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Stanford

A hotbed in the digital era

Stanford está instalada em uma fazenda ao sul de San Francisco. A área pertence a seu fundador, Leland Stanford Stanford was set up on a farm south of San Francisco. The area belongs to its founder, Leland Stanford

Cena na Main Quad com a Memorial Church ao fundo A scene on the Main Quad with Memorial Church in the background

O dia a dia e os segredos que fizeram da Universidade de Stanford, na costa oeste dos Estados Unidos, uma das melhores instituições de ensino do mundo The day-to-day life and secrets that make Stanford University, located on the U.S. West Coast, one of the best institutions for higher learning in the world

texto/text Thales Guaracy Fotos/Photos Anna carolina Negri Ilustração/Illustration Davi augusto

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o centro do auditório semicircular, como num

anfiteatro grego, o professor Yossi Feinberg, um economista de 49 anos, apresenta-se com gestos mansos e sotaque rascante usando tênis, calça cáqui e camisa para fora da calça: o figurino dos profissionais do Vale do Silício, na costa oeste dos Estados Unidos, que jogaram fora o antigo terno e gravata tanto quanto os velhos conceitos de negócios e administração. Ao seu redor, 25 profissionais de diversas áreas e diferentes países, entre eles cinco executivos do Google, cuja sede global fica ali perto, escutam com atenção. “Você acredita que sua ação pode mudar o mundo?”, pergunta ele.

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In the center of the semicircular auditorium, like a Greek amphitheater, professor Yossi Feinberg, a 49-year-old economist, introduces himself with lazy gestures and a raspy voice, wearing sneakers, khaki pants and an untucked shirt. This is the uniform worn by professionals in Silicon Valley, located on the U.S. West Coast, who have thrown out the old suit and tie along with old concepts of business administration. He is surrounded by 25 professionals from various fields and different countries, among them five executives from Google, whose global headquarters is located nearby, listening attentively. “Do you believe that your actions can change the world?” he asks.

As alamedas do campus servem de cenário para passeios e até mesmo aulas The campus promenades serve as the scene for leisurely strolls and even classes

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“Não teria feito o que fiz se tivesse ido para outra escola”

De cima para baixo, escultura Gay Liberation, estacionamento de bicicletas e jardim do campus From top to bottom, the Gay Liberation sculpture, the bicycle parking lot and the campus garden

“I wouldn’t have done what I did if I had gone to another school”

Pela primeira vez desde a criação do ranking, em 2010, Stanford aparece à frente de Harvard For the first time since the list was created in 2010, Stanford was ranked above Harvard Marcos Galperin

Podia ser retórica, ou parte de uma aula qualquer, mas Yossi Feinberg fala com a autoridade de mestre da escola de administração e negócios da Universidade de Stanford. Dali saíram, nos últimos anos, alguns dos empresários mais brilhantes do mercado contemporâneo, fundadores de empresas que hoje empregam 700 mil pessoas. Companhias criadas por alunos de Stanford, como Google, Cisco, Gap, Dolby, eBay, LinkedIn, Netflix, Nvidia, Silicon Graphics e Yahoo, juntas faturam anualmente cerca de 300 bilhões de dólares, resultado das ideias e do trabalho surgidos ali. Entre esses idealizadores está um brasileiro, o paulistano Mike Krieger, cofundador e sócio da rede virtual Instagram. Mais do que ganhar dinheiro, os alunos de Stanford têm mudado — e muito — o mundo. Esse sucesso recente, especialmente com as chamadas startups, fez a tradicional universidade tornar-se também a meca 126

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do capitalismo digital. Ela acaba de galgar o primeiro lugar entre as faculdades mais admiradas, como no levantamento do site de pesquisas educacionais Poets & Quants. Os 246 cursos gratuitos da entidade pela internet são hits: foram vistos uma ou mais vezes por 2 milhões de pessoas em dois anos, até 2013, última vez em que esses números foram consolidados. A procura é grande, uma vez que os resultados dos alunos de Stanford se traduzem no que os americanos chamam de “empowerment”: pelo exemplo dos que já passaram por lá, quem vai a Stanford sabe que pode adquirir o poder de fazer as coisas acontecerem. E confiança é tudo. “Isso é uma atitude, cultural ou característica pessoal, altamente correlacionada com o sucesso”, diz Feinberg a seus alunos. “Acredito, por exemplo, que posso fazer vocês sorrirem em 5 minutos.” Parte do grupo sorri. “Peguei alguns, mas não todos ainda”, acrescenta. E todos riem.

A filosofia de Stanford tem funcionado com perfeição para criar empresários e executivos de sucesso no negócio virtual, mas não apenas nele. “Nossa marca na universidade é agregar gente capaz de causar impacto, que procura mudar organizações e o mundo”, destaca Feinberg. “Damos as ferramentas a pessoas de talento.” Com 16 ganhadores do Prêmio Nobel, 4 vencedores do Pulitzer, o mais importante prêmio de jornalismo nos Estados Unidos, e 19 laureados com a National Medal of Science, a universidade produz profissionais de ponta em todas as áreas, estimulando-os com as mesmas ferramentas: ousadia, flexibilidade e espírito crítico.

*Em depoimento à universidade / *In a statement to the university

Argentino fundador do Mercado Livre, ex-aluno* / The Argentine founder of Mercado Livre*

It could be rhetorical, or part of any ordinary class, but Yossi Feinberg speaks with the authority of a master from the Stanford University School of Business Administration. In recent years, it has produced some of the most brilliant businesspeople in the contemporary market, founders of companies which currently employ 700,000 people. Companies created by Stanford alumni, like Google, Cisco, Gap, Dolby, eBay, ­LinkedIn, Netflix, Nvidia, Silicon Graphics and Yahoo, have combined annual profits of around USD 300 billion, the result of ideas and work that emerged there. Among these business leaders is one Brazilian, São Paulo native Mike Krieger, cofounder and co-owner of the virtual social network Instagram. In addition to earning money, Stanford students have changed the world — and how. This recent success, especially with the socalled startups, has also made the traditional Stanford University a mecca for digital capitalism. It took first place among the most admired colleges in a survey conducted by the educational research website Poets & Quants. The university’s 246 free online courses are also hits: by 2013 (the last time these figures were surveyed), they had been viewed at least once by 2 million people in two years. The demand is great, being that the results achieved by Stanford alumni are translated into what Americans call empowerment. Thanks to the example of those who once studied there, current Stanford students know they can achieve the power to make things happen. And confidence is everything. “This is a cultural attitude or personal characteristic that is highly correlated with success,” Feinberg tells his students. “For instance, I believe that I can make you smile in five minutes.” Part of the group smiles. “I got some of you, but not everyone yet,” he adds. And everyone laughs.

The Stanford philosophy has worked perfectly to create successful businesspeople and virtual business executives, but that’s not all. “Our mark in the university is to attract people capable of making an impact, who seek to change organizations and the world,” Feinberg emphasizes. “We give the tools to people

with talent.” With 16 Nobel Prize winners, four Pulitzer Prize winners (the most important journalism award in the United States) and 19 National Medal of Science winners, Stanford produces first-rate professionals in all fields, encouraging them with the same tools: boldness, flexibility and a critical spirit. tam nas nuvens

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Em sentido horário, professor Yossi Feinberg em aula, cena do campus, aluno no curso de Design Thinking e café Knight’s Center Clockwise, professor Yossi Feinberg in class, a scene on campus, a student in design thinking and the Knight’s Center cafe

A vida em Stanford

Life at Stanford

Free education

Educação livre

Stanford tem alunos brilhantes e uma extraordinária capacidade de agrupá-los em projetos interdisciplinares. Atualmente, por exemplo, desenvolve um estudo sobre segurança cibernética não apenas com estudantes de engenharia, cibernética e nanotecnologia, mas também de direito, administração e educação. Órgãos públicos como o National Institutes of Health e a National Foundation patrocinam programas como o Bio-X e o ChEM-H, que procuram soluções de saúde mesclando pesquisadores nas áreas de química, biologia e engenharia, além da medicina. A reunião de mentes diferentes é somente um aspecto do ensino de Stanford. O jeito de aprender é livre. As aulas são dadas em auditórios e professores circulam na Main Quad, uma das áreas mais antigas de Stanford, discutindo projetos com alunos de disciplinas distintas. Qualquer meio de encontrar um ponto de vista adequado para o objeto de estudo é válido. Caminhando pelo campus, a TAM Nas Nuvens encontrou Nathan, 20, estudante de psicologia, lendo Abnormal Psychotherapy deitado numa rede instalada nas forquilhas de uma árvore. Nos laboratórios do curso de Design Thinking as salas lembram jardins de infância, com paredes cobertas por post-its coloridos, mesas que se movem sobre rodas e armários com material lúdico. Os estudantes se locomovem pelo campus de bicicleta, skate e boards motorizados. Por toda parte há estacionamento para as bikes, que circulam nas alamedas em afluxos repentinos nos intervalos entre as aulas. No complexo da Business School, o painel 128

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Carried over by students to their professional lives, the Stanford style is incorporated by such companies as Google, whose office settings mix work and leisure. Another feature of the new era, informality, includes bicycles and any other form of friendly, unconventional coexistence with nature, as opposed to old-fashioned businessmen from the days of gasoline

de Peter Wegner, com placas coloridas que mudam o tempo todo, formando novos desenhos, é uma ode à era digital. Seu título: Monument to Change as it Changes. Nessa nova visão, o fator que determina o poder é o que Stanford tem como foco: a inteligência. Desde que saíram de lá homens como Bill Hewlett e David Packard, fundadores da HP, as empresas do Vale do Silício juntaram-se na região pela concentração da matéria-prima da era digital: a mente privilegiada. Não por acaso, Steve Jobs radicou-se ali e foi paraninfo de Stanford em 2005. Seu discurso no campus em que jamais estudou, com cerca de 30 milhões de visualizações no YouTube, tornou-se mais famoso do que qualquer outro evento do Stanford Stadium.

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Stanford has brilliant students and an extraordinary ability to unite them in interdisciplinary projects. For instance, they are currently developing a study on cybernetic security, with students majoring in engineering, cybernetics, nanotechnology, law, business administration and education. Public institutions like the National Institutes of Health and the National Foundation sponsor such programs as Bio-X and ChEM-H, which search for healthcare solutions combining researchers from the fields of chemistry, biology and engineering, as well as medicine. The gathering of different minds is just one aspect of Stanford’s teaching philosophy. Learning here is free-form. Classes are taught in auditoriums and professors circulate on the

Main Quad discussing projects with students of different disciplines. Any way of finding an adequate point of view for the study’s objective is valid. While wandering the campus, TAM Nas Nuvens met Nathan, 20, a psychology student, reading Abnormal Psychotherapy in a hammock hung between the forked branches of a tree. The rooms in the design thinking laboratories resemble kindergartens with walls covered in colorful post-its, desks on wheels and closets filled with childlike material. Students get around the campus on bikes and skateboards (both traditional and motorized). There are parking lots everywhere for the bikes that circulate the promenades in sudden bursts between classes. In the Business School complex, the panel by Peter Wegner,

Levado pelos estudantes para a vida profissional, o estilo de Stanford é incorporado pelas empresas — como o Google, que reproduz nos escritórios ambientes em que trabalho se mistura com lazer. A informalidade, outra marca da nova era, inclui a bicicleta e qualquer outra forma de convivência amigável com a natureza ou anticonvencional, em oposição aos antigos profissionais dos tempos da gasolina e do paletó. A vida é fechada dentro das casas, e mesmo na crescente cidade vizinha de Palo Alto há pouco a fazer, além de comer o excelente steak com fajitas e beber cerveja Anchor Steam no Antonio’s Nut House — bar caótico e malcomportado, infestado ao meio-dia de bêbados locais e, à noite, de estudantes que circulam entre as mesas sobre tapetes de cascas de amendoim, sob as vistas do gorila mecânico aprisionado em uma jaula. and suits. Life takes place indoors, and even in the growing neighboring city of Palo Alto there’s little to do aside from eating the excellent steak fajitas and drinking Anchor Steam beer at Antonio’s Nut House — a chaotic, noisy bar crowded with local drunks during the day and students at night. The floor is covered in discarded peanut shells and there’s a mechanical gorilla in a cage.

made of colorful signs that are constantly changing to form new designs, is an ode to the digital age. It’s entitled Monument to Change as it Changes. From this new point of view, the factor which determines power is Stanford’s specialty: intelligence. Ever since Stanford started producing grads like HP founders Bill Hewlett and David Packard, the businesses of Silicon Valley began gathering in the region in search of the digital age’s raw material: privileged minds. It’s no coincidence that Steve Jobs settled there and spoke at the 2005 graduation ceremony. His speech on a campus where he never studied, which now has over 30 million hits on YouTube, has become the most famous event to ever take place at Stanford Stadium. tam nas nuvens

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Aluno segue de bike para o campus. Ao lado, vista da universidade A student biking on the campus. Side photo, view of the university

Do Vale do Silício para o mundo

From Silicon Valley to the world

Para levar adiante seu estilo de ensino, a Stanford abriu um curso de administração e negócios online, cujo início está previsto para abril. E, sob a direção de Feinberg, instituiu o programa Stanford Ignite, curso de especialização em administração e negócios voltado para empreendedorismo e inovação. O Stanford Ignite será aplicado nos fins de semana, entre agosto e outubro, em Pequim, Santiago e São Paulo, limitado a 50 alunos. No Brasil será ministrado no auditório dos escritórios da Microsoft. O professor pretende mesclar aulas presenciais e virtuais com professores de Stanford a palestras de ex-alunos que se tornaram profissionais bem-sucedidos no país. To push its style of teaching even further, Stanford has introduced an online course in business administration, set to begin in April. And, under Feinberg’s direction, they have instituted a program entitled Stanford Ignite, a course in business administration focused on entrepreneurship and innovation. Stanford Ignite will take place on weekends from August to October in Beijing, Santiago and São Paulo, with a limit of 50 students. In Brazil, it will be held in the auditorium of the Microsoft offices. Feinberg intends to combine traditional and virtual classes with Stanford professors and lectures by alumni who went on to become successful professionals.

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Detalhe da arquitetura da Main Quad, vista do campus a partir da Hoover Tower e o conjunto de esculturas Burgueses de Calais, de Rodin Detail of the architecture on the Main Quad, a view of the campus from Hoover Tower and the set of sculptures by Rodin The Burghers of Calais

Não é em qualquer lugar que você conversa com um prêmio Nobel como se estivesse falando com qualquer um” “There aren’t too many places where you can chat with a Nobel Prize winner as if they were just an average Joe”

Luiz Vicente Rizzo

Médico imunologista, diretor de pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein, ex-aluno / Immunologist and director of research at Hospital Israelita Albert Einstein

De fazenda a universidade From farm to university

Stanford está instalada em uma fazenda a uma hora de carro ao sul de San Francisco. A área pertence a seu fundador, Leland Stanford, que multiplicou sua fortuna com a indústria ferroviária. Entre as muitas inspirações arquitetônicas utilizadas em sua construção está a Grécia Antiga. A entrada, um corredor emoldurado por palmeiras egípcias, marca a trajetória até a Main Quad e mira as portas da Memorial Church, igreja decorada por fora, que lembra os templos renascentistas de Roma. Os jardins são enriquecidos por obras de Rodin, que vendeu a Stanford uma cópia dos Burgueses de Calais, colocada na Main Quad, e da célebre Porta do Inferno, num espaço dedicado às suas esculturas. Por lá está ainda o Cantor, museu cujo acervo vai das cerâmicas da dinastia Shang a um autorretrato de Andy Warhol, passando pela estatuária greco-romana, por Pablo Picasso e pela arte nativa da Polinésia.

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Stanford is located on a farm about an hour’s drive south of San Francisco. The area belongs to its founder, Leland Stanford, who made his fortune in the railroad industry. Ancient Greece is one of the many architectural inspirations utilized in the university’s construction. The entrance, a corridor lined by Egyptian palm trees, marks the trajectory to the Main Quad and leads to Memorial Church, which resembles the Renaissance-era temples of Rome. The gardens are decorated with sculptures by Rodin, who sold to Stanford a copy of The Burghers of Calais, located on the Main Quad, and the celebrated Gates of Hell in a space dedicated to his sculptures. There you’ll also find the Cantor Arts Center, a museum with a collection that ranges from ceramics from the Shang dynasty to a self-portrait by Andy Warhol, with everything from Greco-Roman statues to Picassos and native Polynesian art in between.

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“Parti em 1988 para Stanford sem saber que vislumbraria a revolução tecnológica da década seguinte” “I left for Stanford in 1988, not knowing I’d catch a glimpse of the technological revolution in the following decade”

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Estudantes caminham pelo campus no intervalo das aulas Students walk around campus in between classes

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A mensalidade em Stanford custa 6 mil dólares em média, mas, para estudar na instituição, não basta dinheiro. O primeiro critério para seleção na graduação é o perfil do aluno, cujo currículo é analisado. “Existem oportunidades para quem não tem dinheiro, mas conta com um talento especial”, diz a professora Marília Librandi Rocha, que leciona cultura e literatura brasileiras no Departamento de Estudos Latino-Americanos. Segundo ela, além de um currículo impecável, o que se espera de um candidato é que tenha experiência com algum trabalho voluntário. “Eles dão muito valor ao esforço pela coletividade”, ressalta. Os alunos não recebem na universidade a informação básica: devem já estar preparados para apresentar sua visão sobre a informação e discuti-la com colegas e professores. Assim, a escola se torna uma espécie de fórum. A disputa é cada vez mais acirrada. Atualmente, apenas cinco de cem candidatos entram na graduação em Stanford. Em 2014, houve 42 mil candidatos para 2 mil vagas. A competição é alta para a admissão e continua dentro da faculdade. “São jovens que vivem sob pressão, assim como profissionais numa fase em que são apenas adolescentes”, afirma Marília. Até mesmo o paraíso das ideias não é exatamente o paraíso — para viver nele é preciso, além de neurônios, ter nervos de aço.

Luciana Villas-Boas

Agente literária da Villas-Boas & Moss Literary Agency & Consultancy, ex-aluna / Literary agent at the Villas-Boas & Moss Literary Agency & Consultancy

Monthly tuition to Stanford costs USD 6000 on average, but to study here it takes more than money. The first prerequisite to be accepted into the undergrad program is the student’s record, which is analyzed. “There are opportunities for people with little money but extraordinary talent,” says professor Marília Librandi Rocha, who teaches Brazilian culture and literature at the Department of Latin American Studies. According to her, in addition to an impeccable resume, candidates need to have experience doing volunteer work. “They place a lot of value on collective efforts,” she emphasizes. Students do not receive basic information at the university: they have to be ready to present their vision of certain information and discuss it with their classmates and professors. As such, the school serves as a kind of forum. The dispute is more and more fierce. Currently, only five out of every 100 undergrad applicants are accepted to Stanford. In 2014, there were 42,000 applications for 2,000 openings. The competition is stiff for admissions and continues as such within the college. “These are young people who are under intense pressure, like professionals but still in a phase of adolescence,” explains Rocha. Even this paradise for ideas is far from paradise — to survive in it you need to have plenty of sharp neurons and nerves of steel. tam nas nuvens

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