Revitalização do Waterfront de Maputo: Conexão entre Av. 10 de Novembro e Av. Marginal

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C o n e x ã o e n t r e a A v e n i d a 10 d e Novembro e a Avenida Marginal

REVITALIZAÇÃO DO WATERFRONT DE MAPUTO

Rose Mary Dias U E M _FAPF Tutor: A r q . D o m i n g o s M a c u c u l e Trabalho de Culminaçao de Curso para obtenção do grau de Licenciatura 2 0 1 8/2 0 1 9




C o n e x ã o e n t r e a A v e n i d a 10 d e Novembro e a Avenida Marginal

REVITALIZAÇÃO DO WATERFRONT DE MAPUTO

Rose Mary Dias U E M _FAPF Tutor: A r q . D o m i n g o s M a c u c u l e Trabalho de Culminaçao de Curso para obtenção do grau de Licenciatura 2 0 1 8/2 0 1 9


Declaração Confirmo que o trabalho submetido para avaliação é de minha autoria, não resultando de recurso a plágio, cópia ou ajuda, excepto onde declaro explicitamente o contrário. Estou ciente de que poderão ser tomadas medidas disciplinares contra mim caso haja provas de que o trabalho não é da minha autoria.


Conteúdo

Tabela de

1 2 3 4

Índice de figuras Glossário Resumo - Abstract

Introdução ao plano de revitalização do Waterfront da Cidade de Maputo Os objectivos e as oportunidades que a orla apresenta Estrutura da pesquisa Processo de elaboração do plano

Revitalização como operação urbanística Historial breve de revitalização de waterfronts Marginal & Baixa Casos de referência Propostas realizadas para a orla marítima da cidade Placemaking Streetscape

O que a cidade tem a oferecer Localização geográfica Síntese do inventário e análise do local Deslizamento de terra nas barreiras Resiliência costeira Uso do solo actual Constrangimentos e potencialidades

O papel do planeamento participativo no desenho urbano O Inquérito - o que acha que um espaço público agradável deve ter - o que é que a requalificação da Av. Marginal aquando do PPU Marginal 2015 veio acrescentar à cidade de Maputo - qual será a identidade do waterfront de Maputo no futuro


PLANO MAPUTO BAY WATERFRONT 2050

GSPublisherVersion 0.0.100.100

5

Visão O melhor cenário para implementação da visão O plano de revitalização Conceitos & design do plano Iniciativa Vamos lá pedalar Iniciativa Vamos lá caminhar Princípios gerais Estratégias O papel do placemaking no planeamento das actividades Ruas a revitalizar e o papel do streetscape O programa espacial Regulamentação: planos em vigor Masterplan Uso do solo proposto Secção 1 - 5 Habitação acessível Materialidade

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A arborização proposta Mobiliário urbano e a necessidade de manutenção dos espaços públicos Timeframe do plano e Implementação Estimativa de custos

Considerações finais Referências bibliográficas Anexo A - Timeline Marginal Anexo B - Ficha TOD Anexo C - PPU Marginal Anexo D - PPU Baixa Anexo E - Estimativa de custos


Figuras

Fig.1 Orla Marítima na Av. 10 de Novembro vista da Ponte Cais Fig.2 Doca seca do Porto de Lourenço Marques (housesofmaputo) Fig.3 Vista aérea da doca de capitania de Lourenço Marques, 1969 (housesofmaputo) Fig.4 Projecto Mission Rock Seawall Lot 337, San Francisco, California Fig.5 Imagem Aérea da Cidade de Maputo (retirada do site macauhub.com.mo) Fig.6 Foto tirada na Av. 10 de Novembro Fig.7 Vista da rua António Fernandes Fig.8 Ponte Cais de Maputo Fig.9 Viaduto Alcântara Santos Fig.10 Maputo Marina Fig.11 Viaduto Alcântara Santos Fig.12 Av. Marginal depois do clube Naval Fig.13 Av.Marginal Fig.14 Miradouro Fig.15 Início da praia da Costa do Sol Fig.16 Praia da Costa do Sol Fig.17 Frente de praia do hotel Radisson Fig.18 Muro de contenção Marginal - Mural do artista Nagib Fig.19 Barreiras vista da Av. 10 de Novembro Fig.20 Zona Costeira na Marginal e marina do clube Naval Fig.21 Imagem aérea da cidade de Maputo (retirada do site do MBT-Maputo Business Tower) Fig.22 Sr Joaquim, vendedor de sumo de cana-de-açúcar na Av. Marginal Fig.23 e 24 Sr Fernando e Sr Tinga, vendedor e pescador Fig.25 Moçambique, uma das estrelas ascendentes de África. - Foto tirada por Alex Bramwell Fig.26 Vista da Praça 25 de Junho (fonte desconhecida) Fig.27 Ponte Cais de Maputo Fig.28 Esquemas do Adelaide Design Manual por Owen Lindsay Fig.29 Processo de criação da quadra Fig.30 Diagramas do manual Espaço Aberto (Prefeitura de São Paulo) Fig.31 Elementos que contribuem para o placemaking (Project for public spaces) Fig.32 Diagramas do Global Street Design Guide Fig.33 Escadarias da praia em frente ao hotel Radisson

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Glossário Promenade Local ou percurso urbano, geralmente largo e extenso, destinado a passeios a pé tipicamente ao longo da orla

A

marítima.

Waterfront Ou orla marítima. Parte de uma cidade que se encontra ao lado de uma área de água como um rio ou o mar.

Streetscape (paisagem de rua)

Beach nourishment (alimentação de praia) É o fornecimento de areia para a costa para aumentar o valor recreativo e / ou para proteger a praia contra a erosão da costa, aumentando a areia da praia.

Ciclofaixa Diferente da ciclovia, é uma faixa integrada ao trânsito de veículos que não possui separação física, apenas com

E

Elementos visuais de uma rua, incluindo a via, edifícios

pintura feita no pavimento utilizando a estrutura viária

adjacentes, passeios, mobiliário urbano, árvores e

existente.

espaços abertos, etc. que se combinam para formar o carácter da rua.

Pier Uma plataforma em pilares que se projecta da costa para o mar, incorporando tipicamente locais de entretenimento e restauração onde as pessoas podem também caminhar.

Beachgrass (relva de praia) Gramíneas resistentes com raízes fortes que podem crescer em praias arenosas expostas.

Resiliência

Miradouro

Significa voltar ao estado normal, e é um termo oriundo

É um local elevado de onde se tem uma vista panorâmica. Normalmente são pontos turísticos.

T

do latim resiliens. É a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação.

Marina É um pequeno porto para estacionamento e abrigo de pequenas e médias embarcações.

Resiliência costeira Significa construir a capacidade de uma comunidade “se recuperar” após eventos perigosos como ciclones, tempestades costeiras e inundações.

R

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Resumo Abstract A Revitalização Urbana de orlas marítimas designadas por Waterfronts

Urban Revitalization of seafronts also designated by Waterfronts

vem ganhando força no contexto global pelos benefícios que agrega às

has been gaining strength in the global context because of the

cidades que localizam-se em frentes marítimas e ribeirinhas, onde a sua

benefits it brings to the cities where the maritime and riverside

criação e crescimento foram principalmente impulsionados pela criação

fleets are located, where their creation and growth were mainly

de Portos e do comércio marítimo.

driven by the creation of ports and maritime trade.

Com origem nos Estados Unidos e impulsionada pelo fim da II guerra

Originating in the United States and boosted by the end of World

mundial, a revitalização surge como um catalizador econômico, social e

War II, revitalization emerges as an economic, social and

ambiental de cidades que acabaram tendo suas áreas portuárias

environmental catalyst for cities that ended up having their port

abandonadas e consequentemente desvalorizadas.

areas abandoned and consequently devalued.

A sua influência atinge a Europa, onde cidades célebres foram aos

It's influence reaches Europe where famous cities have gradually

poucos aplicando os principais conceitos desta operação urbana,

applied the main concepts of this urban operation, resulting in

resultando em casos inspiradores de sucesso e de devolução das áreas

inspiring cases of success and return of the waterfront areas to

ribeirinhas às comunidades.

the communities.

No contexto Africano, ainda se estão a dar pequenos passos

In the African context, significant small steps are still being taken

significativos para revitalizar as áreas marítimas de nossas cidades, onde

to revitalize the maritime areas of our cities, where success stories

casos de sucesso como o V&A Waterfront e o Luanda Bay Waterfront

such as the V & A Waterfront and the Luanda Bay Waterfront

apresentam bases de incentivo para que outras cidades como Maputo

provide incentive grounds for other cities such as Maputo to start

possam começar a desenvolver uma Visão que realmente transforme o

developing a Vision that can really transform their Waterfront.

seu Waterfront.

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Fig. Praia da Costa do Sol


tu

Ca

lo

pĂ­


Introdução ao Plano de Revitalização do Waterfront da Cidade de Maputo Criando uma Visão Compartilhada Contexto para o plano A visão geral destaca principalmente as possibilidades que o futuro pode reservar para o waterfront de maputo, como este pode ser desenvolvido e continuar a criar uma mudança transformativa na Cidade. Criar um equilíbrio entre os usos do local onde estes podem agarrar oportunidades de crescer e ser algo mais. Este documento define uma visão e um conjunto de objectivos guiados por princípios e estratégias que irão auxiliar no planeamento da revitalização do waterfront para daqui há 30 anos. As mudanças propostas pelo plano apresentam uma gama de oportunidades para se poder construir uma comunidade mais coesa, saudável e flexível que não tenha receio do desenvolvimento. O plano é também construído incluíndo a consulta da comunidade, onde os princípios e os objectivos foram derivados de uma visão integrada e de um desenho urbano inclusivo. Procurando maximizar os atributos da área de intervenção, o plano propõe a melhoria da acessibilidade ao waterfront destacando o factor público e provendo-o de uma rede de actividades e espaços que reforçam a característica turística do local. O grande sucesso destas possibilidades e oportunidades reside nos próprios cidadãos e na governança que poderá liderar o processo. A procura e o apoio em termos de investimento é também muito importante, bem como a participação no processo de tomada de decisão e no processo de utilização destes espaços pelas pessoas.

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Porquê transformar o waterfront de Maputo A cidade de Maputo é cheia de oportunidades A conservação, valorização e boa gestão do nosso património podem trazer grandes benefícios económicos e sociais a longo prazo a todos os cidadãos, incluindo a criação de oportunidades de trabalho, negócios e de turismo bem como o melhoramento da qualidade do espaço urbano. Qual foi o critério de escolha da área de estudo e porquê é necessário intervir neste espaço? A cidade de Maputo vai aos poucos apresentando um desenvolvimento significativo em vários sectores, principalmente no imobiliário e no turismo. Apercebemo-nos aos poucos da importância de ordenar, organizar e prover infraestruturas e redes de actividades em certos espaços da cidade, devolvendo estes espaços aos seus cidadãos e moradores. É notável a aprovação e a nota positiva das pessoas sobre a reabilitação da Av. Marginal no troço da Costa do Sol por causa da circular de Maputo, ajudando a resolver certos problemas graves de erosão e de abandono de espaços nobres, provendo locais de lazer, de estacionamento e de apreciação do mar.


Maputo é uma cidade costeira como muitas outras e pode encontrar neste factor um enorme crescimento da sua economia na potencialização de espaços públicos e na melhoria da qualidade de vida bem como da imagem da própria cidade, resolvendo também problemas recorrentes verificados nesta àrea da cidade. É notável o esforço por parte das autoridades para melhorar a área Porque revitalizar? Revitalizar consiste em conferir mais vitalidade

da marginal da cidade, mas este desenvolvimento tem de continuar a abranger certas áreas que

ou vigor a uma coisa. A ideia de revitalizar tende a ser associada

encontram-se hoje extremamente desvalorizadas.

à recuperação do esplendor ou ao crescimento de algo. O “revitalizar” de uma região culmina num processo de reconstrução e transformação do convívio da população em relação à cidade.

A área de intervenção faz parte da zona histórica da cidade com potencial para turismo, assim como para uma cidade que se quer reafirmar no contexto da África Austral e que já deu passos aquando da criação da Ponte Maputo-KaTembe, é importante começarmos a olhar para certas zonas abandonadas em locais considerados nobres com grande potencial económico e turístico que possam marcar gerações vindouras.

As frentes marítimas e os Portos têm uma forte relação com as cidades e são muitas vez a razão de existência das mesmas. Eles têm um impacto enorme na prosperidade física, económica e social das cidades e nos seus habitantes. Numa cidade com orla marítima, os seus locais públicos dominantes localizam-se ao longo da àgua como piers, praças, promenades, parques, mercados, marinas e transporte fluvial pois estes são os centros de actividade humana e troca comercial. Assim sendo, os locais onde a água encontra a cidade são os espaços públicos mais representativos. Por esta razão, muitas cidades estão actualmente a realizar operações de revitalização ao longo das suas waterfronts com o objectivo de reconectar a cidade a àgua. A vantagem de ser uma cidade costeira cria oportunidades que no futuro podem significar um notável desenvolvimento desta região, podendo tornar a área do Waterfront de Maputo num ponto de referência internacional assim como o Parque das Nações em Portugal, a Orla de Thessaloniki na Grécia, o Chicago Riverwalk nos EUA, V&A Waterfront de Cape Town, o Calçadão no Brasil ou a recente Waterfront da Baía de Luanda.

Um desafio interessante seria a possibilidade de uma operação urbanística como esta poder servir de exemplo e liderança estratégica em cidades do nosso país como a Beira e Pemba que enfrentam sérios riscos de erosão das suas orlas marítimas. Optimizar o desenvolvimento requer uma integração de poder público, governamental e privado, onde o investimento privado no sector público seria uma estratégia chave para atrair mais pessoas e investidores interessados no crescimento e desenvolvimento da orla marítima da cidade de Maputo.

Fig.1 Orla Marítima na Av. 10 de Novembro vista da Ponte Cais

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"...transformações simbolizam o Maputo verdadeiramente cosmopolita, uma cidade de tradições, crenças e costumes que fazem da capital uma autêntica cidade de harmonia e paz, uma unidade na diversidade.” David Simango

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Os objectivos e as oportunidades que a orla apresenta

O principal objectivo na proposta desta intervenção é de revitalizar a área do waterfront de Maputo, onde espaços de grande valor

Um ótimo lugar para visitar

económico, social, ambiental e turístico encontram-se hoje em stand

Desenvolver o potencial da orla como um lugar

by, não sendo considerados espaços merecedores de intervenções prioritárias na cidade.

único e especial para visitar, com uma variedade de atrações de lazer modernas e um programa diversificado de actividades e eventos.

O turismo - local e internacional em particular - é um elemento crucial do desenvolvimento económico, uma vez que a área em estudo está directamente conectada com a baixa da cidade, o actual business center da cidade. Por esta razão procurou-se criar uma proposta clara e concisa para revitalizar o waterfront de Maputo, onde é assegurada a conexão da cidade alta e a baixa, a integração da área histórica com o porto e o mar através de uma rede de actividades contínua e espaços que possam vir a contribuir para o desenvolvimento futuro desta área como um local de excelência da cidade.

Um ótimo lugar para morar Tornar a área num ótimo lugar para viver com novas habitações acessíveis e atraentes para uma gama diversificada de pessoas.

Estes objetivos visam a proteção, preservação e valorização dos recursos ambientais, históricos e culturais, onde se desenvolvem um conjunto de princípios gerais a serem alcansados pelo plano. As metas para o Waterfront Central são de promover o aumento do aproveitamento e uso público da área, promover o desenvolvimento econômico e a criação de empregos assegurando que futuros empreendimentos ajudem a alcançar estes objectivos.

Um Local atraente e distintivo Desenvolver um ambiente atraente e distinto, com edifícios, ruas e espaços de alta qualidade. Reforçar o papel e a importância dos principais espaços públicos e edificados.

Desenvolver um programa diversificado de eventos para a orla é essencial na promoção da diversidade. A orla urbana, como vista de um cartão postal, tem a capacidade de moldar a imagem de uma cidade através da criação de espaços vibrantes que são lugares de complexidade e variedade de atividades. OBJECTIVOS DESTA PROPOSTA

Fácil de Circular – Walkability

1. Criar uma diversidade de actividades

(capacidade de andar)

2. Integrar diferentes usos do espaço urbano de uma maneira equilibrada 3. Aproveitar os espaços públicos para que haja uma maior permanência 4. Promover a resiliência costeira 5. Valorizar os pontos turísticos e atrair investimentos

É necessária uma mudança para modos mais sustentáveis do que o automóvel. Melhorar o ambiente para pedestres é fundamental pela sua capacidade de atrair investimentos.

6. Reorganizar o comércio de rua e potencializar o comércio ambulante em áreas com grande fluxo de pedestres 7. Criar landmarks e estimular actividades culturais e de lazer 8. Promover a densificação vertical, habitação e a não-segregação social 9. Priorizar o peão em detrimento dos veículos 10. Reforçar a acessibilidade para todos e a segurança no trânsito

Um ótimo lugar para fazer compras O objetivo é que o centro da cidade mantenha a sua posição forte como um importante destino de compras, diversificando a oferta e desenvolvendo atrações complementares de lazer, cultura e arte.

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Estrutura da pesquisa METODOLOGIA DE REALIZAÇÃO E PESQUISA

A escolha da área de intervenção deu-se devido ao potencial que um local como o waterfront de Maputo apresenta mesmo estando ainda em desenvolvimento e sem planos concretos de conexão e continuidade entre duas vias importantes para a cidade e sua orla marítima como a Av. 10 de Novembro e Av. Marginal. A recolha de dados bibliográficos consistiu na pesquisa de operações relevantes de semelhante cunho em cidades Americanas e Européias, frameworks de execução e planificação, bem como os contextos historiais de surgimento de revitalizações de waterfronts. A bibliografia nacional foi também vastamente consultada, como teses previamente realizadas na FAPF e documentos de instituições governamentais. O processo de planeamento começou com uma análise profunda de cada secção da área de intervenção, onde o levantamento fotográfico teve um papel crucial para o registo de factores a analisar no inventário do espaço. Foram também estudados os planos que estão actualmente em vigor na área de intervenção, seus relatórios e regulamentos. Este inventário culminou eventualmente na produção de mapas e análises que contribuíram para a realização do diagnóstico da situação atual.

Após a identificação de factores de constrangimentos e de potencialidades que a área de intervenção possuí, um inquérito de 10 perguntas foi elaborado e apresentado de duas formas, online e cara-a-cara, onde quase 80 pessoas deram as suas opiniões sobre como queriam que esta transformação do waterfront acontecesse e como seriam afectados no futuro. A proposta do plano é realizada tendo em conta todos estes factores encontrados no diagnóstico do local, no que os espaços necessitam e na opinião das pessoas que vivem e trabalham nesta área, bem como aquelas que apenas frequentam o espaço em seus tempos livres.

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Processo de Elaboração do Plano

Junho, 2018 Escolha da área de intervenção Julho-Agosto, 2018 Recolha de dados e bibliografia relevante: estudos anteriores, planos relacionados com o local (teses passadas), planos sobre waterfronts na internet

Setembro, 2018 Levantamento fotográfico e recolha de dados no local de intervenção

Setembro-Outubro, 2018 Elaboração de uma análise preliminar Inventário das condições existentes no local Outubro, 2018 Elaboração do Diagnóstico da Situação Atual Organização de um inquérito online e físico Novembro, 2018 Breves estudos sobre: deslizamento de terra nas barreiras; resiliência costeira Dezembro, 2018 Planeamento da Visão, Objectivos, Princípios e Estratégias do plano Primeiro Draft do Plano

Fevereiro - Março, 2019 Revisão e Elaboração do Plano Final

Janeiro, 2019 Análise e discussão do plano e das propostas 17


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Revitalização como operação urbanística A revitalização neste contexto refere-se a processos de reconversão de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) usos e atributos urbanísticos ou naturais. Revitalizar consiste conferir mais vitalidade ou vigor a uma coisa. Ao revitalizar algo, por conseguinte, está-se-lhe a dar nova força, vida ou movimento. A ideia de revitalizar tende a ser associada à recuperação do esplendor ou ao crescimento de algo.

A revitalização de um espaço urbano tem várias dimensões que juntas são importantes para o sucesso deste tipo de intervenção. São elas: a dimensão económica e de viabilidade financeira, dimensão de sustentabilidade física e ambiental, dimensão social e de qualidade de vida, dimensão cultural, entre outras. Esta tem se mostrado uma estratégia viável na dinamização de diversos espaços já consolidados em várias cidades, criando uma harmonia entre a história do passado, presente e futuro das mesmas. Encoraja também a promoção territorial podendo aumentar a

No passado, as áreas à beira-mar eram usadas

competitividade territorial entre cidades do mesmo

principalmente como locais de localização de fábricas,

país ou de países diferentes.

armazéns, instalações portuárias e ferroviárias e geralmente eram separadas dos elementos à sua volta. Surge então uma tendência crescente para revitalizar zonas marítimas desativadas, o que equivale a uma tentativa de (re)desenhar estes espaços e explorar ao máximo o seu valor.

Tudo, então, resume-se numa palavra chamada 'oportunidade'. A necessidade de se revitalizar um espaço ou uma determinada área surge da oportunidade gerada normalmente por factores considerados negativos como o abandono e envelhecimento destas áreas,

Este é um processo que começou a aparecer numa escala

vazios urbanos em áreas nobres das cidades, que

significante em áreas urbanas Norte Americanas e que

requerem uma lógica de intervenção e de

depois espalhou-se pela Europa e Ásia. É um processo

planeamento estratégico no sentido de 'reanimar'

onde áreas velhas industriais e comerciais nas orlas

estes espaços.

marítimas são tomadas por novos serviços, habitação e lazer (Holyle, 1992). O termo revitalização vai mais além da mera reabilitação física do espaço: tem como objetivo dinamizar espaços abandonados ou em desuso sendo importante existir um planeamento estratégico capaz de introduzir valores sociais, económicos e ambientais. Não se define como um projecto ou programa mas sim como uma operação sustentável obrigando a intervir na qualidade do ambiente urbano e nas condições socioeconómicas das áreas em estudo.

Os projetos de revitalização das orlas marítimas urbanas nem sempre são bem-sucedidos. Mas quando são, tem um impacto dramático e visível que é capaz não só de enriquecer a economia de uma cidade, mas de melhorar sua auto-imagem coletiva (Breen e Rigby,1996, p. 11). A identidade cultural de um lugar não é simplesmente o produto do momento, mas da evolução e adaptabilidade destes espaços independentemente do tempo.

Neste caso, as pessoas destas cidades, mostram claro interesse em melhorar e voltar a utilizar estas àreas previamente abandonadas ou privatizadas (como os portos), através de acções que promovam o tecido urbano. Além destes factores, o papel económico que estas áreas têm representa muito para a cidade, onde as oportunidades e possibilidades para o investimento são enormes.

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F i g .2 D o c a s e c a d o P o r t o d e L o u r e n ç o M a r q u e s Apesar dos planos, propostas e

Requalificação Urbana

documentos estratégicos existentes, muitos

A requalificação é utilizada para ações que procuram o reordenamento,

planos não chegam a ser concretizados

proteção e a recuperação dos centros urbanos, dando novas qualidades ao

devido a diversos motivos tais como:

espaço.

∑Vontade política; ∑Capacidade (ou não) de investimento

Renovação Urbana

financeiro;

Nas cidades europeias essa intervenção concentrou-se nos problemas de

∑Complexidade do processo de

mobilidade urbana e na reconstrução dos espaços urbanos; nos EUA as

revitalização;

propostas buscavam a destruição de partes do tecido urbano para a

∑Propostas pouco realistas devido a

ampliação do traçado viário.

grandes transformações no território;

∑Não resposta a problemas específicos;

Revitalização Urbana

∑Algumas propostas não valorizam o

O processo de revitalização urbana segue por meio de três vertentes

património histórico e cultural;

importantes: projetos arquitetônicos para novos empreendimentos dando, assim, usos reformulados para estruturas antigas e a criação de espaços para a recreação popular; o envolvimento da população para as questões de políticas públicas, concedendo uma voz activa para todos que utilizam as zonas urbanas; e a integração do programa de gestão compartilhada (Vargas & Castilho, 2015), promovendo a parceria do setor privado e público para o crescimento sustentável da cidade.

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Historial breve de revitalização de waterfronts Ao longo da história, os fundadores situaram estrategicamente suas cidades ao longo das margens dos oceanos e rios para ter acesso a um valioso elo de transporte que poderia gerar vantagens comerciais e industriais. A experiência dos EUA originou as primeiras histórias de sucesso e erros na revitalização das orlas marítimas e esta foi usada mais tarde por outros países como um guia para os seus projectos. As frentes de água marítimas sempre tiveram um papel importante e activo no estabelecimento de assentamentos e

Embora os projectos de regeneração da orla marítima promovam a mistura do uso da terra e a variação de atividades, deve haver uma definição distinta dessas estratégias de planeamento. As melhores condições para evitar os problemas e conflitos acima mencionados na revitalização da orla marítima são a preservação da identidade da orla actual com actividades que conectem o 'velho' ao 'novo'.

na origem das cidades. Não se pode assumir apenas uma referência ou modelo único de intervenção urbanística pois

Nas últimas décadas, muitos centros urbanos têm sido palco

não significa que, embora um determinado modelo tenha

de projetos em orlas (frentes de água), que visam conferir a

tido sucesso numa cidade, este funcione e se adeque à

cidade uma nova imagem. Estas ações revelam-se como

realidade e necessidade de outras cidades no mundo. Cada

estratégias para incentivar novas atividades econômicas na

cidade e sua orla devem ser percebidas de maneira diferente.

área e suas redondezas e (ou) promover a conexão (ou

Cada cidade tem seu próprio caráter, identidade, história e

reconexão) da cidade com a natureza (água), de forma

papel e deve ser examinada de acordo.

combinada com a melhoria dos seus espaços públicos.

Os usos mais comuns encontrados na orla urbana são o

As orlas voltaram a ser o foco do redesenvolvimento de

comércio, lazer, habitação e escritórios. A incorporação

muitas cidades, desta vez como espaços públicos de valor

destes usos num plano de revitalização de ora marítima não

inestimável e mesmo assim houve sucessos e fracassos.

necessariamente garante o sucesso. A decisão dos usos

Embora algumas cidades tenham conseguido evitar as

adequados para cada caso e as conexões entre eles devem

armadilhas comuns e tenham criado grandes destinos,

ser o resultado de uma estratégia integrada levando em

muitas mais não conseguiram.

conta as metas, necessidades e características da própria orla e da cidade como um todo.

Se o desenho o urbano e a arquitectura forem marcantes, ao conferir aos lugares uma nova imagem, vale questionar se a população, de facto, se beneficia com tais intervenções e se a nova imagem altera positivamente a sua percepção e vivência do lugar.

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MARGINAL & BAIXA

O QUE É A MARGINAL DE MAPUTO?

Área Histórica

Escala: 1:25000

A cidade de Maputo foi fundada em 1782, na forma de uma feitoria com o nome de Lourenço Marques. A 9 de dezembro de 1876 foi elevada a vila e em 10 de novembro de 1887, a cidade. A cidade desenvolveu-se em torno de uma fortaleza portuguesa concluída em 1787. Durante a maior parte do século XX, a economia de Maputo foi dominada pelo seu porto. Este foi o principal porto para a exportação de mercadorias de uma vasta região da África Austral, bem além das fronteiras de Moçambique. Com um porto bem equipado, com piers, cais, armazéns de desembarque e guindastes eléctricos, o que permitia que grandes navios pudessem descarregar cargas directamente para o transporte ferroviário, a cidade de Lourenço Marques desenvolveu-se sob domínio português e alcançou grande importância como uma cidade cosmopolita.

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1876

O que é a marginal de maputo? É apenas um espaço público da cidade ou é um espaço que encontra-se hoje esquecido?

1887

1900

Fig.3 Vista aérea da doca de capitania de Lourenço Marques, 1969

A marginal da Cidade de Maputo faz parte da área histórica onde se deu início a cidade antigamente chamada de Lourenço Marques, desenvolvida principalmente por causa do seu Porto. 1915

A área que dá nome a uma das Avenidas mais famosas da cidade inicia-se no actual viaduto Alcântara Santos e

Com a independência, a cidade sofreu um imenso afluxo

percorre a orla marítima da cidade até aos limites do

populacional devido à guerra civil travada no interior do

distrito municipal de KaMavota. Sofreu várias

1940

país (1976-1992) e à falta de infraestruturas nas zonas rurais.

transformações ao longo dos anos, principalmente numa

O natural crescimento demográfico faria também com que

das suas características mais marcantes: as barreiras, que

a cidade se transformasse muito ao longo dos anos 1980 e

são hoje consideradas uma área de verde urbano de enquadramento e protecção.

1955

1990. A baixa da cidade de Maputo é o local onde se deu início a cidade com a construção do Porto e consequentemente das

É um dos cartões postais mais famosos da cidade que recentemente beneficiou-se de obras de reabilitação. É

linhas de caminho de ferro. A antiga baixa faz parte da zona considerada histórica na cidade e hoje concentram-se a

um espaço nobre que encontra-se sub-aproveitado, um

maioria dos serviços e comércio ambulante. É por excelência

espaço público que aos poucos vem sendo devolvido as

um central business district.

pessoas, um espaço que representa o nascimento da cidade e que é muito importante para a nossa história.

A nova baixa desenvolve-se na parte onde foi realizado o grande aterro em 1915e concorre também para se tornar um central business district com a construção e inauguração de edifícios de escritórios e instituições governamentais.

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Casos de referência National Harbour Localização: Washington, EUA Ano: 2008 É uma das principais atrações de Washington, onde a beira do rio Potomac, o National Harbor abre-se com mais de 80 opções entre restaurantes e lojas que funcionam em um grande espaço ao ar livre e recebem centenas de turistas e moradores em busca de diversão todos

Waterfront de Auckland

os dias ao longo de todo o ano. Algumas atrações em especial atraem a

Localização: Auckland, Nova Zelândia

atenção das pessoas e a Capital Wheel é uma das maiores atracções na

Ano: 2008

cidade.

Durante 2006, uma prolongada discussão pública sobre o futuro da orla foi iniciada e esta discussão mostrou que os habitantes de Auckland preferiam maior acesso à orla marítima. Com uma intervenção de sucesso voltada para as pessoas de Auckland, uma instituição - a PricewaterhouseCoopers projetou que até 2040 a orla geraria US $ 4,29 bilhões para a economia da região e que cerca de 13.600 pessoas poderiam ser empregues nesta área.

V&A Waterfront Localização: Cape Town, África do Sul Ano: 1860-hoje

Em Árica existem poucos lugares como a V & A waterfront. A história do porto e a mistura de usos entre o velho e o moderno permitem que este espaço seja o destino turístico mais visitado em CapeTown. Restaurantes, mercados de alimentos, museus e mais actividades de lazer fazem parte desta waterfront. É um dos poucos casos de sucesso de revitalização de waterfronts em África e apesar do processo ser contínuo, o waterfront consegue atrair turistas de todo o mundo, estimando-se em 23 milhões de pessoas por ano.

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A Baía de Luanda deu origem a orla urbana e arquitectónica da capital angolana, este tem sido o espaço público mais importante da cidade e o epicentro social e econômico do país. Dada a actual e rápida transformação do centro de Luanda uma intervenção foi pensada e surge o novo Waterfront que procura proteger o padrão urbano desta área.

Luanda Bay Waterfront Localização: Luanda, Angola Ano: 2016 O velho e antigo passeio torna-se num grande parque urbano para apoiar a vitalidade da vida pública de Luanda. A intervenção, para além de novas infraestruturas veio oferecer um conjunto de praças ligadas ao sistema de espaços públicos da cidade, percursos pedonais e de bicicleta. Com locais para descanso, áreas para atividades desportivas, novos serviços urbanos, equipamentos e móveis urbanos, a nova orla da baía de Luanda permite maior interacção social e estimula a atividade recreativa e cultural.

The City Deck Localização: Green Bay, Wisconsin EUA Ano: 2012

Desenvolvido para aumentar o acesso a orla e para albergar atividades de lazer, o design simplístico e formal ao longo da água permite formar uma composição que simultaneamente convida a permanência e o movimento ao longo da orla.

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PROAP

DHK

A intervenção proposta visa criar um espaço

BENTEL

O plano-mestre Maputo Waterfront é um importante

público exterior coerente que se adapte a

A visão é de criar um desenvolvimento denso de

projecto de regeneração urbana para o centro de

diversas funções associadas a arquitetura

uso misto e colocar esta porta comercial esquecida

Maputo, em Moçambique. A intenção do projeto era

existente. As áreas variam em diversidade, de

de volta ao mapa. O projeto consiste em uma

atrair investimentos para a área, criar empregos e

um distrito de negócios para uma praça do

mistura de usos residenciais, comerciais, de varejo

fornecer uma nova e vibrante "aldeia urbana" de uso

mercado, de um parque urbano a uma praça

e lazer. Um forte passeio pedestre é projetado.

misto. O desenvolvimento compreende um Mall e high

urbana multifuncional. Este novo espaço público

Duas torres comerciais de 42 andares enquadram o

street, escritórios, residencias e espaços de lazer num

visa aproveitar ao máximo a vida urbana

passeio, atuando como uma porta de entrada para

local de 8,3 ha.

a cidade e comemoram a chegada à praça

regenerada por esta operação.

comercial.

Propostas realizadas para a orla marítima da cidade O EDIFICADO & VOLUMETRIA: EDIFÍCIOS BAIXOS PARA ATIVAR O ESPAÇO PÚBLICO A construção de grandes torres na orla marítima da cidade de Maputo é absolutamente descontextualizada, pois estas atuam como um muro visual para os bairros que estão atrás desta linha de edifícios. Além de não salvaguardarem a identidade do local não cumprem também com a regulamentação existente, onde existe a condicionante da cércea a adoptar. Edifícios que se integram e não destoam com a característica local e que possuam também fachadas activas proporcionam a comunicação entre o nível térreo e os passeios, pois além de contribuir para a segurança contibuem também para a atractividade do desenho urbano numa escala humana. Embora tenham sido realizadas, estas propostas principalmente para a área da ex-FACIM nunca chegaram a ir para frente, não se sabe se por falta de investimento ou de uma organização que pudesse guiar todo o processo transformativo.

26


27


PLACE MAKING O Placemaking é um conceito amplo que incorpora

soluções para questões urbanas actuais, principalmente as de ativação e revitalização de espaços públicos. O maior objectivo de é estimular a criação de espaços

para as pessoas interagirem e juntas transformarem os pontos de encontro.

O que é Placemaking?

Placemaking é um processo de planeamento, criação e gestão de espaços públicos totalmente voltado para as pessoas, visando

transformar espaços e pontos de encontro numa comunidade - ruas, passeios, parques, edifícios e outros espaços públicos - em lugares que estimulem maiores interacções entre as pessoas e promovam comunidades mais saudáveis e felizes. O Placemaking trata de observar o uso dos espaços públicos, assim como perguntar e ouvir as pessoas que vivem, trabalham ou visitam um local para descobrir suas necessidades e desejos. Estas informações são usadas para a criação de uma visão comum de lugar, que possibilita a implementação de mudanças rápidas que tragam benefícios imediatos para um espaço público e para as pessoas que o frequentam. Os conceitos por trás do Placemaking começaram a surgir em 1960, com Jane Jacobs, William H. Whyte e Jan Gehl, onde estes urbanistas sugeriam que o desenvolvimento das cidades deveria ser voltado para pessoas. Jane Jacobs defendia a ideia de que ruas com pessoas são ruas mais seguras, usando o termo “olhos na rua” para explicar que, sem perceber, as pessoas são responsáveis por observar o uso dos espaços e zelar pela sua segurança. Já Holly Whyte enfatizava os elementos essenciais que um espaço público deve ter para atrair pessoas e se tornar um lugar de convivência vibrante onde a arquitetura e o urbanismo deveriam pensar primeiro nas pessoas, depois no espaço e só então nos edifícios.

Acessos e conexões

Conforto e imagem

Um bom espaço público integra-

O conforto pode ser avaliado pela beleza do

se com o bairro onde se encontra.

local, mas também pela forma como é

É aberto à comunidade, acessível

cuidado e se transmite uma sensação de

e conveniente.

segurança, se é possível sentar-se, entre outros.

28


Edward Relph identifica três componentes de lugar: o espaço físico, as atividades que nele acontecem e o significado que ele adquire. Revitalizar espaços é muito importante, pois é fundamental que haja vida e vitalidade em espaços públicos. A criação de um lugar é mais profundo e permanente. Para que se construa um lugar ou um senso de lugar sense of place - é necessário que haja certa permanência das pessoas neste lugar. Devemos, sobretudo, ter uma visão para os lugares que queremos criar: 1) devemos saber quais atividades podem ser oferecidas no espaço; 2) devemos definir as intervenções que vão tornar o espaço mais confortável e atractivo; 3) devemos garantir que tudo seja feito para que o espaço seja um lugar importante para as pessoas, um lugar onde elas queiram sempre estar.

Fig.4 Projecto Mission Rock Seawall Lot 337, San Francisco, California

Usos e atividades

Sociabilidade

As atividades desenvolvidas em um local são a

A sociabilidade do espaço é um fator essencial para aflorar o

razão para as pessoas o frequentarem. Se não

sentimento de pertencimento por parte do cidadão. São

houver nada para fazer, é pouco provável que

propostas soluções para tornar os lugares mais conectados,

elas retornem.

acessíveis, convidativos, diversos, caminháveis, seguros, vivos e alegres.

29


STREETSCAPE 30

Segundo Jan Gehl (2015) uma boa cidade e bons espaços públicos devem ser pensados ao nível dos olhos das pessoas. Ou seja, na escala humana. As cidades devem ter boas áreas para pedestres, convidando-os a percorrer as ruas a pé. Criar uma orla marítima conectada e acessível é garantir que esta seja altamente acessível com melhores ligações para pedestres, ciclistas, automobilistas e um transporte público eficiente. Para tal é necessário criar conexões, neste caso ruas, o mais completas possíveis. As ruas devem ser vistas como um lugar e não apenas como meio de passagem. O desenvolvimento de espaços de convivência nas ruas para proporcionar aos cidadãos maior interacção social com a sua comunidade é uma tendência

A paisagem urbana é um termo que é usado para descrever

mundial que surge aquando do streetscape e também do

o tecido natural e construído da rua definido como a

placemaking.

qualidade de design da rua e seu efeito visual. O conceito de streetscape reconhece que uma rua é um lugar público onde

Essa relação entre pessoas aumenta a segurança, incentiva o

as pessoas são capazes se envolver em várias actividades. As

comércio local e produz bairros mais humanizados. Um

paisagens de rua e a sua experiência visual influenciam

sentimento de conforto inclui percepções sobre a segurança, limpeza e quantidade de lugares disponíveis para nos sentarmos. As ruas são também espaços para facilitar cerimónias públicas e eventos, que têm um papel fundamental na cultura da cidade, como marchas e actividades em feriados e épocas festivas como o natal e o ano novo. Uma rua precisa ter certos parâmetros básicos para garantir viagens seguras para todas as pessoas que a usam. Placas informativas, sinalização de trânsito, mobiliário urbano,

amplamente os locais públicos onde as pessoas interagem e ajudam a definir a qualidade estética, a atividade econômica, a saúde e a sustentabilidade de uma comunidade. Uma paisagem urbana de sucesso tem múltiplos aspectos e cada projecto de paisagem deve ser sensível ao contexto. São as ruas que nos transportam para qualquer destino e dependendo da qualidade não apenas visual mas também de segurança e harmonia com o entorno, estas podem fazer ou matar lugares.

arborização e iluminação correcta podem efetivamente criar

A paisagem urbana sustentável desempenha um papel

um ambiente inclusivo e seguro que ofereça uma sensação

importante na formação da imagem visual das cidades

de conforto físico para diversos pessoas.

sustentáveis, pois é um dos fatores mais importantes que

As comodidades devem ser projectadas para tirar as pessoas

sustentabilidade na paisagem urbana é uma das estratégias

ajudam no sucesso da cidade e nas atrações turísticas. A de seus carros para socializar, interagir com seu ambiente e descobrir outras opções de mobilidade mais amigas do ambiente. O senso de lugar de uma cidade começa a ser avaliado através da qualidade das suas vias conectoras, neste caso, as ruas.

mais importantes para o design urbano sustentável. A maioria das ruas carece de boa paisagem urbana, o que afeta negativamente o comportamento dos usuários e os aspectos estéticos do ambiente construído e, portanto, contribuem para a deterioração da imagem visual de um lugar.


As 4 coisas mais importantes a considerar ao projetar uma paisagem urbana incluem: Criar um senso único de lugar - Isto pode ser feito de várias maneiras, ou seja, tipo de materiais, pavimentação, mobiliário urbano, sinalização, iluminação, paisagismo, marcas de cruzamentos e a arte de peças esculturais. Separação implícita entre veículos e pedestres - Isto pode ser feito com árvores, vegetação baixa, canteiros de rua, jardins de chuva ou outros elementos. Priorização de vistas interessantes - Isto pode ser feito mantendo as vistas em pontos turísticos ou espaços interessantes como por exemplo o mar. A segurança dos pedestres - além de sinalização adequada, outros elementos devem ser pensados para que a segurança e o conforto das pessoas seja o principal objectivo. Resultados Benéficos Esperados Aumento da atividade física Maior segurança para pedestres e ciclistas Maior transporte público activo Melhor senso de comunidade Segurança de vizinhança melhorada Stresse reduzido Há fortes evidências de que as melhorias no design da paisagem urbana, frequentemente implementadas através de iniciativas das Ruas Completas, incentivam a realização da atividade física por parte das pessoas, seja andar, a pedalar ou

CANTEIROS, ÁRVORES

MOBILIÁRIO URBANO, BANCOS, MESAS, VASOS, LIXO, SINALIZAÇÃO, ILUMINAÇÃO

FAIXA DE RODAGEM

CICLOFAIXA

ÁREA SOMENTE PARA O PEDESTRE CAMINHAR

mesmo a praticar desporto..

31


32


tu

Ca

lo

pĂ­


O que a cidade tem a oferecer Maputo é maningue nice. É uma cidade ainda em desenvolvimento mas que conquista e surpreende muitas pessoas pelas suas cores, receptividade e alegria dos cidadãos. Para aproveitar Maputo ao máximo as pessoas precisam captar a sua essência. É preciso conhecer a história que está por trás da formação desta cidade. Maputo possui edifícios maravilhosos, tanto antigos como recentes em que a mistura de estilos arquitectónicos enriquece cada vez mais a cidade. É uma cidade muito ligada a cultura com locais espalhados pela cidade de venda de produtos artesanais e vários eventos musicais e culturais espalhados pela cidade durante as noites.

34


452,259 1 101170

habitantes

Pessoas passaram pelo Aeroporto Internacional de Maputo no 1o Semestre de 2018

CIDADE DE MAPUTO

KAMPFUMO

80 550

$ 2700/m2

habitantes

(censo de 2017)

preço médio de venda habitação

pluviosidade média anual na cidade

+6000 pessoas participaram da edição do festival em 2018 os melhores restaurantes da cidade possuem vista ao mar segundo o tripadvisor

1$ = 61 mtn

781 mm

16o C min

25 milhões ton é a capacidade anual do Porto de Maputo

+500 000 turistas em 2017

+150 000 000

em receitas de turismo no país

A cidade de Maputo é responsável por

20,2 % do PIB

24o C máx temperaturas médias ao longo do ano

+300 jovens

+50 estilistas

discutem o país no Mozefo Young Leaders

fazem parte anualmente do maior evento de moda do país

Fig.5 Imagem Aérea da Cidade de Maputo

35


Maputo

Localização geográfica O município de Maputo possui uma área de 346,77 quilómetros quadrados e faz divisa com o distrito de Marracuene, a norte; o município da Matola, a noroeste e oeste; o distrito de Boane, a oeste; e o distrito de Matutuíne, ao sul; todos, pertencentes à província de Maputo. A área de estudo localiza-se na cidade de Maputo que fica ao sul de Moçambique, a oeste da Baía de Maputo, no Estuário do Espírito Santo, onde desaguam os rios Tembe, o Umbeluzi, o Matola e o Infulene. Está situada a Maputo

uma altitude média de 47 metros, a 120 quilómetros da fronteira com a África do Sul e 80 quilómetros da fronteira

Katembe

caracterizado como o distrito mais urbanizado da cidade e abrange os bairros Central C, Polana Cimento A e Sommershield.

42,575 mulheres

A área faz parte do DM Kampfumo,

37,975 homens

com a Suazilândia.

Censo de 2017, resultados preliminares

36


Costa do Sol Campus UEM

Radisson, Torresrani & Hotel Glória

Conselho Municipal FEIMA

Catedral da Nossa Senhora da Conceição de Maputo Terminal CFM Jardim Tunduro Maputo

Campo da Maxaquene Museu Maputo Shopping

Porto de Maputo

Marginal Baixa

Jardim dos namorados

37


Síntese do inventário e análise do local 3

O inventário e consequente diagnóstico do local foi elaborado segundo o levantamento fotográfico e observação do local, dados retirados do INE, INATUR, CMM, MITADER, recolha de estudos anteriores realizados na FAPF, AHM e consiste num inventário e análise do estado físico, económico e social da área de intervenção, bem como dos condicionamentos, planos em vigor, constrangimentos e das oportunidades. Realizou-se durante 1 mês e

2

meio – entre Setembro e Outubro de 2018.

1

A realização do diagnóstico baseado na análise do local a intervir levanta os principais problemas que permitem oferecer como ponto de partida e linhas de orientação para a proposta de intervenção, onde será estabelecida uma visão de potencial transformação do local e no que se pretende que este seja daqui há 30 anos. A atracção do turismo recreativo e cultural embora seja um dos objectivos da proposta não é o único, pois importa também propor projectos que ajudem a encontrar soluções para os problemas principais e que sejam dinamizadores do ambiente social, económico e ecológico. Este processo por sua vez acarreta grandes investimentos financeiros realizados a médio e longo prazo, não deixando de ser um processo contínuo. A área de intervenção possui 7 Km de extensão e tem 145 hectares. Esta análise auxiliou a fundamentar a argumentação para as intervenções que se irão propor em cada ponto chave, bem como compreender a necessidade de se realizar tal intervenção em um espaço específico. O diagnóstico da área de intervenção veio ajudar a

_Porto de maputo isolado

_Insegurança e falta de iluminação decente em

descortinar um conjunto de problemas relacionados com a

_Predominância de veículos e intenso trânsito em

vários locais perigosos

baixa da cidade:

avenidas como a 25 de Setembro e Marginal

_Falta de parques de estacionamento público

_Acessibilidade deficiente – não há acessos directos

_Poluição das águas do mar

_Diminuição de espaços permeáveis

_Vistas ao mar obstruídas

_Constante avaria de ferryboats

_Sobrecarga das infraestruturas actuais

_Espaços públicos sub-aproveitados e com deficiências

_Habitações emergentes em condomínios privados

de manutenção

_Sensação climática não é completamente satisfatória pela falta de mais locais em sombra

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A cidade possui praias concorridas no verão, principalmente a praia da costa do sol, porém nota-se alguma degradação urbana em certos troços por falta de manutenção do espaço e por falta de infraestruturas de suporte para a realização de mais actividades, concentrando apenas um uso para certas áreas. É escassa a força econômica, a vitalidade social e o magnetismo urbano. Para obtê-los, diagnosticar com precisão os problemas encontrados em lugares específicos e o que falta para gerar diversidade foi fundamental, assim como

Aliada a deficiência na distribuição, necessidade e quantificação de recipientes para depósito de resíduos sólidos e a eventual acumulação dos mesmos, contribui para a não atractividade, falta de segurança e não permanência das pessoas que utilizam vias e espaços apenas como pontos de ligação.

a localização de principais locais que apresentam um potencial enorme de se tornarem algo mais.

O diagnóstico também serviu para constatar que as condições capazes de gerar diversidade em certos locais praticamente não existem. Que os espaços uma vez considerados atractivos não apresentam novidades ou actividades interessantes, bem como pontos de atracção das pessoas para o convívio. A falta de usos combinados suficientes é exatamente uma das causas da monotonia, do perigo e da falta de conforto.

Outro factor é o desaguamento de águas residuais e pluviais que acabam por poluir as águas da praia em grande quantidade, onde as principais evidências se observam na cor acastanhada da água e no mau cheiro que estas possuem, tornando quase impossível a possibilidade de se explorar o turísmo de praia em certos troços da Av. É necessário a reabilitação e revitalização de infraestruturas de uso público, a demolição de barreiras

Marginal, o que também acaba por manter inexistente o contacto físico entre as pessoas e água.

visuais que impedem o acesso as águas, e principalmente o investimento contínuo consistente capaz de viabilizar todas estas operações. A questão do estacionamento é muito delicada na cidade de Maputo, principalmente na área de intervenção. Por se tratar da baixa da cidade que é uma área praticamente ocupada por escritórios, é comum notar-se veículos estacionados em quase todas as superfícies livres tirando assim o espaço ao pedestre. Acontece principalmente ao longo da 10 de Novembro onde existem carros estacionados nas duas faixas da via.

39


40


Fig.6 Foto tirada na Av. 10 de Novembro

Fig.7 Vista da rua António Fernandes

Fig.8 Ponte Cais de Maputo

Fig.9 Viaduto Alcântara Santos

Fig.10 Maputo Marina

Fig.11 Viaduto Alcântara Santos

Fig.12 Av. Marginal depois do clube Naval

Fig.13 Av.Marginal

Fig.14 Miradouro

Fig.15 Início da praia da Costa do Sol

Fig.16 Praia da Costa do Sol

Fig.17 Frente de praia do hotel Radisson

41


Deslizamento de terra nas barreiras OS PRINCIPAIS PROBLEMAS Insegurança & Erosão do Solo O problema de erosão nas barreiras não é recente, é de facto muito antigo e as queimadas que As Barreiras da Cidade de Maputo foram assentadas ainda no tempo colonial com objectivo principal de oferecer uma magnífica vista do mar e do belo traçado arquitectónico da baixa da Cidade. Nos anos 20, para contrariar o perigo de desmoronamento da encosta e lidar com a sua enorme

ocasionalmente são realizadas por pessoas sem abrigo que moram nas barreiras agravam este problema. Outro problema registado é a constante acumulação de lixo e resíduos sólidos que coloca em risco a terra em dias de chuva. Como consequência destas práticas, quando chove a terra vai gradualmente se arrastando, pondo eventualmente em risco todos os edifícios situados na Avenida Friedrich Engels.

inclinação, foram construídas - com pedra vermelha obtida no

Com uma paisagem típica de uma floresta densa e agora com várias cinzas fruto de queimadas

próprio local - grandes muralhas que atualmente se

recentes e lixo acumulado em várias secções, as barreiras apresentam perigo para quem circula naquela

encontram escondidas por detrás de conjuntos de árvores

área, principalmente a partir das 17h. A área ainda é considerada perigosa pelos peões pois malfeitores

que foram plantadas em pátios.

aproveitam-se da altura do capim e das árvores para se esconder e atacar as suas vítimas.

Os deslizamentos de terra foram assinalados como sendo situações de elevado risco ambiental neste local. Os principais problemas encontrados situam-se na instabilidade dos taludes e segurança dos edifícios. Vicente et al. (2006), detectaram escorregamentos relacionados com o assentamento de edifícios nas avenidas das Nações Unidas, Friedrich Engels e Julius Nyerere. Outra situação identificada na Avenida Julius Nyerere foi a existência de edifícios inclinados e com indícios de colapso.

- Observa-se árvores e postes com alguma inclinação anormal - Observa-se rachaduras, trincas ou saliências na parede de contenção - Observa-se lixo jogado nas encostas que ajuda a acumular água da chuva, deixando o solo mais pesado e aumentando o risco de deslizamento - Observa-se áreas em grave situação que necessitam de urgente intervenção

Fig.18 Muro de contenção Marginal - Mural do artista Nagib

A carta de Maputo mostra que a cidade se expandiu até à plataforma dos 50- 60 m, onde actualmente está instalada a designada parte alta da cidade. O ponto mais alto medido do Nível Médio do Mar (NMM) é de 65m.

5

6

1

5

Área em perigo de deslizamento de terra

2

1

2 4

3

42

4 3


Fig.19 Barreiras vista da Av. 10 de Novembro Atualmente as Barreiras são mais usadas pelos peões como um

Outra solução é usar o painel de sistema de

desvio que encurta a distância entre as zonas alta e baixa da

retenção de solos, um inovador sistema de

cidade de Maputo. Para quem parte do Museu para a baixa

controle de erosão por fibra que pode ser

usando as barreiras leva aproximadamente 10 minutos, contra os

usado em declive. Além da proteção contra a

cerca de 45 minutos que podem ser necessários para quem segue

erosão do solo, seu design e propriedades

pela Av. Patrice Lumumba e desce pela Av. Vlademir Lenine. Estas

exclusivas do sistema de confinamento

escadarias foram reabilitadas a menos de 3 anos e a passagem

permitem que o sistema resista a altas cargas

melhorou consideravelmente.

no solo.

Para as áreas actualmente em risco:

Tem melhor resistência estrutural, boas

As barreiras apresentam solo vermelho que são designados como

propriedades de drenagem e o tempo de vida

colapsáveis, pois em presença de água perdem rapidamente a

esperado é de mais de 120 anos. Estas técnicas

coesão entre as partículas e desabam. É recomendável usar

ajudarão na confinação do solo e no controle

ancoragens, rede e betão nas áreas em perigo. Deve também ser

da erosão.

Ponto mais alto: 55 metros Inclinação: 15o

1

Ponto mais alto: 65 metros Inclinação: 23o

2 Ponto mais alto: 50 metros Inclinação: 21o

3

Ponto mais alto: 58 metros Inclinação: 20o

4

Ponto mais alto: 60 metros

5

Inclinação: 34o

considerado um novo processo de reflorestação adequado.

Principais ações propostas para travar o deslizamento de terra nas barreiras:

1

Prevenir a erosão do solo A principal coisa a fazer é desviar a água de descarga das encostas - e não parála completamente, pois pará-lo resultará num aumento de pressão durante um período que pode ceder - construindo calhas e usando sacos de areia. A velocidade da água determina quanto do solo está erodido e, portanto, conter sua velocidade é útil.

2 3

Plantar Vegetação baixa Outra forma simples de prevenir deslizamentos é a arborização rasteira (plantar relva, árvores de pequeno porte e pequenos arbustos na encosta). À medida que estas árvores e arbustos crescem, suas raízes mantêm o solo unido e ajudam a reduzir a erosão do solo.

Construir muros de contenção e sustentação Muros de contenção de betão, estacas de madeira ou sacos de areia também podem ser de grande ajuda, mas somente quando construidos corretamente.

43


44


Resiliência costeira A subida do nível do mar é mais uma consequência directa do aquecimento global - ele surge da expansão natural da água à medida que ela aquece e do volume crescente de água impulsionado pelo derretimento de grandes icebergs. A resiliência costeira permite que as pessoas visualizem os riscos atuais e futuros e, em seguida, ajudem a identificar um conjunto de soluções para reduzir os riscos sociais e econômicos, maximizando os benefícios que a natureza oferece e permitindo que os planeadores priorizem soluções baseadas na natureza para reduzir

A ênfase do plano nos espaços verdes faz parte de uma estratégia

o risco de inundação e melhorar a resiliência das comunidades.

de resiliência para manter mais chuvas nestes locais. Embora

Porquê a resiliência costeira importa?

catalisadores econômicos, o objetivo é estabelecer um padrão em

As comunidades que vivem nas cidades costeiras estão cada vez

nosso país para um projeto de revitalização de áreas como

também se esteja a tentar projetar espaços para serem

mais vulneráveis aos desastres naturais. Resiliência Costeira é a

waterfronts que sejam resilientes e que possam servir de

capacidade de se adaptar às condições de mudança e "se

inspiração para a cidade da Beira e Pemba, ao mesmo tempo

recuperar" após eventos perigosos como furacões, tempestades

oferecendo às pessoas uma bonita, funcional, vibrante e

costeiras e inundações - em vez de simplesmente reagir aos

econômica orla marítima.

impactos e consequências. Será que o design resiliente realmente funciona para proteger as Entender onde e como as comunidades estão vulneráveis e

cidades costeiras e suas frentes marítimas?

experienciando riscos costeiros; adaptar as práticas de planeamento e desenvolvimento para compensar estas vulnerabilidades, resultará

A principal estratégia a a daptar no plano de revitalização

em vidas salvas, bens salvaguardados e dinheiro economizado bem

proposto para o Waterfront de Maputo para até 2040-2050 será

como em comunidades mais fortes para o futuro.

Projectar com consciência, aliando onde necessário um design resiliente e tendo em conta nas infraestruturas a propor a subida

A inclusão de estratégias de design resilientes ao revitalizar um

do nível do mar, bem como certas proteções que podem

waterfront se tornará padrão em algum momento porque as

contribuir no momento de resiliência costeira.

pessoas as desejarão e exigirão. A necessidade de resiliência e o custo dela motiva a criatividade, particularmente na área de

É importante planear um espaço como este com potencial

planeamento de paisagens ao longo da água. Longe de ter apenas

turístico e vocação pública tendo em conta os riscos e problemas

um papel defensivo, a resiliência pode fazer parte da estratégia e

que as áreas costeiras poderão vir a enfrentar no futuro com as

missão de desenvolvimento de um projeto de revitalização de frente

mudanças climáticas.

de água.

Subida do nível do mar - projecções Cenários de Subida do Nível do Mar e Inundações Costeiras De modo a quantificar perigos e encontrar formas de reduzir riscos, é necessário prever a resposta costeira e a severidade dos impactos, realizando assim cenários para auxiliar no planeamento futuro de infraestruturas resilientes. Os cenários de subida do nível do mar bem como as consequências para a cidade de Maputo foram realizados em 2012 no Relatório Síntese do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) - Fase II do projecto do INGC: Respondendo às Mudanças Climáticas em Moçambique (âmbito da proteção costeira).

45


Resiliência costeira

O troço 1 e 2 apresentam as maiores vulnerabilidades média-alta à

inundação, com perigo muito alto a passagem de peões e aos danos em

Incentivar o design resiliente em Waterfronts Resiliência descreve a capacidade de indivíduos, comunidades,

instituições, empresas e sistemas dentro de uma cidade para sobreviver,

veículos. O troço 3 com praia à frente da estrutura, mesmo em maré alta

apresenta índices de vulnerabilidade à inundação baixa, sem considerar a presença de um fenómeno natural como um ciclone. Quanto aos danos

estruturais, estes podem ser altos, uma vez que no pior cenário, as águas podem alcansar áreas mais distantes e cobrir até 3-4 pisos. No que

concerne a erosão de praia, todos os trechos apresentam vulnerabilidades muito altas.

se adaptar e crescer, não importando que tipo de problema experimentem. Os níveis de vulnerabilidade costeira aqui apresentados foram determinados pelo INGC onde planos de adaptação costeira foram mapeados para onze cidades e vilas no país. A cidade de Maputo econtra-se em 5º lugar dentre estas. A cidade de Maputo tem amplas infra-estruturas e desenvolvimentos contidos na zona costeira potencialmente sujeita ao impacto das mudanças climáticas e consequentemente da subida do nível do mar. A área mais vulnerável de Maputo a curto prazo é o troço de cerca de 6km de estrada da Marginal que se estende até à Costa do Sol, seguido da parte oriental da área do porto, onde as infra-estruturas existentes precisam de ser melhoradas com carácter de urgência. Para Maputo, a actual estimativa de perdas estimadas em cerca de USD50 milhões poderá aumentar entre três a cinco vezes até 2030, e isto pode ser evitado através da implementação de medidas de adaptação e resiliência. A resiliência costeira pode ser fortalecida pela integração do design e desenvolvimento inteligentes - permitindo que o público experimente as atrações das orlas marítimas enquanto se protegem os bens da comunidade. - Quais medidas adaptativas e princípios de design serão eficazes para melhorar a resiliência das áreas nas orlas marítimas? - Que caminhos para a resiliência serão mais eficazes, fornecem

Vulnerabilidade da zona costeira da cidade de maputo a tempestades marítimas

flexibilidade e proporcionarão valor acrescido a longo prazo?

2

1

1.15 m PORTO - A infra-estrutura existente já se encontra a um nível 0.4 m

muito baixo (excluindo o aumento do nível do mar), precisa ser

5m

actualizado e mantido por uma questão de urgência. As paredes 5m

de protecção terão de ser, igualmente, levantadas sempre que

1m

possível, ou serem construídas novamente até pelo menos 6 m do nível médio do mar.

46

2 m - pedras


A protecção da costa é feita por esporões e por formações dunares naturais, dispostas ao longo da linha costeira, desde a zona portuária a Sul do Clube Naval até à zona do Restaurante Costa do Sol. Estar preparado - através do planeamento de adaptação - pode reduzir a exposição das infraestruturas a riscos e perigos maiores. O planeamento pode ajudar a preparar para um futuro incerto e irá ajudar negócios a permanecerem flexíveis diante de mudanças ambientais, econômicas e sociais.

Considerando o pior cenário para 2050 em que o nível do mar pode aumentar em 1-2m, as consequências desta subida aliada a um ciclone por exemplo, pode vir a submergir quase 80% dos edifícios de 1 piso localizados na "nova baixa" da cidade, e deixar ao menos o piso térreo de muitos edifícios submergidos. Esta área é extremamente

15 cm a 20 cm

delicada pois sendo um local que foi aterrado e não fazia necessariamente parte da cidade original, o lençol freático é considerávelmente alto. Há também que se considerar a fragilidade das barreiras quanto aos deslizamentos quando a área entra em contacto com a água. CENÁRIO DE ELEVADA SNM: SNM de 1 m até 2050 ou 2 m até 2100; faixas costeiras e encostas totalmente expostas permitindo uma elevação das ondas de 3m; um ciclone durante as marés vivas poderia então criar uma elevação das ondas de MMAAV + 2m (inundação) + 2 m (SNM) + 3 m de elevação das ondas: MAPUTO 8.5 m. acima do NMM

+ 40 cm

Fig.20 Zona Costeira na Marginal e marina do clube Naval Ponte Cais até a Zona do Clube Naval - A obra de protecção é relativamente nova. O troço ainda não apresenta indícios significativos de instabilidade estrutural, de cedência nem de corrosão. Não apresenta largura de praia.

3

0.4 m 2.1 m 20 - 40 m de praia

Zona da Praia da Polana - Apresenta largura de praia, pela influência dos esporões existentes, assim, foi feita a análise da inundação e de erosão.

47


1

OTIMISTAS SOBRE O CLIMA

2

Devemos:

TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO

1. SER OTIMISTAS SOBRE O CLIMA - apoiando os acordos de Paris e outros programas governamentais que pretendem salvaguardar a resiliência costeira e demarquem ações para atrasar as mudanças climáticas 2. TRABALHAR COM UM PLANO DE RESILIÊNCIA INCLUSIVO - fornecer um ambiente dinâmico, adaptável e flexível para poder responder a mudanças técnicas, sociais e ambientais 3. NOS CONECTAR - ao usar tecnologias e fornecer inclusão digital a todos cidadãos

3

CONECTARMO-NOS

4

CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA

4. SERMOS CONDUZIDOS PELA EXPERIÊNCIA HUMANA - com o objetivo de projectar espaços de excelência para que eles possam enriquecer a experiência humana, estando na escala humana e sendo acessíveis a todos 5. TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO - numa experiência de governança colaborativa para um processo de tomada de decisão mais inclusivo 6. REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO - criar parcerias público-privadas para buscar um desenvolvimento econômico sustentável

5

TRABALHAR COM O NOSSO GOVERNO

VOTE

7

6

7. INCENTIVAR PROJECTOS INOVADORES - focado nos

REDEFINIR FONTES DE FINANCIAMENTO

jovens e com abordagens locais para que possamos oferecer novas ideias

$

INCENTIVAR PROJECTOS INOVADORES

As cidades costeiras têm a vantagem de estar perto da água e consequentemente, de poder forncer uma rede de espaços públicos e de retalho onde as pessoas queiram estar para se reunir, praticar exercícios, fazer compras, comer fora, apreciar vistas ou para experienciar o trabalho dos pescadores. Uma abordagem inteligente numa orla vulnerável envolve antecipar a subida do nível do mar, o aumento de precipitação, dias de muito aquecimento e possíveis danos causados por tempestades.

48


“Não é apenas pelo que fazemos que somos responsáveis, mas também pelo que não fazemos. ” Molière

49


22

1

O uso do solo atual 3

4

6 25

26

50

13 - Sede da TVM 14 - Sede do BCI 15 - Escola Náutica 16 - Jardim dos Professores 17 - Hotel Cardoso 18 - Barreiras 19 - Jardim dos Namorados 20 - Parque Centenário 21 - Clube Naval 22 - Hotel Southern Sun Maputo 23 - Jardim da Ponta Vermelha 24 - Escolas de Formação Marinha de Guerra 25 - Serviços da Marinha de Guerra 26 - Ponte Cais MaputoKatembe

5

2 24

16 21

8 17

7 9 10 11

12

13

14

15

18

1 - Porto de Maputo 2 - Museu das Pescas 3 - Porto de Pesca 4 - Maputo Shopping 5 - Sede da Autoridade Tributária 6 - Feira Popular 7 - Gabinete do 1o Ministro 8 - Circuito António Repinga 9 - Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação 10 - Sede do Standard Bank 11- Restaurante Zambi 12 - ex-FACIM

20 19 Área multifuncional (habitação, comércio e serviços)

Áreas vazias

Área Mista (comércio e serviços)

Área habitacional consolidada de alta densidade

Área de Usos Especiais - Porto de Maputo Verde urbano de parques e jardins

Verde urbano de Enquadramento e Protecção Área de Equipamento de Utilidade Pública

O uso do solo actual é caracterizado por uma predominância de áreas mistas e equipamentos de utilidade pública. É notável a escassez de áreas habitacionais na nova baixa da cidade excepto ao longo da Av. 25 de Setembro. Um enorme espaço vazio ocupa o palco central numa zona previlegiada em frente ao mar. Por conta deste tecido e dos usos actuais existe uma certa monotonia nesta área. Existe muito potencial que não está a ser aproveitado e de certa forma condiciona certos espaços e usos, principalmente no que diz respeito aos espaços públicos como parques e jardins.

Escala: 1:25000


Abertura e reintegração do Porto de Maputo ao público

Destruição das barreiras para dar espaço a edifícios multifuncionais

Proximidade a área histórica da cidade

Insegurança por falta de actividades

Forte potencial turístico e

nocturnas (excepto pelo fim-de-semana)

impulsionador da economia,

e iluminação

criação de actividades

Espaços vazios e abandonados

Promenade já definida e Realização de actividades culturais e festivais ao Despejo de resíduos e

longo da Av. 10 de Novembro

poluição do mar

Conexão de espaços públicos e jardins Degradação da ponte cais e

já existentes, conectar (greenway)

constante avaria de ferryboats Degradação e má conservação de locais de lazer Perigos de deslizamento de terra Acidentes de viação ao longo

Forte potencial

da Av. Marginal

turístico e impulsionador da

Insegurança por falta de

economia

actividades nocturnas (excepto pelo fim-de-semana) e

Vista panorâmica para a

iluminação

Espaços vazios e abandonados

baía da cidade

Destruição das

Realização de actividades culturais e

barreiras para dar

festivais ao longo da Av. 10 de

espaço a edifícios

Novembro

multifuncionais

Espaços abandonados, resíduos sólidos

Equipamentos públicos,

espalhados e infraestrutura antiga

restauração e recreação

Insegurança por falta de iluminação, espaço para pedestres

Actividades recreativas de Desaparecimento do balneário de praia

praia

Destruição das

Retorno do balneário de

barreiras para dar

praia e resiliência costeira

espaço a edifícios multifuncionais

Constrangimentos & Potencialidades A análise do local permitiu a realização de um diagnóstico onde vários factores foram observados ao longo da área de intervenção. Uma análise Swot (Strenghts, Weaknesses, Opportunities e Threats) foi realizada compilando estes factos e os relacionando no mapa. Dentre eles, destacam-se os constrangimentos e as oportunidades que a orla apresenta. Esta análise permite ter uma noção dos principais problemas que se verificam na área e que precisam de ser pensados, resolvidos e reintegrados.

Escala: 1:25000

51


tu

Ca

lo

pĂ­


O Papel do Planeamento Participativo no desenho urbano O processo de planeamento participativo onde as pessoas dão a sua opinião e participam activamente nas decisões que irão influênciar a sua vida através de transformações na cidade é hoje em dia um factor muito importante. A consulta pública, que foi também

A cidade de Maputo tem todas as condições para ser

fundamental no momento de elaboração da visão que

uma das mais bonitas cidades de África. É uma cidade em

guia este plano incluiu a realização de um inquérito

evolução diária e esta evolução dá um ar positivo a

público online. Neste, as pessoas podiam dar a conhecer

cidade.

as suas ideias que farão parte de possíveis cenários para o desenvolvimento futuro do waterfront de Maputo.

Este documento foca primeiramente na vida, nos espaços e na frente marítima que os moradores da Cidade de

O inquérito foi pensado como uma estratégia que

Maputo desejam para o futuro. Por uma frente marítima

pudesse ter um significado e que pudesse apontar em

mais resiliente e democrática em que os cidadãos possam

direcções concretas para auxiliar na elaboração do

colaborar no processo de transformação deste local.

desenho do plano. Os comentários e as ideias recolhidas neste processo foram usadas para guiar este processo de exploração das potencialidades da área de intervenção.

e as respostas foram de carácter anónimo. É um instrumento que ajudou a moldar a Visão e delinear

A natureza imediata da interacção online permitiu atingir uma faixa etária mais jovem que mostra-se interessada em pensar como será o waterfront de Maputo daqui há 30 anos.

Este inquérito foi realizado meramente para fins didáticos

estratégias para a transformação do Waterfront. POR UM FUTURO PARTICIPATIVO EM QUE AS PESSOAS POSSAM CONTRIBUIR PARA A SUA CIDADE.

COMO VOCÊ IMAGINARIA

O FUTURO DO WATERFRONT DA CIDADE DE MAPUTO? 53


O que acha que um espaço público agradável deve ter?

muito pouco atractivos para qualquer pessoa

perguntas foram colocadas. Entre elas, perguntas de

que lá passe.

múltipla escolha e abertas, onde se pedia a opinião das pessoas sobre alguns espaços da cidade, suas condições de

Não é verdade dizer que a cidade não possui

trabalho, novos empreendimentos e o que gostariam que

pessoas

responderam ao inquérito

certas actividades, pois estes espaços existem.

do waterfront se tornassem.

Apenas encontram-se mal conservados pelo

3,8%

próprio cidadão que deposita o lixo no chão

46+ anos

tendo uma lata de lixo mesmo à sua frente. É

3 pessoas

também uma questão de civismo e educação.

54,5%

11,6%

77

espaços públicos e jardins para a prática de

certos espaços abandonados e sub-aproveitados ao longo

8 pessoas

cidade é a falta de higiene e limpeza dos nestes espaços, eles tornam-se inseguros e

moradores da cidade de Maputo, onde um grupo de 10

36-54 anos

públicos existentes principalmente na baixa da mesmos. Aliada a falta de iluminação adequada

Foi realizado um inquérito online e cara-a-cara para os

10,3%

Um dos grandes problemas nos espaços

Devemos tomar consciência que estes espaços são nossos e desenvolver um espírito de comunidade.

18-24 anos

desconhecidos

42 pessoas

"Deve ser limpo com cores vivas e agradavel, actividades de lazer e culturais."

A preservação e manutenção de espaços

9 pessoas

públicos não depende apenas dos municípios, depende de uma colaboração entre estes e os cidadãos.

19,4%

8,4

25-35 anos 15 pessoas

% 6 pessoas

"Tem grande

39,4

potencial turístico"

28 pessoas

INTERESSANTE mas abandonado e mal aproveitado."

54

Fig.21 Imagem aérea da cidade de Maputo

% 6 pessoas

33,8 %

"Pode transformar-se

"Potencial para espaço

num centro comercial e

público de lazer e

de negócios."

recriação, playground, jardins e exercícios."

%

"É um espaço

8,4

antiga FACIM


LIMPO 100% das pessoas que responderam ao inquérito acreditam que acima de tudo o espaço

"A questão não é o que deve ter mas sim como deve ser tratado, pois o espaço público é para todos."

"Deve ser um espaço de pertença e que seja empático para as pessoas. Deve me representar."

"Um espaço público deve ter condições suficientes para receber crianças, jovens, adultos e idosos."

público deve estar sempre limpo e organizado, e que isto contribuiria para o seu melhor uso e atractividade.

"Lugares onde sentar, espaços para observar a paisagem, seguros e bem iluminados, espaços para conversar, ler e exercitar, com sombra natural e vegetação, edifícios de restauração acessíveis, ginásios a ceu aberto, espaços para pic nics, lanchonetes."

SEGURO/BEM ILUMINADO 98% das pessoas querem espaços bem iluminados e que sejam seguros tanto de dia como de noite, para que possam ser aproveitados ao máximo ao longo do ano.

ACTIVO

95% das pessoas gostariam que os espaços públicos fossem projectados para todas as faixas etárias e que estes sejam activos e

6,5%

tenham barracas de snacks, lanchonetes, quiosques, espaços para picnic, lugares a sombra para sentar, observar, tomar algo,

5 pessoas

93,5%

conversar, brincar, caminhar e exercitar-se.

72 pessoas

SENTEM QUE AS PESSOAS NÃO CUIDAM DO ESPAÇO PÚBLICO

Cuidar de espaços públicos e jardins torna-se um verdadeiro desafio na nossa cidade, onde boa parte dos jardins activos precisam de ser mantidos através de uma parceria públicoprivada. São exemplos o Parque dos Poetas, Jardim Tunduro, Jardim Dona Berta, Jardim dos Namorados e Jardim dos Professores. É preciso sensibilizar uma colaboração entre as pessoas e as instituições públicas. Só assim podem-se manter e conservar os espaços públicos e jardins depois de abertos, onde a boa gestão destes lugares pode contribuir para o seu bom uso e sucesso durante muitos mais anos.

55


O que é que a requalificação da Av. Marginal aquando do PPU Marginal 2015 veio acrescentar à cidade de Maputo?

98,7% DAS PESSOAS DISSERAM QUE ANDARIAM A PÉ DESDE A PONTE CAIS DE TRAVESSIA PARA A KATEMBE ATÉ AO HOTEL GLÓRIA SE EXISTISSE UM CORREDOR CONTÍNUO SEGURO COM MUITAS ACTIVIDADES E MAIS FOCADO AOS PEDESTRES

A requalificação da Av. Marginal é recente (2015) onde o PPU Marginal e a construção da Estrada Circular de Maputo vieram acelerar este processo. Neste plano, além de organizar o modo como as pessoas devem construir ao longo da marginal, foi considerada uma parte do waterfront e que acções tinham de ser tomadas para recuperar aquele espaço. Em 2015, toda aquela àrea a partir do viaduto Alcântara Santos até ao bairro dos pescadores estava com sérios problemas de erosão costeira, destruição dos passeios, árvores mal cuidadas, espaços abandonados como o ATCM

A voz de quem vive a orla marítima no seu dia-a-dia

e espaços pouco limpos e inseguros. É notória a grande

À primeira vista parece um simples trabalho

diferença daquele espaço depois das obras de construção

artesanal, mas a venda do sumo de cana-de-

da circular que veio melhorar as infraestruturas naquele

açúcar com gotinhas de limão e pedras de gelo

espaço.

já deixou de ser novidade na marginal.

Hoje, a àrea da Marginal que atravessa o bairro da Costa do

Segundo os vendedores, aos fins de semana o

Sol é activamente usada pelas pessoas para caminhar, fazer

negócio corre muito bem, especialmente aos

exercícios, estacionar, jogar vólei na praia, futebol, nadar,

domingos. Há quem trabalha há 10 anos e quem

vender souveniers turísticos, beber uma água de coco,

está apenas há 2 semanas, mas o consenso é

comer um churrasco e participar de eventos culturais e

mútuo, o negócio é rentável.

"Quando a temperatura é baixa, o volume

musicais. A Marginal começa então a ganhar uma nova face e os cidadãos aprovam esta nova imagem da cidade.

de negócio regista uma redução. Quando há muito calor conseguimos vender bem. Nos dias de intenso calor, chegamos a trabalhar até às 21.00 horas." JOSÉ

A economia informal emprega entre 70 a 85% da população moçambicana

A maior parte dos apreciadores deste sumo são cidadãos que se fazem à marginal para ver o

O comércio informal é um dos pilares

A requalificação da Marginal na Costa do Sol melhorou e

mar, se exercitar ou pescar. Infelizmente as vezes

para o sustento de várias pessoas e

muito a imagem da cidade de Maputo, transformando-a de

a paragem de uma viatura para compra do sumo

quem passeia pelas principais artérias da

um espaço pobre que sofria graves problemas de erosão

tem implicações no fluxo do trânsito e devido à

cidade, depara-se em cada esquina com

para um espaço acessível a todos, rico em actividades e

inacessibilidade da área os vendedores tiveram

um vendedor ambulante, principalmente

usos.

de ajustar os seus horários e trabalham mediante

na baixa da cidade, onde o comércio

uma escala.

informal impera. Ao longo da Av. 10 de

70.1% (54 pessoas)

MELHOROU A IMAGEM DA CIDADE

47.9% (34 pessoas) ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER

39.4% (28 pessoas) MAIS INVESTIMENTO NO TURISMO

36.6% (26 pessoas) PROTEÇÃO DA ÁREA COSTEIRA

18.3% (13 pessoas)

56

PRAIA MAIS LIMPA

Novembro e da Rua de Ngungunhane pode-se observar desde a venda de chinelos, telemóveis e carregadores, fruta, refrescos, utensílios para carros, bolinhos, crédito, etc.


JOAQUIM, 32 ZAMBÉZIA

Fig.22 Sr Joaquim, vendedor de sumo de cana-de-açúcar na Av. Marginal

90MT Sumo de cana-de-açúcar

12h 18h Horas de pico

+ 40% dos vendedores de cana de açúcar na marginal não são da cidade de Maputo

Fig.23 e 24 Sr Fernando e Sr Tinga, vendedor e pescador FERNANDO, 23 VENDEDOR AMBULANTE

"Sou novo aqui, trabalho há duas semanas e vim da Zambézia. Este negócio atrai as pessoas, costumam vir a pé ou de carro. As vezes é difícil os carros pararem e de manhã não há muito negócio, só a partir da tarde. Gostaria que fosse mais limpo e que as pessoas andassem mais a pé para comprar no meu negócio. É difícil calcular quanto levo para casa, mas nos dias de movimento, como nos domingos, consigo uns quatro mil."

"Para mim não tinha que se mudar nada, temos bom movimento, temos luz a noite e existe um posto policial aqui atrás. Assim está bom."

"Andamos nessa zona todo dia porque as pessoas que sobem barco para katembe compram connosco. Vendemos bolinhos e pão, costumamos cobrar 10mt."

LUÍS VENDEDOR DE SUMO DE CANA-DE-AÇÚCAR

"...é sujo este local, deveria ser mais limpo. Gostaria que ajudassem no meu negócio com boas redes e cordas para pescar. Vendemos a mercadoria nos bairros, mas gostariamos de vender aqui na praia." TINGA, 36 PESCADOR

57


Qual será a identidade do Waterfront de Maputo no Futuro? A cidade de Maputo cresce a cada dia que passa e as construções emergentes são a prova que as pessoas têm de começar a pensar no que gostariam que a cidade se transformasse. O planeamento participativo é sempre muito importante no momento da realização de planos e operações urbanísticas que eventualmente alteram a imagem e identidade da cidade. Pensar na nossa identidade hoje e em como queremos ser no futuro é muito importante. A cidade é vivida pelas pessoas e não há ninguém

33,7%

melhor para identificar os principais problemas e

26 pessoas

ajudar a encontrar soluções que possam beneficiar a

Preferem espaços de

todos que os próprios cidadãos.

jardim, espaços para sentar, descansar, em sombra, observar

"Iria melhorar a imagem da cidade de Maputo, esta se tornaria num local mais agradável e prazeroso de se viver e andar." As pessoas sentem que do que já existe é recomendável melhorar:

23,3% 18 pessoas

Querem equipamentos de lazer, restauração, culturais, actividades físicas e playgrounds

7,8% 6 pessoas Acham importante colocar

37.6% (29 pesso CONEXÃO COM BARREIRAS MAI

48% (37 pessoas) MAIS ESPAÇOS CULTURA RESTAURAÇÃO E COMÉR

sanitários fixos públicos em certos pontos

66.2% (51 pessoas) MANUTENÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS E LIMPEZA DA CIDADE

53.2% (41 pessoas) DESPOLUIÇÃO DAS ÁGUAS DO

55.8% (43 pessoas) PRIORIZAÇÃO DOS PEDESTRES - MAIS Á

56.3% (40 pessoas) ATRAIR O TURISMO LOCAL E INTERNACIONAL 49.3% (36 pessoas) MELHOR ACESSO AO PÚBLICO 38% (27 pessoas) MAIS EMPREGOS 35.2% (25 pessoas) CONEXÃO COM O RESTANTE DA CIDADE

58

67,5% (52 pessoas) ÁREA MAIS LIMPA E SEGURA 70.1% (54 pessoas) MAIS PARQUES E JARDINS COM ÁREAS PARA EXERCÍCIOS FÍSICOS, DESCANSO E RELAXAMENTO

"Iria motivarde casa e me d segurança de s marginal."


44%

34 pessoas

das pessoas que responderam o inquérito disseram que estas mudanças iriam melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida na cidade de Maputo

"Apenas me orgulharia de viver cá uma vez que a cidade é nossa, a gente deve cuidar do que é nosso."

oas) M O MUSEU E ESCADARIAS DAS IS SEGURA

As pessoas disseram o que gostariam que a frente marítima tivesse no futuro e quatro pontos foram fundamentais, onde consideram que irão beneficiar destas mudanças directamente:

AIS PARA EVENTOS, RCIO

MAR

ÁREAS PARA CAMINHAR

-me a sair mais daria mais sair pela

Melhores condições

Existiriam espaços mais

Recolha e gestão de

As pessoas não teriam

de vida através da

agradáveis para

resíduos sólidos,

que disputar os

criação de uma

passeios, permitindo

educaçao cívica e

passeios com os

cidade segura onde

maior acesso ao

colocação de

automóveis, criando-se

as possas possam se

exercício físico e

cartazes informativos

assim parques próprios

movimentar e acessar

caminhadas, em prol

para estacionar os

qualquer espaço de

da saúde e melhor

veículos privados

dia e de noite

qualidade de vida

"Estas mudanças afetariam a nossa auto-estima como citadinos, talvez a partir daí começariamos a valorizar o que é nosso."

"Iria ter mais oportunidades de aproveitar o que é nosso e não ter de viajar para encontrar tais coisas propostas noutros lugares, contribuindo assim para o crescimento económico do país."

"O orgulho de falar do meu país apontando elementos na minha cidade em vez de praias e resorts noutras regiões do país que nunca estive." 59


60


tu

Ca

lo

pĂ­


Visão " Em 2050 a orla marítima

da cidade de Maputo será um destino público por excelência; vibrante e acolhedor com uma diversidade de negócios, actividades e usos para todos.

62

"


Da visão ao plano As questões identificadas no diagnóstico e análise do local bem como o inquérito realizado foram factores determinantes no desenvolvimento da visão. Esta visão é seguida por uma série de princípios e estratégias. Juntos, eles estabelecem a estrutura para responder às questões e oportunidades identificadas no diagnóstico, onde uma abordagem sustentável é imperiosa, considerando principalmente factores como o sea level rise e as mudanças climáticas. A visão compartilhada para o futuro do Waterfront é que este se transforme num lugar que é valorizado pelos habitantes locais, seja activo e acolhedor para os visitantes. Que este seja um gateway para a cidade, um local seguro, confortável e confiável, tornando-se num destino por si só. Os principais elementos do programa incluem: uma promenade (andar, correr, sentar, passear ocão, etc); cliclofaixas (andar de bicicleta, rollerblade, patins); novas vias e streetscape (estacionar, atravessamento, sinalização); preservação do habitar natural (praia, barreiras, espécies arbóreas); comércio e retalho (cafés, restaurantes, lojas, comércio de rua); actividades da baía (pesca artesanal, actividades do porto, cruseiros e marinas); espaços públicos (playground, piquenique, banhos de sol, concertos, ginásios, miradouros); habitação e infraestruturação (aumento das redes de drenagem, saneamento e abastecimento).

63


O melhor cenário para implementação da visão O cenário a ser desenvolvido procura incluir um pouco de cada uma das opções abaixo. Nas revitalizações de waterfronts de sucesso, um dos elementos mais comuns utilizado como estratégia para dar vida a espaços 'adormecidos' é o chamado mixed use, onde um pouco de cada sector e de cada uso é equacionado para formar um local diverso, vibrante e animado. É de notar que nem sempre o uso misto é o que assegura o sucesso deste tipo de intervenção, mas quando bem equacionado e pensado de acordo com a característica de cada espaço, pode ser o catalizador do desenvolvimento de uma cidade.

1 2 3 4 64

Alto investimento no turismo, unidades hoteleiras, centros comerciais de topo e restauração

O cenário escolhido: Uso Misto O cenário escolhido para materializar a visão para a revitalização da orla marítima da cidade até 2050 é o

Reforço e consolidação de um business center com escritórios, instituições governamentais e privadas e serviços

misto, onde as quatro alternativas são levadas em conta em conjunto e não separadamente. O investimento nos espaços públicos, parques e praças, áreas pedonais e cicláveis, a protecção de áreas ecologicamente sensíveis, o impulsionamento do turismo local e internacional, o investimento no comércio e restauração como factores atractivos e a localização de serviços, escritórios e novas

Investimento nos espaços públicos, parques e praças, áreas pedonais e cicláveis, protecção de áreas ecologicamente sensíveis

Investimento em complexos habitacionais e em diferentes tipologias

habitações é o cenário ideal para levar a diante este plano.


"Para compreender as cidades, precisamos admitir de imediato, como fenômeno fundamental, as combinações ou as misturas de usos, não os usos separados." Jane Jacobs

65


O pla

O plano de revitalização Os waterfronts são projectos de longo prazo e a revitalização é um processo contínuo. Uma visão forte e focada ajuda a gerar

objectivos, princípios e estratégias claras que se vão materializar com o desenho do plano. Este tipo de proposta de desenvolvimento urbano muitas vezes se estende por décadas por serem várias intervenções numa área consideravelmente grande. Portanto, é importante que a visão orientadora seja adaptável e dinâmica. Pretende-se que as principais atrações turísticas sejam o Porto, a Feira Popular, a Promenade, os Miradouros, Parques e Jardins e

espaços compartilhados. Um dos primeiros fatores relevantes a destacar é a necessidade de se considerar a escala humana para espaços deste tipo com características turísticas muito fortes. As intervenções de escala monumental podem até se mostrar positivas num primeiro momento, promovendo um aumento súbito de visitantes ou a reabertura de estabelecimentos comerciais, mas podem ser efêmeras se problemas urbanos mais complexos não forem resolvidos e reaparecerem desvalorizando novamente a área.

Embora a habitação ganha um papel importante principalmente

A necessidade de reinventar certos espaços que compõem a área em estudo permite uma maior exploração e criação de novas atrações com foco nos pedestres. A acessibilidade por parte das pessoas a pé é um fator interessante, pois requer uma reorganização do espaço para poder ser o mais circulável possível. É importante planear a frente marítima para ser um espaço multiusos e multifuncional coerente e de concordância com certas estratégias de sustentabilidade e promoção urbana, tendo a água como elemento central. O projeto não só trará um grande impulso econômico para a área e oferecerá mais e melhores instalações de lazer, mas também ajudará a promover um renovado sentimento de orgulho entre os residentes locais, introduzindo um desenvolvimento de classe mundial para este local. Daqui há 10, 20, 30 anos, espera-se que com este plano e o seu programa, quase 5 mil pessoas sejam empregues em variadas actividades, negócios e serviços.

na secção 2, o desenvolvimento residencial não pode dominar por completo waterfronts, pois tende a privatizar um espaço que

Espera-se reinventar os espaços para melhorar principalmente o

normalmente fica cheio de pessoas. Eles são os locais de

acesso público ao longo da orla, melhor acessibilidade do

festivais, mercados, festas como queima de fogos de artifício,

pedestre e segurança, novos parques e espaços abertos e mais

shows e outras actividades de alta energia. Para os espaços

eventos e actividades. Isto tudo so será possível se formos

habitacionais, diferentes tipologias habitacionais deverão ser

considerar a área proposta como um destino. Isto para dizer que

fortemente consideradas, juntamente com edifícios de

embora a caminhada seja a actividade mais comum, a área não

escritórios, restauração, hotelaria e de estacionamento.

deve ser vista como um caminho - mas sim como um destino que deve atrair moradores e visitantes.

A frente marítima por ser um espaço tendencialmente

66

espontâneo não se pode determinar apenas dois ou três usos e

A proposta é criar uma rede bem definida de locais para

sim criar condições para que esta espontaniedade e criatividade

atividades de "permanência" e ao ar livre. É usar uma

do uso espacial possam ser factores recorrentes e fundamentais

abordagem de design coesa principalmente nos materiais para

na permanência das pessoas nos espaços públicos como a

criar um senso autêntico de lugar, que apela para todas as faixas

promenade, as ruas compartilhadas, parques, praças e jardins.

etárias e condições sociais para garantir o acesso universal.


"O desenvolvimento sustentável é um desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades." (Relatório Brundtland, Nações Unidas, 1987, p. 37).

67


Estacionamento É incentivado o estacionamento compartilhado nas ruas,

Sinalização

bem como a sua diminuição ao longo de certas áreas para estímular as pessoas a andarem a pé ou a usarem

As principais alterações encontram-se na definição de

bicicletas. O estacionamento público é localizado

faixas de atravessamento, o aumento de tamanho em

relativamente próximo de onde as pessoas querem estar,

àreas com grande fluxo pedonal, sinalização para ciclistas

sem comprometer a experiência ao longo da orla. Por

e espaços de 'descanso' de pedestres. Em locais muito

isso é que a nova estratégia de estacionamento procura

movimentados como a Av. 10 de Novembro e Av. 25 de

indicar os maiores espaços de estacionamento antes de

Setembro, faixas de 8-10 metros são propostas; locais de

se chegar à promenade, onde o número de veículos é

movimento razoável 5-8 metros e em ruas pouco

controlado e limitado.

movimentadas 4-5 metros.

Passeios São propostos passeios exclusivamente para os pedestres (e eventualmente ciclistas, skatistas), de uma forma contínua. São oferecidas generosas faixas de domínio do pedestre e amplas oportunidades para sentar, caminhar, andar de patins, andar de bicicleta, observar as pessoas. Nestes, segundo o conceito de ruas completas aplicado, estão delimitados os espaços para vegetação, arborização, restauração, circulação e mobiliário urbano. Ciclofaixa É proposto um circuito de ciclofaixas unidirecionais que acompanham em grande parte a promenade, partindo da Ccosta do Sol até a baixa da cidade. Com uma largura de 2 metros, permitem o cruzamento de duas bicicletas ao mesmo tempo, assim como outros utilizadores como patinadores. Ruas Compartilhadas Devido a demanda por acesso veicular em algumas ruas por se encontrarem habitações e a necessidade de estacionar, secções de algumas ruas foram declaradas de acesso exclusivo ao pedestre. Portanto, o automóvel tem acesso até um certo trecho, onde depois deixa de dividir o espaço com ciclistas e pedestres. Estas ruas estão localizadas perto de equipamentos públicos como a feira popular e o repinga, áreas comerciais e de restauração.

68

Iluminação O tipo de iluminação foi escolhido de acordo com a função do lugar, a capacidade de acolher certas quantidades de pessoas, o tipo de movimentação e o tempo de permanência. Quatro principais tipos de iluminação foram selecionados: - a luz focal: principalmente para os edifícios e espaços abertos - a luz intermédia: que estará presente em caminhos pedonais, principalmente em parques e jardins - a luz de estrada: para os caros e faixas de rodagens, em grandes postes de luz - luz para pedestres: luzes mais ínimas e controladas, ornamentais, encontradas na promenade e espaços de restauração ao longo da orla Comércio informal Os espaços criados principalmente na promenade e nos jardins permitem a circulação em espaços determinados para os comercientes 'informais'.


O Pedestre As estratégias propostastêm como foco o pedestre, para incentivar as pessoas a caminharem e apreciarem estas áreas turísticas atractivas. Mobiliário Urbano e materiais Elementos como bancos, vasos, canteiros, rampas para deficientes, bike racks, são os mais comuns ao longo dos passeios e áreas públicas. Os materiais propostos devem ser duráveis e de boa qualidade, para que sejam adequados ao ambiente marítimo, tenham uma longa vida útil e manutenção periódica mínima. Para os pisos em certas áreas comuns e nos passeios é proposta pavimentação permeável para promover a coleta de águas pluviais. Identidade Daqui há 30 anos Maputo vai mudar de identidade e é necessário que nos asseguremos que esta identidade seja melhor que a de hoje, por uma Waterfront mais limpa, organizada, menos poluída e dominada pelos veículos, com mais espaços de lazer e áreas de negócio que permitam fazer crescer a economia desta área. Miradouros Serão pontos turísticos e de apreciação panorâmica da cidade, onde as podem admirar a paisagem, tirar fotos, e usar como meio de conexão entre a baixa da cidade e a parte alta da cidade.

As barreiras Certas áreas identificadas das barreiras correm o risco de deslizamento de terra, por isso é proposto o aumento das alturas dos muros de contenção em certas áreas e a localização de mirantes nestes pontos, obrigando assim a uma intervenção nestes locais. É proposto o controle da vegetação e das águas da chuva por uma malha metálica onde depois virá por cima a vegetação baixa, não permitindo o arrastamento pelas águas da chuva. Arborização A sensação climática quando percorremos a marginal é um factor importante e mencionado no diagnóstico da área, onde um dos principais factores negativos é a falta demais locais arborizados e em sombra. Coqueiros, Acácias, Magnólias, relva, arbustos (beija flor), árvores de pequeno porte, vasos e canteiros irão complementar a vegetação nas ruas. Os coqueiros principalmente na promenade, com o acréscimo de elementos ornamentais ao longo dos passeios, maior organização e definição das àreas a localizar.

Promenade Uma orla vibrante irá gerar actividades durante todo o ano e fornecer novas comodidades para residentes, trabalhadores e visitantes. A área da orla tem potencial para hospedar eventos importantes em toda a cidade, incluindo festivais de música, feiras, reuniões públicas, maratonas, etc. A arte pública também pode desempenhar um papel importante no placemaking, enriquecimento cultural e interpretação da história natural e cultural desta área para residentes atuais e futuros, e um exemplo claro são as esculturas de animais na Praça Robert Mugabe. Permeabilidade do solo Em áreas pavimentadas serão usados pavimentos permeáveis com excepção das faixas de rodagem, nos passeios canteiros serão localizados para absorção da água da chuva e nos lotes também se localizarão áreas verdes para poder absoerver e mandar para o sistema de drenagem menor água possível. Nos edifícios as águas da chuva serão reutilizadas para tarefas como lavagem de carros, rega, etc.

Os jardins Novas actividades serão adicionadas aos jardins, nomeadamente o Repinga, Jardim dos Trabalhadores, Jardim da Ponta Vermelha, onde o espaço verde convive com espaços de jogos, playgrounds e equipamentos de restauração.

69


Conceitos & Design do plano ACESSIBILIDADE DAS VIAS (O AUTOMÓVEL) A malha viária existente irá manter-se, uma vez que esta é uma parte já consolidada da cidade em que as

STREETSCAPE: RUAS A REVITALIZAR

conexões e ligações veículares entre a baixa e a marginal são feitas principalmente por 5 avenidas,

As ruas e avenidas que atravessam a área de

nomeadamente: Vladmir Lenine, Samora Machel, 25

intervenção necessitam de melhores cuidados para

de Setembro, 10 de Novembro e Marginal.

poderem se transformar em ruas completas. São estas vias que nos levam aos espaços e dependendo de vários factores como a segurança no trânsito, a sinalização, acessibilidade, mobiliário urbano e arborização, capacidade para caminhar, estacionar e as infraestruturas, podemos definir se estas realmente cativam as pessoas acaminharem por elas. As ruas identificadas carecem de alguns destes factores, principalmente se queremos ter uma cidade mais atrativa, é necessário olhar para estes factores ao realizar o desenho urbano.

CONEXÃO COM A ÁREA HISTÓRICA E COM A CIDADE As principais avenidas que atravessam esta área são muito importantes na destribuição do trânsito, assim como na conexão com a área histórica da cidade que é muito visitada pelos turistas. Dai a necessidade de equilibrar o espaço do pedestre com o espaço do automóvel para permitir uma maior circulação a pé em certos espaços.

São propostas também ciclofaixas, formando um circuito que parte da Costa do Sol a baixa da cidade, onde estas se localizam primeiramente nas vias destribuidoras. Isto para prover infraestrutura adequada e incentivar um diferente modo de transporte numa àrea turística e que necessita ser apreciada melhor sem ser dentro da velocidade dos carros.

ACESSIBILIDADE DAS VIAS (O PEDESTRE) & Ciclofaixas O pedestre terá prioridade na acessibilidade e circulação dos espaços maioritariamente públicos. Para incentivar a circulação onde verifica-se a maior concentração de pedestres, são propostas vias compartilhadas, onde uma parcela destina-se apenas a andar-sea pé. Os passeios foram também alargados eas faixas de rodagem diminuidas, o que contribuirá para a diminuição develocidade e maior segurança dos peões.

70

Escala: 1:20000


O NOVO EDIFICADO Do edificado a ser demolido fazem parte armazéns, edifícios e estruturas velhas que encontram-se abandonadas ou sub-utilizadas. Em boa parte das infraestruturas demolidas, é proposto um upgrade de certos equipamentos, onde estes terão seus espaços melhor organizados com o surgimento de 59 novos lotes.

A PROMENADE

ESTACIONAMENTO PÚBLICO

Este espaço contínuo e ininterrupto ao longo da orla

O estacionamento tanto público ou privado são fundamentais a serem considerados quando

marítima inicia-se no Porto de Maputo até a costa do sol,

um dos principais objectivos é voltar a devolver principalmente os passeios ocupados pelos

onde conecta vários espaços e actividades ao longo do

veículos aos pedestres. Em áreas de maior fluxo e concentração de pedestres são localizados

mesmo. É um espaço que permite a circulação dos

os silos automóveis, para que as pessoas possam aproveitar a promenade sem ter um

pedestres e que ganha uma outra face por abrir espaços

excesso de viaturas ao redor.

que actualmente encontram-se fechados e privatizados. As vistas de água também fazem parte do caráter da área, e muitas das propostas do plano como os mirantes, os decks e a promenade permitirão um maior acesso público para apreciar as vistas tanto para o mar como para a Katembe. Proporcionar acesso público melhorado à água por meio de locais específicos e frequentes ao longo da orla, onde as pessoas podem acessar, sentar, observar e participar ativamente é importante.

Escala: 1:20000

71


Iniciativa VAMOS LÁ PEDALAR São propostos +11Km de ciclofaixas unidirecionais com a largura de 2 metros que atravessam principalmente a promenade, onde as pessoas são chamadas a trocar os seus veículos por um modo de transporte menos poluente. Pode-se também estimular ao uso das bicicletas nos fins de semana para fins recreativos.

72

Fig.25 Moçambique, uma das estrelas ascendentes de África. - Foto tirada por Alex Bramwell


Iniciativa VAMOS LÁ CAMINHAR Todos são pedestres. Caminhar faz parte do dia de cada um de nós e é uma forma básica de mobilidade. Por isso é necessário começar a pensar numa cidade em que as pessoas possam escolher caminhar mais, pedalar mais envés de apenas usar o automóvel particular para se mover de um local para o outro e podemos começar fazendo isso ao pensar em infraestruturas necessárias para poder atrair as pessoas e fazê-las caminhar. 1. O primeiro ponto de partida é nos certificarmos se os passeios estão em boas condições e se os caminhos são acessíveis a todos e claramente identificáveis 2. O segundo é prevenir que os automóveis ocupem os passeios principalmente em áreas de grande movimento 3. Verificar se existe sinalização de suporte adequada ao pedestre como semáforos, passadeiras, mapas da cidade, informação sobre certos lugares históricos

Fig.26 Vista da Praça 25 de Junho

73


74

Fig.27 Ponte Cais de Maputo


Pessoas Papel social Acesso público

Vibrante

Confortável e sociável

Ambiente & Sustentabilidade Resiliente

Continua

Conectada & Aberta

Desenvolvimento económico e investimentos Productiva

Diversa

Destinos Atractivos

Proteger as barreiras

Princípios gerais

Pessoas Papel social

Ambiente & Sustentabilidade

Desenvolvimento económico e investimentos

ACESSÍVEL E INCLUSIVA – Para que pessoas

LIMPA E ORGANIZADA – Deve contribuir para o

de todas as idades e condições físicas

ECONOMICAMENTE VIÁVEL – Dodas as

ambiente, com espaços limpos, organizados e

consigam aceder ao espaço.

camadas sociais devem poder usufruir de

seguros, recolha de resíduos e cartazes

todos os espaços, provendo oportunidades

informativos

para o uso eficiente de recursos.

para sentar, uma vista agradável e outros

CULTURAL – Deve valorizar o patrimônio cultural,

atributos que tornam mais convidativos os

DIVERSA – Deve suportar um mix de usos

promover eventos e ser culturalmente consciente

lugares voltados a comunidade e onde as

privados e públicos, activos ao longo do ano,

na preservação das nossas riquesas patrimoniais.

de dia ou noite, é importante equilibrar uma

CONFORTÁVEL E SOCIÁVEL – Com lugares

pessoas podem se encontrar.

variedade de interesses na criação e CONTÍNUA – Deve permitir uma continuidade

implementação de uma visão.

CARÁTER E IDENTIDADE - Os moradores

através de espaços pedonais, greenways,

querem garantir que os novos

parques e jardins, promenades, mirantes etc. O

desenvolvimentos se encaixem no carácter

ACTIVO E ATRACTIVO – Deve oferecer

acesso do público deve levar a pontos de destino

existente, permitindo que a orla permaneça

diferentes actividades, onde a paisagem deve

claramente definidos.

proteger e realçar espaços distintos e

autêntica. Desenvolver uma variedade de

memoráveis. Deve ser activa tanto de dia

acesso público e espaços abertos que

ABERTA – devem-se manter as vistas ao mar,

oferecem muitas oportunidades de lazer e

procurando não criar barreiras visuais que

aprimoram outros usos ao longo da orla.

interfiram nessa conexão.

como de noite.

75


Estratégias para a implementação do plano

Dar suporte ao ciclismo e a caminhada

Usar parques para conectar destinos, não

Construir sobre o contexto olhando para os

como destinos em si

espaços públicos

Parques ou esplanadas não servirão como o

Visualiza-se uma rede de espaços públicos

prioritárias. Orlas voltadas para pedestres e

propósito de toda a orla. As melhores

bem conectados e de múltiplos usos que se

ciclistas são mais inclusivas, portanto encorajar

intervenções usam parques como tecido

ajustem aos objetivos compartilhados por

o uso da bicicleta e acapacidade de caminhar é

conectivo. É necessário abraçar a nossa

todos na criação de espaços vibrantes e

fundamental no plano.

paisagem natural e fornecer actividades

arquitectura interessante.

As conexões dos pedestres serão consideradas

atractivas nos espaços verdes.

Incentivar diferentes modos de transporte

Fig.28 Esquemas do Adelaide Design Manual por Owen Lindsay

Melhorar as ruas como espaços públicos

Integrar atividades noturnas através de um design flexível

As ruas propostas incentivam o investimento no

Ruas são, fundamentalmente, espaços públicos

transporte público e em transporte não motorizado.

das cidades que conectam lugares. São

É importante fornecer um mix diversificado de

O Streetscape permite obter vias mais completas

propostas ruas ideais do ponto de vista do

usos para garantir que o espaço seja animado

possíveis (mais usos e melhores conexões) que

streetscape, onde esta deverá suportar

durante o dia e à noite.

facilitam os acessos a todos pontos.

diferentes modos de transporte e usos.

76


O papel do placemaking no placemaking planeamento das actividades O sucesso do waterfront está na sua capacidade de criar novos lugares para

ESTRATÉGIAS PARA ATIVAÇÃO

pessoas de todas as idades viverem e

DO ESPAÇO PÚBLICO:

socializarem. 1. Proteção e priorização de pedestres e ciclistas

Caminhos para pedestres fornecem uma

2. Suporte à permanência

maneira eficaz e segura de se mover por toda

3. Novos usos e actividades

a área da orla. Independentemente da designação, os caminhos devem ser vivos, dinâmicos e energizados. A programação para

Normalmente, o espaço público é entendido como

o passeio acrescenta uma qualidade dinâmica

o espaço que sobra entre os edifícios. O espaço

ao espaço; experiências sazonais dão nova vida

público é mais que isso,é o local onde as pessoas

ao espaço, mesmo para visitantes frequentes.

vivem grande parte do tempo. É o espaço onde circulam, seja de automóvel ou a pé, é o espaço

Cada uma das cinco secções possui uma

onde se encontram, onde se sentam, onde

identidade diferente. Parte do objectivo

conversam.

principal é encontrar novos usos para a orla. A complexidade dos espaços públicos é tão grande que é praticamente impossível fazer tudo

Este programa de actividades incluí as

certo de uma só vez. Os melhores espaços

actividades realizadas no momento e aquelas

experimentam possibilidades fazendo melhorias de

que são envisionadas para o local, que podem

curto prazo. Pequenas iniciativas, como criar locais

acontecer no futuro nos espaços propostos.

de descanso e sombra, um café, um jardim ou

Estas actividades auxiliam no momento da

pintar faixas de pedestres são exemplos de

criaçao de espaços que se desenvolvem ao

melhorias que podem ser realizadas em um curto

redor de actividades.

espaço de tempo e podem ter um efeito positivo.

Fig.29 Processo de criação da quadra Fig.30 Diagramas do manual Espaço Aberto

77


O poder dos dez A maneira mais eficaz de impulsionar um processo de visão é estabelecer uma meta de criar dez grandes destinos ao longo de uma orla, uma idéia chamada de "Power of Ten". O Power of 10 é um conceito que o PPS usa para iniciar um processo de Placemaking. A idéia é que não basta ter apenas um ótimo lugar no Waterfront - são necessários vários lugares para criar uma waterfront verdadeiramente animada. Um ótimo lugar precisa ter pelo menos 10 coisas para fazer ou 10 razões para se estar lá.

Fig.31 Elementos que contribuem para o placemaking

Project for Public Spaces O Project for Public Spaces (PPS) é uma organização de planeamento, design e educação sem fins lucrativos com sede na cidade de Nova York. O principal objectivo da organização é ajudar as pessoas e cidades a criar e manter grandes espaços públicos que melhoram a vida pública e construam comunidades mais fortes. A abordagem "placemaking" do PPS ajuda os cidadãos a transformar seus espaços públicos em todo o mundo.

78


Ruas a revitalizar e o papel do Streetscape

Streetscape As pessoas passam boa parte do seu tempo nas ruas e estas de certa

forma fazem o carácter da cidade e das zonas onde estão inseridas. Ruas

corretamente pensadas para o pedestre e diferentes modos de transporte e actividades são benéficas para todos: para os moradores, para os

negócios e para a cidade em geral.

A redução de custos e facilidade de implantação são vantagens que viabilizam consideravelmente a

1

existência dos parklets, devido ao seu tamanho relativamente pequeno, baixo custo de instalação e manutenção, e por vezes a natureza temporária da intervenção. Muitas vezes contribuem para promover a convivência na rua. Acessibilidade

Design para

Reconfigurar o

universal

velocidades seguras

espaço viário

Estas ruas ajudam a atrair as pessoas para os espaços exteriores, a atrair turistas e visitantes, e têm um papel

2 3

importante na economia. Todos estes elementos têm impacto na criação e na potencialização de futuros espaços a serem aproveitados. A rua por si só já é

Sinalização do

Ceder mais espaços

Pensar primeiro nas crianças,

trânsito

ao pedestre

idosos e deficientes

uma entidade espacial e não somente aquilo que

Parklets substituindo alguns

reside entre edifícios.

lugares de estacionamento

É importante procurar enriquecer a experiência das pessoas, conectando-as ao ambiente que as rodeia e prover uma gama de oportunidades para encorajar a vida pública e a exploração dos espaços públicos.

Ruas corretamente pensadas para o pedestre e Intersecções

Simplificar a

Analisar a

compactas

geometria das ruas

circulação

4

diferentes modos de transporte e actividades ajudam a atrair as pessoas para os espaços exteriores, a atrair turistas e visitantes, e têm um papel importante na economia. 1. Priorizar o pedestre 2. Criar espaços intuitivos

Acomodar usos

Soluções baseadas

Começar por

diversos

no contexto

espaços pequenos

Absorção das

Passeios

Segurança dos

águas da chuva

confortáveis

pedestres

3. Entender os usos e as prioridades da rua 4. Adicionar elementos de design para influenciar o comportamento e a visão das pessoas

5 Fig.32 Diagramas do Global Street Design Guide

89


"Se as ruas de uma cidade parecerem interessantes, a cidade parecerรก interessante; se elas parecerem monรณtonas, a cidade parecerรก monรณtona." Jane Jacobs

80


O programa espacial O programa foca principalmente nas pessoas e no espaço público, quais actividades podem ser realizadas e se estas ajudarão a dar uma nova face a esta área. Os usos também são importantes pois ajudarão a determinar os principais locais com potencial de transformação e os locais que poderão ser apreciados por todos. Este programa de actividades inclui as actividades realizadas no momento e aquelas que são envisionadas para o local. Os espaços se desenvolvem ao redor de actividades, sejam elas pequenas como sentar e observar como por exemplo praticar desporto ou andar de ferryboat. As pessoas apreciam a diversidade pois assim não se cansarão rápido dos espaços, assim como a diversidade na faixa etária é importante. Restauração, estacionamento, open plaza, bancos, vasos, stairs, balneários (wc), chuveiros ao ar livre, feira e exposição

Edifício de Escritórios do Porto, Restauração, Espaço público - open plaza monumento ou escultura, Maputo Fish Open Market, Estacionamento Público

Melhoria campo de futebol e Vólei court, Mesas Ping Pong, Picnic

Estacionamento, Quiosques, esp. público, mirante, skate, bicicleta

Central C

MAPUTO

Observador marina

Mini Piers, Restauração da Frente de Praia, Quiosques, Estações

4

Coqueiros, acácias, arbustos e árvores de menor porte

Melhoria do estacionamento

Polana Cimento A

Estacionamento, esp. público, Quiosques

Monumento ou escultura

Museu Baixa

Mirante das Escadarias

Offices do Porto Escola de Formação Marinha de Guerra de Moçambique

2 Terminal de Ferryboats , Nova Ponte Cais (pier), Sanitários públicos, Restauração, Quiosques (ambulantes)

Mirante do C. Naval

Food trucks e esp. público

1

O PLANO E S C A L A 1:2 0 .0 0 0

Costa do Sol Beachwalk Bridge

Restauração

Millenium Park, Offices e Retalho, Habitação

Área Histórica

Habitação e comércio

5

ACTIVIDADES e USOS

Organizar contentores, barcos e carros

KATEMBE

Maputo Promenade (mobiliário urbano, exercícios, iluminação, texturas), Wave Tower

Feira Popular, Maputo Ferris Wheel, Restauração e retalho, estacionamento

Habitação

Marina do Porto

Ciclovia Waterfront

Praça, Monumento

Sommershield

Jardim dos Trabalhadores, restauração, Rua do Porto

Ponte MaputoKatembe

Costa do Sol

Edifício de escola de formação da marinha Praça do Porto Ships Watchouse - observação ou guarita Armazém peças e equipamentos

Habitação, Offices, Restauração, Cafés, Hotelaria, Estac. Público, Centro de Convenções, Piers, Shopping Center

Ginásio Repinga, Retalho, Café, Restauração, balneários públicos

Ampliação da Marina do Clube Naval Mirante do Jardim dos Namorados

Mirante da Marina

3 Estacionamento Mirante AS (Alcântara Santos) Pier Alcântara

Quiosques (sumo de cana, souveniers turísticos, food carts)

Pesca artesanal Food carts, baloiços, playground, child library, café Deck, Mesas de jogo, half basketball camp, Restauração, Mini mercado

Ampliação do Maputo Marina, Nova Escola Nautica, Restauração e Escola de Artes, Habitação e Offices, Observatório Atlas

yoga exercício físico - corrida aeróbica andar de bicicleta basquete pingpong vólei skate andar sentar ler observar comer tomar café sorvete fast food - hamburguer, sandes, cachorro food trucks

feira exposição de arte open fish market museu das pescas souvenirs parque sanitários playground (baloiços, treehouse) estacionamento carro e bicicleta pontos taxi jogos (scrabble, xadrez) contentor lixo cestos de lixo recipientes lixo reciclagem pier wood deck miradouros

iluminação: veículos, pessoas, edificado e mobiliário quiosques bancos livres bilheteria ferryboats e mesas picnique barcos & navios cruseiros mesas soltas café artistas de rua vasos decorativos centro de conferências e canteiros com flores e arbustos exposição sombrinhas praia biblioteca kids posts e cartazes, banners, lanchas outdoors barcos de pesca carrossel - rodagrande ferryboats algodão doce cruseiros água de coco piers hotelaria dockland habitação marina casamento natal fim de ano aniversário shows de música exposição arte ano novo marchas corrida são silvestre circuito bicicleta promenade

Escala: 1:20000

parklets sinalização transito festivais bike rack salto a corda feira de saúde passear cão rollerblading picnic tirar fotos

81


SECÇÃO

1

Regulamentação: Planos em vigor na área de intervenção

SECÇÃO

2

2015

Plano Parcial de Urbanização da Marginal

NR. LOTE

ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)

CÉRCEA (m)

No DE FAMILIAS

HABITANTES

1

RESTAURAÇÃO

6,421

0.03

217

4,816

868

4

0

0

2

ESCRITÓRIOS

DESIGNAÇÃO (uso do solo)

ÁREA TOTAL (m2)

5,127

0.42

CAS

IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2

2,142

ÁREA VERDE

3,845

19,278

9

0

0

3

ESCRITÓRIOS

2,138

0.30

652

1,604

7,824

12

0

0

4

SILO ESTACIONAMENTO

2,620

0.64

1,682

1,965

35,322

21

0

0

5

ESCRITÓRIOS E MERCADO

7,866

0.37

2,933

5,900

70,392

24

0

0

6

RESTAURAÇÃO

1,810

0.21

385

1,358

2,310

6

0

7

RESTAURAÇÃO

1,397

0.29

412

1,048

1,648

4

0

8

MISTO

7,049

0.30

2,130

5,287

25,560

12

25

125

9

MULTIFUNCIONAL

5,990

0.45

2,705

4,493

48,690

18

54

270

NR. LOTE

DESIGNAÇÃO (uso do solo)

IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2

0 0

ÁREA TOTAL (m2)

CAS

ÁREA VERDE

ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)

CÉRCEA (m)

No DE FAMILIAS

HABITANTES

10

MISTO (COMÉRCIO+HAB)

4,998

0.36

1,782

3,749

26,730

15

28

140

11

EDUCACIONAL

3,700

0.39

1,449

2,775

17,388

12

0

12

ESTAÇÃO DE FERRYBOAT

3,133

0.12

374

2,350

1,870

5

0

0

13

MISTO (ESC+HAB)

3,802

0.51

1,927

2,852

40,467

21

31

155

14

RESTAURAÇÃO

874

0.56

492

656

4,428

9

0

0

15

HABITAÇÃO

1,792

0.56

1,012

1,344

12,144

12

16

80

16

SILO ESTACIONAMENTO

1,856

0.64

1,183

1,392

14,196

12

0

17 18

RESTAURAÇÃO ESTACIONAMENTO

1,425 2,671

0.28 0.00

400 0

1,069 2,003

2,000

5 0

0 0

0 0

19

HABITAÇÃO

7,792

0.50

3,919

5,844

58,785

15

78

390

20

MISTO (ESC+HAB)

2,659

0.64

1,708

1,994

47,824

28

34

170

3,095

10,451

-

0

0

21

FEIRA POPULAR

13,935

0.22

22

MISTO (ESC+HAB)

1,067

0.32

341

23

GINÁSIO

5,740

0.20

1,173

24

MISTO (ESC+HAB)

1,700

694

1,275

25

RESTAURAÇÃO

1,767

0.41

731

1,325

5,117

7

0

0

26

MULTIFUNCIONAL

2,358

0.45

1,066

1,769

38,376

36

37

185

0.41

46,425

15

0

0

800

10,230

30

14

70

4,305

14,076

12

0

19,432

28

19

0 95

Legenda AREA DO PPU BAIXA

001

27

MISTO (ESC+HAB)

2,928

0.53

1,544

2,196

27,792

18

31

155

28

HABITAÇÃO

2,896

0.38

1,100

2,172

13,200

12

18

90

29

HABITAÇÃO

1,467

0.59

866

1,100

18

21

30

HABITAÇÃO

1,635

0.26

417

1,226

3,753

9

5

25

31

MULTIFUNCIONAL

4,167

0.55

2,299

3,125

101,156

44

85

425

32

HABITAÇÃO

1,537

0.38

588

1,153

7,056

12

9

45

1,130 1,823

ZONEAMENTO ZONA RESIDENCIAL ZONA MISTA I (SERVIÇOS E RESIDENCIAL) ZONA MISTA II (RESIDENCIAL E SERVIÇOS)

005

ZONA MISTA III (SERVIÇOS E COMERCIAL)

15,588

105

ZONA MULTIFUNCIONAL I

002

ZONA MULTIFUNCIONAL II (CENTRO HISTÓRICO)

006

ZONA TURISMO ZONA PARA EQUIPAMENTO DE UTILIDADE PÚBLICA ZONA DE COMÉRCIO EM ESPAÇO ABERTO

007 003

ZONA DE PARQUES E JARDINS

008

004

ZONA VERDE NATURAL

009

ZONA ESTACIONAMENTO

017

010 011

018

012

016 013

023

015

025

HABITAÇÃO

1,507

0.39

588

7,056

12

9

45

HABITAÇÃO

2,430

0.51

1,231

18,465

15

25

125

35

MISTO (ESC+HAB)

1,910

0.42

793

1,433

7,137

9

6

30

36

SHOPPING

6,000

0.23

1,367

4,500

12,303

9

0

0

030

021

019

33 34

024

022

014

031

026 029

020

038

039

052

032

027 028

040 036

033

053

037

075

051 041

035 034

054

082

062

058

045

066

059

A04

065

061

A05 A08

A06

072

A07

060 A09

067 068

064

063

071

B02

112

092

100

B06

B04

[

Meters 250

116 106

37

ESCRITÓRIOS

3,533

0.43

1,528

2,650

18,336

12

0

38

SILO ESTACIONAMENTO

1,331

0.53

702

998

10,530

15

0

39

RESTAURAÇÃO

688

0.55

375

516

1,875

5

0

0

40

MULTIFUNCIONAL

6,648

0.27

1,819

4,986

38,199

21

36

180

0

41

EDUCACIONAL

5,224

0.37

1,936

3,918

23,232

12

0

0

42

HOTELARIA

2,402

0.71

1,705

1,802

56,265

33

0

43

ESCRITÓRIOS

1,160

0.38

439

870

3,951

9

0

0

44

MULTIFUNCIONAL

4,109

0.62

2,536

3,082

60,864

24

60

300

45

RESTAURAÇÃO

1,888

0.22

414

1,416

2,070

5

0

46

HOTELARIA & CONFERÊNCIA

5,604

0.44

2,461

4,203

22,149

9

0

0

2,099

25,326

18

22

110

804

3,690

9

0

24,723

9

0

0 310

0

0

0

105

103

107

117

104

096

108

B07 B08

Location map

114

102

095

B03

113

101

099 094

B05

200

115

091

093

B01

A10

150

Mapa de localização

084

085

090

070

100

111

083

089

069

50

Dezembro - December 2014

Projecçao: UTM, ZONA 36 Elipsóide WGS84 Datum: MOZNET

110

056

057

A03

50 25 0

055

046

A02

Escala 1:5.000

080

073

048

047

079

081

049

044

076 078

050

042

043

A01

074

097

109

C01 C04

098 C02

C03

PLANO PARCIAL DE URBANIZAÇÃO DA BAIXA DE MAPUTO

C05

URBANIZATION PARTIAL PLAN OF BAIXA, MAPUTO (MOZAMBIQUE) C06

PLANTA INDICATIVA DOS BLOCOS

118

I-07 planta Nº:

BLOCKS INDEX MAP

47

MISTO (ESC+HAB)

2,799

0.50

1,407

48

EDUCACIONAL

1,072

0.38

410

49

EDUCACIONAL

6,468

0.42

2,747

4,851

50

MULTIFUNCIONAL

4,600

0.48

2,217

3,450

66,510

30

62

51

ESCRITÓRIOS

7,918

0.40

3,191

5,939

114,876

36

0

0

52

HABITAÇÃO

10,377

0.42

4,347

7,783

65,205

15

86

430

0

Conselho Municipal de Maputo Direcção Municipal de Planeamento Urbano e Ambiente

CÉRCEA (m)

No DE FAMILIAS

53

RESTAURAÇÃO

2,952

0.11

336

2,214

2,016

6

0

54

SILO ESTACIONAMENTO

1,700

0.33

560

1,275

10,080

18

0

0

55

HABITAÇÃO

1,042

0.34

359

782

6,462

18

12

60

Plano Parcial de Urbanização da Baixa da cidade de

56

HABITAÇÃO

645

0.23

150

484

1,800

12

4

20

57

HABITAÇÃO

1,215

0.30

363

911

4,356

12

8

40

58

MULTIFUNCIONAL

1,183

0.52

620

887

31,000

50

102

510

Maputo

59

RESTAURAÇÃO

4,882

0.15

734

3,662

3,670

5

0

0

SECÇÃO

2014

3,4 e 5

NR. LOTE

DESIGNAÇÃO (uso do solo)

A cidade de Maputo é de formação e

A proposta do plano permite o parcelamento de 59 novos

desenvolvimento muito recentes. A malha urbana

lotes, dos quais a maioria localizados no terreno da antiga

ÁREA TOTAL (m2)

CAS

IMPLANTAÇÃO (edificado construido) m2

ÁREA VERDE

ÁREA DE OCUPAÇÃO (m3)

59

58

da cidade consolidada, delimitada pela

FACIM. O parcelamento está de acordo com a regulamentação

circunvalação - linha de limite da cidade, está

dos planos parciais de urbanização em vigor e também com

orientada a norte/sul e este/oeste. Isto permite a

sua legislação anexa.

inserção tipológica dos quarteirões numa malha regular com as artérias longitudinais e transversais,

Baixa da Cidade atualmente:

onde o edificado se implanta no meio do verde

• população - 15.460 habitantes

arborizado.

• 3.092 famílias

57 56

• Média de agregado familiar de 05 elementos Baixa da Cidade proposta: +5000 habitantes +938 habitações e famílias

55

1

2

3 4

18 20

5

19

7 6

21 22 8 13 14

9

54

16

15 17

10 11 51 12

23 24 25

26

52

27 31

28

32

30 29

33 34

37 38

35

39

36

42

43 44

40 41

45 46 47 49

50

48

53

Escala: 1:20000

82

HABITANTES 0


O PPU da Baixa assim como o PPU da Marginal apresentam regulamentos que devem ser usados

Cércea (máx 10 pisos, +/- 30m >) Distância entre fachadas (10m<)

como guia no momento de planeamento e de urbanização. São estas directrizes que permitirão uma melhor integração da proposta com os

Pé direito comércio

Profundidade da

(4m)

habitação (15m)

quadros legais destes planos. É preciso notar a importância do ordenamento territorial e a sua necessidade em casos como estes. A volumetria do edificado é um assunto sensível justamente pela área onde a intervenção se desenrola, junto ao mar, onde a obstrução visual é um ponto a ser evitado a todo o custo.

Estacionamento ligeiro (25 m2)

Afastamento frontal (5m <) Afastamentos laterais (3m <)

Ruas: alta (18m - faixa de rodagem e 5m de passeios) média (12 a 9m - faixa de rodagem e 3m de passeios) baixa (7m - faixa de rodagem e 3m de passeios)

Áreas verdes (70% do logradouro)

Pé direito das habitações (2,8m a 3,1 m)

Os regulamentos permitem-nos encontrar um meio termo entre a proposta e o quadro legal. A não observância destes parâmetros muitas vezes cria mais problemas do que propriamente soluciona. Os afastamentos mínimos requeridos, a distância entre edifícios e fachadas, tudos estes parâmetros quando corretamente seguidos ajudam em questões como a ventilação natural, a iluminação natural e em questões de conforto térmico.

83


19

18

17

1

16 15

4 10

3 2

7

9

5 6

8

11 13 12

14

1 - Jardim dos Trabalhadores 2 - Marina do Porto de Maputo 3 - Praça do Porto 4 - Feira Popular 5 - Ponte Cais & Marina 6 - Estação de Ferryboat Maputo 7 - Ginásio Repinga 8 - Shopping & Pier 10 9 - Millennium Park 10 - Museu Food Square & Miradouro das bareiras 11- Praça Robert Mugabe 12 - Maputo Marina 13 - Jardim da Ponta Vermelha 14 - Miradouro Alcântara & Pier 3 15 - Marina do Clube Naval 16 - Miradouro 17 - Promenade 18 - Passarela 19 - Radisson Square

84


Pensar em recuperar ou melhorar os espaços como projectos

A proposta apresenta um uso do solo misto e mais equilibrado, onde não

separados não é aconselhável. O objectivo deveria ser costurar

apenas predomina um único uso e sim vários usos. Começa a existir um

novamente estes espaços na trama urbana e ao mesmo tempo

equilíbrio maior com o acréscimo de espaços habitacionais e de áreas públicas.

fortalecer toda a sua envolvente.

Devido ao seu grande tamanho, esta área continuará a se desenvolver

Cada um dos 5 sectores possui uma identidade diferente e a solução

como um número de áreas distintas com suas próprias identidades únicas,

de design pode ajustar e satisfazer cada condição local integrando-a

oferecendo atrações e experiências complementares. A longo prazo, estas

com outros sectores por meio de várias acções como por exemplo

áreas se tornarão mais fortemente conectadas, mantendo a identidade e

uma materialidade consistente.

o caráter únicos. Uma narrativa de uma cidade não é apenas sobre edifícios. Mesmo que os edifícios literalmente sejam o alicerce das cidades, ela é feita de L um E G E intrincado NDA

relacionamento entre o edificado e espaços abertos,

públicos ou privados.

5

1

Porto de Maputo e Área Histórica

2

Business Center e habitação

3

Recreação e habitação

4

Promenade walk e recreação

5

Recreação, Hotelaria e Turismo

4

1

3 2

SECÇÕES E S C A L A 1:2 0 .0 0 0

rsion 0.0.100.100

LEGENDA

5

1

Porto de Maputo e Área Histórica

2

Business Center e habitação

3

Recreação e habitação

4

Promenade walk e recreação

5

Recreação, Hotelaria e Turismo

4

1

3 2

SECÇÕES E S C A L A 1:2 0 .0 0 0 GSPublisherVersion 0.0.100.100

Escala: 1:20000

85


Secção 1 O Porto de Maputo É estabelecida uma visão clara como um lugar de pessoas animado e dinâmico, fortemente apoiado e enquadrado por uma gama de usos comerciais complementares. Este será o lugar para ir. O Porto criará oportunidades para as pessoas explorarem toda a orla por meio de uma variedade de actividades. A conexão com a água oferecerá locais com vistas da baía e suas atividades marítimas. A proposta de quebra da inacessibilidade actual do Porto de Maputo, onde actividades portuárias numa determinada área passarão a conviver com o ‘public realm’ e onde a cidade poderá se sentir parte do dia a dia destas operações. Torna-se então numa estratégia que além de combinar a curiosidade das pessoas sobre as actividades realizadas no porto (que pode servir para atraí-las para aquela área) e a aposta na qualidade dos espaços panorámicos e visitáveis, pode ajudar a alavancar o comércio e a economia da área, assim como reavivar o espaço no período pós-laboral.

16

x 0.225

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

= 3.600

9

10

20

x 0.170

1

2

3

4

5

6

7

8

= 3.400

16

x 0.225 = 3.600

16

x 0.225 = 3.600

17.96

%

%

86

10

11

12

13

14

15

16

17

18

= 3.400

19

0.170

20

9

8

7

6

5

4

3

2

1

17.96

20 x

Escala: 1:7000


87


1

2 5 3

4

Sector A

1 - Jardim dos Trabalhadores & Restauração

8 - Marina do Porto de Maputo

2 - Rua do Porto

9 - Escritórios Porto

3 - Restauração

10 - Mercado do peixe de Maputo

4 - Terminal de descargas

11- Parklet

5 - Estacionamento

12 - Promenade

6 - Escritórios do Porto

13 - Feira Artesanal do Pescado

7 - Silo de estacionamento

14 - Marina do Porto de Pescas 15 - Praça do Porto 16 - Complexo multifuncional

88

Sector B


11

6

13

7 12

16 15 10

14

9

8

Sector C

89


Escala: 1:7000

90


Sector A O jardim abre-se ao público e de certa forma convida as pessoas a

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Acessos

transitarem pela àrea do porto de Maputo. Com actividades recreativas, a sua localização próxima da praça dos trabalhadores e das terminais de transporte rodoviário e ferroviário pode ser uma vantagem. Àreas de relaxamento e restauração também fazem parte deste jardim. Ao desenvolver o novo acesso público e espaço aberto, o Porto aproveitará sua base de acesso público existente e espaço aberto,

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Circulação pedestres

criará oportunidades para as pessoas explorarem toda a orla.

1 - Estacionamento 2 - Passeio aberto 3 - Comércio informal 4 - Restauração 5 - Rua do Porto e café 6 - Restauração

GSPublisherVersion 0.0.100.100

Áreas verdes

3 1 4

2 5

6

91


Sector B Inicia-se a promenade onde os primeiros espaços encontrados são a nova marina do porto com uma estrutura que alberga mais de 20 barcos e o

Acessos

mercado do peixe situado em frente ao porto de pescas, onde marisco fresco pode ser obtido e áreas de restauração e comércio também complementam o espaço. A área passa a ser mais aberta e sem obstáculos

7 - Contentores

e as pessoas podem admirar os trabalhos portuários enquanto praticam

8 - Área de cargas e descargas

outras actividades. A torre antiga do relógio é mantida.

9 - Estacionamento

Espaços verdes

10 - Escritórios Porto e restauraçao 11- Silo de estacionamento 12 - Promenade 13 - Marina do Porto de Maputo 14 - Escritórios Porto 15 - Maputo Fish Market

Estacionamento

9

11

10

15 7

14

8

12

13

92


Sector C Ao se retirar os edifícios e infraestruturas já degradadas, este espaço antes

Acessos

monopolizado pelo Porto é completamente aberto para as pessoas onde novos equipamentos de restauração, feiras e comércio são adicionados. Espera-se que seja uma área vibrante e pulsando com vida, onde as 16 - Parklet

pessoas possam também usar para se conectar desde o terminal até a zona da nova baixa.

17 - Paragem de transporte público 18 - Feira Artesanal do Pescado

Áreas verdes

19 - Esplanada do Porto de pescas 20 - Estacionamento 21 - Marina do Porto de Pescas 22 - Praça do Porto 23 - Complexo multifuncional e áreas comerciais e de restauração Circulação pedestres

16

17

19 20 18

22 21

23

93


Av. Vladmir Lenine

Rua Ngungunhane e Av. Vladmir Lenine

94


Jardim dos Trabalhadores

O jardim abre-se ao público e de certa forma convida as pessoas a transitarem pela àrea do porto de Maputo. Com actividades recreativas, a sua localização próxima da praça dos trabalhadores e das terminais de transporte rodoviário e ferroviário pode ser uma vantagem, uma vez que não existe nenhum espaço como este nas rendodezas . Áreas de relaxamento e restauração também fazem parte deste jardim. O jardim vem amenizar a paisagem mais séria do porto, fazendo a transição entre a esplanada e o workspace, onde há intersecção de atividades antigas e atuais: o porto e as indústrias marítimas não são apenas história, mas interagem com as novas ocupações.

95


Feira artesanal do pescado 96

Este espaço que anteriormente era privado e pertencente ao Porto de Maputo agora é aberto e permite o acesso à promenade e a praça do porto de pesca. A feira localiza-se estrategicamente perto de uma terminal de transportes que verifica sempre um fluxo considerável de pessoas. A feira e locais de restauração estarão activos tanto de dia como de noite. Permite também acesso direto para a esplanada do porto de pescas onde se pode ter um maior contacto visual com as embarcações. Enquanto esperam o transporte público as pessoas podem também usufruir das áreas de restauração e do comércio ambulante.


Esplanada do porto de pescas

Faz parte da promenade e o espaço amplo da praça permite que se realizem várias actividades tanto do porto, do porto de pesca e actividades recreativas e de restauração. A vista para o mar e para as marinas do porto e do porto de pesca dão uma outra dinâmica ao local. Com acessos à marina melhorados e uma nova identidade, pode também tornar-se num grande polo comercial e de conexão com a Av. 10 de Novembro. O Porto continua a ser um lugar onde as suas actividades normais acontecem, mas agora com uma esplanada para pedestres pode-se testemunhar o comércio antes fechado aos olhos do público. Agora é possível acompanhar os pescadores que chegam do mar com sua mercadoria no porto de pesca da rua Ngungunhane. É claro que grandes gastos em canais e conexões de pedestres não são suficientes para criar lugares interessantes e vibrantes. O Waterfront também é, sem dúvida, um ambiente orientado para o consumidor que é organizado em torno da oferta de comércio e de actividades self-realized onde o melhoramento das instalações para a atracção de usuários e de negócios é crucial.

97


O parklet na Rua Ngungunhane em frente a paragem de transporte público possui espaços para sentar, observar o movimento e aproveita um espaço de esquina onde actualmente se estacionam viaturas.

98


Secção 2 Nova Baixa Para esta secção é proposta a construção de novo edificado com usos variados, desde habitação a edifícios educacionais, com ênfase nos espaços públicos e jardins, espaços de restauração e a conexão da promenade com certos espaços. Será um local dinâmico, activo e transformará a identidade da nova baixa da cidade. As principais atrações serão a Feira Popular, o o Jardim António Repinga, o miradouro das barreiras, o Millenium Park, o Museu Food Square, a rua Antônio Fernandes, o Shopping center e os piers ao longo da orla. A maior parte do desenvolvimento acontece nesta secção e a promenade ao longo da Av. 10 de Novembro é a principal conectora destes espaços.

4 x 0.050 = 0.200 4

x

0.050 =

0.200

4x 0.050 = 0.200 4x 0.050 = 0.200 4x 0.050 = 0.200

4x 0.050 =

4x

0.050

=

0.200

0.200

0.160 5x

= 0.800

1

2

3

4

5

5

4

3

2

1

0.160

= 0.800

1 2 3 4 5

5x

7x

0.111

= 0.775

= 0.800

1 2 3 4 5 6

= 4.400

16

x 0.050

= 0.800

7

0.275

= 4.400 0.275

4

x 0.170

5

25

3

2

1

16 x

18

19

20

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24

25

12

11

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7

6

= 4.250

14

15

16

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13

25 24 23 22 = 4.250

21 20

1

x 0.170

19

2 3

25

18 17

4

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15 6

14 7 8 9 10 11

1

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20

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2

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24

4

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3

22

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25

= 4.250

7

16 17

6

3

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2

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19

23

1

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4

19

5

18

25 24 23 22

13 20

x 0.170

8

15

9

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10

11

12

12

11

10

9

= 4.250

7

6

x 0.170

8

25

10

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12

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16

17

9

25

x 0.170

2

3

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8

= 4.250

1

4x

0.050 = 0.200

4x

0.050

x 0.092

= 2.200

= 0.200

24

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

0.050

= 0.200

4x

0.050

= 0.200

24

16

x 0.225

= 3.600

4x

0.225

= 3.600

x 0.170

= 3.400

16 x

1 2

20

0.160

16 x

5x

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Escala: 1:7000

99


Sector C 25

23 21

26

22 24

Sector A

17

19

18

20

Secto 100

rB


47

46

43 44

45

Sector E

40

36

28

39

34 32

31

27

33

35

41

37

38 29 42 30

Secto

rD

17 - Habitação

27 - Habitação

18 - Esocla de Formação da marinha de

28 - Complexo multifuncional

guerra de Moçambique

29 - Shopping Center

19 - Estação de Ferryboat Maputo &

30 - Deck 3 e restauração

restauração

31 - Edifício multifuncional

20 - Ponte cais & Marina da Ponte cais

32 - Silo de estacionamento

21 - Habitação

33 - Centro de Conferências e

22 - Feira popular

Hotel

23 - Silo de estacionamento

34 - Hotel 25

24 - Campos de jogos

35 - Edifício multifuncional

25 - Ginásio Repinga

36 - Edifício multifuncional

26 - Complexo multifuncional

37 - Praça Robert Mugabe 38 - Escola de Artes e restauração 39 - Escola de Formação Nautica 40 - Complexo multifuncional 41 - Maputo Marina 42 - Atlas observatório 43 - Millennium park 44 - Sede do Banco Atla 45 - Habitação 46 - Miradouro das barreiras 47 - Museu food square

101


Escala: 1:7000

GSPublisherVersion 0.0.100.100

102


Sector A Neste sector a estrutura principal é sem dúvidas a nova ponte cais e sua marina, assim como uma nova estação de ferryboat organizada, mais

Áreas verdes

ampla e que permita as pessoas circularem livres por toda a promenade. Além de aumentar a sua estrutura, a ponte será exclusivamente para peões, não permitindo o acesso veicular. São também acrescentados mais pontos 17 - Edifício multifuncional e restauração

de embarque-desembarque.

18 - Escola de Formação da Marinha de Guerra de Moçambique

Rua compartilhada

19 - Restauração 20 - Habitação social 21 - Restauração 22 - Ponte cais e marina 23 - Estação Maputo Ferryboat e restauração 24 - Restauração

Estacionamento

20 21 19

23

18

17

24

22

103


Sector B Acessos

A Feira Popular é completamente reformulada, onde algumas estruturas velhas são retiradas para permitir um espaço mais aberto, que seja de fácil acesso e tenha a capacidade de albergar muitas pessoas ao mesmo tempo, ao contrário da feira atual. Novos usos e espaços revitalizam a feira, além de novas atracções como a nova roda gigante, maior e mais bonita que a atual e que permite observar boa parte da cidade, o carrossel e também áreas comerciais. A praça de alimentação será também um destino para

24 - Estacionamento

Áreas verdes

muitas pessoas que trabalham nesta área poderem fazer suas refeições

25 - Complexo habitacional

dependendo dos seus bolsos. Além da feira, áreas habitacionais também

26 - Estacionamento

fazem parte desta secção.

27 - Maputo Wheel 28 - Carrossel 29 - Restauração 30 - Feira de comida tradicional 31 - Estacionamento

Estacionamento

32 - Praça de Alimentação 33 - Edifício de escritórios 34 - Cruzamento entre a Av 25 de Setembro e Rua Belmiro Obadias Muanga

34

33

28 32 27 26 25 24 29

30

104

31


Sector C Embora o Circuito António Repinga esteja em requalificação, novos

Áreas verdes

equipamentos são propostos como o ginásio e o silo de estacionamento, assim como novos campos de jogos. O circuito actual mantém-se, mas ele são adicionadas alternativas de actividades que incluem todas faixas etárias.

35 - Silo de estacionamento

Os eucaliptos também se vão manter como característica marcante do

36 - Praça do Repinga

circuito e novas espécies arbóreas serão acrescentadas. A rua compatilhada

37 - Mini campo de futebol

conecta a 25 de Setembro e a 10 de Novembro, onde piers fazem parte da

38 - Balneários

extensão da promenade.

39 - Campos de vólei e mesas de ping pong

Rua compartilhada

40 - Picnic e playground 41 - Food trucks 42 - Ginásio Repinga 43 - Café e restauração 44 - Complexo multifuncional 45 - Habitação

Estacionamento

41

36

44

35

42

40

43

39

37

55 38

105


Sector D-1 Ao longo da 25 de Setembro novo edificado misto e multifuncional irá surgir, assim como um hotel e áreas de negócio. As vias abertas possuem dois sentidos e ligam a 25 de Setembro a promenade. Esta área pode-se tornar o centro comercial pois além do shopping center, a maioria dos Limites

edifícios terá comércio no piso térreo. Grande parte das habitações concentram-se também neste sector e a maioria destas possui vistas para o 46 - Habitação 47 - Shopping center

mar. Os percursos pedonais também foram explorados, com passeios mais largos e arborização regular e consistente.

48 - Praça do pier 49 - Pier 33 50 - Edifício multifuncional

Áreas verdes

51 - Silo de estacionamento 52- Hotel 53 - Centro de Conferências e hotel

52 46 51

53

50

48 47

49

106


Sector D-2 Áreas pedestres de alta qualidade ajudam a impulsionar o negócio e o desenvolvimento económico, assim como mantém vivos certos lugares, usos e

54 - Edifício misto

atrações. A cultura de andar ajuda-nos a absorver melhor a cidade, os edifícios,

55 - Complexo multifuncional

a arquitectura, a apreciar melhor os espaços para relaxar oferecido nas ruas e a

56 - Restauração

Acessos

observar as outras pessoas.

57 - Edifício misto

A promenade é uma das estratégias que permitem cultivar esta cultura. Neste

58 - Escola de artes e restauração

sector, além de edifícios multifuncionais e as Marina twin building, é proposta a

59 - Escola de Formação Nautica

reorganização da Maputo marina e a construção de uma nova escola de

60 - Praça Robert Mugabe

formação nautica. A praça Robert Mugabe é completamente transformada e

61 - Restauração e food trucks

mais espaços para o pedestre caminhar em áreas comerciais e de restauração

62 - Marina Towers e restauração

são cedidas.

63 - Maputo Marina

Pontos de interesse

64 - Observatório Atlas 65 - Restauração, campo de jogo

61

60

55

56

62

59 63

54

65 57

58

64

107


Sector E-1 Em frente a sede do banco BIM será construído o Millennium Park que

Acessos

possui uma praça de alimentação, locais para sentar, relaxar, entre outros. O parque vem ocupar uma área que estava a ser usada para estacionamento antes da sua utilização para a ampliação da TVM. As escadarias das barreiras serão melhoradas e adicionadas iluminação adequada, uma vez que a vegetação das barreiras será baixa, para continuar a permitir esta conexão ente a baixa e o museu. 66 - Millennium Park

Áreas verdes

67 - Restauração 68 - Sede do banco ATLA 69 - Escadarias da barreira 70 - Habitação 71 - Silo de estacionamento Pontos de Interesse

69

67

66

68

70

71

108


a.

Sector E-2 As escadarias conectam a baixa da cidade e o museu, onde é proposto um novo miradouro ao lado do jardim dos professores. Deste, pode-se também

b.

c.

observar a Katembe. Será proposta também sinalização de atravessamento adequada para conectar esta área a terminal de transportes públicos e ao museu food square, bem como ao museu da história natural. Este museu

d.

recebe diariamente turístas de vários pontos do mundo que estão de visita a Maputo e a food square é uma alternativa a quem não quiser se ir sentar

e.

num restaurante. Comércio ambulante, food trucks e comida de rua para turístas e estudantes da Josina Machel estarão disponíveis.

f.

72 - Miradouro das barreiras g.

73 - Jardim dos Professores 74 - Museu food square 75 - Museu da História Natural

h.

74

75

73

72

109


Avenida 10 de Novembro/ Rua Belmiro Obadias/Rua de António Fernandes/Avenida 25 de Setembro Acesso a praça do Porto e a

Revitalização da Feira Popular, com uma nova e maior roda gigante, a Maputo Ferris

esplanada do porto de pescas.

Wheel, que será uma das marcas da cidade. A feira é pensada em conexão com o

Rua Belmiro Obadias

repinga e com a promenade para que possa atrair o maior número de pessoas possíveis.

Av. 25 de Setembro Adição de novos campos para jogos, um pequeno

Rua de António Fernandes

campo de futebol, dois de vólei, mesas de ping pong e local para picnics e para relaxar aos fins de semana.

Nova estação de ferryboats com espaço mais amplo onde as pessoas podem se sentar enquanto esperam

Edifício multifuncional onde o primeiro piso é

os barcos e podem também

comercial. A localização deste numa rua

aceder ao restaurante/café

compartilhada permite que as pessoas possam

da estação.

aceder com mais facilidade os espaços comerciais. A praça Robert Mugabe transforma-se num mini

Oportunidade de criar uma área comercial com o

parque onde pode-se sentar e apreciar o

shopping center e várias lojas.

waterfront. Conecta a Maputo Marina a uma zona comercial e activa, onde pretende-se que seja

A avenida e a sua

movimentada.

promenade são os principais pontos conectores dos espaços públicos.

Av. 10 de Novembro

Do observatório Atlas dá para se observar uma boa parte da cidade e é também um local aberto da promenade onde as pessoas podem se reunir.

Rua de António Fernandes Um complexo multifuncional onde habitações, escritórios,comércio e restauração misturamse, tornando esta área uma das mais vibrantes. A habitação é incentivada e a variedade de tipologias também.

A sinalização correcta e faixas de O ginásio Repinga possui uma área de restauração no rês do chão.

Este quarteirão alberga a escola de

com mais segurança e confiança.

formação nautica e um complexo

Os piers servem como uma extensão do passeio da

Esta rua torna-se compartilhada, onde uma secção serve apenas aos pedestres e ciclistas e a outra aos veículos, pedestres e ciclistas.

110

atravessamento ajudam ao peão a mover-se

multifuncional de dois edifícios. Destaca-

promenade onde as pessoas podem ter um contacto

se também a marina e a promenade que

mais perto com a água.

fazem a conexão com a Av. Marginal. Neste espaço de transição além de restauração há também outras actividades e eventos.


Av. 10 de Novembro

111


Rua Belmiro Obadias Muanga

Av. 25 de Setembro

112


Ruas Abertas (ex FACIM)

113


114


Maputo Marina & Promenade O objetivo é que as pessoas circulem entre as ofertas comerciais, recreativas e de entretenimento da orla com facilidade e segurança, por meio de ruas, espaços agradáveis e convidativos que explorem as vistas do porto e dos piers. Um passeio icônico para receber corredores, ciclistas, artistas de rua, observadores de pessoas e todo o tipo de gente.

115


Feira Popular de Maputo 116

A proposta para a feira popular centra-se no peão, onde actividades recreativas e espaços de lazer, restauração e divertimento são pensados para abrir o local à cidade. Os seus acessos já não encontram-se escondidos, o local tem menos edifícios e mais espaço de circulação pedonal, assim como um parque de estacionamento adjacente. É proposta também uma nova ferris wheel, maior e com mais capacidade que pode tornar-se num cartão postal da cidade.


117


118


119


Museu Food Square 120

A proposta de revitalizar este espaço surge da necessidade de complementar o mirante do museu, um ponto turístico e de conexão com a baixa da cidade. Atualmente este espaço serve como estacionamento de veículos, denunciando claramente a sua falta de aproveitamento. A nova proposta para este espaço inclui reorganizar o espaço automóvel para que haja um equilíbrio com espaços de lazer e espaços para o pedestre. Outro factor importante é a localização da terminal de transportes do museu e do museu da história natural, um cartão postal da cidade. Estes locais, aliados a escola secundária Josina Machel, atraem muitas pessoas de faixas etárias variadas para esta área, que irão beneficiar de uma espécie de praça de alimentação.


Millennium Park

O jardim localizado em frente a sede do banco Millennium BIM terá grande potencial para setornar num espaço de lazer por excelência, principalmente ao se considerar a conexão entre as escadarias da barreira, o mirante e o museu food square podem trazer. É também um espaço onde os trabalhadores dos bancos e de outras empresas podem se reunir para fazer suas refeições ou apenas relaxar. Nos fins de semana também estarão presentes outras actividades de lazer.

121


122


123


Esplanada do porto de pescas 124

Esta nova estrutura irá conectar o museu e a baixa e será também um ponto turístico de onde se poderá apreciar a baixa da cidade, o mar, os novos edificados, a maputo marina e o millennium park. Estará localizado mesmo ao lado do jardim dos professores, onde este possui áreas de restauração e recreação que irão auxiliar este ponto da cidade.


Ponte Cais & M a r i n a A nova Ponte Cais será maior e a prioridade será dada aos peões. É proposta também uma nova estação de ferryboats que poderá aumentar a sua capacidade e destinos de visita, como Katembe, ilhas Xefina, etc. Além do transporte fluvial, também receberá navios cruzeiros de grande porte vindo de outros países. Com elementos adicionados como um local de restauração para os passageiros à espera do transporte, iluminação para o funcionamento noturno e segurança do local e locais de descanso e apreciação da paisagem, é uma estrutura que irá favorecer muito a cidade.

125


126


18 17 16 15 14 13 12

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x 0.156

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= 2.800

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x 0.156

12.56

%

12.56

%

1

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7

8

9

= 2.800

x 0.101

= 2.120

16 x

0.225

= 3.600

1

2

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20

21

21

23.88 % 16

x 0.225

= 3.600

23.88 % 8 7 6 5

8x

0.150

= 1.200

4 3 2 1

Secção 3 A Marginal É proposta uma nova reorganização, ampliação e construção da Marina do clube Naval, a libertação desta área em frente a orla ocupada por armazéns, a protecção costeira e recúo do mar, um novo streetscape que permite melhor circulação e redução da velocidade dos veículos assim como espaços de permanência com um variado mix de actividades. A recuperação do Jardim da Ponta Vermelha também é um dos pontos cruciais da

4 3 2 1

4 x 0.150 = 0.600

proposta.

Escala: 1:7000

127


55

54

53 51

Sector A

49 52

48 50

128


58

59

Sec

tor

B

57

56

48 - Restauração 49 - Jardim da Ponta Vermelha 50 - Pier 3 51 - Estacionamento 52 - Restauraçao & Mirante Alcântara 53 - Praça dos Namorados 54 - Jardim do Centenário 55 - Silo de estacionamento e eventos 56 - Pier do Centenário 57 - Campo de Jogos Naval 58 - Miradouro 59 - Marina do Clube Naval

129


Escala: 1:7000

130


Sector A Neste sector o que predomina actualmente são os veículos automóveis. O

Acessos

espaço tornou-se assim monótono, perigoso e abandonado. Para contrariar este facto, a recuperação do Jardim da Ponta Vermelha é um ponto crucial, onde não se coloca apenas mobiliário urbano e espera-se que as pessoas usem o espaço, mas sim, através do incentivo a várias camadas jovens para

76 - Jardim da Ponta Vermelha

praticar jogos, as crianças para brincarem no parque enquanto seus pais

77 - Pier 3

observam, a criação de uma mini biblioteca onde estas podem aproveitar

78 - Mirante Alcântara

livros e outros espaços interessantes. O reaproveitamento das áreas para

79 - Restauração

Áreas verdes

estacinoamento organizado e a localização de mais um miradouro vão

80 - Parque de estacionamento

também ajudar a mudar a cara desta secção.

81 - Praça dos Namorados

Estacionamento

81

80

79

78

76

77

131


Sector B

Acessos

A grande infraestrutura nesta secção é sem dúvidas a marina do Clube Naval. Além de ser reorganizada a marina actual, é proposta a sua ampliação com mais de 100 vagas para barcos e lanchas, podendo assim libertar o espaço da promenade onde são guardados os barcos em armazéns. O clube não deixa de ser privado, apenas é feita uma ampliação da promenade e de certos pontos da marina que eram privados. Além de

Áreas verdes

ajudar a libertar espaço na promenade, a marina servirá também como uma barreira de proteção numa área da costa vulnerável. O miradouro actual sofrerá uma transformação onde melhor iluminação, mais vegetação e espaços livres são libertados. Será instalado um pier em frente ao centro 82 - Jardim do Centenário e restauração, pista de skate

comercial Centenário e um mini skate park será adicionado no jardim que

83 - Miradouro do Jardim dos Namorados

deixará de ser privado.

84 - Pier do Centenário

Estacionamento

85 - Silo de estacionamento e eventos 86 - Campo de jogos e restauração 87 - Promenade e mini mirante do naval 88 - Miradouro 89 - Esplanada da marina Naval 90 - Marina do Clube Naval

88 89

85 86 87

83

84 82 90

132


Praça dos Namorados

Neste local não existe uma praça e muito menos um parque de estacionamento organizado. O estacionamento é espontâneo e desorganizado, assim como é a sua vegetação ao redor. A pequena praça a ser criada é então aliada ao parque de estacionamento, onde as pessoas poderão sentar, observar e conviver.

133


134


R e s t a u r a n t e D o u r o, M i r a d o u r o Alcântara e Pier 3 Este espaço de restauração vem dar suporte a um ponto turístico que é o miradouro e que conecta esta parte alta da cidade à promenade, descendo as barreiras em direção a Maputo Marina. Este espaço pode se tornar um ponto preferido pelos turistas pela vista previlegiada da marina e da Katembe.

135


136


Pier 3

O pier 3 faz parte de um conjunto de 8 novos piers adicionados ao longo da promenade, onde estes são praticamente uma extensão da Avenida 10 de Novembro. Os piers além de permitirem um maior contacto visual com água, terão a função de ajudar a travar ondas violentas que poderão se fazer a orla. Os piers são áreas para os peões onde estes podem desenvolver várias actividades como observar Katembe e a Ponte MK, caminhar, praticar exercícios, sentar e escutar música ou ler um livro ou mesmo almoçar, jantar olhando para o mar e os navios que passam pela baía. A promenade torna-se assim num passeio icônico e liga a baixa da cidade e a costa do sol, bem como ajuda a destribuir os veículos que vêm desta àrea. O caminho principal possui espaços para facilitar cerimónias públicas e eventos, que têm um papel fundamental na cultura da cidade, como marchas, actividades em feriados e épocas festivas como o natal e ano novo. São locais onde podem também realizar-se outros eventos culturais como concertos e de exercitação como por exemplo uma aula de yoga.

137


Jardim da Ponta Vermelha 138

É um espaço utilizado apenas pelos moradores desta área residencial e pouco conhecido para muitas pessoas na cidade. Os novos espaços propostos para revitalizar este lugar incluem acessos e circulação bem definidos, espaços de descanso e relaxamento, uma mini biblioteca para crianças, playgrounds e áreas para comércio informal, food trucks e prática de exercícios.


Marina do Clube Naval

As principais mudanças são na abertura do espaço contínuo da promenade, um espaço de jogos semi-privado, áreas de estacionamento devidamente definidas, diminuição das faixas de rodagem e acréscimo das ciclofaixas, reorganização e retirada de barcos na parte superior da rua e a ampliação da marina do clube naval, com um deck que poderá futuramente suportar eventos, ter espaços de restauração e lazer e permitir o atracamento dos barcos que encontram-se sem espaço no momento. Com capacidade para mais de 100 barcos, a nova marina é imponente e serve também como protecção costeira neste troço.

139


140


18 17 16 15 14 13 12

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x 0.156

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= 2.800

x 0.156

= 2.800

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x 0.156

= 2.800

16 x 0.063 = 1.000

1

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10111213

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16

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x 0.063

= 1.000

x 0.094 1.500

12131415

161718

=

x 0.156

= 2.800

2

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1 18

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x 0.156

= 2.800

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10111213

18

= 2.800

Secção 4 A Promenade Esta secção da Promenade requer uma atenção cuidadosa e que sejam planeadas novas actividades e usos para oferecer diversidade e incentivar não somente a utilização do mesmo como um espaço de lazer e de praia, como também a permanência das pessoas através de equipamentos de suporte. Antes as pessoas de fora podiam aproveitar o

13

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espaço, hoje nem os poucos moradores aproveitam-no. Pouca gente x 0.156

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18

= 2.800

aventura-se a tomar banho, pescar, brincar ou fazer qualquer outra actividade nesta área, a queda do movimento é notável. Um dos principais objectivos será recuperar a área de praia comida pelas águas do

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18

mar, justamente para a protecção da costa e o recúo permanente do mar. O 10

11

18

x 0.156

ecossistema marinho existente como as algas e outro tipo de vegetação que

1

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4

5

6

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8

9

= 2.800

contribui na protecção costeira encontram-se maltratados e ignorados. Espécies muito comuns como os caranguejos pequenos encontrados nesta praia tem o seu habitat invadido por enormes pedregulhos, resíduos sólidos e vegetação errática sem controle. O restauro deste espaço pode também vir a contribuir no ramo imobiliário como factor de atractividade e protecção uma vez que estão a surgir

12

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algumas habitações em frente à praia.

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= 2.800

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= 2.800

Escala: 1:7000

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60 61

Sector A

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63

62

60 - Mini mirantes 61 - Recuperação do balneário de praia 62 - Passarela (beachwalk) 63 - Restauração

143


Escala: 1:7000

144


Sector A

Áreas verdes

Nesta secção onde destaca-se a promenade, é proposto o recúo do mar através do processo de ‘alimentação de praia’ e de plantação e manutenção da vegetação costeira. É também proposta uma passarela na praia para apreciar a vegetação costeira. A linha de borda fragilizada será complementada por mini mirantes que serão tipo frontões pequenos e que ajudarão a travar as ondas mais violentas de

Acessos

chegar a estrada.

91 - Mini mirantes

Pontos de interesse

92 - Alimentação de praia 93 - Balneário de práia

91 92

93

145


Sector B Novos acessos a promenade por ruas 'mortas' serão explorados através do streetscape. Uma passarela é proposta onde os peões poderão fazer o atravessamento da praia de um local para o outro sem perturbar a vegetação costeira. A alimentação de praia e o plantio da relva de praia, assim como a sua limpeza e colocação de locais apropriados para o lixo serão factores primordiais se quisermos recuperar esta área de praia.

94 - Passarela (beachwalk) 95 - Restrauração 96 - Área de recreação e balneário de praia

95

94

146

96


147


Parede quebra mar (seawall) As zonas costeiras ocupam menos de 15% da área terrestre do planeta, enquanto abrigam mais de 45% da população mundial. A baía de Maputo possui uma avenida Marginal de grande extensão, onde a crescente ocupação humana começa a causar problemas ao ambiente costeiro. Em 2012 quando foram realizadas obras de recuperação da orla marítima foram construidos frontões e um seawall de betão e pedras. Os paredões protegem apenas a terra imediatamente atrás deles, não oferecendo proteção as frentes de praia. No entanto, quando estes são construidos, as praias públicas desaparecem. Eles são assassinos altamente eficientes e eficazes de praias. Os paredões refletem o poder de ondas em retirada que arrancam as areias da praia para o mar. Num litoral recuado, a recessão continuará na costa adjacente e pode até ser acelerado pela construção de um quebra-mar.

Quiosque pop-up

O aumento do nível do mar aumentará o problema e temos também de nos perguntar se o nosso futuro costeiro é realmente destinado a ser uma linha de paredões e praias mortas ou desaparecidas? A correção para inundação pode parecer bem simples: basta erguer paredes altas e outras barreiras para manter o oceano sob controle. Mas barreiras podem falhar. A boa notícia? Paredes não são a única opção. Devemos buscar políticas que reduzam os riscos ao longo do oceano evitando verdadeiramente os riscos, não os bloqueando com engenharia de força bruta. Isso preservará a recreação pública, o acesso público, a estética e o valor econômico da costa compartilhada por todos.

Seawall reforçado

Defesas duras vs defesas softs: infraestrutura verde Uma abordagem melhor é criar as chamadas "linhas costeiras vivas". O termo engloba várias técnicas de proteção costeira "suave". Felson diz que a infraestrutura verde pode ajudar a mitigar as inundações que podem surgir. Pântanos, recifes, praias podem melhorar a resiliência costeira. Combinado com a infraestrutura construída, os habitats naturais podem proteger as linhas costeiras de ameaças e podem ser mais eficazes que os seawalls.

148

Escadarias de acesso


Secção 1 Av. 10 de Novembro em frente ao Centro de Conferências

Postos de descanso

Av. Marginal

Beachgrass

Secção 2 Av. Marginal Pier 3

Passarela

Nutrição de praia

Secção 3 Av. Marginal no Jardim do Centenário

Beach nourishment (nutrição de praias) O primeiro projeto de nutrição de praias nos EUA foi construído em Coney Island, Nova York, em 1922-1923. Nutrição de praia é a

Secção 4

colocação de areia limpa em uma praia existente para sua elevação e

Av. Marginal promenade antes

aumento da sua largura da praia. A nutrição é um dos três métodos

da passarela

comumente aceitos para proteger as linhas costeiras. Dois deles já foram executados na orla marítima da cidade: o seawall e os frontões.

Uma praia mais larga pode reduzir os danos provocados por tempestades ás estruturas costeiras, protegendo as estruturas e infraestruturas das terras altas contra tempestades, tsunamis e marés extraordinariamente altas. A nutrição é tipicamente um processo

Secção 5 Av. Marginal promenade depois do clube Naval

repetitivo e é uma solução a longo prazo, pois efetivamente minimiza a perda de vida em eventos extremos e danos à propriedade causados pela erosão. A areia a ser utilizada deve estar livre de lixo, tóxicos, detritos de terras e independentemente da sua fonte devem ser realizadas análises de tamanho de grão para compatibilidade entre a areia existente e a proposta.

Secção 6 Frente de praia do hotel Radisson

149


150


Passarela da Costa do Sol

É necessário fazer uma limpeza nesta área pois actualmente encontra-se cheia de resíduos sólidos e barcos de pesca velhos. Para se poder abrir esta área de praia é necessário prepará-la e dotar de estruturas de acesso como escadarias e a passarela. Esta passarela atravessa uma área de relva de praia que não deve ser destruída e sim preservada. Elementos fixos como para sóis também deverão ser instalados, assim como quiosques pop-up para que o comércio informal seja incentivado.

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= 24

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25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15

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Secção 5 Balneário de praia

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É proposto nesta secção a recuperação de actividades de 9

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x 0.063

=

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5

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=

praia assim como um espaço público aberto com características iguais ao restante da orla marítima com restauração, playground, balneários e é proposta também uma nova torre multifuncional.

16

x 0.115 =

1.840

Como atrair as pessoas para a praia? Dando oportunidades para estas sentirem-se atraídas e permanecerem em certos locais. As actividades podem e devem variar tanto no dia-adia como em épocas específicas, portanto, deve ser feito um planeamento de actividades durante todo o ano como: shows e festivais de verão, reveillón, exercícios físicos, locais para sentar em sombra, restauração, sessões de cinema ao

12

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16

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18

ar livre, prática de desporto como o vólei de praia, etc. 10

11

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1

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= 2.800

O clima tropical úmido é extremamente favorável ao turismo e cativa pessoas que estão em busca de lazer,

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131415

x 0.156

= 2.800

x 0.156

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= 2.800

161718

16 x 0.063 = 1.000

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3

4

5

6

7

8

9

101112

18

diversão e um lugar tranquilo para relaxar. A tranquilidade do lugar, a temperatura agradável da água e os coqueiros presentes em toda a orla proporcionam um ambiente aconchegante para pessoas que estão em busca de calmaria e de lazer.

Escala: 1:7000 16

x 0.063

= 1.000

155


65

64 66

Sector A

156


67

68

64 - Jogos de praia 65 - Maputo Wave Tower 66 - Passarela 67 - Restauração, balneários 68 - Playground

157


Escala: 1:7000

158


Sector A Áreas verdes

A recuperação da frente de praia através de activação do espaço por meio de actividades e estruturas novas é a prioridade para este espaço. Equipamentos de restauração, balneários e um playground completam esta área, assim como elementos de praia como para sóis e cadeiras de praia. A construção de uma torre icônica, a Maputo Wave Tower, também será uma marca desta secção assim como foi o Hotel Radisson Blue e as Torresrani.

Acessos

A promenade continuará até ao Mercado do Peixe da cidade. 97 - Jogos de praia 98 - Passarela 99 - Maputo Wave Tower 100 - Nutrição de praia

Pontos de interesse

101- Estacionamento 102 - Praça de alimentação, restauração, balneários 103 - Playground

99

101

97 98

103 100 102

159


160


161


162


Este espaço localizado mesmo em frente ao hotel Radisson que dá acesso a praia encontra-se actualmente abandonado. A semelhança dos espaços adjacentes já encontrados no PPU da Costa do Sol, é proposta uma área de estacionamento, áreas de restauração, balneários, uma praceta e um pequeno mercado onde se poderão vender souveirs turísticos, acomodar o comércio de rua, vendedores ambulantes e um playground para os mais novos.

163


São propostos cinco miradouros em localizações estratégicas e dentre estes 3 destacam-se: o miradouro das barreiras, o miradouro Alcântara que dá para o pier 3 e o miradouro na Av. Friederich Engels. Além de serem pontos de atracção turística, estas infraestruturas permitirão intervenções nas barreiras em locais que encontram-se actualmente em risco de deslizamento de terra. A atractividade de um local é um elemento crucial para a motivação das pessoas em visitar este local. Aliada a vegetação baixa e a iluminação adequada, estes 5 pontos tornam-se conectores pedonais entre a baixa da cidade e a parte alta da cidade.

164


Habitação acessível A habitação continua a ser um dos maiores desafios que a nossa cidade enfrenta, principalmente quando esta se localiza no centro da cidade, onde o acesso torna-se difícil. Financiar a construção de moradias a preços acessíveis requer uma pesquisa sobre o tipo de mercado que possuimos e que tipologias de habitação são mais acessíveis para as pessoas. Expandir o acesso à habitação acessível requer também a economização de metros quadrados construídos mantendo a qualidade dos compartimentos e maximizando o número de habitações disponíveis para maior número de pessoas possíveis. São propostas várias tipologias de habitação, assim como habitação social e apartamentos em edifícios multifuncionais. O principal objectivo é procurar não segregar as pessoas que poderão vir a morar nesta área, assim como não privatizar por completo certas áreas habitacionais, o que acaba por retirar o carácter público e condiciona a circulação livre. Os modelos de habitação propostos definem especificações confortáveis que asseguram a satisfação e necessidade dos moradores, onde as tipologias T2 e T3 serão as mais utilizadas.

9 8 7 6

4 3 2 1

18 x 0.172 = 3.100

5

10 11

11

12

12

13

13

14

14

15

15

16

16

17

17

18

18

9 8 7 6 5 18 x 0.172 = 3.100

10

Estes modelos presam primeiro por espaços abertos e flexíveis.

4 3 2 1

T3 + T2

Story GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100

Estacionamento

T2

T2

Espaços verdes

T2

T2

GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100

GSEducationalVersion GSPublisherVersion 203.5.100.100

Circulação

Escala: 1:500

165


166


167


168


Materialidade Materiais com longo tempo de vida, comuns no mercado e fáceis de fazer manutenção. Limitar os materiais a usar para formar espaços visualmente consistentes e coerentes. Pavimentos anti-derrapantes; permeabilizantes; superfície epoxy para ciclofaixas; concreto moldado in situ. Será dado um cuidado especial aos pavimentos pois muitas vezes apenas o pavimento adequado já auxilia na ativação de certos espaços. Principalmente nos espaços públicos alguns materiais a serem usados deverão ser reciclados ou reaproveitados em instalações temporárias como parklets, espaços para sentar, canteiros etc.

Frente de praia do hotel Radisson

Marina do Clube Naval

Campo de jogos de vólei - Repinga

Feira Popular

169


170


Campo de Jogos do Clube Naval

171


A arborização proposta Acácias Coqueiros

Pequeno porte

Eucaliptos

Anteriormente

Acácias

55%

A arborização é um elemento muito importante a se ter em conta numa cidade com o clima tropical como Maputo. As árvores

não possuem apenas

papel

estético ou decorativo, estas têm vários papeis e usos. Portanto, é necessário que as espécies arbóreas sejam devidamente escolhidas de acordo com parâmetros e especificações próprias como por exemplo o tamanho da sua copa, o tamanho e forma das folhas, se suportam certos climas, entre outros. Além dos tipos e formas das árvores, elementos também

de serão

protecção

das

necessários

mesmas para

as

proteger e para dar um look consistente ao

Coqueiros

streetscape.

20%

172

10%

Médio porte


5%

Pequeno porte

Os arbustos e as árvores de pequeno porte são muito utilizadas por serem facilmente controláveis e por apresentarem um valor estético interessante ao tornarem espaços mais agradáveis e com vida. Mas mais que isso, estas ajudam a reter as águas da chuva, auxiliam na

2% Boungavilleas

diminuição da temperatura, entre outros. Maputo é conhecida por cidade das Acácias pelas suas belas árvores de copas com flores amareladas ou roxas. É da responsabilidade de todos cuidarmos das nossas árvores, onde a manutenção por vezes é necessária. Portanto, é necessário também fazerse um inventário da arborização actual contendo o maior número de informações possíveis e um mapa de plantio para ofuturo. Conhecendo-se o património arbóreo

5%

Eucaliptos

da cidade é possível se avaliar melhor a forma correta de atuação para o seu plantio.

1% 2%

Vasos decorativos

Beachgrass

173


174


Mobiliário urbano e a necessidade de manutenção dos espaços públicos Os espaços públicos bem-sucedidos envolvem mais de um modelo para a gestão e nem sempre é a parceria público-privada a mais eficiente. As empresas locais geralmente são parceiras importantes, concedendo permissões para usar espaços ao ar livre ou contribuindo com patrocínio financeiro. Particularmente, quando os recursos humanos e financeiros são escassos como o É extremamente importante que se realize um plano de manutenção

nosso caso, pode simplesmente não ser possível para uma organização apenas

do waterfront - dividido pelos vários sectores e espaços - que irá

gerenciar os aspectos de programação, manutenção e financiamento de um novo

delinear estratégias de longo prazo e identificar ações de curto prazo

espaço público sozinho. Enquanto voluntários e proprietários de empresas locais

para atingir metas sustentáveis de manutenção. Devem estes espaços

podem ser parceiros-chave em acções de manutenção leve a curto prazo, os maiores

também ser monitorados e documentados para avaliar o seu

locais públicos exigem um compromisso de manutenção que é muito grande para

desempenho ao longo do tempo e melhorar a capacidade das

este modelo a longo prazo.

intervenções.

bancos feitos com

bancos de betão

bancos de madeira

pneus reciclados

bancos de tronco de

mesas de picnic

árvores

recipientes de plástico

cartazes publicitários

ou madeira reciclada

ou informativos

bicicletário em U

pinos de rua

luz de presença

pinos de rua com

postes de iluminação

postes de iluminação

edifícios

electricidade

duplos

simples

quiosques pop-up

175


tu

Ca

lo

pĂ­


Timeframe do plano A implementação do plano exigirá um processo organizado e consistente para ser bem sucedido. A implementação deve ser feita com comprometimento e dedicação. É preciso que haja uma relação simbiótica entre o setor público e privado, os residentes e organizações individuais.

MAPUTO BAY ATERFRONT 2050

Uma equipa de gerenciamento deste projecto deve ser criada para coordenar as actividades de implementação públicas e privadas, supervisionar o processo de implementação e fazer recomendações ao principal stakeholder do projecto. Portanto, as áreas onde serão registadas as maiores mudanças serão decretadas como prioritárias. O tempo de duração de cada intervenção é apenas uma estimativa, pois cada projecto apresenta diferentes graus de complexidade e dependerá de conjuntos de decisões, aprovações e

Esta equipa de gerenciamento doprojecto deverá ser formada por

requerimentos necessários para a sua implementação.

elementos do quadro público e privado que guiem, coordenem e direccionem todo o processo durante os 30 anos de intervenção.

Pode não representar com precisão a intervenção, mas representa sim

Assim, cria-se uma fonta mais segura para assegurar o financiamento

expectativas razoáveis dentro do timing esperado de desenvolvimento.

principalmente dos locais públicos.

PROJECTO A – RESTAURAÇÃO & BALNEÁRIOS PROJECTO C – REALIMENTAÇÃO DA FRENTE DE PRAIA

URGENTE

PROJECTO G – PARQUE ANTÓNIO REPINGA (ESTACIONAMENTO, GINÁSIO REPINGA, CAMPOS DE JOGOS FUTEBOL & VÓLEI) PROJECTO E – PROMENADE secção 3 PROJECTO H – MILLENIUM PARK PROJECTO B – PROMENADE secção 2 PROJECTO C – PONTE CAIS & MARINA PROJECTO D – REALIMENTAÇÃO DA FRENTE DE PRAIA & REVEGETAÇÃO PROJECTO A - PARQUE DOS PROJECTO A – PROMENADE secção 4 TRABALHADORES PROJECTO I – RESTAURAÇÃO & MIRADOURO ALCÂNTARA PROJECTO C – MARINA DO PORTO DE MAPUTO PROJECTO B – MINI MIRANTES PROJECTO C – PRAÇA ATLAS PROJECTO D – HABITAÇÃO TIPO A PROJECTO E – RUA DO PORTO PROJECTO D – MARINA DO PORTO PROJECTO L – MARINA DO CLUBE NAVAL DE PESCAS PROJECTO C – STREETSCAPE LIGAÇÕES VIÁRIAS PROJECTO A – MAPUTO BAY FERRYBOAT STATION

NÃO URGENTE

PROJECTO E – HABITAÇÃO TIPO B PROJECTO D – RESTAURAÇÃO E BASQUET COURT PROJECTO H – FEIRA ARTESANAL DO PESCADO PROJECTO G – PRAÇA DO PORTO

PROJECTO C – FEIRA ARTESANAL PROJECTO E – MAPUTO BEACHWALK PASSARELA

PROJECTO F – FEIRA POPULAR PROJECTO B – PLAYGROUND

PROJECTO H – MIRADOURO & ESCADARIAS PROJECTO I – WAVE SHOPPING CENTER PROJECTO I – DECK 5 & DECK 63 PROJECTO A – JARDIM DA PONTA VERMELHA PROJECTO G – SILO DE ESTACIONAMENTO & EVENTOS PROJECTO C – ESTAÇÕES 1, 2 E 3 PROJECTO F – PARQUE DE ESTACIONAMENTO

PROJECTO F – MAPUTO FISH MARKET PROJECTO B – PRAÇA DOS NAMORADOS PROJECTO B – PROMENADE secção 1

PROJECTO F – WAVE TOWER

PROJECTO J – DECK 1,2,3,4,5,6,7,8 PROJECTO K – JARDIM DO CENTENÁRIO

5 Anos

6 Anos

SECÇÃO 1

SECÇÃO 3

SECÇÃO 2

SECÇÃO 4

5 Anos

6 Anos

4 Anos

4 Anos

SECÇÃO 5

* TIMEFRAMES SUJEITOS A ALTERAÇÕES

177


O potencial econômico da orla A importância da revitalização da orla para o

Assim sendo, o Conselho Municipal deve procurar

Embora o tipo de intervenção precisa de muito

crescimento econômico da cidade é um facto.

parcerias com várias entidades que possam

investimento, irá devolver o espaço às pessoas e

Portanto, é essencial criar as condições certas para

contribuir com meios para materializar o plano e a

a cidade, tornando-o num cartão de visitas da

manter as atividades existentes que trazem receitas

sua visão, dependendo da escala de cada projecto

cidade, o que ajudará a alavancar o turismo local

positivas e incentivar novas actividades comerciais

e dos papeis destas entidades.

e internacional, o comércio de rua, criação de

na área da orla.

rendimento em estabelecimentos comerciais e de

A parceria público-privada (PPP)

restauração e também fornecerá emprego para

As áreas portuárias e pesqueiras proporcionam um

várias pessoas.

caráter significativo à orla marítima, tanto é a sua

Parcerias público-privadas (PPPs) podem ajudar

importância que o plano procura manter e expandir

a facilitar a implementação de projectos de

A longo prazo é viável pois o retorno será maior

espaços como marinas e criar novas áreas

revitalização urbana de várias maneiras

que o investimento não apenas economicamente

interessantes.

diferentes. Primeiro, por meio de uma PPP, um

como ambientalmente (maior protecção costeira

projeto pode ser financiado integralmente ou

e adopção da resiliência costeira, valorizando e

Turismo e eventos à beira-mar terão um impacto

principalmente pelo setor privado. Em segundo

protegendo os assets naturais da região como as

econômico significativo no crescimento económico.

lugar, as PPPs podem ajudar os municípios a

barreiras e o mar) e socialmente (em termos de

Aliado ao placemaking que é um processo que

planeaar melhor. Em terceiro lugar, e talvez

relações entre as pessoas, encontro, segurança,

promove a criação de destinos públicos vitais,

mais importante, as PPPs podem adicionar

permanência e cuidado dos espaços).

reconhece-se que os lugares evoluem ao longo do

flexibilidade à prestação de serviços de nível de

tempo, que as atividades e eventos precisam apoiar

rua, como manutenção e operação, de ativos

a prosperidade dos actores económicos locais e o

específicos, que as agências do setor público

desenvolvimento da comunidade.

geralmente não possuem. As PPPs aproveitam as capacidades do setor privado e aumentam a

Cidades não são construídas apenas por uma

eficiência dos serviços.

entidade, são sim um conjunto de várias acções levadas a cabo por vários sectores e várias entidades. Para o sucesso da proposta, serão necessárias acções do sector público em colaboração com os donos de terras e o sector privado - para preparar

INGC

colectivamente as melhores abordagens e alternativas para a implementação deste plano. Sem

Ministério das Obras Públicas

a participação activa destes stakeholders o processo

10%

pode não se desenrolar da melhor maneira possível.

CMM

7%

15%

Ministério da Terra, Ambiente

Orçamento do Estado

5%

O sucesso de qualquer plano é determinado pela maneira como este é implementado. O

10%

Doações ONG's 8%

desenvolvimento no sector público deve valorizar os

Investimento Privado

investimentos privados, permitindo assim maior

50%

atractividade para investimentos.

Fase 2

Fase 4

1 800 000 000 $

1 000 000 000 $

400 000 000 $

Fase 1

Fase 3

Fase 5

1 000 000 000 $

1 200 000 000 $

900 000 000 $

Total: 6 Bi $

178

Fase 6


Estimativa de custos O valor aproximado para a implementação do plano de revitalização do waterfront de Maputo até 2050 é de 6.000.000.000 $ (seis bilhões de dólares americanos). Prevê-se que o financiamento para esta intervenção venha de várias entidades governamentais públicas como privadas e que os

Maputo Wave Tower 15 000 000 $

projectos sejam geridos de acodo com o seu grau de importância e relevância. A estimativa de custos foi realizada tomando em conta vários factores, mas não são valores completamente exatos. Mesmo assim, para a materialização do plano muitas acções terão de ser tomadas e parceiros financiadores terão de sentir-se atraídos a investir na cidade. Habitantes

Habitações

Parque e jardim

+4900

948

+3 Ha

Empregos

Ciclofaixas

Visitantes/mês

+2000

+11Km

+50.000

Ponte Cais 665 000 $

Ginásio Repinga 7 000 000 $

Estação de Ferryboat Maputo 3 000 000 $

Re-alimentação de Praia 421 000 $

Feira Popular 50 000 000 $ 179


tu

Ca

lo

pĂ­


Considerações finais O processo de elaboração deste trabalho foi marcado por

É necessário uma reflexão profunda sobre como podemos

várias reflexões no que diz respeito à nossa cidade e capital

encarar os desafios hoje como comunidade para que amanhã

do país. Maputo vem se transformando rapidamente ao

nos tornemos numa comunidade coesa e organizada. As

longo dos anos e basta apenas olhar para as grandes

pessoas que moram na cidade reconhecem os seus problemas

infraestruturas desenvolvidas como a ponte Maputo-Katembe

e a vontade de mudar para melhor existe. O optimismo em

e a Circular de Maputo para confirmar este facto. Este tipo de

olhar para as oportunidades e investir nelas também existe, o

desenvolvimento impulsiona o crescimento de certas áreas

que falta apenas é a realização.

como a zona da Costa do Sol ao longo da orla marítima, que em menos de 10 anos registou e continua a registar um

A ideia de que a cidade e os espaços foram e são feitos para

desenvolvimento notável.

as pessoas é o que guiou fundamentalmente este trabalho. A importância e valorização de lugares para as pessoas é o que

É então levantada uma questão importante. O que queremos

realmente transforma e faz grandes cidades. O nosso trabalho

ser nós amanhã enquanto cidade? Qual será a nossa

como arquitectos e planeadores é também de ajudar a guiar

identidade? Quais as tendências de transformação e de

estes processos de transformação e auxiliar na formação de

desenvolvimento para esta cidade e como podemos fazer

uma identidade colectiva.

face a estas mudanças? A transformação não é um processo estático e ela nunca Quando se fala em desenvolvimento é importante notar que

acaba, mesmo que um projecto chegue 'ao fim'. Assim será

este não seja apenas do ponto de vista de construção de

com a orla marítima da cidade daqui há 10, 20 ou 30 anos. O

grandes infraestruturas. O desenvolvimento económico, social

principal desafio é como podemos ser amanhã enfrentando as

e principalmente ambiental são muito importantes para uma

adversidades hoje, aliado ao potencial de grande

cidade que quer crescer e se afirmar num contexto regional.

desenvolvimento que a área em questão apresenta.

O turismo é um dos exemplos que pode ajudar a catapultar a cidade para um maior e melhor desenvolvimento,

É, então, levantada uma questão importante. Como você

aproveitando áreas de enorme potencial para crescimento e

imaginaria o futuro do waterfront da cidade de Maputo?

investimento, assim como aproveitando melhorar o espaço público para os cidadãos. No contexto moçambicano são notórias as dificuldades que as nossas cidades enfrentam no seu dia-a-dia, onde problemas considerados básicos em outros pontos do mundo - como a recolha de resíduos sólidos - ainda é deficiente nas nossas cidades. Problemas como parqueamento de viaturas, principalmente numa cidade como Maputo que a cada dia aumentam mais viaturas; problemas como o descaso com o nosso património ecológico que são as barreiras e mesmo com as mudanças climáticas e desastres naturais.

181


182

Fig.33 Escadarias da praia em frente ao hotel Radisson


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185


186


ex os

An


1 9 0 1- 1 9 2 0

A EVOLUÇÃO DA MARGINAL DE MAPUTO AO LONGO DOS ANOS

Edifícios e estrada marginal antes das obras na barreira entre 1915e 1920 completam a visão geral da zona antes de ser feito o aterro.

A estrada que tinha sido aberta cerca de 1897 para permitir o acesso da Baixa às obras do porto chamada "estrada das antigas obras do porto", depois chamada "avenida marginal

da PV".

direita: obras do porto que parecem ser dum plano antigo que não avançou. No segundo mapa o aterro é previsto e a ser limitado por um cais. Isso queria dizer que essa zona não tinha sido aterrada ainda. No terceiro mapa o aterro é planeado para a área pintada a côr de rosa. Quanto ao

1897

A cidade de Maputo surgiu na baixa da

1909

Mapa sem aterro nem planos para tal. À

1906

aterro, à sua esquerda pode ver-se que ele começaria para sul do que estava previsto

1887

no mapa de 1906. Quanto à urbanização prevista em 1909 pouco foi realizado

Elevação à

1850

exactamente como previsto.

categoria de Cidade

1903

cidade e um dos principais locais que sofreu várias transformações ao longo dos anos desde a descoberta da cidade pelos Portugueses é a área da Marginal. É notável através da sua rica história evolutiva contada a partir das fotografias que mostram o

Enseada e pré-aterro da Maxaquene.

1895

Vê-se a zona da orla do estuário no

Outubro de 1919havia ainda 1 9 1 9 Em muita água do lado interior do

estado original e vista ao nível da

muro-suporte que precisava de

água, com terra firme/barreira à

ser drenada. A dificuldade de

locais ao longo da orla marítima da cidade,

direita. Vê-se também a estrada

construção do muro para de um

bem como o surgimento de um dos mais

marginal junto à barreira, a zona

lado suportar o peso do aterro e

plana e o efeito da maré. Com a

do outro a força e acção do

maré baixa grande parte da zona que

estuário e o grande volume de

veio a ser aterrada ficava à vista.

terra movimentado para o aterro

nascimento e a transformação de principais

importantes marcos da cidade: as barreiras.

devem ter sido a justificação para os cinco anos que esta obra levou a ser completada.

1911 1884

A construção da primeira passagem na base do promontório da Ponta Vermelha (PV) construindo-se aí uma faixa elevada em relação ao nível do mar e que ficou protegida contra a erosão por um paredão. Secção transversal mostrando os trabalhos dum paredão marítimo na Ponta Vermelha, vistos do lado da Baixa da cidade.

Amarelo: Alfândega Azul claro: fortaleza, cuja cortina sul era também o limite da terra firme na zona Castanho: primeiro muro com uma ponte de madeira na perpendicular Circulo laranja: a posição da Praça dos Trabalhadores

188


O trabalho para um novo plano de urbanização de Lourenço Marques começou em Lisboa no Gabinete de Urbanização

A única alteração parece ser o detalhe da

Colonial. Esse plano foi elaborado de 1952 a

urbanização do aterro. Os trabalhos de

1955 do plano de urbanização para a cidade

aterro deste "trapézio" entre a orla inicial

finalmente também pouco foi adoptado.

do estuário (que estava perto da barreira

Palácio das Repartições projectado entre

actual) e a muralha da actual Av. 10 de

1922

1952 e 1955 depois Fazenda/Finanças agora

Novembro foram feitos há mais de 90

Conselho de Ministros. Foi o único projecto

anos. O volume do aterro foi de cerca de

executado deste plano.

3 milhões de metros cúbicos. Construir este aterro foi um trabalho exigente com os limitados meios da época. No mapa Anos 50 com o Clube Naval já ampliado para o lado da baía mostrando que a estrada marginal original tinha sido

1952

pós aterro a doca estava já construida mas era para barcos de pesca.

1 9 2 5- 1 9 2 6

reaproveitada para servir de via da esplanada. Actualmente desapareceu a

Caracol da Polana de

via da esplanada onde está agora um

Lourenço Marques -

declive em terra, desapareceu o

Inicialmente como era o

separador com árvores a leste delas e a

único caminho para a

marginal passou a ter duas faixas

praia tinha dois

separadas.

sentidos. Nesta altura já devia ter só o da descida.

1965 A FACIM (Feira Agro Pecuária Comercial e Indústrial de Moçambuque) foi inaugurada em Julho de 1965. A feira foi transferida desde 2011para os arredores de Maputo e as construções neste local, na maioria pavilhões de exposição, foram demolidas (entre 2011e 2012)

1 9 3 0- 1 9 4 0

2018

2013

1 9 2 1- 1 9 6 0 Antiga casa de chá, ao

1956

fundo o

Originalmente só tinha

clube Naval

duas chaminés à frente. A terceira deve ter sido acrescentada depois onde havia um respiro. Planos de Pancho Guedes para edifício em forma de banana.

1920 Doca da Capitania - esta tinha desde a sua construção uma reentrância do lado esquerdo = poente. No lado norte dessa reentrância estava colocada uma escadaria de embarque / desembarque abrindo-se para dois lados.

Trabalhos de uniformização e consolidação na barreira de Maxaquene até à direcção dos Blocos Gémeos que estão no alto da barreira à direita que aconteceram na sequência dos estragos causados pela depressão tropical Claude de 1966.

189


ex os

An


191


ex os

An


193


ex os

An


195


ex os

An


m2

CUSTOS DE CONSTRUÇÃO

cost (1m2=700$)

pm2*pisos

cost mtn 1$ = 63,69 mtn

RESTAURAÇÃO

24,104

253,092,000

ESCRITÓRIOS

19,876

361,743,200

SILO ESTACIONAMENTO

5,807

65,038,400

92,912

ESCRITÓRIOS E MERCADO

7,866

44,049,600

62,928

280,551,902,400

MISTO (HAB+COM)

28,912

1,194,065,600

1,705,808

7,605,003,806,400

EDUCACIONAL

16,464

161,347,200

230,496

1,027,620,316,800

3,133

2,193,100

3,133

13,967,853,900

FEIRA POPULAR

13,935

48,772,500

69,675

310,632,052,500

MULTIFUNCIONAL

29,055

1,525,387,500

2,179,125

9,715,192,987,500

SHOPPING

6,000

12,600,000

18,000

80,249,400,000

HOTELARIA

2,402

18,495,400

26,422

117,797,202,600

HOTELARIA & CONFERÊNCIA

5,604

11,768,400

16,812

74,952,939,600

HABITAÇÃO

34,335

1,297,863,000

1,854,090

8,266,089,447,000

GINÁSIO

5,740

16,072,000

22,960

102,362,568,000

ESTAÇÃO DE FERRYBOAT

Total

361,560 516,776

5,012,487,900

2,303,942,440,800 414,229,569,600

7,160,697

valor mtn ( (1m2)

m2 Ponte Cais

1,611,942,948,000

31,924,535,435,100

cost mtn

cost $

12,821

3,298

42,283,658

663,897.91

Piers (8)

9,124

3,298

30,090,952

472,459.60

Marina do Porto de Maputo

6,419

3,298

21,169,862

332,389.10

Marina do Porto de Pescas

3,104

3,298

10,236,992

160,731.54

Maputo Marina

3,194

3,298

10,533,812

165,391.93

25,102

3,298

82,786,396

1,299,833.51

1,732

3,298

5,712,136

89,686.54

847

3,298

2,793,406

43,859.41

205,607,214

3,228,250

Marina do Clube Naval Miradouros (4) Passarella

Total

m3

valor mtn (m3 )

cost mtn

cost $

Realimentação de praia

24018

971

23,321,478

Relva de praia

21460

161

3,455,060

Total

366,172 54,248

26,776,538

420,420

un

preço mtn unidade

preço $ unidade

ml

Betão impresso

1m2

657

10

1,285

Pedra Ardória

1m2

3,593

56.14

500

un

preço mtn

preço $

ml

1m2

8,400

131

1,285

un

preço mtn

preço $

1m2

12,150

190

Pavimentos

Iluminação pública Drenagem Abastecimento de água

cost mtn

cost $

844,245

Todos os preços foram

13,256

retirados do site Gerador de

1,796,500 cost mtn

28,207 cost $

preços para Moçambique

ml

10,794,000 cost mtn

169,477 cost $

1,285 ml

15,612,750 cost mtn

245,137 cost $

35,787,250 cost mtn

561,897 cost $

(http://www.mocambique.gera dordeprecos.info/espacos_urb anos/Jardins.html),

un

preço mtn

preço $

1m2

27,850

435

Jardins

un

preço mtn

preço $

1,285 unidades

Acácia

1

840

13

600

504,000

7,913

a construção com

569

9

300

170,700

2,680

1m2

161

3

14,132,902

221,901

previsões de custos ajustadas

un

preço mtn

preço $

Palmeira

1

Relva

87,782 unidades

cost mtn

uma ferramenta informática que permite obter preços para

à realidade.

cost $

Espaço Público Bicicletário em U

1

8,781

137.20

75

658,575

10,340

Banco de madeira

1

30,741

480.33

250

7,685,250

120,667

350

Canteiro de madeira

1

18800

294

6,580,000

103,313

Para Sol praia

1

13108

205

200

2,621,600

41,162

Pinos de rua

1

5146

80

2,000

10,292,000

161,595

Poste de Iluminação básico

1

73109

1,142

100

7,310,900

114,789

Os valores da infraestruturação foram retirados do Plano de Pormenor de Chamanculo C. 1$ = 63,69 mt

Abertura de vias Total mtn Total $

Jardins 64,834,745 1,017,974

Espaço público 14,807,602 232,495

35,148,325 551,866

Taxa de câmbio dia 16/04/2019, via Banco de Moçambique.

CUSTO TOTAL DO PROJECTO (mtn) 31,924,882,609,524 CUSTO TOTAL DO PROJECTO (usd) 5,017,938,904

197



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