Jornal de dezembro 2013 suplemento

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Espaço Aluno

O Cruzinhas - Centro Escolar de Santa Cruz/Trindade

Conto de Natal Não era sociável, diziam... Isolava-se do mundo, parecia... Mas que fazia então de braços abertos, Pacientemente e sem queixumes? Provavelmente, esperava... Por ti, por mim, por um amigo, Ou simplesmente por quem lá o abandonara... Era fútil, mas feliz Com as vestes de Natal… “O que fiz? Ninguém me diz? Será isto bem normal?” Magoado, maltratado Todo tempo e a tempo inteiro “Será este o meu fado Que destino traiçoeiro…”

“Levais uma vida triste Sem amor e sem afeto Porque procurais onde não existe O que tendes aqui tão perto. Juntai-vos agora a mim Esquecei o vosso mal Vereis como assim Brilhará este Natal.”

Sabeis, amiguinhos, A felicidade mora na porta ao lado. Não lhe tranqueis a fechadura...

Ajuda o Pai Natal a encontrar as prendas

Certo dia um mendigo Encontrou o cão perdido Fiel, não falava, O pinheiro destroçado Mas sentia como gente E o espantalho abandonado Cada gesto indecente Com o Natal à porta Com que o dono o saudava. E a atitude de quem se importa, Escorraçado, abandonado Muito dado a ser amigo Perdido no mundo e no caminho Do magoado e do perdido Dera tudo por acabado Deles se aproximou Tinha falta de carinho. E depressa sentenciou:

Natal diferente! Joana era uma menina de 7 anos, alegre, divertida,sempre disposta a uma boa brincadeira com as crianças do seu bairro. Rosada,moreninha, ágil e espertalhona, ganhava sempre em todos os jogos em que participava. Era feliz! Não tinha pai desde pequenina e era a mãe, costureira, que trabalhava todo o dia para que nada lhe faltasse. Na escola, era atenta, educada e estudiosa. Uma boa aluna, que a Professora elogiava. Mas... o Natal estava próximo e Alcina, a mãe de Joana, estava doente, muito doente. A casa pequenina onde moravam estava mais fria e triste do que era habitual. Alcina ganhara pouco dinheiro e tentava equilibrar o orçamento com o que ainda restava. Nos anos anteriores, com uma habilidade, sem medida, surpreendia sempre a filha , com lindas bonecas que fazia com os retalhinhos que sobravam dos vestidos das senhoras. Mas elas fizeram tão poucos ! Que felicidade para a Filha ver as minúsculas roupinhas que "às escondidas", a mãe ia fazendo e lhe apareciam no sapatinho. Este ano nem os retalhinhos havia! Ao lado da casa de Joana, vivia Rita, menina da sua idade, mas de aspeto muito diferente. Era loira, muito branquinha e com ar franzino.Raramente a empregada a levava ao jardim, não fosse constipar-se, espirrar e adoecer. Vivia com os pais e o irmão João, numa bela moradia, onde nada faltava. Rita, da janela do seu quarto, via as crianças do seu bairro e pensava: - Daria tudo para participar nas brincadeiras dos meninos do meu bairro! Já tinha visto, nas raras saídas, a Joana e de imediato surgiu uma bela amizade. Joana ensinou-lhe o jogo da macaca e Rita deixou-a dar uma voltinha na sua bicicleta. No dia 20 de dezembro, Rita apareceu à janela, viu a Joana e disse: - Olá Joana! O Natal está perto. Já escolheste os teus presentes? O que vais ter? Já viste as montras? Já escolhi alguns e vou

ter surpresas... - Ó Rita , este ano nem terei a minha habitual boneca de trapos. A mãe está doente, mas não faz mal, ela dá-me tantos mimos , que não preciso de brinquedos. Com as minhas pernas fortes, corro, salto e divirto-me. Só estou preocupada com a mãe, pois sei fazer tão pouco... Ela vai cozinhando, mas com dificuldade, pois a gripe não a larga! Rita ficou pensativa!... - Jesus, eu tenho tudo e a Joana tão pouco! -Vou falar com a minha mãe e quero partilhar com a minha amiga este Natal. A mãe da Rita, Dª Isabel, quis logo conhecer a amiga da filha, que a deslumbrou com a sua simpatia! Visitou a Dª Alcina e.... conversaram muito... Joana teve um Natal inesquecível. Houve de tudo o que se comia na casa grande: bolo-rei, aletria, sonhos, bombons e o tradicional cozido, que chegou quentinho, mesmo no dia 24, para a ceia. A empregada da Dª Isabel trouxe um cesto enorme e vinha muito feliz. Lá dentro, vinha tudo e uma grande surpresa. Para a Joana, uma boneca linda, como uma princesa com as suas roupinhas. Para a mãe, uma camisola quentinha e um envelope, contendo dinheiro, para equilibrar o que a doença não permitira fazer, e um convite. - Na passagem do ano, a senhora quer tê-las em sua casa, está bem? Aceitaram de imediato. Choraram todas de alegria! Joana e Rita tiveram o melhor Natal dos últimos anos. Os anos passaram... muitos.. Joana e Rita são agora cunhadas e muito amigas!!!!!!!!!!!!!!! Este Natal teve o seu sentido pleno: AMOR E PARTILHA! Dar para receber felicidade. Jesus veio para todos nós!

FELIZ NATAL!!! Alda Martins


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