente, o edifício (já se encontra definido – visto tratar-se de uma da quatro portas da muralha edificada no século XV), desenvolve-se em dois corpos justapostos de altimetria variável (consultar peças desenhadas), com uma implantação favorável à articulação com os arruamentos que o servem e lhe dão acesso, e a partir dos quais se faz a entrada. A proposta de um volume superior para cobrir a área de cafetaria e bar pretende assumir uma volumetria nova mas enquadrada na imagem da cidade, sendo que não se ultrapassa a altimetria do volume da actual cobertura. O edifício pretende ser utilizado com a função de ? CENTRO DE ARTESANATO? da Cidade de Barcelos. A 29 de Novembro de 2007 foi elaborado um programa base do qual surgem as bases desta reflexão projectual e cujas valências pretendidas e a enquadrar seriam distribuídas pelos pisos existentes da seguinte forma: - valência central - a situar no rés-do-chão; destinada à exposição e venda de peças de artesanato, exposições temporárias e informação turística; - centro de interpretação do barro - a situar no primeiro piso; destinado à exposição permanente, construção de uma oficina de olaria; - centro de interpretação turístico e patrimonial - a situar no segundo piso; destinado à exposição permanente, construção de uma oficina de turismo com o objectivo de potenciar as características turísticas e patrimoniais do Concelho; - centro de documentação e serviços educativos - a situar no terceiro piso; destinado a serviços administrativos, sala de audiovisuais e cafetaria.


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O referido programa base foi adequado tendo em vista uma articulação que permitisse ao edifício uma mais valia em termos de espaço útil, o que resultou no seguinte organograma funcional e ocupacional: - valência central - a situar no rés-do-chão; destinada à recepção e informação turística, exposição temporárias e venda de peças de artesanato; - centro de interpretação turístico e patrimonial - a situar no primeiro piso; destinado à exposição permanente, construção de uma oficina de turismo com o objectivo de potenciar as características turísticas e patrimoniais do Concelho; - centro de documentação e serviços educativos - a situar no segundo piso; destinado a serviços administrativos e sala de audiovisuais; - cafetaria . mediateca - a situar no terceiro piso; destinado a serviços de cafetaria e de usufruto de elementos de literatura e Internet. - miradouro - a situar na cobertura e com ligação através do terceiro piso; destinado a serviços de cafetaria e de usufruto da paisagem urbana que define o skyline em todas as direcções.

Descrição da proposta de intervenção O corpo do edificado existente funciona em três pisos e a cobertura cujo acesso é difícil e condicionado. A PROPOSTA prevê que a altimetria total do vão interior da torre (contabilizado a partir da cota relativa 0.00 – cota 0.19) seja aproveitada para manter as estruturas base de madeira dos pavimentos actuais, e que se inserira duas plataformas de cota novas: a primeira resulta numa área de 50m2 enterrada na qual se colocam as instalações sanitárias necessárias; i.s. feminino, masculino e mobilidade condicionada; a segunda resulta numa área de 205.24 m2 da área de cobertura em que se cria uma área de estar/miradouro aberta a todos. Para que se possa responder a normas e disposições legais o edifício será vazado com um elemento de comunicação vertical – ascensor que permite o usufruto a todas as cotas de piso da torre, este elemento vertical será o mais translúcido possível para propor um enquadramento com a vernácula imagem da torre; adoçadas a este estão as escadas propostas, em estrutura metálica e revestimentos de patamar de degrau em peças de madeira a definir à posteriori. No piso de rés-do-chão serão sedeadas as actividades de recepção, acolhimento e atendimento ao utente, cujo perfil mais comum é o do turista que procura informação e elementos sobre a Cidade, este será o espaço de valência central, o ponto charneira da distribuição dos demais espaços que compõem o programa base. O piso 1 será destinado à função de centro de interpretação turístico e patrimonial; O piso 2 será destinado à função de centro de documentação e serviços educativos; O piso 3 será destinado à função de cafetaria. mediateca; e o piso 4 – cobertura será destinado à função de miradouro como se descreveu no tópico anterior. A área de implantação do edifício é de 245,43 m2. A utilização do solo e a distribuição de áreas de construção, pode verificar-se, resumidamente, no seguinte quadro: Piso -1

Piso 0

Piso 1

Piso 2

Piso 3

Piso 4 . cob

Área de construção

50,0 m

2

246,0 m

2

246,0 m

2

246,0 m

2

205 m

2

205 m

2

Área de implantação

50,0 m

2

246,0 m

2

246,0 m

2

246,0 m

2

205 m

2

205 m

2

Área de logradouro

m

Área total de construção

2

m

2

m

2

m

2

m

2

m

2

951,34m

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Para cumprimento da legislação específica que consagra os direitos dos cidadãos com deficiência, ao abrigo do disposto na alínea a, do n.º 2, do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 123/97, de Maio, o Projecto de Arquitectura contempla o acesso ao edifício a eventuais utentes de mobilidade reduzida, sendo de referir o acesso em rampa embora amovível entre a porta principal e o acesso ao rés-do-chão (para melhor segurança dos utentes, evitando excessivos comprimentos ou roturas da imagem urbana e do edifício) e elevador panorâmico no interior do edifício, bem como a existência de um grupo de instalações sanitárias adequadas ao contexto da mobilidade condicionada. Relativamente aos arranjos exteriores procurou-se uma solução integrada pelo que se tentou promover a ligação a zonas pavimentadas consolidadas e quando necessários foram criadas áreas pavimentadas se possível com arborização, cuja localização beneficia a imagem global da área de intervenção e pretende resolver uma questão a equacionar: - a presença no Largo Dr. José Novais do veículo; esta inquestionável dicotomia entre o carro e o peão põem-se aqui em relevância; a torre no seu alçado Sul está desvalorizada pela presença de veículos que não permitem a visualização correcta do alçado e da antiga porta em cotovelo, agora tornada janela. Julgamos possível enquadrar a viatura com o percurso pedonal, que como é óbvio não pode ser simplesmente desenquadrado ou posto de lado, mas sim entrosado na proposta e reestudado para que permita uma optimização total do equipamento arquitectónico com a malha edificada que o envolve.



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