C o n e x ã o e n t r e a A v e n i d a 10 d e Novembro e a Avenida Marginal
REVITALIZAÇÃO DO WATERFRONT DE MAPUTO
Rose Mary Dias U E M _FAPF Tutor: A r q . D o m i n g o s M a c u c u l e Trabalho de Culminaçao de Curso para obtenção do grau de Licenciatura 2 0 1 8/2 0 1 9
C o n e x ã o e n t r e a A v e n i d a 10 d e Novembro e a Avenida Marginal
REVITALIZAÇÃO DO WATERFRONT DE MAPUTO
Rose Mary Dias U E M _FAPF Tutor: A r q . D o m i n g o s M a c u c u l e Trabalho de Culminaçao de Curso para obtenção do grau de Licenciatura 2 0 1 8/2 0 1 9
Declaração Confirmo que o trabalho submetido para avaliação é de minha autoria, não resultando de recurso a plágio, cópia ou ajuda, excepto onde declaro explicitamente o contrário. Estou ciente de que poderão ser tomadas medidas disciplinares contra mim caso haja provas de que o trabalho não é da minha autoria.
Conteúdo
Tabela de
1 2 3 4
Índice de figuras Glossário Resumo - Abstract
Introdução ao plano de revitalização do Waterfront da Cidade de Maputo Os objectivos e as oportunidades que a orla apresenta Estrutura da pesquisa Processo de elaboração do plano
Revitalização como operação urbanística Historial breve de revitalização de waterfronts Marginal & Baixa Casos de referência Propostas realizadas para a orla marítima da cidade Placemaking Streetscape
O que a cidade tem a oferecer Localização geográfica Síntese do inventário e análise do local Deslizamento de terra nas barreiras Resiliência costeira Uso do solo actual Constrangimentos e potencialidades
O papel do planeamento participativo no desenho urbano O Inquérito - o que acha que um espaço público agradável deve ter - o que é que a requalificação da Av. Marginal aquando do PPU Marginal 2015 veio acrescentar à cidade de Maputo - qual será a identidade do waterfront de Maputo no futuro
PLANO MAPUTO BAY WATERFRONT 2050
GSPublisherVersion 0.0.100.100
5
Visão O melhor cenário para implementação da visão O plano de revitalização Conceitos & design do plano Iniciativa Vamos lá pedalar Iniciativa Vamos lá caminhar Princípios gerais Estratégias O papel do placemaking no planeamento das actividades Ruas a revitalizar e o papel do streetscape O programa espacial Regulamentação: planos em vigor Masterplan Uso do solo proposto Secção 1 - 5 Habitação acessível Materialidade
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A arborização proposta Mobiliário urbano e a necessidade de manutenção dos espaços públicos Timeframe do plano e Implementação Estimativa de custos
Considerações finais Referências bibliográficas Anexo A - Timeline Marginal Anexo B - Ficha TOD Anexo C - PPU Marginal Anexo D - PPU Baixa Anexo E - Estimativa de custos
Figuras
Fig.1 Orla Marítima na Av. 10 de Novembro vista da Ponte Cais Fig.2 Doca seca do Porto de Lourenço Marques (housesofmaputo) Fig.3 Vista aérea da doca de capitania de Lourenço Marques, 1969 (housesofmaputo) Fig.4 Projecto Mission Rock Seawall Lot 337, San Francisco, California Fig.5 Imagem Aérea da Cidade de Maputo (retirada do site macauhub.com.mo) Fig.6 Foto tirada na Av. 10 de Novembro Fig.7 Vista da rua António Fernandes Fig.8 Ponte Cais de Maputo Fig.9 Viaduto Alcântara Santos Fig.10 Maputo Marina Fig.11 Viaduto Alcântara Santos Fig.12 Av. Marginal depois do clube Naval Fig.13 Av.Marginal Fig.14 Miradouro Fig.15 Início da praia da Costa do Sol Fig.16 Praia da Costa do Sol Fig.17 Frente de praia do hotel Radisson Fig.18 Muro de contenção Marginal - Mural do artista Nagib Fig.19 Barreiras vista da Av. 10 de Novembro Fig.20 Zona Costeira na Marginal e marina do clube Naval Fig.21 Imagem aérea da cidade de Maputo (retirada do site do MBT-Maputo Business Tower) Fig.22 Sr Joaquim, vendedor de sumo de cana-de-açúcar na Av. Marginal Fig.23 e 24 Sr Fernando e Sr Tinga, vendedor e pescador Fig.25 Moçambique, uma das estrelas ascendentes de África. - Foto tirada por Alex Bramwell Fig.26 Vista da Praça 25 de Junho (fonte desconhecida) Fig.27 Ponte Cais de Maputo Fig.28 Esquemas do Adelaide Design Manual por Owen Lindsay Fig.29 Processo de criação da quadra Fig.30 Diagramas do manual Espaço Aberto (Prefeitura de São Paulo) Fig.31 Elementos que contribuem para o placemaking (Project for public spaces) Fig.32 Diagramas do Global Street Design Guide Fig.33 Escadarias da praia em frente ao hotel Radisson
8
Glossário Promenade Local ou percurso urbano, geralmente largo e extenso, destinado a passeios a pé tipicamente ao longo da orla
A
marítima.
Waterfront Ou orla marítima. Parte de uma cidade que se encontra ao lado de uma área de água como um rio ou o mar.
Streetscape (paisagem de rua)
Beach nourishment (alimentação de praia) É o fornecimento de areia para a costa para aumentar o valor recreativo e / ou para proteger a praia contra a erosão da costa, aumentando a areia da praia.
Ciclofaixa Diferente da ciclovia, é uma faixa integrada ao trânsito de veículos que não possui separação física, apenas com
E
Elementos visuais de uma rua, incluindo a via, edifícios
pintura feita no pavimento utilizando a estrutura viária
adjacentes, passeios, mobiliário urbano, árvores e
existente.
espaços abertos, etc. que se combinam para formar o carácter da rua.
Pier Uma plataforma em pilares que se projecta da costa para o mar, incorporando tipicamente locais de entretenimento e restauração onde as pessoas podem também caminhar.
Beachgrass (relva de praia) Gramíneas resistentes com raízes fortes que podem crescer em praias arenosas expostas.
Resiliência
Miradouro
Significa voltar ao estado normal, e é um termo oriundo
É um local elevado de onde se tem uma vista panorâmica. Normalmente são pontos turísticos.
T
do latim resiliens. É a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação.
Marina É um pequeno porto para estacionamento e abrigo de pequenas e médias embarcações.
Resiliência costeira Significa construir a capacidade de uma comunidade “se recuperar” após eventos perigosos como ciclones, tempestades costeiras e inundações.
R
9
Resumo Abstract A Revitalização Urbana de orlas marítimas designadas por Waterfronts
Urban Revitalization of seafronts also designated by Waterfronts
vem ganhando força no contexto global pelos benefícios que agrega às
has been gaining strength in the global context because of the
cidades que localizam-se em frentes marítimas e ribeirinhas, onde a sua
benefits it brings to the cities where the maritime and riverside
criação e crescimento foram principalmente impulsionados pela criação
fleets are located, where their creation and growth were mainly
de Portos e do comércio marítimo.
driven by the creation of ports and maritime trade.
Com origem nos Estados Unidos e impulsionada pelo fim da II guerra
Originating in the United States and boosted by the end of World
mundial, a revitalização surge como um catalizador econômico, social e
War II, revitalization emerges as an economic, social and
ambiental de cidades que acabaram tendo suas áreas portuárias
environmental catalyst for cities that ended up having their port
abandonadas e consequentemente desvalorizadas.
areas abandoned and consequently devalued.
A sua influência atinge a Europa, onde cidades célebres foram aos
It's influence reaches Europe where famous cities have gradually
poucos aplicando os principais conceitos desta operação urbana,
applied the main concepts of this urban operation, resulting in
resultando em casos inspiradores de sucesso e de devolução das áreas
inspiring cases of success and return of the waterfront areas to
ribeirinhas às comunidades.
the communities.
No contexto Africano, ainda se estão a dar pequenos passos
In the African context, significant small steps are still being taken
significativos para revitalizar as áreas marítimas de nossas cidades, onde
to revitalize the maritime areas of our cities, where success stories
casos de sucesso como o V&A Waterfront e o Luanda Bay Waterfront
such as the V & A Waterfront and the Luanda Bay Waterfront
apresentam bases de incentivo para que outras cidades como Maputo
provide incentive grounds for other cities such as Maputo to start
possam começar a desenvolver uma Visão que realmente transforme o
developing a Vision that can really transform their Waterfront.
seu Waterfront.
10
Fig. Praia da Costa do Sol
tu
Ca
lo
pĂ
Introdução ao Plano de Revitalização do Waterfront da Cidade de Maputo Criando uma Visão Compartilhada Contexto para o plano A visão geral destaca principalmente as possibilidades que o futuro pode reservar para o waterfront de maputo, como este pode ser desenvolvido e continuar a criar uma mudança transformativa na Cidade. Criar um equilíbrio entre os usos do local onde estes podem agarrar oportunidades de crescer e ser algo mais. Este documento define uma visão e um conjunto de objectivos guiados por princípios e estratégias que irão auxiliar no planeamento da revitalização do waterfront para daqui há 30 anos. As mudanças propostas pelo plano apresentam uma gama de oportunidades para se poder construir uma comunidade mais coesa, saudável e flexível que não tenha receio do desenvolvimento. O plano é também construído incluíndo a consulta da comunidade, onde os princípios e os objectivos foram derivados de uma visão integrada e de um desenho urbano inclusivo. Procurando maximizar os atributos da área de intervenção, o plano propõe a melhoria da acessibilidade ao waterfront destacando o factor público e provendo-o de uma rede de actividades e espaços que reforçam a característica turística do local. O grande sucesso destas possibilidades e oportunidades reside nos próprios cidadãos e na governança que poderá liderar o processo. A procura e o apoio em termos de investimento é também muito importante, bem como a participação no processo de tomada de decisão e no processo de utilização destes espaços pelas pessoas.
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Porquê transformar o waterfront de Maputo A cidade de Maputo é cheia de oportunidades A conservação, valorização e boa gestão do nosso património podem trazer grandes benefícios económicos e sociais a longo prazo a todos os cidadãos, incluindo a criação de oportunidades de trabalho, negócios e de turismo bem como o melhoramento da qualidade do espaço urbano. Qual foi o critério de escolha da área de estudo e porquê é necessário intervir neste espaço? A cidade de Maputo vai aos poucos apresentando um desenvolvimento significativo em vários sectores, principalmente no imobiliário e no turismo. Apercebemo-nos aos poucos da importância de ordenar, organizar e prover infraestruturas e redes de actividades em certos espaços da cidade, devolvendo estes espaços aos seus cidadãos e moradores. É notável a aprovação e a nota positiva das pessoas sobre a reabilitação da Av. Marginal no troço da Costa do Sol por causa da circular de Maputo, ajudando a resolver certos problemas graves de erosão e de abandono de espaços nobres, provendo locais de lazer, de estacionamento e de apreciação do mar.
Maputo é uma cidade costeira como muitas outras e pode encontrar neste factor um enorme crescimento da sua economia na potencialização de espaços públicos e na melhoria da qualidade de vida bem como da imagem da própria cidade, resolvendo também problemas recorrentes verificados nesta àrea da cidade. É notável o esforço por parte das autoridades para melhorar a área Porque revitalizar? Revitalizar consiste em conferir mais vitalidade
da marginal da cidade, mas este desenvolvimento tem de continuar a abranger certas áreas que
ou vigor a uma coisa. A ideia de revitalizar tende a ser associada
encontram-se hoje extremamente desvalorizadas.
à recuperação do esplendor ou ao crescimento de algo. O “revitalizar” de uma região culmina num processo de reconstrução e transformação do convívio da população em relação à cidade.
A área de intervenção faz parte da zona histórica da cidade com potencial para turismo, assim como para uma cidade que se quer reafirmar no contexto da África Austral e que já deu passos aquando da criação da Ponte Maputo-KaTembe, é importante começarmos a olhar para certas zonas abandonadas em locais considerados nobres com grande potencial económico e turístico que possam marcar gerações vindouras.
As frentes marítimas e os Portos têm uma forte relação com as cidades e são muitas vez a razão de existência das mesmas. Eles têm um impacto enorme na prosperidade física, económica e social das cidades e nos seus habitantes. Numa cidade com orla marítima, os seus locais públicos dominantes localizam-se ao longo da àgua como piers, praças, promenades, parques, mercados, marinas e transporte fluvial pois estes são os centros de actividade humana e troca comercial. Assim sendo, os locais onde a água encontra a cidade são os espaços públicos mais representativos. Por esta razão, muitas cidades estão actualmente a realizar operações de revitalização ao longo das suas waterfronts com o objectivo de reconectar a cidade a àgua. A vantagem de ser uma cidade costeira cria oportunidades que no futuro podem significar um notável desenvolvimento desta região, podendo tornar a área do Waterfront de Maputo num ponto de referência internacional assim como o Parque das Nações em Portugal, a Orla de Thessaloniki na Grécia, o Chicago Riverwalk nos EUA, V&A Waterfront de Cape Town, o Calçadão no Brasil ou a recente Waterfront da Baía de Luanda.
Um desafio interessante seria a possibilidade de uma operação urbanística como esta poder servir de exemplo e liderança estratégica em cidades do nosso país como a Beira e Pemba que enfrentam sérios riscos de erosão das suas orlas marítimas. Optimizar o desenvolvimento requer uma integração de poder público, governamental e privado, onde o investimento privado no sector público seria uma estratégia chave para atrair mais pessoas e investidores interessados no crescimento e desenvolvimento da orla marítima da cidade de Maputo.
Fig.1 Orla Marítima na Av. 10 de Novembro vista da Ponte Cais
13
"...transformações simbolizam o Maputo verdadeiramente cosmopolita, uma cidade de tradições, crenças e costumes que fazem da capital uma autêntica cidade de harmonia e paz, uma unidade na diversidade.” David Simango
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Os objectivos e as oportunidades que a orla apresenta
O principal objectivo na proposta desta intervenção é de revitalizar a área do waterfront de Maputo, onde espaços de grande valor
Um ótimo lugar para visitar
económico, social, ambiental e turístico encontram-se hoje em stand
Desenvolver o potencial da orla como um lugar
by, não sendo considerados espaços merecedores de intervenções prioritárias na cidade.
único e especial para visitar, com uma variedade de atrações de lazer modernas e um programa diversificado de actividades e eventos.
O turismo - local e internacional em particular - é um elemento crucial do desenvolvimento económico, uma vez que a área em estudo está directamente conectada com a baixa da cidade, o actual business center da cidade. Por esta razão procurou-se criar uma proposta clara e concisa para revitalizar o waterfront de Maputo, onde é assegurada a conexão da cidade alta e a baixa, a integração da área histórica com o porto e o mar através de uma rede de actividades contínua e espaços que possam vir a contribuir para o desenvolvimento futuro desta área como um local de excelência da cidade.
Um ótimo lugar para morar Tornar a área num ótimo lugar para viver com novas habitações acessíveis e atraentes para uma gama diversificada de pessoas.
Estes objetivos visam a proteção, preservação e valorização dos recursos ambientais, históricos e culturais, onde se desenvolvem um conjunto de princípios gerais a serem alcansados pelo plano. As metas para o Waterfront Central são de promover o aumento do aproveitamento e uso público da área, promover o desenvolvimento econômico e a criação de empregos assegurando que futuros empreendimentos ajudem a alcançar estes objectivos.
Um Local atraente e distintivo Desenvolver um ambiente atraente e distinto, com edifícios, ruas e espaços de alta qualidade. Reforçar o papel e a importância dos principais espaços públicos e edificados.
Desenvolver um programa diversificado de eventos para a orla é essencial na promoção da diversidade. A orla urbana, como vista de um cartão postal, tem a capacidade de moldar a imagem de uma cidade através da criação de espaços vibrantes que são lugares de complexidade e variedade de atividades. OBJECTIVOS DESTA PROPOSTA
Fácil de Circular – Walkability
1. Criar uma diversidade de actividades
(capacidade de andar)
2. Integrar diferentes usos do espaço urbano de uma maneira equilibrada 3. Aproveitar os espaços públicos para que haja uma maior permanência 4. Promover a resiliência costeira 5. Valorizar os pontos turísticos e atrair investimentos
É necessária uma mudança para modos mais sustentáveis do que o automóvel. Melhorar o ambiente para pedestres é fundamental pela sua capacidade de atrair investimentos.
6. Reorganizar o comércio de rua e potencializar o comércio ambulante em áreas com grande fluxo de pedestres 7. Criar landmarks e estimular actividades culturais e de lazer 8. Promover a densificação vertical, habitação e a não-segregação social 9. Priorizar o peão em detrimento dos veículos 10. Reforçar a acessibilidade para todos e a segurança no trânsito
Um ótimo lugar para fazer compras O objetivo é que o centro da cidade mantenha a sua posição forte como um importante destino de compras, diversificando a oferta e desenvolvendo atrações complementares de lazer, cultura e arte.
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Estrutura da pesquisa METODOLOGIA DE REALIZAÇÃO E PESQUISA
A escolha da área de intervenção deu-se devido ao potencial que um local como o waterfront de Maputo apresenta mesmo estando ainda em desenvolvimento e sem planos concretos de conexão e continuidade entre duas vias importantes para a cidade e sua orla marítima como a Av. 10 de Novembro e Av. Marginal. A recolha de dados bibliográficos consistiu na pesquisa de operações relevantes de semelhante cunho em cidades Americanas e Européias, frameworks de execução e planificação, bem como os contextos historiais de surgimento de revitalizações de waterfronts. A bibliografia nacional foi também vastamente consultada, como teses previamente realizadas na FAPF e documentos de instituições governamentais. O processo de planeamento começou com uma análise profunda de cada secção da área de intervenção, onde o levantamento fotográfico teve um papel crucial para o registo de factores a analisar no inventário do espaço. Foram também estudados os planos que estão actualmente em vigor na área de intervenção, seus relatórios e regulamentos. Este inventário culminou eventualmente na produção de mapas e análises que contribuíram para a realização do diagnóstico da situação atual.
Após a identificação de factores de constrangimentos e de potencialidades que a área de intervenção possuí, um inquérito de 10 perguntas foi elaborado e apresentado de duas formas, online e cara-a-cara, onde quase 80 pessoas deram as suas opiniões sobre como queriam que esta transformação do waterfront acontecesse e como seriam afectados no futuro. A proposta do plano é realizada tendo em conta todos estes factores encontrados no diagnóstico do local, no que os espaços necessitam e na opinião das pessoas que vivem e trabalham nesta área, bem como aquelas que apenas frequentam o espaço em seus tempos livres.
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Processo de Elaboração do Plano
Junho, 2018 Escolha da área de intervenção Julho-Agosto, 2018 Recolha de dados e bibliografia relevante: estudos anteriores, planos relacionados com o local (teses passadas), planos sobre waterfronts na internet
Setembro, 2018 Levantamento fotográfico e recolha de dados no local de intervenção
Setembro-Outubro, 2018 Elaboração de uma análise preliminar Inventário das condições existentes no local Outubro, 2018 Elaboração do Diagnóstico da Situação Atual Organização de um inquérito online e físico Novembro, 2018 Breves estudos sobre: deslizamento de terra nas barreiras; resiliência costeira Dezembro, 2018 Planeamento da Visão, Objectivos, Princípios e Estratégias do plano Primeiro Draft do Plano
Fevereiro - Março, 2019 Revisão e Elaboração do Plano Final
Janeiro, 2019 Análise e discussão do plano e das propostas 17
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Revitalização como operação urbanística A revitalização neste contexto refere-se a processos de reconversão de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) usos e atributos urbanísticos ou naturais. Revitalizar consiste conferir mais vitalidade ou vigor a uma coisa. Ao revitalizar algo, por conseguinte, está-se-lhe a dar nova força, vida ou movimento. A ideia de revitalizar tende a ser associada à recuperação do esplendor ou ao crescimento de algo.
A revitalização de um espaço urbano tem várias dimensões que juntas são importantes para o sucesso deste tipo de intervenção. São elas: a dimensão económica e de viabilidade financeira, dimensão de sustentabilidade física e ambiental, dimensão social e de qualidade de vida, dimensão cultural, entre outras. Esta tem se mostrado uma estratégia viável na dinamização de diversos espaços já consolidados em várias cidades, criando uma harmonia entre a história do passado, presente e futuro das mesmas. Encoraja também a promoção territorial podendo aumentar a
No passado, as áreas à beira-mar eram usadas
competitividade territorial entre cidades do mesmo
principalmente como locais de localização de fábricas,
país ou de países diferentes.
armazéns, instalações portuárias e ferroviárias e geralmente eram separadas dos elementos à sua volta. Surge então uma tendência crescente para revitalizar zonas marítimas desativadas, o que equivale a uma tentativa de (re)desenhar estes espaços e explorar ao máximo o seu valor.
Tudo, então, resume-se numa palavra chamada 'oportunidade'. A necessidade de se revitalizar um espaço ou uma determinada área surge da oportunidade gerada normalmente por factores considerados negativos como o abandono e envelhecimento destas áreas,
Este é um processo que começou a aparecer numa escala
vazios urbanos em áreas nobres das cidades, que
significante em áreas urbanas Norte Americanas e que
requerem uma lógica de intervenção e de
depois espalhou-se pela Europa e Ásia. É um processo
planeamento estratégico no sentido de 'reanimar'
onde áreas velhas industriais e comerciais nas orlas
estes espaços.
marítimas são tomadas por novos serviços, habitação e lazer (Holyle, 1992). O termo revitalização vai mais além da mera reabilitação física do espaço: tem como objetivo dinamizar espaços abandonados ou em desuso sendo importante existir um planeamento estratégico capaz de introduzir valores sociais, económicos e ambientais. Não se define como um projecto ou programa mas sim como uma operação sustentável obrigando a intervir na qualidade do ambiente urbano e nas condições socioeconómicas das áreas em estudo.
Os projetos de revitalização das orlas marítimas urbanas nem sempre são bem-sucedidos. Mas quando são, tem um impacto dramático e visível que é capaz não só de enriquecer a economia de uma cidade, mas de melhorar sua auto-imagem coletiva (Breen e Rigby,1996, p. 11). A identidade cultural de um lugar não é simplesmente o produto do momento, mas da evolução e adaptabilidade destes espaços independentemente do tempo.
Neste caso, as pessoas destas cidades, mostram claro interesse em melhorar e voltar a utilizar estas àreas previamente abandonadas ou privatizadas (como os portos), através de acções que promovam o tecido urbano. Além destes factores, o papel económico que estas áreas têm representa muito para a cidade, onde as oportunidades e possibilidades para o investimento são enormes.
19
F i g .2 D o c a s e c a d o P o r t o d e L o u r e n ç o M a r q u e s Apesar dos planos, propostas e
Requalificação Urbana
documentos estratégicos existentes, muitos
A requalificação é utilizada para ações que procuram o reordenamento,
planos não chegam a ser concretizados
proteção e a recuperação dos centros urbanos, dando novas qualidades ao
devido a diversos motivos tais como:
espaço.
∑Vontade política; ∑Capacidade (ou não) de investimento
Renovação Urbana
financeiro;
Nas cidades europeias essa intervenção concentrou-se nos problemas de
∑Complexidade do processo de
mobilidade urbana e na reconstrução dos espaços urbanos; nos EUA as
revitalização;
propostas buscavam a destruição de partes do tecido urbano para a
∑Propostas pouco realistas devido a
ampliação do traçado viário.
grandes transformações no território;
∑Não resposta a problemas específicos;
Revitalização Urbana
∑Algumas propostas não valorizam o
O processo de revitalização urbana segue por meio de três vertentes
património histórico e cultural;
importantes: projetos arquitetônicos para novos empreendimentos dando, assim, usos reformulados para estruturas antigas e a criação de espaços para a recreação popular; o envolvimento da população para as questões de políticas públicas, concedendo uma voz activa para todos que utilizam as zonas urbanas; e a integração do programa de gestão compartilhada (Vargas & Castilho, 2015), promovendo a parceria do setor privado e público para o crescimento sustentável da cidade.
20
Historial breve de revitalização de waterfronts Ao longo da história, os fundadores situaram estrategicamente suas cidades ao longo das margens dos oceanos e rios para ter acesso a um valioso elo de transporte que poderia gerar vantagens comerciais e industriais. A experiência dos EUA originou as primeiras histórias de sucesso e erros na revitalização das orlas marítimas e esta foi usada mais tarde por outros países como um guia para os seus projectos. As frentes de água marítimas sempre tiveram um papel importante e activo no estabelecimento de assentamentos e
Embora os projectos de regeneração da orla marítima promovam a mistura do uso da terra e a variação de atividades, deve haver uma definição distinta dessas estratégias de planeamento. As melhores condições para evitar os problemas e conflitos acima mencionados na revitalização da orla marítima são a preservação da identidade da orla actual com actividades que conectem o 'velho' ao 'novo'.
na origem das cidades. Não se pode assumir apenas uma referência ou modelo único de intervenção urbanística pois
Nas últimas décadas, muitos centros urbanos têm sido palco
não significa que, embora um determinado modelo tenha
de projetos em orlas (frentes de água), que visam conferir a
tido sucesso numa cidade, este funcione e se adeque à
cidade uma nova imagem. Estas ações revelam-se como
realidade e necessidade de outras cidades no mundo. Cada
estratégias para incentivar novas atividades econômicas na
cidade e sua orla devem ser percebidas de maneira diferente.
área e suas redondezas e (ou) promover a conexão (ou
Cada cidade tem seu próprio caráter, identidade, história e
reconexão) da cidade com a natureza (água), de forma
papel e deve ser examinada de acordo.
combinada com a melhoria dos seus espaços públicos.
Os usos mais comuns encontrados na orla urbana são o
As orlas voltaram a ser o foco do redesenvolvimento de
comércio, lazer, habitação e escritórios. A incorporação
muitas cidades, desta vez como espaços públicos de valor
destes usos num plano de revitalização de ora marítima não
inestimável e mesmo assim houve sucessos e fracassos.
necessariamente garante o sucesso. A decisão dos usos
Embora algumas cidades tenham conseguido evitar as
adequados para cada caso e as conexões entre eles devem
armadilhas comuns e tenham criado grandes destinos,
ser o resultado de uma estratégia integrada levando em
muitas mais não conseguiram.
conta as metas, necessidades e características da própria orla e da cidade como um todo.
Se o desenho o urbano e a arquitectura forem marcantes, ao conferir aos lugares uma nova imagem, vale questionar se a população, de facto, se beneficia com tais intervenções e se a nova imagem altera positivamente a sua percepção e vivência do lugar.
21
MARGINAL & BAIXA
O QUE É A MARGINAL DE MAPUTO?
Área Histórica
Escala: 1:25000
A cidade de Maputo foi fundada em 1782, na forma de uma feitoria com o nome de Lourenço Marques. A 9 de dezembro de 1876 foi elevada a vila e em 10 de novembro de 1887, a cidade. A cidade desenvolveu-se em torno de uma fortaleza portuguesa concluída em 1787. Durante a maior parte do século XX, a economia de Maputo foi dominada pelo seu porto. Este foi o principal porto para a exportação de mercadorias de uma vasta região da África Austral, bem além das fronteiras de Moçambique. Com um porto bem equipado, com piers, cais, armazéns de desembarque e guindastes eléctricos, o que permitia que grandes navios pudessem descarregar cargas directamente para o transporte ferroviário, a cidade de Lourenço Marques desenvolveu-se sob domínio português e alcançou grande importância como uma cidade cosmopolita.
22
1876
O que é a marginal de maputo? É apenas um espaço público da cidade ou é um espaço que encontra-se hoje esquecido?
1887
1900
Fig.3 Vista aérea da doca de capitania de Lourenço Marques, 1969
A marginal da Cidade de Maputo faz parte da área histórica onde se deu início a cidade antigamente chamada de Lourenço Marques, desenvolvida principalmente por causa do seu Porto. 1915
A área que dá nome a uma das Avenidas mais famosas da cidade inicia-se no actual viaduto Alcântara Santos e
Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo
percorre a orla marítima da cidade até aos limites do
populacional devido à guerra civil travada no interior do
distrito municipal de KaMavota. Sofreu várias
1940
país (1976-1992) e à falta de infraestruturas nas zonas rurais.
transformações ao longo dos anos, principalmente numa
O natural crescimento demográfico faria também com que
das suas características mais marcantes: as barreiras, que
a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e
são hoje consideradas uma área de verde urbano de enquadramento e protecção.
1955
1990. A baixa da cidade de Maputo é o local onde se deu início a cidade com a construção do Porto e consequentemente das
É um dos cartões postais mais famosos da cidade que recentemente beneficiou-se de obras de reabilitação. É
linhas de caminho de ferro. A antiga baixa faz parte da zona considerada histórica na cidade e hoje concentram-se a
um espaço nobre que encontra-se sub-aproveitado, um
maioria dos serviços e comércio ambulante. É por excelência
espaço público que aos poucos vem sendo devolvido as
um central business district.
pessoas, um espaço que representa o nascimento da cidade e que é muito importante para a nossa história.
A nova baixa desenvolve-se na parte onde foi realizado o grande aterro em 1915e concorre também para se tornar um central business district com a construção e inauguração de edifícios de escritórios e instituições governamentais.
23
Casos de referência National Harbour Localização: Washington, EUA Ano: 2008 É uma das principais atrações de Washington, onde a beira do rio Potomac, o National Harbor abre-se com mais de 80 opções entre restaurantes e lojas que funcionam em um grande espaço ao ar livre e recebem centenas de turistas e moradores em busca de diversão todos
Waterfront de Auckland
os dias ao longo de todo o ano. Algumas atrações em especial atraem a
Localização: Auckland, Nova Zelândia
atenção das pessoas e a Capital Wheel é uma das maiores atracções na
Ano: 2008
cidade.
Durante 2006, uma prolongada discussão pública sobre o futuro da orla foi iniciada e esta discussão mostrou que os habitantes de Auckland preferiam maior acesso à orla marítima. Com uma intervenção de sucesso voltada para as pessoas de Auckland, uma instituição - a PricewaterhouseCoopers projetou que até 2040 a orla geraria US $ 4,29 bilhões para a economia da região e que cerca de 13.600 pessoas poderiam ser empregues nesta área.
V&A Waterfront Localização: Cape Town, África do Sul Ano: 1860-hoje
Em Árica existem poucos lugares como a V & A waterfront. A história do porto e a mistura de usos entre o velho e o moderno permitem que este espaço seja o destino turístico mais visitado em CapeTown. Restaurantes, mercados de alimentos, museus e mais actividades de lazer fazem parte desta waterfront. É um dos poucos casos de sucesso de revitalização de waterfronts em África e apesar do processo ser contínuo, o waterfront consegue atrair turistas de todo o mundo, estimando-se em 23 milhões de pessoas por ano.
24
A Baía de Luanda deu origem a orla urbana e arquitectónica da capital angolana, este tem sido o espaço público mais importante da cidade e o epicentro social e econômico do país. Dada a actual e rápida transformação do centro de Luanda uma intervenção foi pensada e surge o novo Waterfront que procura proteger o padrão urbano desta área.
Luanda Bay Waterfront Localização: Luanda, Angola Ano: 2016 O velho e antigo passeio torna-se num grande parque urbano para apoiar a vitalidade da vida pública de Luanda. A intervenção, para além de novas infraestruturas veio oferecer um conjunto de praças ligadas ao sistema de espaços públicos da cidade, percursos pedonais e de bicicleta. Com locais para descanso, áreas para atividades desportivas, novos serviços urbanos, equipamentos e móveis urbanos, a nova orla da baía de Luanda permite maior interacção social e estimula a atividade recreativa e cultural.
The City Deck Localização: Green Bay, Wisconsin EUA Ano: 2012
Desenvolvido para aumentar o acesso a orla e para albergar atividades de lazer, o design simplístico e formal ao longo da água permite formar uma composição que simultaneamente convida a permanência e o movimento ao longo da orla.
25
PROAP
DHK
A intervenção proposta visa criar um espaço
BENTEL
O plano-mestre Maputo Waterfront é um importante
público exterior coerente que se adapte a
A visão é de criar um desenvolvimento denso de
projecto de regeneração urbana para o centro de
diversas funções associadas a arquitetura
uso misto e colocar esta porta comercial esquecida
Maputo, em Moçambique. A intenção do projeto era
existente. As áreas variam em diversidade, de
de volta ao mapa. O projeto consiste em uma
atrair investimentos para a área, criar empregos e
um distrito de negócios para uma praça do
mistura de usos residenciais, comerciais, de varejo
fornecer uma nova e vibrante "aldeia urbana" de uso
mercado, de um parque urbano a uma praça
e lazer. Um forte passeio pedestre é projetado.
misto. O desenvolvimento compreende um Mall e high
urbana multifuncional. Este novo espaço público
Duas torres comerciais de 42 andares enquadram o
street, escritórios, residencias e espaços de lazer num
visa aproveitar ao máximo a vida urbana
passeio, atuando como uma porta de entrada para
local de 8,3 ha.
a cidade e comemoram a chegada à praça
regenerada por esta operação.
comercial.
Propostas realizadas para a orla marítima da cidade O EDIFICADO & VOLUMETRIA: EDIFÍCIOS BAIXOS PARA ATIVAR O ESPAÇO PÚBLICO A construção de grandes torres na orla marítima da cidade de Maputo é absolutamente descontextualizada, pois estas atuam como um muro visual para os bairros que estão atrás desta linha de edifícios. Além de não salvaguardarem a identidade do local não cumprem também com a regulamentação existente, onde existe a condicionante da cércea a adoptar. Edifícios que se integram e não destoam com a característica local e que possuam também fachadas activas proporcionam a comunicação entre o nível térreo e os passeios, pois além de contribuir para a segurança contibuem também para a atractividade do desenho urbano numa escala humana. Embora tenham sido realizadas, estas propostas principalmente para a área da ex-FACIM nunca chegaram a ir para frente, não se sabe se por falta de investimento ou de uma organização que pudesse guiar todo o processo transformativo.
26
27
PLACE MAKING O Placemaking é um conceito amplo que incorpora
soluções para questões urbanas actuais, principalmente as de ativação e revitalização de espaços públicos. O maior objectivo de é estimular a criação de espaços
para as pessoas interagirem e juntas transformarem os pontos de encontro.
O que é Placemaking?
Placemaking é um processo de planeamento, criação e gestão de espaços públicos totalmente voltado para as pessoas, visando
transformar espaços e pontos de encontro numa comunidade - ruas, passeios, parques, edifícios e outros espaços públicos - em lugares que estimulem maiores interacções entre as pessoas e promovam comunidades mais saudáveis e felizes. O Placemaking trata de observar o uso dos espaços públicos, assim como perguntar e ouvir as pessoas que vivem, trabalham ou visitam um local para descobrir suas necessidades e desejos. Estas informações são usadas para a criação de uma visão comum de lugar, que possibilita a implementação de mudanças rápidas que tragam benefícios imediatos para um espaço público e para as pessoas que o frequentam. Os conceitos por trás do Placemaking começaram a surgir em 1960, com Jane Jacobs, William H. Whyte e Jan Gehl, onde estes urbanistas sugeriam que o desenvolvimento das cidades deveria ser voltado para pessoas. Jane Jacobs defendia a ideia de que ruas com pessoas são ruas mais seguras, usando o termo “olhos na rua” para explicar que, sem perceber, as pessoas são responsáveis por observar o uso dos espaços e zelar pela sua segurança. Já Holly Whyte enfatizava os elementos essenciais que um espaço público deve ter para atrair pessoas e se tornar um lugar de convivência vibrante onde a arquitetura e o urbanismo deveriam pensar primeiro nas pessoas, depois no espaço e só então nos edifícios.
Acessos e conexões
Conforto e imagem
Um bom espaço público integra-
O conforto pode ser avaliado pela beleza do
se com o bairro onde se encontra.
local, mas também pela forma como é
É aberto à comunidade, acessível
cuidado e se transmite uma sensação de
e conveniente.
segurança, se é possível sentar-se, entre outros.
28
Edward Relph identifica três componentes de lugar: o espaço físico, as atividades que nele acontecem e o significado que ele adquire. Revitalizar espaços é muito importante, pois é fundamental que haja vida e vitalidade em espaços públicos. A criação de um lugar é mais profundo e permanente. Para que se construa um lugar ou um senso de lugar sense of place - é necessário que haja certa permanência das pessoas neste lugar. Devemos, sobretudo, ter uma visão para os lugares que queremos criar: 1) devemos saber quais atividades podem ser oferecidas no espaço; 2) devemos definir as intervenções que vão tornar o espaço mais confortável e atractivo; 3) devemos garantir que tudo seja feito para que o espaço seja um lugar importante para as pessoas, um lugar onde elas queiram sempre estar.
Fig.4 Projecto Mission Rock Seawall Lot 337, San Francisco, California
Usos e atividades
Sociabilidade
As atividades desenvolvidas em um local são a
A sociabilidade do espaço é um fator essencial para aflorar o
razão para as pessoas o frequentarem. Se não
sentimento de pertencimento por parte do cidadão. São
houver nada para fazer, é pouco provável que
propostas soluções para tornar os lugares mais conectados,
elas retornem.
acessíveis, convidativos, diversos, caminháveis, seguros, vivos e alegres.
29
STREETSCAPE 30
Segundo Jan Gehl (2015) uma boa cidade e bons espaços públicos devem ser pensados ao nível dos olhos das pessoas. Ou seja, na escala humana. As cidades devem ter boas áreas para pedestres, convidando-os a percorrer as ruas a pé. Criar uma orla marítima conectada e acessível é garantir que esta seja altamente acessível com melhores ligações para pedestres, ciclistas, automobilistas e um transporte público eficiente. Para tal é necessário criar conexões, neste caso ruas, o mais completas possíveis. As ruas devem ser vistas como um lugar e não apenas como meio de passagem. O desenvolvimento de espaços de convivência nas ruas para proporcionar aos cidadãos maior interacção social com a sua comunidade é uma tendência
A paisagem urbana é um termo que é usado para descrever
mundial que surge aquando do streetscape e também do
o tecido natural e construído da rua definido como a
placemaking.
qualidade de design da rua e seu efeito visual. O conceito de streetscape reconhece que uma rua é um lugar público onde
Essa relação entre pessoas aumenta a segurança, incentiva o
as pessoas são capazes se envolver em várias actividades. As
comércio local e produz bairros mais humanizados. Um
paisagens de rua e a sua experiência visual influenciam
sentimento de conforto inclui percepções sobre a segurança, limpeza e quantidade de lugares disponíveis para nos sentarmos. As ruas são também espaços para facilitar cerimónias públicas e eventos, que têm um papel fundamental na cultura da cidade, como marchas e actividades em feriados e épocas festivas como o natal e o ano novo. Uma rua precisa ter certos parâmetros básicos para garantir viagens seguras para todas as pessoas que a usam. Placas informativas, sinalização de trânsito, mobiliário urbano,
amplamente os locais públicos onde as pessoas interagem e ajudam a definir a qualidade estética, a atividade econômica, a saúde e a sustentabilidade de uma comunidade. Uma paisagem urbana de sucesso tem múltiplos aspectos e cada projecto de paisagem deve ser sensível ao contexto. São as ruas que nos transportam para qualquer destino e dependendo da qualidade não apenas visual mas também de segurança e harmonia com o entorno, estas podem fazer ou matar lugares.
arborização e iluminação correcta podem efetivamente criar
A paisagem urbana sustentável desempenha um papel
um ambiente inclusivo e seguro que ofereça uma sensação
importante na formação da imagem visual das cidades
de conforto físico para diversos pessoas.
sustentáveis, pois é um dos fatores mais importantes que
As comodidades devem ser projectadas para tirar as pessoas
sustentabilidade na paisagem urbana é uma das estratégias
ajudam no sucesso da cidade e nas atrações turísticas. A de seus carros para socializar, interagir com seu ambiente e descobrir outras opções de mobilidade mais amigas do ambiente. O senso de lugar de uma cidade começa a ser avaliado através da qualidade das suas vias conectoras, neste caso, as ruas.
mais importantes para o design urbano sustentável. A maioria das ruas carece de boa paisagem urbana, o que afeta negativamente o comportamento dos usuários e os aspectos estéticos do ambiente construído e, portanto, contribuem para a deterioração da imagem visual de um lugar.
As 4 coisas mais importantes a considerar ao projetar uma paisagem urbana incluem: Criar um senso único de lugar - Isto pode ser feito de várias maneiras, ou seja, tipo de materiais, pavimentação, mobiliário urbano, sinalização, iluminação, paisagismo, marcas de cruzamentos e a arte de peças esculturais. Separação implícita entre veículos e pedestres - Isto pode ser feito com árvores, vegetação baixa, canteiros de rua, jardins de chuva ou outros elementos. Priorização de vistas interessantes - Isto pode ser feito mantendo as vistas em pontos turísticos ou espaços interessantes como por exemplo o mar. A segurança dos pedestres - além de sinalização adequada, outros elementos devem ser pensados para que a segurança e o conforto das pessoas seja o principal objectivo. Resultados Benéficos Esperados Aumento da atividade física Maior segurança para pedestres e ciclistas Maior transporte público activo Melhor senso de comunidade Segurança de vizinhança melhorada Stresse reduzido Há fortes evidências de que as melhorias no design da paisagem urbana, frequentemente implementadas através de iniciativas das Ruas Completas, incentivam a realização da atividade física por parte das pessoas, seja andar, a pedalar ou
CANTEIROS, ÁRVORES
MOBILIÁRIO URBANO, BANCOS, MESAS, VASOS, LIXO, SINALIZAÇÃO, ILUMINAÇÃO
FAIXA DE RODAGEM
CICLOFAIXA
ÁREA SOMENTE PARA O PEDESTRE CAMINHAR
mesmo a praticar desporto..
31
32
tu
Ca
lo
pĂ
O que a cidade tem a oferecer Maputo é maningue nice. É uma cidade ainda em desenvolvimento mas que conquista e surpreende muitas pessoas pelas suas cores, receptividade e alegria dos cidadãos. Para aproveitar Maputo ao máximo as pessoas precisam captar a sua essência. É preciso conhecer a história que está por trás da formação desta cidade. Maputo possui edifícios maravilhosos, tanto antigos como recentes em que a mistura de estilos arquitectónicos enriquece cada vez mais a cidade. É uma cidade muito ligada a cultura com locais espalhados pela cidade de venda de produtos artesanais e vários eventos musicais e culturais espalhados pela cidade durante as noites.
34
452,259 1 101170
habitantes
Pessoas passaram pelo Aeroporto Internacional de Maputo no 1o Semestre de 2018
CIDADE DE MAPUTO
KAMPFUMO
80 550
$ 2700/m2
habitantes
(censo de 2017)
preço médio de venda habitação
pluviosidade média anual na cidade
+6000 pessoas participaram da edição do festival em 2018 os melhores restaurantes da cidade possuem vista ao mar segundo o tripadvisor
1$ = 61 mtn
781 mm
16o C min
25 milhões ton é a capacidade anual do Porto de Maputo
+500 000 turistas em 2017
+150 000 000
em receitas de turismo no país
A cidade de Maputo é responsável por
20,2 % do PIB
24o C máx temperaturas médias ao longo do ano
+300 jovens
+50 estilistas
discutem o país no Mozefo Young Leaders
fazem parte anualmente do maior evento de moda do país
Fig.5 Imagem Aérea da Cidade de Maputo
35
Maputo
Localização geográfica O município de Maputo possui uma área de 346,77 quilómetros quadrados e faz divisa com o distrito de Marracuene, a norte; o município da Matola, a noroeste e oeste; o distrito de Boane, a oeste; e o distrito de Matutuíne, ao sul; todos, pertencentes à província de Maputo. A área de estudo localiza-se na cidade de Maputo que fica ao sul de Moçambique, a oeste da Baía de Maputo, no Estuário do Espírito Santo, onde desaguam os rios Tembe, o Umbeluzi, o Matola e o Infulene. Está situada a Maputo
uma altitude média de 47 metros, a 120 quilómetros da fronteira com a África do Sul e 80 quilómetros da fronteira
Katembe
caracterizado como o distrito mais urbanizado da cidade e abrange os bairros Central C, Polana Cimento A e Sommershield.
42,575 mulheres
A área faz parte do DM Kampfumo,
37,975 homens
com a Suazilândia.
Censo de 2017, resultados preliminares
36
Costa do Sol Campus UEM
Radisson, Torresrani & Hotel Glória
Conselho Municipal FEIMA
Catedral da Nossa Senhora da Conceição de Maputo Terminal CFM Jardim Tunduro Maputo
Campo da Maxaquene Museu Maputo Shopping
Porto de Maputo
Marginal Baixa
Jardim dos namorados
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Síntese do inventário e análise do local 3
O inventário e consequente diagnóstico do local foi elaborado segundo o levantamento fotográfico e observação do local, dados retirados do INE, INATUR, CMM, MITADER, recolha de estudos anteriores realizados na FAPF, AHM e consiste num inventário e análise do estado físico, económico e social da área de intervenção, bem como dos condicionamentos, planos em vigor, constrangimentos e das oportunidades. Realizou-se durante 1 mês e
2
meio – entre Setembro e Outubro de 2018.
1
A realização do diagnóstico baseado na análise do local a intervir levanta os principais problemas que permitem oferecer como ponto de partida e linhas de orientação para a proposta de intervenção, onde será estabelecida uma visão de potencial transformação do local e no que se pretende que este seja daqui há 30 anos. A atracção do turismo recreativo e cultural embora seja um dos objectivos da proposta não é o único, pois importa também propor projectos que ajudem a encontrar soluções para os problemas principais e que sejam dinamizadores do ambiente social, económico e ecológico. Este processo por sua vez acarreta grandes investimentos financeiros realizados a médio e longo prazo, não deixando de ser um processo contínuo. A área de intervenção possui 7 Km de extensão e tem 145 hectares. Esta análise auxiliou a fundamentar a argumentação para as intervenções que se irão propor em cada ponto chave, bem como compreender a necessidade de se realizar tal intervenção em um espaço específico. O diagnóstico da área de intervenção veio ajudar a
_Porto de maputo isolado
_Insegurança e falta de iluminação decente em
descortinar um conjunto de problemas relacionados com a
_Predominância de veículos e intenso trânsito em
vários locais perigosos
baixa da cidade:
avenidas como a 25 de Setembro e Marginal
_Falta de parques de estacionamento público
_Acessibilidade deficiente – não há acessos directos
_Poluição das águas do mar
_Diminuição de espaços permeáveis
_Vistas ao mar obstruídas
_Constante avaria de ferryboats
_Sobrecarga das infraestruturas actuais
_Espaços públicos sub-aproveitados e com deficiências
_Habitações emergentes em condomínios privados
de manutenção
_Sensação climática não é completamente satisfatória pela falta de mais locais em sombra
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A cidade possui praias concorridas no verão, principalmente a praia da costa do sol, porém nota-se alguma degradação urbana em certos troços por falta de manutenção do espaço e por falta de infraestruturas de suporte para a realização de mais actividades, concentrando apenas um uso para certas áreas. É escassa a força econômica, a vitalidade social e o magnetismo urbano. Para obtê-los, diagnosticar com precisão os problemas encontrados em lugares específicos e o que falta para gerar diversidade foi fundamental, assim como
Aliada a deficiência na distribuição, necessidade e quantificação de recipientes para depósito de resíduos sólidos e a eventual acumulação dos mesmos, contribui para a não atractividade, falta de segurança e não permanência das pessoas que utilizam vias e espaços apenas como pontos de ligação.
a localização de principais locais que apresentam um potencial enorme de se tornarem algo mais.
O diagnóstico também serviu para constatar que as condições capazes de gerar diversidade em certos locais praticamente não existem. Que os espaços uma vez considerados atractivos não apresentam novidades ou actividades interessantes, bem como pontos de atracção das pessoas para o convívio. A falta de usos combinados suficientes é exatamente uma das causas da monotonia, do perigo e da falta de conforto.
Outro factor é o desaguamento de águas residuais e pluviais que acabam por poluir as águas da praia em grande quantidade, onde as principais evidências se observam na cor acastanhada da água e no mau cheiro que estas possuem, tornando quase impossível a possibilidade de se explorar o turísmo de praia em certos troços da Av. É necessário a reabilitação e revitalização de infraestruturas de uso público, a demolição de barreiras
Marginal, o que também acaba por manter inexistente o contacto físico entre as pessoas e água.
visuais que impedem o acesso as águas, e principalmente o investimento contínuo consistente capaz de viabilizar todas estas operações. A questão do estacionamento é muito delicada na cidade de Maputo, principalmente na área de intervenção. Por se tratar da baixa da cidade que é uma área praticamente ocupada por escritórios, é comum notar-se veículos estacionados em quase todas as superfícies livres tirando assim o espaço ao pedestre. Acontece principalmente ao longo da 10 de Novembro onde existem carros estacionados nas duas faixas da via.
39
40
Fig.6 Foto tirada na Av. 10 de Novembro
Fig.7 Vista da rua António Fernandes
Fig.8 Ponte Cais de Maputo
Fig.9 Viaduto Alcântara Santos
Fig.10 Maputo Marina
Fig.11 Viaduto Alcântara Santos
Fig.12 Av. Marginal depois do clube Naval
Fig.13 Av.Marginal
Fig.14 Miradouro
Fig.15 Início da praia da Costa do Sol
Fig.16 Praia da Costa do Sol
Fig.17 Frente de praia do hotel Radisson
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Deslizamento de terra nas barreiras OS PRINCIPAIS PROBLEMAS Insegurança & Erosão do Solo O problema de erosão nas barreiras não é recente, é de facto muito antigo e as queimadas que As Barreiras da Cidade de Maputo foram assentadas ainda no tempo colonial com objectivo principal de oferecer uma magnífica vista do mar e do belo traçado arquitectónico da baixa da Cidade. Nos anos 20, para contrariar o perigo de desmoronamento da encosta e lidar com a sua enorme
ocasionalmente são realizadas por pessoas sem abrigo que moram nas barreiras agravam este problema. Outro problema registado é a constante acumulação de lixo e resíduos sólidos que coloca em risco a terra em dias de chuva. Como consequência destas práticas, quando chove a terra vai gradualmente se arrastando, pondo eventualmente em risco todos os edifícios situados na Avenida Friedrich Engels.
inclinação, foram construídas - com pedra vermelha obtida no
Com uma paisagem típica de uma floresta densa e agora com várias cinzas fruto de queimadas
próprio local - grandes muralhas que atualmente se
recentes e lixo acumulado em várias secções, as barreiras apresentam perigo para quem circula naquela
encontram escondidas por detrás de conjuntos de árvores
área, principalmente a partir das 17h. A área ainda é considerada perigosa pelos peões pois malfeitores
que foram plantadas em pátios.
aproveitam-se da altura do capim e das árvores para se esconder e atacar as suas vítimas.
Os deslizamentos de terra foram assinalados como sendo situações de elevado risco ambiental neste local. Os principais problemas encontrados situam-se na instabilidade dos taludes e segurança dos edifícios. Vicente et al. (2006), detectaram escorregamentos relacionados com o assentamento de edifícios nas avenidas das Nações Unidas, Friedrich Engels e Julius Nyerere. Outra situação identificada na Avenida Julius Nyerere foi a existência de edifícios inclinados e com indícios de colapso.
- Observa-se árvores e postes com alguma inclinação anormal - Observa-se rachaduras, trincas ou saliências na parede de contenção - Observa-se lixo jogado nas encostas que ajuda a acumular água da chuva, deixando o solo mais pesado e aumentando o risco de deslizamento - Observa-se áreas em grave situação que necessitam de urgente intervenção
Fig.18 Muro de contenção Marginal - Mural do artista Nagib
A carta de Maputo mostra que a cidade se expandiu até à plataforma dos 50- 60 m, onde actualmente está instalada a designada parte alta da cidade. O ponto mais alto medido do Nível Médio do Mar (NMM) é de 65m.
5
6
1
5
Área em perigo de deslizamento de terra
2
1
2 4
3
42
4 3
Fig.19 Barreiras vista da Av. 10 de Novembro Atualmente as Barreiras são mais usadas pelos peões como um
Outra solução é usar o painel de sistema de
desvio que encurta a distância entre as zonas alta e baixa da
retenção de solos, um inovador sistema de
cidade de Maputo. Para quem parte do Museu para a baixa
controle de erosão por fibra que pode ser
usando as barreiras leva aproximadamente 10 minutos, contra os
usado em declive. Além da proteção contra a
cerca de 45 minutos que podem ser necessários para quem segue
erosão do solo, seu design e propriedades
pela Av. Patrice Lumumba e desce pela Av. Vlademir Lenine. Estas
exclusivas do sistema de confinamento
escadarias foram reabilitadas a menos de 3 anos e a passagem
permitem que o sistema resista a altas cargas
melhorou consideravelmente.
no solo.
Para as áreas actualmente em risco:
Tem melhor resistência estrutural, boas
As barreiras apresentam solo vermelho que são designados como
propriedades de drenagem e o tempo de vida
colapsáveis, pois em presença de água perdem rapidamente a
esperado é de mais de 120 anos. Estas técnicas
coesão entre as partículas e desabam. É recomendável usar
ajudarão na confinação do solo e no controle
ancoragens, rede e betão nas áreas em perigo. Deve também ser
da erosão.
Ponto mais alto: 55 metros Inclinação: 15o
1
Ponto mais alto: 65 metros Inclinação: 23o
2 Ponto mais alto: 50 metros Inclinação: 21o
3
Ponto mais alto: 58 metros Inclinação: 20o
4
Ponto mais alto: 60 metros
5
Inclinação: 34o
considerado um novo processo de reflorestação adequado.
Principais ações propostas para travar o deslizamento de terra nas barreiras:
1
Prevenir a erosão do solo A principal coisa a fazer é desviar a água de descarga das encostas - e não parála completamente, pois pará-lo resultará num aumento de pressão durante um período que pode ceder - construindo calhas e usando sacos de areia. A velocidade da água determina quanto do solo está erodido e, portanto, conter sua velocidade é útil.
2 3
Plantar Vegetação baixa Outra forma simples de prevenir deslizamentos é a arborização rasteira (plantar relva, árvores de pequeno porte e pequenos arbustos na encosta). À medida que estas árvores e arbustos crescem, suas raízes mantêm o solo unido e ajudam a reduzir a erosão do solo.
Construir muros de contenção e sustentação Muros de contenção de betão, estacas de madeira ou sacos de areia também podem ser de grande ajuda, mas somente quando construidos corretamente.
43
44
Resiliência costeira A subida do nível do mar é mais uma consequência directa do aquecimento global - ele surge da expansão natural da água à medida que ela aquece e do volume crescente de água impulsionado pelo derretimento de grandes icebergs. A resiliência costeira permite que as pessoas visualizem os riscos atuais e futuros e, em seguida, ajudem a identificar um conjunto de soluções para reduzir os riscos sociais e econômicos, maximizando os benefícios que a natureza oferece e permitindo que os planeadores priorizem soluções baseadas na natureza para reduzir
A ênfase do plano nos espaços verdes faz parte de uma estratégia
o risco de inundação e melhorar a resiliência das comunidades.
de resiliência para manter mais chuvas nestes locais. Embora
Porquê a resiliência costeira importa?
catalisadores econômicos, o objetivo é estabelecer um padrão em
As comunidades que vivem nas cidades costeiras estão cada vez
nosso país para um projeto de revitalização de áreas como
também se esteja a tentar projetar espaços para serem
mais vulneráveis aos desastres naturais. Resiliência Costeira é a
waterfronts que sejam resilientes e que possam servir de
capacidade de se adaptar às condições de mudança e "se
inspiração para a cidade da Beira e Pemba, ao mesmo tempo
recuperar" após eventos perigosos como furacões, tempestades
oferecendo às pessoas uma bonita, funcional, vibrante e
costeiras e inundações - em vez de simplesmente reagir aos
econômica orla marítima.
impactos e consequências. Será que o design resiliente realmente funciona para proteger as Entender onde e como as comunidades estão vulneráveis e
cidades costeiras e suas frentes marítimas?
experienciando riscos costeiros; adaptar as práticas de planeamento e desenvolvimento para compensar estas vulnerabilidades, resultará
A principal estratégia a a daptar no plano de revitalização
em vidas salvas, bens salvaguardados e dinheiro economizado bem
proposto para o Waterfront de Maputo para até 2040-2050 será
como em comunidades mais fortes para o futuro.
Projectar com consciência, aliando onde necessário um design resiliente e tendo em conta nas infraestruturas a propor a subida
A inclusão de estratégias de design resilientes ao revitalizar um
do nível do mar, bem como certas proteções que podem
waterfront se tornará padrão em algum momento porque as
contribuir no momento de resiliência costeira.
pessoas as desejarão e exigirão. A necessidade de resiliência e o custo dela motiva a criatividade, particularmente na área de
É importante planear um espaço como este com potencial
planeamento de paisagens ao longo da água. Longe de ter apenas
turístico e vocação pública tendo em conta os riscos e problemas
um papel defensivo, a resiliência pode fazer parte da estratégia e
que as áreas costeiras poderão vir a enfrentar no futuro com as
missão de desenvolvimento de um projeto de revitalização de frente
mudanças climáticas.
de água.
Subida do nível do mar - projecções Cenários de Subida do Nível do Mar e Inundações Costeiras De modo a quantificar perigos e encontrar formas de reduzir riscos, é necessário prever a resposta costeira e a severidade dos impactos, realizando assim cenários para auxiliar no planeamento futuro de infraestruturas resilientes. Os cenários de subida do nível do mar bem como as consequências para a cidade de Maputo foram realizados em 2012 no Relatório Síntese do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) - Fase II do projecto do INGC: Respondendo às Mudanças Climáticas em Moçambique (âmbito da proteção costeira).
45
Resiliência costeira
O troço 1 e 2 apresentam as maiores vulnerabilidades média-alta à
inundação, com perigo muito alto a passagem de peões e aos danos em
Incentivar o design resiliente em Waterfronts Resiliência descreve a capacidade de indivíduos, comunidades,
instituições, empresas e sistemas dentro de uma cidade para sobreviver,
veículos. O troço 3 com praia à frente da estrutura, mesmo em maré alta
apresenta índices de vulnerabilidade à inundação baixa, sem considerar a presença de um fenómeno natural como um ciclone. Quanto aos danos
estruturais, estes podem ser altos, uma vez que no pior cenário, as águas podem alcansar áreas mais distantes e cobrir até 3-4 pisos. No que
concerne a erosão de praia, todos os trechos apresentam vulnerabilidades muito altas.
se adaptar e crescer, não importando que tipo de problema experimentem. Os níveis de vulnerabilidade costeira aqui apresentados foram determinados pelo INGC onde planos de adaptação costeira foram mapeados para onze cidades e vilas no país. A cidade de Maputo econtra-se em 5º lugar dentre estas. A cidade de Maputo tem amplas infra-estruturas e desenvolvimentos contidos na zona costeira potencialmente sujeita ao impacto das mudanças climáticas e consequentemente da subida do nível do mar. A área mais vulnerável de Maputo a curto prazo é o troço de cerca de 6km de estrada da Marginal que se estende até à Costa do Sol, seguido da parte oriental da área do porto, onde as infra-estruturas existentes precisam de ser melhoradas com carácter de urgência. Para Maputo, a actual estimativa de perdas estimadas em cerca de USD50 milhões poderá aumentar entre três a cinco vezes até 2030, e isto pode ser evitado através da implementação de medidas de adaptação e resiliência. A resiliência costeira pode ser fortalecida pela integração do design e desenvolvimento inteligentes - permitindo que o público experimente as atrações das orlas marítimas enquanto se protegem os bens da comunidade. - Quais medidas adaptativas e princípios de design serão eficazes para melhorar a resiliência das áreas nas orlas marítimas? - Que caminhos para a resiliência serão mais eficazes, fornecem
Vulnerabilidade da zona costeira da cidade de maputo a tempestades marítimas
flexibilidade e proporcionarão valor acrescido a longo prazo?
2
1
1.15 m PORTO - A infra-estrutura existente já se encontra a um nível 0.4 m
muito baixo (excluindo o aumento do nível do mar), precisa ser
5m
actualizado e mantido por uma questão de urgência. As paredes 5m
de protecção terão de ser, igualmente, levantadas sempre que
1m
possível, ou serem construídas novamente até pelo menos 6 m do nível médio do mar.
46
2 m - pedras
A protecção da costa é feita por esporões e por formações dunares naturais, dispostas ao longo da linha costeira, desde a zona portuária a Sul do Clube Naval até à zona do Restaurante Costa do Sol. Estar preparado - através do planeamento de adaptação - pode reduzir a exposição das infraestruturas a riscos e perigos maiores. O planeamento pode ajudar a preparar para um futuro incerto e irá ajudar negócios a permanecerem flexíveis diante de mudanças ambientais, econômicas e sociais.
Considerando o pior cenário para 2050 em que o nível do mar pode aumentar em 1-2m, as consequências desta subida aliada a um ciclone por exemplo, pode vir a submergir quase 80% dos edifícios de 1 piso localizados na "nova baixa" da cidade, e deixar ao menos o piso térreo de muitos edifícios submergidos. Esta área é extremamente
15 cm a 20 cm
delicada pois sendo um local que foi aterrado e não fazia necessariamente parte da cidade original, o lençol freático é considerávelmente alto. Há também que se considerar a fragilidade das barreiras quanto aos deslizamentos quando a área entra em contacto com a água. CENÁRIO DE ELEVADA SNM: SNM de 1 m até 2050 ou 2 m até 2100; faixas costeiras e encostas totalmente expostas permitindo uma elevação das ondas de 3m; um ciclone durante as marés vivas poderia então criar uma elevação das ondas de MMAAV + 2m (inundação) + 2 m (SNM) + 3 m de elevação das ondas: MAPUTO 8.5 m. acima do NMM
+ 40 cm
Fig.20 Zona Costeira na Marginal e marina do clube Naval Ponte Cais até a Zona do Clube Naval - A obra de protecção é relativamente nova. O troço ainda não apresenta indícios significativos de instabilidade estrutural, de cedência nem de corrosão. Não apresenta largura de praia.
3
0.4 m 2.1 m 20 - 40 m de praia
Zona da Praia da Polana - Apresenta largura de praia, pela influência dos esporões existentes, assim, foi feita a análise da inundação e de erosão.
47
1
OTIMISTAS SOBRE O CLIMA
2
Devemos:
TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO
1. SER OTIMISTAS SOBRE O CLIMA - apoiando os acordos de Paris e outros programas governamentais que pretendem salvaguardar a resiliência costeira e demarquem ações para atrasar as mudanças climáticas 2. TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO - fornecer um ambiente dinâmico, adaptável e flexível para poder responder a mudanças técnicas, sociais e ambientais 3. NOS CONECTAR - ao usar tecnologias e fornecer inclusão digital a todos cidadãos
3
CONECTARMO-NOS
4
CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA
4. SERMOS CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA - com o objetivo de projectar espaços de excelência para que eles possam enriquecer a experiência humana, estando na escala humana e sendo acessíveis a todos 5. TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO - numa experiência de governança colaborativa para um processo de tomada de decisão mais inclusivo 6. REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO - criar parcerias público-privadas para buscar um desenvolvimento econômico sustentável
5
TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO
VOTE
7
6
7. INCENTIVAR PROJECTOS INOVADORES - focado nos
REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO
jovens e com abordagens locais para que possamos oferecer novas ideias
$
INCENTIVAR PROJECTOS INOVADORES
As cidades costeiras têm a vantagem de estar perto da água e consequentemente, de poder forncer uma rede de espaços públicos e de retalho onde as pessoas queiram estar para se reunir, praticar exercícios, fazer compras, comer fora, apreciar vistas ou para experienciar o trabalho dos pescadores. Uma abordagem inteligente numa orla vulnerável envolve antecipar a subida do nível do mar, o aumento de precipitação, dias de muito aquecimento e possíveis danos causados por tempestades.
48
“Não é apenas pelo que fazemos que somos responsáveis, mas também pelo que não fazemos. ” Molière
49
22
1
O uso do solo atual 3
4
6 25
26
50
13 - Sede da TVM 14 - Sede do BCI 15 - Escola Náutica 16 - Jardim dos Professores 17 - Hotel Cardoso 18 - Barreiras 19 - Jardim dos Namorados 20 - Parque Centenário 21 - Clube Naval 22 - Hotel Southern Sun Maputo 23 - Jardim da Ponta Vermelha 24 - Escolas de Formação Marinha de Guerra 25 - Serviços da Marinha de Guerra 26 - Ponte Cais MaputoKatembe
5
2 24
16 21
8 17
7 9 10 11
12
13
14
15
18
1 - Porto de Maputo 2 - Museu das Pescas 3 - Porto de Pesca 4 - Maputo Shopping 5 - Sede da Autoridade Tributária 6 - Feira Popular 7 - Gabinete do 1o Ministro 8 - Circuito António Repinga 9 - Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação 10 - Sede do Standard Bank 11- Restaurante Zambi 12 - ex-FACIM
20 19 Área multifuncional (habitação, comércio e serviços)
Áreas vazias
Área Mista (comércio e serviços)
Área habitacional consolidada de alta densidade
Área de Usos Especiais - Porto de Maputo Verde urbano de parques e jardins
Verde urbano de Enquadramento e Protecção Área de Equipamento de Utilidade Pública
O uso do solo actual é caracterizado por uma predominância de áreas mistas e equipamentos de utilidade pública. É notável a escassez de áreas habitacionais na nova baixa da cidade excepto ao longo da Av. 25 de Setembro. Um enorme espaço vazio ocupa o palco central numa zona previlegiada em frente ao mar. Por conta deste tecido e dos usos actuais existe uma certa monotonia nesta área. Existe muito potencial que não está a ser aproveitado e de certa forma condiciona certos espaços e usos, principalmente no que diz respeito aos espaços públicos como parques e jardins.
Escala: 1:25000
Abertura e reintegração do Porto de Maputo ao público
Destruição das barreiras para dar espaço a edifícios multifuncionais
Proximidade a área histórica da cidade
Insegurança por falta de actividades
Forte potencial turístico e
nocturnas (excepto pelo fim-de-semana)
impulsionador da economia,
e iluminação
criação de actividades
Espaços vazios e abandonados
Promenade já definida e Realização de actividades culturais e festivais ao Despejo de resíduos e
longo da Av. 10 de Novembro
poluição do mar
Conexão de espaços públicos e jardins Degradação da ponte cais e
já existentes, conectar (greenway)
constante avaria de ferryboats Degradação e má conservação de locais de lazer Perigos de deslizamento de terra Acidentes de viação ao longo
Forte potencial
da Av. Marginal
turístico e impulsionador da
Insegurança por falta de
economia
actividades nocturnas (excepto pelo fim-de-semana) e
Vista panorâmica para a
iluminação
Espaços vazios e abandonados
baía da cidade
Destruição das
Realização de actividades culturais e
barreiras para dar
festivais ao longo da Av. 10 de
espaço a edifícios
Novembro
multifuncionais
Espaços abandonados, resíduos sólidos
Equipamentos públicos,
espalhados e infraestrutura antiga
restauração e recreação
Insegurança por falta de iluminação, espaço para pedestres
Actividades recreativas de Desaparecimento do balneário de praia
praia
Destruição das
Retorno do balneário de
barreiras para dar
praia e resiliência costeira
espaço a edifícios multifuncionais
Constrangimentos & Potencialidades A análise do local permitiu a realização de um diagnóstico onde vários factores foram observados ao longo da área de intervenção. Uma análise Swot (Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats) foi realizada compilando estes factos e os relacionando no mapa. Dentre eles, destacam-se os constrangimentos e as oportunidades que a orla apresenta. Esta análise permite ter uma noção dos principais problemas que se verificam na área e que precisam de ser pensados, resolvidos e reintegrados.
Escala: 1:25000
51
tu
Ca
lo
pĂ
O Papel do Planeamento Participativo no desenho urbano O processo de planeamento participativo onde as pessoas dão a sua opinião e participam activamente nas decisões que irão influênciar a sua vida através de transformações na cidade é hoje em dia um factor muito importante. A consulta pública, que foi também
A cidade de Maputo tem todas as condições para ser
fundamental no momento de elaboração da visão que
uma das mais bonitas cidades de África. É uma cidade em
guia este plano incluiu a realização de um inquérito
evolução diária e esta evolução dá um ar positivo a
público online. Neste, as pessoas podiam dar a conhecer
cidade.
as suas ideias que farão parte de possíveis cenários para o desenvolvimento futuro do waterfront de Maputo.
Este documento foca primeiramente na vida, nos espaços e na frente marítima que os moradores da Cidade de
O inquérito foi pensado como uma estratégia que
Maputo desejam para o futuro. Por uma frente marítima
pudesse ter um significado e que pudesse apontar em
mais resiliente e democrática em que os cidadãos possam
direcções concretas para auxiliar na elaboração do
colaborar no processo de transformação deste local.
desenho do plano. Os comentários e as ideias recolhidas neste processo foram usadas para guiar este processo de exploração das potencialidades da área de intervenção.
e as respostas foram de carácter anónimo. É um instrumento que ajudou a moldar a Visão e delinear
A natureza imediata da interacção online permitiu atingir uma faixa etária mais jovem que mostra-se interessada em pensar como será o waterfront de Maputo daqui há 30 anos.
Este inquérito foi realizado meramente para fins didáticos
estratégias para a transformação do Waterfront. POR UM FUTURO PARTICIPATIVO EM QUE AS PESSOAS POSSAM CONTRIBUIR PARA A SUA CIDADE.
COMO VOCÊ IMAGINARIA
O FUTURO DO WATERFRONT DA CIDADE DE MAPUTO? 53
O que acha que um espaço público agradável deve ter?
muito pouco atractivos para qualquer pessoa
perguntas foram colocadas. Entre elas, perguntas de
que lá passe.
múltipla escolha e abertas, onde se pedia a opinião das pessoas sobre alguns espaços da cidade, suas condições de
Não é verdade dizer que a cidade não possui
trabalho, novos empreendimentos e o que gostariam que
pessoas
responderam ao inquérito
certas actividades, pois estes espaços existem.
do waterfront se tornassem.
Apenas encontram-se mal conservados pelo
3,8%
próprio cidadão que deposita o lixo no chão
46+ anos
tendo uma lata de lixo mesmo à sua frente. É
3 pessoas
também uma questão de civismo e educação.
54,5%
11,6%
77
espaços públicos e jardins para a prática de
certos espaços abandonados e sub-aproveitados ao longo
8 pessoas
cidade é a falta de higiene e limpeza dos nestes espaços, eles tornam-se inseguros e
moradores da cidade de Maputo, onde um grupo de 10
36-54 anos
públicos existentes principalmente na baixa da mesmos. Aliada a falta de iluminação adequada
Foi realizado um inquérito online e cara-a-cara para os
10,3%
Um dos grandes problemas nos espaços
Devemos tomar consciência que estes espaços são nossos e desenvolver um espírito de comunidade.
18-24 anos
desconhecidos
42 pessoas
"Deve ser limpo com cores vivas e agradavel, actividades de lazer e culturais."
A preservação e manutenção de espaços
9 pessoas
públicos não depende apenas dos municípios, depende de uma colaboração entre estes e os cidadãos.
19,4%
8,4
25-35 anos 15 pessoas
% 6 pessoas
"Tem grande
39,4
potencial turístico"
28 pessoas
INTERESSANTE mas abandonado e mal aproveitado."
54
Fig.21 Imagem aérea da cidade de Maputo
% 6 pessoas
33,8 %
"Pode transformar-se
"Potencial para espaço
num centro comercial e
público de lazer e
de negócios."
recriação, playground, jardins e exercícios."
%
"É um espaço
8,4
antiga FACIM
LIMPO 100% das pessoas que responderam ao inquérito acreditam que acima de tudo o espaço
"A questão não é o que deve ter mas sim como deve ser tratado, pois o espaço público é para todos."
"Deve ser um espaço de pertença e que seja empático para as pessoas. Deve me representar."
"Um espaço público deve ter condições suficientes para receber crianças, jovens, adultos e idosos."
público deve estar sempre limpo e organizado, e que isto contribuiria para o seu melhor uso e atractividade.
"Lugares onde sentar, espaços para observar a paisagem, seguros e bem iluminados, espaços para conversar, ler e exercitar, com sombra natural e vegetação, edifícios de restauração acessíveis, ginásios a ceu aberto, espaços para pic nics, lanchonetes."
SEGURO/BEM ILUMINADO 98% das pessoas querem espaços bem iluminados e que sejam seguros tanto de dia como de noite, para que possam ser aproveitados ao máximo ao longo do ano.
ACTIVO
95% das pessoas gostariam que os espaços públicos fossem projectados para todas as faixas etárias e que estes sejam activos e
6,5%
tenham barracas de snacks, lanchonetes, quiosques, espaços para picnic, lugares a sombra para sentar, observar, tomar algo,
5 pessoas
93,5%
conversar, brincar, caminhar e exercitar-se.
72 pessoas
SENTEM QUE AS PESSOAS NÃO CUIDAM DO ESPAÇO PÚBLICO
Cuidar de espaços públicos e jardins torna-se um verdadeiro desafio na nossa cidade, onde boa parte dos jardins activos precisam de ser mantidos através de uma parceria públicoprivada. São exemplos o Parque dos Poetas, Jardim Tunduro, Jardim Dona Berta, Jardim dos Namorados e Jardim dos Professores. É preciso sensibilizar uma colaboração entre as pessoas e as instituições públicas. Só assim podem-se manter e conservar os espaços públicos e jardins depois de abertos, onde a boa gestão destes lugares pode contribuir para o seu bom uso e sucesso durante muitos mais anos.
55
O que é que a requalificação da Av. Marginal aquando do PPU Marginal 2015 veio acrescentar à cidade de Maputo?
98,7% DAS PESSOAS DISSERAM QUE ANDARIAM A PÉ DESDE A PONTE CAIS DE TRAVESSIA PARA A KATEMBE ATÉ AO HOTEL GLÓRIA SE EXISTISSE UM CORREDOR CONTÍNUO SEGURO COM MUITAS ACTIVIDADES E MAIS FOCADO AOS PEDESTRES
A requalificação da Av. Marginal é recente (2015) onde o PPU Marginal e a construção da Estrada Circular de Maputo vieram acelerar este processo. Neste plano, além de organizar o modo como as pessoas devem construir ao longo da marginal, foi considerada uma parte do waterfront e que acções tinham de ser tomadas para recuperar aquele espaço. Em 2015, toda aquela àrea a partir do viaduto Alcântara Santos até ao bairro dos pescadores estava com sérios problemas de erosão costeira, destruição dos passeios, árvores mal cuidadas, espaços abandonados como o ATCM
A voz de quem vive a orla marítima no seu dia-a-dia
e espaços pouco limpos e inseguros. É notória a grande
À primeira vista parece um simples trabalho
diferença daquele espaço depois das obras de construção
artesanal, mas a venda do sumo de cana-de-
da circular que veio melhorar as infraestruturas naquele
açúcar com gotinhas de limão e pedras de gelo
espaço.
já deixou de ser novidade na marginal.
Hoje, a àrea da Marginal que atravessa o bairro da Costa do
Segundo os vendedores, aos fins de semana o
Sol é activamente usada pelas pessoas para caminhar, fazer
negócio corre muito bem, especialmente aos
exercícios, estacionar, jogar vólei na praia, futebol, nadar,
domingos. Há quem trabalha há 10 anos e quem
vender souveniers turísticos, beber uma água de coco,
está apenas há 2 semanas, mas o consenso é
comer um churrasco e participar de eventos culturais e
mútuo, o negócio é rentável.
"Quando a temperatura é baixa, o volume
musicais. A Marginal começa então a ganhar uma nova face e os cidadãos aprovam esta nova imagem da cidade.
de negócio regista uma redução. Quando há muito calor conseguimos vender bem. Nos dias de intenso calor, chegamos a trabalhar até às 21.00 horas." JOSÉ
A economia informal emprega entre 70 a 85% da população moçambicana
A maior parte dos apreciadores deste sumo são cidadãos que se fazem à marginal para ver o
O comércio informal é um dos pilares
A requalificação da Marginal na Costa do Sol melhorou e
mar, se exercitar ou pescar. Infelizmente as vezes
para o sustento de várias pessoas e
muito a imagem da cidade de Maputo, transformando-a de
a paragem de uma viatura para compra do sumo
quem passeia pelas principais artérias da
um espaço pobre que sofria graves problemas de erosão
tem implicações no fluxo do trânsito e devido à
cidade, depara-se em cada esquina com
para um espaço acessível a todos, rico em actividades e
inacessibilidade da área os vendedores tiveram
um vendedor ambulante, principalmente
usos.
de ajustar os seus horários e trabalham mediante
na baixa da cidade, onde o comércio
uma escala.
informal impera. Ao longo da Av. 10 de
70.1% (54 pessoas)
MELHOROU A IMAGEM DA CIDADE
47.9% (34 pessoas) ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER
39.4% (28 pessoas) MAIS INVESTIMENTO NO TURISMO
36.6% (26 pessoas) PROTEÇÃO DA ÁREA COSTEIRA
18.3% (13 pessoas)
56
PRAIA MAIS LIMPA
Novembro e da Rua de Ngungunhane pode-se observar desde a venda de chinelos, telemóveis e carregadores, fruta, refrescos, utensílios para carros, bolinhos, crédito, etc.
JOAQUIM, 32 ZAMBÉZIA
Fig.22 Sr Joaquim, vendedor de sumo de cana-de-açúcar na Av. Marginal
90MT Sumo de cana-de-açúcar
12h 18h Horas de pico
+ 40% dos vendedores de cana de açúcar na marginal não são da cidade de Maputo
Fig.23 e 24 Sr Fernando e Sr Tinga, vendedor e pescador FERNANDO, 23 VENDEDOR AMBULANTE
"Sou novo aqui, trabalho há duas semanas e vim da Zambézia. Este negócio atrai as pessoas, costumam vir a pé ou de carro. As vezes é difícil os carros pararem e de manhã não há muito negócio, só a partir da tarde. Gostaria que fosse mais limpo e que as pessoas andassem mais a pé para comprar no meu negócio. É difícil calcular quanto levo para casa, mas nos dias de movimento, como nos domingos, consigo uns quatro mil."
"Para mim não tinha que se mudar nada, temos bom movimento, temos luz a noite e existe um posto policial aqui atrás. Assim está bom."
"Andamos nessa zona todo dia porque as pessoas que sobem barco para katembe compram connosco. Vendemos bolinhos e pão, costumamos cobrar 10mt."
LUÍS VENDEDOR DE SUMO DE CANA-DE-AÇÚCAR
"...é sujo este local, deveria ser mais limpo. Gostaria que ajudassem no meu negócio com boas redes e cordas para pescar. Vendemos a mercadoria nos bairros, mas gostariamos de vender aqui na praia." TINGA, 36 PESCADOR
57
Qual será a identidade do Waterfront de Maputo no Futuro? A cidade de Maputo cresce a cada dia que passa e as construções emergentes são a prova que as pessoas têm de começar a pensar no que gostariam que a cidade se transformasse. O planeamento participativo é sempre muito importante no momento da realização de planos e operações urbanísticas que eventualmente alteram a imagem e identidade da cidade. Pensar na nossa identidade hoje e em como queremos ser no futuro é muito importante. A cidade é vivida pelas pessoas e não há ninguém
33,7%
melhor para identificar os principais problemas e
26 pessoas
ajudar a encontrar soluções que possam beneficiar a
Preferem espaços de
todos que os próprios cidadãos.
jardim, espaços para sentar, descansar, em sombra, observar
"Iria melhorar a imagem da cidade de Maputo, esta se tornaria num local mais agradável e prazeroso de se viver e andar." As pessoas sentem que do que já existe é recomendável melhorar:
23,3% 18 pessoas
Querem equipamentos de lazer, restauração, culturais, actividades físicas e playgrounds
7,8% 6 pessoas Acham importante colocar
37.6% (29 pesso CONEXÃO COM BARREIRAS MAI
48% (37 pessoas) MAIS ESPAÇOS CULTURA RESTAURAÇÃO E COMÉR
sanitários fixos públicos em certos pontos
66.2% (51 pessoas) MANUTENÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS E LIMPEZA DA CIDADE
53.2% (41 pessoas) DESPOLUIÇÃO DAS ÁGUAS DO
55.8% (43 pessoas) PRIORIZAÇÃO DOS PEDESTRES - MAIS Á
56.3% (40 pessoas) ATRAIR O TURISMO LOCAL E INTERNACIONAL 49.3% (36 pessoas) MELHOR ACESSO AO PÚBLICO 38% (27 pessoas) MAIS EMPREGOS 35.2% (25 pessoas) CONEXÃO COM O RESTANTE DA CIDADE
58
67,5% (52 pessoas) ÁREA MAIS LIMPA E SEGURA 70.1% (54 pessoas) MAIS PARQUES E JARDINS COM ÁREAS PARA EXERCÍCIOS FÍSICOS, DESCANSO E RELAXAMENTO
"Iria motivarde casa e me d segurança de s marginal."
44%
34 pessoas
das pessoas que responderam o inquérito disseram que estas mudanças iriam melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida na cidade de Maputo
"Apenas me orgulharia de viver cá uma vez que a cidade é nossa, a gente deve cuidar do que é nosso."
oas) M O MUSEU E ESCADARIAS DAS IS SEGURA
As pessoas disseram o que gostariam que a frente marítima tivesse no futuro e quatro pontos foram fundamentais, onde consideram que irão beneficiar destas mudanças directamente:
AIS PARA EVENTOS, RCIO
MAR
ÁREAS PARA CAMINHAR
-me a sair mais daria mais sair pela
Melhores condições
Existiriam espaços mais
Recolha e gestão de
As pessoas não teriam
de vida através da
agradáveis para
resíduos sólidos,
que disputar os
criação de uma
passeios, permitindo
educaçao cívica e
passeios com os
cidade segura onde
maior acesso ao
colocação de
automóveis, criando-se
as possas possam se
exercício físico e
cartazes informativos
assim parques próprios
movimentar e acessar
caminhadas, em prol
para estacionar os
qualquer espaço de
da saúde e melhor
veículos privados
dia e de noite
qualidade de vida
"Estas mudanças afetariam a nossa auto-estima como citadinos, talvez a partir daí começariamos a valorizar o que é nosso."
"Iria ter mais oportunidades de aproveitar o que é nosso e não ter de viajar para encontrar tais coisas propostas noutros lugares, contribuindo assim para o crescimento económico do país."
"O orgulho de falar do meu país apontando elementos na minha cidade em vez de praias e resorts noutras regiões do país que nunca estive." 59
60
tu
Ca
lo
pĂ
Visão " Em 2050 a orla marítima
da cidade de Maputo será um destino público por excelência; vibrante e acolhedor com uma diversidade de negócios, actividades e usos para todos.
62
"
Da visão ao plano As questões identificadas no diagnóstico e análise do local bem como o inquérito realizado foram factores determinantes no desenvolvimento da visão. Esta visão é seguida por uma série de princípios e estratégias. Juntos, eles estabelecem a estrutura para responder às questões e oportunidades identificadas no diagnóstico, onde uma abordagem sustentável é imperiosa, considerando principalmente factores como o sea level rise e as mudanças climáticas. A visão compartilhada para o futuro do Waterfront é que este se transforme num lugar que é valorizado pelos habitantes locais, seja activo e acolhedor para os visitantes. Que este seja um gateway para a cidade, um local seguro, confortável e confiável, tornando-se num destino por si só. Os principais elementos do programa incluem: uma promenade (andar, correr, sentar, passear ocão, etc); cliclofaixas (andar de bicicleta, rollerblade, patins); novas vias e streetscape (estacionar, atravessamento, sinalização); preservação do habitar natural (praia, barreiras, espécies arbóreas); comércio e retalho (cafés, restaurantes, lojas, comércio de rua); actividades da baía (pesca artesanal, actividades do porto, cruseiros e marinas); espaços públicos (playground, piquenique, banhos de sol, concertos, ginásios, miradouros); habitação e infraestruturação (aumento das redes de drenagem, saneamento e abastecimento).
63
O melhor cenário para implementação da visão O cenário a ser desenvolvido procura incluir um pouco de cada uma das opções abaixo. Nas revitalizações de waterfronts de sucesso, um dos elementos mais comuns utilizado como estratégia para dar vida a espaços 'adormecidos' é o chamado mixed use, onde um pouco de cada sector e de cada uso é equacionado para formar um local diverso, vibrante e animado. É de notar que nem sempre o uso misto é o que assegura o sucesso deste tipo de intervenção, mas quando bem equacionado e pensado de acordo com a característica de cada espaço, pode ser o catalizador do desenvolvimento de uma cidade.
1 2 3 4 64
Alto investimento no turismo, unidades hoteleiras, centros comerciais de topo e restauração
O cenário escolhido: Uso Misto O cenário escolhido para materializar a visão para a revitalização da orla marítima da cidade até 2050 é o
Reforço e consolidação de um business center com escritórios, instituições governamentais e privadas e serviços
misto, onde as quatro alternativas são levadas em conta em conjunto e não separadamente. O investimento nos espaços públicos, parques e praças, áreas pedonais e cicláveis, a protecção de áreas ecologicamente sensíveis, o impulsionamento do turismo local e internacional, o investimento no comércio e restauração como factores atractivos e a localização de serviços, escritórios e novas
Investimento nos espaços públicos, parques e praças, áreas pedonais e cicláveis, protecção de áreas ecologicamente sensíveis
Investimento em complexos habitacionais e em diferentes tipologias
habitações é o cenário ideal para levar a diante este plano.
"Para compreender as cidades, precisamos admitir de imediato, como fenômeno fundamental, as combinações ou as misturas de usos, não os usos separados." Jane Jacobs
65
O pla
O plano de revitalização Os waterfronts são projectos de longo prazo e a revitalização é um processo contínuo. Uma visão forte e focada ajuda a gerar
objectivos, princípios e estratégias claras que se vão materializar com o desenho do plano. Este tipo de proposta de desenvolvimento urbano muitas vezes se estende por décadas por serem várias intervenções numa área consideravelmente grande. Portanto, é importante que a visão orientadora seja adaptável e dinâmica. Pretende-se que as principais atrações turísticas sejam o Porto, a Feira Popular, a Promenade, os Miradouros, Parques e Jardins e
espaços compartilhados. Um dos primeiros fatores relevantes a destacar é a necessidade de se considerar a escala humana para espaços deste tipo com características turísticas muito fortes. As intervenções de escala monumental podem até se mostrar positivas num primeiro momento, promovendo um aumento súbito de visitantes ou a reabertura de estabelecimentos comerciais, mas podem ser efêmeras se problemas urbanos mais complexos não forem resolvidos e reaparecerem desvalorizando novamente a área.
Embora a habitação ganha um papel importante principalmente
A necessidade de reinventar certos espaços que compõem a área em estudo permite uma maior exploração e criação de novas atrações com foco nos pedestres. A acessibilidade por parte das pessoas a pé é um fator interessante, pois requer uma reorganização do espaço para poder ser o mais circulável possível. É importante planear a frente marítima para ser um espaço multiusos e multifuncional coerente e de concordância com certas estratégias de sustentabilidade e promoção urbana, tendo a água como elemento central. O projeto não só trará um grande impulso econômico para a área e oferecerá mais e melhores instalações de lazer, mas também ajudará a promover um renovado sentimento de orgulho entre os residentes locais, introduzindo um desenvolvimento de classe mundial para este local. Daqui há 10, 20, 30 anos, espera-se que com este plano e o seu programa, quase 5 mil pessoas sejam empregues em variadas actividades, negócios e serviços.
na secção 2, o desenvolvimento residencial não pode dominar por completo waterfronts, pois tende a privatizar um espaço que
Espera-se reinventar os espaços para melhorar principalmente o
normalmente fica cheio de pessoas. Eles são os locais de
acesso público ao longo da orla, melhor acessibilidade do
festivais, mercados, festas como queima de fogos de artifício,
pedestre e segurança, novos parques e espaços abertos e mais
shows e outras actividades de alta energia. Para os espaços
eventos e actividades. Isto tudo so será possível se formos
habitacionais, diferentes tipologias habitacionais deverão ser
considerar a área proposta como um destino. Isto para dizer que
fortemente consideradas, juntamente com edifícios de
embora a caminhada seja a actividade mais comum, a área não
escritórios, restauração, hotelaria e de estacionamento.
deve ser vista como um caminho - mas sim como um destino que deve atrair moradores e visitantes.
A frente marítima por ser um espaço tendencialmente
66
espontâneo não se pode determinar apenas dois ou três usos e
A proposta é criar uma rede bem definida de locais para
sim criar condições para que esta espontaniedade e criatividade
atividades de "permanência" e ao ar livre. É usar uma
do uso espacial possam ser factores recorrentes e fundamentais
abordagem de design coesa principalmente nos materiais para
na permanência das pessoas nos espaços públicos como a
criar um senso autêntico de lugar, que apela para todas as faixas
promenade, as ruas compartilhadas, parques, praças e jardins.
etárias e condições sociais para garantir o acesso universal.
"O desenvolvimento sustentável é um desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades." (Relatório Brundtland, Nações Unidas, 1987, p. 37).
67
Estacionamento É incentivado o estacionamento compartilhado nas ruas,
Sinalização
bem como a sua diminuição ao longo de certas áreas para estímular as pessoas a andarem a pé ou a usarem
As principais alterações encontram-se na definição de
bicicletas. O estacionamento público é localizado
faixas de atravessamento, o aumento de tamanho em
relativamente próximo de onde as pessoas querem estar,
àreas com grande fluxo pedonal, sinalização para ciclistas
sem comprometer a experiência ao longo da orla. Por
e espaços de 'descanso' de pedestres. Em locais muito
isso é que a nova estratégia de estacionamento procura
movimentados como a Av. 10 de Novembro e Av. 25 de
indicar os maiores espaços de estacionamento antes de
Setembro, faixas de 8-10 metros são propostas; locais de
se chegar à promenade, onde o número de veículos é
movimento razoável 5-8 metros e em ruas pouco
controlado e limitado.
movimentadas 4-5 metros.
Passeios São propostos passeios exclusivamente para os pedestres (e eventualmente ciclistas, skatistas), de uma forma contínua. São oferecidas generosas faixas de domínio do pedestre e amplas oportunidades para sentar, caminhar, andar de patins, andar de bicicleta, observar as pessoas. Nestes, segundo o conceito de ruas completas aplicado, estão delimitados os espaços para vegetação, arborização, restauração, circulação e mobiliário urbano. Ciclofaixa É proposto um circuito de ciclofaixas unidirecionais que acompanham em grande parte a promenade, partindo da Ccosta do Sol até a baixa da cidade. Com uma largura de 2 metros, permitem o cruzamento de duas bicicletas ao mesmo tempo, assim como outros utilizadores como patinadores. Ruas Compartilhadas Devido a demanda por acesso veicular em algumas ruas por se encontrarem habitações e a necessidade de estacionar, secções de algumas ruas foram declaradas de acesso exclusivo ao pedestre. Portanto, o automóvel tem acesso até um certo trecho, onde depois deixa de dividir o espaço com ciclistas e pedestres. Estas ruas estão localizadas perto de equipamentos públicos como a feira popular e o repinga, áreas comerciais e de restauração.
68
Iluminação O tipo de iluminação foi escolhido de acordo com a função do lugar, a capacidade de acolher certas quantidades de pessoas, o tipo de movimentação e o tempo de permanência. Quatro principais tipos de iluminação foram selecionados: - a luz focal: principalmente para os edifícios e espaços abertos - a luz intermédia: que estará presente em caminhos pedonais, principalmente em parques e jardins - a luz de estrada: para os caros e faixas de rodagens, em grandes postes de luz - luz para pedestres: luzes mais ínimas e controladas, ornamentais, encontradas na promenade e espaços de restauração ao longo da orla Comércio informal Os espaços criados principalmente na promenade e nos jardins permitem a circulação em espaços determinados para os comercientes 'informais'.
O Pedestre As estratégias propostastêm como foco o pedestre, para incentivar as pessoas a caminharem e apreciarem estas áreas turísticas atractivas. Mobiliário Urbano e materiais Elementos como bancos, vasos, canteiros, rampas para deficientes, bike racks, são os mais comuns ao longo dos passeios e áreas públicas. Os materiais propostos devem ser duráveis e de boa qualidade, para que sejam adequados ao ambiente marítimo, tenham uma longa vida útil e manutenção periódica mínima. Para os pisos em certas áreas comuns e nos passeios é proposta pavimentação permeável para promover a coleta de águas pluviais. Identidade Daqui há 30 anos Maputo vai mudar de identidade e é necessário que nos asseguremos que esta identidade seja melhor que a de hoje, por uma Waterfront mais limpa, organizada, menos poluída e dominada pelos veículos, com mais espaços de lazer e áreas de negócio que permitam fazer crescer a economia desta área. Miradouros Serão pontos turísticos e de apreciação panorâmica da cidade, onde as podem admirar a paisagem, tirar fotos, e usar como meio de conexão entre a baixa da cidade e a parte alta da cidade.
As barreiras Certas áreas identificadas das barreiras correm o risco de deslizamento de terra, por isso é proposto o aumento das alturas dos muros de contenção em certas áreas e a localização de mirantes nestes pontos, obrigando assim a uma intervenção nestes locais. É proposto o controle da vegetação e das águas da chuva por uma malha metálica onde depois virá por cima a vegetação baixa, não permitindo o arrastamento pelas águas da chuva. Arborização A sensação climática quando percorremos a marginal é um factor importante e mencionado no diagnóstico da área, onde um dos principais factores negativos é a falta demais locais arborizados e em sombra. Coqueiros, Acácias, Magnólias, relva, arbustos (beija flor), árvores de pequeno porte, vasos e canteiros irão complementar a vegetação nas ruas. Os coqueiros principalmente na promenade, com o acréscimo de elementos ornamentais ao longo dos passeios, maior organização e definição das àreas a localizar.
Promenade Uma orla vibrante irá gerar actividades durante todo o ano e fornecer novas comodidades para residentes, trabalhadores e visitantes. A área da orla tem potencial para hospedar eventos importantes em toda a cidade, incluindo festivais de música, feiras, reuniões públicas, maratonas, etc. A arte pública também pode desempenhar um papel importante no placemaking, enriquecimento cultural e interpretação da história natural e cultural desta área para residentes atuais e futuros, e um exemplo claro são as esculturas de animais na Praça Robert Mugabe. Permeabilidade do solo Em áreas pavimentadas serão usados pavimentos permeáveis com excepção das faixas de rodagem, nos passeios canteiros serão localizados para absorção da água da chuva e nos lotes também se localizarão áreas verdes para poder absoerver e mandar para o sistema de drenagem menor água possível. Nos edifícios as águas da chuva serão reutilizadas para tarefas como lavagem de carros, rega, etc.
Os jardins Novas actividades serão adicionadas aos jardins, nomeadamente o Repinga, Jardim dos Trabalhadores, Jardim da Ponta Vermelha, onde o espaço verde convive com espaços de jogos, playgrounds e equipamentos de restauração.
69
Conceitos & Design do plano ACESSIBILIDADE DAS VIAS (O AUTOMÓVEL) A malha viária existente irá manter-se, uma vez que esta é uma parte já consolidada da cidade em que as
STREETSCAPE: RUAS A REVITALIZAR
conexões e ligações veículares entre a baixa e a marginal são feitas principalmente por 5 avenidas,
As ruas e avenidas que atravessam a área de
nomeadamente: Vladmir Lenine, Samora Machel, 25
intervenção necessitam de melhores cuidados para
de Setembro, 10 de Novembro e Marginal.
poderem se transformar em ruas completas. São estas vias que nos levam aos espaços e dependendo de vários factores como a segurança no trânsito, a sinalização, acessibilidade, mobiliário urbano e arborização, capacidade para caminhar, estacionar e as infraestruturas, podemos definir se estas realmente cativam as pessoas acaminharem por elas. As ruas identificadas carecem de alguns destes factores, principalmente se queremos ter uma cidade mais atrativa, é necessário olhar para estes factores ao realizar o desenho urbano.
CONEXÃO COM A ÁREA HISTÓRICA E COM A CIDADE As principais avenidas que atravessam esta área são muito importantes na destribuição do trânsito, assim como na conexão com a área histórica da cidade que é muito visitada pelos turistas. Dai a necessidade de equilibrar o espaço do pedestre com o espaço do automóvel para permitir uma maior circulação a pé em certos espaços.
São propostas também ciclofaixas, formando um circuito que parte da Costa do Sol a baixa da cidade, onde estas se localizam primeiramente nas vias destribuidoras. Isto para prover infraestrutura adequada e incentivar um diferente modo de transporte numa àrea turística e que necessita ser apreciada melhor sem ser dentro da velocidade dos carros.
ACESSIBILIDADE DAS VIAS (O PEDESTRE) & Ciclofaixas O pedestre terá prioridade na acessibilidade e circulação dos espaços maioritariamente públicos. Para incentivar a circulação onde verifica-se a maior concentração de pedestres, são propostas vias compartilhadas, onde uma parcela destina-se apenas a andar-sea pé. Os passeios foram também alargados eas faixas de rodagem diminuidas, o que contribuirá para a diminuição develocidade e maior segurança dos peões.
70
Escala: 1:20000
O NOVO EDIFICADO Do edificado a ser demolido fazem parte armazéns, edifícios e estruturas velhas que encontram-se abandonadas ou sub-utilizadas. Em boa parte das infraestruturas demolidas, é proposto um upgrade de certos equipamentos, onde estes terão seus espaços melhor organizados com o surgimento de 59 novos lotes.
A PROMENADE
ESTACIONAMENTO PÚBLICO
Este espaço contínuo e ininterrupto ao longo da orla
O estacionamento tanto público ou privado são fundamentais a serem considerados quando
marítima inicia-se no Porto de Maputo até a costa do sol,
um dos principais objectivos é voltar a devolver principalmente os passeios ocupados pelos
onde conecta vários espaços e actividades ao longo do
veículos aos pedestres. Em áreas de maior fluxo e concentração de pedestres são localizados
mesmo. É um espaço que permite a circulação dos
os silos automóveis, para que as pessoas possam aproveitar a promenade sem ter um
pedestres e que ganha uma outra face por abrir espaços
excesso de viaturas ao redor.
que actualmente encontram-se fechados e privatizados. As vistas de água também fazem parte do caráter da área, e muitas das propostas do plano como os mirantes, os decks e a promenade permitirão um maior acesso público para apreciar as vistas tanto para o mar como para a Katembe. Proporcionar acesso público melhorado à água por meio de locais específicos e frequentes ao longo da orla, onde as pessoas podem acessar, sentar, observar e participar ativamente é importante.
Escala: 1:20000
71
Iniciativa VAMOS LÁ PEDALAR São propostos +11Km de ciclofaixas unidirecionais com a largura de 2 metros que atravessam principalmente a promenade, onde as pessoas são chamadas a trocar os seus veículos por um modo de transporte menos poluente. Pode-se também estimular ao uso das bicicletas nos fins de semana para fins recreativos.
72
Fig.25 Moçambique, uma das estrelas ascendentes de África. - Foto tirada por Alex Bramwell
Iniciativa VAMOS LÁ CAMINHAR Todos são pedestres. Caminhar faz parte do dia de cada um de nós e é uma forma básica de mobilidade. Por isso é necessário começar a pensar numa cidade em que as pessoas possam escolher caminhar mais, pedalar mais envés de apenas usar o automóvel particular para se mover de um local para o outro e podemos começar fazendo isso ao pensar em infraestruturas necessárias para poder atrair as pessoas e fazê-las caminhar. 1. O primeiro ponto de partida é nos certificarmos se os passeios estão em boas condições e se os caminhos são acessíveis a todos e claramente identificáveis 2. O segundo é prevenir que os automóveis ocupem os passeios principalmente em áreas de grande movimento 3. Verificar se existe sinalização de suporte adequada ao pedestre como semáforos, passadeiras, mapas da cidade, informação sobre certos lugares históricos
Fig.26 Vista da Praça 25 de Junho
73
74
Fig.27 Ponte Cais de Maputo
Pessoas Papel social Acesso público
Vibrante
Confortável e sociável
Ambiente & Sustentabilidade Resiliente
Continua
Conectada & Aberta
Desenvolvimento económico e investimentos Productiva
Diversa
Destinos Atractivos
Proteger as barreiras
Princípios gerais
Pessoas Papel social
Ambiente & Sustentabilidade
Desenvolvimento económico e investimentos
ACESSÍVEL E INCLUSIVA – Para que pessoas
LIMPA E ORGANIZADA – Deve contribuir para o
de todas as idades e condições físicas
ECONOMICAMENTE VIÁVEL – Dodas as
ambiente, com espaços limpos, organizados e
consigam aceder ao espaço.
camadas sociais devem poder usufruir de
seguros, recolha de resíduos e cartazes
todos os espaços, provendo oportunidades
informativos
para o uso eficiente de recursos.
para sentar, uma vista agradável e outros
CULTURAL – Deve valorizar o patrimônio cultural,
atributos que tornam mais convidativos os
DIVERSA – Deve suportar um mix de usos
promover eventos e ser culturalmente consciente
lugares voltados a comunidade e onde as
privados e públicos, activos ao longo do ano,
na preservação das nossas riquesas patrimoniais.
de dia ou noite, é importante equilibrar uma
CONFORTÁVEL E SOCIÁVEL – Com lugares
pessoas podem se encontrar.
variedade de interesses na criação e CONTÍNUA – Deve permitir uma continuidade
implementação de uma visão.
CARÁTER E IDENTIDADE - Os moradores
através de espaços pedonais, greenways,
querem garantir que os novos
parques e jardins, promenades, mirantes etc. O
desenvolvimentos se encaixem no carácter
ACTIVO E ATRACTIVO – Deve oferecer
acesso do público deve levar a pontos de destino
existente, permitindo que a orla permaneça
diferentes actividades, onde a paisagem deve
claramente definidos.
proteger e realçar espaços distintos e
autêntica. Desenvolver uma variedade de
memoráveis. Deve ser activa tanto de dia
acesso público e espaços abertos que
ABERTA – devem-se manter as vistas ao mar,
oferecem muitas oportunidades de lazer e
procurando não criar barreiras visuais que
aprimoram outros usos ao longo da orla.
interfiram nessa conexão.
como de noite.
75
Estratégias para a implementação do plano
Dar suporte ao ciclismo e a caminhada
Usar parques para conectar destinos, não
Construir sobre o contexto olhando para os
como destinos em si
espaços públicos
Parques ou esplanadas não servirão como o
Visualiza-se uma rede de espaços públicos
prioritárias. Orlas voltadas para pedestres e
propósito de toda a orla. As melhores
bem conectados e de múltiplos usos que se
ciclistas são mais inclusivas, portanto encorajar
intervenções usam parques como tecido
ajustem aos objetivos compartilhados por
o uso da bicicleta e acapacidade de caminhar é
conectivo. É necessário abraçar a nossa
todos na criação de espaços vibrantes e
fundamental no plano.
paisagem natural e fornecer actividades
arquitectura interessante.
As conexões dos pedestres serão consideradas
atractivas nos espaços verdes.
Incentivar diferentes modos de transporte
Fig.28 Esquemas do Adelaide Design Manual por Owen Lindsay
Melhorar as ruas como espaços públicos
Integrar atividades noturnas através de um design flexível
As ruas propostas incentivam o investimento no
Ruas são, fundamentalmente, espaços públicos
transporte público e em transporte não motorizado.
das cidades que conectam lugares. São
É importante fornecer um mix diversificado de
O Streetscape permite obter vias mais completas
propostas ruas ideais do ponto de vista do
usos para garantir que o espaço seja animado
possíveis (mais usos e melhores conexões) que
streetscape, onde esta deverá suportar
durante o dia e à noite.
facilitam os acessos a todos pontos.
diferentes modos de transporte e usos.
76
O papel do placemaking no placemaking planeamento das actividades O sucesso do waterfront está na sua capacidade de criar novos lugares para
ESTRATÉGIAS PARA ATIVAÇÃO
pessoas de todas as idades viverem e
DO ESPAÇO PÚBLICO:
socializarem. 1. Proteção e priorização de pedestres e ciclistas
Caminhos para pedestres fornecem uma
2. Suporte à permanência
maneira eficaz e segura de se mover por toda
3. Novos usos e actividades
a área da orla. Independentemente da designação, os caminhos devem ser vivos, dinâmicos e energizados. A programação para
Normalmente, o espaço público é entendido como
o passeio acrescenta uma qualidade dinâmica
o espaço que sobra entre os edifícios. O espaço
ao espaço; experiências sazonais dão nova vida
público é mais que isso,é o local onde as pessoas
ao espaço, mesmo para visitantes frequentes.
vivem grande parte do tempo. É o espaço onde circulam, seja de automóvel ou a pé, é o espaço
Cada uma das cinco secções possui uma
onde se encontram, onde se sentam, onde
identidade diferente. Parte do objectivo
conversam.
principal é encontrar novos usos para a orla. A complexidade dos espaços públicos é tão grande que é praticamente impossível fazer tudo
Este programa de actividades incluí as
certo de uma só vez. Os melhores espaços
actividades realizadas no momento e aquelas
experimentam possibilidades fazendo melhorias de
que são envisionadas para o local, que podem
curto prazo. Pequenas iniciativas, como criar locais
acontecer no futuro nos espaços propostos.
de descanso e sombra, um café, um jardim ou
Estas actividades auxiliam no momento da
pintar faixas de pedestres são exemplos de
criaçao de espaços que se desenvolvem ao
melhorias que podem ser realizadas em um curto
redor de actividades.
espaço de tempo e podem ter um efeito positivo.
Fig.29 Processo de criação da quadra Fig.30 Diagramas do manual Espaço Aberto
77
O poder dos dez A maneira mais eficaz de impulsionar um processo de visão é estabelecer uma meta de criar dez grandes destinos ao longo de uma orla, uma idéia chamada de "Power of Ten". O Power of 10 é um conceito que o PPS usa para iniciar um processo de Placemaking. A idéia é que não basta ter apenas um ótimo lugar no Waterfront - são necessários vários lugares para criar uma waterfront verdadeiramente animada. Um ótimo lugar precisa ter pelo menos 10 coisas para fazer ou 10 razões para se estar lá.
Fig.31 Elementos que contribuem para o placemaking
Project for Public Spaces O Project for Public Spaces (PPS) é uma organização de planeamento, design e educação sem fins lucrativos com sede na cidade de Nova York. O principal objectivo da organização é ajudar as pessoas e cidades a criar e manter grandes espaços públicos que melhoram a vida pública e construam comunidades mais fortes. A abordagem "placemaking" do PPS ajuda os cidadãos a transformar seus espaços públicos em todo o mundo.
78
Ruas a revitalizar e o papel do Streetscape
Streetscape As pessoas passam boa parte do seu tempo nas ruas e estas de certa
forma fazem o carácter da cidade e das zonas onde estão inseridas. Ruas
corretamente pensadas para o pedestre e diferentes modos de transporte e actividades são benéficas para todos: para os moradores, para os
negócios e para a cidade em geral.
A redução de custos e facilidade de implantação são vantagens que viabilizam consideravelmente a
1
existência dos parklets, devido ao seu tamanho relativamente pequeno, baixo custo de instalação e manutenção, e por vezes a natureza temporária da intervenção. Muitas vezes contribuem para promover a convivência na rua. Acessibilidade
Design para
Reconfigurar o
universal
velocidades seguras
espaço viário
Estas ruas ajudam a atrair as pessoas para os espaços exteriores, a atrair turistas e visitantes, e têm um papel
2 3
importante na economia. Todos estes elementos têm impacto na criação e na potencialização de futuros espaços a serem aproveitados. A rua por si só já é
Sinalização do
Ceder mais espaços
Pensar primeiro nas crianças,
trânsito
ao pedestre
idosos e deficientes
uma entidade espacial e não somente aquilo que
Parklets substituindo alguns
reside entre edifícios.
lugares de estacionamento
É importante procurar enriquecer a experiência das pessoas, conectando-as ao ambiente que as rodeia e prover uma gama de oportunidades para encorajar a vida pública e a exploração dos espaços públicos.
Ruas corretamente pensadas para o pedestre e Intersecções
Simplificar a
Analisar a
compactas
geometria das ruas
circulação
4
diferentes modos de transporte e actividades ajudam a atrair as pessoas para os espaços exteriores, a atrair turistas e visitantes, e têm um papel importante na economia. 1. Priorizar o pedestre 2. Criar espaços intuitivos
Acomodar usos
Soluções baseadas
Começar por
diversos
no contexto
espaços pequenos
Absorção das
Passeios
Segurança dos
águas da chuva
confortáveis
pedestres
3. Entender os usos e as prioridades da rua 4. Adicionar elementos de design para influenciar o comportamento e a visão das pessoas
5 Fig.32 Diagramas do Global Street Design Guide
89
"Se as ruas de uma cidade parecerem interessantes, a cidade parecerรก interessante; se elas parecerem monรณtonas, a cidade parecerรก monรณtona." Jane Jacobs
80
O programa espacial O programa foca principalmente nas pessoas e no espaço público, quais actividades podem ser realizadas e se estas ajudarão a dar uma nova face a esta área. Os usos também são importantes pois ajudarão a determinar os principais locais com potencial de transformação e os locais que poderão ser apreciados por todos. Este programa de actividades inclui as actividades realizadas no momento e aquelas que são envisionadas para o local. Os espaços se desenvolvem ao redor de actividades, sejam elas pequenas como sentar e observar como por exemplo praticar desporto ou andar de ferryboat. As pessoas apreciam a diversidade pois assim não se cansarão rápido dos espaços, assim como a diversidade na faixa etária é importante. Restauração, estacionamento, open plaza, bancos, vasos, stairs, balneários (wc), chuveiros ao ar livre, feira e exposição
Edifício de Escritórios do Porto, Restauração, Espaço público - open plaza monumento ou escultura, Maputo Fish Open Market, Estacionamento Público
Melhoria campo de futebol e Vólei court, Mesas Ping Pong, Picnic
Estacionamento, Quiosques, esp. público, mirante, skate, bicicleta
Central C
MAPUTO
Observador marina
Mini Piers, Restauração da Frente de Praia, Quiosques, Estações
4
Coqueiros, acácias, arbustos e árvores de menor porte
Melhoria do estacionamento
Polana Cimento A
Estacionamento, esp. público, Quiosques
Monumento ou escultura
Museu Baixa
Mirante das Escadarias
Offices do Porto Escola de Formação Marinha de Guerra de Moçambique
2 Terminal de Ferryboats , Nova Ponte Cais (pier), Sanitários públicos, Restauração, Quiosques (ambulantes)
Mirante do C. Naval
Food trucks e esp. público
1
O PLANO E S C A L A 1:2 0 .0 0 0
Costa do Sol Beachwalk Bridge
Restauração
Millenium Park, Offices e Retalho, Habitação
Área Histórica
Habitação e comércio
5
ACTIVIDADES e USOS
Organizar contentores, barcos e carros
KATEMBE
Maputo Promenade (mobiliário urbano, exercícios, iluminação, texturas), Wave Tower
Feira Popular, Maputo Ferris Wheel, Restauração e retalho, estacionamento
Habitação
Marina do Porto
Ciclovia Waterfront
Praça, Monumento
Sommershield
Jardim dos Trabalhadores, restauração, Rua do Porto
Ponte MaputoKatembe
Costa do Sol
Edifício de escola de formação da marinha Praça do Porto Ships Watchouse - observação ou guarita Armazém peças e equipamentos
Habitação, Offices, Restauração, Cafés, Hotelaria, Estac. Público, Centro de Convenções, Piers, Shopping Center
Ginásio Repinga, Retalho, Café, Restauração, balneários públicos
Ampliação da Marina do Clube Naval Mirante do Jardim dos Namorados
Mirante da Marina
3 Estacionamento Mirante AS (Alcântara Santos) Pier Alcântara
Quiosques (sumo de cana, souveniers turísticos, food carts)
Pesca artesanal Food carts, baloiços, playground, child library, café Deck, Mesas de jogo, half basketball camp, Restauração, Mini mercado
Ampliação do Maputo Marina, Nova Escola Nautica, Restauração e Escola de Artes, Habitação e Offices, Observatório Atlas
yoga exercício físico - corrida aeróbica andar de bicicleta basquete pingpong vólei skate andar sentar ler observar comer tomar café sorvete fast food - hamburguer, sandes, cachorro food trucks
feira exposição de arte open fish market museu das pescas souvenirs parque sanitários playground (baloiços, treehouse) estacionamento carro e bicicleta pontos taxi jogos (scrabble, xadrez) contentor lixo cestos de lixo recipientes lixo reciclagem pier wood deck miradouros
iluminação: veículos, pessoas, edificado e mobiliário quiosques bancos livres bilheteria ferryboats e mesas picnique barcos & navios cruseiros mesas soltas café artistas de rua vasos decorativos centro de conferências e canteiros com flores e arbustos exposição sombrinhas praia biblioteca kids posts e cartazes, banners, lanchas outdoors barcos de pesca carrossel - rodagrande ferryboats algodão doce cruseiros água de coco piers hotelaria dockland habitação marina casamento natal fim de ano aniversário shows de música exposição arte ano novo marchas corrida são silvestre circuito bicicleta promenade
Escala: 1:20000
parklets sinalização transito festivais bike rack salto a corda feira de saúde passear cão rollerblading picnic tirar fotos
81
SECÇÃO
1
Regulamentação: Planos em vigor na área de intervenção
SECÇÃO
2
2015
Plano Parcial de Urbanização da Marginal
NR. LOTE
ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)
CÉRCEA (m)
No DE FAMILIAS
HABITANTES
1
RESTAURAÇÃO
6,421
0.03
217
4,816
868
4
0
0
2
ESCRITÓRIOS
DESIGNAÇÃO (uso do solo)
ÁREA TOTAL (m2)
5,127
0.42
CAS
IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2
2,142
ÁREA VERDE
3,845
19,278
9
0
0
3
ESCRITÓRIOS
2,138
0.30
652
1,604
7,824
12
0
0
4
SILO ESTACIONAMENTO
2,620
0.64
1,682
1,965
35,322
21
0
0
5
ESCRITÓRIOS E MERCADO
7,866
0.37
2,933
5,900
70,392
24
0
0
6
RESTAURAÇÃO
1,810
0.21
385
1,358
2,310
6
0
7
RESTAURAÇÃO
1,397
0.29
412
1,048
1,648
4
0
8
MISTO
7,049
0.30
2,130
5,287
25,560
12
25
125
9
MULTIFUNCIONAL
5,990
0.45
2,705
4,493
48,690
18
54
270
NR. LOTE
DESIGNAÇÃO (uso do solo)
IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2
0 0
ÁREA TOTAL (m2)
CAS
ÁREA VERDE
ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)
CÉRCEA (m)
No DE FAMILIAS
HABITANTES
10
MISTO (COMÉRCIO+HAB)
4,998
0.36
1,782
3,749
26,730
15
28
140
11
EDUCACIONAL
3,700
0.39
1,449
2,775
17,388
12
0
12
ESTAÇÃO DE FERRYBOAT
3,133
0.12
374
2,350
1,870
5
0
0
13
MISTO (ESC+HAB)
3,802
0.51
1,927
2,852
40,467
21
31
155
14
RESTAURAÇÃO
874
0.56
492
656
4,428
9
0
0
15
HABITAÇÃO
1,792
0.56
1,012
1,344
12,144
12
16
80
16
SILO ESTACIONAMENTO
1,856
0.64
1,183
1,392
14,196
12
0
17 18
RESTAURAÇÃO ESTACIONAMENTO
1,425 2,671
0.28 0.00
400 0
1,069 2,003
2,000
5 0
0 0
0 0
19
HABITAÇÃO
7,792
0.50
3,919
5,844
58,785
15
78
390
20
MISTO (ESC+HAB)
2,659
0.64
1,708
1,994
47,824
28
34
170
3,095
10,451
-
0
0
21
FEIRA POPULAR
13,935
0.22
22
MISTO (ESC+HAB)
1,067
0.32
341
23
GINÁSIO
5,740
0.20
1,173
24
MISTO (ESC+HAB)
1,700
694
1,275
25
RESTAURAÇÃO
1,767
0.41
731
1,325
5,117
7
0
0
26
MULTIFUNCIONAL
2,358
0.45
1,066
1,769
38,376
36
37
185
0.41
46,425
15
0
0
800
10,230
30
14
70
4,305
14,076
12
0
19,432
28
19
0 95
Legenda AREA DO PPU BAIXA
001
27
MISTO (ESC+HAB)
2,928
0.53
1,544
2,196
27,792
18
31
155
28
HABITAÇÃO
2,896
0.38
1,100
2,172
13,200
12
18
90
29
HABITAÇÃO
1,467
0.59
866
1,100
18
21
30
HABITAÇÃO
1,635
0.26
417
1,226
3,753
9
5
25
31
MULTIFUNCIONAL
4,167
0.55
2,299
3,125
101,156
44
85
425
32
HABITAÇÃO
1,537
0.38
588
1,153
7,056
12
9
45
1,130 1,823
ZONEAMENTO ZONA RESIDENCIAL ZONA MISTA I (SERVIÇOS E RESIDENCIAL) ZONA MISTA II (RESIDENCIAL E SERVIÇOS)
005
ZONA MISTA III (SERVIÇOS E COMERCIAL)
15,588
105
ZONA MULTIFUNCIONAL I
002
ZONA MULTIFUNCIONAL II (CENTRO HISTÓRICO)
006
ZONA TURISMO ZONA PARA EQUIPAMENTO DE UTILIDADE PÚBLICA ZONA DE COMÉRCIO EM ESPAÇO ABERTO
007 003
ZONA DE PARQUES E JARDINS
008
004
ZONA VERDE NATURAL
009
ZONA ESTACIONAMENTO
017
010 011
018
012
016 013
023
015
025
HABITAÇÃO
1,507
0.39
588
7,056
12
9
45
HABITAÇÃO
2,430
0.51
1,231
18,465
15
25
125
35
MISTO (ESC+HAB)
1,910
0.42
793
1,433
7,137
9
6
30
36
SHOPPING
6,000
0.23
1,367
4,500
12,303
9
0
0
030
021
019
33 34
024
022
014
031
026 029
020
038
039
052
032
027 028
040 036
033
053
037
075
051 041
035 034
054
082
062
058
045
066
059
A04
065
061
A05 A08
A06
072
A07
060 A09
067 068
064
063
071
B02
112
092
100
B06
B04
[
Meters 250
116 106
37
ESCRITÓRIOS
3,533
0.43
1,528
2,650
18,336
12
0
38
SILO ESTACIONAMENTO
1,331
0.53
702
998
10,530
15
0
39
RESTAURAÇÃO
688
0.55
375
516
1,875
5
0
0
40
MULTIFUNCIONAL
6,648
0.27
1,819
4,986
38,199
21
36
180
0
41
EDUCACIONAL
5,224
0.37
1,936
3,918
23,232
12
0
0
42
HOTELARIA
2,402
0.71
1,705
1,802
56,265
33
0
43
ESCRITÓRIOS
1,160
0.38
439
870
3,951
9
0
0
44
MULTIFUNCIONAL
4,109
0.62
2,536
3,082
60,864
24
60
300
45
RESTAURAÇÃO
1,888
0.22
414
1,416
2,070
5
0
46
HOTELARIA & CONFERÊNCIA
5,604
0.44
2,461
4,203
22,149
9
0
0
2,099
25,326
18
22
110
804
3,690
9
0
24,723
9
0
0 310
0
0
0
105
103
107
117
104
096
108
B07 B08
Location map
114
102
095
B03
113
101
099 094
B05
200
115
091
093
B01
A10
150
Mapa de localização
084
085
090
070
100
111
083
089
069
50
Dezembro - December 2014
Projecçao: UTM, ZONA 36 Elipsóide WGS84 Datum: MOZNET
110
056
057
A03
50 25 0
055
046
A02
Escala 1:5.000
080
073
048
047
079
081
049
044
076 078
050
042
043
A01
074
097
109
C01 C04
098 C02
C03
PLANO PARCIAL DE URBANIZAÇÃO DA BAIXA DE MAPUTO
C05
URBANIZATION PARTIAL PLAN OF BAIXA, MAPUTO (MOZAMBIQUE) C06
PLANTA INDICATIVA DOS BLOCOS
118
I-07 planta Nº:
BLOCKS INDEX MAP
47
MISTO (ESC+HAB)
2,799
0.50
1,407
48
EDUCACIONAL
1,072
0.38
410
49
EDUCACIONAL
6,468
0.42
2,747
4,851
50
MULTIFUNCIONAL
4,600
0.48
2,217
3,450
66,510
30
62
51
ESCRITÓRIOS
7,918
0.40
3,191
5,939
114,876
36
0
0
52
HABITAÇÃO
10,377
0.42
4,347
7,783
65,205
15
86
430
0
Conselho Municipal de Maputo Direcção Municipal de Planeamento Urbano e Ambiente
CÉRCEA (m)
No DE FAMILIAS
53
RESTAURAÇÃO
2,952
0.11
336
2,214
2,016
6
0
54
SILO ESTACIONAMENTO
1,700
0.33
560
1,275
10,080
18
0
0
55
HABITAÇÃO
1,042
0.34
359
782
6,462
18
12
60
Plano Parcial de Urbanização da Baixa da cidade de
56
HABITAÇÃO
645
0.23
150
484
1,800
12
4
20
57
HABITAÇÃO
1,215
0.30
363
911
4,356
12
8
40
58
MULTIFUNCIONAL
1,183
0.52
620
887
31,000
50
102
510
Maputo
59
RESTAURAÇÃO
4,882
0.15
734
3,662
3,670
5
0
0
SECÇÃO
2014
3,4 e 5
NR. LOTE
DESIGNAÇÃO (uso do solo)
A cidade de Maputo é de formação e
A proposta do plano permite o parcelamento de 59 novos
desenvolvimento muito recentes. A malha urbana
lotes, dos quais a maioria localizados no terreno da antiga
ÁREA TOTAL (m2)
CAS
IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2
ÁREA VERDE
ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)
59
58
da cidade consolidada, delimitada pela
FACIM. O parcelamento está de acordo com a regulamentação
circunvalação - linha de limite da cidade, está
dos planos parciais de urbanização em vigor e também com
orientada a norte/sul e este/oeste. Isto permite a
sua legislação anexa.
inserção tipológica dos quarteirões numa malha regular com as artérias longitudinais e transversais,
Baixa da Cidade atualmente:
onde o edificado se implanta no meio do verde
• população - 15.460 habitantes
arborizado.
• 3.092 famílias
57 56
• Média de agregado familiar de 05 elementos Baixa da Cidade proposta: +5000 habitantes +938 habitações e famílias
55
1
2
3 4
18 20
5
19
7 6
21 22 8 13 14
9
54
16
15 17
10 11 51 12
23 24 25
26
52
27 31
28
32
30 29
33 34
37 38
35
39
36
42
43 44
40 41
45 46 47 49
50
48
53
Escala: 1:20000
82
HABITANTES 0
O PPU da Baixa assim como o PPU da Marginal apresentam regulamentos que devem ser usados
Cércea (máx 10 pisos, +/- 30m >) Distância entre fachadas (10m<)
como guia no momento de planeamento e de urbanização. São estas directrizes que permitirão uma melhor integração da proposta com os
Pé direito comércio
Profundidade da
(4m)
habitação (15m)
quadros legais destes planos. É preciso notar a importância do ordenamento territorial e a sua necessidade em casos como estes. A volumetria do edificado é um assunto sensível justamente pela área onde a intervenção se desenrola, junto ao mar, onde a obstrução visual é um ponto a ser evitado a todo o custo.
Estacionamento ligeiro (25 m2)
Afastamento frontal (5m <) Afastamentos laterais (3m <)
Ruas: alta (18m - faixa de rodagem e 5m de passeios) média (12 a 9m - faixa de rodagem e 3m de passeios) baixa (7m - faixa de rodagem e 3m de passeios)
Áreas verdes (70% do logradouro)
Pé direito das habitações (2,8m a 3,1 m)
Os regulamentos permitem-nos encontrar um meio termo entre a proposta e o quadro legal. A não observância destes parâmetros muitas vezes cria mais problemas do que propriamente soluciona. Os afastamentos mínimos requeridos, a distância entre edifícios e fachadas, tudos estes parâmetros quando corretamente seguidos ajudam em questões como a ventilação natural, a iluminação natural e em questões de conforto térmico.
83
19
18
17
1
16 15
4 10
3 2
7
9
5 6
8
11 13 12
14
1 - Jardim dos Trabalhadores 2 - Marina do Porto de Maputo 3 - Praça do Porto 4 - Feira Popular 5 - Ponte Cais & Marina 6 - Estação de Ferryboat Maputo 7 - Ginásio Repinga 8 - Shopping & Pier 10 9 - Millennium Park 10 - Museu Food Square & Miradouro das bareiras 11- Praça Robert Mugabe 12 - Maputo Marina 13 - Jardim da Ponta Vermelha 14 - Miradouro Alcântara & Pier 3 15 - Marina do Clube Naval 16 - Miradouro 17 - Promenade 18 - Passarela 19 - Radisson Square
84
Pensar em recuperar ou melhorar os espaços como projectos
A proposta apresenta um uso do solo misto e mais equilibrado, onde não
separados não é aconselhável. O objectivo deveria ser costurar
apenas predomina um único uso e sim vários usos. Começa a existir um
novamente estes espaços na trama urbana e ao mesmo tempo
equilíbrio maior com o acréscimo de espaços habitacionais e de áreas públicas.
fortalecer toda a sua envolvente.
Devido ao seu grande tamanho, esta área continuará a se desenvolver
Cada um dos 5 sectores possui uma identidade diferente e a solução
como um número de áreas distintas com suas próprias identidades únicas,
de design pode ajustar e satisfazer cada condição local integrando-a
oferecendo atrações e experiências complementares. A longo prazo, estas
com outros sectores por meio de várias acções como por exemplo
áreas se tornarão mais fortemente conectadas, mantendo a identidade e
uma materialidade consistente.
o caráter únicos. Uma narrativa de uma cidade não é apenas sobre edifícios. Mesmo que os edifícios literalmente sejam o alicerce das cidades, ela é feita de L um E G E intrincado NDA
relacionamento entre o edificado e espaços abertos,
públicos ou privados.
5
1
Porto de Maputo e Área Histórica
2
Business Center e habitação
3
Recreação e habitação
4
Promenade walk e recreação
5
Recreação, Hotelaria e Turismo
4
1
3 2
SECÇÕES E S C A L A 1:2 0 .0 0 0
rsion 0.0.100.100
LEGENDA
5
1
Porto de Maputo e Área Histórica
2
Business Center e habitação
3
Recreação e habitação
4
Promenade walk e recreação
5
Recreação, Hotelaria e Turismo
4
1
3 2
SECÇÕES E S C A L A 1:2 0 .0 0 0 GSPublisherVersion 0.0.100.100
Escala: 1:20000
85
Secção 1 O Porto de Maputo É estabelecida uma visão clara como um lugar de pessoas animado e dinâmico, fortemente apoiado e enquadrado por uma gama de usos comerciais complementares. Este será o lugar para ir. O Porto criará oportunidades para as pessoas explorarem toda a orla por meio de uma variedade de actividades. A conexão com a água oferecerá locais com vistas da baía e suas atividades marítimas. A proposta de quebra da inacessibilidade actual do Porto de Maputo, onde actividades portuárias numa determinada área passarão a conviver com o ‘public realm’ e onde a cidade poderá se sentir parte do dia a dia destas operações. Torna-se então numa estratégia que além de combinar a curiosidade das pessoas sobre as actividades realizadas no porto (que pode servir para atraí-las para aquela área) e a aposta na qualidade dos espaços panorámicos e visitáveis, pode ajudar a alavancar o comércio e a economia da área, assim como reavivar o espaço no período pós-laboral.
16
x 0.225
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
= 3.600
9
10
20
x 0.170
1
2
3
4
5
6
7
8
= 3.400
16
x 0.225 = 3.600
16
x 0.225 = 3.600
17.96
%
%
86
10
11
12
13
14
15
16
17
18
= 3.400
19
0.170
20
9
8
7
6
5
4
3
2
1
17.96
20 x
Escala: 1:7000
87
1
2 5 3
4
Sector A
1 - Jardim dos Trabalhadores & Restauração
8 - Marina do Porto de Maputo
2 - Rua do Porto
9 - Escritórios Porto
3 - Restauração
10 - Mercado do peixe de Maputo
4 - Terminal de descargas
11- Parklet
5 - Estacionamento
12 - Promenade
6 - Escritórios do Porto
13 - Feira Artesanal do Pescado
7 - Silo de estacionamento
14 - Marina do Porto de Pescas 15 - Praça do Porto 16 - Complexo multifuncional
88
Sector B
11
6
13
7 12
16 15 10
14
9
8
Sector C
89
Escala: 1:7000
90
Sector A O jardim abre-se ao público e de certa forma convida as pessoas a
GSPublisherVersion 0.0.100.100
Acessos
transitarem pela àrea do porto de Maputo. Com actividades recreativas, a sua localização próxima da praça dos trabalhadores e das terminais de transporte rodoviário e ferroviário pode ser uma vantagem. Àreas de relaxamento e restauração também fazem parte deste jardim. Ao desenvolver o novo acesso público e espaço aberto, o Porto aproveitará sua base de acesso público existente e espaço aberto,
GSPublisherVersion 0.0.100.100
Circulação pedestres
criará oportunidades para as pessoas explorarem toda a orla.
1 - Estacionamento 2 - Passeio aberto 3 - Comércio informal 4 - Restauração 5 - Rua do Porto e café 6 - Restauração
GSPublisherVersion 0.0.100.100
Áreas verdes
3 1 4
2 5
6
91
Sector B Inicia-se a promenade onde os primeiros espaços encontrados são a nova marina do porto com uma estrutura que alberga mais de 20 barcos e o
Acessos
mercado do peixe situado em frente ao porto de pescas, onde marisco fresco pode ser obtido e áreas de restauração e comércio também complementam o espaço. A área passa a ser mais aberta e sem obstáculos
7 - Contentores
e as pessoas podem admirar os trabalhos portuários enquanto praticam
8 - Área de cargas e descargas
outras actividades. A torre antiga do relógio é mantida.
9 - Estacionamento
Espaços verdes
10 - Escritórios Porto e restauraçao 11- Silo de estacionamento 12 - Promenade 13 - Marina do Porto de Maputo 14 - Escritórios Porto 15 - Maputo Fish Market
Estacionamento
9
11
10
15 7
14
8
12
13
92
Sector C Ao se retirar os edifícios e infraestruturas já degradadas, este espaço antes
Acessos
monopolizado pelo Porto é completamente aberto para as pessoas onde novos equipamentos de restauração, feiras e comércio são adicionados. Espera-se que seja uma área vibrante e pulsando com vida, onde as 16 - Parklet
pessoas possam também usar para se conectar desde o terminal até a zona da nova baixa.
17 - Paragem de transporte público 18 - Feira Artesanal do Pescado
Áreas verdes
19 - Esplanada do Porto de pescas 20 - Estacionamento 21 - Marina do Porto de Pescas 22 - Praça do Porto 23 - Complexo multifuncional e áreas comerciais e de restauração Circulação pedestres
16
17
19 20 18
22 21
23
93
Av. Vladmir Lenine
Rua Ngungunhane e Av. Vladmir Lenine
94
Jardim dos Trabalhadores
O jardim abre-se ao público e de certa forma convida as pessoas a transitarem pela àrea do porto de Maputo. Com actividades recreativas, a sua localização próxima da praça dos trabalhadores e das terminais de transporte rodoviário e ferroviário pode ser uma vantagem, uma vez que não existe nenhum espaço como este nas rendodezas . Áreas de relaxamento e restauração também fazem parte deste jardim. O jardim vem amenizar a paisagem mais séria do porto, fazendo a transição entre a esplanada e o workspace, onde há intersecção de atividades antigas e atuais: o porto e as indústrias marítimas não são apenas história, mas interagem com as novas ocupações.
95
Feira artesanal do pescado 96
Este espaço que anteriormente era privado e pertencente ao Porto de Maputo agora é aberto e permite o acesso à promenade e a praça do porto de pesca. A feira localiza-se estrategicamente perto de uma terminal de transportes que verifica sempre um fluxo considerável de pessoas. A feira e locais de restauração estarão activos tanto de dia como de noite. Permite também acesso direto para a esplanada do porto de pescas onde se pode ter um maior contacto visual com as embarcações. Enquanto esperam o transporte público as pessoas podem também usufruir das áreas de restauração e do comércio ambulante.
Esplanada do porto de pescas
Faz parte da promenade e o espaço amplo da praça permite que se realizem várias actividades tanto do porto, do porto de pesca e actividades recreativas e de restauração. A vista para o mar e para as marinas do porto e do porto de pesca dão uma outra dinâmica ao local. Com acessos à marina melhorados e uma nova identidade, pode também tornar-se num grande polo comercial e de conexão com a Av. 10 de Novembro. O Porto continua a ser um lugar onde as suas actividades normais acontecem, mas agora com uma esplanada para pedestres pode-se testemunhar o comércio antes fechado aos olhos do público. Agora é possível acompanhar os pescadores que chegam do mar com sua mercadoria no porto de pesca da rua Ngungunhane. É claro que grandes gastos em canais e conexões de pedestres não são suficientes para criar lugares interessantes e vibrantes. O Waterfront também é, sem dúvida, um ambiente orientado para o consumidor que é organizado em torno da oferta de comércio e de actividades self-realized onde o melhoramento das instalações para a atracção de usuários e de negócios é crucial.
97
O parklet na Rua Ngungunhane em frente a paragem de transporte público possui espaços para sentar, observar o movimento e aproveita um espaço de esquina onde actualmente se estacionam viaturas.
98
Secção 2 Nova Baixa Para esta secção é proposta a construção de novo edificado com usos variados, desde habitação a edifícios educacionais, com ênfase nos espaços públicos e jardins, espaços de restauração e a conexão da promenade com certos espaços. Será um local dinâmico, activo e transformará a identidade da nova baixa da cidade. As principais atrações serão a Feira Popular, o o Jardim António Repinga, o miradouro das barreiras, o Millenium Park, o Museu Food Square, a rua Antônio Fernandes, o Shopping center e os piers ao longo da orla. A maior parte do desenvolvimento acontece nesta secção e a promenade ao longo da Av. 10 de Novembro é a principal conectora destes espaços.
4 x 0.050 = 0.200 4
x
0.050 =
0.200
4x 0.050 = 0.200 4x 0.050 = 0.200 4x 0.050 = 0.200
4x 0.050 =
4x
0.050
=
0.200
0.200
0.160 5x
= 0.800
1
2
3
4
5
5
4
3
2
1
0.160
= 0.800
1 2 3 4 5
5x
7x
0.111
= 0.775
= 0.800
1 2 3 4 5 6
= 4.400
16
x 0.050
= 0.800
7
0.275
= 4.400 0.275
4
x 0.170
5
25
3
2
1
16 x
18
19
20
21
22
23
24
25
12
11
10
9
8
7
6
= 4.250
14
15
16
17
13
25 24 23 22 = 4.250
21 20
1
x 0.170
19
2 3
25
18 17
4
16 5
15 6
14 7 8 9 10 11
1
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
2
5
25
24
4
23
3
22
13
25
= 4.250
7
16 17
6
3
20
2
21
25
18
24
19
23
1
22
13
21
4
19
5
18
25 24 23 22
13 20
x 0.170
8
15
9
14
10
11
12
12
11
10
9
= 4.250
7
6
x 0.170
8
25
10
11
12
14
15
16
17
9
25
x 0.170
2
3
4
5
6
7
8
= 4.250
1
4x
0.050 = 0.200
4x
0.050
x 0.092
= 2.200
= 0.200
24
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
0.050
= 0.200
4x
0.050
= 0.200
24
16
x 0.225
= 3.600
4x
0.225
= 3.600
x 0.170
= 3.400
16 x
1 2
20
0.160
16 x
5x
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Escala: 1:7000
99
Sector C 25
23 21
26
22 24
Sector A
17
19
18
20
Secto 100
rB
47
46
43 44
45
Sector E
40
36
28
39
34 32
31
27
33
35
41
37
38 29 42 30
Secto
rD
17 - Habitação
27 - Habitação
18 - Esocla de Formação da marinha de
28 - Complexo multifuncional
guerra de Moçambique
29 - Shopping Center
19 - Estação de Ferryboat Maputo &
30 - Deck 3 e restauração
restauração
31 - Edifício multifuncional
20 - Ponte cais & Marina da Ponte cais
32 - Silo de estacionamento
21 - Habitação
33 - Centro de Conferências e
22 - Feira popular
Hotel
23 - Silo de estacionamento
34 - Hotel 25
24 - Campos de jogos
35 - Edifício multifuncional
25 - Ginásio Repinga
36 - Edifício multifuncional
26 - Complexo multifuncional
37 - Praça Robert Mugabe 38 - Escola de Artes e restauração 39 - Escola de Formação Nautica 40 - Complexo multifuncional 41 - Maputo Marina 42 - Atlas observatório 43 - Millennium park 44 - Sede do Banco Atla 45 - Habitação 46 - Miradouro das barreiras 47 - Museu food square
101
Escala: 1:7000
GSPublisherVersion 0.0.100.100
102
Sector A Neste sector a estrutura principal é sem dúvidas a nova ponte cais e sua marina, assim como uma nova estação de ferryboat organizada, mais
Áreas verdes
ampla e que permita as pessoas circularem livres por toda a promenade. Além de aumentar a sua estrutura, a ponte será exclusivamente para peões, não permitindo o acesso veicular. São também acrescentados mais pontos 17 - Edifício multifuncional e restauração
de embarque-desembarque.
18 - Escola de Formação da Marinha de Guerra de Moçambique
Rua compartilhada
19 - Restauração 20 - Habitação social 21 - Restauração 22 - Ponte cais e marina 23 - Estação Maputo Ferryboat e restauração 24 - Restauração
Estacionamento
20 21 19
23
18
17
24
22
103
Sector B Acessos
A Feira Popular é completamente reformulada, onde algumas estruturas velhas são retiradas para permitir um espaço mais aberto, que seja de fácil acesso e tenha a capacidade de albergar muitas pessoas ao mesmo tempo, ao contrário da feira atual. Novos usos e espaços revitalizam a feira, além de novas atracções como a nova roda gigante, maior e mais bonita que a atual e que permite observar boa parte da cidade, o carrossel e também áreas comerciais. A praça de alimentação será também um destino para
24 - Estacionamento
Áreas verdes
muitas pessoas que trabalham nesta área poderem fazer suas refeições
25 - Complexo habitacional
dependendo dos seus bolsos. Além da feira, áreas habitacionais também
26 - Estacionamento
fazem parte desta secção.
27 - Maputo Wheel 28 - Carrossel 29 - Restauração 30 - Feira de comida tradicional 31 - Estacionamento
Estacionamento
32 - Praça de Alimentação 33 - Edifício de escritórios 34 - Cruzamento entre a Av 25 de Setembro e Rua Belmiro Obadias Muanga
34
33
28 32 27 26 25 24 29
30
104
31
Sector C Embora o Circuito António Repinga esteja em requalificação, novos
Áreas verdes
equipamentos são propostos como o ginásio e o silo de estacionamento, assim como novos campos de jogos. O circuito actual mantém-se, mas ele são adicionadas alternativas de actividades que incluem todas faixas etárias.
35 - Silo de estacionamento
Os eucaliptos também se vão manter como característica marcante do
36 - Praça do Repinga
circuito e novas espécies arbóreas serão acrescentadas. A rua compatilhada
37 - Mini campo de futebol
conecta a 25 de Setembro e a 10 de Novembro, onde piers fazem parte da
38 - Balneários
extensão da promenade.
39 - Campos de vólei e mesas de ping pong
Rua compartilhada
40 - Picnic e playground 41 - Food trucks 42 - Ginásio Repinga 43 - Café e restauração 44 - Complexo multifuncional 45 - Habitação
Estacionamento
41
36
44
35
42
40
43
39
37
55 38
105
Sector D-1 Ao longo da 25 de Setembro novo edificado misto e multifuncional irá surgir, assim como um hotel e áreas de negócio. As vias abertas possuem dois sentidos e ligam a 25 de Setembro a promenade. Esta área pode-se tornar o centro comercial pois além do shopping center, a maioria dos Limites
edifícios terá comércio no piso térreo. Grande parte das habitações concentram-se também neste sector e a maioria destas possui vistas para o 46 - Habitação 47 - Shopping center
mar. Os percursos pedonais também foram explorados, com passeios mais largos e arborização regular e consistente.
48 - Praça do pier 49 - Pier 33 50 - Edifício multifuncional
Áreas verdes
51 - Silo de estacionamento 52- Hotel 53 - Centro de Conferências e hotel
52 46 51
53
50
48 47
49
106
Sector D-2 Áreas pedestres de alta qualidade ajudam a impulsionar o negócio e o desenvolvimento económico, assim como mantém vivos certos lugares, usos e
54 - Edifício misto
atrações. A cultura de andar ajuda-nos a absorver melhor a cidade, os edifícios,
55 - Complexo multifuncional
a arquitectura, a apreciar melhor os espaços para relaxar oferecido nas ruas e a
56 - Restauração
Acessos
observar as outras pessoas.
57 - Edifício misto
A promenade é uma das estratégias que permitem cultivar esta cultura. Neste
58 - Escola de artes e restauração
sector, além de edifícios multifuncionais e as Marina twin building, é proposta a
59 - Escola de Formação Nautica
reorganização da Maputo marina e a construção de uma nova escola de
60 - Praça Robert Mugabe
formação nautica. A praça Robert Mugabe é completamente transformada e
61 - Restauração e food trucks
mais espaços para o pedestre caminhar em áreas comerciais e de restauração
62 - Marina Towers e restauração
são cedidas.
63 - Maputo Marina
Pontos de interesse
64 - Observatório Atlas 65 - Restauração, campo de jogo
61
60
55
56
62
59 63
54
65 57
58
64
107
Sector E-1 Em frente a sede do banco BIM será construído o Millennium Park que
Acessos
possui uma praça de alimentação, locais para sentar, relaxar, entre outros. O parque vem ocupar uma área que estava a ser usada para estacionamento antes da sua utilização para a ampliação da TVM. As escadarias das barreiras serão melhoradas e adicionadas iluminação adequada, uma vez que a vegetação das barreiras será baixa, para continuar a permitir esta conexão ente a baixa e o museu. 66 - Millennium Park
Áreas verdes
67 - Restauração 68 - Sede do banco ATLA 69 - Escadarias da barreira 70 - Habitação 71 - Silo de estacionamento Pontos de Interesse
69
67
66
68
70
71
108
a.
Sector E-2 As escadarias conectam a baixa da cidade e o museu, onde é proposto um novo miradouro ao lado do jardim dos professores. Deste, pode-se também
b.
c.
observar a Katembe. Será proposta também sinalização de atravessamento adequada para conectar esta área a terminal de transportes públicos e ao museu food square, bem como ao museu da história natural. Este museu
d.
recebe diariamente turístas de vários pontos do mundo que estão de visita a Maputo e a food square é uma alternativa a quem não quiser se ir sentar
e.
num restaurante. Comércio ambulante, food trucks e comida de rua para turístas e estudantes da Josina Machel estarão disponíveis.
f.
72 - Miradouro das barreiras g.
73 - Jardim dos Professores 74 - Museu food square 75 - Museu da História Natural
h.
74
75
73
72
109
Avenida 10 de Novembro/ Rua Belmiro Obadias/Rua de António Fernandes/Avenida 25 de Setembro Acesso a praça do Porto e a
Revitalização da Feira Popular, com uma nova e maior roda gigante, a Maputo Ferris
esplanada do porto de pescas.
Wheel, que será uma das marcas da cidade. A feira é pensada em conexão com o
Rua Belmiro Obadias
repinga e com a promenade para que possa atrair o maior número de pessoas possíveis.
Av. 25 de Setembro Adição de novos campos para jogos, um pequeno
Rua de António Fernandes
campo de futebol, dois de vólei, mesas de ping pong e local para picnics e para relaxar aos fins de semana.
Nova estação de ferryboats com espaço mais amplo onde as pessoas podem se sentar enquanto esperam
Edifício multifuncional onde o primeiro piso é
os barcos e podem também
comercial. A localização deste numa rua
aceder ao restaurante/café
compartilhada permite que as pessoas possam
da estação.
aceder com mais facilidade os espaços comerciais. A praça Robert Mugabe transforma-se num mini
Oportunidade de criar uma área comercial com o
parque onde pode-se sentar e apreciar o
shopping center e várias lojas.
waterfront. Conecta a Maputo Marina a uma zona comercial e activa, onde pretende-se que seja
A avenida e a sua
movimentada.
promenade são os principais pontos conectores dos espaços públicos.
Av. 10 de Novembro
Do observatório Atlas dá para se observar uma boa parte da cidade e é também um local aberto da promenade onde as pessoas podem se reunir.
Rua de António Fernandes Um complexo multifuncional onde habitações, escritórios,comércio e restauração misturamse, tornando esta área uma das mais vibrantes. A habitação é incentivada e a variedade de tipologias também.
A sinalização correcta e faixas de O ginásio Repinga possui uma área de restauração no rês do chão.
Este quarteirão alberga a escola de
com mais segurança e confiança.
formação nautica e um complexo
Os piers servem como uma extensão do passeio da
Esta rua torna-se compartilhada, onde uma secção serve apenas aos pedestres e ciclistas e a outra aos veículos, pedestres e ciclistas.
110
atravessamento ajudam ao peão a mover-se
multifuncional de dois edifícios. Destaca-
promenade onde as pessoas podem ter um contacto
se também a marina e a promenade que
mais perto com a água.
fazem a conexão com a Av. Marginal. Neste espaço de transição além de restauração há também outras actividades e eventos.
Av. 10 de Novembro
111
Rua Belmiro Obadias Muanga
Av. 25 de Setembro
112
Ruas Abertas (ex FACIM)
113
114
Maputo Marina & Promenade O objetivo é que as pessoas circulem entre as ofertas comerciais, recreativas e de entretenimento da orla com facilidade e segurança, por meio de ruas, espaços agradáveis e convidativos que explorem as vistas do porto e dos piers. Um passeio icônico para receber corredores, ciclistas, artistas de rua, observadores de pessoas e todo o tipo de gente.
115
Feira Popular de Maputo 116
A proposta para a feira popular centra-se no peão, onde actividades recreativas e espaços de lazer, restauração e divertimento são pensados para abrir o local à cidade. Os seus acessos já não encontram-se escondidos, o local tem menos edifícios e mais espaço de circulação pedonal, assim como um parque de estacionamento adjacente. É proposta também uma nova ferris wheel, maior e com mais capacidade que pode tornar-se num cartão postal da cidade.
117
118
119
Museu Food Square 120
A proposta de revitalizar este espaço surge da necessidade de complementar o mirante do museu, um ponto turístico e de conexão com a baixa da cidade. Atualmente este espaço serve como estacionamento de veículos, denunciando claramente a sua falta de aproveitamento. A nova proposta para este espaço inclui reorganizar o espaço automóvel para que haja um equilíbrio com espaços de lazer e espaços para o pedestre. Outro factor importante é a localização da terminal de transportes do museu e do museu da história natural, um cartão postal da cidade. Estes locais, aliados a escola secundária Josina Machel, atraem muitas pessoas de faixas etárias variadas para esta área, que irão beneficiar de uma espécie de praça de alimentação.
Millennium Park
O jardim localizado em frente a sede do banco Millennium BIM terá grande potencial para setornar num espaço de lazer por excelência, principalmente ao se considerar a conexão entre as escadarias da barreira, o mirante e o museu food square podem trazer. É também um espaço onde os trabalhadores dos bancos e de outras empresas podem se reunir para fazer suas refeições ou apenas relaxar. Nos fins de semana também estarão presentes outras actividades de lazer.
121
122
123
Esplanada do porto de pescas 124
Esta nova estrutura irá conectar o museu e a baixa e será também um ponto turístico de onde se poderá apreciar a baixa da cidade, o mar, os novos edificados, a maputo marina e o millennium park. Estará localizado mesmo ao lado do jardim dos professores, onde este possui áreas de restauração e recreação que irão auxiliar este ponto da cidade.
Ponte Cais & M a r i n a A nova Ponte Cais será maior e a prioridade será dada aos peões. É proposta também uma nova estação de ferryboats que poderá aumentar a sua capacidade e destinos de visita, como Katembe, ilhas Xefina, etc. Além do transporte fluvial, também receberá navios cruzeiros de grande porte vindo de outros países. Com elementos adicionados como um local de restauração para os passageiros à espera do transporte, iluminação para o funcionamento noturno e segurança do local e locais de descanso e apreciação da paisagem, é uma estrutura que irá favorecer muito a cidade.
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x 0.156
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= 2.120
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= 3.600
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x 0.225
= 3.600
23.88 % 8 7 6 5
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= 1.200
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Secção 3 A Marginal É proposta uma nova reorganização, ampliação e construção da Marina do clube Naval, a libertação desta área em frente a orla ocupada por armazéns, a protecção costeira e recúo do mar, um novo streetscape que permite melhor circulação e redução da velocidade dos veículos assim como espaços de permanência com um variado mix de actividades. A recuperação do Jardim da Ponta Vermelha também é um dos pontos cruciais da
4 3 2 1
4 x 0.150 = 0.600
proposta.
Escala: 1:7000
127
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Sector A
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Sec
tor
B
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48 - Restauração 49 - Jardim da Ponta Vermelha 50 - Pier 3 51 - Estacionamento 52 - Restauraçao & Mirante Alcântara 53 - Praça dos Namorados 54 - Jardim do Centenário 55 - Silo de estacionamento e eventos 56 - Pier do Centenário 57 - Campo de Jogos Naval 58 - Miradouro 59 - Marina do Clube Naval
129
Escala: 1:7000
130
Sector A Neste sector o que predomina actualmente são os veículos automóveis. O
Acessos
espaço tornou-se assim monótono, perigoso e abandonado. Para contrariar este facto, a recuperação do Jardim da Ponta Vermelha é um ponto crucial, onde não se coloca apenas mobiliário urbano e espera-se que as pessoas usem o espaço, mas sim, através do incentivo a várias camadas jovens para
76 - Jardim da Ponta Vermelha
praticar jogos, as crianças para brincarem no parque enquanto seus pais
77 - Pier 3
observam, a criação de uma mini biblioteca onde estas podem aproveitar
78 - Mirante Alcântara
livros e outros espaços interessantes. O reaproveitamento das áreas para
79 - Restauração
Áreas verdes
estacinoamento organizado e a localização de mais um miradouro vão
80 - Parque de estacionamento
também ajudar a mudar a cara desta secção.
81 - Praça dos Namorados
Estacionamento
81
80
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76
77
131
Sector B
Acessos
A grande infraestrutura nesta secção é sem dúvidas a marina do Clube Naval. Além de ser reorganizada a marina actual, é proposta a sua ampliação com mais de 100 vagas para barcos e lanchas, podendo assim libertar o espaço da promenade onde são guardados os barcos em armazéns. O clube não deixa de ser privado, apenas é feita uma ampliação da promenade e de certos pontos da marina que eram privados. Além de
Áreas verdes
ajudar a libertar espaço na promenade, a marina servirá também como uma barreira de proteção numa área da costa vulnerável. O miradouro actual sofrerá uma transformação onde melhor iluminação, mais vegetação e espaços livres são libertados. Será instalado um pier em frente ao centro 82 - Jardim do Centenário e restauração, pista de skate
comercial Centenário e um mini skate park será adicionado no jardim que
83 - Miradouro do Jardim dos Namorados
deixará de ser privado.
84 - Pier do Centenário
Estacionamento
85 - Silo de estacionamento e eventos 86 - Campo de jogos e restauração 87 - Promenade e mini mirante do naval 88 - Miradouro 89 - Esplanada da marina Naval 90 - Marina do Clube Naval
88 89
85 86 87
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Praça dos Namorados
Neste local não existe uma praça e muito menos um parque de estacionamento organizado. O estacionamento é espontâneo e desorganizado, assim como é a sua vegetação ao redor. A pequena praça a ser criada é então aliada ao parque de estacionamento, onde as pessoas poderão sentar, observar e conviver.
133
134
R e s t a u r a n t e D o u r o, M i r a d o u r o Alcântara e Pier 3 Este espaço de restauração vem dar suporte a um ponto turístico que é o miradouro e que conecta esta parte alta da cidade à promenade, descendo as barreiras em direção a Maputo Marina. Este espaço pode se tornar um ponto preferido pelos turistas pela vista previlegiada da marina e da Katembe.
135
136
Pier 3
O pier 3 faz parte de um conjunto de 8 novos piers adicionados ao longo da promenade, onde estes são praticamente uma extensão da Avenida 10 de Novembro. Os piers além de permitirem um maior contacto visual com água, terão a função de ajudar a travar ondas violentas que poderão se fazer a orla. Os piers são áreas para os peões onde estes podem desenvolver várias actividades como observar Katembe e a Ponte MK, caminhar, praticar exercícios, sentar e escutar música ou ler um livro ou mesmo almoçar, jantar olhando para o mar e os navios que passam pela baía. A promenade torna-se assim num passeio icônico e liga a baixa da cidade e a costa do sol, bem como ajuda a destribuir os veículos que vêm desta àrea. O caminho principal possui espaços para facilitar cerimónias públicas e eventos, que têm um papel fundamental na cultura da cidade, como marchas, actividades em feriados e épocas festivas como o natal e ano novo. São locais onde podem também realizar-se outros eventos culturais como concertos e de exercitação como por exemplo uma aula de yoga.
137
Jardim da Ponta Vermelha 138
É um espaço utilizado apenas pelos moradores desta área residencial e pouco conhecido para muitas pessoas na cidade. Os novos espaços propostos para revitalizar este lugar incluem acessos e circulação bem definidos, espaços de descanso e relaxamento, uma mini biblioteca para crianças, playgrounds e áreas para comércio informal, food trucks e prática de exercícios.
Marina do Clube Naval
As principais mudanças são na abertura do espaço contínuo da promenade, um espaço de jogos semi-privado, áreas de estacionamento devidamente definidas, diminuição das faixas de rodagem e acréscimo das ciclofaixas, reorganização e retirada de barcos na parte superior da rua e a ampliação da marina do clube naval, com um deck que poderá futuramente suportar eventos, ter espaços de restauração e lazer e permitir o atracamento dos barcos que encontram-se sem espaço no momento. Com capacidade para mais de 100 barcos, a nova marina é imponente e serve também como protecção costeira neste troço.
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x 0.156
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= 2.800
x 0.156
= 2.800
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= 2.800
16 x 0.063 = 1.000
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x 0.063
= 1.000
x 0.094 1.500
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=
x 0.156
= 2.800
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= 2.800
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= 2.800
Secção 4 A Promenade Esta secção da Promenade requer uma atenção cuidadosa e que sejam planeadas novas actividades e usos para oferecer diversidade e incentivar não somente a utilização do mesmo como um espaço de lazer e de praia, como também a permanência das pessoas através de equipamentos de suporte. Antes as pessoas de fora podiam aproveitar o
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espaço, hoje nem os poucos moradores aproveitam-no. Pouca gente x 0.156
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= 2.800
aventura-se a tomar banho, pescar, brincar ou fazer qualquer outra actividade nesta área, a queda do movimento é notável. Um dos principais objectivos será recuperar a área de praia comida pelas águas do
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mar, justamente para a protecção da costa e o recúo permanente do mar. O 10
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x 0.156
ecossistema marinho existente como as algas e outro tipo de vegetação que
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= 2.800
contribui na protecção costeira encontram-se maltratados e ignorados. Espécies muito comuns como os caranguejos pequenos encontrados nesta praia tem o seu habitat invadido por enormes pedregulhos, resíduos sólidos e vegetação errática sem controle. O restauro deste espaço pode também vir a contribuir no ramo imobiliário como factor de atractividade e protecção uma vez que estão a surgir
12
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algumas habitações em frente à praia.
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Sector A
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60 - Mini mirantes 61 - Recuperação do balneário de praia 62 - Passarela (beachwalk) 63 - Restauração
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Escala: 1:7000
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Sector A
Áreas verdes
Nesta secção onde destaca-se a promenade, é proposto o recúo do mar através do processo de ‘alimentação de praia’ e de plantação e manutenção da vegetação costeira. É também proposta uma passarela na praia para apreciar a vegetação costeira. A linha de borda fragilizada será complementada por mini mirantes que serão tipo frontões pequenos e que ajudarão a travar as ondas mais violentas de
Acessos
chegar a estrada.
91 - Mini mirantes
Pontos de interesse
92 - Alimentação de praia 93 - Balneário de práia
91 92
93
145
Sector B Novos acessos a promenade por ruas 'mortas' serão explorados através do streetscape. Uma passarela é proposta onde os peões poderão fazer o atravessamento da praia de um local para o outro sem perturbar a vegetação costeira. A alimentação de praia e o plantio da relva de praia, assim como a sua limpeza e colocação de locais apropriados para o lixo serão factores primordiais se quisermos recuperar esta área de praia.
94 - Passarela (beachwalk) 95 - Restrauração 96 - Área de recreação e balneário de praia
95
94
146
96
147
Parede quebra mar (seawall) As zonas costeiras ocupam menos de 15% da área terrestre do planeta, enquanto abrigam mais de 45% da população mundial. A baía de Maputo possui uma avenida Marginal de grande extensão, onde a crescente ocupação humana começa a causar problemas ao ambiente costeiro. Em 2012 quando foram realizadas obras de recuperação da orla marítima foram construidos frontões e um seawall de betão e pedras. Os paredões protegem apenas a terra imediatamente atrás deles, não oferecendo proteção as frentes de praia. No entanto, quando estes são construidos, as praias públicas desaparecem. Eles são assassinos altamente eficientes e eficazes de praias. Os paredões refletem o poder de ondas em retirada que arrancam as areias da praia para o mar. Num litoral recuado, a recessão continuará na costa adjacente e pode até ser acelerado pela construção de um quebra-mar.
Quiosque pop-up
O aumento do nível do mar aumentará o problema e temos também de nos perguntar se o nosso futuro costeiro é realmente destinado a ser uma linha de paredões e praias mortas ou desaparecidas? A correção para inundação pode parecer bem simples: basta erguer paredes altas e outras barreiras para manter o oceano sob controle. Mas barreiras podem falhar. A boa notícia? Paredes não são a única opção. Devemos buscar políticas que reduzam os riscos ao longo do oceano evitando verdadeiramente os riscos, não os bloqueando com engenharia de força bruta. Isso preservará a recreação pública, o acesso público, a estética e o valor econômico da costa compartilhada por todos.
Seawall reforçado
Defesas duras vs defesas softs: infraestrutura verde Uma abordagem melhor é criar as chamadas "linhas costeiras vivas". O termo engloba várias técnicas de proteção costeira "suave". Felson diz que a infraestrutura verde pode ajudar a mitigar as inundações que podem surgir. Pântanos, recifes, praias podem melhorar a resiliência costeira. Combinado com a infraestrutura construída, os habitats naturais podem proteger as linhas costeiras de ameaças e podem ser mais eficazes que os seawalls.
148
Escadarias de acesso
Secção 1 Av. 10 de Novembro em frente ao Centro de Conferências
Postos de descanso
Av. Marginal
Beachgrass
Secção 2 Av. Marginal Pier 3
Passarela
Nutrição de praia
Secção 3 Av. Marginal no Jardim do Centenário
Beach nourishment (nutrição de praias) O primeiro projeto de nutrição de praias nos EUA foi construído em Coney Island, Nova York, em 1922-1923. Nutrição de praia é a
Secção 4
colocação de areia limpa em uma praia existente para sua elevação e
Av. Marginal promenade antes
aumento da sua largura da praia. A nutrição é um dos três métodos
da passarela
comumente aceitos para proteger as linhas costeiras. Dois deles já foram executados na orla marítima da cidade: o seawall e os frontões.
Uma praia mais larga pode reduzir os danos provocados por tempestades ás estruturas costeiras, protegendo as estruturas e infraestruturas das terras altas contra tempestades, tsunamis e marés extraordinariamente altas. A nutrição é tipicamente um processo
Secção 5 Av. Marginal promenade depois do clube Naval
repetitivo e é uma solução a longo prazo, pois efetivamente minimiza a perda de vida em eventos extremos e danos à propriedade causados pela erosão. A areia a ser utilizada deve estar livre de lixo, tóxicos, detritos de terras e independentemente da sua fonte devem ser realizadas análises de tamanho de grão para compatibilidade entre a areia existente e a proposta.
Secção 6 Frente de praia do hotel Radisson
149
150
Passarela da Costa do Sol
É necessário fazer uma limpeza nesta área pois actualmente encontra-se cheia de resíduos sólidos e barcos de pesca velhos. Para se poder abrir esta área de praia é necessário prepará-la e dotar de estruturas de acesso como escadarias e a passarela. Esta passarela atravessa uma área de relva de praia que não deve ser destruída e sim preservada. Elementos fixos como para sóis também deverão ser instalados, assim como quiosques pop-up para que o comércio informal seja incentivado.
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Secção 5 Balneário de praia
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É proposto nesta secção a recuperação de actividades de 9
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=
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praia assim como um espaço público aberto com características iguais ao restante da orla marítima com restauração, playground, balneários e é proposta também uma nova torre multifuncional.
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x 0.115 =
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Como atrair as pessoas para a praia? Dando oportunidades para estas sentirem-se atraídas e permanecerem em certos locais. As actividades podem e devem variar tanto no dia-adia como em épocas específicas, portanto, deve ser feito um planeamento de actividades durante todo o ano como: shows e festivais de verão, reveillón, exercícios físicos, locais para sentar em sombra, restauração, sessões de cinema ao
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ar livre, prática de desporto como o vólei de praia, etc. 10
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= 2.800
O clima tropical úmido é extremamente favorável ao turismo e cativa pessoas que estão em busca de lazer,
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x 0.156
= 2.800
x 0.156
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= 2.800
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18
diversão e um lugar tranquilo para relaxar. A tranquilidade do lugar, a temperatura agradável da água e os coqueiros presentes em toda a orla proporcionam um ambiente aconchegante para pessoas que estão em busca de calmaria e de lazer.
Escala: 1:7000 16
x 0.063
= 1.000
155
65
64 66
Sector A
156
67
68
64 - Jogos de praia 65 - Maputo Wave Tower 66 - Passarela 67 - Restauração, balneários 68 - Playground
157
Escala: 1:7000
158
Sector A Áreas verdes
A recuperação da frente de praia através de activação do espaço por meio de actividades e estruturas novas é a prioridade para este espaço. Equipamentos de restauração, balneários e um playground completam esta área, assim como elementos de praia como para sóis e cadeiras de praia. A construção de uma torre icônica, a Maputo Wave Tower, também será uma marca desta secção assim como foi o Hotel Radisson Blue e as Torresrani.
Acessos
A promenade continuará até ao Mercado do Peixe da cidade. 97 - Jogos de praia 98 - Passarela 99 - Maputo Wave Tower 100 - Nutrição de praia
Pontos de interesse
101- Estacionamento 102 - Praça de alimentação, restauração, balneários 103 - Playground
99
101
97 98
103 100 102
159
160
161
162
Este espaço localizado mesmo em frente ao hotel Radisson que dá acesso a praia encontra-se actualmente abandonado. A semelhança dos espaços adjacentes já encontrados no PPU da Costa do Sol, é proposta uma área de estacionamento, áreas de restauração, balneários, uma praceta e um pequeno mercado onde se poderão vender souveirs turísticos, acomodar o comércio de rua, vendedores ambulantes e um playground para os mais novos.
163
São propostos cinco miradouros em localizações estratégicas e dentre estes 3 destacam-se: o miradouro das barreiras, o miradouro Alcântara que dá para o pier 3 e o miradouro na Av. Friederich Engels. Além de serem pontos de atracção turística, estas infraestruturas permitirão intervenções nas barreiras em locais que encontram-se actualmente em risco de deslizamento de terra. A atractividade de um local é um elemento crucial para a motivação das pessoas em visitar este local. Aliada a vegetação baixa e a iluminação adequada, estes 5 pontos tornam-se conectores pedonais entre a baixa da cidade e a parte alta da cidade.
164
Habitação acessível A habitação continua a ser um dos maiores desafios que a nossa cidade enfrenta, principalmente quando esta se localiza no centro da cidade, onde o acesso torna-se difícil. Financiar a construção de moradias a preços acessíveis requer uma pesquisa sobre o tipo de mercado que possuimos e que tipologias de habitação são mais acessíveis para as pessoas. Expandir o acesso à habitação acessível requer também a economização de metros quadrados construídos mantendo a qualidade dos compartimentos e maximizando o número de habitações disponíveis para maior número de pessoas possíveis. São propostas várias tipologias de habitação, assim como habitação social e apartamentos em edifícios multifuncionais. O principal objectivo é procurar não segregar as pessoas que poderão vir a morar nesta área, assim como não privatizar por completo certas áreas habitacionais, o que acaba por retirar o carácter público e condiciona a circulação livre. Os modelos de habitação propostos definem especificações confortáveis que asseguram a satisfação e necessidade dos moradores, onde as tipologias T2 e T3 serão as mais utilizadas.
9 8 7 6
4 3 2 1
18 x 0.172 = 3.100
5
10 11
11
12
12
13
13
14
14
15
15
16
16
17
17
18
18
9 8 7 6 5 18 x 0.172 = 3.100
10
Estes modelos presam primeiro por espaços abertos e flexíveis.
4 3 2 1
T3 + T2
Story GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100
Estacionamento
T2
T2
Espaços verdes
T2
T2
GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100
GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100
Circulação
Escala: 1:500
165
166
167
168
Materialidade Materiais com longo tempo de vida, comuns no mercado e fáceis de fazer manutenção. Limitar os materiais a usar para formar espaços visualmente consistentes e coerentes. Pavimentos anti-derrapantes; permeabilizantes; superfície epoxy para ciclofaixas; concreto moldado in situ. Será dado um cuidado especial aos pavimentos pois muitas vezes apenas o pavimento adequado já auxilia na ativação de certos espaços. Principalmente nos espaços públicos alguns materiais a serem usados deverão ser reciclados ou reaproveitados em instalações temporárias como parklets, espaços para sentar, canteiros etc.
Frente de praia do hotel Radisson
Marina do Clube Naval
Campo de jogos de vólei - Repinga
Feira Popular
169
170
Campo de Jogos do Clube Naval
171
A arborização proposta Acácias Coqueiros
Pequeno porte
Eucaliptos
Anteriormente
Acácias
55%
A arborização é um elemento muito importante a se ter em conta numa cidade com o clima tropical como Maputo. As árvores
não possuem apenas
papel
estético ou decorativo, estas têm vários papeis e usos. Portanto, é necessário que as espécies arbóreas sejam devidamente escolhidas de acordo com parâmetros e especificações próprias como por exemplo o tamanho da sua copa, o tamanho e forma das folhas, se suportam certos climas, entre outros. Além dos tipos e formas das árvores, elementos também
de serão
protecção
das
necessários
mesmas para
as
proteger e para dar um look consistente ao
Coqueiros
streetscape.
20%
172
10%
Médio porte
5%
Pequeno porte
Os arbustos e as árvores de pequeno porte são muito utilizadas por serem facilmente controláveis e por apresentarem um valor estético interessante ao tornarem espaços mais agradáveis e com vida. Mas mais que isso, estas ajudam a reter as águas da chuva, auxiliam na
2% Boungavilleas
diminuição da temperatura, entre outros. Maputo é conhecida por cidade das Acácias pelas suas belas árvores de copas com flores amareladas ou roxas. É da responsabilidade de todos cuidarmos das nossas árvores, onde a manutenção por vezes é necessária. Portanto, é necessário também fazerse um inventário da arborização actual contendo o maior número de informações possíveis e um mapa de plantio para ofuturo. Conhecendo-se o património arbóreo
5%
Eucaliptos
da cidade é possível se avaliar melhor a forma correta de atuação para o seu plantio.
1% 2%
Vasos decorativos
Beachgrass
173
174
Mobiliário urbano e a necessidade de manutenção dos espaços públicos Os espaços públicos bem-sucedidos envolvem mais de um modelo para a gestão e nem sempre é a parceria público-privada a mais eficiente. As empresas locais geralmente são parceiras importantes, concedendo permissões para usar espaços ao ar livre ou contribuindo com patrocínio financeiro. Particularmente, quando os recursos humanos e financeiros são escassos como o É extremamente importante que se realize um plano de manutenção
nosso caso, pode simplesmente não ser possível para uma organização apenas
do waterfront - dividido pelos vários sectores e espaços - que irá
gerenciar os aspectos de programação, manutenção e financiamento de um novo
delinear estratégias de longo prazo e identificar ações de curto prazo
espaço público sozinho. Enquanto voluntários e proprietários de empresas locais
para atingir metas sustentáveis de manutenção. Devem estes espaços
podem ser parceiros-chave em acções de manutenção leve a curto prazo, os maiores
também ser monitorados e documentados para avaliar o seu
locais públicos exigem um compromisso de manutenção que é muito grande para
desempenho ao longo do tempo e melhorar a capacidade das
este modelo a longo prazo.
intervenções.
bancos feitos com
bancos de betão
bancos de madeira
pneus reciclados
bancos de tronco de
mesas de picnic
árvores
recipientes de plástico
cartazes publicitários
ou madeira reciclada
ou informativos
bicicletário em U
pinos de rua
luz de presença
pinos de rua com
postes de iluminação
postes de iluminação
edifícios
electricidade
duplos
simples
quiosques pop-up
175
tu
Ca
lo
pĂ
Timeframe do plano A implementação do plano exigirá um processo organizado e consistente para ser bem sucedido. A implementação deve ser feita com comprometimento e dedicação. É preciso que haja uma relação simbiótica entre o setor público e privado, os residentes e organizações individuais.
MAPUTO BAY ATERFRONT 2050
Uma equipa de gerenciamento deste projecto deve ser criada para coordenar as actividades de implementação públicas e privadas, supervisionar o processo de implementação e fazer recomendações ao principal stakeholder do projecto. Portanto, as áreas onde serão registadas as maiores mudanças serão decretadas como prioritárias. O tempo de duração de cada intervenção é apenas uma estimativa, pois cada projecto apresenta diferentes graus de complexidade e dependerá de conjuntos de decisões, aprovações e
Esta equipa de gerenciamento doprojecto deverá ser formada por
requerimentos necessários para a sua implementação.
elementos do quadro público e privado que guiem, coordenem e direccionem todo o processo durante os 30 anos de intervenção.
Pode não representar com precisão a intervenção, mas representa sim
Assim, cria-se uma fonta mais segura para assegurar o financiamento
expectativas razoáveis dentro do timing esperado de desenvolvimento.
principalmente dos locais públicos.
PROJECTO A – RESTAURAÇÃO & BALNEÁRIOS PROJECTO C – REALIMENTAÇÃO DA FRENTE DE PRAIA
URGENTE
PROJECTO G – PARQUE ANTÓNIO REPINGA (ESTACIONAMENTO, GINÁSIO REPINGA, CAMPOS DE JOGOS FUTEBOL & VÓLEI) PROJECTO E – PROMENADE secção 3 PROJECTO H – MILLENIUM PARK PROJECTO B – PROMENADE secção 2 PROJECTO C – PONTE CAIS & MARINA PROJECTO D – REALIMENTAÇÃO DA FRENTE DE PRAIA & REVEGETAÇÃO PROJECTO A - PARQUE DOS PROJECTO A – PROMENADE secção 4 TRABALHADORES PROJECTO I – RESTAURAÇÃO & MIRADOURO ALCÂNTARA PROJECTO C – MARINA DO PORTO DE MAPUTO PROJECTO B – MINI MIRANTES PROJECTO C – PRAÇA ATLAS PROJECTO D – HABITAÇÃO TIPO A PROJECTO E – RUA DO PORTO PROJECTO D – MARINA DO PORTO PROJECTO L – MARINA DO CLUBE NAVAL DE PESCAS PROJECTO C – STREETSCAPE LIGAÇÕES VIÁRIAS PROJECTO A – MAPUTO BAY FERRYBOAT STATION
NÃO URGENTE
PROJECTO E – HABITAÇÃO TIPO B PROJECTO D – RESTAURAÇÃO E BASQUET COURT PROJECTO H – FEIRA ARTESANAL DO PESCADO PROJECTO G – PRAÇA DO PORTO
PROJECTO C – FEIRA ARTESANAL PROJECTO E – MAPUTO BEACHWALK PASSARELA
PROJECTO F – FEIRA POPULAR PROJECTO B – PLAYGROUND
PROJECTO H – MIRADOURO & ESCADARIAS PROJECTO I – WAVE SHOPPING CENTER PROJECTO I – DECK 5 & DECK 63 PROJECTO A – JARDIM DA PONTA VERMELHA PROJECTO G – SILO DE ESTACIONAMENTO & EVENTOS PROJECTO C – ESTAÇÕES 1, 2 E 3 PROJECTO F – PARQUE DE ESTACIONAMENTO
PROJECTO F – MAPUTO FISH MARKET PROJECTO B – PRAÇA DOS NAMORADOS PROJECTO B – PROMENADE secção 1
PROJECTO F – WAVE TOWER
PROJECTO J – DECK 1,2,3,4,5,6,7,8 PROJECTO K – JARDIM DO CENTENÁRIO
5 Anos
6 Anos
SECÇÃO 1
SECÇÃO 3
SECÇÃO 2
SECÇÃO 4
5 Anos
6 Anos
4 Anos
4 Anos
SECÇÃO 5
* TIMEFRAMES SUJEITOS A ALTERAÇÕES
177
O potencial econômico da orla A importância da revitalização da orla para o
Assim sendo, o Conselho Municipal deve procurar
Embora o tipo de intervenção precisa de muito
crescimento econômico da cidade é um facto.
parcerias com várias entidades que possam
investimento, irá devolver o espaço às pessoas e
Portanto, é essencial criar as condições certas para
contribuir com meios para materializar o plano e a
a cidade, tornando-o num cartão de visitas da
manter as atividades existentes que trazem receitas
sua visão, dependendo da escala de cada projecto
cidade, o que ajudará a alavancar o turismo local
positivas e incentivar novas actividades comerciais
e dos papeis destas entidades.
e internacional, o comércio de rua, criação de
na área da orla.
rendimento em estabelecimentos comerciais e de
A parceria público-privada (PPP)
restauração e também fornecerá emprego para
As áreas portuárias e pesqueiras proporcionam um
várias pessoas.
caráter significativo à orla marítima, tanto é a sua
Parcerias público-privadas (PPPs) podem ajudar
importância que o plano procura manter e expandir
a facilitar a implementação de projectos de
A longo prazo é viável pois o retorno será maior
espaços como marinas e criar novas áreas
revitalização urbana de várias maneiras
que o investimento não apenas economicamente
interessantes.
diferentes. Primeiro, por meio de uma PPP, um
como ambientalmente (maior protecção costeira
projeto pode ser financiado integralmente ou
e adopção da resiliência costeira, valorizando e
Turismo e eventos à beira-mar terão um impacto
principalmente pelo setor privado. Em segundo
protegendo os assets naturais da região como as
econômico significativo no crescimento económico.
lugar, as PPPs podem ajudar os municípios a
barreiras e o mar) e socialmente (em termos de
Aliado ao placemaking que é um processo que
planeaar melhor. Em terceiro lugar, e talvez
relações entre as pessoas, encontro, segurança,
promove a criação de destinos públicos vitais,
mais importante, as PPPs podem adicionar
permanência e cuidado dos espaços).
reconhece-se que os lugares evoluem ao longo do
flexibilidade à prestação de serviços de nível de
tempo, que as atividades e eventos precisam apoiar
rua, como manutenção e operação, de ativos
a prosperidade dos actores económicos locais e o
específicos, que as agências do setor público
desenvolvimento da comunidade.
geralmente não possuem. As PPPs aproveitam as capacidades do setor privado e aumentam a
Cidades não são construídas apenas por uma
eficiência dos serviços.
entidade, são sim um conjunto de várias acções levadas a cabo por vários sectores e várias entidades. Para o sucesso da proposta, serão necessárias acções do sector público em colaboração com os donos de terras e o sector privado - para preparar
INGC
colectivamente as melhores abordagens e alternativas para a implementação deste plano. Sem
Ministério das Obras Públicas
a participação activa destes stakeholders o processo
10%
pode não se desenrolar da melhor maneira possível.
CMM
7%
15%
Ministério da Terra, Ambiente
Orçamento do Estado
5%
O sucesso de qualquer plano é determinado pela maneira como este é implementado. O
10%
Doações ONG's 8%
desenvolvimento no sector público deve valorizar os
Investimento Privado
investimentos privados, permitindo assim maior
50%
atractividade para investimentos.
Fase 2
Fase 4
1 800 000 000 $
1 000 000 000 $
400 000 000 $
Fase 1
Fase 3
Fase 5
1 000 000 000 $
1 200 000 000 $
900 000 000 $
Total: 6 Bi $
178
Fase 6
Estimativa de custos O valor aproximado para a implementação do plano de revitalização do waterfront de Maputo até 2050 é de 6.000.000.000 $ (seis bilhões de dólares americanos). Prevê-se que o financiamento para esta intervenção venha de várias entidades governamentais públicas como privadas e que os
Maputo Wave Tower 15 000 000 $
projectos sejam geridos de acodo com o seu grau de importância e relevância. A estimativa de custos foi realizada tomando em conta vários factores, mas não são valores completamente exatos. Mesmo assim, para a materialização do plano muitas acções terão de ser tomadas e parceiros financiadores terão de sentir-se atraídos a investir na cidade. Habitantes
Habitações
Parque e jardim
+4900
948
+3 Ha
Empregos
Ciclofaixas
Visitantes/mês
+2000
+11Km
+50.000
Ponte Cais 665 000 $
Ginásio Repinga 7 000 000 $
Estação de Ferryboat Maputo 3 000 000 $
Re-alimentação de Praia 421 000 $
Feira Popular 50 000 000 $ 179
tu
Ca
lo
pĂ
Considerações finais O processo de elaboração deste trabalho foi marcado por
É necessário uma reflexão profunda sobre como podemos
várias reflexões no que diz respeito à nossa cidade e capital
encarar os desafios hoje como comunidade para que amanhã
do país. Maputo vem se transformando rapidamente ao
nos tornemos numa comunidade coesa e organizada. As
longo dos anos e basta apenas olhar para as grandes
pessoas que moram na cidade reconhecem os seus problemas
infraestruturas desenvolvidas como a ponte Maputo-Katembe
e a vontade de mudar para melhor existe. O optimismo em
e a Circular de Maputo para confirmar este facto. Este tipo de
olhar para as oportunidades e investir nelas também existe, o
desenvolvimento impulsiona o crescimento de certas áreas
que falta apenas é a realização.
como a zona da Costa do Sol ao longo da orla marítima, que em menos de 10 anos registou e continua a registar um
A ideia de que a cidade e os espaços foram e são feitos para
desenvolvimento notável.
as pessoas é o que guiou fundamentalmente este trabalho. A importância e valorização de lugares para as pessoas é o que
É então levantada uma questão importante. O que queremos
realmente transforma e faz grandes cidades. O nosso trabalho
ser nós amanhã enquanto cidade? Qual será a nossa
como arquitectos e planeadores é também de ajudar a guiar
identidade? Quais as tendências de transformação e de
estes processos de transformação e auxiliar na formação de
desenvolvimento para esta cidade e como podemos fazer
uma identidade colectiva.
face a estas mudanças? A transformação não é um processo estático e ela nunca Quando se fala em desenvolvimento é importante notar que
acaba, mesmo que um projecto chegue 'ao fim'. Assim será
este não seja apenas do ponto de vista de construção de
com a orla marítima da cidade daqui há 10, 20 ou 30 anos. O
grandes infraestruturas. O desenvolvimento económico, social
principal desafio é como podemos ser amanhã enfrentando as
e principalmente ambiental são muito importantes para uma
adversidades hoje, aliado ao potencial de grande
cidade que quer crescer e se afirmar num contexto regional.
desenvolvimento que a área em questão apresenta.
O turismo é um dos exemplos que pode ajudar a catapultar a cidade para um maior e melhor desenvolvimento,
É, então, levantada uma questão importante. Como você
aproveitando áreas de enorme potencial para crescimento e
imaginaria o futuro do waterfront da cidade de Maputo?
investimento, assim como aproveitando melhorar o espaço público para os cidadãos. No contexto moçambicano são notórias as dificuldades que as nossas cidades enfrentam no seu dia-a-dia, onde problemas considerados básicos em outros pontos do mundo - como a recolha de resíduos sólidos - ainda é deficiente nas nossas cidades. Problemas como parqueamento de viaturas, principalmente numa cidade como Maputo que a cada dia aumentam mais viaturas; problemas como o descaso com o nosso património ecológico que são as barreiras e mesmo com as mudanças climáticas e desastres naturais.
181
182
Fig.33 Escadarias da praia em frente ao hotel Radisson
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185
186
ex os
An
1 9 0 1- 1 9 2 0
A EVOLUÇÃO DA MARGINAL DE MAPUTO AO LONGO DOS ANOS
Edifícios e estrada marginal antes das obras na barreira entre 1915e 1920 completam a visão geral da zona antes de ser feito o aterro.
A estrada que tinha sido aberta cerca de 1897 para permitir o acesso da Baixa às obras do porto chamada "estrada das antigas obras do porto", depois chamada "avenida marginal
da PV".
direita: obras do porto que parecem ser dum plano antigo que não avançou. No segundo mapa o aterro é previsto e a ser limitado por um cais. Isso queria dizer que essa zona não tinha sido aterrada ainda. No terceiro mapa o aterro é planeado para a área pintada a côr de rosa. Quanto ao
1897
A cidade de Maputo surgiu na baixa da
1909
Mapa sem aterro nem planos para tal. À
1906
aterro, à sua esquerda pode ver-se que ele começaria para sul do que estava previsto
1887
no mapa de 1906. Quanto à urbanização prevista em 1909 pouco foi realizado
Elevação à
1850
exactamente como previsto.
categoria de Cidade
1903
cidade e um dos principais locais que sofreu várias transformações ao longo dos anos desde a descoberta da cidade pelos Portugueses é a área da Marginal. É notável através da sua rica história evolutiva contada a partir das fotografias que mostram o
Enseada e pré-aterro da Maxaquene.
1895
Vê-se a zona da orla do estuário no
Outubro de 1919havia ainda 1 9 1 9 Em muita água do lado interior do
estado original e vista ao nível da
muro-suporte que precisava de
água, com terra firme/barreira à
ser drenada. A dificuldade de
locais ao longo da orla marítima da cidade,
direita. Vê-se também a estrada
construção do muro para de um
bem como o surgimento de um dos mais
marginal junto à barreira, a zona
lado suportar o peso do aterro e
plana e o efeito da maré. Com a
do outro a força e acção do
maré baixa grande parte da zona que
estuário e o grande volume de
veio a ser aterrada ficava à vista.
terra movimentado para o aterro
nascimento e a transformação de principais
importantes marcos da cidade: as barreiras.
devem ter sido a justificação para os cinco anos que esta obra levou a ser completada.
1911 1884
A construção da primeira passagem na base do promontório da Ponta Vermelha (PV) construindo-se aí uma faixa elevada em relação ao nível do mar e que ficou protegida contra a erosão por um paredão. Secção transversal mostrando os trabalhos dum paredão marítimo na Ponta Vermelha, vistos do lado da Baixa da cidade.
Amarelo: Alfândega Azul claro: fortaleza, cuja cortina sul era também o limite da terra firme na zona Castanho: primeiro muro com uma ponte de madeira na perpendicular Circulo laranja: a posição da Praça dos Trabalhadores
188
O trabalho para um novo plano de urbanização de Lourenço Marques começou em Lisboa no Gabinete de Urbanização
A única alteração parece ser o detalhe da
Colonial. Esse plano foi elaborado de 1952 a
urbanização do aterro. Os trabalhos de
1955 do plano de urbanização para a cidade
aterro deste "trapézio" entre a orla inicial
finalmente também pouco foi adoptado.
do estuário (que estava perto da barreira
Palácio das Repartições projectado entre
actual) e a muralha da actual Av. 10 de
1922
1952 e 1955 depois Fazenda/Finanças agora
Novembro foram feitos há mais de 90
Conselho de Ministros. Foi o único projecto
anos. O volume do aterro foi de cerca de
executado deste plano.
3 milhões de metros cúbicos. Construir este aterro foi um trabalho exigente com os limitados meios da época. No mapa Anos 50 com o Clube Naval já ampliado para o lado da baía mostrando que a estrada marginal original tinha sido
1952
pós aterro a doca estava já construida mas era para barcos de pesca.
1 9 2 5- 1 9 2 6
reaproveitada para servir de via da esplanada. Actualmente desapareceu a
Caracol da Polana de
via da esplanada onde está agora um
Lourenço Marques -
declive em terra, desapareceu o
Inicialmente como era o
separador com árvores a leste delas e a
único caminho para a
marginal passou a ter duas faixas
praia tinha dois
separadas.
sentidos. Nesta altura já devia ter só o da descida.
1965 A FACIM (Feira Agro Pecuária Comercial e Indústrial de Moçambuque) foi inaugurada em Julho de 1965. A feira foi transferida desde 2011para os arredores de Maputo e as construções neste local, na maioria pavilhões de exposição, foram demolidas (entre 2011e 2012)
1 9 3 0- 1 9 4 0
2018
2013
1 9 2 1- 1 9 6 0 Antiga casa de chá, ao
1956
fundo o
Originalmente só tinha
clube Naval
duas chaminés à frente. A terceira deve ter sido acrescentada depois onde havia um respiro. Planos de Pancho Guedes para edifício em forma de banana.
1920 Doca da Capitania - esta tinha desde a sua construção uma reentrância do lado esquerdo = poente. No lado norte dessa reentrância estava colocada uma escadaria de embarque / desembarque abrindo-se para dois lados.
Trabalhos de uniformização e consolidação na barreira de Maxaquene até à direcção dos Blocos Gémeos que estão no alto da barreira à direita que aconteceram na sequência dos estragos causados pela depressão tropical Claude de 1966.
189
ex os
An
191
ex os
An
193
ex os
An
195
ex os
An
m2
CUSTOS DE CONSTRUÇÃO
cost (1m2=700$)
pm2*pisos
cost mtn 1$ = 63,69 mtn
RESTAURAÇÃO
24,104
253,092,000
ESCRITÓRIOS
19,876
361,743,200
SILO ESTACIONAMENTO
5,807
65,038,400
92,912
ESCRITÓRIOS E MERCADO
7,866
44,049,600
62,928
280,551,902,400
MISTO (HAB+COM)
28,912
1,194,065,600
1,705,808
7,605,003,806,400
EDUCACIONAL
16,464
161,347,200
230,496
1,027,620,316,800
3,133
2,193,100
3,133
13,967,853,900
FEIRA POPULAR
13,935
48,772,500
69,675
310,632,052,500
MULTIFUNCIONAL
29,055
1,525,387,500
2,179,125
9,715,192,987,500
SHOPPING
6,000
12,600,000
18,000
80,249,400,000
HOTELARIA
2,402
18,495,400
26,422
117,797,202,600
HOTELARIA & CONFERÊNCIA
5,604
11,768,400
16,812
74,952,939,600
HABITAÇÃO
34,335
1,297,863,000
1,854,090
8,266,089,447,000
GINÁSIO
5,740
16,072,000
22,960
102,362,568,000
ESTAÇÃO DE FERRYBOAT
Total
361,560 516,776
5,012,487,900
2,303,942,440,800 414,229,569,600
7,160,697
valor mtn ( (1m2)
m2 Ponte Cais
1,611,942,948,000
31,924,535,435,100
cost mtn
cost $
12,821
3,298
42,283,658
663,897.91
Piers (8)
9,124
3,298
30,090,952
472,459.60
Marina do Porto de Maputo
6,419
3,298
21,169,862
332,389.10
Marina do Porto de Pescas
3,104
3,298
10,236,992
160,731.54
Maputo Marina
3,194
3,298
10,533,812
165,391.93
25,102
3,298
82,786,396
1,299,833.51
1,732
3,298
5,712,136
89,686.54
847
3,298
2,793,406
43,859.41
205,607,214
3,228,250
Marina do Clube Naval Miradouros (4) Passarella
Total
m3
valor mtn (m3 )
cost mtn
cost $
Realimentação de praia
24018
971
23,321,478
Relva de praia
21460
161
3,455,060
Total
366,172 54,248
26,776,538
420,420
un
preço mtn unidade
preço $ unidade
ml
Betão impresso
1m2
657
10
1,285
Pedra Ardória
1m2
3,593
56.14
500
un
preço mtn
preço $
ml
1m2
8,400
131
1,285
un
preço mtn
preço $
1m2
12,150
190
Pavimentos
Iluminação pública Drenagem Abastecimento de água
cost mtn
cost $
844,245
Todos os preços foram
13,256
retirados do site Gerador de
1,796,500 cost mtn
28,207 cost $
preços para Moçambique
ml
10,794,000 cost mtn
169,477 cost $
1,285 ml
15,612,750 cost mtn
245,137 cost $
35,787,250 cost mtn
561,897 cost $
(http://www.mocambique.gera dordeprecos.info/espacos_urb anos/Jardins.html),
un
preço mtn
preço $
1m2
27,850
435
Jardins
un
preço mtn
preço $
1,285 unidades
Acácia
1
840
13
600
504,000
7,913
a construção com
569
9
300
170,700
2,680
1m2
161
3
14,132,902
221,901
previsões de custos ajustadas
un
preço mtn
preço $
Palmeira
1
Relva
87,782 unidades
cost mtn
uma ferramenta informática que permite obter preços para
à realidade.
cost $
Espaço Público Bicicletário em U
1
8,781
137.20
75
658,575
10,340
Banco de madeira
1
30,741
480.33
250
7,685,250
120,667
350
Canteiro de madeira
1
18800
294
6,580,000
103,313
Para Sol praia
1
13108
205
200
2,621,600
41,162
Pinos de rua
1
5146
80
2,000
10,292,000
161,595
Poste de Iluminação básico
1
73109
1,142
100
7,310,900
114,789
Os valores da infraestruturação foram retirados do Plano de Pormenor de Chamanculo C. 1$ = 63,69 mt
Abertura de vias Total mtn Total $
Jardins 64,834,745 1,017,974
Espaço público 14,807,602 232,495
35,148,325 551,866
Taxa de câmbio dia 16/04/2019, via Banco de Moçambique.
CUSTO TOTAL DO PROJECTO (mtn) 31,924,882,609,524 CUSTO TOTAL DO PROJECTO (usd) 5,017,938,904
197