E book Regras Universais no Içamento de Cargas

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Índice Remissivo Sobre o livro

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Sobre o Autor

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Prefácio

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Introdução ao Tema.

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Conceitos e Definições.

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Regras dos Equipamentos.

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Regras dos Acessórios.

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Regras Suplementares.

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Conclusão.

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RiskMov.

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Direitos Autorais.

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Sobre o livro Este livro foi desenvolvido visando disseminar junto aos profissionais de Segurança do Trabalho e Supervisores de Produção, as regras básicas universais que são fundamentais para a segurança e confiabilidade das operações de içamento de cargas no âmbito industrial. Estas regras são denominadas de universais, pois o seu conteúdo foi desenvolvido, levando-se em consideração os parâmetros técnicos contidos nas principais normas internacionais e nacionais pertinentes ao assunto. O seu conteúdo aborda questões técnicas e operacionais relacionadas aos equipamentos de içamento, acessórios de amarração das cargas, as próprias cargas, os ambientes das operações, a sinalização, a manutenção em geral, e algumas medidas administrativas cabíveis. As regras universais para as operações de içamento de cargas devem ser divulgadas e adotadas por todas as indústrias que dependem destas operações, visando sempre a melhoria dos níveis de segurança e confiabilidade das mesmas, além da regularidade e fluidez dos materiais ao longo dos processos produtivos abastecidos pelos equipamentos de içamento. Esperamos que este livro cumpra o seu objetivo, que é auxiliar os Supervisores de Produção e profissionais de Segurança do Trabalho no estabelecimento de regras operacionais que contribuam com a melhoria dos níveis de segurança e confiabilidade das operações de içamento de cargas no âmbito industrial.

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Sobre o Autor Consultor, instrutor de treinamentos, palestrante e escritor. Diretor e sócio proprietário da Safemov Logística Consultoria & Treinamentos Ltda. Criador e gestor dos sites SafeAll Fornecedores e RiskMov Gestão de Riscos. Técnico em Segurança do Trabalho desde 1974. Técnico e Projetista Mecânico. Autor de vários livros sobre Içamento de Cargas e Gestão de Riscos nestas operações. Instrutor com qualificação ITO Instrutoria em Treinamentos Operacionais - FIEMG. Graduando em Tecnologia e Gestão Logística. Ex-Instrutor colaborador das entidades ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, SENAT Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, e SENAI. Ex-Articulista da Revista Log Web especializada em Logística e Cadeia de Suprimentos. Mais de 100 empresas como clientes e mais de 8.000 profissionais treinados em Segurança do Trabalho e Movimentação Interna de Materiais. O autor tem a missão de dedicar esforços, com determinação e perseverança, na divulgação e valorização da gestão de riscos nas operações de içamento de cargas no âmbito industrial, buscando e incentivando a melhoria contínua dos níveis de segurança e confiabilidade destas operações em todo o país.

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Prefácio Infelizmente, as operações de içamento de cargas realizadas na grande maioria das nossas indústrias não seguem um padrão operacional adequado, e que atenda minimamente os preceitos básicos de segurança exigidos pelas legislações vigentes. É comum constatarmos na rotina das operações de içamento de cargas nas indústrias, situações as quais podemos classificar como engraçadas e "mágicas", até absurdas e catastróficas, onde certamente imperam a improvisação, a omissão, a negligência e a completa ausência de comprometimento com a vida dos envolvidos. Em muitas destas situações, presenciamos que os envolvidos estão brincando de viver ou morrer, quase que fazendo um paralelo com o jogo de vida ou morte imposto pela roleta russa. É um cenário onde não há regras para quase nada, e cada operador dos equipamentos de içamento, juntamente com cada amarrador de cargas, desempenham as suas funções da forma que acham melhor, mais rápido, e que exija menos esforço físico ou mental. Sabemos que os riscos naturais existentes nas operações de içamento de cargas requerem dos envolvidos muita competência, experiência e atenção ao cumprimento das regras e procedimentos operacionais elementares que, certamente, garantirão a segurança, eficiência e regularidade das operações, e, sobretudo, a integridade física dos envolvidos. Portanto, as regras universais apresentadas neste livro, se adotadas, divulgadas e cumpridas na íntegra, podem garantir os melhores níveis de segurança e confiabilidade nas operações de içamento de cargas na indústria.

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Introdução ao Tema. Para que uma operação de içamento de cargas na indústria seja considerada como segura e confiável, algumas medidas administrativas, regras e procedimentos devem ser adotados e praticados com absoluto rigor e disciplina por parte de todos os colaboradores envolvidos. Destacamos entre as medidas citadas, os procedimentos operacionais que devem ser praticados de forma padronizada por todos os operadores e amarradores das cargas, evitando as habituais variações e improvisações que muito contribuem para potencializar os riscos de acidentes, dificultar o treinamento de novos integrantes da equipe, além de outras desvantagens. Os equipamentos de içamento, assim como os acessórios utilizados na amarração das cargas, devem ser operados e manuseados sempre da mesma forma, não importando o individuo que realiza a tarefa, pois, assim é possível identificar, de forma mais pontual, os riscos inerentes a cada operação, e eliminar, ou controlar cada um deles com mais facilidade, obtendo desta forma, um ganho em eficiência nas operações. Regras, normas e leis existem para serem cumpridas, procedimentos para serem praticados, e o compromisso com a segurança é um dever e uma obrigação de cada um, em benefício de toda uma equipe e obviamente do processo produtivo.

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Conceitos e Definições. Podemos conceituar regra como sendo uma norma, um exemplo a ser seguido, uma prescrição, ou ainda um modelo a ser considerado. Co nc ei tuando procedimento

temos;

um

modo

de

atuar,

um

comportamento, ou um processo definido. Já conceituando padronizar temos; submeter a um determinado padrão, ou ainda, unificar os padrões de determinada ação ou tarefa. Para resumir, vamos adotar neste livro os seguintes conceitos para as três palavras analisadas, ou sejam: a) Regra = Norma a ser seguida. b) Procedimento = Um modo definido de fazer. c) Padronizar = Unificar o modo de fazer. Portanto, definidos estes conceitos, as regras universais significam normas a serem seguidas, procedimentos definidos para a realização de tarefas, que por sua vez, devem ser unificadas em relação a sua maneira de serem realizadas. Em outras palavras, todas as atividades pertinentes as operações de amarração e içamento de cargas, devem seguir determinadas normas, e modos definidos e unificados para serem realizadas da mesma forma segura e confiável, por todos os operadores e amarradores de cargas indistintamente. Como definições dos termos e siglas empregados no livro, seguem seus respectivos significados, ou sejam: 1) EI - Equipamentos de Içamento: São considerados equipamentos de içamento neste livro, para efeito de aplicação da regras universais, apenas as Pontes e os Pórticos Rolantes. 2) AA - Acessórios de Amarração. Serão considerados os seguintes acessórios de amarração de cargas, para efeito de aplicação das regras universais: Laços e lingas de Cabos de Aço, Cintas de Poliéster para elevação de cargas, Lingas de Correntes G.8/G.10/G.12, Olhais, Manilhas, 7


Grampos, Equalizadores ou Balancins, dentre outros. 3) CLPO - Check - List Pré - Operacional. Trata-se de um documento interno, que relaciona todos os itens que devem ser inspecionados, tanto nos equipamentos de içamento, como nos acessórios de amarração das cargas. Deve ser de preenchimento diário e obrigatório por parte dos usuários, que devem assinar o documento e encaminhá-lo a supervisão.. 4) LE - Linha de Equilíbrio. É a linha imaginária que passa pelo centro do moitão, e que deve coincidir com o centro de massa (CM) da carga a ser elevada. Não havendo esta coincidência, a carga permanecerá em desequilíbrio em relação ao plano do solo. 5) CM - Centro de Massa. É o ponto visível ou imaginário das cargas que identifica a divisão extata do seu peso. 6) PIC - Plano de Içamento de Cargas. É um conjunto de regras e procedimentos de segurança que devem ser obrigatoriamente adotados antes, durante e após as operações de içamento de cargas. 7) Chocker - Forma de Laçada tipo forca. Uma extremidade do laço é inserida no olhal existente na outra extremidade. 8) Basket - Forma de Laçada tipo cesto. Um laço único é posicionado ao longo de uma carga, tendo os seus olhais conectados em ponto diferentes de um balancim. 9) Trolley - Carrinho da Ponte ou do Pórtico Rolante. É um componente dos equipamentos de içamento que realiza a sua translação perpendicularmente, em relação ao movimento de translação do equipamento. 10) RS - Regras Suplementares. São todas as demais regras igualmente importantes, que dizem respeito as medidas administrativas e de capacitação das equipes operacionais.

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Regras dos Equipamentos. A seguir estão relacionadas as regras universais que devem ser adotadas e cumpridas rigorosamente em relação aos Equipamentos de Içamento de Cargas (EI). 1) Os EI devem ser utilizados conforme os princípios básicos da conformidade e da compatibilidade técnicas, levando-se em consideração as necessidades operacionais a serem satisfeitas. 2) A utilização dos EI, em situações classificadas como de risco médio e alto, deve ser precedida, obrigatoriamente, de um planejamento operacional que priorize as condições de segurança. 3) Os EI devem ser submetidos diariamente a um rigoroso CLPO, devendo as eventuais irregularidades identificadas serem registradas em formulário próprio, devidamente assinado, e serem eliminadas ou minimizadas o mais breve possível. 4) Todos os EI devem possuir um prontuário técnico para o registro do seu histórico operacional e de manutenção preventiva e corretiva. 5) Os EI devem ser submetidos, periodicamente, a um plano de manutenção preventiva desenvolvido e realizado por profissional competente neste tipo de equipamento, mantendo-o sempre em condições seguras de funcionamento. 6) O principio operacional da racionalização de tempos e movimentos, deve ser evitado em benefício da segurança das operações dos EI, entretanto, caso seja necessário, deverá ser realizado com extremo cuidado e desde que não exponha o equipamento, as cargas, a própria operação, as pessoas e as instalações a riscos iminentes de acidentes. 7) Os EI deverão possuir dispositivos limitadores dos movimentos de elevação e abaixamento da carga, bem como dos movimentos de translação longitudinal e transversal, regulados adequadamente, evitando eventuais colisões de partes móveis do equipamento, tais como; cabeceiras contra pára-choques, e moitão contra vigas do EI, além de colisões entre EI que operam em um mesmo caminho de rolamento. 10


8) Os espaços de frenagem dos EI, tanto do movimento de translação, como do movimento de descida das cargas, devem estar corretamente regulados conforme limites estabelecidos pelo fabricante. 9) As operações dos EI devem ser orientadas por um único sinaleiro capacitado, quando o operador tiver a sua visibilidade comprometida ao longo do trajeto da carga. 10) Os EI deverão possuir sinal de advertência sonora, e em alguns casos,

sinal

visual

também,

que

deverão

ser

acionados

automaticamente, ou pelo operador, visando alertar as pessoas próximas ao trajeto das cargas suspensas.

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Regras dos Acessórios. A seguir estão relacionadas as regras universais que devem ser adotadas e cumpridas rigorosamente em relação aos Acessórios de Amarração das Cargas (AA). 1) Os AA devem ser utilizados dentro dos princípios da conformidade e compatibilidade técnicas, levando-se em consideração as necessidades operacionais a serem satisfeitas. 2) A utilização dos AA, em situações classificadas como de risco médio e alto, deve ser precedida, obrigatoriamente, de um planejamento operacional que priorize as condições de segurança. 3) Os AA devem ser submetidos diariamente a um rigoroso CLPO, devendo as eventuais irregularidades identificadas serem registradas em formulário próprio, devidamente assinado, e serem eliminadas ou minimizadas o mais breve possível. 4) Todos os AA devem possuir um prontuário técnico para o registro do seu histórico operacional, inspeções preventivas e descarte. 5) Os AA devem ser dimensionados, adquiridos, armazenados, conservados, inspecionados e descartados por profissionais comprovadamente competentes para estas ações. 6) Os AA deverão, obrigatoriamente, ter a sua qualidade e conformidade técnica comprovadas através de certificados emitidos pelo fabricante devidamente homologado e certificado. 7) Os AA devem ser submetidos periodicamente a um plano de inspeção preventiva, desenvolvido e praticado por profissional comprovadamente capacitado, mantendo-os em condições de utilização absolutamente seguras. 8) Todos os AA deverão possuir identificação visível, legível e indelével referentes a capacidade máxima de carga de trabalho em condições favoráveis, já com o coeficiente de segurança embutido. 9) Os AA deverão ser adequadamente guardados em locais protegidos 12


das intempéries e de atmosferas corrosivas, e devidamente identificados de forma a facilitar a identificação pelos usuários. 10) Os AA não podem, em hipótese alguma, serem submetidos a alterações físicas em relação aos seus projetos originais, além de serem expostos em contato direto com fontes de calor. 11) O conceito da "Linha de Equilíbrio", que é a linha vertical imaginária, que passa pelo centro do moitão e que deve coincidir com o CM da carga, é essencial para o equilíbrio e a estabilidade da carga ao ser elevada e transportada. 12) Todas as cargas amarradas para içamento, deverão ter o seu equilíbrio testado antes de serem definitivamente elevadas. Este teste pode ser realizado através do pré-tensionamento da amarração, que significa tensionar os AA lentamente, sem contudo retirar a carga do solo. Esta operação deve ser realizada mediante a atenta observação do operador e do amarrador. 13) Nas formas de laçadas para amarração das cargas dos tipos forca (Chocker), e angulares (30º, 45º e 60º), devem ser consideradas as perdas de capacidade nominal de carga de trabalho dos AA, que devem ser reavaliadas caso a caso de acordo com as orientações dos fabricantes. 14) É recomendada a utilização das formas de laçadas nas quais os AA são posicionados na vertical simples, dupla, ou dupla em cesto (Basket) pois nestas posições a carga de trabalho poderá ser considerada integral (100%), ou até dobrada (200%).

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Regras Suplementares. A seguir estão relacionadas as regras universais suplementares, relacionadas com medidas administrativas e de capacitação das equipes operacionais, que também devem ser adotadas e cumpridas rigorosamente em relação as operações de Içamento de Cargas. (RS) 1) As empresas deverão desenvolver um PIC, que contenha em seu escopo todas as principais diretrizes, regras e procedimentos operacionais que sejam necessários a segurança das operações de içamento realizadas em suas dependências. 2) As empresas deverão estar atentas ao cumprimento de todas as leis, da Norma Regulamentadora 11 do Ministério do Trabalho e Emprego e das normas técnicas nacionais e internacionais pertinentes ao tema Içamento de Cargas. 3) As empresas deverão divulgar, implantar, cumprir, e, efetivamente fazer cumprir, todas as leis, regras universais e demais procedimentos internos que constem no PIC. 4) Os ambientes onde são realizadas as operações de amarração, içamento e movimentação de cargas, devem apresentar em seus arranjos físicos as condições mínimas de mobilidade e acessibilidade que permitam o deslocamento seguro das cargas em todos os sentidos possíveis da sua movimentação. 5) As equipes operacionais - operadores, amarradores de cargas e sinaleiros deverão receber treinamentos periódicos que os qualifiquem para o exercício destas funções com absoluta competência. 6) As equipes operacionais, notadamente os operadores dos equipamentos de içamento, deverão ser submetidas periodicamente a exames médicos e psicológicos compatíveis com suas funções.

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Conclusão. As regras que apresentamos neste livro são básicas, por isso são denominadas universais, ou seja, em qualquer país ou indústria, onde hajam operações de içamento de cargas, estas regras podem ser aplicadas com resultados excelentes. Evidentemente que estas regras podem ser ampliadas e customizadas, atendendo as peculiaridades de cada indústria e de cada operação de içamento de cargas, porém, a sua essência deve ser mantida para que o objetivo implícito no conteúdo seja alcançado. Estabelecer regras e procedimentos para as operações de içamento de cargas na indústria não é tarefa fácil, devido a grande diversificação de situações operacionais existentes que requerem um padrão de operação que garanta maior segurança e confiabilidade na movimentação das cargas. Por outro lado, não basta apenas compilar regras e divulgá-las junto aos profissionais envolvidos com as operações de içamento de cargas, é fundamental que todos sejam devidamente treinados e acompanhados regularmente pela supervisão, pois, além de cumprir a legislação de um modo geral, é dever e obrigação das empresas fazerem cumprir todas as regras e procedimentos de segurança implantados. Recomendamos que as empresas providenciem um livreto com as regras a ser entregue, mediante recibo, aos operadores de equipamentos de içamento, aos amarradores das cargas e aos sinaleiros após o treinamento, ficando registrado que todos foram informados sobre as regras e a importância das mesmas serem cumpridas. A supervisão desempenha papel importante neste contexto, não apenas orientando e exigindo o cumprimento das regras, mas, sobretudo, fiscalizando regularmente a atuação dos profissionais responsáveis pelas operações, além de disponibilizar equipamentos e acessórios em perfeitas condições de utilização. Os profissionais de Segurança do Trabalho também exercem importante 15


participação neste processo, pois, devem assessorar tecnicamente os supervisores desde a especificação e aquisição dos equipamentos e acessórios, passando pelo desenvolvimento das regras, até o treinamento das equipes operacionais.

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RiskMov.

Safemov Consulting / RiskMov Gestão de Riscos no Içamento de Cargas na Indústria. www.safemov.wix.com/riskmov

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Direitos Autorais. Este livro não pode ser reproduzido em partes, ou na sua totalidade, sem a autorização expressa do autor. É permitida a compilação reprográfica do conteúdo deste livro para fins técnicos e didáticos, entretanto, com a autorização expressa do autor. Este livro não pode ser comercializado por terceiros que o tenha adquirido diretamente do autor ou através dos seus sites. Os infratores estarão sujeitos as penalidades previstas em lei específica de direitos autorais.

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