Número ZERO | quinta-feira, 25 de setembro de 2014 | Preço 1 cênt. | Diretor Vítor Norinha
Banqueiros
Descubra as diferenças Pág. 4 a 7 QUINTA FEIRA
João Rendeiro BPP
Oliveira e Costa BPN
Jardim Gonçalves BCP
POLÍTICA TECNOFORMA PEDRO PASSOS COELHO, ONDE PARA O “ANIMAL POLÍTICO?”
Ricardo Salgado BES
Página 3
BRASIL MARINA VS DILMA
De que lado vai ficar Deus? Página 10
FUTEBOL Tudo sobre o Euro 2020 e as guerras entre Blatter e Platini
MOTORES Revolução. Acabaram os acidentes com o novo Volvo XC90
CULTURA Afonso VI de Espanha sabe que tem de ganhar o posto
Páginas 14 e 15
Página 18
Página 12 PUB
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quinta-feira 25 de setembro de 2014 | www.oje.pt
visão&destaque
Vítor Norinha Diretor vnorinha@oje.pt
Já não caímos todos de pé Hoje, todos os atos de políticos, banqueiros e gestores são vistos à lupa e de forma mais restrita Hoje, poucos acreditam que o problema da SLN/BPN não fosse conhecido pelo então governador Vítor Constâncio. Podia tê-lo evitado com antecedência, não o fez. Mas também poucos acreditam que a atual regulação de Carlos Costa não tivesse um conhecimento suficiente do que se estaria a passar no BES, BCP ou Banif e a opção foi, primeiro, deixar andar, e depois atuar num momento em que se torna impossível dizer que não se sabia, nem se suspeitava, nem se tinha ouvido falar. Lembramo-nos da cena do Titanic, com os violinos a tocarem num navio em forte plano inclinado, distraindo quem tenha perdido o senso da vida ou quem simplesmente queria ignora o inevitável. Deixemos de nos afirmar como “virgens ofendidas” nos processos que todos conhecemos. Acabou o tempo antigo, de há meia dúzia de anos, em que se “caía de pé”. Ainda nos lembramos do tempo revolucionário do PREC de há quase 40 anos, quando alguns políticos da altura embandeiravam em arco com as informações malévolas sobre a estratégia do Antigo Regime, como se o cidadão comum não soubesse o que estava a acontecer. Hoje, rasteja-se e assume-se consequências. No duelo dos Antónios, Seguro percebeu o tema e no debate lançou as insinuações das ligações política/negócios. O outro dos Antónios fez-se vítima, desconhece, pessoalizou como se o tema não merecesse resposta. Hoje, a política é feita de outra forma. O tema da Tecnoforma, algo que envolve 60 Deixemos de nos mil euros pagos pela “casa da afirmar como “virgens democracia” pode aniquilar um primeiro-ministro nas ofendidas” nos processos próximas semanas. Não vale que todos conhecemos a pena redirecionar as respostas para o parlamento e para o Ministério Público, quando o mais fácil seria afirmar “preto no branco” se recebeu ou se não recebeu e tirar as devidas ilações: “Terei forças para continuar nas reformas do país ou demito-me?” Passos tem em toda esta história dois handicaps: alguém do seu “inner-cicle” não é seu amigo e, ainda não encontrou o conselheiro que o transforme em “animal político”. Pode, por isso, a vida política não passar de outubro.
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Aviões dos Aliados e dos EUA continuam a atacar bases do Estado Islâmico no Curdistão sírio, junto à fronteira com o Iraque. Albu Kamal, na fronteira entre os dois países, bem como os arredores da cidade síria de Alepo, no norte, são alvos privilegiados dos bombardeamentos. FOTO EPA/US NAVY/CHRISTOPHER LINDAHL
asúltimas CORREDOR DA ENFERMA
Argélia O grupo jihadista argelino – Jund al-Khilifa (Os soldados do califado), com ligações ao Estado Islâmico divulgou, ontem, um vídeo que mostra a decapitação do turista francês Herve Gourdel, capturado no domingo, noticiou a Agence France Press. Os extremistas tinham dado à França 24 horas para que abandonasse os EUA nos ataques aéreos contra posições do EI no Iraque e na Síria.
Reino Unido LONDRES É CIDADE MAIS CARA DO MUNDO A “City” tornou-se a cidade mais cara do mundo para as multinacionais tendo em conta o custo de alojamento e escritório, superando Hong Kong, que ocupou o primeiro lugar do ranking da imobiliária
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Países Baixos MEGA OPERAÇÃO DA EUROPOL DETÉM 1000 Savills, nos últimos cinco anos. Seguem-se Nova Iorque e Paris, onde o custo de aluguer de um alojamento e um escritório custa mais de 77 mil euros por ano.
Béligica PORTUGAL É 5º PIOR DA UE EM NÚMERO DE EXECUTIVAS A média europeia de mulheres em conselhos de administração de empresas subiu 0,8 pontos
A Europol, serviço europeu de polícia, com sede em Haia, Países Baixos, coordenou uma mega operação contra o crime em 34 países, entre os quais Portugal, envolvendo 949 militares da GNR. No âmbito desta mega operação europeia foram detidas mais de 1000 pessoas e feitas várias apreensões de droga, dinheiro e carros de luxo. Em Portugal foi detida uma pessoa e apreendidos 57 Kgs de cobre.
sórir
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percentuais para os 18,6% em abril, na comparação com outubro de 2013, revelou a Comissão Europeia, continuando o nosso país muito abaixo da fasquia média. Portugal – com 8,7% de mulheres em cargos de administração – apresenta a quinta pior prestação.
JIHADISTAS DECAPITAM TURISTA FRANCÊS
QUE É ISSO DA
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SÓ PODE ! P ARA QUE SERVEM AS SECRETÁRIAS ?
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www.oje.pt | quinta-feira 25 de setembro de 2014
É um cidadão tranquilo, essa criatura dia 5 de M 50 aio de 1989 sentada à sua secretária
visão&destaque acimaabaixo
Ferraz da Costa O presidente do Forum para a Competitividade vê mais além! Pedro Ferraz da Costa afirmou ser necessário um acordo de duas legislaturas para estabilizar as contas públicas e colocar o país a crescer de forma sustentada.
DEPOIS SEPAROU-SE
Pedro Passos Coelho
António Ferreira Gomes A José de Mello Saúde aguarda pela luz verde da AdC, há mais de uma semana. Num mundo global, com transações ao segundo, a JMS pode acabar fora do negócio da ESS por motivos “administrativos”.
António Costa O PS conta espingardas com as suas eleições primárias, causadas por vontade de António Costa. Em todos os debates televisivos com José Seguro, não apresentou uma única proposta para o país, as quais reserva para mais tarde.
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TECNOFORMA
Será um pedido de investigação à PGR uma manobra dilatória? A saga Tecnoforma continua. Com o pedido de esclarecimentos à PGR sobre as eventuais ilicitudes, surgiram provas de que o PM assinou um documento a declarar que o regime no Parlamento era de exclusividade VÍTOR NORINHA vnorinha@oje.pt
A inexistência de um consultor político à altura é a explicação para Passos Coelho, não acertar nos tempos. Teve oportunidade de provocar eleições antecipadas e não o fez. Agora manda terceiros responder a um tema pessoal e fica refém.
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P
Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro começou por remeter o tema da Tecnoforma e daquilo que alegadamente recebeu entre 1995 e 1999, enquanto deputado em regime de exclusividade, para o parlamento e depois para o Ministério Público, a fim de este dar os devidos esclarecimentos. Entretanto, já sabemos que a PGR não trata de casos prescritos, mas existe a obrigação de verificar se houver algum tipo de ilegalidade. E, por outro lado, dificilmente se chegaria às contas da Tecnoforma que foram apreendidas pelo regulador luxemburguês há uns anos. Resta as contas bancárias do visado. Questiona-se ainda com que fundamentos se fará um inquérito, uma investigação ou processo de intenções de algo sobre o qual se poderá aplicar uma sanção moral. A onda de choque provada pelas notícias dos jornais, com destaque para o Público e Expresso, não deixa margem para dúvidas sobre a ilicitude. O acesso a cartas pelo Expresso, assinada pelo então deputado Passos Coelho diz claramente que se está em regime de exclusividade e recorde-se que ainda no início da semana, a secretaria-geral da AR, em nota, veio afirmar que “não existe” no Parlamento uma “declaração de exclusividade” de Pedro Passos Coelho enquanto deputado entre 1995 e 1999, e que a posterior atribuição de subsídio de reintegração ter-se-á baseado na “situação factual relativa aos dados sobre os rendimentos do período em causa”. Passos Coelho está na “corda
bamba” e não usa a terceira alternativa e que é ser ele próprio a prestar esclarecimentos sobre a situação durantes aqueles anos. Recorde-se que Passos Coelho anunciou esta terça-feira que iria pedir a intervenção da PGR para esclarecer se existiu, ou não, algum tipo de ilicitude entre 1995 e a atualidade e aquilo que se pretende saber é se durante os oito
60.000 Passos Coelho solicitou um subsídio de reintegração para deputados em regime de exclusividade. Foram-lhe pagos 60 mil euros
anos em que foi deputado pelo PSD teve, ou não, rendimentos que colidissem com o regime de exclusividade. O Parlamento já disse que não, mas entretanto Passos Coelho solicitou um subsídio de reintegração para deputados em regime de exclusividade. Foram-lhe pagos 60 mil euros quando, de acordo com as informações recolhidas por vários órgãos de comunicação, houve uma acumulação de lugar com o de consultor da Tecnoforma. Uma denúncia anónima, citada pela Sábado, fala em pagamentos mensais de cinco mil euros. Passos não se lembra do que aconteceu no virar do século e instou a PGR a responde por ele. Politicamente Passos está “emparedado” depois de afirmar que não deixará de tirar as devidas conclusões e consequências “em função do apuramento que a PGR vier a fazer”.
LUSA/TIAGO PETINGA
PELO PRÓPRIO PUNHO O secretário-geral da Assembleia da República, Albino Azevedo Soares, tinha garantido na segunda-feira que o atual primeiro-ministro (PM) não desempenhara o seu mandato de deputado em regime de exclusividade. Mas foi Passos Coelho quem invocou a exclusividade, apesar de à posteriori. O governante assinou um documento a declarar que o seu regime no Parlamento era de exclusividade e outro a solicitar o subsídio de reintegração, devido a quem se encontrasse nesse regime, avança uma investigação do jornal Público. O diário revela a declaração sobre a natureza exclusiva do exercício de funções parlamentares, de fevereiro de 2000, onde o PM declara que, “por solicitação dos serviços do Parlamento”, informa “que desempenhei as funções de deputado, durante a VI e VII Legislaturas, em regime de exclusividade”.
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Passos Coelho anunciou esta terça-feira que iria pedir a intervenção da PGR para esclarecer se existiu, ou não, algum tipo de ilicitude entre 1995 e a atualidade
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xxx-feira xxx de xxx de 2014 | www.oje.pt
anรกlise&desenvolvimento
BANQUEIROS SALGADO, JARDIM, RENDEIRO E OLIVEIRA E COSTA
Conheรงa as diferenรงas
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www.oje.pt | segunda-feira 22 de fevereiro de 2014
É um cidadão tranquilo, essa criatura dia 5 de M 50 aio de 1989 sentada à sua secretária
análise&desenvolvimento
DEPOIS SEPAROU-SE
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A queda do “Grande Alquimista”, amigo de José Amusátegui marcou o ponto de não retorno do “velhos” banqueiros portugueses. Salgado, o Dono Disto Tudo, foi aquele que gerou maior prejuízo para o país, tendo em conta o impacto internacional da queda do GES/BES, enquanto Rendeiro e Oliveira e Costa são casos diferentes de engenharia, com o último a entrar na ilicitude. Nesta análise estudámos as motivações de todos, os nascimentos e as mortes anunciadas. A história fará o resto.
VÍTOR NORINHA vnorinha@oje.pt CARLOS CALDEIRA ccaldeira@oje.pt
Salgado, Jardim, Rendeiro e Oliveira e Costa, o que os une é igual aos que os separa. Os quatro “Cavaleiros do Apocalipse” começaram de forma diferente, tiveram ambições semelhantes e caíram na mesma armadilha. Esforço, ambição, poder, ganância, sobranceria foram características dos últimos banqueiros. Para todos o resultado está a ser julgado nas ruas e na comunicação social. Os processos judiciais estão a terminar para alguns e estão a começar para outros. Os nomes “rolam” pela lama, com a justiça da rua, incapazes de elevar o bom trabalho que alguns fizeram pelo país. A queda aos infernos foi feita num ápice. Os velhos banqueiros estão a acabar e com eles vão os velhos reguladores e as antigas metodologias. É preciso criar uma nova confiança. O sistema financeiro não gosta de volatilidade – esse é um tema dos mercados financeiros, mas não dos bancos -, mas antes de estabilidade. Oliveira e Costa foi o banqueiro que veio do nada, pastou cabras (ou pelo menos gostava que essa parte da sua vida tivesse um capítulo relevante nos seus primórdios) e abriu a “caixa de Pandora” do sistema financeiro, mas foi a queda do DDT (o dono disto tudo) que levou Portugal a uma das raras vezes em que foi protagonista de um evento à escala mundial. A queda do GES/BES fez tremer os mercados financeiros europeus, levou reguladores a exigirem mais controlo, obrigou a “toda poderosa” chanceler Merkel a falar do banco e transpôs oceanos e “beliscou” Nova Iorque. Ricardo Salgado fez o país escrever-se a verde, o verde do BES, que depois se tronou o “banco mau”, num modelo que pretendeu penalizar os acionistas, os obrigacionistas mas, sobretudo destronar uma família de banqueiros. Salgado nasceu num berço de ouro, nasceu aristocrata da
banca, foi preparado para um posto de chefia, e teve uma caminhada estudantil relativamente protegida. Ninguém sabe se durante a juventude a timidez poderia significar sobranceria mas, pelo menos, dizem os mais próximos, conseguiu proteger-se dos pedidos de cunhas de colegas. Fez a Marinha num lugar privilegiado, inventado para o próprio (tesoureiro da Fábrica Nacional de Cordoaria). Começou, como era timbre na família, a trabalho num balcão do banco, e o 11 de março da Nacionalização apanha-o quando se preparava para levantar voo no BESCL. Foi forçado a sair do país, foi fazer a via sacra pela Suíça, Reino Unido e Brasil. Neste último país integrou-se na pequena colónia de ricos portugueses do
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O banqueiro que veio do nada, pastou cabras (ou pelo menos gostava que essa parte da sua vida tivesse um capítulo relevante nos seus primórdios) e abriu a “caixa de Pandora” do sistema financeiro OLIVEIRA E COSTA
Fez o país escrever-se a verde, o verde do BES, que depois se tronou o “banco mau”, num modelo que pretendeu penalizar os acionistas, os obrigacionistas mas, sobretudo destronar uma família de banqueiros RICARDO SALGADO
Rio de Janeiro e cultivou as boas relações ligadas à aristocracia empresarial local. Regressou a Portugal para a criação do BIC e assumiu a presidência do banco pela morte de Manuel Ricardo Espírito Santo. Mas é a partir do BIC e do BESCL com a privatização feita que Ricardo Salgado começa a tecer a teia de influências extensivas ao mundo empresarial, político, desportivo e, inclusive, ao mundo das sociedades secretas. Salgado manteve a fidelidade a um dos princípios de sempre da família, fazendo ponte de apoio a todos os governos. Jardim Gonçalves é um cavalheiro, que nasce na Madeira, numa família de classe média com o pai comerciantes e a mãe, professora. Ninguém sabe a razão, mas só começou a falar depois de fazer os quatro anos e, nessa altura, ninguém diria o que viria a conseguir. É um aluno inteligente e muito trabalhador, fez o liceu na Madeira e vem para Coimbra estudar engenharia civil, tendo concluído os dois últimos anos do curso na faculdade de Engenharia do Porto. Começou por dar aulas na mesma faculdade e a trabalhar na MSF. Estava a trabalhar na obra do porto de Leixões em 1961 quando é mobilizado, exatamente o ano em que rebentam os conflitos no norte de Angola. É mobilizado para este antigo território ultramarino e acompanha-o a mulher, pois entretanto tinha casado. Faz uma comissão de serviço brilhante a lidera uma companhia de sapadores que tinham por missão abrir as picadas para veículos militares e construir pistas de aviação. Participa na operação de Nambuangongo, uma das mais perigosas até então. Na operação pratica atos de bravura e foi distinguido com a Cruz de Guerra. Na mesma ocasião um soldado salva-lha a vida e do qual ficará sempre amigo. A história resumese a um capacete de ferro da II Guerra Mundial que os militares portugueses usavam e que frequentemente tiravam devido ao mal-estar causado. Jardim tira o capacete, um soldado diz-lhe: “Não faça isso meu alferes!” e recoloca o capacete. Breves instantes depois um projétil é rechaça-
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Mas é a partir do BIC e do BESCL com a privatização feita que Ricardo Salgado começa a tecer a teia de influências extensivas ao mundo empresarial, político, desportivo e, inclusive, ao mundo das sociedades secretas
Jardim Gonçalves é um cavalheiro, que nasce na Madeira, numa família de classe média com o pai comerciantes e a mãe, professora. Ninguém sabe a razão, mas só começou a falar depois de fazer os quatro anos
do pelo ferro do capacete de Jardim e não morre. O então alferes atribui o evento à interseção divina, e foi algo que o influenciou durante toda a sua vida de trabalho. Entretanto, desmobilizado é convidado e contratado pelo Governo local para a Secção Provincial de Obras Públicas. Entretanto regressa à cidade Invicta, vai para o porto de Leixões e recebe um convite de Paulo Cendim, o maior acionista do Banco da Agricultura. Este, inteligentemente, percebe que sendo professor na Faculdade de Economia do Porto não era homem de empresas e consegue arranjar cinco amigos para o ajudarem na gestão do banco. Estamos em 1970. E, quatro anos depois com os saneamentos que se seguiram ao “25 de abril”, Jardim é eleito administrador em junho de 74 e em março de 75 estava desempregado por via da nacionalização da instituição. Ao longo daqueles nove meses a força das Comissões de Trabalhadores inviabilizaram qualquer iniciativa. E a aposta seguinte é no espanhol Banco Popular, que tinha 10% do Banco da Agricultu-
RICARDO SALGADO, O PRAGMÁTICO Ricardo Salgado foi sendo acusado de liderar o “banco do regime”, fosse o governo liderado por socialistas ou por sociais-democratas. Mas foi com José Sócrates que teve maior ‘intimidade’ política. Entretanto, passou de “dono disto tudo” a dono de nada, ficou sozinho, a assistir ao desmoronamento dos activos familiares do Grupo Espírito Santo (GES). A 2 de julho, demite-se da presidência do BES Investimento (BESI). Cedendo a pressões do Banco de Portugal, Ricardo Salgado pede a demissão em 20 de julho 2014 do cargo de presidente da comissão executiva do BES, tendo sido substituído por Vítor Bento. Quatro dias depois o “dono disto tudo” foi detido em sua casa, no Estoril, por alegado envolvimento na operação Monte Branco, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais alguma vez detetada em Portugal. Mas se a relação com os políticos era “íntima”, com a imprensa também o foi, principalmente a partir de Outubro de 2008, quando a Ongoing compra o Diário Económico. Relação que Ricardo Salgado quis desvalorizar logo em Outubro de 2009 quando afirma que "não há relação privilegiada com a Ongoing". Na altura, o presidente do BES garantiu que o banco considerava importante que sejam grupos portugueses a controlar as empresas de média e que tinha apoiado a Ongoing como apoiou outros grupos. "Não era nossa intenção sermos donos de grupos de media", assegurou, sublinhando que a missão do BES é "promover e apoiar os empresários e as empresas". No entanto, segundo colaboradores da Ongoing, o GES era omnipresente na redação do jornal, através do seu administrador editorial. E o semanário Sol chegou mesmo a apelidar o Diário Económico de “Diário Rosa”.
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quinta-feira 25 de setembro de 2014 | www.oje.pt
análise&desenvolvimento
JOÃO RENDEIRO, O ESPERTO
ra. E assim permanece em Espanha até ser convidado por Ramalho Eanes para regressar ao país. Abraça a administração do BPA como presidente e em 1985 é convidado por Américo Amorim para ser o líder de um novo banco universal, o BCP. Recorde-se que Jardim Gonçalves não foi a primeira escolha de Amorim, mas Jardim tinha o que Amorim queria: uma visão de larga escala. Jardim “deu música” ao Sr. Américo Amorim, afirmam fontes que estiveram próximas ao processo. Amorim queria lançar um banco e rapidamente multiplicar o preço das ações.
ALQUIMISTA Jardim entrou pela porta grande na indústria mas essencialmente cai porque fez opções certas mas que não resultaram, caso da aposta na Grécia; ou fez opções certas mas que exigiam grandes investimentos, caso da Polónia e dos seguros; ou fez operações erradas, parafraseando o próprio, caso da escolha do delfim Paulo Teixeira Pinto. No caso de Salgado é a ambição a crescer mais do que aquilo que a gestão do negócio permite. Aliás, ambos os gestores são vítimas da ambição e ao longo dos últimos 20 anos competiram sempre um contra o outro. Salgado afirmava repetidas vezes não acreditar no crescimento por aquisições, Jardim advogava a independência e a dimensão. Na base de decisões de ambos, consideradas muitas delas polémicas, senão mesmo ruinosas estão as influências dos famosos consultores formados no Insead ou na Católica, sempre com receitas
mágicas e pagos a peso de ouro. Ainda hoje se comenta a influência, possivelmente negativa do falecido António Borges sobre as opções do BCP e do BES, tanto no papel de conselheiro pessoal, como quando quadro superior da Goldman e vice-governador do Banco de Portugal. A tática passa-
va por incentivar os resultados de curto prazo. Ambos os gestores podem ser caracterizados pela ganância, a ambição, o poder que repentinamente subiu à cabeça, a doença do poder, a corrosão do carácter e a embriagues do dinheiro. Estes indicadores acabaram por toldar as ideias e fizeram-lhes perder a aderência à realidade.
JARDIM GONÇALVES, O VISIONÁRIO ARTISTA O fundador do Banco Comercial Português (BCP) Jorge Jardim Gonçalves continua a reafirmar a sua inocência, que espera ver reconhecida publicamente, face às acusações de que é alvo nos tribunais devido à alegada prática de irregularidades no banco. "Há um caminho judicial que tenho percorrido em várias frentes. O ambiente criado em 2007 ainda não foi esclarecido", disse o antigo banqueiro, em junho último, durante a apresentação da sua biografia "O poder do silêncio", da autoria de Luís Osório, em Lisboa. Jardim Gonçalves, foi condenado no início de maio a uma pena de dois anos de prisão, que ficou suspensa. Mas não desiste. Recorreu da decisão do coletivo de juízes das Varas Criminais de Lisboa, que o condenou pelo crime de manipulação de mercado. O ex-banqueiro foi acusado de manipulação de mercado, da criação indevida de sociedade 'offshore', de manobras para valorizar as ações do BCP, entre outras, para daí retirar benefícios pessoais. Já em janeiro de 2013, o Tribunal de Pequena Instância Criminal deu como provadas as acusações da CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários contra os nove arguidos do caso BCP, incluindo o fundador Jardim Gonçalves, por prestação de informação falsa ao mercado. Jardim Gonçalves viu confirmadas as contraordenações muito graves que deram origem a uma coima única de um milhão de euros e viu também confirmada a inibição de desempenhar cargos no setor financeiro durante cinco anos. Mas, em março deste ano, o juiz António da Hora decidiu declarar extintos todos os procedimentos contraordenacionais que visavam o fundador do BCP no processo interposto pelo Banco de Portugal (BdP), por prescrição dos fatos. Isto significa que o antigo presidente do BCP não terá que pagar um milhão de euros em coimas
João Rendeiro é um artista na linguagem de opinadores do sistema
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Passou a linha, foi andando na temeridade, passou para o excesso, passou para as habilidades perigosas do “poço da morte” e estampou-se” RICARDO SALGADO
financeiro. Originário de uma família média, não nasceu em berço de ouro. Fez um excelente curso que lhe abriu as portas da McKensey, trabalha com Manuel Violante com quem se incompatibiliza, acreditando na supremacia das suas ideias. Acaba por ter uma participação muito importante nas empresas de Mario Conde à volta do Totta na tentativa de compra da instituição pelo banqueiro. A ambição dispara motivado pela ajuda dada a Conde e, entretanto, este é preso. Este é um banqueiro que pára na ilicitude, o que contrasta com Jardim que nunca passou essa linha, e nunca foi além da temeridade. Este foi o homem que “fez o mortal”, saiu-se bem durante duas ou três cambalhotas e ao 4.º mortal alguém lhe tira a rede e acaba julgado por práticas contabilísticas. Salgado, pelo contrário, passou a linha, foi andando na temeridade, passou para o excesso, passou para as habilidades perigosas do “poço da morte” e estampou-se”. Rendeiro e Oliveira e Costa começam as carreiras de banqueiros na irregularidade, mas Oliveira e Costa é mais grave porque nasce na ilicitude. Oliveira e Costa é um beirão, com as conhecidas “manhas” da terra, obtém uma licenciatura
O fundador do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, era considerado uma espécie de Midas. Durante anos a fio, transformava em lucro aquilo em que tocava. Rendeiro era o equivalente nacional dos grandes investidores de Wall Street. Era. Atualmente, está a contas com a Justiça. Em maio último, o Tribunal de Comércio de Lisboa inibiu João Rendeiro de exercer atividade comercial durante oito anos. O fundador e os outros cinco exadministradores do BPP foram considerados culpados pela insolvência do banco. João Rendeiro perdeu ainda o direito de exigir qualquer crédito sobre a massa falida. O BPP tinha, em 2013, cerca de 400 milhões de euros depositados em bancos. Relembre-se que João Rendeiro reivindicou diretamente créditos de 4,25 milhões de euros, embora a comissão liquidatária apenas lhe reconheça em tribunal o direito a receber 25,19 euros. O julgamento teve início em Maio de 2013 e o processo surgiu como consequência de um parecer da comissão liquidatária, presidida por Luís Máximo dos Santos. Esta comissão já tinha considerado a insolvência dolosa e o seu parecer foi acompanhado pela ação do Ministério Público. Em Fevereiro deste ano, arrancou ainda nas Varas Criminais de Lisboa o julgamento do processo-crime contra João Rendeiro e os seus administradores acusados de burla qualificada em co-autoria. Já em Junho de 2014, o fundador do BPP foi considerado como "omnipresente" e "omnipotente" na sua gestão e que nada de relevante se fazia sem o seu conhecimento, segundo afirmou, em tribunal, um dos instrutores do processo que ditou as contra-ordenações impostas pelo Banco de Portugal.
com dificuldade pessoal e da família e acaba a trabalhar na inspeção do Banco de Portugal. Conseguiu manobrar dentro da estrutura do PSD, chega a tesoureiro do partido e acontece-lhe uma fatalidade como Cavaco Silva como ministro das Finanças: é chamado para secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. A mistura era explosiva: governante, e anterior-
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www.oje.pt | quinta-feira 25 de setembro de 2014
É um cidadão tranquilo, essa criatura dia 5 de M 50 aio de 1989 sentada à sua secretária
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OLIVEIRA E COSTA, O DESAFIADOR
INFLUÊNCIAS NO TEMPO DE SALAZAR Histórias antigas dão conta de um antigo “arrufo” entre a família Espísito Santo e a família Sousas, do Banco Fonsecas Santos e Viana, uma instituição muito capitalizada no início do Estado Novo e com grandes excedentes de liquidez. Salazar quis logo de início resolver a questão dos empréstimos de curto, convertendo-os em títulos perpétuos e, para isso, propôs aos vários bancos do sistema um modelo de quota a negociar com o Banco de Portugal, de acordo com o peso de cada no negócio bancário do país. A organização da operação foi do Banco Fonsecas Santos e Viana que se propôs junto de Salazar ficar com a sua quota e o remanescente que outras instituições não quisessem tomar. Houve bancos que tomaram menos do que a sua quota natural, outros nada quiseram e o BES aceitou tomar o que lhe cabia. O Fonsecas Santos tomou mais do que todos os outros e ganhou o favoritismo de Salazar. Os Espírito Santos é que se aperceberam tarde e não descansaram enquanto não conseguiram a atenção do regime.
mente fora tesoureiro do partido. Os perdões fiscais envolvidos em mistérios ainda estão por esclarecer, com a Cerâmica Campos entre os mais mediáticos. Passa entretanto pelo BEI e ganha galões de pessoa importante. Regressa a Portugal e convence Álvaro Costa Leite para presidir ao Finibanco. Faz favores aos amigos e é afastado. O BPN tinha ganho contornos e começa a interessar os acionistas com o potencial da área imobiliária, fazendo o “milagre da multiplicação dos pães”. O BPN cria SLN e os acionistas da SLN eram financiados pelo BPN. Afirmam fontes conhecedoras das operações que enquanto Rendeiro fazia “engenharia financeira”, Oliveira Costa
dedicava-se à “carpintaria financeira”. Rendeiro aproximou-se de Balsemão e de Saviotty e obteve o apoio de figuras que lhe permitiu chegar junto de grandes fortunas. E, claro quando a ambição rebenta com as fronteiras da racionalidade começa o investimento em produtos de altíssimo risco. Percebe-se que tinha um projeto grande para dominar o BCP por dentro e com Paulo Teixeira Pinto tudo parecia fácil. O desastre de Rendeiro é acelerado com a desvalorização do BCP. A aposta na Jerónimo Martins foi talvez a operação mais importante de tentativa de controlo de uma grande empresa cotada. Pelo caminho ainda ficou a especulação com Joe Berardo.
José de Oliveira e Costa começou a trabalhar aos quinze anos, como empregado de escritório. Ao mesmo tempo prosseguiu os estudos, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde se licenciou. Militante do PSD, torna-se, em 1998, presidente do BPN, pondo em prática uma estratégia de investimento em diversos setores de atividade. Mas nem tudo correu bem. Em 2008 foi detido, acusado de crimes como abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documento e branqueamento de capitais, no âmbito das alegadas irregularidades que levaram ao colapso e à nacionalização do BPN. O ex-presidente do banco esteve inicialmente em prisão preventiva, mas passou a estar em prisão domiciliária em 21 de Julho de 2009. Em novembro de 2010, passou a estar em liberdade e com obrigação de apresentação periódica na secretaria do tribunal. Mesmo com a Justiça à perna, Oliveira e Costa não deixou de desafiar o sistema. Divorcia-se de forma a não poderem ser penhorados vários bens da família. Em abril de 2012, a empresa criada pelo Governo para recuperar créditos, a Parvalorem, avançou com uma ação em tribunal contra Oliveira e Costa. Em causa estava a conta do antigo presidente do BPN no Banco Insular. Processos contra o banco 'colonizam' o país de norte a sul. O Estado reclama a José Oliveira e Costa 13,771 milhões de euros pelos prejuízos causados na sua passagem pela administração do banco. Na ação intentada no final de 2011, o Estado pede ainda que o divórcio de Oliveira e Costa seja considerado um negócio simulado e, por isso, nulo. Só em Setembro de 2013 é que o Estado recupera os bens da mulher de Oliveira Costa, com o Tribunal a anular o divórcio decretado em 2008. Em janeiro último, Oliveira e Costa apresentou um recurso no Constitucional alegando que não pode ser julgado por mais do que um crime, enquanto líder da instituição bancária.
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análise&desenvolvimento PORTUGAL VS. ESPANHA
Alguém acredita que somos bons? Portugal é muito bom em infraestruturas, engenheiros e cientistas e na facilidade com que permite criar negócios. Tem nota negativa na burocracia, impostos e acesso ao financiamento.
ALMERINDA ROMEIRA aromeira@oje.pt
Na corrida da competitividade do pós-Troika, Portugal galgou 15 lugares e está em cima da Espanha no ranking do Relatório Global de Competitividade 2014/2014 do World Economic Forum, que compreende 144 países. Este desempenho é do melhor, sobretudo considerando que, desde 2007, o país vinha a cair na avaliação, e colheu o regozijo de governantes e da elite empresarial. A inversão da tendência de queda assenta, segundo o WEF, “nos sinais positivos resultantes do
programa de reformas estruturais adotadas nos últimos anos, mais evidentes em áreas relacionadas com o funcionamento do mercado de bens”. Porém, o que diz ao cidadão comum o 36º lugar agora alcançado e o facto de nos termos colado à Espanha que manteve a sua 35ª posição? Pouco ou nada. O homem da rua é sensível à crise, à austeridade que lhe esvazia o bolso, não ao sobe desce dos rankings, ou ao palavreado dos economistas. Porém a coisa muda de figura se se pensar nas razões da crise. O que está, afinal, na origem desta? Simples. “A nossa falta de competitividade”, responde Luís Filipe Pereira, Presidente do Forum de Administradores de Empresas,
instituição que com a Proforun (Associação para o Desenvolvimento da Engenharia) apresentou o relatório na AESE, Escola de Direção e Negócios, em Lisboa. A melhoria dos indicadores de competitividade significa que Portugal está agora melhor do que estava em 2013. Mas como, se o país tem uma dívida pública que é das mais elevadas do mundo?! A pergunta foi feita e a resposta não colheu pela surpresa. A dívida pública é apenas um dos 113 indicadores dos 12 pilares de desenvolvimento avaliados no âmbito deste relatório, que coloca Portugal no 36º lugar da competitividade global. Melhorias significativas foram registadas na facilidade de criação
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O que está, afinal, na origem da crise? Simples. A nossa falta de competitividade LUÍS FILIPE PEREIRA
PRESIDENTE DO FORUM DE ADMINISTRADORES DE EMPRESAS
de negócios, área onde Portugal é atualmente o 5º melhor do mundo. Em 2006, antes do Simplex e da empresa na hora abrirem as portas, estávamos em 89. De igual modo, o país obteve ganhos na
flexibilidade do mercado laboral, não obstante, estar ainda na 113ª posição, o que indica que há ainda muito trabalho a fazer neste campo. Nas infraestruturas campeamos, sobretudo nas estradas. Anos seguidos a plantar betão dão ao país o 2º lugar do mundo na qualidade das estradas. Esta é, aliás, a nossa melhor marca no ranking. A segunda vai para a qualidade das escolas de gestão, onde figuramos em 4º lugar. Outro exemplo de bom desempenho é o que respeita a mão de obra qualificada: cientistas e engenheiros, onde somos o 8º país do mundo. No grupo dos fatores críticos para os negócios figuram (por esta ordem de importância) a burocracia governamental, as taxas
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análise&desenvolvimento
Portugal ultrapassou 4 países europeus
Lusofonia Portugal e os membros da CPLP Portugal
51º (2013) 36º (2014)
Brasil
56º (2013) 57º (2014)
Cabo Verde
37 43
122º (2013) 114º (2014)
Timor-Leste 138º (2013) 136º (2014) Moçambique 137º (2013) 133º (2014) Angola
142º (2013) 140º (2014)
A República Checa subiu de 46º para 37º
A Polónia desceu um degrau de 42º para 43º
47 49
Malta desceu 6 posições ocupando o 47º lugar
Itália manteve-se na 49ª posição do ranking
ÍTEMS EM QUE PORTUGAL APARECE MELHOR COLOCADO
7º
2º
4º
5º
7º
5º
INSTITUIÇÕES
INFRAESTRUTURAS
EDUCAÇÃO
COMÉRCIO
COMÉRCIO
COMÉRCIO
6,5/7,0 Custos empresariais com o terrorismo
6,3/7,0 Qualidade das estradas
5,9/7,0 Qualidade das escolas de gestão
2,5/7,0 Número de dias para iniciar atividade
5,2/7,0 Prevalência das barreiras comerciais
0,8% Taxas comerciais
128,8% Dívida pública nacional, % do PIB
2,9/7,0 Efeito dos impostos no incentivo ao investimento
3,3/7,0 Contratação e despedimento
2,8/7,0 Efeito dos impostos no incentivo ao trabalho
3,4/7,0 Pagamentos e produtividade
3/10 Direitos legais
138º
129º
113º
131º
MACROECONOMIA
COMÉRCIO
MERCADO TRABALHO
113º
MERCADO TRABALHO
MERCADO TRABALHO
113º
MERCADO FINANCEIRO
ÍTEMS EM QUE PORTUGAL APARECE PIOR COLOCADO
36º
4,54
BRICS
Portugal No calcanhar da Espanha
Pontuação Portugal sobe de 4,40 para 4,54 pontos (máximo: 7)
Segundo Quando comparados com os BRICS seguimos a China
Em termos de pontuação Portugal registou uma subida de 3,18% atingindo níveis próximos de 2006 anteriores à crise
Em comparação com as economias emergentes, Portugal é mais competitivo que a Rússia, África do Sul, Brasil e Índia
Suíça, Singapura, Estados Unidos Finlândia e Alemanha são o top5. Mais abaixo Portugal segue a uma centésima da Espanha e a 2 da Indonésia
dos impostos, o acesso ao financiamento, que embora tendo melhorado, é ainda difícil, a instabilidade das políticas e a legislação laboral algo ainda restritiva. O crescimento lento e o endivi-
15 Subida Portugal subiu 15 posições A 36ª posição reflete uma melhoria invertendo a tendência negativa damento do país figuram também entre as preocupações expressas. Neste sentido, o World Economic Forum aconselha Portugal a não
abrandar o esforço reformista com vista a “ultrapassar constrangimentos macroeconómicos”, como sejam o elevado défice (107º lugar) e a enorme dívida pública (138º). A instituição propõe igualmente intervenções no fortalecimento do setor financeiro (104º) e na facilidade de acesso ao crédito (108º lugar), bem como no incremento da flexibilidade laboral (83º), da qualidade da educação (40º) e da capacidade de inovação (37º). Portugal é, de acordo com este relatório, um dos países líderes na implementação de reformas e um país com poucas restrições à economia de mercado, no entanto, António Brochado Correia, partner da PwC, chama a atenção para um aspeto fundamental: “O
nosso problema é estrutural”. E justifica: Portugal não se tem aproximado dos países mais desenvolvidos no que respeita ao rendimento per capita. Nos idos de 1995 e 1996 houve alguma aproximação, mas depois disso voltámos a distanciar-nos. A regulamentação governamental e o sistema judicial também não passam no exame. “Portugal é um dos países que mais tempo demora a julgar em primeira instância”. Também neste aspeto há muito trabalho de casa a fazer. No ensino, Portugal subiu 18 lugares. Espanha e Coreia do Sul, por exemplo, desceram. Apesar disso, lembra o partner da PwC, temos muito caminho pela frente, sobretudo na área do ensino
IDE O investimento estrangeiro move-se de acordo com facilidades e estímulos. Neste capítulo temos nota vermelha, ao contrário da Irlanda, país com o qual gostamos de nos comparar
vocacional, que é muito pouco competitivo. Na formação empresarial, o país cumpre a média da UE a 27. Nos incentivos ao investimento, Portugal é 129º em 144 países. Mau quer no cômputo geral, quer quando comprado com um país com o qual gostamos de nos comparar: a Irlanda, que é, neste item, o 18º mais competitivo do mundo. À frente no relatório da competitividade segue inabalável a Suíça e em segundo a também repetente Singapura. A Finlândia cedeu o terceiro lugar aos Estados Unidos, sendo agora quarta, seguida da Alemanha e do Japão. A China está em 28º e a Rússia em 53 lugar. A Guiné foi o último país a cortar a linha da meta.
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quinta-feira 25 de setembro de 2014 | www.oje.pt
política&economia internacional BRASILEIROS VÃO A VOTOS E ESCOLHEM ENTRE DUAS MULHERES
De que lado vai ficar Deus nas eleições presidenciais no Brasil? As sondagens ganham ou perdem importância assim possam servir os interesses dos candidatos. Mas quando o resultado aponta para empate técnico: “alto e pára o baile!”. Está na hora de tirar os trunfos da manga. OJE
A candidata Marina Silva representa o Partido Socialista Brasileiro e Dilma Rousseff recandidata-se pelo Partido dos Trabalhadores.
SÓNIA BEXIGA sbexiga@oje.pt
Durante as campanhas eleitorais, as sondagens vão ganhando ou perdendo importância assim sirvam os interesses dos candidatos, e muitos tendem a desvalorizá-las apesar de as acompanharem e aguardarem ansiosamente. No Brasil, as próximas eleições são as presidenciais e realizam-se a 5 de outubro, estando a atual presidente, Dilma Rousseff, representante do Partido dos Trabalhadores (PT) a braços com uma intensa disputa protagonizada pela adversária Marina Silva, candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que entrou nesta corri-
da de forma fulgurante, ainda que marcada pela morte do candidato Eduardo Campos, num desastre de aviação. Segundo uma primeira sondagem do Instituto DataFolha, reportando ao final do mês de agosto, Marina Silva estava empatada com Dilma Rousseff nas intenções de votos dos brasileiros na primeira volta das eleições, podendo mesmo ultrapassá-la por 10 pontos num cenário de segunda volta, com 50% de intenções de voto contra 40% para a presidente em exercício. Já em setembro, o jornal Estado de São Paulo publicou com base numa pesquisa do Ibope, que, se a segunda volta das eleições se realizasse agora, Marina Silva seria eleita presidente graças ao voto dos
eleitores evangélicos. Esclarecendo ainda que os evangélicos representam 22% do eleitorado, e que em média, 53% dos eleitores pentecostais, de missão e de outras denominações evangélicas declaram intenção de voto na candidata do PSB, quando apenas 27% revelam preferir a atual presidente. Ao que tudo indica, também os 15% de eleitores que não são católicos nem evangélicos (ateus, agnósticos, outras religiões) preferem Marina Silva. No entanto, importa sublinhar que para além de terem um peso menor, a distância que separa Dilma da sua principal adversária é menor entre eles: 27% a 45%. É um grupo heterogéneo e, entre eles, não há líderes com a influência de pastores e bispos entre os evangélicos.
2010 Dilma não venceu na primeira volta claramente afetada pela campanha que os pastores, seguidos pelos padres, moveram contra si.
53% dos eleitores pentecostais, de missão e de outras denominações evangélicas declaram intenção de voto na candidata do PSB
E face a estes números não há como não retirar da cartola os coelhos mais “gordinhos”. E assim entram no esgrimir de propostas os temas da Religião, e benefícios a instituições religiosas, e a homofobia, com os direitos dos homossexuais a saltar para a luz da ribalta. Bandeiras que já não novas mas que continuam a funcionar como grandes aceleradores dos discursos eleitorais (eleitoralistas?).
A FÉ VAI MOVER MULTIDÕES? A mais recente manobra política da (católica) Dilma Roussef, como resposta ao apoio que as igrejas evangélicas estão a dar à (evangélica) Marina Silva, foi o resgatar da proposta de 2009 que visa rever a Lei das Religiões e conceder benefícios a instituições religiosas.
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politica&parlamenro
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VER PARA CRER
Ucrânia e separatistas anunciam cessar-fogo EPA/ANATOLY MALTSEV
Os 15% de eleitores que não são católicos nem evangélicos (ateus, agnósticos, outras religiões) preferem Marina Silva. No entanto, importa sublinhar que para além de terem um peso menor, a distância que separa Dilma da sua principal adversária é menor entre eles: 27% a 45%. É um grupo heterogéneo e, entre eles, não há líderes com a influência de pastores e bispos entre os evangélicos.
Importa recordar que em 2010, Dilma não venceu na primeira volta claramente afetada pela campanha que os pastores, seguidos pelos padres, moveram contra si. Campanha essa que foi despoletada pela hipotética defesa da legalização do aborto. Dilma negou então defender o aborto, mas de nada lhe serviu. Só viria a recuperar parte dos eleitores evangélicos quando foi tornado público que a mulher do seu adversário na segunda volta, José Serra (PSDB), fizera um aborto na juventude. Agora, a entrada de Marina Silva na corrida eleitoral veio provocar uma revolução no eleitorado evangélico. No início de agosto, Eduardo Campos, então candidato do PSB, tinha 8% de intenções de voto entre eleitores dessa fé - a mesma taxa do Pastor Everaldo (PSC). Marina Silva entrou logo com 37%, abrindo uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma Rousseff. Aliás, o impacto foi tão grande que pulverizou as intenções de voto no até então mais notável candidato evangélico. O pastor Everaldo caiu de 3% para 1% no eleitorado total, e de 8% para 3% entre evangélicos. É de registar que em nenhum outro segmento do eleitorado Marina Silva tem uma vantagem tão grande sobre Dilma Rousseff do que entre os evangélicos. Marina Silva, no Painel RBS, em Porto Alegre, defendeu o estado laico e acrescentou que a questão religiosa, e particularmente a sua fé, só está em evidência porque é evangélica. A ex-senadora chegou mesmo a afirmar que se trata de uma questão preconceituosa e que não vê o tema a ser colocado a católicos ou a pessoas sem nenhuma crença. “A fé de qualquer pessoa faz parte de sua vida e acho que deve ser respeitada tanto quanto quem não tem crença nenhuma. O presidente da República comprometido com o estado laico tem de defender o estado laico”, sustentou a fulgurante candidata.
O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, espera que acordos sejam “estritamente cumpridos”.
Foi Petro Poroshenko, Presidente ucraniano, quem anunciou ao mundo, via página da presidência e redes sociais, o grande feito: autoridades ucranianas e as forças separatistas pró-russas chegaram a acordo para um cessar-fogo nos combates no Leste da Ucrânia. Mas das negociações em Minsk, na Bielorrússia, nem tudo se sabe. É certo que o acordo foi alcançado durante uma segunda ronda de negociações, que arrancou às 15h GMT (16h em Portugal continental e 18h em Kiev) do dia 5 de setembro, e que marcaram presença o antigo Presidente ucraniano Leonid Kuchma; o embaixador russo na Ucrânia, Mikhail Zurabov; representantes das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e de Lugansk; e observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Em comunicado, Petro Poroshenko sublinha que o acordo surge no seguimento de um apelo do Presidente russo aos “líderes dos grupos armados ilegais” e acrescenta que “o mundo inteiro ambiciona a paz, toda a Ucrânia ambiciona a paz, incluindo milhões de habitantes do Donbass [a região composta pelas províncias de Donetsk e Lugansk]. O maior
valor de todos é a vida humana. Temos de fazer todos os possíveis e impossíveis para travar o derramamento de sangue e pôr fim a sofrimento das pessoas”. O Presidente Poroshenko termina esta sua comunicaçãofazendo uma clara referência a uma outra parte do acordo, que envolve a troca de prisioneiros entre as partes em conflito, fazendo votos de que estes acordos, incluindo o cessar-fogo e a libertação de reféns, “sejam estritamente cumpridos”.
NATO CARREGA NA PRESENÇA MILITAR E NOS AVISOS À RÚSSIA Os membros da NATO acabam de confirmar que vão reforçar a presença no Leste da Europa através de uma força de reação rápida, pronta a dar resposta a curto prazo. Esta medida, segundo elucida o secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, é “uma mensagem clara à Rússia de que a Aliança está disposta a defender os seus membros a qualquer custo”. Avançará assim uma força de reacção rápida, composta por cerca de 4 mil soldados, que dará uma resposta “mais eficaz” da NATO na eventualidade de um dos seus membros ser atacado.
5 Setembro Fica para a história como o dia do acordo de cessar-fogo emq ue poucos acreditam
4000 Soldados da NATO Está preparada uma força de reação rápida
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quinta-feira 25 de setembro de 2014 | www.oje.pt
Falta ver Urdangarin sentado no banco dos réus; falta a condenação
arte&cultura
JOSÉ APEZARENA
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ENTREVISTA
“O novo rei sabe que tem de ganhar o posto” O jornalista José Apezarena, autor de várias obras sobre a família real de Espanha, acaba de lançar um livro onde relata a última década de Felipe e Letizia e de como conquistaram o trono. Para o autor, um dos desafios do rei é convencer os espanhóis de que a monarquia é útil para o país.
ARMANDA ALEXANDRE aalexandre@oje.pt
O novo rei não tem a vida facilitada – com o caso Urdangarin, as polémicas em torno de D. Juan Carlos (e a hipótese de divórcio de D. Sofia). Felipe, por mais preparado que estivesse, assumiu a “pasta” numa altura crítica. Como avalia a sua atuação até agora? O rei está determinado em mostrar um novo estilo, mais próximo dos cidadãos, mais transparente. Sabe que tem de ganhar o posto, e que a herança recebida não vai mantê-lo no trono para sempre. D. Letizia tem sido muito criticada – não lhe perdoam que queira ter partes da sua vida privada/longe do olhar do público. Por que são os espanhóis tão críticos de Letizia? Há que distinguir entre “os espanhóis” e “alguns espanhóis”. Não existe um sentimento generalizado de crítica da princesa Letizia. Muito pelo contrário: na rua é aplaudida e felicitada. É verdade que alguns a criticam há anos, e é certo que um dos motivos foi os seus esforços para manter essa “vida privada”. No entanto, o próprio rei Felipe considera que a sua esposa deve ter espaços de vida pessoal; o problema surgiu sobretudo no ano passado, em que esses espaços foram demasiado frequentes. Desde o verão de 2013 que Letizia moderou as suas atividades “privadas”. Com uma aprovação de 70%, o rei é o membro da família real mais bem visto pelos espanhóis (apesar de ter escolhido Letizia para consorte). Em que é que Letizia ajudou Felipe a melhorar o seu desempenho/forma de estar? Letizia deu ao rei a estabilidade pessoal e familiar, inclusive o ter assegurado a sucessão ao trono. Felipe tem a seu lado uma pessoa com quem partilha tudo, e isso representa tranquilidade. Além
de que lhe confere uma nova visão, distinta da sua, que é a sintonia de Letizia com as pessoas comuns, como ela mesma foi. E sem dúvida que foi decisiva na melhoria do desempenho de Felipe em atos públicos, sobretudo no conteúdo e forma de
fazer discursos. Houve uma melhoria significativa na capacidade de comunicação do rei. Fala com linguagem familiar e convicção. O caso Urdangarin pode fazer mais estragos no modo como a família real é vista? Sem dúvida que vai continuar a
prejudicar a imagem pública da monarquia. Falta vê-lo sentado no banco dos réus, durante o julgamento; falta a condenação e falta uma mais que previsível pena de prisão, com entrada efetiva na prisão. Tudo isto castigaria um pouco mais a família real. São imagens devastadoras. Contudo,
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arte&cultura
se no final houver uma sentença justa, as coisas podem acalmar e até recuperar. Muitos espanhóis colocam a questão de quanto lhes custa a monarquia. Há números, nem que seja por alto? A casa real recebeu este ano 7,7 milhões de euros, aprovados pelo Parlamento, um orçamento que tem vindo a baixar nos últimos anos. A que tem de se juntar custos com segurança, de viagens de Estado, despesas de manutenção dos edifícios... gastos que também teriam de ser atendidos se em Espanha houvesse um presidente da República. O orçamento para a casa real está bem abaixo do que custa, por exemplo, a presidência da República em França. E o que ganha o país com a monarquia? Quais as mais-valias da monarquia para Espanha? A existência de uma monarquia responde à história de Espanha. Representa um fator de estabilidade institucional (é uma instituição “de todos”, não é de um partido), de continuidade, e é também um apoio à unidade de Espanha face às tensões independentistas. Como se isso não bastasse, as monarquias têm em geral uma boa imagem, que se manifesta sobretudo quando os reis saem do país, no tipo de receção que têm. E, finalmente, tem ajudado na promoção dos interesses comerciais de Espanha no exterior. Alguns contratos internacionais importantes nasceram e foram confirmados graças aos esforços do rei, como aconteceu com o comboio de alta velocidade Meca-Medina, na Arábia. Declara que falta marketing à monarquia, carente de uma campanha de imagem – que tipo de campanha? Em Espanha, até agora os argumentos a favor da monarquia reduziram-se ao recordar que foi decisiva para a chegada da democracia ao país, e que Juan Carlos desmontou um golpe de Estado. Mas são eventos que ocorreram há muitos anos e que grande parte da juventude desconhece. Assim, falta proporcionar argumentos sobre o interesse da monarquia. O rei Felipe está ciente de que tem de conquistar os espanhóis, e sabe que um dos seus desafios é convencêlos de que a monarquia é útil para o país; por exemplo, nas relações com a América Latina, onde é reconhecido e valorizado; na criação de oportunidades de negócios para as empresas espanholas. Em tudo o que supõem a garantia da unidade de Espanha. E também ser sensível às preocu-
“A CONQUISTA DO TRONO” Felipe foi proclamado rei de Espanha a 19 de junho, após a abdicação do seu pai, Juan Carlos, transição que foi feita “com alguma rapidez”, declara José Apezarena. Felipe VI e Letizia “culminaram assim uma longa etapa de espera e preparação que começou de forma definitiva quando contraíram matrimónio, dez anos antes”. O jornalista afirma que, desde então, “surgiram bastantes dissabores”. “Talvez mais do que calcularam”, e que passaram pela “dureza com que algumas pessoas escrutinaram o comportamento e a trajetória de Letizia”, o escândalo que envolveu Iñaki Urdangarin (marido da irmã de Felipe, a infanta Cristina), ou a monarquia ser “criticada nas ruas”. Nesta obra o autor “tenta relatar e resumir o que aconteceu na vida de Felipe e Letizia desde o dia 22 de maio de 2004 (quando se casaram), até à sua chegada ao trono”. Editor: A Esfera dos Livros 544 págs.
pações e inquietações do povo, com iniciativas que incentivem e levem a que o Governo, os partidos, os empresários... procurem soluções. E tem a seu favor um último elemento de marketing: as duas filhas, a princesa Leonor e a infanta Sofia, que têm uma imagem magnífica. Quais são as alterações mais evidentes já realizadas pelo rei desde que está no cargo? Anunciou um código de conduta aplicável ao pessoal que trabalha para a coroa, proibiu os membros da família real de se envolverem em negócios privados, as contas da família real vão ser auditadas por uma entidade externa... O protocolo das audiências mudou: antes, os visitantes esperavam o monarca, agora é o rei que os aguarda... É uma política de pequenos detalhes que reflete um novo estilo. Afirma que a principal tarefa de Felipe é reconquistar a Catalunha – como pode fazê-lo? É o seu desafio principal porque este é quase o principal problema de Espanha. O rei está a viajar
para a Catalunha sempre que pode, praticamente todas as semanas, para se conectar, não tanto com os políticos, mas com os cidadãos, para lhes passar a mensagem: somos irmãos, podemos entender-nos... E pode dar ânimo aos que detêm o poder na prática, especialmente os partidos políticos, para que ser reúnam, procurem soluções. Qual é então o papel que os reis podem ter para ajudar o país a recuperar da atual crise? Com que tipo de iniciativas? A sua função é estimular e aconselhar, promover. Têm de impulsionar os empresários, as organizações sociais, para que se mexam, cheguem a acordos. Até podem ser intermediários para facilitar encontros. Em simultâneo, têm de mostrar-se sensíveis à situação dos mais desfavorecidos. Têm de promover, com a sua presença, programas de educação, de investigação, de excelência. Têm de passar à sociedade a mensagem de esperança, de que é possível sair da crise, que todos devem esforçar-se nesse sentido. Por certo que a chegada dos novos reis foi acolhida com esperança.
nãoperca Joana Vasconcelos expõe em Paris “Microvalkyrie” é a nova obra criada pela artista Joana Vasconcelos para o projeto “Chapeau!”, comissariado por Raphael Cuir, que desafiou 14 artistas a criar uma obra a partir de um chapéu de coco. A exposição terá lugar na La vitrine am, em Paris. Entre os artistas convidados encontram-se Ben, Yoko Ono e Orlan.
Data: 3 a 31 de setembro
Simple Minds levam novo disco aos Coliseus Os Simple Minds estão de volta com um novo disco, “Big Music”, com data de lançamento prevista para 3 de novembro. A banda escocesa liderada por Jim Kerr já tem duas datas marcadas para apresentar o novo registo em Portugal, em que os bilhetes para os concertos custam entre 30 e 36 euros.
Data: 7 de fevereiro no Coliseu de Lisboa 8 de fevereiro no Coliseu do Porto
Museu de Arte Popular recebe Miguel Palma
Tendo em conta a atual conjuntura, qual é o grande desafio para a monarquia espanhola/ rei? Convencer a população espanhola, sobretudo os setores mais jovens, de que a monarquia atual é tão democrática quanto qualquer república avançada (à semelhança do que acontece na GrãBretanha, Holanda, Suécia, Dinamarca...), e que não custa mais que a República. E que é útil para o país, como já referi.
Por estes dias pode visitar a exposição “Autóctone”, de Miguel Palma, no Museu de Arte Popular (MAP), em Lisboa. De acordo com o comissário, Sérgio Parreira, o artista pretende “jogar de forma simbólica, e também irónica, com a memória coletiva portuguesa, mais precisamente, com a história do próprio edifício do Museu de Arte Popular, desde a edificação” até aos nossos dias.
Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas pelos novos reis nos últimos dez anos? E daqui para a frente – quais são as áreas que vão exigir maior atenção/trabalho por parte dos reis? Quando se casaram, não pensavam que iam ter de enfrentar tantas dificuldades: a crise económica e social em Espanha, os contínuos problemas de saúde de Juan Carlos, as críticas à princesa Letizia, o caso Urdangarin... Agora os seus desafios consistem em demonstrar que a monarquia é transparente, explicar mais o que faz a casa real (por exemplo, a respeito das suas férias “privadas”), denunciar a corrupção, convencer a sociedade de que se preocupam com os problemas das pessoas, mostrar-se mais próximos dos jovens, dos desempregados, dos aposentados... E manter a postura, muito clara, de que Espanha não quebra.
Sabe de quem são as pinturas das fachadas por onde passa todos os dias? Foi a pensar na grande galeria de arte urbana em que Lisboa se transformou que a editora portuguesa Zest lançou o primeiro volume de uma coleção de livros sobre a arte urbana na capital. O livro tem um mapa onde estão assinalados os locais e autores das obras referenciadas, e as imagens que o integram possuem um código de georreferenciação.
Data: Até 9 de novembro
GPS da arte urbana lisboeta
Data: A partir de 8,10€
Exposição de escultura na Ave. Liberdade Nos próximos tempos é possível visitar a exposição “Esculturas, da Avenida ao Teatro”, de Rogério Timóteo, na artéria mais luxuosa da capital portuguesa. O escultor foi desafiado pelo Teatro Tivoli, que celebra este ano o seu 90.º aniversário, a realizar um conjunto de 10 esculturas para a Avenida da Liberdade, junto ao teatro, bem como algumas peças para o seu interior.
Data: Até 30 de novembro
Mais a não perder em www.oje.pt
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análise&desenvolvimento EURO 2020
Todos “à molhada” rumo ao futebol total Já se joga o Europeu 2020… pelo menos fora das quatro linhas! O polémico modelo do Europeu de futebol é mais um episódio da guerra aberta entre o presidente da FIFA e o mais sério sucessor de Sepp Blatter, o líder da UEFA Michel Platini! EPA/SALVATORE DI NOLFI
JOSÉ CARLOS LOURINHO jlourinho@oje.pt
Treze cidades de treze países e a polémica do costume instalada entre os principais organismos de futebol internacional: o Europeu 2020 ainda não começou mas fora das quatro linhas, FIFA e UEFA já esgrimem argumentos contra e a favor este modelo, com os seus líderes em conflito! Para os mais supersticiosos, tendo em conta que são treze estádios de treze cidades de treze países, o Europeu de futebol de 2020 deverá correr ou muito bem ou muito mal, consoante o treze seja considerado um número de sorte ou de azar.
Para já e a oito anos da competição, a única certeza que temos é que este torneio será complemente diferente de todos os outros Europeus que foram jogados. No final, veremos quem teve razão antes do tempo.
BLATTER “MATA”, PLATINI “ESFOLA” Diferente, mas para pior! Quem não está nada convencido com este modelo do Europeu 2020 é o presidente da FIFA, Joseph Blatter. De resto, esta autêntica tournée europeia mereceu amplas críticas de Sepp Blatter, líder máximo da FIFA que há muito abriu guerra contra Platini e que não perde oportunidade para lançar farpas ao antigo internacional francês que agora lidera a UEFA. “Um torneio pertence a um país,
com o qual se cria uma identidade e uma euforia. O torneio de 2020 foi espalhado e não será um verdadeiro Europeu. Deve ter outro nome, embora eu não saiba qual, mas a um torneio destes faltará alma e coração”, afirmou o presidente da FIFA em declarações à revista alemã Kicker quando foi conhecida a intenção da UEFA. Aliás, relativamente a este modelo de competição, Sepp Blatter acusou Platini de ser pouco original uma vez que um ex-ditador africano, Muammar Kadhafi (sim, até o ex-ditador líbio serviu para a guerra de palavras entre o suíço e o francês) já tinha apresentado um plano semelhante para a organização do Mundial 2010, que se realizou na África do Sul. “Ka-
1960: Jugoslávia em grande na estreia O primeiro grande jogo na fase final de um Europeu (então denominado de Campeonato Europeu das Nações) teve lugar, precisamente, na primeira edição do torneio. A partida das meiasfinais entre Jugoslávia e França foi um jogo absolutamente dramático com as duas equipas determinadas em atingir a final da competição. A 15 minutos do fim, a Jugoslávia perdia com a França por 4-2 mas de repente, os jugoslavos ganharam forças e conseguiram marcar três golos que derrotaram os franceses.
dhafi disse-me que o Mundial deveria ter um jogo em cada um dos 54 países africanos e a final deveria ser na África do Sul. Respondilhe que era impensável, realçou Blatter. Portanto, para Blatter, o Europeu 2020 não é apenas uma má ideia, é uma proposta desprovida de originalidade porque até Khadafi já tinha pensado em algo semelhante. Platini não se deixa ficar atrás. O antigo internacional francês revelou que, no final de uma reunião entre FIFA e UEFA em que este modelo foi apresentado, Blatter terá qualificado este novo modelo como “fantástico”. Conhecidas as palavras do presidente da FIFA, está por definir o grau de ironia do termo utilizado por Blatter.
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análise&desenvolvimento
Zenit Stadium Hampden Park Glasgow, Escócia 52 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
São Petersburgo, Rússia 69,5 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (quartos)
Parken Stadium Copenhagua, Dinamarca 38 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Aviva Stadium Dublin, Irlanda 51 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Amesterdam Arena Amesterdão, Holanda 56 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Allianz Arena Munique, Alemanha 75 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (quartos)
Estádio Ferenc Puskas Budapeste, Hungria 65 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Wembley Londres, Inglaterra 90 mil lugares 2 jogos (meias) + 1 jogo (final)
Arena Nationala Bucareste, Roménia 55 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Novo Estádio Nacional Bruxelas, Bélgica 60 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Estádio Olímpico de Baku Baku, Azerbaijão 68 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (quartos)
Estádio Olímpico de Roma San Mamés Bilbau, Espanha 53 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (oitavos)
Roma, Itália 72 mil lugares 3 jogos (grupos) + 1 jogo (quartos)
CELEBRAR 60 ANOS DE EUROPEUS
Europeu 1988: Bomba holandesa Holanda e União Soviética chegaram à final do Europeu que se disputou na Alemanha Ocidental. Os sortudos que estiveram presentes no Olympiastadion em Munique viram algo que nunca mais se repetiu na história do futebol. Marco Van Basten, sem qualquer tipo de preparação e num ângulo quase impossível, fez um remate de primeira que deixou atordoado o guarda-redes soviéticos e deixou incrédulos os colegas de equipa. Foi o primeiro e último troféu de seleções conquistado pela Laranja Mecânica.
Assim, a fase final de 2020 do Europeu de seleções será uma espécie de edição comemorativa dos 60 anos de Europeus de futebol e por isso, a UEFA anunciou recentemente que os jogos do torneio serão espalhados por treze cidades europeias com uma capital acima de todas as outras: Londres, com o imponente Estádio de Wembley (com capacidade para 90 mil pessoas), vai receber as meias-finais e a final do Europeu 2020. Além de Londres, foram escolhidas pela UEFA mais doze cidades que serão palco de três jogos da fase de grupos mais uma partida a eliminar: Baku, no Azerbaijão (três jogos da fase de grupos, um jogo dos quartos-de-final); Bruxelas, na Bélgica (três jogos da
fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final); Copenhaga, na Dinamarca (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-definal); Munique, na Alemanha (três jogos da fase de grupos, um jogo dos quartos-de-final); Budapeste, na Hungria (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final); Roma, em Itália (três jogos da fase de grupos, um encontro dos quartos-de-final); Amesterdão, na Holanda (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final); Dublin, na Irlanda (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final); Bucareste, na Roménia (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final); São Petersburgo, na Rússia (três jogos da fase de grupos, um jogo dos quartos-de-
Europeu 2004: Ricardo caça sem luvas O guarda-redes foi o grande herói português nas grandes penalidades decisivas do PortugalInglaterra. "A série já estava bem longa e chegou a minha vez de bater... Aliás, era para marcar antes do Nuno Valente, mas houve uma troca que nem foi propositada. Quanto ao facto de ter tirado as luvas, foi um ato não pensado. Houve uma série de grande de penáltis a entrar, por parte das duas equipas e achei que devia fazer algo para mudar as coisas. Tirei as luvas e isso coincidiu com a defesa", lembra.
final); Glasgow, na Escócia (três jogos da fase de grupos, um jogos dos oitavos-de-final ); e Bil bao, em Espanha (três jogos da fase de grupos, um jogo dos oitavos-de-final). A divisão dos jogos da Euro de 2020 foi anunciada no final de 2012, naquela que foi vista como mais uma tentativa do presidente da UEFA, Michel Platini, de dar força às confederações com menor expressão. Ao todo, 19 cidades candidataram-se a receber jogos (Porto e Lisboa não o fizeram) mas apenas treze receberam a aprovação da UEFA. Nas 13 sedes escolhidas, apenas um estádio será utilizado e as cidades que precisarem de construir novos estádios para acolher o torneio terão um prazo para concluir as obras até 2016.
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remates&dribles SELEÇÃO
Bento do nosso descontentamento
Benfica resgata passes dos atletas no Stars Fund por 29 milhões SAD
Paulo Bento não sabe se o seu lugar está em causa mas a FPF também não abre o jogo. Copenhaga pode ser o fim da linha para o técnico. LUSA/PAULO NOVAIS
“Não sei se o meu lugar está em causa ou não (…) aquilo que eu tiver de fazer ou deixar de fazer não digo numa conferência de imprensa”. Foi assim que o selecionador nacional reagiu às questões dos jornalistas na sala de imprensa no Estádio Municipal de Aveiro sobre a sua continuidade na Federação Portuguesa de Portuguesa como técnico principal da seleção nacional. Alguns minutos antes, Paulo Bento vira 27 mil pessoas a assobiar os seus pupilos e umas dezenas de lenços brancos a serem acenados na sua direção, após uma exibição confrangedora frente a uma Al bânia que até ao passado Domingo tinha ganho apenas dois jogos fora do seu território. O primeiro jogo do apuramento deste Grupo I revestia em si mesmo um caráter muito mais complicado do que à partida poderia revestir uma partida de futebol entre Portugal e Al bânia. Jogouse a medo e se houve trabalho de recuperação anímica, não se notou.
O QUE PRENDE A FPF A BENTO? Uma eventual rescisão do contrato com o técnico custaria à FPF cerca de 3 milhões de euros mas a federação parece apostada em levar Paulo Bento a sair pelo seu próprio pé. Entre as seleções que desiludiram no mundial do Brasil, apenas três mantiveram os seus treinadores e acreditaram na sua continuidade: Inglaterra, Espanha e Portugal. Tirando o conservadorismo inglês (que preferiu manter o veterano Roy
Em comunicado enviado ao regulador do mercado de valores mobiliários, a CMVM, a SAD do Benfica informa ter investido um valor superior a 28,9 milhões de euros para adquirir 85% das unidades de participação do Benfica Stars Fund – Fundo Especial de Investimento Mobiliário Fechado. "Com esta aquisição, a Benfica
SAD passou a controlar a totalidade dos direitos económicos dos atletas que compunham a carteira de jogadores do Benfica Stars Fund a 31 de julho de 2014, à exceção dos atletas Nélson Oliveira, relativamente ao qual só controla 70% dos direitos económicos, e Urretaviscaya, que rescindiu o contrato de trabalho desportivo no passado dia 1 de setembro", conclui a entidade "encarnada". DR
Benfica detém agora totalidade do passe de Gaitán, entre outros jogadores do plantel.
3 Caso a Federação Portuguesa de Futebol decida rescindir o contrato com Paulo Bento, terá de compensar o técnico com três milhões de euros
Hodgson) e Del Bosque, que levou a Espanha ao título europeu e mundial sobra Paulo Bento e a crença, cada vez mais ténue, que estamos perante o homem certo
para nos levar a França em 2016. Além de continuar como selecionador nacional, Paulo Bento passou a coordenar o Gabinete Coordenador Técnico Nacional, passando a trabalhar neste âmbito com Rui Jorge, selecionador de sub-21, e Ilídio Vale, coordenador das seleções nacionais jovens. Além de ter renovado o contrato com Paulo Bento até 2016 em abril deste ano, a Federação Portuguesa de Futebol considerou que, apesar da “falta de competência” a responsabilidade pelo desastre da Copa não passou por quem escolheu e orientou em campo os jogadores que foram representar Portugal ao Brasil.
Shikabala no Zamalek até quinta-feira SPORTING Shikabala está muito perto de se transferir para o Zamalek por empréstimo do Sporting. O esquerdino já tem acordo com o clube egípcio e espera nesta altura apenas pela autorização do clube leonino para regressar imediatamente ao clube por onde já passou em três ocasiões.
A revelação foi feita pelo empresário Samir Abdel Tawab em declarações à imprensa egípcia. “Tudo começou quando recebi um telefonema de um diretor do futebol do Sporting a dizer-me que havia um clube grego interessado no Shikabala. Mas o jogador recusou a oferta por considerar que não correspondia às suas ambições desportivas”, referiu Tawab.
Benfica no final da época de 2012/2013, Rui Vitória parece ter encontrado a fórmula para colocar os vimaranenses nos lugares cimeiros do campeonato. Numa altura em que se questiona onde está o talento no futebol português, o Vitória consegue, sem grande alarido, reunir um grupo interessante de jogadores de
nacionalidade portuguesa (dez num plantel de 22 jogadores) que começam a dar nas vistas. Do trabalhador médio André André ao eficaz avançado Mensah, passando por uma defesa que até ao momento só consentiu um golo, o Vitória vai fazendo o seu caminho, talvez rumo a um lugar europeu.
LUSA/HOMEM DE GOUVEIA
aoataque Rui Vitória E NÃO É QUE A CONTINUIDADE COMPENSA? Neste início de temporada, os vimaranenses fazem jus ao nome do clube (Vitória) que é também apelido do treinador. Com nove pontos que traduzem três vitórias em três jogos disputados (nove golos marcados e um golo
sofrido), o Vitória de Guimarães é a grande sensação dos primeiros ensaios da Primeira Liga a par do sensacional Rio Ave de Pedro Martins. A cumprir a quarta temporada no Vitória de Guimarães (substituiu Manuel Machado em agosto de 2011) e já com uma Taça de Portugal conquistada frente ao
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É“Oum cidadão não tranquilo, diacaminhada” prenúncio é bomessa paracriatura o resto da GILBERTO MADAÍL 5 de M 50 aio de 1989 sentada à sua secretária
remates&dribles
DEPOIS A SEPAROU-SE NTIGO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL
àfigura Rúben Neves (FC Porto) Com tantos espanhóis a chegar à Invicta e a tomar de assalto o FC Porto, o jovem médio, de apenas 17 anos, resiste a tudo e assume-se como uma das grandes revelações dos azuis e brancos neste início de época.
José Couceiro (Estoril Praia) Suspira-se de saudades de Marco Silva para os lados do Estoril. Os “canarinhos” habituaram-se a vencer mas agora têm apenas um ponto conquistado em três jogos. Péssimo início de época para José Couceiro.
narede O Estádio Algarve entrou na história do futebol de Gibraltar, ao acolher o primeiro jogo oficial da seleção do território sob administração britânica encravado em Espanha. Gibraltar perdeu por 7-0 frente à Polónia. “Espero passar do meio-campo… pelo menos uma vez”, disse um gibraltino antes da partida. EPA/BARTLOMIEJ ZBOROWSKI
@AUFseleccion Maxi Pereira jogou a sua 95ª partida pelo Uruguai. Iguala assim Diego Luganoorg no 2° lugar e está atrás de Diego Forlan (o mais internacional dos uruguaios: 112 jogos).
@ManUtd Juan Mata salientou que a mais recente contratação, o avançado Falcao, “não é apenas mais um jogador mas sim um fantástico ponta de lança
aoataque Qatar MUNDIAL 2022… NO INVERNO? A FIFA propôs a realização do Mundial 2022 entre os meses de janeiro e fevereiro ou novembro e dezembro, devido às altas temperaturas que se fazem sentir no Qatar nos meses de verão. Os responsáveis pela realização do calendário para 2018/2024 anunciaram as datas alternativas nesta segunda-feira, depois de terem consultado os interessados quanto à possibilidade de realizar a prova durante o inverno.
segundo informação da Confederação Brasileira de Futebol. Desta forma, Fabinho, que estava no Catar ao serviço dos sub-21 brasileiros, terá a oportunidade de cumprir a primeira internacionalização na seleção principal contra o Equador, esta terça-feira.
4 Avançado polaco Lewandowski marcou quatro golos a Gibraltar e lidera lista de melhores marcadores no apuramento para o Euro 2016
@playmakerstats Ronaldo foi o grande ausente da partida. Desde a sua estreia em 2003, falhou 22 jogos da seleção: 10 vitórias, 5 empates e 7 derrotas.
@IkechiAnya Marquei um golo a Manuel Neuer! UAU! Nem no jogo de consola FIFA consigo fazer isso!
Itália PIRLO QUER VOLTAR À SQUADRA AZZURRA
@playmakerstats A cumprir a sua 12ª internacionalização, Éder ainda não apontou qualquer golo com a camisola da Seleção Nacional.
FIFA BLATTER QUER ‘PENTA’ O presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou que se vai candidatar a um quinto mandato consecutivo à presidência do organismo que rege o futebol mundial e que é liderado pelo dirigente suíço desde 1998. "Sim, estarei na corrida. Serei candidato'", disse Blatter, de 78 anos, numa mensagem gravada em vídeo e difundida na Soccerex, um congresso sobre o futebol que decorre em Manchester, Inglaterra.
Fabinho DO RIO AVE PARA A ‘CANARINHA’ Fabinho, jogador que vai na segunda época consecutiva ao serviço do Monaco por empréstimo do Rio Ave, foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira, ocupando a vaga deixada por Maicon, que saiu dos eleitos de Dunga por «problemas internos»,
Inglaterra
emantecipação
UNITED QUER RONALDO Andrea Pirlo anunciou depois do Mundial 2014 estar de saída da seleção nacional italiana mas assume que já falou com Antonio Conte, novo selecionador da squadra azzurra, e mostra-se disponível para continuar. “Falei com o treinador e assumi a minha disponibilidade para a equipa nacional. Assisti ao jogo no San Nicola e gostei. Já se nota a mão do Conte, afirmou Pirlo, que tem ainda duas semanas pela frente na recuperação de um problema muscular mas que deixa, assim, a garantia de que voltará a vestir a camisola da seleção italiana.
O Manchester United já está de olho nas próximas investidas no mercado de transferências, sendo que um dos objetivos poderá passar pela contratação de Cristiano Ronaldo ao Real Madrid. De acordo com o Caughtoffside, o clube de Old Trafford pretende o regresso do internacional português e para isso está na disposição de oferecer aos campeões europeus 68,44 milhões de euros, embora Cristiano Ronaldo tenha uma cláusula de rescisão de...mil milhões de euros. De acordo com a mesma fonte, o Real Madrid até poderá estar na disposição de prescindir de Ronaldo, que no próximo verão terá 30 anos.
Benfica: dupla de médios em estreia? Samaris, Cristante… ou os dois! O Benfica vai a Setúbal na quarta jornada e deverá estrear os dois médios. Jesus deverá apostar na polivalência do grego para atuar perto de Enzo e colocar Cristante como médio mais recuado.
Teste de fogo para Jardim O Mónaco conquistou quatro pontos em doze possíveis e já averba duas derrotas na Ligue 1. Para a quinta ronda do campeonato francês, Leonardo Jardim viaja até Lyon e um mau resultado pode ser fatal.
Mourinho: quatro em quatro? Três jogos, três vitórias e o melhor ataque da Premier League! O Chelsea de Mourinho vai embalado no primeiro lugar e na quarta jornada recebe em Stamford Bridge o surpreendente Swansea City (2º classificado).
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design&motores
EDITADO POR VÍTOR NORINHA
VOLVO XC90 R-DESIGN
Revolução, acabaram os acidentes Uma nova vida nasceu em Estocolmo. A Volvo lançou o XC90, um SUV que atinge níveis premium em termos de motores, design e segurança, menos no preço.
Imaginemos um carro que trava automaticamente ao virar frente a um outro veículo em aproximação, ou então já imaginou que o enésimo de segundo saiu da faixa de rodagem em direção à vala na autoestrada e o carro assume o comando e corrige a trajetória? Não é ficção. São inovações mundiais do futuro Volvo
XC90 que estará no mercado português em novembro e que apresenta o mais avançado pack de segurança de série do mercado As novas tecnologias irão representar para a empresa um passo significativo rumo à sua meta para o ano de 2020 - que ninguém perca a vida ou fique gravemente ferido num automóvel Volvo novo.
O pack de segurança, de série no SUV premium de sete lugares e tração integral, irá incluir duas tecnologias de segurança pioneiras à escala mundial: um pack de proteção para saídas de estrada e travagem automática para cruzamentos. "O nosso ponto de partida no que toca a segurança continua a ser hoje aquele que era há
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já imaginou que saiu da faixa de rodagem em direção à vala e o carro assume o comando e corrige a trajetória? Não é ficção.
87 anos atrás: situações da vida real", afirma Peter Mertens, vicepresidente para a Investigação e Desenvolvimento da Volvo: "Estudamos os dados. Esmiuçamos os números. Inovamos. O resultado é um dos automóveis mais seguros alguma vez produzidos." Num cenário de saída de estrada, o novo Volvo XC90 deteta o que
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É um cidadão tranquilo, essa criatura dia 5 de M 50 aio de 1989 sentada à sua secretária
design&motores
DEPOIS SEPAROU-SE
FIRST DO R-DESIGN A Volvo revelou as primeiras imagens da versão R -Design do novo XC90, especialmente vocacionada para quem procura um SUV premium com um look distinto, claramente desportivo e dinâmico. A promessa visual é confirmada pelos bancos desportivos R-Design em pele perfurada, motorizações Drive-E que oferecem até 400cv. O chassis é completamente novo que garante uma experiência de condução ágil e dinâmica. O lançamento da versão R-Design segue-se ao lançamento da Volvo XC90 First Edition, com as 1927 unidades individualmente numeradas que, colocadas à venda exclusivamente on-line, e que esgotaram em 47 horas. Os futuros clientes do modelo poderão escolher entre as versões Kinetic (a versão base), Momentum e R-Design ou Inscription
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EDITADO POR ARMANDA ALEXANDRE
emcasa Louis Vuitton flashbacks Se é fã da casa Louis Vuitton, vai querer ter na sua estante o Fashion Photography, um álbum de fotografias de moda publicado pela Rizzoli New York. Com cerca de 200 imagens do presente e do passado, este livro apresenta uma abordagem fotográfica da história da moda protagonizada pelas criações da marca francesa que figuraram em campanhas publicitárias e nos artigos de moda nas mais conceituadas revistas. Está disponível numa edição de livrarias e noutra de luxo.
emviagem Viajar ao melhor estilo inglês Esta coleção outono-inverno da Hackett London inclui um conjunto de acessórios ao melhor estilo inglês. De destacar um saco de viagem em tweed cinzento, ideal para estadias de curta duração.
Gelado de baunilha on the go A marca de malas de viagem Rimowa lançou uma edição especial da Rimowa Limbo em branco creme, a fazer lembrar um gelado de baunilha. Este modelo em policarbonato destaca-se pelo design e pelos contrastantes acessórios, incluindo ainda a mais recente tecnologia: o sistema Multiwheel, que assegura que a mala é fácil de transportar.
narua Olivia Palermo abraça Aquazzura A marca de sapatos de luxo Aquazzura, criada por Edgardo Osorio e com sede em Florença, juntou-se ao ícone da moda Olivia Palermo, criando uma coleção de seis peças exclusivas. Os modelos estão disponíveis a partir deste mês em 12 lojas selecionadas pelo mundo e exclusivamente online no site Net-a-Porter.
nahora XC90 Vendas: início de novembro Motores: twin turbo diesel D5 com 225 e possível tração integral e D4 de 190 cv e caixa automática Preço: a partir de 60 mil euros no D4 Autoestrada: classe 1 no D4/ D5 em estudo Renovações: possíveis nas versões V70 e S80 Concorrência: X5 da BMW Objetivo: passar as 250 unidades de venda em 2015 e liderar o segmento
Luxo em ouro “fairmined” A Chopard acaba de lançar o primeiro relógio do mundo criado a partir de ouro “fairmined” proveniente da América do Sul. Numa edição limitada a 25 peças, o novo L.U.C Tourbillon QF Fairmined em ouro rosa de 43mm de diâmetro tem traços alternados de um acetinado-escovado e superfícies polidas, mostrador cinzento, números romanos e ponteiros dourados inspirados no design de 1930.
namoda está a acontecer e retém os cintos de segurança dianteiros para manter os ocupantes no lugar. Os cintos continuam a reter os ocupantes com firmeza enquanto o veículo estiver em movimento. O XC90 é o primeiro automóvel do mundo com tecnologia que integra travagem automática se o condutor virar em frente a um veí-
B&W Sistema áudio da Bowers & Wikins com 19 auto-falantes
culo que se dirija de encontro ao mesmo. Este é um cenário comum tanto nos congestionados cruzamentos citadinos como nas vias rápidas, onde os limites de velocidade são mais elevados. O novo Volvo XC90 deteta a possibilidade de embate e trava automaticamente para evitar a colisão ou atenuar as consequências do acidente.
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Ténis by Luís Onofre A coleção outono-inverno 2014-15 do designer português Luís Onofre tem uma novidade – à elegância clássica dos formatos da estação (botas e botins) acresce o conforto representado pela introdução de ténis (nas cores preto, bege ou café com leite com aplicações metálicas).
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