Estratégias de Resiliência Costeira para o Waterfront da Cidade de Maputo

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Rose Mary Dias

Mudanças climáticas nas zonas costeiras e subida do nível do mar | Estratégias de resiliência costeira para o Waterfront da cidade de Maputo


Proteção ao longo da Av. Marginal Estratégias de resiliência costeira para o Waterfront da cidade de Maputo |

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Conteúdo Introdução Mudanças Climáticas em Moçambique Zonas Costeiras - A cidade de Maputo Impacto das mudanças climáticas globais no risco de inundações em zonas costeiras Vulnerabilidade da zona costeira da cidade de Maputo Subida do nível do mar - Projecções Resiliência costeira O que é resiliência costeira? Porquê ela importa? Sobre riscos: o que mais nos preocupa? Incentivar o design resiliente em Waterfronts Como os níveis de água afectam marinas e portos Estratégias de resiliência costeira Os 7: Deveriamos ser

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Este pequeno estudo é um primeiro passo para tentar imaginar

Resiliência descreve a capacidade de indivíduos, comunidades,

como seria o futuro do waterfront da cidade de Maputo com a

instituições, empresas e sistemas dentro de uma cidade para

subida do nível do mar. Cidades costeiras ao redor do mundo

sobreviver, se adaptar e crescer, não importando que tipo de

enfrentam os desafios impostos pelas mudanças climáticas e, em

problema experimentem. As fraquezas de hoje se tornarão nos

particular, pela elevação do nível do mar.

desastres de amanhã. Isto exige que questionemos se somos fortes hoje. E como podemos começar a lidar com essas

Com uma população mundial crescente e uma migração contínua

fraquezas hoje, antes que elas se tornem nos problemas de

de pessoas das áreas rurais para as cidades, estima-se que mais

amanhã?

da metade da população mundial viverá nas cidades costeiras até o ano 2050 (ONU, 2014). As cidades costeiras são atraentes, pois oferecem um clima mais moderado, diversos ecossistemas naturais, acesso à água para o comércio (portos) e recreação.

Por quê adaptar? Porque pautar por um design resiliente de Waterfronts Embora seja impossível eliminar totalmente os riscos de inundações, existem muitas ferramentas disponíveis para nos ajudar a gerenciar e nos adaptar a esses riscos. Com uma análise

Seremos a primeira geração a sentir

cuidadosa, planeamento e engajamento público, podemos

o impacto das mudanças climáticas,

desenvolver estratégias de adaptação que façam da nossa cidade

é justo que sejamos também a

um lugar mais atraente para se visitar e viver.

primeira geração a procurar

O desafio em tornar Maputo verdadeiramente resiliente, no

estratégias para mitigar as suas

entanto, será em nos anteciparmos aos desastres e planear a

consequências principalmente nas

adaptação para reduzir os riscos associados às alterações climáticas, e não simplesmente esperar que o nível das águas suba para fazermos algo.

cidades costeiras, como é o caso de Maputo.

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Mudanças Climáticas em Moçambique Moçambique é um dos dez países mais vulneráveis às mudanças

Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas (2013-202)

climáticas segundo o relatório do Painel Intergovernamental para

Visão: Moçambique próspero e resiliente às mudanças climáticas,

as Mudanças Climáticas. Moçambique foi o país mais afetado em

reduzindo ao máximo os riscos climáticos para pessoas e bens,

2015 pelos fenómenos climáticos extremos e quase metade dos

restaurando e assegurando o uso racional e a protecção do

estados mais atingidos estão em África, conclui o relatório

capital natural e edificado.

publicado em Marraquexe, na 22.ª Conferência da ONU sobre o clima. Moçambique é também o segundo país africano mais

Projecções do INGC (2009) antecipam que as mudanças climáticas

afetado nos últimos 20 anos.

em Moçambique se manifestem na: - subida do nível das águas do mar: (15 cm, 30 cm e 45 cm como

Moçambique faz parte do grupo de países que ratificaram o

consequência da expansão térmica e 15 cm, 110 cm e 415 cm

acordo de Paris que visa fortalecer a capacidade dos países de

como consequência da redução das calotas de gelo continental

lidar com os impactos das mudanças climáticas. Os países

nos anos 2030, 2060 e 2100, respectivamente).

ratificantes assumem o compromisso de periodicamente (de cinco em cinco anos) submeterem informação sobre acções de mitigação planeadas ou em curso de forma clara e transparente, bem como a sua contribuição nos esforços globais de manter o aumento da temperatura abaixo de dois graus. PCMC - Projecto Cidades e Mudanças Climáticas Lançado em 2013, com a duração de 5 anos, é financiado pelo Banco Mundial e esta direccionado para a resiliência às mudanças climáticas e nas Cidades da Beira, Maputo e Nacala.

Maputo

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Zonas Costeiras - A c i d a d e d e Maputo Zonas costeiras são áreas que podem ser classificadas como a interface entre terra e a água. Em Moçambique cerca de 42% da

Maputo investiu 21,5 $ milhões de dólares para requalificar a zona costeira

população vive nas zonas costeiras. Considerando que o crescimento populacional em Moçambique se dá a uma taxa de

Em 2012 foi posto em prática o plano de requalificação da zona

2.3% ao ano, deve ser motivo de preocupação a forma como os

costeira da cidade de Maputo para fazer face ao mau

recursos costeiros estão a ser utilizados hoje.

aproveitamento daquela área da capital do país. Iniciou então em Setembro a reabilitação da orla marítima cuja degradação já

Deve ter-se em conta também que uma série de Instituições lidam

permitia que em momentos de maré-alta a água galgasse a

com diferentes aspectos da zona costeira: o sector do turismo, a

estrada, e decorreu em paralelo com as obras da Estrada Circular

administração marítima, o sector das pescas, as autoridades dos

de Maputo.

portos e navegação marítima, a marinha de guerra, o sector das A ideia chave era de resolver os desafios e problemas que a zona

florestas e fauna bravia, o sector das águas, e muitos outros.

da marginal enfrentava, nomeadamente a poluição do mar com águas residuais e da praia por via de lixo e garrafas partidas,

Impactos das mudanças climáticas globais no risco de inundações em zonas costeiras

minimizar os efeitos da erosão costeira, reduzir as inundações e proteger as comunidades dos efeitos das tempestades,

O forte crescimento das grandes cidades à beira-mar tem promovido um debate obre os possíveis impactos das mudanças climáticas globais no ambiente costeiro. Este cenário, onde soluções correctivas e custosas são aplicadas em detrimento de soluções preventivas, estimulou o debate acadêmico regional sobre nível do mar e desastres costeiros. Os dados que temos hoje sobre Moçambique são globais. Não sabemos com precisão

promovendo também a atividade turística. O projeto previu a construção de oito esporões entre o Clube Naval e o Bairro dos Pescadores, numa extensão de 13 quilómetros; a edificação de 10 quilómetros de muro de proteção costeira; e reposição do rachão no muro já existente.

o quanto a nossa costa está vulnerável a mudanças climáticas.

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EstratĂŠgias de resiliĂŞncia costeira para o Waterfront da cidade de Maputo |

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Vulnerabilidade da zona costeira da cidade de maputo a tempestades marítimas Os níveis de vulnerabilidade costeira aqui apresentados foram

A área em estudo, pela sua grande apetência balnear e

determinados pelo INGC e planos de adaptação costeira foram

paisagística, está submetida a uma crescente ocupação humana,

mapeados para onze cidades e vilas no país. A cidade de Maputo

traduzida por novas edificações, arruamentos e parques de

econtra-se em 5º lugar dentre estas. A cidade de Maputo tem

estacionamento, que a tornam particularmente vulnerável à acção

amplas infra-estruturas e desenvolvimentos contidos na zona

dos fenómenos costeiros. A protecção da costa é feita por

costeira potencialmente sujeita ao impacto das mudanças

esporões e por formações dunares naturais, dispostas ao longo da

climáticas e consequentemente da subida do nível do mar.

linha costeira, desde a zona portuária a Sul do Clube Naval até à zona do Restaurante Costa do Sol.

A área mais vulnerável de Maputo a curto prazo é o troço de cerca de 6km de estrada marginal que se estende até à Costa do Sol, seguido da parte oriental da área do porto, onde as infraestruturas existentes precisam de ser melhoradas e mantidas com carácter de urgência. Para Maputo, a actual estimativa de perdas estimadas em cerca de USD50 milhões poderá aumentar entre

Habitações vulneráveis localizadas de

três a cinco vezes até 2030, para 4% a 5% do PIB e isto pode ser

frente ao mar ao longo da Av. Marginal

evitado pela implementação de medidas de adaptação e resiliência.

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PORTO - A actual infra-estrutura existente já se encontra a um

Ponte Cais até a Zona do Clube

nível muito baixo (isto é, excluindo o aumento do nível do mar) e

Naval - A obra de protecção é

precisa ser actualizado e mantido por uma questão de urgência.

relativamente nova. O troço ainda

As paredes de protecção terão de ser, igualmente, levantadas

não apresenta indícios significativos

sempre que possível, ou serem construídas novamente até pelo

de instabilidade estrutural, de

menos 6 m do nível médio do mar.

cedência nem de corrosão. Não

2 1.15 m

5m

apresenta largura de praia, logo, só O porto encontra-se

1

foi feita a análise de inundação.

actualmente em obras, onde o cais 7, 8 e 9 estão a ser reabilitados e aumentados.

3

1m 2 m - pedras

0.4 m 2.1 m 20 - 40 m de praia

0.4 m

Zona da Praia da Polana - Apresenta largura de praia, pela influência dos esporões existentes, assim, foi feita a análise da

5m

inundação e de erosão. O troço 1 e 2 apresentam as maiores vulnerabilidades média-alta à inundação, com perigo muito alto a passagem de peões e aos danos em veículos. A vulnerabilidade deste troço relativamente a

Obras prioritárias da reabilitação de infraestruturas de drenagem de águas pluviais da cidade de maputo

danos estruturais é média-alta pois uma boa parte dos novos

O objectivo do projecto é de melhorar a rede de drenagem

troço 3 com praia à frente da estrutura, mesmo em maré alta

pluvial de modo a facilitar o escoamento das águas da chuva e

apresenta índices de vulnerabilidade à inundação baixa, sem

reduzir a probabilidade de ocorrência de inundações. Está

considerar a presença de um fenómeno natural como um ciclone.

também em vigor o PPU da Baixa onde pretende-se aumentar a

Quanto aos danos estruturais, estes podem ser altos, uma vez que

rede de infraestruturas na baixa da cidade para acompanhar o

no pior cenário, as águas podem alcansar áreas mais distantes e

desenvolvimento e crescimento daquela área, principalmente no

cobrir até 3-4 pisos. No que concerne a erosão de praia, todos

que diz respeito ao escoamento de águas.

os trechos apresentam vulnerabilidades muito altas. Deverá se

edifícios que surgiram na cidade estão localizados nesta área. O

considerar esta análise para o futuro plano que envolve esta área.

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Subida do nível do mar - projecções Cenários de Subida do Nível do Mar e Inundações Costeiras

Sobre riscos: o que mais nos preocupa?

De modo a quantificar perigos e encontrar formas de reduzir riscos e derivar

“Falta de acesso à orla marítima + desenvolvimento

medidas práticas de adaptação, é necessário prever a resposta costeira e a

inteligente para mitigar futuras inundações.”

severidade dos impactos, realizando assim cenários para auxiliar no planeamento futuro de infraestruturas resilientes. Os três cenários de subida

“Que os estudos deste tipo não resultem em ação

do nível do mar aqui apresentados, bem como as consequências para a

imediata. O progresso tem que começar em algum

cidade de Maputo, foram realizados em 2012 no Relatório Síntese do Instituto

lado para que possamos construir sobre ele.”

Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) - Fase II do projecto do INGC Respondendo às Mudanças Climáticas em Moçambique (âmbito da proteção

"Não investimento na conservação e manutenção das

costeira). Estes cenários de subida do nível do mar necessitam que sejam

nossas infraestruturas."

levados a sério para que no futuro possamos planear a nossa cidade de acordo com os mesmos.

Praia da Polana Estratégias de resiliência costeira para o Waterfront da cidade de Maputo |

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CENÁRIO DE BAIXA SNM: Media da Maré Alta de Águas Vivas (MMAAV) com 0,5 m SNM até 2050, ou 1m até 2100 (cenário da melhor estimativa). Um ciclone que ocorra durante as marés vivas e com 1m SNM poderá resultar em níveis de inundação de MWAAV + 2m (inundação) + 1m (SNM): MAPUTO 4.5 m. acima do NMM

CENÁRIO DE MÉDIA SNM: Nível Media da Maré Alta de Águas Vivas (MMAAV) com 0,5 m SNM até 2050 e elevação das ondas. Um ciclone que ocorra durante as marés vivas, com 1m de SNM e incluindo elevação das ondas é MMAAV + 2m (inundação) + 1m (SNM) + 1,5 m (elevação das ondas): MAPUTO 6.0 m. acima do NMM

CENÁRIO DE ELEVADA SNM: SNM de 1 m até 2050 ou 2 m até 2100; faixas costeiras e encostas totalmente expostas permitindo uma elevação das ondas de 3m; um ciclone durante as marés vivas poderia então criar uma elevação das ondas de MMAAV + 2m (inundação) + 2 m (SNM) + 3 m de elevação das ondas: MAPUTO 8.5 m. acima do NMM

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Considerando o pior cenário para 2050 em que o nível do mar pode aumentar em 1-2m, as consequências desta subida aliada a um ciclone por exemplo, pode vir a submergir quase 80% dos edifícios de 1 piso localizados na "nova baixa" da cidade, e deixar ao menos o piso térreo de muitos edifícios submergidos. Esta área é extremamente delicada pois sendo um local que foi aterrado e não fazia necessariamente parte da cidade original, o lençol freático é considerávelmente alto. Há também que se considerar a fragilidade das barreiras quanto aos deslizamentos quando a área entra em contacto com a água. CENÁRIO DE ELEVADA SNM: SNM de 1 m até 2050 ou 2 m até 2100; faixas costeiras e encostas totalmente expostas permitindo uma elevação das ondas de 3m; um ciclone durante as marés vivas poderia então criar uma elevação das ondas de MMAAV + 2m (inundação) + 2 m (SNM) + 3 m de elevação das ondas: MAPUTO 8.5 m. acima do NMM

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Resiliência costeira A subida do nível do mar é mais uma consequência direta do

A inclusão de estratégias de design resilientes ao revitalizar um

aquecimento global - ele surge da expansão natural da água à

waterfront se tornará padrão em algum momento porque as

medida que ela aquece e do volume crescente de água

pessoas as desejarão e exigirão. A necessidade de resiliência e o

impulsionado pelo derretimento de grandes icebergs.

custo dela motiva a criatividade, particularmente na área de planeamento de paisagens ao longo da água. Longe de ter

A resiliência costeira permite que planeadores, autoridades eleitas,

apenas um papel defensivo, a resiliência pode fazer parte da

gestores de terra e cidadãos visualizem os riscos atuais e futuros

estratégia e missão de desenvolvimento de um projeto de

e, em seguida, ajudem a identificar um conjunto de soluções que

revitalização de frente de água.

possam ajudar a reduzir os riscos sociais e econômicos, maximizando os benefícios que a natureza oferece, permitindo

A ênfase da orla marítima de Maputo nos espaços verdes faz

que os planeadores priorizem soluções baseadas na natureza

parte de uma estratégia de resiliência para manter mais chuvas

para reduzir o risco de inundação e melhorar a resiliência das

nestes locais. Embora também se esteja a tentar projetar espaços

comunidades.

para serem catalisadores econômicos e conectores comunitários, o que também aumenta a resiliência dos bairros envolvidos, o

O que é resiliência costeira? Porquê ela importa?

objetivo é estabelecer um padrão em nosso país para um projeto

As comunidades que vivem perto de cidades costeiras estão cada

de revitalização de áreas como waterfronts que sejam resilientes e

vez mais vulneráveis aos desastres naturais. Resiliência Costeira é

que possam servir de inspiração para a cidade da Beira e Pemba,

a capacidade de se adaptar às condições de mudança e "se

ao mesmo tempo oferecendo às pessoas uma bonita, funcional,

recuperar" após eventos perigosos como furacões, tempestades

vibrante e econômica orla marítima.

costeiras e inundações - em vez de simplesmente reagir aos impactos e consequências.

Será que o design resiliente realmente funciona para proteger as cidades costeiras e suas frentes marítimas?

Entender onde e como as comunidades estão vulneráveis e experienciando riscos costeiros; adaptar as práticas de planeamento e desenvolvimento para compensar essas vulnerabilidades, resultará em vidas salvas, bens salvaguardados e dinheiro economizado bem como em comunidades mais fortes para o futuro.

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Avenida 10 de Novembro EstratĂŠgias de resiliĂŞncia costeira para o Waterfront da cidade de Maputo |

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Incentivar o design resiliente em Waterfronts As cidades costeiras têm a vantagem de estar perto da água e consequentemente, de poder forncer uma rede de espaços

existentes às mudanças nas circunstâncias climáticas e como podemos levar este processo de

públicos e de retalho onde as pessoas querem estar para se

adaptação como uma oportunidade para criar

reunir, praticar exercícios, fazer compras, comer fora, apreciar vistas ou para experienciar o trabalho dos pescadores. A resiliência costeira pode ser fortalecida pela integração do design e

valor agregado nas infraestruturas? - Quais medidas adaptativas e princípios de design

desenvolvimento inteligentes - permitindo que o público

são eficazes para melhorar a resiliência das áreas

experimente as atrações das orlas marítimas enquanto se

urbanas existentes de waterfront?

protegem os bens da comunidade.

- Que caminhos para a resiliência são mais

Uma abordagem inteligente numa orla vulnerável envolve antecipar a subida do nível do mar, o aumento de precipitação, dias de muito aquecimento e possíveis danos causados por

Como podemos adaptar as áreas costeiras urbanas

eficazes, fornecem flexibilidade e proporcionam valor acrescido a longo prazo?

tempestades.

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Estar preparado - através do planeamento de adaptação - pode reduzir a exposição das infraestruturas a riscos e perigos. O planeamento pode ajudar a preparar para um futuro incerto e + 40 cm

irá ajudar negócios a permanecerem flexíveis diante de mudanças ambientais, econômicas e

15 cm a

sociais.

20 cm

Desenvolver um plano especificamente para uma marina garantirá que todos estarão preparados para proteger investimentos e ativos.

Como os níveis de água afectam marinas e portos A vulnerabilidade de infraestruturas em estado crítico contribui

NÍVEIS DE ÁGUA INFERIOR

significativamente para o risco de inundações, e Maputo tem

• Infraestruturas de madeira expostas ao oxigênio,

muita infra-estrutura vulnerável ao longo da orla da cidade. Níveis

aumentando a taxa de decomposição.

flutuantes de água - marés altas e baixas - sempre irão afetar as

• Doca encalhada ou porto em baixos extremos.

instalações. Para quais impactos teremos que nos preparar? As principais mudanças ambientais e climáticas relacionadas com

NÍVEIS SUPERIORES DE ÁGUA

portos e marinas incluem:

• Estabilidade e força da infraestrutura

• níveis de água variantes

• Estruturas podem se tornar inutilizáveis em

• frequência e intensidade de tempestades • Mudança de precipitação • Mudança de temperatura

comprometida. condições extremas. • Erosão e inundação generalizada da costa. • Maior potencial de inundação em áreas críticas e estruturas operacionais. • Acesso reduzido à praia, limitando as atividades recreativas.

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Marina Maputo EstratĂŠgias de resiliĂŞncia costeira para o Waterfront da cidade de Maputo |

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Estratégias de resiliência costeira Examinar o passado para planear o futuro é fundamental porque a resiliência costeira deve criar conscientização e incentivar ações com o objetivo de tornar as comunidades mais seguras, saudáveis e fiscalmente responsáveis. Estas estratégias são definidas para trabalhar com ações de curto prazo e para apresentar resultados a longo prazo, como é proposto no plano de revitalização do waterfront de Maputo, onde é indispensável aliar o design resiliente a ações propostas que devem ser levadas a cabo pelos cidadãos, parceiros privados e o governo. Para que estas estratégias sejam cumpridas é necessária uma gestão cuidadosa e um plano de viabilidade devidamente elaborado abrangendo as diferentes instituições que têm jurisdição sobre o mar e da Instituição Nacional de Gestão de Calamidades.

1. Oportunidades e desafios A criação de uma cidade mais resiliente é um processo contínuo e

3. Prepararmo-nos para o desastre enquanto adaptamos a nossa infraestrutura

de longo prazo de avaliação de riscos, desenvolvimento e

A natureza pode ser imprevisível e nós devemos enfrentar essa

avaliação de alternativas e implementação de estratégias flexíveis

imprevisibilidade com uma preparação cuidadosa, prevendo

e adaptativas. As estratégias potenciais de adaptação e mitigação

como as taxas locais de elevação do nível do mar afetam a

são numerosas.

construção de edifícios públicos, instalações navais, residências e

Um desafio significativo que pode ser enfrentado pela cidade de

outros empreendimentos privados. Precisamos investir na nossa

Maputo é determinar quais estratégias devem ser executadas e se

infraestrutura para que os danos causados no futuro sejam os

o financiamento para estas medidas existe ou não.

mínimos possíveis.

2. Planear para o amanhã

4. Gestão de Emergências

Entender totalmente os nossos desafios é vital.

ß

de desastres e o impacto antes que eles ocorram

a. Identificar área de estudo e contexto de planeamento b. Avaliar os riscos, entender as vulnerabilidades

ß

ß

Resposta - ações tomadas para responder a uma emergência ou desastre e fornecer alívio a comunidade

e. Desenvolver abordagens resilientes f. Implementar as estratégias

Preparação - esforços para preparar para um perigo provável, aumentando a capacidade de enfrentamento

c. Identificar estratégias de adaptação específicas d. Avaliar as alternativas

Mitigação - esforços para reduzir a exposição ao risco

ß

Recuperação - ações tomadas para restaurar a comunidade a condições pré-desastrosas

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5. Comunicação e educação: conversando com especialistas e residentes

7. Projectar com consciência

A comunicação é um elo crítico na implementação da estratégia contra inundações. Para nos prepararmos para eventos futuros, bem como para lidar durante um evento, a comunicação direta e oportuna entre o governo e os cidadãos é fundamental. Onde as parcerias proporcionam acesso a ferramentas de pesquisa e

Envolvermo-nos num exercício imaginativo onde nos perguntamos como a convivência com o futuro aumento do nível do mar poderia ser é muito importante, ao mesmo tempo em que trabalhamos com soluções multiuso que integram a proteção contra inundações no tecido urbano para uma cidade atraente e economicamente viável.

oportunidades colaborativas de tomada de decisão sobre inundações, busca-se a contribuição de residentes e parceiros da comunidade que tenham conhecimento sobre as situações locais para que todos os pontos de vista sejam representados.

Neste ponto, todos os conceitos de projeto devem ser capazes de lidar com pelo menos 50 cm de aumento do nível do mar - em outras palavras, adequado para níveis de água em 2050.

Para melhor comunicar, algumas ferramentas hoje em dia são muito importantes para difundir a mensagem, como as social

A principal estratégia a a daptar no plano de revitalização

media, TV e rádio, mídia impressa, apresentações e mapas

proposto para o Waterfront de Maputo para até 2040-2050 será

interativos para conectar os residentes às informações sobre

Projectar com consciência, aliando onde necessário um design

resiliência.

resiliente e tendo em conta nas infraestruturas a propor a subida do nível do mar, bem como certas proteções que podem

6. Capacitar vizinhos e vizinhanças através de melhores conexões Esta meta busca aproveitar a força do caráter e da vida da nossa cidade para garantir bairros resilientes, saudáveis e coesos, baseados em confiança, equidade e parceria entre a população e as entidades governamentais. É por isso que devemos também procurar conectar os bairros para tornar a cidade mais coesa.

contribuir no momento de resiliência costeira. É importante planear um espaço como este com potencial turístico e vocação pública tendo em conta os riscos e problemas que as áreas costeiras poderão vir a enfrentar no futuro com as mudanças climáticas. Este documento contribuirá para traçar estratégias e propor ações na proposta de revitalização desta área, onde a resiliência costeira é um processo que deve ser buscado sempre.

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1

OTIMISTAS SOBRE O CLIMA

2

3

TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO

CONECTARMO-NOS

Devemos: 1. SER OTIMISTAS SOBRE O CLIMA - apoiando os acordos

4

CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA

5

de Paris e outros programas governamentais que

TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO

pretendem salvaguardar a resiliência costeira e demarquem ações para atrasar as mudanças climáticas 2. TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO - fornecer um ambiente dinâmico, adaptável e flexível para poder responder a mudanças técnicas, sociais e

VOTE

ambientais 3. NOS CONECTAR - ao usar tecnologias e fornecer inclusão digital 4. PROCURAR SERMOS CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA - com o objetivo de projetar espaços de excelência para que eles possam enriquecer a experiência humana, estando na escala humana e sendo acessível a

6

REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO

7

todos

INCENTIVAR PROJETOS INOVADORES

5. TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO - numa experiência de governança colaborativa para um processo de tomada de decisão mais inclusivo 6. REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO - criar parcerias público-privadas para buscar um

$

desenvolvimento econômico sustentável 7. INCENTIVAR PROJETOS INOVADORES - focado nos jovens e com abordagens locais para que possamos oferecer novas ideias

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Bibliografia MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL - Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas 2013-2025

Ministério de Economia e Finanças Ministério da Administração Estatal e Função Pública Administração de Infra-estrutura de Água e Saneamento – AIAS PROJECTO CIDADES E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Programa Piloto Para Resiliência Climática MANUAL DE IMPLEMENTAÇÃO - VOLUME III Janeiro 2017 Quadro de Políticas de Gestão Ambiental e Social (QPGAS): Respondendo às mudanças climáticas em Moçambique - Relatório Fase II - INGC Outubro 2012

ISMAEL, F.; PALALANE, J.; OLIVEIRA, T.; ANÁLISE PROBABILÍSTICA DA VULNERABILIDADE DA ZONA COSTEIRA DA CIDADE DE MAPUTO A TEMPESTADES MARÍTIMAS (2014) RESILIENT SAN FRANCISCO 2015 WATERFRONT TORONTO - RESILIENCE AND INNOVATION FRAMEWORK FOR SUSTAINABILITY 2017

Imagens: Rose Mary Dias (excepção páginas 5,7,8,11,12)

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Resilientes Hoje. Resilientes AmanhĂŁ.


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