EGD Pacaembu

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TCC COMUNICAÇÃO VISUAL-AMBIENTAL PARA O COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

Autor: Fabio Salmoni

Orientadora: Profa. Dra. Sara Goldchmit DESIGN FAU-USP DEZEMBRO DE 2016



Encontrar o caminho não é um dom ou uma capacidade inata que qualquer um tem ou não tem. É uma condição para a própria vida. Viver com nossas respectivas formas de navegar (wayfinding) é uma premissa básica para a nossa liberdade e a nossa autoconfiança. Sabendo onde estou, a minha localização, é condição prévia para saber onde eu tenho que ir, onde quer que seja. – Otl Aicher


1. APRESENTAÇÃO

6

2. INTRODUÇÃO

8

3. CONSTRUINDO A IMAGEM DO PACAEMBU

12

Identidade (o que é o Pacaembu)

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Estrutura (Pacaembu x São Paulo)

15

Significado (Pacaembu x seus públicos)

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4. COMUNICAÇÃO E ORIENTAÇÃO

24

Wayfinding

27

Environmental graphic design (egd)

32

Señalética

36

5. ESPAÇOS DE REFERÊNCIA

40

Allianz Parque

41

Esporte Clube Pinheiros

45

Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento

49

SUMÁRIO


6. DESCONSTRUINDO O PACAEMBU

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Abordagem projetual – metodologia

53

Desenho e uso do espaço

56

Wayfinding

60

EGD e señalética

64

Qualidades de forma

68

Leis, regulamentações e boas condutas

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7. CONSIDERAÇÕES PARA UM NOVO PROJETO Diretrizes de projeto

72 73

8. PROGRAMAÇÃO E DESENHO ESQUEMÁTICO

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9. DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

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Tipografia

97

Cores, formas e materiaias

99

Projeto final

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10. CONCLUSÃO

156

REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APRESENTAÇÃO


A oportunidade de estudar o Complexo Esportivo do Pacaembu surgiu ainda em uma das matérias de projeto visual do decorrer do curso, cujo objetivo principal era o de exercitar a prática projetual em sinalização ambiental. O design gráfico-ambiental revela-se uma matéria que, assim como o próprio Design, não é suficiente por si só, aproveitando-se da especificidade de diferentes campos do conhecimento. Assim sendo, nada mais justo para a elaboração de um trabalho de conclusão de curso – de Design que se propõe a ser tão abrangente quanto o próprio Design permitir – que vise o bidimensional, o tridimensional e, por que não, quadrimensional. Sobre a escolha de um equipamento público, o autor entende que há uma vocação natural – ou talvez uma auto-obrigação – do aluno da Universidade de São Paulo para assuntos de ordem pública. A história do Pacaembu se mistura com partes da história de São Paulo e com a história da cultura esportiva brasileira. Um aparelho público carregado de uma memória simbólica, aberto ao uso da comunidade, deveria ser celebrado diariamente. O trabalho terá o foco na parte do clube, deixando de fora o estádio por questões administrativas do complexo e pelo limite de tempo. Descendo do pedestal que os designers criam para si mesmos, vê-se que é por detrás das cortinas – ou atrás dos imponentes paredões tombados do Pacaembu – que se faz a mudança. Para quem se embrenha nos bastidores do clube durante meses de pesquisa, tanto para a disciplina de projeto visual quanto para o presente trabalho, é impossível não ser tocado pelo carinho que os funcionários do Pacaembu nutrem pelo complexo esportivo. “É maravilhoso ver as pessoas se preocupando tanto com o Pacaembu, entendendo a importância que isso aqui tem” diz Francisco Dada, ex-diretor do complexo, olhos marejados, tentando falar sem soluçar. É impossível começar a entender os muitos significados do Pacaembu e permanecer passivo diante de um monumento histórico que convida o visitante incauto a entrar pelos seus portões. E há tanto a se fazer por ele. O entendimento da gama de possibilidades se deu por uma pesquisa exploratória que envolveu entrevistas em profundide, questinários quantitativos e a geração de desenhos de memória realizados por usuários do clube. E a exploração poderia ser ainda mais profunda. Longe de se propor a ser um projeto voltado para o urbanismo, arquitetura ou ciências sociais - mas utilizando-se brevemente de conceitos dessas áreas - a preocupação aqui é estudar os efeitos e possibilidades da utilização dos elementos estáticos e dinâmicos do ambiente como interface que aproxime os usuários do complexo esportivo do espaço que ocupam, empoderando-os a ter uma experiência engrandecedora. O fazer design como uma prática centrada em um resultado transformador do espaço para as pessoas e não das pessoas para o espaço. Ou seja, em oposição ao uso desses elementos como uma mera extensão do plano de comunicação, que muitas vezes é apenas adaptado para essa finalidade. Deixa-se de perceber as diferenças essenciais que existem entre eles e os suportes midiáticos tradicionais, com a possibilidade de conquistar o espaço invés de ser conquistado por ele.

7 APRESENTAÇÃO


INTRODUÇÃO


A concepção de espaço urbano leva diretamente ao imaginário da cidade: a aglomeração de prédios, o tráfego intenso de pessoas em transportes públicos e privados, os serviços, as interações comerciais e sociais ocorrendo simultaneamente, as manifestações culturais compartilhadas por diversas comunidades num mesmo espaço e à infraestrutura que dá suporte a essas interações. O espaço urbano é o epicentro da organização e da identidade da cidade, que revela a herança cultural de seus habitantes. É o meio pelo qual a cidade se comunica com ela mesma, com o novo e com o desconhecido (CHRIST, 2000 e STRUPPEK, 2006). Ainda que se trate a cidade como um sistema que, de certa forma, se desenvolve de maneira independente, vale lembrar que ela não é um organismo vivo por si só. É a materialização de vontades e atividades humanas, pertencendo a uma relação cíclica de causa e consequência. Os moradores não são elementos passivos neste espetáculo, mas sim uma parte ativa dele, participando com os outros num mesmo palco. Os elementos móveis de uma cidade, especialmente as pessoas e suas atividades, são tão importantes como as suas partes físicas e imóveis. Assim, a cidade pode ser vista como um sintagma gigante e fora de controle, uma combinação de diversas escolhas paradigmáticas feitas por atores semi-independentes com interesses diferentes – e frequentemente conflitantes (LYNCH, 1960) – que modificam sua estrutura por razões particulares. Essa mudança é o que transforma o “lugar” em “espaço”, sobrepondo características existenciais, antropológicas e operações descritivas ao espaço físico. A transformação de um fato urbano em um conceito urbano se dá na ação dos elementos vivos da cidade, constituintes de um metabolismo, que significam o espaço com suas memórias, histórias e relações pessoais com o espaço. Assim se cria a cidade metafórica (DE CERTEAU, 1984). Como um sistema de símbolos, a cidade e suas imagens são produzidas, do ponto de vista de Lefebvre (1991), de acordo com uma gama de interesses onde níveis conotativos e denotativos de significação se entrelaçam e novas espécies de mitologias, mitografias e imagens urbanas emergem. Essas representações geram ainda outras valências, com práticas de significação que florescem em estruturas ideologicas, imaginadas e empíricas (STAHL, 2009). Como as ocupações espaciais não são estáticas e tampouco controladas, os elementos móveis e estáticos alteram e são alterados por signos que perdem seus significados no tempo, mas continuam transmitindo suas mensagens obsoletas. O complexo esportivo do Pacaembu é um exemplo de marco arquitetônico, urbanístico e histórico, que relata o zeitgeist da cidade de São Paulo no começo do século XX. Esses pedaços remanescentes de passado, junto com a combinação desordenada de numerosos signos que competem por atenção, criam a sobrecarga de dados visuais e o ruído que podem ser tanto confuso quanto uma fonte de entretenimento para o observador atento (PAWELS, 2009). Cidades são eixos genuínos de expressão cultural e incomumente expoentes ricos de cultura visual. Culturas urbanas, principalmente as visuais, emergem da imaginação, ambições e desejos humanos, bem como escolhas intencionais e não-intencionais, e ações combinadas e opostas. Prédios, ruas, praças, parques, monumentos, shoppings e outros artefatos urbanos – os novos, os antigos e os desfigurados – testemunham eloquentemente um modo de pensar e agir do pas-

9 INTRODUÇÃO


10 INTRODUÇÃO

sado que se liga ao presente. Esses artefatos, junto com a miríade de atividades de moradores e visitantes constituem o complexo tecido humano e material da cidade (PAWELS, 2009). Percebe-se como é complexo o processo de experimentação e compreensão dos sub-sistemas da urbis. “Na maior parte das vezes, a nossa percepção da cidade não é íntegra, mas sim bastante parcial, fragmentada, envolvida noutras referências. Quase todos os sentidos estão envolvidos e a imagem é o composto resultante de sua soma, mas não apenas dela. A cada instante existe mais do que a vista alcança, mais do que o ouvido pode ouvir, uma composição ou um cenário à espera de ser analisado. Nada se conhece em si próprio, mas em relação ao seu meio ambiente, à cadeia precedente de acontecimentos, à recordação de experiências passadas.” (LYNCH, 1960) Apesar de trivial, nunca é suficiente ressaltar como a cidade de São Paulo é, dentro das grandes metrópoles mundiais, um caso único de desenvolvimento, expressão cultural e encontro de interesses dos mais diferentes públicos. Seja pela “juventude” da cidade, quando comparada a outros centros urbanos de similar importância econômica, social e cultural, ou pela amálgama de ideologias que foram responsáveis pelo desenho do que viria a ser a cidade mais influente da América Latina (spturis.com.br, 2015). Vale lembrar que há exatos 100 anos atrás o bairro do Pacaembu não passava de um lote de glebas adquiridas pela City of São Paulo Freehold and Land Company (Cia. City), que havia desistido temporariamente de vender os terrenos divididos por causa da topografia de difícil ocupação. Ainda que a região fosse adjacente a áreas centrais e urbanizadas valorizadas pelas classes altas e médias paulistanas, o Pacaembu confrontava qualquer tentativa de dominar o espigão que dividia as encostas da região, tornando-se um vale alagado. Esse rápido desenvolvimento e o resultado pouco planejado é o que torna a cidade como um todo, e mais especificamente o bairro do Pacaembu como entorno do objeto de estudo deste trabalho, um espaço digno de análise para desvendar suas características imagéticas, semióticas e históricas, bem como a bagagem cultural que carrega e como se constrói no imaginário de seus moradores – e num cosmos ainda menor, dentro do complexo esportivo do Pacaembu. O espaço urbano público conecta o corpo ao espaço, o poder local e global incorporado no espaço, o papel da linguagem e das transformações discursivas do espaço, e da importância material e metafórica da arquitetura e do design urbano. É através desse espaço encarnado que o global é integrado nos espaços do cotidiano urbano e se tranforma em um local de experiência translocal bem como pessoal (LOW, 2014). Debruçando-se sobre a prática do projetar o espaço, é possível servir-se da definição da McGill School of Architecture para o termo “Urban Design”: “(Urban Design) practitioners articulate urban plans in four dimentions (how we experience an urban place as we move through it)”. Percebe-se que o desenvolvimento da urbe tem projeções também sociais e culturais, uma vez que envolve a análise dos elementos animados e inanimados ao mesmo tempo. A produção social do espaço inclui os fatores sociais, econômicos, ideológicos e tecnológicos que resultam – ou buscam resultar – na criação física do cenário


material. Construção social, por outro lado, refere-se às transformações espaciais através das interações sociais pessoais, conversas, memórias, sentimentos, imaginações e uso – ou ausência – nos lugares, cenários e ações que carregam significados particulares. Ambos os processos são sociais enquanto tanto a produção quanto a construção do espaço são mediados por processos sociais, especialmente sendo contestados e disputados por razões econômicas e ideológicas. O indivíduo, como um campo espacial móvel – uma unidade espaçotemporal com sentimentos, pensamentos, preferências e intenções, bem como crenças culturais e práticas subconscientes – que cria espaço como uma potencialidade para relações sociais, atribuindo significado, forma e em última instância pela padronização de movimentos diários, produz lugares e paisagens (LOW, 2014). Por outro lado, uma estrutura física viva e integral, capaz de produzir uma imagem clara, desempenha também um papel social. Pode fornecer a matéria-prima para os símbolos e memórias coletivas da comunicação entre grupos. A identidade do espaço tem relação direta com o modo como seus transeuntes agem sobre ele e como o produzem e reproduzem. Um meio ambiente característico e legível não oferece apenas segurança, mas também intensifica a profundidade e a intensidade da experiência humana. Se uma imagem deve ter um valor para a orientação no espaço vivo, tem de ter diversas qualidades. A imagem deveria, de preferência, possibilitar um fim em aberto, adaptável à mudança, permitindo ao indivíduo continuar a investigar e a organizar a realidade: deveriam existir espaços em branco onde ele poderia prolongar o plano por si próprio. No processo de orientação, o elo estratégico é a imagem do meio ambiente, a imagem mental generalizada do mundo exterior que o indivíduo retém. Esta imagem é o produto da percepção imediata e da memória da experiência passada e ela está habituada a interpretar informações e a comandar ações. A necessidade de conhecer e estruturar nosso meio é tão importante e tão enraizada no passado que esta imagem tem uma grande relevância prática e emocional no indivíduo (LYNCH, 1960). Por isso o cuidado de estudar com profundidade um projeto que visa cobrir um espaço como o complexo esportivo do Pacaembu – carregado de tantos significados – com um sistema de orientação, informação e comunicação. Segundo Ana Lucia Velho (2007), informação não é um dado, mas uma produção que decorre da capacidade de inferir, da e sobre a realidade, novos conhecimentos suficientes para provocar aprendizado ou uma mudança de comportamento. Espaço de informação é aquele ambiente físico, social, econômico e cultural que agasalha um tipo de comportamento decorrente de um modo de vida, um modo de produção (FERRARA, 1999). A importância do complexo esportivo do Pacaembu como um espaço público que agrega infindáveis simbologias do esporte e da história de São Paulo por si só já deveria ser motivo para o estudo do uso de seu espaço. Por isso a empreitada em um projeto que vise (ajudar a) criar um local bem-sucedido onde as pessoas querem viver, trabalhar e brincar. Pegando emprestadas as palavras do Urban Design Group em uma livre tradução, “o que tira os designers urbanos da cama é o desafio de criar lugares que serão usados e aproveitados por uma ampla gama de diferentes pessoas, para diferentes propósitos, não só agora mas em anos por vir”.

11 INTRODUÇÃO


CONSTRUINDO A IMAGEM DO PACAEMBU


As imagens do meio ambiente são o resultado de um processo bilateral entre o observador e o meio. O meio ambiente sugere distinções e relações, e o observador – com grande adaptação e à luz de seus objetivos próprios – seleciona, organiza e dota de sentido aquilo que vê. A imagem, agora assim desenvolvida, limita e dá ênfase ao que é visto, enquanto a própria imagem é posta à prova contra a capacidade de registro perceptual, num processo de constante interação. Assim, a imagem de uma dada realidade pode variar significativamente entre diferentes observadores (LYNCH, 1960). A construção e percepção do espaço se dá num sistema de informações complexas, que não é baseado na mera relção entre as coordenadas espaciais dos elementos físicos em um plano cartesiano, mas numa sequência de planos mentais criados sequencialmente (SMYTHE, 2013), que surgem através da familiaridade física e psicológica com o lugar. Levando em consideração os pontos anteriores que foram levantados em relação à imagem e ao imaginário de um determinado espaço físico e como ele adquire significados e relações distintas com seus públicos, é preciso agora entender os sistemas imagéticos ligados ao Pacaembu. Lynch define três componentes necessários para a composição da imagem de um meio ambiente: identidade, estrutura e significado (1997). 1. Uma imagem viável requer, em primeiro lugar, a identificação de um objeto, o que implica a sua distição de outras coisas, o seu reconhecimento como uma entidade separável. Falamos de identidade, mas não no sentido de igualdade com outra coisa qualquer, mas significando individualidade ou particularidade; 2. A imagem tem de incluir a relação estrutural ou espacial do objeto com o observador e com outros objetos; 3. O objeto tem de ter para o observador um significado quer prático quer emocional. Isso significa que existe também uma relação, mas uma relação diferente da espacial ou estrutural. Cabe ao presente trabalho contextualizar o Pacaembu para possibilitar o entendimento do que ele é como instituição, historicamente, dentro do contexto da cidade de São Paulo, bem como sua importância ao esporte brasileiro e por último entender a situação presente do mais renomado clube esportivo público do município. Ao que se segue a construção de sua imagem sob os componentes analisados por Lynch. A maior parte das informações históricas deste capítulo foram tirados do livro Museu do Futebol – Arquitetura e requalificação no Estádio do Pacaembu.

IDENTIDADE (O QUE É O PACAEMBU) O nome Pacaembu é mais comumente associado ao bairro paulistano da zona centro-oeste da cidade, podendo ser considerado um bairro nobre dos distritos da Consolação (administrado pela subprefeitura da Sé) e de Perdizes (administrado pela subprefeitura da Lapa). Em se tratando do complexo esportivo, o nome é diretamente associado ao futebol por causa do famoso estádio, de proporções

13 CONSTRUINDO A IMAGEM DO PACAEMBU


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históricas que serão abordadas mais a frente, que já sediou numerosas partidas de importância nacional, além de ter sido a casa de um dos maiores times paulistanos e brasileiros na última década, bem como ter sediado eventos de diversas ordens até mesmo fora da esfera esportiva. Hoje em dia a utilização do estádio para eventos que não sejam ligados ao esporte, como em muitas ocasiões em que foi palco de shows de mega-bandas nacionais e internacionais. A proibição veio após uma mobilização da Viva Pacaembu (associação de moradores) que moveu, em 2004, uma ação judicial contra a prefeitura. Em novembro de 2005, a entidade conseguiu uma liminar (decisão provisória) que proibia a realização de shows no local. Com o nome de “Estádio Municipal de São Paulo”, o Pacaembu foi inaugurado em 27 de abril de 1940, com a presença do então presidente da República, Getúlio Vargas, e do prefeito Prestes Maia. Atualmente o Pacaembu é muito subutilizado enquanto complexo poliesportivo, de tal modo que o conhecimento do acesso público do clube à comunidade é pouco disseminado. São poucos os que realmente o conhecem como complexo e não simplesmente como Estádio, que desde o começo dos anos 2000 tem passado por problemas administrativos e vem sofrendo ameaças de privatização. Ainda assim, “o Pacaembu não é só futebol”, diz a descrição do complexo na página oficial da prefeitura (prefeitura.sp.gov.br): “Dentro do estádio funciona um verdadeiro complexo esportivo que atende o munícipe de forma gratuita. O complexo inclui piscina olímpica aquecida com arquibancada para 2.500 pessoas; ginásio poliesportivo coberto com capacidade para abrigar 2.500 espectadores; ginásio de saibro coberto com assento para 800 pessoas; quadra externa de tênis com arquibancada para 1.500 pessoas; quadra poliesportiva externa com iluminação; 3 pistas de cooper com 500, 600 e 860m; 2 salas de ginástica e posto medico. São de uso gratuito no Pacaembu: piscina, realização de exame médico, quadra de futsal externa, confecção de carteirinha, ginástica, musculação, condicionamento físico, dança, práticas para 3ª idade e cooper. Tem preço público para utilização: ginásio poliesportivo, ginásio de saibro coberto, quadras de tênis descoberta e o campo de futebol (…).” Além disso, o complexo apresenta ainda o Museu do Futebol e uma infraestrutura de banheiros e vestiários, além de espaço para acomodação da administração. O Complexo Poliesportivo do Pacaembu funciona de terça a domingo das 6h às 22h. Em dias de jogos, o complexo fecha 6h antes do início do jogo, uma vez que é necessário fazer uma varredura para que não haja ninguém quando as equipes estiverem se concentrando para jogarem.


ESTRUTURA (PACAEMBU X SÃO PAULO) Sua grandeza histórica data de sua concepção, quando, inaugurado, foi o primeiro estádio de São Paulo, além de ter sido considerado na época o maior e mais moderno estádio de futebol da América do Sul, com capacidade para acolher 70 mil pessoas.

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O complexo já era parte do projeto urbanístico desenhado nos anos 1920 pelo urbanista inglês Barry Parker para o bairro do Pacaembu. Com a arquitetura em estilo Art Déco, tradicional no início daquele século, o projeto do estádio é assinado pelo escritório Ramos de Azevedo - Severo Villares. Tamanha é a importância histórica do monumento que, em 1994, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) tombou o estádio e o complexo esportivo anexo, incluindo a Praça Charles Muller fronteira, considerando ainda a inserção do conjunto no bairro já tombado do Pacaembu. A história do bairro, cujo planejamento e ocupação estão no crescimento desordenado e vertiginoso da cidade da virada do século XIX para o XX, está ligada à Cia. City, como dito anteriormente. A preocupação vigente na época, oriunda dos novos conhecimentos científicos adquiridos sobre a saúde e higiene, fez com que as elites paulistanas passassem a buscar zonas mais arejadas, limpas, onde se evitava a aglomeração. A higienização social se dava também pelo assentamento geográfico e as regiões próximas ao centro – mas fora dele – começam a ser valorizadas e loteadas.

3.1 Arquibancadas do estádio lotadas em dia de jogo (1942). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.


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Entre essas áreas estava a área hoje conhecida como Pacaembu e que na época era um desafio aos projetos imobiliários pela topografia de difícil ocupação. A área toda havia sido comprada pela recém formada Cia. City que, para vencer os obstáculos naturais e aproveitar a paisagem pitoresca da região, trouxe os arquitetos ingleses Barry Parker e Raymond Unwin, conhecidos pela criação do modelo de cidade e subúrbio jardim na Inglaterra. A tarefa de desenhar um planejamento urbano para o Pacaembu não era fácil – não é por acaso o nome Pacaembu: “terras alagadas” – e os arquitetos-sócios se dedicaram a criar um traçado que integrasse as riquezas naturais da paisagem ao projeto de intervenção. Parker buscou potencializar, através de ruas curvas, acompanhando as cotas de nível do terreno, o efeito pitoresco da paisagem. As trajetórias curvas evitavam as criação de imensas ladeiras resultantes da aplicação irrefletida do traçado tradicional de quarteirões regulares sobre o irregular relevo paulistano, como se vê no bairro de Perdizes. Seu projeto propôs um esquema de poucas ruas largas vencendo o vale, complementadas por muitas alamedas menores para circulação local. Também se tirou partido do potencial da paisagem natural, com pontos focais de visualização, hoje rareados pelos empreendimentos de maior escala vertical do bairro. Enquanto isso, outros traçados urbanos realizados pela dupla Parker e Unwin eram desenvolvidos pela cidade: projetos para o loteamento do Jardim América, o primeiro a ser comercializado pela empresa com enorme sucesso, e para o Alto da Lapa. Também, como cortesia da empresa City à cidade e à Prefeitura de São Paulo, desenhou, sobre a mata natural, a urbanização do Parque Trianon na avenida Paulista. No Pacaembu as primeiras movimentações de solo iniciam-se em 1912, mas logo são paralisadas. Apenas após mudanças em leis e legislações de arruamento a obra é retomada 10 anos mais tarde e em 1925 começam as vendas dos lotes. Em 1936 a Cia. City faz a doação de terras para a contrução do Estádio Municipal, o que deu um sensível impulso à comercialização. O complexo esportivo conhecido pelo grande público como Estádio do Pacaembu começa a ser concebido ainda em 1920, apesar de seu projeto datar de 1936. Na época, o interesse pelos esportes em geral, e pelo futebol em particular, era uma realidade que gerava a demanda por espaços próprios para sua prática. A necessidade latente de um estádio municipal que se tornasse marco nacional era engrandecida pela rivalidade municipal entre São Paulo e Rio de Janeiro, este que desde a virada da segunda para a terceira década do século XX detinha o centro simbólico do futebol brasileiro: o campo do Fluminense, no bairro das Laranjeiras. Diante da crescente demanda por instalações esportivas e a paixão do grande público pelo futebol, a ideia da construção de um estádio municipal tem origem na confluência de interesses dos setores ligados ao espantoso desenvolvimento urbano da cidade. A popularização do esporte, se hoje permeia todas as classes sociais no amor e tem maior participação das classes menos abastadas em sua prática, naquela época se dava em clubes privados de elite. A proximidade do estádio foi um estímulo para a urbanização do entorno e para a comercialização dirigida à classe privilegiada. Não por acaso a Cia. City rapidamente ampliou a doação original de 50 mil metros quadrados ao poder público para mais de 75 mil.


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3.2 Praça Charles Miller no início do loteamento do bairro do Pacaembu (1926). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.

3.3 Praça Charles Miller no início do loteamento do bairro do Pacaembu (1926). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.


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3.4 Evolução da construção da quadra coberta de tênis (sem data). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.

Numa inteligente jogada de mercado, a empresa criou um pólo de atração com um novo equipamento público que também garantiu a ocupação do setor do terreno mais inconveniente para as residências. O impulso efetivo para a consolidação do bairro só se deu com a inauguração do complexo esportivo, com a plena urbanização da área e com o potencial de atração do estádio, da praça que o antecede e da avenida de mesmo nome.


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3.5 Cartaz de divulgação do loteamento da Cia. City. Fonte: wikipedia.org 3.6 Publicidade da Cia. City sobre o loteamento do Pacaembu (1950). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.

3.5

3.6

Entretanto, a concepção original da gestão do prefeito Fávio Prado, idealizada no departamento de Cultura pelo escritor Mário de Andrade e por Paulo Duarte, capitaneando um grupo de intelectuais, era muito mais ambiciosa do que apenas a de um estádio de futebol. Projetado e construído pelo Escritório Técnico Severo Villares, funcionaria como um complemento aos campos de atletismo, dentro de um amplo programa social de educação de menores sem acesso a clubes privados. São do mesmo período várias iniciativas de promoção cultural na cidade, tal qual a construção de equipamentos como parques infantis e a Biblioteca Pública, mais tarde chamada Mario de Andrade. Além da crescente e inquestionável paixão pelo futebol por parte de torcedores, o programa do complexo esportivo tinha, portanto, maiores pretensões. Desenvolveu-se dentro do contexto de um programa social em que se incluíam o espírito de valorização das atividades físicas, a introdução de novas modalidades, as conquistas de medalhas por atletas locais e o reconhecimento do potencial educativo dos esportes. O gosto pelos esportes no mundo identificava-se com os novos tempos, com o século XX e com o forte impulso proporcionado pelas Olimpíadas Modernas, iniciadas em 1896. O culto ao corpo e à atividade física foi incorporado e apropriado pelo público, pelas associações e logo pelos governos. Em São Paulo nos anos 1920, quando começou a ser pensado preliminarmente o estádio, a febre esportiva incluía corridas de automóvel, clubes às margens dos rios, hipódromos e, intensamente, o futebol. Também havia uma identificação dessas atividades dinâmicas e modernas com o mundo contemporâneo e com o crescimento entendido como progresso e melhoria para São Paulo, cidade já se desenhando como “a que não pode parar”, dos futuros anos 1950.


20 CONSTRUINDO A IMAGEM DO PACAEMBU

Na origem, o arrojado complexo era composto não só pelo estádio, envolto em uma pista de atletismo, mas também por um ginásio poliesportivo, uma piscina olímpica e quadras de tênis. Havia ainda o chamado salão de festas, um amplo palco com instalações de vestiários anexos, conhecido como concha acústica, áreas administrativas, alojamentos para atletas e salão para recepções localizado em uma espécie de ponte sobre uma das ruas laterais do edifício principal. Nostalgicamente lembrada por paulistanos, a concha acústica foi demolida, e seu lugar, ocupado pelo chamado “tobogã”, para ampliar a capacidade do estádio na década de 1970, momento de grande fluxo de torcedores aos campos, na esteira do sucesso internacional da seleção brasileira tricampeã mundial. Se no passado o Pacaembu nasceu filho de personagens históricos da cidade, que tiveram importância nacional e internacional e foram responsáveis pelo crescimento da cidade em seu tempo mais fervoroso, sua grandiosidade deixa muito a desejar nos dias de hoje. Atrás da fachada imponente icônica na memória paulistana, pouco se vê da ocupação anterior do complexo. Seus públicos são outros, seu futuro é incerto. A falta de recursos públicos para manutenção causada pela proibição do estádio para eventos de grande porte que não fossem ligados ao futebol, bem como a construção de outros mega-complexos para times que utilizavam o Pacaembu como casa, fez com que atrás das paredes tombadas a história minguasse para uma lembrança simbólica. Hoje em dia o complexo passa pela segunda tentativa de privatização em 10 anos; no momento do desenvolvimento deste trabalho está passando por uma licitação para a escolha de uma empresa privada que tomará a responsabilidade de sua administração.

SIGNIFICADO (PACAEMBU X SEUS PÚBLICOS) Apesar do estádio e seu uso exclusivo para o futebol aos finais de semana, o clube esportivo é a área que de fato gera circulação de pessoas e eventos no complexo. Seus 118 funcionários (dentro os quais são 27 funcionários públicos, 41 funcionários terceirizados de limpeza, 48 funcionários terceirizados de segurança e 2 funcionários terceirizados que cuidam da manutenção do campo) são responsáveis pela manutenção e gerenciamento de aulas voltadas para a educação esportiva para todas as idades e gêneros, que atraem 2.059 sócios1. Deste total de associados, 200 estavam matriculados nas aulas e cursos oferecidos pelo clube no mês de outubro de 2015. Em conversa com os funcionários do Pacaembu, tanto os públicos quanto os terceirizados, percebe-se que há um clima extremamente amigável e familiar no ambiente de trabalho. A maioria dos funcionários públicos estão vinculados há mais de 5 anos, alguns chegando a estar lá há mais de 15 anos, o que cria um laço emocional forte com o Pacaembu. Já os terceirizados tem uma rotatividade um pouco maior, mas ainda assim mantêm um relacionamento próximo com os funcionários públicos. A empresa responsável pela segurança do complexo foi substituída no

1.  Dados fornecidos pela administração do Pacaembu, Novembro 2015.


meio deste ano, e seus funcionários tem uma rotina de trabalho com dias intercalados de folga (dia sim, dia não de trabalho, sem folga fixa aos finais de semana). Pela pesquisa feita no clube, fica clara a predominância de moradores do bairro entre os associados ao clube. O fenômeno “bairrista” verificado no Pacaembu pode ter várias explicações, que vão desde a falta de acessos faceis por transporte público ao complexo, inibindo a visita de pessoas que não morem na região, até a falta de divulgação dos serviços oferecidos. Em conversa com sócios do clube, percebe-se que a grande maioria tomou conhecimento do caráter público e das aulas e treinamentos oferecidos pelo Pacaembu por indicação de conhecidos. Não há nenhum esforço de comunicação externa que incentive a visita ao clube e o uso do aparato esportivo público. Não só conversando com sócios e funcionários, mas também com pessoas que não são sócias do Pacaembu, vê-se que poucas pessoas sabem que há um clube público dentro do complexo, acreditando que o espaço atrás do estádio cabe apenas às instalações administrativas do mesmo. Os 47 questionários respondidos – ainda que este número não possa ser extrapolado para o universo dos sócios do clube, foi um bom ponto de partida para uma pesquisa exploratória – mostraram que muitos dos sócios do clube se relaciona com o espaço há pelo menos 5 anos, sendo que é possível encontrar sócios que frequentam o clube há mais de 20 anos e atualmente frequenta, o clube pelo menos 2 vezes por semana. Além dos questionários, foram coletados 12 desenhos produzidos por usuários do Pacaembu, com crianças e adultos, em todos os setores, exceto na academia. Estes desenhos, produzidos em poucos minutos e apenas com base na memória, tinham como objetivo entender como se dava o mapeamento mental das pessoas que frequentam o clube. É notório observar que apenas a academia e a secretaria aparecem apenas em 2 desenhos, provavelmente por não ter nenhum desenho coletado no espaço da academia. O único setor que aparece em absolutamente todos os desenhos é o ginásio, seguido pela piscina e pelas quadras de tênis, que não aparecem, respectivamente, em 2 e 3 desenhos. Isso mostra como, apesar dos longos anos de uso do Pacaembu por seus sócios, há ainda um desconhecimento grande do espaço do clube e das atividades oferecidas. A maior divulgação do clube, talvez, seriam os eventos realizados no complexo, principalmente no ginásio, edifício que propicia uma maior variedade de eventos esportivos. No entanto, mesmo fora do ginásio muitos eventos de grande porte tomam conta do clube: competições municipais de natação, corridas de aventura ao redor do clube, torneios de tênis (hoje em dia cada vez mais raros) e outros. Se esses eventos atraem pessoas de diferentes perfis de acordo com seus temas e focos, já existe uma clara divisão etária dos sócios do clube dentro dos edifícios do complexo nos dias de semana e nas aulas oferecidas. Enquanto no ginásio há um uso predominante por crianças e adolescentes do sexo masculino, assim como na quadra poliesportiva externa, nas salas de ginástica esse perfil se inverte, sendo as aulas do período diurno lotadas de senhoras acima de 50 anos. Nas quadras de tênis e na piscina vê-se uma variedade maior de usuários, mas com uma intensidade de uso concentrada nos meses de verão.

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3.7 Planta do loteamento do bairro do Pacaembu (1951)). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.

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3.8 3.8 Maquete do primeiro projeto do Estádio do Pacaembu (sem data). Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu. 3.9 Projeto definitivo do complexo esportivo do Pacaembu, implantação, cortes e elevação, Escritório Sever & VIllares, desenho de 1940. Fonte: Museu do futebol: arquitetura e requalificação do Estádio do Pacaembu.


COMUNICAÇÃO E ORIENTAÇÃO


Muito antes do papel ser inventado, humanos faziam marcações em superfícies como nas paredes das cavernas, no ambiente que os circundava. O intuito desse costume era comunicar a informação visualmente. Observa-se que a formalização do estudo do design voltado para a comunicação ambiental é extremamente recente se comparada à sua prática – ainda que no início não houvesse qualquer planejamento e projeto para tal, portanto desqualificando a prática como design. Mais recentemente, ao final do século passado, os profissionais que projetavam para a comunicação ambiental se encontravam majoritariamente em escritórios de arquitetura e seu trabalho de design se relacionava a espaços arquitetônicos, de modo que o produto de seu trabalho era comumente referido como sinalização arquitetônica. Na verdade, a palavra signage, cuja origem é atribuída ao designer canadense Paul Arthur, sequer aparecia nos dicionários estadounidenses até a década de 1980. No entanto, na década de 1970, um grupo de designers encontrava-se projetando desenhos para um grupo coordenado (uma “família”) de sinais e não para impressão (CALORI, 2007). Com a percepção de que o desenvolvimento de projetos para a comunicação e orientação espacial era parte do campo do design, teóricos e profissionais iniciaram o árduo (e empírico) processo de estudo do campo a partir da repartição do conhecimento e da nomenclatura específica da atividade. Hoje são muitos os termos encontrados e utilizados para denominar esta área. Estas denominações foram se modificando em sua recente utilização e refletindo a complexidade ao incorporar novos atributos no seu desempenho. Em fontes especializadas (ADG Brasil, 2004 e MOZOTA apud VELHO, 2007) e na prática profissional encontra-se o uso de denominações diversas: sinalização, programação visual, comunicação visual, design ambiental, design total, ambientação, design da informação, wayfinding design, design gráfico-ambiental, sistemas de sinalização, sinalização interna, identificação de fachadas, etc. Neste trabalho serão utilizadas as definições de Chris Calori (2007), Joan Costa (1992), Paul Arthur e Passini (1992) e o trabalho de Ana Lúcia Velho (2007) que se apoia em diversos autores para fazer a distinção entre as áreas de estudo do design voltado para o ambiente. Suas definições estarão mais detalhadas no decorrer do capítulo, seguindo uma reflexão sobre o que se encontra na literatura sobre o tema. O termo sinalização, encontrado na bibliografia em inglês “signage” e em espanhol “señalización”, é compreendido geralmente como sinalização viária (a indicação ou advertência destinada a orientar motoristas). Interpreta-se, também, como o suporte físico sobre o qual se aplicam informações de qualquer natureza, ou seja, a placa. Fora do meio acadêmico, sinalização é um termo muito amplo e genérico: pode-se dizer que gestos são utilizados para sinalizar; ou ainda uma simples dobra no canto superior de uma página é compreendida como um sinal, uma marca que pode ter um significado: retomar a leitura a partir deste ponto. Quando marcamos um ponto, o destacamos ou o diferenciamos no ambiente, estamos sinalizando aquele ponto. A sinalização faz parte de um programa de design maior que tem como objetivo otimizar a comuincação para criar um sistema de orientação próprio para a nave-

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gação no espaço. A Associação dos Designers Gráficos (ADG) define esta vertente do design como design ambiental: “Há dois tipos de design ambiental, o de sinalização e o de ambientação. Projetos de sinalização costumam ser implantados em edifícios complexos, tais como shopping centers, supermercados, terminais de transporte, hospitais, museus. Sua principal tarefa é otimizar – por vezes até viabilizar - o funcionamento desses edifícios. Já os projetos de ambientação podem ser chamados de design total: são recintos inteiramente concebidos pelo designer, tais como uma exposição, um estande um local para abrigar um evento.” (Guia ADG Brasil, 2004). Apoiada pela Society for Environmental Graphic Designers (SEGD), Calori define esta atividade como Environmental Graphic Design (Design gráfico ambiental). Ela envolve a sistemática da informação coesa e um sistema gráfico visualmente unificado identificando o ambiente construído. Ainda no que se refere ao ambiente, algumas considerações elaboradas do ponto de vista do marketing podem complementar a compreensão da importância do ambiente. Zeithaml e Bitner (2003 apud VELHO, 2007), consideram os ambientes como cenários de serviços (locais onde as pessoas executam tarefas), e que são percebidos pelas suas evidências físicas. Por isso é importante observar, além dos elementos planejados, as evidências do uso do espaço para entender como o ambiente influencia no fluxo e vice-versa. Essas evidências físicas estão no conjunto de características de cada ambiente. Podem ser tangíveis: a arquitetura, a sinalização, o estacionamento, a paisagem, entorno, os equipamentos, o layout, a qualidade do ar, a temperatura, a ventilação, e intangíveis: o conforto, a organização, a limpeza, as instalações, etc. Ainda sobre o conforto e organização do entorno, é necessário aludir à definição da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO): “Entende-se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.” (IIDA, 2005, p.:2) Já o cenário de serviços pode desempenhar vários papéis simultaneamente. Um exame sobre a variedade de papéis que ele pode desempenhar, assim como a interação entre eles, dá a dimensão da importância da adequação da evidência física na estratégia do serviço. Estes papéis podem ser de: “embalagem”, ou seja, a imagem do ambiente; de “facilitador” no alcance de metas de clientes e funcionários; de “socializador” e de “diferenciador” de outros serviços. O cenário de serviços pode afetar comportamentos de aproximação e afastamento de usuários e clientes. Os indivíduos podem reagir de maneiras diferentes ao cenário de serviços, dependendo de seus perfis individuais (características demo-


gráficas, psicológicas, culturais etc.). Zeithaml e Bitner (2003 apud VELHO, 2007) concluem quem se a evidência física for analisada, planejada e implementada de forma eficaz, além de auxiliar a redução de aspectos negativos na comunicação do espaço com o usuário, pode desempenhar um papel de fundamental importância nessa comunicação, ajudando-o a compreender aquilo que a empresa – no caso uma instituição pública – oferece, estabelecendo as expectativas apropriadas. O programa atual adotado pelo complexo esportivo do Pacaembu será analisado segundo as definições que seguem.

WAYFINDING “Para entender como os povos navegam em ambientes estranhos, deve-se compreender o processo de busca” (LYNCH, 1960). “Wayfarer”, é um termo já encontrado em 1440 que significava “viajantes de estrada”, especialmente aqueles que andavam à pé (andarilhos). O termo “wayfaring” existe na língua inglesa desde o século XVI e seu significado é viajar ou circular pelas estradas. O termo “way-finding” foi usado primeiramente em 1960 pelo arquiteto Kevin Lynch no seu livro “A Imagem da Cidade” onde ele considerou os mapas, as ruas, a sua numeração, os sinais direcionais e outros elementos como auxiliares na busca ou como a “maneira de se encontrar”. Seu trabalho é baseado no conceito da orientação espacial e seu pré-requisito é a capacidade que o ser humano tem para desenvolver o mapa cognitivo, o qual ele chama de imagem. Segundo Lynch (1960), a imagem do ambiente é a representação mental2 genérica, do mundo externo, que cada indivíduo tenta formar. Esta imagem pode ser decomposta em 3 componentes: identidade, estrutura e significado. Exemplificando, uma imagem útil para indicar saída requer o reconhecimento de uma porta como entidade distinta, de sua relação espacial com o observador e de seu significado enquanto abertura para sair. O reconhecimento visual da porta mistura-se com o seu significado enquanto porta. Lynch teve grande influência nas pesquisas realizadas nos anos 60, porém não houve repercussão imediata no campo da sinalização e do design gráfico. No início dos anos 70, os cognitivistas Steven Kaplan, Roger Downs e David Stea argumentaram que para se compreender o que as pessoas fazem para encontrar-se, devíamos entender o processo intrínseco. Este conceito foi importante pela introdução da noção de orientação espacial, e principalmente por incorporar todos os proces-

2.  Há mais de um século, neurologistas (Förster em 1890, Meyer em 1890 e Holmes em 1918) reportaram casos de pacientes que, sendo vítimas de lesões cerebrais, eram totalmente incapazes de saber onde estavam e de alcançar qualquer destino no seu dia a dia. Esta incapacidade de orientação foi definida como amnésia espacial, tendo como sua principal característica o não reconhecimento dos “mapas” de espaços já visitados. A partir desta constatação, foi possível estudar a realização dos mapas mentais. O mapa cognitivo é a construção mental da representação do espaço.

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OS ELEMENTOS DO MEIO AMBIENTE O designer pode verificar como o espaço é organizado para que obtenha-se um lugar transformado em espaço, em que seja possível realizar atribuições semânticas e transformadoras por parte de quem de fato vive o ambiente. São as referências do aspecto físico que Lynch descreve (1960: 118-121) como componentes de um desenho que facilite a apreensão do sentido do espaço. Singularidade: evidência de limites; fechamento; contraste de superfície, forma, intensidade, complexidade, tamanho, hábito, localização espacial. O contraste pode aparecer em relação aos arredores imediatos ou à experiência passada do observador. Estas são as qualidades que identificam o elemento, que o tornam notório, vivo e reconhecível. Simplicidade de forma: clareza e simplicidade de forma visual em sentido geométrico, limitação de partes. Formas deste teor são muito mais facilmente incorporadas na imagem e é evidente que os observadores distorcem formas complexas, tornando-as simples, mesmo quando isso significa um erro de percepção e de prática. Quando um elemento não é imediatamente reconhecível como um todo, a sua forma pode ser uma distorção topológica de uma forma simples e, porém, pode ser compreendida. Continuidade: continuidade de um limite ou de uma superfície; proximidade de partes; repetição de um intervalo rítmico; semelhança, analogia ou harmonia de superfície, forma ou hábitos. Estas são as qualidades que facilitam a percepção de uma realidade física complexa como sendo una e possuidora de relações internas, as qualidades que sugerem uma identidade própria. Predominância: a predominância de uma parte em relação às outras devido ao tamanho, intensidade ou interesse, resultante da distinção de uma característica principal no todo, associada a um conjunto. Esta qualidade, tal como a continuidade, permite a necessária simplificação da imagem por omissão e inclusão. As características físicas, na medida em que estão para além do limiar da atenção, parecem irradiar a sua imagem conceitualmente a um certo nível, propagando-se a partir de um centro. Clareza de ligação: boa visibilidade das ligações e costuras; relação clara e interligação. Estas ligações são os pontos estratégicos de uma estrutura e deveriam ser claramente perceptíveis.

sos (perceptivos e cognitivos) necessários na tomada de decisão, no sentido de encontrar-se.

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Wayfinding é um processo ativo, que requer o envolvimento mental e atenção ao meio ambiente por onde se está tentando navegar. A autora cita o exemplo dos ralis de carro, nos quais o navegador é tão importante quanto o condutor. O fato é, porém, que muitas pessoas são melhores em compreender a informação dada a eles verbalmente e por isso preferem perguntar a alguém como ir do ponto A ao ponto B do que seguir a sinalização ou ler um mapa. A sinalização e outras pistas visuais de wayfinding podem ajudar até mesmo essas pessoas a navegar pelo seu ambiente quando não há ninguém por perto para perguntar (CALORI, 2007).


Diferenciação direcional: assimetrias, mudanças e referências radiais que diferenciam um fim de outros; ou que diferenciam um lado do outro; ou uma direção da outra. Alcance visual: qualidades que aumentam ou organizam uma possibilidade de visão, quer real quer simbólica. Estas incluem as transparências; sobreposições; vistas e panoramas que aumentam a profundidade da visão; elementos articulantes que explicam visualmente um espaço; concavidade que expõe outros objetos à nossa vista; indicações de um objeto, que de outra forma permaneceria invisível. Todas essas qualidades relacionadas facilitam a compreensão de um todo complexo, aumentando a eficiência da visão: a sua organização, penetração e poder de resolução. Consciência do movimento: qualidades que tornam o observador sensível ao seu próprio movimento real ou potencial através dos sentidos visuais e sinestésicos. É o caso dos indicativos que melhoram a clareza de desníveis, curvas e interpenetrações; dão à experiência motora perspectiva e localização; mantém a coerência na direção ou na mudança de direção; tornam visível a distância intervalar. Estas qualidades reforçam ou melhoram aquilo que o observador pode fazer para interpretar a direção ou a distância e dar forma ao seu próprio movimento. Séries temporais: séries das quais o observador se apercebe para além da questão temporal, incluindo ligações simples de elemento por elemento, onde um elemento está associado ao que o precede e ao que se lhe segue, e também séries que estão estruturadas no tempo e, assim, se tornam melódicas na natureza. Aqui, aquilo que seria imaginado seria o modelo em desenvolvimento dos elementos, mais do que os próprios – tal como apenas retemos na memória as melodias e não as notas. Num meio ambiente complexo pode até ser possível usar técnicas contrapontuais: modelos de ritmos e melodias opostos em movimento. Necessitamos de conceitos claros sobre a teoria das formas de que nos apercebemos, como uma continuidade para além do tempo, bem como sobre os arquétipos do design, que exibem uma sequência melódica da imagem dos elementos ou uma sucessão formal de espaço, textura, movimento, luz ou silhueta. Nomes e significados: características não físicas que podem reforçar a imagem de um elemento. Os nomes são, por exemplo, importantes na cristalização da identidade. Ocasionalmente indicam também pistas de localização. Sistemas de nomeação também facilitam a organização dos elementos. Significados e associações, históricos, sociais ou funcionais, econômicos ou individuais, constituem um verdadeiro domínio para além das qualidades físicas de que nos ocupamos. Reforçam grandemente as sugestões em direção à identidade ou estrutura, como pode ser claro na própria forma física.

Dependendo das características do ambiente, formar o mapa cognitivo pode ser muito difícil, e às vezes, uma operação impossível. O que as pessoas “registram” na memória sobre o ambiente? Que fatores determinam a lembrança de alguns prédios ou edificações? Quatro aspectos podem ser relevantes: 1. Características formais da edificação: forma, cor, complexidade de forma e originalidade de estilo arquitetônico, ou seja a sua distinção da paisagem urbana; 2. Visibilidade e acesso: se tem a entrada visível e fácil de localizar 3. Função: se a edificação tem uma função importante (ex: banco, shopping...);

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4. Significado simbólico: o sentido cultural ou histórico da edificação (ex: catedral da cidade). Eficiência, acessibilidade, segurança, ambientes atraentes e compreensíveis são aspectos que só podem ser alcançados quando os princípios do wayfinding são utilizados. Alcançar um destino processa-se a partir de: •

Tomada da decisão: planejamento da ação;

Execução da decisão: transformação do plano de ação em conhecimento do espaço;

Processamento da decisão: compreensão do espaço.

Aproximadamente 20 anos depois de Kevin Lynch publicar seu livro “A imagem da Cidade”, Paul Arthur e Romedi Passini (ambos canadenses) publicaram “Wayfinding in Architecture”, em 1984. Com base nos princípios apontados no wayfinding, Arthur e Passini formularam o conceito do wayfinding design. Designer autodidata, Paul Arthur ficou conhecido pelo uso do termo “signage” no início dos anos 60. Mais tarde, ele observou que este termo era dúbio, pois passava a idéia de que colocar placas (signage) era o mesmo que wayfinding. O ponto decisivo para a mudança de seu ponto de vista foi em 19613, quando seu escritório foi contratado para desenvolver o projeto de sinalização dos dois aeroportos mais importantes do Canadá: Winnipeg e Edmonton. Já Romedi Passini, arquiteto e psicólogo (environmental psychologist), foi o primeiro a articular o moderno conceito de wayfinding como um processo dinâmico para solucionar os problemas de mobilidade das pessoas no ambiente.

Princípios Básicos do Wayfinding Design O objetivo principal no wayfinding design pode ser chamado de wayshowing: permitir que cada pessoa forme um mapa mental de um espaço ou ambiente (CALORI, 2007). Portanto quanto mais claro for o layout físico do espaço, mais claros os mapas mentais serão. Em outras palavras, até mesmo o sistema de sinalização mais cuidadosamente pensado ​​não pode resolver todos os problemas de circular em um lugar que contém caminhos confusos e tortuosos. Em muitos casos, os próprios sinais não são o problema; eles só podem no máximo guiá-lo através do que é o problema basilar: uma alternância mal desenhada. São aspectos importantes do Wayfinding design o planejamento espacial e a comunicação. Entende-se o planejamento espacial como a ordenação das informa-

3.  Paul Arthur tinha voltado da Europa onde viu que as estratégias de design para resolver problemas, lá utilizadas eram muito diferentes das do continente americano. Ele não concordava com a maneira de projetar dos americanos, que não consideravam os aspectos humanos em seus projetos (LARGE apud VELHO, 2001).


ções na tomada de decisões. A orientação espacial pode ser considerada como uma relação estática com o espaço. No wayfinding design este relacionamento com o espaço é dinâmico (PASSINI, 1992). Entende-se a comunicação neste contexto como catalisadora da percepção do espaço: a circulação, os fluxos (horizontal ou vertical), as referências, os marcos e o mais importante, a informação. Para Arthur e Passini, a informação é concebida segundo critérios de legibilidade, visibilidade, compreensibilidade, estética, cor e forma. As informações podem ser classificadas em 3 grupos: •

Informações para a tomada de decisões (definição de caminhos);

Informações para a execução das decisões (direção de caminhos);

Informações para a conclusão da tomada de decisões (identificação do destino).

Outra classificação relativa à informação diz respeito aos recursos gráfico e formais disponíveis que podem ser: •

Tipográficos;

Ilustrações a mão livre, por computador, fotografia;

Pictográficos;

Cartográficos.

O wayfinding design, segundo Arthur e Passini (1992), varia também conforme as condições em que o usuário se encontra, seja em situações de viagem; em locais de trabalho; em situações de lazer e entretenimento; em compras, em shoppings etc. As características dos espaços e ambientes também interferem no “encontrar-se”: •

O tipo de planta (simétrica, assimétrica, axial, circular);

Os fluxos (acessos, número de acessos, tipos de acesso: a pé, em veículos);

A circulação (horizontal, vertical);

As características arquitetônicas (fachada, estilo, cores, materiais).

Os autores reforçam a necessidade de informações direcionadas a deficientes visuais e deficientes físicos. Já apresentando preocupação com os aspectos relativos à acessibilidade.

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Ainda segundo os autores, a comunicação ambiental compreende tanto a arquitetura da informação quanto a comunicação verbal ou gráfica. A psicologia ambiental é essencial no wayfinding design e recomendam que deve ser considerada como parte da formação do designer gráfico. O uso de tipografia (palavras, frases, textos) é certamente o principal recurso adotado na transmissão de mensagens e seu uso baseia-se na premissa de que todas as pessoas são alfabetizadas, e podem ver e compreender as informações. Já mencionam o termo design gráfico-ambiental como relativamente novo e relatam que no início dos anos 80 foi fundada a SEGD em Cambridge, Massachussets. Ela assumiu um papel importante no desenvolvimento da atividade profissional e na compreensão da função do designer gráfico, no contexto da arquitetura e do ambiente.

ENVIRONMENTAL GRAPHIC DESIGN (EGD) Em 1904, Frank Lloyd Wright projetou um prédio administrativo o Larkin Administration Building que abrigaria um grande número de funcionários, em geral jovens mulheres, cuja atividade era extremamente burocrática. Lloyd projetou cada detalhe do prédio, da fachada aos espaços internos, do mobiliário avo sistema de aquecimento. Tudo concebido no sentido de obter a máxima eficiência emocional e física. Como estímulo à produtividade, produziu palavras motivacionais que foram aplicadas no ambiente de trabalho tais como: inteligência, entusiasmo, controle, generosidade, altruísmo e sacrifício. O uso destas palavras incorporadas ao ambiente foi o artifício encontrado por Wright para moldar o pensamento daqueles funcionários (HESKETT apud VELHO, 2007). No inicio dos anos 20, vários artistas fizeram projetos em parceria com arquitetos e gráficos. Construtivistas utilizaram fotografias e textos imensos em exposições educativas com o objetivo de apresentar ao público internacional o progresso eco-

4.1 Larkin Administration Building, Buffalo, New York. Photograph 1906. 4.1


nômico e social da União Soviética. Em 1939, seguindo os passos dos construtivistas, Herbert Bayer projetou um estande de vendas utilizando a mais avançada tecnologia disponível: sugeria o uso de sons, projeções de filmes e até fumaça para escrever o nome de produtos no ar. O diagrama de Bayer ilustra a possibilidade do uso de múltiplos planos criando o ambiente da informação.

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Até os anos 50, o campo da sinalização não era levado à sério: as peças gráficas eram efêmeras e criadas no campo da publicidade. Desacreditado culturalmente como bom design, foi redescoberto pelo movimento pop, em Londres e Nova York. Andy Warhol, Richard Hamilton e jovens artistas recuperaram no ”lixo comercial” o discurso da alta arquitetura. O pensamento de Robert Venturi e Scott Brown apresentado no livro Aprendendo com Las Vegas, de 1972, gerou polêmica no meio modernista ao considerar “signs” como arquitetura. Ao apresentar a imagem do “pato” como uma tendência da arquitetura, Venturi e Scott celebraram o modelo dos shoppings: grandes caixas de concreto cujo significado e função deviam estar explícitos em seu ornamentos e letreiros.

4.2

4.3

O conceito de design gráfico-ambiental baseia-se na sua concepção: deve fazer parte do planejamento dos espaços e das construções desde o início do processo. O sistema de sinalização não é aplicado em ambientes acabados, é concebido como parte integrante daquele espaço. Para Gail Deibler Finke, membra fundadora da SEGD, autora de diversos livros e artigos publicados sobre esta matéria, os designers gráfico-ambientais têm a missão de tornar o espaço social mais “legível”, sendo atribuição do designer responder ao contexto social e arquitetônico. O designer gráfico-ambiental tem que ter o cuidado de moldar a informação ao seu contexto. Neste sentido, o termo design gráfico-ambiental suplanta a idéia de sinalização (signage). Sinalização sugere placas prontas, como os números prontos que são vendidos para identificar as casas. Esta distinção semântica, reforça e distingue a prática profissional e teórica consciente da prática essencialmente comercial.

4.2 Diagrama de Herbert Bayer, 1939. Fonte: Sign and Spaces, D.K Holland, p.:15. 4.3 Long Island Duck. Fonte: wikipedia.org.


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Para Finke (1994), os designers gráfico-ambientais têm que ser competentes no uso de ferramentas do design gráfico como forma, cor e tipografia e devem ter também o conhecimento de wayfinding e dos processos de fabricação. Devem desenvolver um sistema global possibilitando que as pessoas naveguem por ambientes complexos. Interferem no ambiente, tanto no sentido de reforçar a identidade ou a imagem da instituição, como em conformidade com os objetivos definidos por seus gestores.

TIPOS DE CONTEÚDO INFORMACIONAL O sistema de conteúdo de informação tem várias funções em um programa de sinalização e fornece muitos tipos de conteúdos informativos. Em um programa abrangente de sinalização, todos ou muitos destes tipos de informações serão exibidos em vários tipos de suporte. Identificação. A sinalização de identificação está localizada em um destino para identificar aquele destino ou o local em um ambiente. Sinalização de identificação confirma que “você chegou” a um destino, e eles podem ou não ter sinais direcionais que conduzem a eles. Orientação. A sinalização de orientação está localizada longe dos destinos de modo a dirigir as pessoas aos vários destinos dentro de um determinado ambiente. Esse tipo de sinalização também é conhecido como “sinalização de wayfinding” porque ajuda as pessoas a encontrar seus destinos locais. Advertência. Sinalização de advertência alerta as pessoas sobre riscos ou procedimentos de segurança dentro de um ambiente. Regulamentação. Sinalização de regulamentação apresenta regras de conduta e proibições. Operação. A sinalização operacional informa as pessoas sobre como o ambiente é operado e utilizado. Honorífico. Essa sinalização presta homenagem a pessoas associadas a um ambiente. É mais comum em locais e instalações institucionais e cívicos. Informativa/interpretativa. Ajuda as pessoas a interpretar o significado de um ambiente, ou lugares dentro dela, fornecendo informações sobre a sua história, geografia, habitantes, artefatos, e muito mais. Esse tipo de sinalização reforça a identidade e imagem da instituição.

Princípios básicos do design gráfico-ambiental Finke (1994) define duas características funcionais importantes: a facilidade de identificação e a facilidade de leitura. Entende-se por facilidade de identificação proporcionar à sinalização destaque do ambiente. Isto pode ser obtido através de algumas ações: aplicar a sinalização sempre de uma mesma maneira (mesma altura, do mesmo lado da estrada, etc ) ou seja, a sua consistência e coerência.


Outra maneira é a sua forma, que deve ser evidentemente diferenciada das demais existentes no espaço. Nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, a ferramenta mais importante utilizada foi o uso da cor: a sinalização era na cor magenta, o que a tornava única e diferenciada. Os visitantes apenas “seguiam” a cor magenta que se destacava da paisagem.

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Como facilidade de leitura, pode-se estabelecer que a localização da informação, o seu posicionamento, o seu dimensionamento adequado às distâncias de leitura necessárias, são fatores considerados. Independente destes aspectos funcionais, é de grande importância a característica destes projetos em dotar os espaços de uma “imagem”. A história, a cultura deve ser observada e podem ser expressas no ambiente. Designers gráfico-ambientais, quando egressos do campo de design gráfico, onde atuam em projetos bidimensionais, devem estar aptos a projetar em três dimensões, ter o conhecimento de materiais e das tecnologias disponíveis. Devem também conhecer a legislação vigente de cada governo, observar as questões relativas à segurança e acessibilidade. “Ouvir” os clientes, os usuários e traduzir suas expectativas e necessidades em projetos. Chris Calori apresenta o espectro desta atividade, que envolve a sistemática da informação coesa e um sistema gráfico visualmente unificado identificando o ambiente construído. Calori considera 3 funções importantes: •

Sinalização e Wayfinding: que orientam os indivíduos e os ajudam a se deslocarem no ambiente;

Interpretação: que dá aos indivíduos informações acerca daquele ambiente;

Placemaking: provê aquele ambiente de uma imagem diferenciada.

4.4

4.4 Os três principais componentes do EDG e como eles se sobrepõem. Fonte: Signage and wayfinding design: a complete guide to creating environmental graphic design systems, Chris Calori, p.:5.


36 COMUNICAÇÃO E ORIENTAÇÃO

A autora agrega a função interpretativa e o Placemaking aos já apresentados conceitos de sinalização e wayfinding. Função Interpretativa: a função interpretativa está associada à comunicação de um conceito ou tema, de um sentido cultural, social e/ou econômico adquirido intencionalmente no planejamento da comunicação visual. Isso pode ser atingido pela utilização de um objeto simbólico de um tema ou de uma figura histórica que personifique esse tema. Estas informações estão aplicadas no ambiente e podem ser mescladas com outros recursos áudiovisuais, mídias interativas, objetos etc. Podem ser efêmeras ou permanentes, internas ou externas. As informações interpretativas fazem interseção com a sinalização, e podem estar presentes também nesse sistema. Placemaking: não existe este termo em português, trata-se de um termo inicialmente utilizado por arquitetos e paisagistas americanos que significa “tratar espaços de forma diferenciada (praças, fontes etc...)”. Placemaking é a criação de uma imagem distinta e diferenciada de um lugar que pode ser expressa de várias maneiras. Diferentemente de como é tratado pela arquitetura, placemeking no conceito de EGD tem a intenção explícita da comunicação. Placemaking cria uma imagem distinta para um local, e pode ser expressa de várias formas. Como já foi discutido, a sinalização e elementos interpretativos podem criar uma percepção do espaço, assim como entradas, portais, pontos de encontro, e pontos de referência (marcos). O que separa placemaking, no sentido EGD, de outras formas de placemaking é a comunicação explícita de informações através de ambos os canais estáticos e digitais. Sem essa intenção explícita de comunicação, placemaking se torna um exercício de arquitetura, design de interiores, escultura, teatro, e assim por diante. Isto sem desconsiderar que os designers gráfico-ambientais podem se apoiar em qualquer uma dessas disciplinas, a fim de criar objetos ou eventos, que são muitas vezes monumentais – normalmente em escala, mas às vezes também em quantidade – ainda que às vezes temporários.

SEÑALÉTICA Aqui os conceitos foram cunhados por Joan Costa em seu livro “Señalética” (1992). Esta obra faz parte de uma coleção editorial intitulada “Enciclopédia do Desenho”, dirigida por Joan Costa, que engloba o estudo conceitual, metodológico e pragmático de diversas disciplinas do design a partir da ótica da comunicação. Joan Costa (professor de Imagem e Comunicação da Universidade Autônoma de Barcelona) propõe o uso do termo Señalética para denominar a atividade por ele assim definida:


“A Señalética nasce da ciência da comunicação social, ou da informação e da semiótica. Constitui uma disciplina técnica que colabora com a engenharia da organização, a arquitetura, o ambiente e a ergonomia, sob o vetor do design. A señalética responde à necessidade da informação ou orientação provocada e ampliada pelo fenômeno contemporâneo da mobilidade: deslocamento de grupos de indivíduos de diferentes procedências geográficas, condições sócio-econômicas e culturais distintas, implicando na idéia da circunstancialidade, gerando novas situações” (COSTA, 1992). Segundo o autor, entende-se por señalética o funcionamento instantâneo e automático da informação através de sinais visuais relacionados aos indivíduos. É uma disciplina técnica que se aplica à morfologia espacial, arquitetônica, urbana, e à organização dos serviços. Sua finalidade é a informação, inequívoca e instantânea. O seu funcionamento se dá através da interação das mensagens visuais e a reação a estas mensagens. O sistema de comunicação é composto por um código universal de sinais, símbolos (iconográficos, tipográficos, e cromáticos) e um procedimento técnico que estabelece previamente um programa (planejamento). A sua estratégia de comunicação é a distribuição lógica de mensagens fixas, ou estáticas localizadas “in situ”, destinadas à atenção voluntária e seletiva do usuário nos pontos-chave do espaço, que pressupõem dilemas de comportamento. A señalética não impõe a atenção do público, não provoca impacto, nem recorre à atração estética. Talvez seja o exemplo mais significativo da comunicação funcional. Sua linguagem é predominantemente sintetizada, não discursiva e evita a retórica visual. Seu princípio é o da economia generalizada: máxima informação com o mínimo de elementos e com o mínimo de esforço do receptor para sua identificação e compreensão. Sua presença é silenciosa, sua ocupação é discreta, pode ou não ser utilizada, e deve desaparecer de imediato do campo de conhecimento do usuário. As disciplinas e técnicas a ela relacionadas são: a programação visual, o planejamento, a arquitetura, a ergonomia, o entorno ou meio ambiente, e a produção industrial. Joan Costa considera que a señalética é uma evolução da prática da sinalização, aplicada a problemas particulares de informação espacial, que se integra ao espaço, ao ambiente e contribui para reforçar uma imagem de marca. Os sistemas de señalética se incorporam aos sistemas de identidade corporativa. Ainda para Costa a adaptação da señalética ao meio, é uma premissa fundamental desta disciplina e um dos principais fatores que a distinguem da sinalização. Ele apresenta um quadro comparativo de atributos entre sinalização e señalética, onde podemos observar as características de cada conceito. Por último, conclui-se que seu objetivo ao apresentar as diferenças entre sinalização e señalética é dar à señalética a sua devida importância: de suas características inovadoras, à sua complexidade derivada da ampliação de seu campo de ação e de sua especialização como um sistema de comunicação.

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AS DIFERENÇAS ENTRE SINALIZAÇÃO E SEÑALETICA (COSTA, 1992) SINALIZAÇÃO

SEÑALÉTICA

A sinalização tem como objetivo a regulamentação do fluxo de pessoas e veículos.

A senãlética tem como objetivo identificar, regulamentar e facilitar o acesso das pessoas aos serviços em um espaço existente (interno ou externo)

É um sistema universal, criado como tal.

É um sistema que deve ser criado ou adaptado a cada situação.

Os sinais independem dos problemas de itinerários.

Os sinais e as informações escritas são consequências de problemas específicos.

O código de leitura é conhecido, a priori.

O código de leitura é parcialmente conhecido.

As placas são normatizadas e padronizadas e encontram-se disponíveis na indústria.

As placas são normatizadas e padronizadas pelo projetista e são fabricadas especialmente.

É indiferente às características do entorno.

Está sujeita às características do entorno.

Fornece ao entorno características de uniformidade.

Fornece ao entorno características de identidade e diferenciação.

Não influi na imagem do entorno.

Reforça a marca ou imagem.

É restrita a ela mesma.

Pode se desdobrar em sistemas de identidade visual ou ser derivada deles.

É um sistema que determina condutas.

É um sistema que fornece opções de ações. As necessidades determinam o sistema.


Define a linguagem señalética, como sendo formada por: •

Espaço gráfico: a limitação física do suporte material da informação;

O texto4, ou figura;

A cor.

Outra premissa da señalética é a organização do espaço tornando-o inteligível para o usuário. A señalética é totalmente centrada no indivíduo. A señalética deve ser adaptada ao meio em que se encontra. Um complexo desportivo, uma administração pública, uma estação de trem, cada um destes ambientes constituem universos particulares e as ações são determinadas a partir das funções a eles relacionadas. Por outro lado, a estrutura arquitetônica constitui outro aspecto do problema. As soluções adotadas para um ambiente arquitetônico simples ou complexo estão condicionadas a estas particularidades. Joan Costa considera a señalética como parte importante do sistema de identidade corporativa, potencializando a imagem seja do ponto de vista institucional ou de marketing. Descreve a introdução da informática no sentido da evolução da comunicação, pelo seu caráter instantâneo. Menciona também a publicidade, compartilhando os mesmos espaços físicos das informações señaléticas.

4.  Arthur e Passini questionaram os paradigmas do design de sinalização ao defenderem que existem várias fontes tipográficas igualmente eficientes, questionaram a premissa existente de que somente as fontes sem serifa são eficientes. Segundo os autores, o critério até então utilizado para determinar se uma fonte tipográfica funcionava ou não, era a relação entre a altura e a largura do tipo. Verificaram que esta relação era totalmente equivocada, uma vez que a família tipográfica Helvética, sempre citada como exemplo de eficiência, não apresentava a relação preconizada como ótima. Os autores sugerem no seu trabalho, que pesquisas sejam realizadas para determinar efetivamente o que constitui a “boa letra”, pois mais importante do que esta relação matemática, é a sua resposta à distância de leitura: uma fonte tipográfica deve ser legível a 15 m, tendo 25 mm de altura. O uso de caixa alta, caixa alta e baixa ou somente caixa baixa, nas informações é outra questão discutida pelos autores. Comentam os resultados de pesquisas realizadas que apontam para a preferência do uso de tipos em caixa alta em hospitais, mas que para textos longos ou diretórios o uso de caixa alta não seria o preferencial.

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ESPAÇOS DE REFERÊNCIA


Parte da construção de um conhecimento abrangente sobre as especificidades da comunicação ambiental se baseia no estudo de referências de sua aplicação. Apesar das muitas referências de projetos e soluções disponíveis na internet, em sua maioria eles retratam uma realidade projetual muito distinta do objeto de estudo deste trabalho de conclusão de curso. São em sua maioria projetos de comunicação desenvolvidos concomitantemente com o projeto de arquitetura, o que permite que o sistema informacional seja completamente integrado com o suporte físico do ambiente. Assim, foi considerado que uma pesquisa de referência mais apropriada para o presente estudo seria a visita e observação de outros espaços semelhantes ao Complexo Esportivo do Pacaembu, voltados para a prática de atividade física. Os três locais escolhidos para observação foram 1) o estádio do Allianz Parque, a arena esportiva multiuso da Sociedade Esportiva Palemeiras, aberta em 2014, cujo espaço principal é o estádio; 2) o Esporte Clube Pinheiros, o maior clube poliesportivo da América Latina (www.ecp.org.br), de caráter privado e com mais de 20 mil associados; 3) o Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento (“Pelezão”), também chamado de Clube Escola Lapa, que é um dos espaços Clube Escola espalhados pela cidade de São Paulo, assim como o Pacaembu já foi. A observação foi feita seguindo parte do processo de benchmarking, mas não considerou os processos administrativos, comerciais e de entrega dos serviços principais dos três locais observados, foco mais comum da ferramenta utilizada. Benchmarking é primeiramente uma ferramenta para a melhoria, atingida pela comparação com outras organizações reconhecidas como as melhores dentro de uma área específica. A filosofia do benchmarking é que se deve ser capaz de reconhecer as próprias falhas e admitir que outra entidade está fazendo um trabalho melhor, aprender como ele está sendo feito e, em seguida, implementá-lo em seu próprio negócio (Bhutta e Huq, 1999). Utilizando uma mistura de três dos quatro tipos de benchmarking descritos por Elmuti e Kathawala (1997) – benchmarking competitivo, benchmarking funcional e benchmarking genérico – foi possível comparar os projetos de wayshowing dos três locais observados. O benchmarking competitivo, cujo objetivo é comparar organizações nos mesmos mercados que tenham produtos, serviços ou processos de trabalho concorrentes, foi feito com o Pelezão. O benchmarking funcional é realizado externamente com líderes da indústria ou com as melhores funções operacionais de algumas organizações, e foi realizado no presente trabalho no Esporte Clube Pinheiros. Já o benchmarking genérico, realizado com o Allianz Parque, incide sobre os melhores processos de trabalho de uma organização invés de dirigir sua avaliação comparativa às práticas comerciais de uma empresa, enfatizando os procedimentos e funções similares.

ALLIANZ PARQUE É notório que um projeto de comunicação visual ambiental concebido em conjunto com o desenho arquitetônico seja muito mais bem integrado, com elementos do meio ambiente bem definidos e funções claras. Este é o caso de estádio da arena esportiva multiuso do Esporte Clube Palmeiras, com um projeto de wayshowing

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5.1 Vê-se como o processo projetual da comunicação visual do espaço, concebido concomitantemente com o projeto arquitetônico, faz com que o sistema de sinalização seja integrado ao espaço. Foto: Luciana Mattar, 2014.

5.2 As peças de sinalização estão dispostas em uma altura que permite a leitura acima das cabeças das pessoas em dias de eventos. Foto: Luciana Mattar, 2014.

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imponente e que aposta no uso de largas faixas de cores e informação não-verbal em larga escala. É uma solução que visa atender o caráter bilíngue da informação e tem como pré-requisito se sobrepor à interferência causada pela movimentação de uma quantidade grande de pessoas no espaço. Assim, a comunicação atinge seus receptores mesmo em grandes distâncias, estando posicionada sempre acima da altura da multidão e com alto contraste com o fundo. O sistema de comunicação preza pela informação orientacional e de identificação, disponibilizando informações para a tomada de decisões e sua execução. A facilidade de identificação da sinalização é garantida pela coerência e consistência de sua aplicação com predominância de dois tons de verde, possivelmente as cores


5.3 e 5.4 O uso de faixas de cor forte em grandes áreas e pictogramas superdimensionados melhora a visualização e percepção da informação. Fotos: Luciana Mattar, 2014.

institucionais do Allianz Parque, e nas chapas metálicas furadas. O paredão verde que serve de suporte para a informação dos sanitários também facilita o entendimento da informação e serve como referência para os transeuntes, e a facilidade de leitura é ainda maior com a aplicação mega-dimensionada dos pictogramas. O uso dos suportes metálicos e das grandes áreas pintadas nas paredes aumenta o contraste das peças de comunicação com o fundo em concreto e indica ao transeunte as áreas de disposição da informação para navegação no estádio. A continuidade e a singularidade são elementos do meio ambiente de qualidades quase opostas, e são trabalhadas no projeto de wayshowing do estádio principalmente com cores chamativas e que criam um limite visual com o entorno. A diferen-

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5.5 e 5.6 O próprio edifício é utilizado como suporte para a comunicação visual, criando uma conexão entre o espaço e a informação. Foto: Luciana Mattar, 2014.

ciação direcional também é intensificada pela cor, além dos próprios suportes utilizados para a comunicação. Um bom exemplo de organização do espaço a partir destes três elementos (continuidade, singularidade e diferenciação direcional) são as escadas de acesso aos setores superiores. Em meio a um espaço físico complexo, com uma certa poluição visual (ainda que organizada) causada pelos próprios elementos do edifício, estes acessos são os únicos sub-sistemas de informação que utilizam da cor amarela, com um caráter de advertência para os degraus pintados e as setas pintadas em negativo e positivo nas paredes, com um bom senso de continuidade e direção intensificado pela junção da pintura de piso e parede.


ESPORTE CLUBE PINHEIROS A observação do projeto de wayshowing do Esporte Clube Pinheiros trouxe um caso de espaço privado, em contraste com o caráter público do Complexo Esportivo do Pacaembu, que tem vastos recursos para planejamento, desenvolvimento e execução da comunicação visual ambiental. No entanto, vê-se que, apesar de uma abundância de peças de sinalização, não há uma identidade visual e consistência no sistema de suportes e tampouco na linguagem gráfica da comunicação. Diferentemente do caso do Allianz Parque, o foco da comunicação visual ambiental

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5.7 É possível encontrar uma variedade de artefatos que indiquem o valor histórico do clube, dando atenção especial às informações interpretativas. Foto de 2016.

5.8 Identificação de sala, em área externa, e painel de avisos. Todos os ginásios tem identificação semelhante e os paineis se encontram ao lado dos acessos principais dos diferentes setores. A comunicação espontânea e pontual foi aceita e incluída no sistema de comunicação ambiental do clube, cedendo-se um espaço formal para avisos e informes corriqueiros. Foto de 2016.


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do clube é a informação de identificação, de regulamentação e interpretativa. É curioso observar que o sistema de sinalização provavelmente foi implementado por partes, já que as placas orientacionais tem uma unidade entre si, mas diferem das de identificação, que por sua vez diferem das interpretativas. Quando comparado com o Complexo Esportivo do Pacaembu, percebe-se que o projeto arquitetônico do Clube Pinheiros apresenta em si uma clareza de ligação, alcance visual e continuidade mais bem resolvidas. Mesmo assim, o tamanho do clube e a diversidade de setores demanda um sistema de sinalização eficiente que facilite a navegação no clube e permita que os transeuntes montem um mapa mental do local. Poderia argumentar-se que a grande maioria dos usuários do clube usa o espaço com tamanha frequência e há um período de tempo tão grande – é um dos clubes de elite mais tradicionais da cidade e é comum os títulos de associação serem passados de geração para geração – que a implementação de um sistema de sinalização mais complexo seria supérflua. No entanto, o clube sedia uma grande quantidade de eventos abertos a não-sócios e uma comunicação visual ambiental bem estruturada pode levar os sócios antigos a desvendarem áreas do clube pouco usufruídas por eles. Dentre os princípios básicos do wayfinding, o processamento da decisão (compreensão do espaço), que é um processo analítico pós-execução da decisão, é o que se sobressai no Clube Pinheiros. As funções interpretativas e de placemaking são mais aparentes, destacando a tradição esportiva e a história do clube com esculturas e plaquetas honoríficas. O projeto de wayshowing parece não levar em consideração as características do entorno e não é consequência de problemas específicos. O dimensionamento das peças de comunicação é quase aleatório, a escolha dos materiais dos suportes e contrastes visuais não contribui para a legibilidade das informações e o sistema não fornece opções de ações. Ainda assim, um dos grandes méritos do sistema de wayshowing do clube não está relacionado à sinalização, mas sim ao nivelamento do passeio e da via, estimulando e priorizando os fluxos a pé e a circulação horizontal.

5.9, 5.10 e 5.11 Não há unidade de linguagem em peças que contém informações similares ou idênticas, tampouco uma justificativa clara para os diferentes usos de suportes e formas das placas ou pinturas. Foto de 2016.


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5.12 e 5.13 Apesar da abundância de peças orientacionais, não há uma sistematização da linguagem. Fotos de 2016.

5.14 Apesar da abundância de peças orientacionais, não há uma sistematização da linguagem. Fotos de 2016.


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5.15 Mapa do clube. Foi posicionado em local de intersecção entre duas vias principais dentor do clube, mas poderia haver outros mapas próximos às entradas do clube. Foto de 2016 5.16 e 5.17 Não há hierarquização de informação em situações em que diferentes informações são apresentadas em conjunto. Além disso, vê-se que há uma redundância de informação em alguns casos. Foto de 2016.

5.18 Mesmo no Clube Pinheiros há uma falta de manutenção das peças de sinalização. Foto de 2016.


CENTRO EDUCACIONAL E ESPORTIVO EDSON ARANTES DO NASCIMENTO (PELEZÃO) Assim como o Pacaembu já foi há alguns anos atrás, o Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como “Pelezão”, faz parte do programa municipal Clube Escola. Por isso, conta com um sistema de comunicação visual que segue a identidade visual de cor laranja e preta característica do programa, que ainda deixa rastros no próprio Pacaembu (em seus frisos e pingadeiras laranjas). O complexo, bem maior por dentro do que aparenta ser por fora, tem 98 mil metros quadrados e hoje, pouco mais de 45 anos depois de sua abertura, tem cerca de 1500 carteirinhas sendo entregues mensalmente (O Estado de São Paulo, 2015). Grande parte de sua área é coberta por vegetação rasteira, arbustos e árvores baixas, que contrastam com o laranja da sinalização do Clube Escola. Assim como no caso do Esporte Clube Pinheiros, o foco do sistema de sinalização está no processamento da decisão, com uma abundância de placas de identificação, regulamentação e advertência, mas só há uma placa orientacional no clube todo. A identidade visual do programa Clube Escola é bem aplicada ao sistema, e percebe-se que há uma preocupação em adaptar a proporção das placas a cada caso de aplicação, levando em consideração momentos de leitura de maior e menor distância. Assim, o problema se concentra na localização das placas e na falta de manutenção das mesmas, mais do que a coesão da comunicação visual. De fato, ao contrário do Esporte Clube Pinheiros e do próprio Complexo Esportivo do Pacaembu, não há um problema de timidez do projeto de comunicação visual aqui, mas sim o contrário. Em alguns lugares (como nos vestiários) o uso de muitas placas próximas uma das outras, principalmente com a cor laranja muito chamativa em um projeto gráfico no qual predomina a cor sobre a tipografia, faz com que sua visualização seja involuntária. É um sistema que se coloca a força à frente do usuário daquele espaço, não estando de fato integrado ao entorno. Uma característica problemática do Pelezão que é semelhante ao Pacaembu e que parece ter sido resolvida no Esporte Clube Pinheiros é o uso de muitas mensagens efêmeras de advertência, regulamentação e operação. Se no Pinheiros foi implementado um sistema de suportes próprios para este tipo de mensagem, colocados estrategicamente ao lado dos principais acessos de cada setor e sala, no Pelezão estas mensagens estão afixadas de maneira informal nas paredes e portões, sem uma sistematização de altura, cor, suporte, local, tipografia, tamanho ou qualquer outro parâmetro que estimule a atenção do transeunte para informações importantes sobre o uso do complexo esportivo. Assim, se tornam um ruído visual, que provavelmente poucas pessoas consideram relevantes.

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5.19 e 5.20 A identidade visual laranja, preta e branca do Clube Escola está presente no Pelezão. É possível ver muitos cartazes e informativos colados informalmente nos espaços comuns. Foto de 2016.

5.21 Praticamente não se vê sinalização orientacional no Pelezão. As placas situacionais, às vezes, não ficam tão próximas dos acessos aos locais que indicam. Vê-se aqui, também uma tentativa de uso de um painel de avisos, com informes colados também fora dele. Foto de 2016.


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5.22 e 5.23 As únicas duas peças orientacionais estavam mal-cuidadas. A placa da direita estava posicionada em um local de intersecção de vias, mas fora do campo de visão dos transeuntes. Fotos de 2016. 5.24 O posicionamento das placas não segue uma lógica clara. Em algumas situações a placa está acima do acesso principal, em outros ao lado, e em outros, como nesta imagem, em um lugar aparentemente aleatório. Fotos de 2016.

5.25 e 5.26 As únicas placas do complexo esportivo que não seguem a identidade do Clube Escola se referem à brinquedoteca. Fotos de 2016.


DESCONSTRUINDO O PACAEMBU


ABORDAGEM PROJETUAL – METODOLOGIA O ponto de partida para a empreitada em um projeto que busque propor uma solução visual e formal para o problema de comunicação ambiental do complexo esportivo do Pacaembu é o levantamento de dados referentes ao objeto de estudo. Muitos métodos de abordagens projetuais ligados ao Design trabalham sob uma mesma lógica linear de trabalho: formular um problema central, aceder ao problema para entender suas variáveis (levantamento e análise de dados), identificar frentes de ação para resolução do problema, desenvolver caminhos projetuais, comunicar os resultados projetuais aos públicos interessados. É um processo que pode ser bem fundamentado na teoria C-K, desenvolvida pelos estudos do engenheiro francês Armand Hatchuel (2002). Em empreitada típica de sua formação em engenharia, Hatchuel busca sistematizar o processo criativo do Design dentro de uma lógica pessoal (que seja pessoal para ele mesmo ou para qualquer atuante do campo de design). Objetiva-se a construção de uma possível solução com base nas trocas entre os domínios do conhecimento tangível (Knowledge) e o campo das ideias (Concept), sendo a sinergia entre ambos um resultado validado por meio da prototipação. Temos, assim, o método KCP – Knowledge, Concept e Proposal –, que tende a ser abrangente o suficiente para orientar um projeto. Pensando nisso, as etapas de projeto foram divididas de acordo com a lógica investigativa do Design, seguindo as três etapas determinadas pelo método KCP. No presente estudo foram usadas como referência as metodologias focadas no desenvolvimento de projetos de wayfinding e EGD descritas nos trabalhos de David Gibson (2009) e Chris Calori (2015). Com nomenclaturas diferentes, os autores detalham os processos projetuais que seguem a mesma lógica descrita anteriormente, baseados nas sub-etapas aplicadas em escritórios de Design especializados nessa área do Design. Gibson divide o que chama de “processo do Design” em três grandes etapas: Planejamento (pesquisa & análise, estratégia, programação), Design (design esquemático, desenvolvimento do design, documentação da construção) e Implementação (suporte da oferta, administração da construção). Sua metodologia segue um objetivo claramente operacional e técnico, que leva em consideração o empenho administrativo da implementação de projeto e as relações com fornecedores de material e serviços que entram no processo de implementação de projeto. Seu foco é comercial e se debruça sobre a viabilidade projetual, estabelecendo entregáveis claros para cada sub-etapa, desde o cronograma de projeto (que é, para o autor, o ponto inicial de qualquer projeto), passando por desenhos esquemáticos e orçamento de fabricação, até o fechamento do projeto com lista de pendências. Vê-se que, na verdade, o projeto é um processo cíclico cuja ação final é uma verificação dos pontos pendentes que aponta para um novo planejamento projetual. Por outro lado, Calori foca nas ações estratégicas do designer e em seu papel na resolução de problemas (do cliente). Ela enumera seis passos evidentes no trabalho do designer:

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O PROCESSO DE DESIGN, POR DAVID GIBSON Planejamento PESQUISA & ANÁLISE

ESTRATÉGIA

Design PROGRAMAÇÃO

DESIGN ESQUEMÁTICO

1. Aferição do problema do cliente; 2. Aplicação das habilidades criativas; 3. Síntese da solução; 4. Comunicação da solução aos fornecedores; 5. Inspeção da implementação da solução; 6. Avaliação da efetividade do produto final. Calori estabelece o processo universal do design como evolucionário, com o desdobramento da solução projetual em uma série de passos, do mais abrangente ao mais específico. Apesar de uma clara sistematização linear, a autora admite a necessidade de uma sobreposição, repetição e realimentação entre as etapas. Aqui, o designer serve como um mediador entre o problema de design e a solução de design.

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De maneira geral, ambos os autores se baseiam na aplicacão do processo de design conhecido como design thinking, que tem sido adotado por várias organzações – cujo foco não é o design – como uma nova abordagem para solução de problemas dentro de suas técnicas de gerenciamento. É uma tendência que, longe de ser nova, tem sido discutida inclusive por teóricos do processo metodológico

6.1 O designer serve como mediador entre a solução e o problema. Fonte: Signage and wayfinding design: a complete guide to creating environmental graphic design systems, Chris Calori, p.: 25.


Implementação DESENVOLV. DO DESIGN

DOCUMENTAÇÃO

SUPORTE DA OFERTA

ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

de diferentes áreas do conhecimento5. É um processo de pensamento crítico e criativo que permite organizar informações e ideias, tomar decisões, aprimorar situações e adquirir conhecimento. O presente trabalho se propõe a estudar o problema a partir do levantamento de dados primários e secundários (os quais já foram descritos nos capítulos anteriores), criando uma sólida base informacional após a filtragem, tratamento e análise dos dados. Soma-se a esses dados o chamado existing knowledge, ou conhecimento que já possuímos acerca do tema estudado. Assim, de uma classe de problemas do sistema social mal-formulados, onde a informação é confusa, onde há muitos tomadores de decisão com valores conflitantes, e onde as ramificações no sistema inteiro são meticulosamente confusas6, vem a necessidade da organização da informação. Para tanto, foi feita uma pesquisa in loco em diferentes dias da semana e horários, garantindo uma captação de dados com a maior diversidade possível de perfis dos públicos que frequentam o Pacaembu. Ao todo foram seis dias de pesquisa que geraram 47 formulários de resposta, entrevistas em profundidade e alguns desenhos esquemáticos do clube com o intuito de verificar a composição do mapa mental criado pelos frequentadores do espaço (os formulários e desenhos podem ser encontrados nos apêndices). Dentro das teorias metodológicas apresentadas, esta etapa do TCC 1 se encaminha para preencher as partes primárias do processo projetual. Seja considerando apenas o primeiro dos seis delineados por Calori, ou a etapa de Planejamento descrita por Gibson, ou ainda a fase K de Hatchuel. A fase inicial de formulação e análise do problema é essencial para uma tentativa de resolução dos problemas

5.  Buchanan (1992) atentou para a conferência de 1974 intitulada Architectural Design Theory: Models of the Design Process e realizada em Nova Iorque, que se propunha a discutir um certo processo metodológico informal que se aninhava no trabalho de cientistas – os mestres da especialização do conhecimento – das áreas de Física, Química, Biologia, Matemática, Ciências Sociais, ou qualquer um dos muitos subcampos resultantes da divisão dessas ciências. Buchanan argumenta a importância de uma abordagem mais ampla para o Design em função de seu desenvolvimento histórico: o Design não mais se restringe a um campo de conhecimento específico aplicado, mas sim permeia a maior parte das atividades humanas em função de sua natureza intrínseca. 6.  Um problema fundamental que confronta designers em toda nova situação. A relação entre “determinância” e “indeterminância” no design thinking. Herst Rittel trata da dicotomia entre a determinância do problema original que inicia o trabalho do designer e a indeterminância da vasta possibilidade de áreas que servem ao designer no processo de resolução do problema (BUCHANAN, 1992).

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levantados e formulação de partidos projetuais. Assim, o levantamento de dados primários (pesquisas in loco) e secundários (a partir de fontes bibliográficas ) são os blocos de construção; bem como as fundamentações teóricas (as da introdução, señalética, wayfinding, EGD) são a argamassa do conhecimento tangível que será a base para a construção de um cenário que sirva como ponto de partida para o ato de projetar.

DESENHO E USO DO ESPAÇO Será observada a situação presente sob a ótica do wayfinding, do EGD e da señalética, para que se discuta como proceder para uma melhoria da percepção e da experiência dos públicos que frequentam o complexo esportivo. A situação presente será destrinchada também sob os 10 elementos do espaço de Lynch que, de maneira mais abstrata, é a reflexão do cenário das três áreas utilizadas na análise do design. O planejamento espacial atual do Pacaembu pouco mudou desde sua concepção. Fora a reforma que substituiu a concha acústica pelo “tobogã”, e a eliminação do salão de festas, a organização dos prédios do complexo, bem como a própria arquitetura, permanece intacta. Além dos prédios, há espaços abertos como a quadra poliesportiva que é um destino a céu aberto dentro do clube, e a pista de corrida que é tanto uma via conectora7 quanto um destino em si. Todas as atividades são exercidas dentro e fora dos três prédios principais. O primeiro abriga a piscina e seus vestiários, o ambulatório, o ginásio e seus banheiros e vestiários, e a lanchonete que funciona apenas em dias de eventos. O segundo abriga as duas quadras de tênis com a antiga lanchonete e suas arquibancadas, a sala dos professores, banheiros e dois almoxarifados. O terceiro abriga o corredor da administração, uma sala de ginástica térrea, duas salas de ginástica inferiores, uma academia, banheiros, salas administrativas inferiores, copa, instalações de apoio para o estádio (sala de imprensa, três vestiários e acessos para o campo), salas de apoio policial, corredor de abrigo dos funcionários (com banheiros, armários, refeitório, vestiários e salas administrativas). Há também duas estruturas cobertas, uma de cada lado do terceiro prédio, com banheiros. Aqui não serão analisados os espaços que são de uso exclusivo dos eventos futebolísticos do estádio, que está de fora do escopo do projeto. É possível considerar, portanto, que o complexo apresenta seis setores principais, espaços-destino procurados pelos públicos frequentadores: 1) ginásio; 2) piscina; 3) quadra de tênis externa (com sua arquibancada); 4) quadra de tênis interna (com as varandas e a antiga lanchonete); 5) as salas de ginástica (no térreo e no subsolo); e 6) o corredor da administração. Além disso, a quadra poliesportiva externa e a

7.  Os cinco elementos que formam os mapas mentais, para Lynch. Vias: as as ruas, calçadas, ferrovias, entre outros caminhos; Limites: são os contornos perceptíveis, tais como muros, construções e a costa; Distritos: são seções relativamente grandes da cidade, distintas por alguma característica que as identifica; Pontos nodais: pontos de convergência de pessoas, tais como cruzamentos ou praças; Marcos: objetos peculiares que podem servir como ponto de referência.


6.2 EDIFÍCIOS E DESTINOS PRINCIPAIS DO CLUBE R U A I TA Í

RUA

I TA

Í

PAC A E M B Ú

ADM IN ISTR AÇÃO

G INÁ SIO

PISCINA

R

U

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SAL A S DE G INÁ STICA

QUADR A E X TE RNA

A C

A

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VA

TÊ N IS

R U A I TA P O L I S

pista de corrida são setores menores, que oferecem menos aparatos ambientais e que comportam menos pessoas, que tem um tempo de permanência reduzido. A planta do Pacaembu, apesar de ser assimétrica, é pouco complexa. Há uma via principal que faz uma circulação elíptica ao redor do complexo todo e também serve de pista de corrida. Há uma via menor que tem grande fluxo, passando na parte posterior do ginásio, a qual é utilizada para acessar as salas de ginástica e o corredor da administração. Na via principal, carros e pedestres dividem espaço no trecho entre a frente do ginásio e o corredor administrativo, passando pelo portão da Rua Capivarí, pois estas duas pontas são as áreas onde há estacionamento para os carros. Nestas vias o fluxo tem picos claros, principalmente no período da manhã, nos horários de início e fim das aulas oferecidas no clube. A maior parte dos acessos dos sócios se dá entre as 7h e 10h30, horário após o qual o clube se esvazia abruptamente. Neste período, os setores mais utilizados são o ginásio, as salas de ginástica e, no verão, a piscina. No ginásio são oferecidas aulas de futebol para crianças até 14 anos, que são acompanhadas pelos pais. É comum encontrar os acompanhantes sentados nas arquibancadas lendo e comendo enquanto esperam seus filhos terminarem os treinos, de modo que há pais que inclusive levam cesta de café da manhã e garrafas térmicas, transformando a arquibancada numa grande mesa de pique-nique. Isso acontece porque a lanchonete do ginásio abre apenas em dias de evento, já que o aluguel do espaço é muito caro e as empresas de produção de eventos tem a obrigação contratual de fornecer este serviço ao utilizarem o ginásio do Pacaembu. Alguns pais, no entanto, aproveitam o horário de treino dos filhos para se exercitar também, correndo na pista, nadando na piscina ou tendo aula de tênis. Em relação às aulas de futebol, há uma divisão etária, mas também social – ainda que não

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intencionalmente – nos horários de aula. No segundo horário de aula do ginásio, para os mais velhos, mal se vê visitantes nas arquibancadas. Já as aulas nas salas de ginástica começam mais cedo e tem um público completamente diferente do ginásio. As aulas da manhã são voltadas para a terceira idade, que lotam as quatro aulas que vão das 7h às 10h da manhã. A academia abre às 9h e tem um público consideravelmente mais novo, de idade entre 25 e 40 anos, mas bem mais escasso que as populares aulas de alongamento das salas de ginástica. O saguão em frente à sala de baixo se torna um breve ponto de encontro dos alunos, que colocam o assunto em dia antes e depois das aulas. Tanto a academia quanto as salas de ginástica tem o acesso restrito e regulado por um funcionário que fica sentado em uma mesa ao lado da escada que leva ao subsolo. Em frente a esse funcionário é possível verificar o horário de todas as aulas das salas em um quadro de avisos. O setor das salas de ginástica e academia é o único que tem um fluxo mais verticalizado, pois apenas uma das salas fica no andar térreo e as outras, sejam as de aula ou as administrativas e a copa, ficam no subsolo. A escada que leva ao andar inferior tem um teto baixo, oferecendo grande risco de ferimento na cabeça, principalmente para idosos que tendem a subir e descer as escadas com foco nos degraus e no corrimão, deixando de ver o que está na altura da cabeça. As quadras de tênis, únicos espaços que oferecem aulas pagas, não tem horário definido pelo clube para as aulas, mas ficam abertas das 8h às 17h. A quadra interna é mais utilizada que a externa, e é possível ver aulas individuais e coletivas, para idades diversas, ainda que a maioria dos praticantes de tênis do Pacaembu estarem na faixa dos 30 a 40 anos. A quadra externa tem um uso secundário que é intensificado nos dias quentes: muitas pessoas tomam sol na arquibancada. Esse uso é ainda maior agora que a piscina está em reforma. Muitas dessas pessoas praticam algum esporte no clube e aproveitam a arquibancada do tênis para relaxar depois do treino, mas também há quem vá para lá apenas para utilizar esse espaço. Ainda no setor do tênis é comum ver pessoas utilizando um corredor lateral

6.3 Saguão em frente às salas de ginástica inferiores. Foto de 2014.


que leva de uma quadra à outra para fazer exercícios motores com corda, “escadinha” e halteres ou apenas alongamento. Do lado oposto a esse corredor, fora do edifício do tênis, está a quadra poliesportiva externa, aberta ao público das 9h às 17h desde que se faça reserva antecipadamente. Em nenhum dia de visitação para pesquisa foram vistos visitantes acima de 20 anos utilizando a quadra.

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Por último, a piscina é o setor cuja utilização está ligeiramente menos concentrada no período da manhã, ainda que esse seja o período mais cheio por causa do sol fraco. Os vestiários da piscina são os maiores do complexo e com maior número de armários para armazenamento de bens pessoais. A idade dos frequentadores da piscina varia muito, e há uma oferta de aulas focadas para crianças ou para idosos, sendo ambas frequentemente são canceladas por falta de quórum. Entre os prédios do complexo não se vê diferença arquitetônica, seja estilística, cromática ou material. As fachadas, que são repintadas até três vezes ao ano, diferenciam-se em forma e tamanho de maneira clara, sendo a cobertura da quadra de tênis interna a mais marcante por seu arco alongado, única forma que remete ao estilo art-deco da fachada externa do complexo esportivo. Os prédios são os marcos do clube, confundindo-se com os setores que estão alojados dentro deles.

6.4

6.4 Quadro de avisos com as atividades oferecidas nas salas de ginásticas. Foto de 2015.


WAYFINDING

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Todo o design do Pacaembu deveria ter como fim reforçar o significado que ele traz consigo, como símbolo histórico e aparato público de educação e lazer. A compreensão do espaço muito pode se aproveitar do histórico da edificação e de seu descompasso com a evolução arquitetônica do entorno. As formas modernistas do paredão oval são um marco na cidade de São Paulo, status nada fácil de atingir. No entanto, fora a manutenção dos edifícios originais do complexo, absolutamente nenhum esforço é empregado na comunicação e na construção do mapa cognitivo de seus públicos para que sua imagem seja reforçada. A semântica do espaço é difícil decodificação, oferecendo pouco – ou nenhum – suporte para a construção de uma imagem bem estruturada. A grande maioria dos visitantes e funcionários do clube entra nas mediações do complexo pelo portão da Rua Capivari, sobrando alguns poucos visitantes que acessam o complexo pela entrada da Praça Charles Muller. Aqueles que entram pela praça normalmente vem do Museu do Futebol, localizado ao lado do portão. Os poucos que entram por lá acabam visitando o estádio e o clube após fazerem sua visita ao museu. Da entrada principal, há uma grande confluência de visitantes para dois pontos principais: o ginásio e as salas de ginástica. A chegada ao clube é feita de carro,

6.5 CIRCULAÇÃO DOS USUÁRIOS DO COMPLEXO R U A I TA Í

I TA

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PAC A E M B Ú

RUA

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C A PI

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R U A I TA P O L I S

Destinos principais Rotas primárias (pedestres) Rotas secundárias (pedestres) Estacionamentos Rotas de carro


de maneira que na maioria dos casos o visitante estaciona o carro em frente ao ginásio e dirige-se para seu destino final. Por isso, essa área do estacionamento tem grande circulação de pedestres, sendo o ponto de partida da jornada do visitante como pedestre dentro do complexo. Outra área com grande circulação é a parte anterior ao ginásio, onde há um mural com informações sobre aulas oferecidas, bancos, bebedouros e alguns equipamentos para exercício e alongamento. É comum encontrar pessoas fazendo suas rotinas de alongamento pré e pós exercício neste espaço, além das pessoas que realmente praticam exercícios de musculação (alguns acompanhados de personal trainers). A configuração dos edifícios, do estacionamento e a faixa livre mais larga confere a essa área um caráter de hall de entrada e boas vindas do clube.

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Os horários de começo e término de aulas realizadas no ginásio e na piscina são os que apresentam maior movimento na área anterior ao ginásio. O mesmo se verifica no corredor que dá acesso às salas de ginástica e na ante-sala das salas do andar de baixo. Para os usuários das quadras de tênis o percurso mais comum é ligeiramente diferente, já que não é necessário passar em frente ao ginásio para chegar às quadras. Além disso, há três acessos às quadras, de forma que os fluxos de pessoas são mais dispersos. O estacionamento da administração também tem uma rotatividade considerável de automóveis e pedestres, ainda que esse fluxo seja predominante aos visitantes e funcionários que se dirigem à administração. Prestadores de serviços e parceiros do clube – produtores de eventos e outras instituições ligadas ao esporte – circulam pelo estacionamento localizado atrás da piscina. Esse espaço ainda é utilizado por atletas de corrida e outros visitantes que não encontram vaga no estacionamento principal. Considerando os três tipos de informação que o espaço pode e deve comunicar a seus usuários (definição de caminhos, direção de caminhos e identificação do

6.6 Aparelhos de alongamento em frente ao ginásio. Foto de 2014.


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destino), o tipo que é mais bem-resolvido no projeto atual é o de informações para definição de caminhos. A pouca quantidade de vias e prédios, dentro de uma área de fácil memorização pelo tamanho diminuto, facilita o entendimento do que são caminhos e para onde eles levam. O fato de ser possível visualizar todos os edifícios numa visão 360° torna a tarefa de definição da rota extremamente simples.

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Mesmo assim, algumas ressalvas devem ser feitas. São dois acessos para as quadras de tênis, sendo que um deles é o principal e outro passa por um corredor onde está a porta da sala dos professores. Nenhum dos dois é claramente identificado, ainda que o acesso principal seja facilmente visualizado por quem está entrando no clube pela portaria da Rua Capivari. No entanto, para quem já está dentro do complexo a própria parede da fachada do setor tênis cobre a visão do acesso. Além disso, o acesso às salas de ginástica também não é claro para o visitante desavisado e desconhecedor do complexo. Os carros, que frequentemente lotam o estacionamento no período da manhã, junto com uma das paredes da lanchonete do ginásio, cobre visão do acesso às salas. Por último, na parte de trás do edifício das salas de ginástica há um corredor com espaços de convívio, banheiros, vestiários, refeitório e salas administrativas, sendo esta área toda extremamente confusa. A disposição dos cômodos, bem como a péssima iluminação, portões fechados que bloqueiam o caminho e escadas que cortam as vias, tudo contribui para uma total indefinição de caminhos. As informações para a execução das decisões em sua maioria estão mal posicionadas ou ausentes. A altura e tamanho dos textos não segue nenhuma recomendação de design, não seguindo também um padrão de posicionamento em relação aos caminhos que indicam. Não há totens nem mapas indicando o que o visitante pode encontrar dentro dos edifícios e a única placa que há em abundância é a de

6.7 PRINCIPAIS PONTOS DE (IND)DECISÃO R U A I TA Í

I TA

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AV.

PAC A E M B Ú

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A

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6.7 As encruzilhadas e os paredões em frente aos estacionamentos são pontos críticos de tomada de decisão.

R U A I TA P O L I S


saída. É possível encontrar, por exemplo na área de trás do edifício das salas de ginástica, indicações contraditórias de saída e não há indicação para banheiros e vestiários em lugar algum que não seja na porta dos mesmos. Mesmo em um complexo esportivo pequeno, há corredores cujo destino é um mistério, portas que são deixadas abertas ou fechadas sem nenhuma regra aparente e uma completa ausência de registro de onde o visitante pode obter informações sobre as atividades oferecidas no clube. O maior exemplo disso é o processo de associação ao clube, que é feito em uma cabine ao lado do portão de entrada da Rua Capivari, distante da administração, cuja única indicação é um papel afixado ao lado da porta, impossível de ser lido.

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6.8 Estacionamento atrás da piscina e em frente à administração. Foto de 2014. 6.9 Porta de acesso ao corredor onde fica localizada a entrada das salas de ginástica. Foto de 2015. 6.10 Estacionamento principal, entre o ginásio e as quadras de tênis. Foto de 2014.

6.8

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Quanto à identificação dos destinos, o único recurso gráfico que diferencia os edifícios foi implementado este ano: um graffiti – de qualidade questionável – nas fachadas, indicando os esportes que são praticados dentro do edifício. Os banheiros e vestiários são identificados, cada um à sua maneira, e em muitos casos a sinalização do destino não está de fato na entrada ou chegada do destino. Assim é o caso das salas de ginástica e da sala de imprensa. Já nas salas administrativas, copa e refeitórios não há nenhum tipo de informação que identifique estes lugares, nem mesmo os que são de entrada proibida para visitantes. Fato que fez com que, em uma das visitas ao clube, fosse aberta uma porta de uma sala dentro da qual se encontrava um funcionário contando dinheiro e que logo advertiu sobre a proibição da entrada naquela sala. Ainda em relação às identificações dos locais, há ainda sinalizações antigas que já não são mais válidas, como a do antigo posto da polícia e avisos de quadro de luz que já mudaram de lugar.

DESIGN GRÁFICO-AMBIENTAL E SEÑALÉTICA Nem todo conteúdo informacional é igual num programa de sinalização. Alguns sinais e localizações são mais importantes que outros, portanto, o designer precisa formular uma sequência hierárquica para os sinais e suas localizações de acordo com sua importância relativa. Nesse processo, sinais são ranqueados de acordo com o tipo de informação que eles carregam: primária, secundária, terciária, ou ainda menos importante. Essas informações são concretizadas em três sistemas: o da comunicação da informação, o sistema gráfico, e o sistema de suportes. A comunicação da informação é a essência funcional de qualquer programa de sinalização e, assim, o conteúdo do sistema de informação consiste de: 1) que informação é mostrada nas placas; 2) como as mensagens na sinalização são redigidas; 3) onde a informação é localizada; 4) como as mensagens e os locais das diversas peças de sinalização no programa se relacionam entre si em uma rede coerente, coesa, de informações. O sistema gráfico é o veículo bidimensional que decodifica visualmente e exibe o conteúdo informacional do sistema. O sistema gráfico consiste de: 1) qualquer elemento bidimensional (tipografia, símbolos, setas, cores) que seja usado para codificar a sinalização; 2) como os elementos gráficos são organizados em layouts, para organizar o conteúdo de informação, enfatizar mensagens e criar uma identidade visual; 3) como os elementos gráficos são aplicados na sinalização. O sistema de suportes é o conjunto do aparato físico tridimensional que expõe a informação sinalética como codificada nos sinais gráficos. O sistema de suportes consiste de: 1) a forma tridimensional da sinalização; 2) o tamanho da sinalização; 3) como a sinalização é montada e conectada com o ambiente; 4) os materiais, revestimentos, acabamentos e técnicas de iluminação utilizadas; 5) a relação estilística entre os objetos de sinalização e os arredores. As placas colocadas na área do clube são, principalmente, de caráter de identificação e regulatório. Praticamente não se vê os outros tipos de conteúdo infor-


macional – direcional, de advertência, operacional, honorífico e interpretativo – e quando se vê é indicando o caminho da saída. O sistema como um todo pressupõe que o visitante já saiba como funciona a rotina operacional do clube, deixando de indicar os subdiretórios como as salas de ginástica e academia, os banheiros menores e até mesmo a existência de mais de uma quadra de tênis.

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Não há qualquer indicação de onde ficam as salas dos professores, o local de entrega dos documentos para associação ao clube, a administração nem qualquer qualquer setor. Todas as informações administrativas e operacionais só podem ser acessadas questionando os porteiros e seguranças do complexo. Nem mesmo na entrada dos setores há indicações de horários e dias de funcionamento ou horários

6.11

6.11 Calçada em frente ao ginásio. Vê-se a mistura entre as sinalizações de emergência, o graffiti na parede e o quadro de avisos. Foto de 2015. 6.12 Nem o ambulatório escapou do graffiti. O ambulatório fica entre o ginásio e a área da piscina. Foto de 2015. 6.12


6.13 e 6.14 A diversidade de estilos utilizados na programação visual. Fotos de 2014 e 2015.

6.13

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e variedade de aulas oferecidas. Dentro dos edifícos é comum ver avisos efêmeros que se tornaram permanentes; papeis impressos com regulamentos e regras de uso de diferentes equipamentos e áreas são comumente encontrados nos mais diversos lugares, das portas de entrada às paredes dos chuveiros nos vestiários. Observando as placas e sinalizações pintadas, claramente implementadas em momentos diferentes da história do clube, não há nenhuma coesão na metodologia de implementação das peças. Não há estudo para a altura das peças nem para sua localização dentro dos setores. Muitas vezes não há sinalização onde deveria, seja de caráter regulatório, informacional ou direcional, e muitas vezes há uma redundância de placas, como é visto em frente à sala de ginástica inferior com as placas de “proibido fumar”. Essa falta de coesão não se dá apenas à arquitetura da informação, mas também à linguagem gráfica das peças As placas, espalhadas pelo complexo todo, não foram customizadas especificamente para o Pacaembu. Vê-se placas com desenhos, símbolos, tipografia e outros elementos bidimensionais completamente diferentes um do outro. Quase não se usa a linguagem de setas e pictogramas, exceto nos banheiros, forçando a leitura de palavras à distância para um público que é composto em grande parte por pessoas da terceira idade. O mesmo se aplica à sinalização pintada, que não segue nenhuma lógica de localização, altura ou tamanho, muitas vezes estando inclusive encoberta por partes do aparato estrutural do clube. 66 DESCONSTRUINDO O PACAEMBU

A falta de hierarquia e sistematização não se restringe ao tamanho e linguagem das placas, mas também ao tamanho e ênfase dada às informações. Não há nenhuma tipologia planejada perceptível que separe os tipos de informação, seja por


6.15 e 6.16 Novamente a falta de padronização gráfica. Muitas informações são localizadas atrás de obstáculos visuais. Fotos de 2014 e 2015.

6.15

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tamanho, cor, material, acabamento ou peso visual. Sem muitas delongas sobre o (inexistente) sistema gráfico atual, vê-se que a preocupação em construir uma comunicação ambiental é extremamente ineficiente, ingênua, e pontual, não se preocupando com uma estratégia duradoura e estrutural para o Pacaembu. Essa falta de planejamento é comprovada pela grande quantidade de avisos e informes pendurados de maneira improvisada em quase todas as áreas de descanso – que não são vias de acesso ou conectores – do complexo. Ainda que eles sejam mais abundantes nas salas de ginástica, onde o quadro de avisos já foi dominado por papeis afixados, se vê nos vestiários e banheiros papeis grudados nos mais variados lugares, até mesmo nos boxes de banho. Dessa maneira não há um local

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determinado para a divulgação de avisos temporários ou informes permanentes, descentralizando o acesso a informação. Quanto ao sistema de suportes, o tamanho das placas e sinais gráficos não levam em conta a distância da qual as pessoas buscam as informações sinalizadas, não tendo critério para a escolha das dimensões e direções dos suportes. Há, basicamente, três tipos de suporte utilizados no clube: pinturas na parede, placas retangulares de papel grosso e placas prontas de mercado (principalmente de proibido fumar e de saída). É comum ver sinalizações de entrada (as únicas referentes a orientação e direção) no mesmo estilo e tamanho das sinalizações de identificação. Os suportes, assim como o desenho gráfico, não fazem nenhuma alusão à identidade do Pacaembu, seja arquitetônica ou histórica. Vê-se apenas três placas no complexo todo que guardam a memória formal e estilística do clube, resquícios do programa visual original e com a tipografia desenhada em conjunto com o projeto arquitetônico. Estas placas, já descoloridas, são mais parte da arquitetura em conjunto com o edifício que cobre a quadra de saibro, assim como a antiga lanchonete nos fundos do edifício. É a área que concentra os traços históricos do clube e único espaço que tem uma imagem coesa, mas que tem mais uma aura de museu, preservando a memória do Pacaembu: os arcos, a antiga lanchonete e as plaquetas tipográficas redigidas na ortografia antiga.

QUALIDADES DE FORMA Colocando em perspectiva as características físicas e visuais do Pacaembu, é hora de analisá-los de acordo com os elementos do desenho do espaço de Lynch e dos princípios d e design voltados para o espaço. O complexo em si contrasta extremamente bem com seu entorno, ainda sem se tornar uma aberração arquitetônica no bairro. Isso se dá, como falado no terceiro capítulo deste trabalho, pela incrível adaptação do projeto ao terreno e pela própria história do bairro. Dentro do clube a singularidade da maior parte dos setores não deixa dúvida quanto à separação entre as diferentes áreas, com exceção da área inferior do setor da ginástica. É um espaço de conflito entre os próprios usos que se dão ao longo da semana e aos finais de semana, especialmente em dias de jogo. Não há divisão muito clara dos espaços administrativos, das áreas livres próximas às salas de ginástica e aos acessos para as instalações auxiliares do estádio. Há uma batalha entre a arquitetura moderna robusta e simples e os corredores confusos, principalmente da área posterior do ginásio, que leva às bordas do estádio (embaixo do tobogã). É uma das poucas partes do clube que não tem uma boa continuidade, ao contrário dos edifícios do ginásio e da piscina. Parece um espaço onde não foi decidido se deveria ser mantidas as características visuais do estádio ou se partilharia da imagem do clube; carece de uma boa clareza de ligação que é verificada nas outras áreas do complexo. Verifica-se ainda uma curiosa contradição na predominância do edifício do tênis


em relação aos outros. Ainda que haja um oferecimento e um uso/fluxo de pessoas muito maior no ginásio, na piscina e nas salas de ginástica, a grandiosidade dos arcos com seus três andares de varanda impõem uma importância fenomenal ao único setor onde é necessário pagar para participar dos treinos. Por contraste e oposição, o espaço aberto que serve de estacionamento e passeio público em frente ao ginásio se torna também um marco e um ponto de interesse e convergência para os visitantes do Pacaembu. O grande impacto visual do edifício do tênis e a disposição espacial dos acessos às salas de ginástica dificultam a compreensão do todo do complexo, ainda que ele não tenha uma área muito grande quando comparada a outros complexos esportivos. Não há indicações de nenhum tipo sobre a existência de instalações e atividades no corredor que dá acesso às salas de ginástica e à administração, e a própria quadra de saibro se esconde atrás do paredão côncavo que antecede a quadra de tênis externa. O visitante de primeira viagem é obrigado a exercitar sua vocação especulativa e investigativa para descobrir tudo que o clube oferece. A clareza e obviedade dos edifícios não se verificam em outros elementos que poderiam auxiliar na compreensão de desníveis, curvas e interpenetrações do espaço. A semelhança de cores e texturas não incita uma experiência sinestésica da navegação no espaço, ainda que os elementos presentes no nível dos olhos (basicamente as paredes dos edifícios) já reforcem a interpretação da distância e direção dos movimentos entre um destino e outro. Esse contraste entre impacto visual e sobreposição de texturas, compreensão das distâncias e confusão na navegação, clareza de ligação e quebra de ritmo visual, faz com que o pedestre tenha uma percepção rápida de séries temporais em alguns ambientes e uma total quebra rítmica noutros. O primeiro caso é o da sequência do paredão do ginásio, enfermaria e piscina; o segundo é o deslocamento rotineiro dos funcionários do clube entre as instalações próprias para eles e os outros espaços do complexo.

LEIS, REGULAMENTAÇÕES E BOAS CONDUTAS Além de um projeto que prime pela comunicação visual ambiental, é necessário também levar em consideração as regras locais para a produção do material de comunicação. Trata-se das instruções de órgãos como a Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), bem como normas técnicas nacionais e internacionais, legislação vigente no Brasil e na cidade de São Paulo, em conjunto com a Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), órgão ligado à Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo. Há de se levar em conta diretrizes básicas complementares do projeto arquitetônico no âmbito da acessibilidade e um roteiro de análise e orientação para um projeto acessível, disponíveis no site da prefeitura de São Paulo (prefeitura.sp.gov.br). Além disso, também foi usado como parâmetro de análise as questões levantadas por Iida (2005) em sua publicação sobre a ergonomia no processo projetual e de

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produção. Seu trabalho leva em conta as características da visão como a acuidade visual, a acomodação e convergência e a percepção de cores. Bem como as leis vigentes que determinam os tamanhos e contrastes mínimos para a aplicação na sinalização de emergência e segurança, Iida comenta a aplicação dos elementos tipográficos e suas alturas mínimas e ideais de acordo com a distância de leitura, descritas na imagem 5.17. O detalhamento vai além, detendo-se nas proporções recomendadas para largura da letra, espessura do traço, distância entre letras, distância entre palavras, intervalo entre linhas e altura da minúscula (altura x), de maneira que se propicie uma leitura e legibilidade ótimas.

6.17 Altura mínima das letras em placa de sinalização em função da distância de leitura. Fonte: corpodebombeiros.sp.gov.br

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) desenvolveu um manual baseado nos conceitos do Desenho Universal, concebido como “gerador de ambientes, serviços, programas e tecnologias acessíveis, utilizáveis eqüitativamente, de forma segura e autônoma por todas as pessoas – na maior extensão possível –, sem que tenham que ser adaptados ou readaptados especificamente, em virtude dos sete princípios que o sustentam.” São esses princípios: uso equiparável (para pessoas com diferentes capacidades), uso flexível (com leque de preferências e habilidades), simples e intuitivo (fácil de entender), informação perceptível (comunica eficazmente a informação necessária por meio da visão, audição, tato ou olfato), tolerante ao erro (que diminui riscos de ações involuntárias), com pouca exigência de esforço físico, tamanho e espaço para o acesso e o uso (inclusive para as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida). Eles seguem a conceituação de acessibilidade utilizada pela ABNT: “Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espaços, mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo.” (ABNT NBR 9050:2004)


Os princípios, bem como as normas da ABNT, não são aplicados a cabo no clube, ainda que em muitos pontos a sinalização esteja dentro da regulamentação. Vê-se, por exemplo, o caso dos extintores e hidrantes, onde a sinalização de emergência é aplicada corretamente, inclusive com os quadrados usados para indicar a localização dos equipamentos de combate a incêncido e alarme. Além disso, há uma abundância de placas de sinalização de saída, na cor correta descrita pela ABNT, e posicionadas, em sua maioria, no local correto designado para elas. Falta, no entanto, a sinalização que indica a direção das saídas para os momentos em que o visitante está longe delas, visto que quase não há setas indicativas para saídas em quase lugar algum e, quando tem, são muito mal posicionadas.

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Nesse aspecto, os maiores problemas são em relação à sinalização tátil e às sinalizações de advertência. No primeiro caso, só foram implementadas peças táteis em frente às rampas para cadeirantes, não tendo nenhuma advertência de qualquer espécie em frente às escadas, desníveis da calçada e caixas de luz. Essas, aliás, são os elementos do complexo que são piores sinalizados, muitas vezes sendo possível encontrar placas de advertência em portas que não contém mais caixas de luz. O contrário também é verdadeiro, o que torna impossível para alguém que não é um funcionário antigo do Pacaembu saber como operar o sistema elétrico do complexo. Ainda em relação à acessibilidade, falta o cuidado da implementação precisa dos símbolos internacionais de acesso, bem como informações táteis nas paredes. Em relação às boas práticas da ergonomia visual, discutidas por Iida, não há grandes problemas com a legibilidade das poucas peças de sinalização escritas do clube. Como todas tem o mesmo tamanho, com excessão do banner de boas vindas posicionado no estacionamento em um local de visibilidade secundária, elas podem ser vistas a uma distância razoável. O problema é, na verdade, o posicionamento das indicações de identificação. Vê-se que o problema de legibilidade está nos murais de avisos afixados em quase todas as salas e vestiários, os quais guardam papeis A4 impressos em letras minúsculas com regulamentos e regras de uso dos espaços que só podem ser lidas pelo visitante parado e meio metro de distância dos informes, e de preferência que tenha uma vista sadia.

6.18 Lettering original do projeto arquitetônico. Fotos de 2014.


CONSIDERAÇÕES PARA UM NOVO PROJETO


A avaliação da situação, descrita nos capítulos anteriores, serve para encontrarmos os principais problemas do projeto de comunicação e organização espacial do Pacaembu. A partir das análises é possível traçar as principais diretrizes para orientar a fase de concepção do projeto que tem como (pretencioso) objetivo sanar os problemas levantados. Mais do que organizar a circulação no espaço, percebe-se que o principal trabalho aqui é o de construir um sistema de comunicação visual que não se esqueça que o Pacaembu já carrega uma imagem, ainda que perdida no tempo e no espaço, e resgate sua qualidade de marco simbólico da cidade.

DIRETRIZES DE PROJETO Wayfinding Instalação de mapas. A utilização de mapas é importante para que os visitantes possam ter um panorama geral da disposição das instalações dentro do complexo. Os pontos principais são as saídas e os banheiros/vestiários, já que os edifícios são fáceis de se localizar. Indicações para os setores e suas instalações. Saber os horários de funcionamento, bem como o que há dentro dos edifícios e onde estão localizados os acessos principais e de emergência. Não permitir que haja informações redundantes. A aplicação e avisos e informes repetitivos causa poluição visual e descaracteriza o espaço. Espaços de convívio mais claros. Os espaços que possibilitam maior interação social e descanso devem dar a entender que são espaços como tal. O estímulo do uso do espaço e da interação social é bem vindo para um ambiente completo que enriqueça a satisfação diária. Iluminação da sinalização. Além de segurança física, uma boa iluminação traz também uma segurança psicológica que intensifica a experiência. Uso de todos os sentidos. A nossa percepção do espaço não é íntegra, mas sim bastante parcial, fragmentada, envolvida noutras referências. Quase todos os sentidos estão envolvidos e a imagem é o composto resultante de todos eles. Melhor definição das possibilidades de uso do espaço. Uma estrutura física viva e integral, capaz de produzir uma imagem clara, desempenha também um papel social. Aqui trata-se de abolir os espaços indefinidos, que não se propõe a nenhuma atividade específica e tampouco a se tornarem passeios livres. É preciso atribuir significado sem restringir a experiência. Facilidade de locomoção no estacionamento. Há um certo caos no desenho do espaço para carros e na circulação interna. Não há clareza nos sentidos em que os carros podem trafegar e vê-se uma perigosa curva de pista única, feita para carros navegando em ambas as direções da rua.

73 CONSIDERAÇÕES PARA UM NOVO PROJETO


74 CONSIDERAÇÕES PARA UM NOVO PROJETO

EGD e señalética Resgate do significado histórico. A carga histórica e cultural do Pacaembu é enorme e isso não pode ser descartado no projeto futuro. Se não existe uma educação patrimonial no referido local dificilmente existirá respeito ao patrimônio. Este conhecimento faz com que a sociedade adquira consciência do papel que sua cidade representou em seu contexto histórico. Linguagem e Identidade coesa. A identidade é a manifesão física da imagem. O projeto gráfico e tridimensional deve apresentar uma linguagem coesa que contribua para uma construção de imagem do espaço. Pode fornecer a matéria-prima para os símbolos e memórias coletivas da comunicação entre grupos. Do momento e que os visitantes interagem com a identidade, seus laços com o serviço da organização são reforçados. Facilidade de entendimento a distância e para pessoas com visão prejudicada. É importante lembrar que grande parte dos sócios e frequentadores do clube são idosos e os eventos sediados no clube atraem muitos visitantes. Em um espaço com grande aglomeração de pessoas a leitura de informações distantes é uma necessidade frequente. Organização dos avisos e informes urgentes e efêmeros. Os avisos são afixados nas dependências referentes a seu conteúdo por questões de segurança e do bom convívio entre usuários e funcionários. É importante que as pessoas estejam cientes dos informes para que sua segurança e satisfação com os serviços oferecidos pelo Pacaembu sejam garantidos. Comunicação das aulas e atividades oferecidas. O Pacaembu poderia crescer muito se a demanda pelos seus serviços de educação física fosse maior, já que por ser um aparato público o investimento municipal nele realizado depende disso. Se já é difícil vencer a barreira da má comunicação do clube com o exterior, no mínimo é necessário que as pessoas que circulam dentro do complexo saibam o que é oferecido a elas. Informação tátil. É importante para garantir a acessibilidade do espaço. Adequação à legislação e regulamentação. Para que não haja multas ou fechamentos do Pacaembu e, mais importante, para que a precaução e informação reduzam os acidentes ao menor número possível. Diferenciação dos acessos públicos e dos acessos restritos. Os visitantes e sócios devem saber de suas liberdades para poder exercê-las com convicção. Linguagem duradoura. Qualquer projeto que seja feito do Pacaembu ou de edifícios públicos em geral tem a certeza de que durarão por muito tempo. Além disso, a própria história e significado simbólico do complexo pedem por uma linguagem que faça juz à atemporalidade do espaço.


Suportes resistentes às intempéries. Os suportes devem ser também duradouros, pois a manutenção e troca de aparatos públicos pode ser problemática. Grande parte das peças de comunicação ficarão expostas do lado de fora dos edifícios, estando sujeitas à ação do sol, chuva e vento Sinalização para carros. Apesar da circulação considerável de carros no complexo, não há absolutamente nenhuma sinalização para os carros. Essa sinalização pode trazem mais segurança para os visitantes e facilitar a tomada de decisão dos motoristas.

Os elementos do meio ambiente Percepção total do espaço. Facilitar a construção de uma imagem mental completa do espaço, permitindo o entendimento dos limites de cada setor. Conscientização do movimento. Implementação de indicativos que melhoram a clareza de desníveis, curvas e interpenetrações; dão à experiência motora perspectiva e localização; mantém a coerência na direção ou na mudança de direção; tornam visível a distância intervalar. Espaços singulares. É necessário observar quais espaços merecem notoriedade singular e quais compõe uma percepção linear do ambiente. O contraste pode aparecer em relação aos arredores imediatos ou à experiência passada do observador.

75 CONSIDERAÇÕES PARA UM NOVO PROJETO


PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


O desenvolvimento de uma estratégia do sistema de wayshowing é o ponto inicial do projetar em si, do desenho da comunicação ambiental do clube. Usando de base todos os dados coletados na etapa de imersão no contexto do objeto de estudo, faz-se possível o detalhamento do sistema considerando pontos críticos de decisão e outros locais-chave que carecem de uma sinalização apropriada. Assim, antes de partir para fase generativa de desenho, a listagem de todos os conteúdos informacionais (principalmente verbais, mas também não-verbais), considerando o tipo de suporte para a informação, a distância média de leitura, o tipo de conteúdo informacional e o setor do clube onde cada peça seria implementada. O detalhamento do sistema foi uma importante etapa em que se verificou exatamente quais são as informações necessárias que ainda não existem na comunicação ambiental atual. Além disso, foi o início do processo de hierarquização da informação, que estimulou várias visitas ao espaço para que se entendesse a trajetória do olhar dos transeuntes do Pacaembu, que pode variar em absolutamente cada caso específico de uso do espaço. Esta análise permitiu entender, por exemplo, que existe dois casos muito bem definidos de visualização da informação, interna e externa, que apresentam situações de leitura muito semelhantes (placas de identificação de salas, tanto em setores cobertos quanto em setores externos), cuja principal diferença é a distância entre a informação e o transeunte. Foi possível perceber também que atualmente as informações orientacionais das áreas externas apresentam o mesmo peso visual e linguagem independente do local em que se encontram e para quem se destinam. Essas e outras percepções serão abordadas mais à frente, junto com as imagens esquemáticas do projeto e da aplicação no espaço. Uma das percepções mais importantes que a etapa de programação e esquematização do design trouxe foi o entendimento de que além da criação de suportes que ainda não existem e da melhor utilização daqueles que já se encontram no espaço seria necessário uma revisão de aspectos físicos do clube em si. Não sendo este um trabalho de conclusão de arquitetura, foi necessário se debruçar sobre os limites de atuação de um projeto proposto para o objeto de estudo, para que se encontrasse uma solução que não saísse do campo de atuação do design, apesar da área nebulosa que divide arquitetura e design. Assim, entendendo que o deslocamento no clube é feito majoritariamente a pé, e que o uso de automóveis e bicicletas dentro do Pacaembu é especificamente para estacioná-los e retirá-los no momento de saída do clube, ficou clara a necessidade de tornar o pedestre protagonista de um projeto de wayshowing. Somando estas percepções sobre limitações do escopo do projeto e especificidade do uso de automóveis e bicicletas, fez-se clara a oportunidade de propor o nivelamento do piso, seguindo inspirações dos conceitos de ruas partilhadas – living streets, woonerf, shared spaces – e sem calçada, de acordo com a pesquisa Curbless Streets in Urban Contexts: Background, Issues & Examples (2007). O detalhamento do sistema está representado nas tabelas a seguir.

77 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.1 TABELA DE CONTEÚDO: ESTACIONAMENTO PRINCIPAL INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

10km/h

Pintura chão

20

Vaga de idosos

Pintura chão

20

Vaga de deficientes

Pintura chão

20

Mais vagas

Totem baixo

5

Administração

Totem baixo

5

Saída

Totem baixo

5

Bicicletário

Totem médio

10

Sinalização de sentido dos carros

Pintura chão

10

Ônibus

Pintura chão

15

“Bem vindo ao Pacaembu”

Pintura parede

100

Saída de Pedestres

Pintura parede

5

Marcação rota de corrida

Pintura chão

2

Ambulatório médico

Pintura parede

20

Vaga de funcionários

Prisma de chão

6

Motos

Pintura chão

10

Secretaria

Placa parede

4

Secretaria

Placa parede

5

Lixeiras

Pintura lixeiras

3

Quadra de futebol

Placa de parede

4

Infos quadra

Placa de parede

3

Vestiário fem.

Placa bandeira

15

Banheiro fem.

Placa parede

20

Piscina

Placa parede

10

Infos Piscina

Placa parede

3

Piscina

Pintura fachada

50

Sinalização tátil

Chão

Saída de emergência

Placa parede

10

Perigo alta voltagem

Placa porta

5

Bomba de incêndio

Placa parede

3

Bomba de incêndio

Pintura chão

20

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

78 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Identificação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação / Identificação

Estacionamentos e rotas de carro

Identificação

Estacionamentos e rotas de carro

Orientação

Parede portaria

Identificação / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Identificação

Parede Ginásio

Regulamentação

Estacionamento

Regulamentação / Identificação

Estacionamento

Identificação

Parede portaria

Orientação

Grade portaria

Identificação

Calçadão tênis

Identificação

Grade quadra

Regulamentação / Operação

Grade quadra

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Advertência / Orientação

Ao lado calçadas

Advertência / Orientação

Parede portaria

Advertência / Identificação

Caixas de luz

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

79 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.2 TABELA DE CONTEÚDO: ESTACIONAMENTO SECUNDÁRIO INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

10km/h

Pintura chão

20

Vaga de idosos

Pintura chão

20

Vaga de deficientes

Pintura chão

20

Sinalização de sentido dos carros

Pintura chão

20

Cuidado, pedestres

Pintura chão

20

Vaga de funcionários

Prisma de chão

6

Praça Charles Miller

Placa parede

10

Museu do Futebol

Placa parede

10

Estádio

Placa parede

10

Área dos funcionários

Placa parede

10

Banheiros

Placa parede

10

Vestiário masculino

Placa bandeira

15

Banheiro masculino

Placa parede

20

Piscina

Placa parede

10

Infos Piscina

Placa parede

3

Piscina

Pintura fachada

50

Acesso cadeirantes

Pintura chão

10

Sala 110

Placa porta

4

Sala 111

Placa parede

4

Sala 112

Placa parede

4

Dep. de Esporte

Placa parede

4

Administração

Placa parede

4

1

Pintura de porta

50

2

Pintura de porta

50

Marcação rota de corrida

Pintura chão

2

Lixeiras

Pintura lixeiras

3

Sinalização tátil

Chão

Saída de emergência

Placa parede

10

Perigo alta voltagem

Placa parede

5

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

80 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Operação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência

Estacionamentos e rotas de carro

Regulamentação

Estacionamentos e rotas de carro

Orientação

Acesso lateral estádio

Orientação

Acesso lateral estádio

Orientação

Acesso lateral estádio

Orientação

Acesso lateral estádio

Orientação

Acesso lateral estádio

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Identificação

Parede piscina

Advertência

Fundos ginásio

Identificação

Fundos ginásio

Identificação

Fundos ginásio

Identificação

Fundos ginásio

Identificação

Fundos ginásio

Identificação

Parede administração

Identificação

Parede administração

Identificação

Parede administração

Identificação / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Identificação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência

Caixa de luz

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

81 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.3 TABELA DE CONTEÚDO: CALÇADÃO DO GINÁSIO INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Bebedouro

Placa parede

3

Quadro de alongamentos

Placa parede

3

Quadro de avisos gerais

Painel de parede

5

Quadro de avisos do ginásio

Painel de parede

5

Ginásio

Placa de parede

4

Ginásio

Pintura fachada

50

Infos Ginásio

Placa de parede

3

Lixeiras

Pintura lixeiras

3

Sala 101

Placa porta

4

Sala 102

Placa porta

4

Sala 103

Placa porta

4

Sala 104

Placa porta

4

Sinalização tátil

Chão

Saída de emergência

Placa parede

10

Perigo alta voltagem

Placa parede

5

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

82 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Identificação

Parede ginásio

Informativo

Calçadão

Advertência / Regulamentação / Operação

Parede ginásio

Advertência / Regulamentação / Operação

Parede ginásio

Identificação

Parede ginásio

Identificação

Parede ginásio

Advertência / Regulamentação / Operação

Parede ginásio

Identificação

Calçadão

Identificação

Parede ginásio

Identificação

Parede ginásio

Identificação

Parede ginásio

Identificação

Parede ginásio

Advertência / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência / Orientação

Estacionamentos e rotas de carro

Advertência

Caixa de luz

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

83 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.4 TABELA DE CONTEÚDO: GINÁSIO – INTERNO INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Banheiro masculino

Placa de parede

50

Banheiro feminino

Placa de parede

50

WC

Placa de parede

50

WC

Placa de parede

50

Banheiro masculino

Placa de porta

8

Banheiro feminino

Placa de porta

8

Saída

Pintura de parede

30

Coloração arquibancada

Pintura de chão

50

Lanchonete

Placa de parede

4

Vestiários

Pintura de parede

30

Vestiário masculino

Pintura de parede

15

Vestiário feminino

Pintura de parede

15

Sala 105

Placa de porta

3

Sala 106

Placa de porta

3

Sala 107

Placa de porta

3

Sala 108

Placa de porta

3

Sala 109

Placa de porta

3

Bebedouro

Placa de parede

3

Entrada quadra

Pintura de grade

10

Acesso cadeirantes

Pintura chão

15

Saída de emergência

Placa parede

10

Perigo alta voltagem

Placa parede

5

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

84 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Orientação

Parede banheiros

Orientação

Parede banheiros

Orientação

Parede banheiros

Orientação

Parede banheiros

Identificação

Banheiros

Identificação

Banheiros

Orientação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Parede banheiros

Orientação

Arquibancada

Orientação

Vestiários

Orientação

Vestiários

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Orientação

Entrada

Identificação

Quadra

Advertência

Arquibancada

Advertência / Orientação

Arquibancada

Advertência

Caixa de luz

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

85 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.5 TABELA DE CONTEÚDO: PISCINA E VESTIÁRIOS INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Profundidade

Pintura parede

25

PH

Placa parede

3

Temperatura

Placa parede

3

# Raias

Pintura raias

50

Regras de uso da piscina

Placa parede

4

Regras de uso dos armários dos vestiários

Placa parede

4

Quadro de avisos

Painel de parede

5

Coloração da arquibancada

Pintura chão

25

Material de piscina

Placa parede

4

Vestiário masculino

Pintura parede

20

Banheiro masculino

Pintura parede

15

Vestiário feminino

Pintura parede

20

Banheiro feminino

Pintura parede

15

Não se exponha ao sol em excesso

Placa parede

5

Acesso cadeirantes

Pintura chão

15

Saída de emergência

Placa parede

10

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

86 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Operação

Piscina

Operação

Piscina

Operação

Piscina

Identificação

Piscina

Regulamentação / Advertência

Piscina / Arquibancada

Regulamentação / Advertência

Vestiário

Regulamentação / Advertência / Operação

Vestiário

Identificação

Piscina

Identificação

Bedelaria

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Identificação

Arquibancada

Advertência

Arquibancada

Advertência

Arquibancada

Advertência / Orientação

Arquibancada

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

87 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.6 TABELA DE CONTEÚDO: TÊNIS – PAREDÃO E PASSAGEM INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Tênis

Placa de parede

4

Tênis

Pintura fachada

50

Infos tênis

Placa de parede

3

Tênis externo

Totem de parede

10

Sala dos professores

Totem de parede

10

Quadra externa

Totem de parede

10

Estádio

Totem de parede

10

Museu do Futebol

Totem de parede

10

Tênis coberto

Totem de parede

10

Vestiário masculino

Totem de parede

10

Secretaria

Totem de parede

10

Bicicletário

Totem de parede

10

Saída

Totem de parede

10

Sala dos Professores

Totem de parede

10

Quadro de avisos do tênis

Painel de parede

5

Teto baixo

Pintura teto

3

Quadra de tênis

Pintura de parede

6

Vestiário Masculino

Placa de parede

20

Manutenção

Placa de parede

4

1

Pintura de porta

50

Manutenção

Placa de parede

4

2

Pintura de porta

50

Manutenção

Placa de parede

4

3

Pintura de porta

50

Quadro de avisos

Painel de parede

5

Lixo

Pintura

3

88 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m) TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Identificação

Parede tênis

Identificação

Parede tênis

Regulamentação / Advertência

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Orientação

Parede tênis

Identificação

Corredor

Advertência / Regulamentação / Operação

Corredor

Advertência

Corredor

Orientação

Parede tênis

Identificação

Parede tênis

Identificação Identificação

Parede tênis

Identificação

Parede tênis

Identificação Identificação

Parede tênis

Identificação

Parede tênis

Identificação Identificação

Parede tênis

Identificação

Parede tênis

Advertência / Regulamentação / Operação

Corredor

Identificação

Parede tênis

89 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.7 TABELA DE CONTEÚDO: TÊNIS – QUADRAS EXTERNA E INTERNA INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Coloração da arquibancada

Pintura chão

50

Bebedouros

Placa parede

3

Banheiro masculino

Placa parede

3

Banheiro feminino

Placa parede

3

Quadra coberta

Placa parede

4

Sala dos professores

Pintura parede

6

Não se exponha ao sol em excesso

Placa parede

5

Acesso cadeirantes

Pintura chão

15

Saída de emergência

Placa parede

10

Saída de emergência

Placa parede

10

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

90 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m) TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Identificação

Arquibancada

Identificação

Quadra externa

Identificação

Quadra coberta

Identificação

Quadra coberta

Orientação

Quadra externa

Orientação

Quadra externa

Advertência

Arquibancada

Advertência

Arquibancada

Advertência / Orientação

Arquibancada

Advertência / Orientação

Quadra coberta

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

91 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.8 TABELA DE CONTEÚDO: CORREDOR SUPERIOR INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Academia

Totem de parede

10

Vestiários

Totem de parede

10

Sala de imprensa

Totem de parede

10

Tênis

Totem de parede

10

Quadra multiuso

Totem de parede

10

Ginásio

Totem de parede

10

Ambulatório

Totem de parede

10

Bicicletário

Totem de parede

10

Saída

Totem de parede

10

Vestiário 1

Pintura chão

20

Imprensa

Pintura chão

20

Vestiário 2

Pintura chão

20

Academia

Placa de parede

4

Academia

Pintura fachada

50

Infos Academia

Placa de parede

3

Vestiários

Placa de parede

4

Imprensa

Placa de parede

4

Piscina

Totem de parede

10

Dep. de Esporte

Totem de parede

10

Administração

Totem de parede

10

Estádio

Totem de parede

10

Academia

Totem de parede

10

Vestiários

Totem de parede

10

Sala de imprensa

Totem de parede

10

Banheiros

Totem de parede

10

Saída de emergência

Placa parede

10

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

92 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Acesso estacionamento secundário

Orientação

Corredor

Orientação

Corredor

Orientação

Corredor

Identificação

Corredor

Identificação

Corredor

Regulamentação / Advertência

Corredor

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Orientação

Acesso estacionamento principal

Advertência / Orientação

Corredor

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

93 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


8.8 TABELA DE CONTEÚDO: ACADEMIA INFORMAÇÃO

ORIENTAÇÃO DO SUPORTE

DISTÂNCIA

Quadro de avisos da academia

Painel de parede

5

Sala 1

Pintura de porta

20

Salas 2 e 3

Pintura parede

5

Musculação

Pintura parede

5

Saída de emergência

Placa parede

10

Proibido fumar

Placa de parede

10

Sala 2

Pintura de porta

20

Sala 3

Pintura de porta

20

Saída de emergência

Placa parede

10

Sala 301

Placa de parede

3

Sala 302

Placa de parede

3

Sala 303

Placa de parede

3

Sala 304

Placa de parede

3

Banheiros

Placa bandeira

15

Banheiro masculino

Pintura de porta

10

Banheiro feminino

Pintura de porta

10

Anti doping

Placa de parede

3

Refeitório

Placa de parede

3

Saída de emergência

Placa parede

10

Alarme de incêndio

Placa parede

3

Alarme de incêndio

Pintura chão

20

Extintor de incêndio

Placa parede

3

Extintor de incêndio

Pintura chão

20

Hidrante

Placa parede

3

Hidrante

Pintura chão

20

Acesso cadeirantes

Pintura chão

10

Acesso cadeirantes

Placa parede

3

Diretoria do Clube

Placa de parede

3

94 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DE LEITURA (m)

TIPO DE INFORMAÇÃO

SETOR

Advertência / Regulamentação / Operação

Acesso superior

Identificação

Acesso superior

Orientação

Acesso superior

Orientação

Acesso superior

Advertência / Orientação

Acesso superior

Regulamentação

Hall escada

Identificação

Hall escada

Identificação

Sala 2

Advertência / Orientação

Hall do meio

Identificação

Hall escada

Identificação

Hall escada

Identificação

Hall do meio

Identificação

Hall escada

Identificação

Hall do meio

Identificação

Hall do meio

Identificação

Hall do meio

Identificação

Hall do meio

Identificação

Hall do meio

Advertência / Orientação

Hall do meio

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência / Identificação

Vários

Advertência

Hall do meio

Advertência

Hall do meio

Identificação

Hall da diretoria

95 PROGRAMAÇÃO E DESIGN ESQUEMÁTICO


DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


Adaptado do processo de design de David Gibson (2009), a etapa seguinte à programação e montagem do design esquemático é a parte prática de desenvolvimento do projeto gráfico e físico do sistema estabelecido. Partindo de um brainstorming de rascunhos que servissem de apoio visual para as soluções propostas para os problemas levantados na etapa de imersão, sempre levando em consideração as diretrizes de projeto listadas no capítulo 7, chegou-se a uma linguagem visual e formal que compôs a identidade visual do projeto final.

97 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

Foram feitos estudos de tipografia, cor, materiais, acabamentos e montagem para o programa de wayshowing. Vale ressaltar o valor histórico e apreço pelo desenho tipográfico das poucas plaquetas com lettering original preservadas e encontradas no clube. Foi considerado que, muito mais do que mero detalhe, o uso de um desenho tipográfico que resgatasse a semântica visual original, mas sem pesar em um saudosismo que esqueça o tempo em que o projeto se enquadra. A grandeza arquitetônica do Pacaembu incluiu a criação de um tipo próprio e específico para aquele espaço nos idos dos anos 40; e se o espaço foi sendo repensado e reutilizado sem um cuidado com a preservação de uma identidade visual do espaço, o uso de um desenho tipográfico que resgata essa atenção esquecida se mostrou essencial.

TIPOGRAFIA Apesar da possibilidade de encontrar uma fonte já existente que pudesse contribuir com a identidade visual proposta neste projeto, o fato de que o projeto arquitetônico original englobou a criação de letras caixas próprias para a identificação de elementos do espaço foi crucial para optar-se por repetir este esforço em um projeto contemporâneo de wayshowing. Para isso, Álvaro Franca, um tipógrafo carioca formado na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), que também estudou na Cambridge School of Art e passou por estúdios de tipografia como Jair de Souza Design, Hipertipo e Dalton Maag, cedeu seu tempo e conhecimento para contribuir com o projeto criando a fonte Pacaembú.

9.1 Primeira versão da fonte Pacaembu Beta, com peso único equivalente ao “medium”.


98 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

“Pacaembú” é uma família tipográfica para sinalização, baseada em letreiros Art Deco encontrados na arquitetura do clube municipal Pacaembú, mas também frequentes na arquitetura paulistana (D’ELBOUX, 2013). Para o desenvolvimento desse projeto tipográfico, foi feita uma visita ao local, em março de 2016, onde os vários letreiros foram fotografados. Depois, foi feito um estudo de forma de letra e suas características, a partir do qual foi possível derivar todo o alfabeto —em maiúsculas, minúsculas, números e pontuação— de uma amostra de cerca de 20 letras maiúsculas. Como a Pacaembú foi pensada para sinalização, houve a preocupação em adaptar os desenhos originais ao contexto do wayshowing, onde a clareza e a legibilidade —mesmo em condições adversas de leitura— é essencial. As fontes foram projetadas com uma altura de x grande, o que é recomendado para leitura a distância por permitir que as minúsculas ocupem mais espaço na linha de texto (AHRENS, 2014)

9.2 Numerais encontrados na área da piscina serviram de inspiiração para o desenho dos numerais da fonte Pacaembú.

Pangrama

Typeface: Pacaembu

Nas fontes, houve o cuidado de se preservar os detalhes que tornam aqueles letreiros únicos como o /N/, o /H/ ou a dupla /E / F/ e, ao mesmo tempo, o cuidado de corrigir inconsistências que prejudicassem a leitura. Nos numerais, por exemplo, a estrutura geral dos originais foi respeitada, mas foi preciso criar contraformas mais generosas no topo de /3 / 8/. Na Pacaembú, todos os números ocupam a mesma largura, o que é útil para tabular informações como horários, preços, distâncias e etc. Como consequência disso, o número /1/ recebeu serifas, para melhor ocupar o espaço fixo disponível e ao mesmo diferenciá-lo de outros caracteres retangulares como o I maiúsculo ou o L minúsculo. Style: Medium

Date: 18 Oct 2016 18:8

01 23 45 67 89


Pangrama

Typeface: Pacaembu

Style: Medium

Date: 18 Oct 2016 18:8

HOMENS

99 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

FRISAS PISCINA SENHORAS THE QUICK BROWN FOX JUMPS OVER THE LAZY DOG the quick brown fox jumps over the lazy dog

Em um sistema de sinalização, muitas vezes é necessário criar hierarquia de informação, por isso a Pacaembú tinha que ser uma família de sete fontes, cada uma com um peso. Ou seja, uma espessura de traço, variando entre os traços finíssimos da Pacaembú Thin, e os muito grossos da Pacaembú Ultra. Essa paleta diversa permite criar diversas nuances entre diferentes textos, ajudando a sinalização a comunicar informações primárias e secundárias, informação em português ou em inglês, alternar entre um ATENÇÃO muito grosso que comunica urgência e um BEM VINDO muito fino que comunica o oposto. Idealmente haveria também uma família de fontes itálicas para acompanhar, aumentando ainda mais as distinções possíveis. Infelizmente, os limites de tempo e recursos deste projeto tornaram isso impossível até o momento. Há, contudo, planos para uma expansão do projeto que contemple também as fontes itálicas, além de uma expansão no conjunto de caracteres que ofereça suporte a mais línguas.

CORES, FORMAS E MATERIAIS Os estudos de linguagem visual, envolvendo forma, texturas e cores, foi feito tomando como referência não apenas nos complexos esportivos analisados anteriormente, mas também levando em consideração a memória visual da “época de ouro” do Pacaembu. Se o processo de criação da tipografia teve como objetivo fazer uma releitura do desenho criado especificamente para o clube nos idos dos anos 40 e 50, os estudos de cor e forma seguiram o mesmo objetivo (figuras 9.7 a 9.10). Por isso, foi adotada uma semântica visual que mistura elementos modernis-

9.3 O clube ainda mantém algumas plaquetas originais antigas, que foram a principal referência para os estudos das maiúsculas da fonte nova..


100 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

Pangrama

Typeface: Pacaembu

Style: Medium

08pt YORKSHIRE & NORTH: Brimham Rocks. acres of open moorland with an area of fantasticalls shaped rock formations? Special geological interest! Leavet, p (s.a.e.), from the address below. Information Centre, shop and excellent refreshment kiosk open on following dates: to April: Sat and Sun; to April: dails; April to Mas: Sat, Sun; to Oct: dails. Parking zone: cars ., minibuses , motorcscles p, coaches . WC. NT Warden: Mr. P. Meese, Brimham House, Summerbridge, Harrogate HJ QZ; tel. Harrogate () . All weather paths, suitable for wheelchair users. Location: Archwas, approached from Pateles/Bridge road {B}, . miles from Harrogate, approached from B [: SE]. mediaeval manoeuvre refined rizzzing coffin afflict effect coffin afflict effect. The New Zealand dollar slumped from . US cents to ., and the b@ daltonmaag.com. Australian dollar from , American

9.4 e 9.5 A fonte já com os diferentes pesos e com o desenho das caixas baixas. Testes da Pacaembu em manchas de texto contínuo.

10pt YORKSHIRE & NORTH: Brimham Rocks. acres of open moorland with an area of fantasticalls shaped rock formations? Special geological interest! Leavet, p (s.a.e.), from the address below. Information Centre, shop and excellent refreshment kiosk open on following dates: to April: Sat and Sun; to April: dails; April to Mas: Sat, Sun; to Oct: dails. Parking zone: cars ., minibuses , motorcscles p, coaches . WC. NT Warden: Mr. P. Meese, Brimham House, Summerbridge, Harrogate HJ QZ; tel. Harrogate () . All weather paths, suitable for wheelchair users. Location: Archwas, approached from Pateles/ Bridge road {B}, . miles from Harrogate, approached from B [: SE]. mediaeval manoeuvre refined rifling coffin afflict effect coffin afflict effect. The New Zealand dollar slumped from . US cents to ., and the b@daltonmaag.com. Australian dollar from , American cents to .. This in turn pushed the pound up to highs of NZ., from .%, and A., ,. The pound was steadier at . and . after sesterdas's after

ABCDEFGHIJKLMN OPQRSTUVWXYZ abcdeffgghijkllmn opqrsttuvwxyyz 12345+67890 .:,;_,;- \ | / ¡!¿? –—…*“‘(&)’”"' ÀÁÂÃÇÈÉÊÌÍÑÓÔÕÖÚÜ àáâãçèéêìíñóôõöúü

Date: 18 Oct 2016 18:8

12pt YORKSHIRE & NORTH: Brimham Rocks. acres of open moorland with an area of fantasticalls shaped rock formations? Special geological interest! Leavet, p (s.a.e.), from the address below. Information Centre, shop and excellent refreshment kiosk open - on following dates: to April: Sat and Sun; to April: dails; April to Mas: Sat, Sun; to Oct: dails. Parking zone: cars ., minibuses , motorcscles p, coaches . WC. NT Warden: Mr. P. Meese, Brimham House, Summerbridge, Harrogate HJ QZ; tel.

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O PEQÜENO JABUTI XERETA VIU DEZ CEGONHAS FELIZES

ABCDEFGHIJKLMN OPQRSTUVWXYZ abcdeffgghijkllmn opqrsttuvwxyyz 12345+67890 .:,;_,;- \ | / ¡!¿? –—…*“‘(&)’”"' ÀÁÂÃÇÈÉÊÌÍÑÓÔÕÖÚÜ àáâãçèéêìíñóôõöúü

PACAEMBÚ:

A geométrica que você sempre quis. O ART-DECO VAI À SÃO PAULO VER UM JOGO DE FUTEBOL.

Álvaro Franca • OI@ALVAROFRAN.CA 12 de Outubro de 2016

PACAEMBÚ é uma família tipográfica de sinalização que tem sua origem nos letreiros em pedra feitos no projeto inaugural do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembú. Construído em São Paulo na década de 1940, o estádio é uma das mais importantes obras no estilo Art-Deco do país. Desde a inconfundível faixada, letreiros nesse estilo aparecem por todo o estádio, indicando a presença de arquibancadas, banheiros, piscinas e outras instalações. Com a revitalização do sistema de wayfinding do entorno do estádio, veio a oportunidade de criar uma família de fontes que combinasse com as formas de letra encontradas no local, e assim nasceu a Pacaembú. Seu esqueleto é geométrico, mas há forte influência do art-deco, principalmente no desenho das maiúsculas como em E F H M N P ou R, enquanto nas minúsculas a geometria é aplicada com um toque de bom humor. A família em 7 pesos que vão do THIN até o ULTRA é a interpretação do modelo paulista do Art Deco mais completa até hoje, e o escopo da família aumentará com os itálicos que estão à caminho,., Seu conjunto de caracteres oferece suporte à mais de 200 língggggguas de base latína com cobertura extensiva de caractéres acentuados para atender às necessidades de design do mercado globalizado de hoje.

ABCDEFGHIJKLMN OPQRSTUVWXYZ abcdeffgghijkllmn opqrsttuvwxyyz 12345+67890 .:,;_,;- \ | / ¡!¿? –—…*“‘(&)’”"' ÀÁÂÃÇÈÉÊÌÍÑÓÔÕÖÚÜ àáâãçèéêìíñóôõöúü


TIGHTLY SET TITLES LOOK BRILLIANT IN PACAEMBU

ABCDEFGHIJKLMNOPQRS TUVWXYZ@!?abcdefghijkl mnopqrstuvwxyz[©]{®}!?.¶ ABCDEFGHIJKLMNOPQRS TUVWXYZ@!?abcdefghijkl mnopqrstuvwxyz[©]{®}!?. ¶ABCDEFGHIJKLMNOPQR STUVWXYZ@!?abcdefgh ijklmnopqrstuvwxyz [©]{®}!?.¶ABCDEFGHIJ KLMNOPQRSTUVWXYZ @!?abcdefghijklmnopqrst uvwxyz[©]{®}!?.¶ABCDE FGHIJKLMNOPQRSTUV WYZ@!?abcdefghijklmno pqrstuvwxyz[©]{®}!?.¶ ABCDEFGHIJKLMNOPQ RSTUVWXYZ@!?abcdef ghijklmnopqrstuvwxyz [©]{®}!?.¶ABCDEFGHIJ KLMNOPQRSTUVWXY Z@!?abcdefghijklmnop qrstuvwxyz[©]{®}!?.¶

101 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.6 Comparativo de pesos com a família completa.


102 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.7 1941: Abc de Castro Alves; Santa Rosa. e 9.8 1954: 4o Centenário de São Paulo; Geraldo de Barros. O uso de fundos claros dá destaque a elementos de áreas chapadas de cor que sobrepõem as ilustrações. A tipografia é um elemento muito forte do projeto gráfico, sendo protagonista da comunicação visual. As cores são pontos-guia do processo de leitura e dirige o olhar para pontos específicos das peças.

9.9 1955: Ritmos da Madrugada; autor não identificado; e 9.10 1956: Orfeu da Conceição; Raymundo Nogueira. Exemplos da geometrização e simplificação de formas da época, que buscavam a síntese dos elementos que compõem as ilustrações. As cores fortes são utilizadas com precisão, ressaltando as texturas e dando vida aos pictogramas.


tas, resgatados da arquitetura do Pacembu (ainda que se encontre resquícios de art nouveau em certas partes do clube, como na área da antiga cafeteria do tênis coberto) em uma releitura que traga características contemporâneas de sistemas de wayshowing nos suportes: macro aplicações de cor e numerais, adesivamento de vinil sobre acrílico e uso de polímeros coloridos.

103 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

A observação de peças de destaque do design gráfico brasileiro daquela época serviram de inspiração para uma linguagem de áreas de cor chapada, sobreposição de formas e texturas (ainda que com contornos e limites muito bem definidos), desenhos geométricos e uso de elementos tipográficos como destaque da linguagem visual. Levando estes aspectos em consideração, foram escolhidas quatro cores para os principais setores – ginásio, piscina, tênis e academia – de acordo com características que já são observadas ou nas principais atividades físicas pra-

9.11 Primeiros rascunhos de placas de parade: estudos de forma e sobreposição de materiais.

9.12 Estudos iniciais do sistema de sinalização incluíam também a proposta de iconografia. O detalhamento dos elementos de comunicação visual não pôde ser aprofundados o suficiente para que tivesse uma linguagem própria do novo projeto.


104 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

ticadas em cada um ou na utilização de cores da sinalização atual. Temos, assim, o vermelho para o ginásio por ser uma cor que se encontra em abundância no interior do setor; azul para a piscina pela cor da água; amarelo para o tênis pela cor característica da bola de tênis; roxo para a academia por ser uma cor ligada a bem-estar e não ter uma conotação de gênero. A cor laranja que é genericamente utilizada no Pacaembu hoje em dia será substituída por uma cor neutra como o cinza e a aplicação das cores setoriais será pontual, mas impactante. Além disso, o uso de cores como forma de destaque e hierarquização da informação em contraste com elementos em tons de cinza, bem como a aplicação de cores de saturação menor, pouco vibrantes, aplicadas de modo a intensificar o caráter bidimensional do plano gráfico, em oposição à tridimensionalidade dos suportes de materiais sobrepostos. No entanto, essa tridimensionalidade precisou ser extremamente comedida pelo excesso de elementos espaciais que já estão presentes no clube, seja de maneira formal e permanente ou informal e temporária. Por isso, de suportes espaçosos, retorcidos, expansivos e volumosos, as soluções formais tiveram que assumir um caráter mais discreto, mas não singelo. As soluções tridimensionais encontradas também contribuíram para que as peças, por sua complexidade formal menor,

9.13 Estudos de tamanho e forma, considerando proporção e sistema de informação. As primeiras formas foram consideradas muito expansivas e distantes da identidade e memória do Pacaembu. Apesar das referências de forma dos suportes de outros espaços esportivos, após muitas visitas de observação e conversas com os frequentadores do clube, ficou mais claro que as pessoas se relacionam com o Pacaembu mais como um espaço de convívio familiar e lazer do que como um local de prática de alto desempenho esportivo.


possam ser produzidas a custos mais baixos do que outras possíveis soluções de grande ocupação do espaço e de desenhos mais complexos, como os que podem ser observados nos estudos iniciais. Isso segue uma das premissas levantadas e já discutidas previamente neste trabalho, lembrando que a administração do Pacaembu não possui orçamento anual para gastos da magnitude que a produção e implementação de um projeto de comunicação visual-ambiental demanda.

105 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

Por último, é necessário lembrar que como um projeto realizado em completa separação da criação do projeto arquitetônico original, o espaço físico não permite que um sistema completamente novo de comunicação visual-ambiental seja feito sem que torne-se díspare e conflitante com o entorno, principalmente sem o trabalho em conjunto com um arquiteto. Assim, as soluções visuais buscaram atingir a propriedade exata que não chame mais atenção do que a arquitetura em si, mas que esteja sempre presente quando necessária; que facilite a navegação no espaço sem ser um elemento sobressalente no campo visual; que construa uma identidade visual que engrandeça o Pacaembu e não se esqueça da história que o clube carrega, respeitando a vontade de se manter um espaço público vivo e em constante evolução.

9.14 Os primeiros estudos focavam em opções verticais de suportes, com pouca utilização das superfícies já existentes no clube. O uso de placas-bandeira nos espaços de circulação de automóveis foi uma das saídas encontradas para diferenciar as informações destinadas aos pedestres das informações para motoristas. Com a evolução do projeto, as peças acabaram interferindo menos na arquitetura, mantendo os espaços de circulação com menos objetos.


106 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


107 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.15 Com a evolução dos estudos enfatizou-se o uso das superfícies já existentes para dar suporte à informação orientacional e situacional. Vê-se que a escala das peças ainda era bem desproporcional com o ambiente, parecendo muito maior do que realmente precisaria ser para que tivesse uma boa leitura.


108 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.16 A organização espacial do clube faz com que alguns espaços de circulação se transformem também em corredores com entradas para setores e edifícios. É o caso da via que leva do estacionamento principal ao estacionamento secundário (ilustrado aqui), da passagem do paredão do tênis à quadra de tênis externa e o corredor que liga o calçadão do ginásio às salas da administração.

9.17 Com o nivelamento do piso se fez necessário repensar alguns espaços onde carros e pedestres estão mais próximos. A proposta de colocar partes de piso gramado com postes de luz delimitando as vagas de carro contribui para a segurança e conforto dos pedestres.


109 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.18 O uso de faixas largas de cor sobre as fachadas foi pensado de maneiras diferentes ao longo do processo criativo. Foi a melhor solução para implementação de pistas visuais de longa distância para navegação no espaço.

9.19 As placas de identificação de cada setor mereceram atenção especial. A falta de informação sobre as atividades praticadas em cada setor, bem como as regras de uso do espaço, faz com que as pessoas precisem recorrer aos funcionários de segurança e limpeza do clube constantemente.

9.20 As placas de identificação dos setores, que contém também informações de operação e de regulamentação, tiveram diferentes versões. O uso de ícones e a aplicação de braile foi definido como essencial para que a comunicação fosse rápida e universal.


110 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

PROJETO FINAL Desde a etapa inicial de pesquisa, tanto de dados secundários quanto o levantamento de informações feito in loco, passando pelas visitas técnicas aos espaços de referência e a pesquisa de referências visuais do design gráfico brasileiro de meados do século XX, até os estudos iniciais de desenhos tri e bidimensionais, o processo contribuiu com uma bagagem semântica que serviu de base para o desenho final do projeto. As diretrizes de projeto listadas no capítulo 7 guiaram as soluções apresentadas como macro objetivos de projeto, enquanto problemas pontuais e específicos de navegação local e construção de um mapa mental foram atendidos com uma análise caso a caso. Esta parte deste relatório expõe as propostas do macro ao micro, sem se propor a ser um projeto que abarque mais do que o escopo previsto anteriormente e que caiba a um projeto de TCC, do nivelamento do piso de todo o clube ao uso do braille em todas as placas de identificação de portas e setores. Os problemas de percepção total do espaço, conscientização do movimento e singularidade dos espaços, levantados no capítulo 6, bem como uma melhor percepção das possibilidades de uso do espaço e melhora da locomoção nas áreas de circulação de carros e pedestres foram abordados pensando em princípios do woonerf. Apesar da impossibilidade de se pensar numa eventual reconstrução do espaço–e da falta de coerência que seria abordar este TCC arquiteturalmente–, é possível criar áreas prioritárias para pedestres para conservar o patrimônio histórico, arquitetônico e cultural com algumas poucas mudanças físicas no espaço. Com isso as pessoas tornam-se protagonistas no uso do espaço, invés de estarem limitadas a circular nos espaços delimitados pelo meio-fio, e os motoristas são obrigados a circularem em velocidade menor e com mais atenção. Isso é estimulado, nesta proposta para o clube, pela implementação de pequenos canteiros verdes com postes de luz baixos (figuras 9.21, 9.22, 9.29, 9.61 e 9.65), que tornam o espaço mais agradável ao mesmo tempo em que reduzem sensivelmente o espaço para circulação de carros. Isso também faz com que rampas de acesso para cadeirantes sejam abolidas, já que todo o piso das vias de acesso principais estariam niveladas com os setores, permitindo o acesso a pedestres e cadeirantes indiscriminadamente. No entanto, dentre as soluções apresentadas neste projeto, esta é a que precisaria de estudo mais aprofundado para implementação. Por outro lado, toda a identidade visual gráfica, sua comunicação e eficiência foram melhorados com a sistematização em cores dos diferentes setores. Isso garante que os espaços do clube não só tenham uma clara e fácil identificação de suas funções (novamente uma melhoria em suas singularidades), mas facilita o mapeamento mental, bem como a identificação dos espaços a distância, principalmente por pessoas de visão comprometida (seja por idade avançada ou deficiência). A implementação de cores para cada setor e sua aplicação nas peças orientacionais promove um entendimento maior das instalações existentes, como como incentiva a imaginação sobre as possibilidades de uso do clube, facilitando o interesse das pessoas por possíveis atividades oferecidas nos diferentes setores. Esta facilidade de acesso à informação sobre os setores também é trabalhada nas placas que tem funções operacionais de advertência, como as placas posiciona-


das ao lado dos acessos principais de cada setor (figura 9.35). A padronização dos diferentes tipos de informação também contribui para que a informação seja mais facilmente apreendida, e assim vê-se que há critérios para a forma como as peças de comunicação ambiental são desenhadas e posicionadas. Há três principais tipos de identificação de portas e acessos: as plaquetas de parede pequenas, que ficam ao lado das portas de ambientes internos onde a leitura é feita de uma distância menor, posicionadas à altura de ombro; as plaquetas de parede grandes, que ficam acima ou ao lado das portas (dependendo do espaço que existe em volta do batente) de ambientes externos onde a leitura é feita de uma distância maior; e as pinturas de fachada que identificam os principais acessos dos setores, que tem destaque tanto pela importância dos setores no uso do clube, quanto por serem os principais destinos dos transeuntes.

111 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

Sendo uma das diretrizes de projeto, a identificação das salas não tem o objetivo de, necessariamente, esclarecer o que acontece dentro de todas as salas do clube. Pelo contrário, ficou claro durante as visitas técnicas que certas salas não devem ser identificadas de acordo com sua função, pois é nelas onde é guardado montantes de dinheiro ou outros objetos de valor. Por isso, mesmo considerando o uso de placas de advertência de acesso a pessoas autorizadas, a identificação das portas faz com que todos os usuários do clube se sintam mais empoderados a utilizar a totalidade do espaço e navegar no Pacaembu sabendo quais espaços são de livre acesso e quais não são. Mantendo a identificação atual das portas, todas as portas seriam identificadas numericamente de acordo com o setor em que se encontram, seguindo a seguinte ordem: portas do edifício do ginásio são numeradas a partir de 101; do edifício da piscina, 201; da área da academia, 301; e por último do edifício do tênis, 401. Esta ordem segue a quantidade de eventos e número de usuários que frequenta cada setor, em ordem crescente.

9.21 ELEMENTOS DE SEGURANÇA E ORIENTAÇÃO TÁTIL R U A I TA Í

I TA

Í

AV.

PAC A E M B Ú

RUA

R

U

A

C A PI

VA RÍ

R U A I TA P O L I S

Indicação orientacional de saída Aparato contra incêndio Elementos táteis de orientação de chão


112 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.22 DESENHO ESQUEMÁTICO: FACHADA DO TÊNIS

MANUTENAÇÃO

MANUTENAÇÃO

MANUTENAÇÃO

MAINTENANCE

MAINTENANCE

MAINTENANCE

3 manutencao 3

2 manutencao 2

Manutencao 3

9.23 DESENHO ESQUEMÁTICO: CORREDORES EXTERNOS

ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION

IMPRENSA VESTIÁRIOS PISCINA SWIMMINGPOOL DEP. DE ESPORTE SPORTS DEPARTMENT

admin ist racao

ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION ESTÁDIO STADIUM

ACADEMIA FITNESS VESTIÁRIOS CLOAKROOMS SALA DE IMPRENSA PRESS ROOM

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

2

ACADEMIA FITNESS VESTIÁRIOS CLOAKROOMS SALA DE IMPRENSA PRESS ROOM

TÊNIS TENNIS QUADRA EXTERNA OUTDOOR COURT

GINÁSIO GYMNASIUM

INFERMERY BICICLETÁRIO BIKE PARK SAÍDA EXIT

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU


113

TÊNIS

DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

TENNIS COURTS Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Use o calçado co r re to

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Atente-se ao calçado adequado para os diferentes pisos das quadras.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Be aware of the appropriate footware for each different court and floor type.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira:

TÊNIS EXTERNO OUTDOOR TENNIS SALA DOS PROFESSORES TEACHERS’ ROOM

Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Área de sol

Bebedouros

Não fume

Solado colorido

Ban he iro

Area de so l

Be bedouro s

Nao fume

so lado pro pr io

Toilets

Sunbathing

Water drinker

No smoking

Coloured sole

QUADRA EXTERNA OUTDOOR COURT ESTÁDIO STADIUM MUSEU DO FUTEBOL SOCCER MUSEUM

TÊNIS COBERTO INDOOR TENNIS

VESTIÁRIO MASC. MEN’S CLOAKROOM SECRETARIA SECRETARY BICICLETÁRIO BIKE PARK SAÍDA EXIT

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

9.22 Proporção dos elementos da fachada do setor “Tênis”. As três portas das salas de manutenção são identificadas com os numerais estourados, como ocorre também em outros ambientes. Os banheiros externos são identificados com uma placa de parede com foco na cor do setor, para que seja visto a longa distância. Aqui ocorre um dos casos de identificação de portas externas, em que as plaquetas são posicionadadas no canto superior direito por causa da falta de espaço acima da porta. Em outros casos, quando há espaço para tal, a plaqueta está acima do batente da porta.

Vestiário

Cloakroom

DEP. DE ESPORTES

VESTIÁRIO MASCULINO (ACESSO À PISCINA)

MEN’S CLOAKROOM (ACCESS TO SWIMMINGPOOL) ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION ESTÁDIO STADIUM PRAÇA CHARLES MILLER CHARLES MILLER SQUARE

de par tamento de e spo r te s

PISCINA

SPORTS DEPARTMENT

VESTIÁRIO FEMININO (ACESSO À PISCINA)

CUIDADO PEDESTRES

WOMEN’S CLOAKROOM (ACCESS TO SWIMMINGPOOL)

PISCINA

SWIMMINGPOOL

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmato lo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 17h

Para utilizar a piscina é necessário apresentar o exame dermatológico.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 5pm

It is mandatory to present a dermathologic exam to use the swimming pool facilities.

Apro ve ite da me lho r mane ira

WC

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Vestiários

Armários

Área de sol

Bebedouros

Ve st iar io s

Armar io s

Area de so l

Be bedouro s pro fund idade

Cloakrooms

Lockers

Sunbathing

Water drinker

AMBULATÓRIO ENFERMERY SECRETARIA SECRETARY

Profundidade Depth

9.23 Proporção dos elementos dos espaços caracterizados como corredores externos: via de acesso ao estacionamento secundário (com acesso à piscina) e as portas de acesso ao corredor da academia. Estas áreas apresentam maior quantidade de peças de orientação e diretórios. Vê-se que há elementos de orientação especificamente para o estádio, tratados diferentemente do resto do sistema, principalmente no quesito escala. A comunicação para os motoristas foi colocada no chão para que o espaço acima da cabeça continue livre.

10

kmh


114 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.24 DESENHO ESQUEMÁTICO: AMBIENTE INTERNO DO GINÁSIO

WC

WC

LANCHONETE SNACK BAR

Lanchone te

ACADEMIA

9.25 DESENHO ESQUEMÁTICO: CORREDOR DA ACADEMIA

ACADEMIA

ACADEMIA FITNESS

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmato lo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 17h

Consulte um especialista antes de praticar atividades físicas.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 5pm

Consult a specialist before practicing any physical activities.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Bebedouros

Não fume

Ban he iro

Be bedouro s

Nao fume

Toilets

Water drinker

No smoking

Apenas sócios

Only for associates

apenas socio s

VESTIÁRIO 1 IMPRENSA

PRAÇA CHARLES MILLER CHARLES MILLER SQUARE MUSEU DO FUTEBOL SOCCER MUSEUM ESTÁDIO STADIUM

BANHEIROS TOILETS ÁREA DOS FUNCIONÁRIOS STAFF AREA

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

VESTIÁRIO 2

9.25 Proporção dos elementos do corredor de acesso à academia. Assim como ocorre com a sinalização de orientação das instalações do estádio, do lado de fora do corredor, as setas que indicam os vestiários e o acesso à imprensa tem uma escala maior e são pinturas de chão. Aqui vê-se o desenho do painel de avisos da academia, que tem proporções diferentes dos outros paineis por estar fixado (assim como o cavalete de avisos, atualmente) em uma parede com maior espaço vertical. O acesso à academia se distingue dos acessos aos outros setores por sua proporção estreira e menor área para coloração setorial. Por isso, o chão também foi utilizado para aumentar a área de cor, como pode ser visto na imagem XX.


STIÁRIO 1

RENSA

115 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

VESTIÁRIOS

9.24 Proporção dos elementos do ambiente interno do ginásio. Apesar das poucas informações que precisam ser comunicadas no ambiente, existe a necessidade de permitir a leitura a partir de grandes distâncias. O ginásio é o ambiente do clube que mais sedia eventos externos, precisando de uma comunicação que se sobressaia à presença de grandes quantidades de pessoas. A pintura da arquibancada também foi repensada para que as cores ficassem restritas aos assentos, deixando as paredes das entradas dos banheiros em tons neutros para não conflitar com a sinalização.

9.26 DESENHO ESQUEMÁTICO: PEÇAS VARIADAS

AMBULATÓRIO MÉDICO

SECRETARIA SECRETARY

VESTIÁRIO MASCULINO

SAÍDA DE PEDESTRES

QUADRA DE TÊNIS PRAÇA CHARLES MILLER CHARLES MILLER SQUARE MUSEU DO FUTEBOL SOCCER MUSEUM

SECRETARIA SECRETARY

ESTÁDIO STADIUM

BANHEIROS TOILETS

PISCINA

SALAS 2 E 3 MUSCULAÇÃO BANHEIROS

PROFUNDIDADE DA PISCINA:

2,00 METROS

secre tar ia

ÁREA DOS FUNCIONÁRIOS STAFF AREA

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

STIÁRIO 2

9.26 Proporção dos elementos de peças variadas. A placa orientacional de parede que fica no estacionamento secundário indica pontos de interesse no estádio e até fora dele. vê-se também um dos poucos casos de peça orientacional pintada diretamente na parede, que ocorre nas paredes internas da portaria principal. Algumas peças da piscina, como o painel de avisos, a identificação do vestiário masculino, e a profundidade da piscina, estão também ilustradas nas aplicações fotográficas adiante.


116 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.27 DESENHO ESQUEMÁTICO: PEÇAS DOS ESTACIONAMENTOS

ÔNIBUS

R UA I TA Í

RUA

I TA

Í

Vestiário A (Estádio)

Administração

GINÁSIO

PISCINA

IDOSO

ESTÁDIO ACADEMIA

Ambulatório

Vestiário B (Estádio)

Estacionamento

R

U

PRAÇA CHARLES MILLER

Estacionamento

Museu do Futebol

Quadra externa

Secretaria

A C A

PI

TÊNIS

VA RÍ

R UA I TÁ P O L I S

TÊNIS

MAPA DO COMPLEXO

100m 800m 200m 900m

SAÍDA

BICICLETÁRIO BIKE PARKING

Bicicle tar io

MAIS VAGAS ADMINISTRAÇÃO

300m 1000m 400m 1100m

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

VAGA DE FUNCIONÁRIOS STAFF’S PARKING SPOT

9.27 Proporção de elementos do estacionamento principal. O uso de totens baixos é uma solução para espaços onde não há suporte vertical das paredes dos edifícios do clube. Evitou-se superutilizar o chão como suporte para que a comunicação não se torne ruído, reservando o chão do estacionamento principal para inforar direção dos carros e regulamentos de estacionamento das vagas. A marcação da metragem do circuito de corrida mostra os valores para duas voltas. O prisma de chão delimita as vagas que são reservadas para os funcionários do clube. Vê-se o caso do único totem com informações para motoristas e chapa envergada com o mapa do complexo (em destaque, fora de proporção).

GINÁSIO

9.29 DESENHO ESQUEMÁTICO: FACHADA DO GINÁSIO

GINÁSIO GYMNASIUM

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmato lo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Confira os horários das aulas oferecidas na tabela do ginásio.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Check the availability of the offered classes on the gymnasium’s schedule.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Vestiários

Armários

Área de sol

Bebedouros

Ve st iar io s

Armar io s

Area de so l

Be bedouro s pro fund idade

Cloakrooms

Lockers

Sunbathing

Water drinker

Profundidade Depth

SALA 101 ROOM 101


117 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

PRAÇA CHARLES MILLER

9.28 DESENHO ESQUEMÁTICO: PORTAS

SALA 101 ROOM 101

Museu do Futebol

AVISO

ACESSO RESTRITO Sala dos Professores

Refeitório

sala pro fe sso re s

Re fe ito r io

Teacher ´ s Room

Refectory

Sala 101

AVISOS GERAIS

GINÁSIO

GINÁSIO

9.28 Proporção de diferentes casos de portas. A padronização contemplou portas externas, com plaquetas maiores separadas da plaqueta de braile, portas internas colocadas na altura de ombro, e sinalização de banheiro aplicadas diretamente nas portas (também para portas internas). A placa bandeira mostra o caso dos banheiros da academia, cuja visualização a distância é semelhante à visualização que ocorre em corredores.

9.29 Proporção de elementos da fachada do ginásio. Além da coloração apropriada do setor aplicada na parede, as telhas da cobertura do calçadão do ginásio também ganharam a coloração típica do setor, com telhas térmicas brancas. Na parede foram colocados dois paineis, um específico para avisos e informes do ginásio, e outro para avisos e informes gerais do clube. Esta parede foi escolhida para o painel de avisos gerais por ser o local onde já acontece este tipo de comunicação, além de ser um local de descanso (por causa da sombra e bebedouros).

GINÁSIO GYMNASIUM

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmato lo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Confira os horários das aulas oferecidas na tabela do ginásio.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Check the availability of the offered classes on the gymnasium’s schedule.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Vestiários

Armários

Área de sol

Bebedouros

Ve st iar io s

Armar io s

Area de so l

Be bedouro s pro fund idade

Cloakrooms

Lockers

Sunbathing

Water drinker

Profundidade Depth


118

351

DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

DEP. DE ESPORTES

100

SPORTS DEPARTMENT 313

9.30 Plaqueta de identificação de portas externas. Peça composta por duas partes: placa de PS preto com impressão e chapa metálica. Nas portas externas a informação tátil fica em uma peça separada, na altura de cotovelo ao lado das portas.

h

h/20

DEP. DE ESPORTES SPORTS DEPARTMENT x x x 25 25 25

x

Sala de Materiais Sporting Goods

87

materiais 210

9.31 Plaqueta de identificação de portas internas. Peça composta por duas partes: placa de PS preto com impressão e chapa metálica. Na chapa de metal considera-se um espaço reservado para a informação em braille.

x x x 25 25 25

Sala de Materiais h

h/25

Sporting Goods

Materiais x

56


119

x = 50

DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

w

h/25

TÊNIS EXTERNO OUTDOOR TENNIS SALA DOS PROFESSORES TEACHER’S ROOM

f f/5

QUADRA EXTERNA SPORTS COURT ESTÁDIO STADIUM MUSEU DO FUTEBOL SOCCER MUSEUM

w/5 h = 1460

TÊNIS COBERTO INDOOR TENNIS

VESTIÁRIO MASC. MEN’S CLOAKROOM SECRETARIA SECRETARY BICICLETÁRIO BIKE PARK SAÍDA EXIT

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

9.32 Totem de parede, com conteúdo em formato diretório e de caráter orientacional. Peça em chapa de acrílico com vinil reverso de fundo branco.


250

500

9.33 Grid de construção do totem de parede. As informações se dividem em três colunas principais, sendo que as colunas laterais guardam pictogramas e setas, e a coluna central é reservada para as informações escritas. 9.34 Proporção das placas de banheiro da parte interna do ginásio. Elas precisam ser vistas a uma grande distância e por isso tem uma predominância de cor e informação em formato de pictograma. Até mesmo o “WC” tem caráter mais imagético do que escrito de fato. Peças compostas por chapas de acrílico com vinil reverso de fundo branco.


121 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

290

TÊNIS

82

TENNIS COURTS

290

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Use o calçado co r re to

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Atente-se ao calçado adequado para os diferentes pisos das quadras.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Be aware of the appropriate footware for each different court and floor type.

163

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Área de sol

Bebedouros

Não fume

Solado colorido

Ban he iro

Area de so l

Be bedouro s

Nao fume

so lado pro pr io

Toilets

Sunbathing

Water drinker

No smoking

Coloured sole

45 50

350

TÊNIS

TENNIS COURTS

h

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Use o calçado co r re to

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Atente-se ao calçado adequado para os diferentes pisos das quadras.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Be aware of the appropriate footware for each different court and floor type.

h/53

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Área de sol

Bebedouros

Não fume

Ban he iro

Area de so l

Be bedouro s

Nao fume

Toilets

Sunbathing

Water drinker

No smoking

9.35 Placa de informação setorial. É a peça mais complexa do sistema, apresentando informações de diferentes tipos, verbais e não verbais. Peça composta por três partes: um disco de inox com texto aplicado em serigrafia; um chassi de inox retangular e placa de PS branco com impressão sobreposta.


122 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

GINÁSIO GYMNASIUM

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmatolo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Confira os horários das aulas oferecidas na tabela do ginásio.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Check the availability of the offered classes on the gymnasium’s schedule.

Aprove ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros Toilets

Ban he iro

Bebedouros Water drinker

Be bedouros

Não fume

Aulas

No smoking

Classes

Nao fume

Aulas

PISCINA

SWIMMINGPOOL

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmatolo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 17h

Para utilizar a piscina é necessário apresentar o exame dermatológico.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 5pm

It is mandatory to present a dermathologic exam to use the swimming pool facilities.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Vestiários

Armários

Área de sol

Bebedouros

Ve st iar ios

Armar ios

Area de sol

Be bedouros pro fund idade

Cloakrooms

Lockers

Sunbathing

Water drinker

Profundidade Depth


123 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

ACADEMIA FITNESS

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Faça o exame de rmatolo g ico

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 17h

Consulte um especialista antes de praticar atividades físicas.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 5pm

Consult a specialist before practicing any physical activities.

Aprove ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Bebedouros

Não fume No smoking

Classes

Ban he iro

Be bedouros

Nao fume

Aulas

Toilets

Water drinker

Aulas

TÊNIS

TENNIS COURTS

Se gunda a sexta 8 h as 18 h

Use o calçado co rre to

Horários de funcionamento: Segunda a sexta | 8h às 18h

Atente-se ao calçado adequado para os diferentes pisos das quadras.

Opening time: Monday to Friday | 8am to 6pm

Be aware of the appropriate footware for each different court and floor type.

Apro ve ite da me lho r mane ira

Aproveite da melhor maneira: Best ways to enjoy the facilities:

Banheiros

Área de sol

Bebedouros

Não fume

Solado colorido

Ban he iro

Area de sol

Be bedouros

Nao fume

solado pro pr io

Toilets

Sunbathing

Water drinker

No smoking

Coloured sole

9.36 a 9.39 Placas de informação setoriais. Cada setor tem informações singulares, modos de operação diferentes, e oferece instalações diferentes.


124 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.40 Montagem das placas de identificação de portas externas. As placas de PS são coladas e parafusadas sobre as placas de metal, que são parafusadas diretamente na parede.

9.41 Montagem das placas de identificação de portas internas. As placas de PS são coladas sobre as placas de metal, que são parafusadas diretamente na parede.

ACADEMIA FITNESS

PISCINA SWIMMINGPOOL

VESTIÁRIOS CLOAKROOMS

DEP. DE ESPORTE SPORTS DEPARTMENT

TÊNIS EXTERNO OUTDOOR TENNIS SALA DOS PROFESSORES TEACHERS’ ROOM

SALA DE IMPRENSA PRESS ROOM

ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRATION TÊNIS TENNIS

ESTÁDIO STADIUM

QUADRA EXTERNA OUTDOOR COURT

ACADEMIA FITNESS GINÁSIO GYMNASIUM

INFERMERY

VESTIÁRIOS CLOAKROOMS

ESTÁDIO STADIUM MUSEU DO FUTEBOL SOCCER MUSEUM

TÊNIS COBERTO INDOOR TENNIS

SALA DE IMPRENSA PRESS ROOM VESTIÁRIO MASC. MEN’S CLOAKROOM

BICICLETÁRIO BIKE PARK

SECRETARIA SECRETARY

SAÍDA EXIT

9.42 Os totens de parede são as principais peças orientacionais do sistema, posicionadas em pontos críticos de tomada de decisão.

QUADRA EXTERNA OUTDOOR COURT

BICICLETÁRIO BIKE PARK SAÍDA EXIT

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU

COMPLEXO ESPORTIVO DO PACAEMBU


125 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.43 Montagem das placas de identificação dos setores. A chapa metálica com corte circular é parafusada na parede, enquanto o chassi, onde asas informações são adesivadas, é parafusado na parede de forma semelhante à fixação de uma letra caixa.

9.44 Montagem dos totens de parede de caráter orientacional. A chapa de acrílico é fixada na parede com roscas de funcionamento semelhante às usadas em vidros expositores e espelhos de banheiro.


9.45 Iconografia utilizada no projeto. Além das placas setoriais, ícones aparecem aplicados no piso, como no caso das marcações de metragem de corrida, no totem de identificação dobicicletário e em placas direcionais de saída. O ícone de proibido fumar também é utilizado em diferentes ambientes internos, em placas circulares.

Sala 102

GINÁSIO

SALA 101

Room 102

ROOM 101

Sala 10 2

PISCINA

SALA 201

Room 202

ROOM 201

Sala 20 2

ACADEMIA

SALA 301

Room 302

ROOM 301

Sala 30 2

TÊNIS

SALA 401

Sala 202

Sala 302

ROOM 401

9.46 Cada setor tem uma numeração própria que é aplicada às salas de seus edifícios. O primeiro dígito se refere ao setor e os outros dois, à numeração da sala, que é crescente de acordo com sua distância do acesso principal do setor a que corresponde.

C M Y K

0 100 100 15

C M Y K

75 15 20 0

C M Y K

50 80 0 0

C M Y K

10 10 100 5


Em certos pontos críticos para a tomada de decisão, como encruzilhadas e paredões de fronte às vagas –onde as pessoas se encontram em momento de definição de destino ao saírem de seus veículos–, foram colocadas grandes peças orientacionais estilo diretório (figuras 9.23, 9.32 e 9.26). Com isso, os usuários do clube ficam menos dependentes de sua referência mental do espaço e podem inclusive descobrir novas possibilidades de destino durante sua jornada no Pacaembu. Essas peças diretório, além de listar os principais destinos e reforçar a identidade dos setores com as faixas de cor, mostram também onde são os banheiros e saídas mais próximas de si, fornecendo mais ferramentas para a construção de um mapa mental elaborado. Outros pontos de tomada de decisão menos relevantes, como certos pontos próximos aos acessos dos setores, tem outro tipo de peça informativa: os paineis de avisos. Eles tem a função de organizar e agrupar os informes referentes a cada setor, permitindo uma atualização informal e espontânea das peças que são colocadas neles. Essa solução de agrupamento para este tipo de informação –mais efêmera do que as outras– tem como objetivo garantir que os informes que hoje em dia são colocados em diferentes lugares do clube, sem sistematização, deixem de ser apenas ruído visual e de fato impactem seu público-alvo. Além destas peças, uma necessidade verificada na pesquisa e ressaltada como diretriz de projeto é o mapa, posicionado em outro ponto crítico de tomada de decisão: a entrada de pedestres. Ele foi desenhado para mostrar de maneira limpa e sintética uma vista de topo da planta do clube, destacando apenas os setores, os banheiros, e outros destinos importantes como o ambulatório, a administração e os estacionamentos. Por não ser um espaço grande e apresentar uma quase simetria que facilita a construção de um mapa mental, apesar de uma certa complexidade no setor da academia com seus dois andares, não é necessário que haja diversos pontos de apresentação de mapa no espaço. O mapa foi feito prioritariamente para visitantes que tem pouca familiaridade com o Pacaembu e por isso informa, inclusive, onde se associar e os horários de funcionamento do clube. A demonstração de como a programação visual, sistematizada de acordo com as explicações e detalhamentos deste capítulo e do capítulo anterior, fica mais clara com a demonstração visual das peças. Mesmo que haja uma quantidade enorme de locais e casos diferentes de aplicação para as soluções visuais desenvolvidas para o Pacaembu, algumas peças-chave foram identificadas e escolhidas para a experimentação deste projeto. São peças que tem maior relevância dentro deste sistema seja pela quantidade de vezes que aparecem, pela importância da informação que carregam, ou por serem de uma complexidade de desenho maior, fazendo com que sirvam de guias para outras peças do sistema. Os testes de tamanho, legibilidade, contraste e proporção foi realizado em diferentes materiais, desde os mais baratos e de fácil manipulação até versões fiéis aos materiais que seriam utilizados de fato em uma eventual implementação deste projeto. Além dos testes analógicos e palpáveis, foram feitas também aplicações digitais para que se entenda em que esta proposta de comunicação visual-ambiental para o complexo esportivo do Pacaembu poderia resultar. As imagens vê-se a seguir.

127 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


128 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

Í Í I T AI T A AU A R UR

Vestiário Vestiário A A (Estádio) (Estádio)

Estacionamento Estacionamento Administração Administração

GINÁSIO GINÁSIO

PISCINA PISCINA

ACA AC

Ambulatório Ambulatório

Vestiário Vestiário B B (Estádio) (Estádio)

Estacionamento Estacionamento

R

U

R U A A

Quadra Quadra externa externa

Secretaria Secretaria

C

C

A

A

PI

PI

TÊNIS TÊNIS

VA

VA

9.47 O mapa do complexo esportivo mostra os principais setores do clube, seus acessos principais, e outros espaços principais como ambulatório, secretaria e administração, além de posicionar as instalações sanitárias.

TÊNIS TÊNIS

Horário Horário de fu de

Segunda Segunda a sea Consulte Consulte os h o de cada de cada setor s


129 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

R U A I TA Í

PR AÇA CHARLES MILLER

A

ESTÁDIO

CADEMIA

B

Museu do Futebol

R U A I TÁ P O L I S

e funcionamento do clube:

Torne-se um sócio do Pacaembu.

a sexta das 8h às 20h os horários de funcionamento setor separadamente.

Pergunte na secretaria como fazer. O clube oferece aulas e atividades para os sócios. Aproveite!


130 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


131 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.48 a interação entre as cores dos diferentes setores: vermelho do ginásio, amarelo do tênis e, ao fundo, o roxo da academia. O piso intertravado, nivelado em todo o clube, não prejudica os corredores que frequentam o clube, e ainda apresenta outros benefícios: facilidade de colocar e retirar para eventuais reparos no subsolo, maior reflexão da luz em relação ao asfalto e possibilidade de arranjos em diferentes cores para sinalização no solo.


9.49 (superior) e 9.50 (inferior) Vistas do corredor superior que divide o edifício do ginásio da arquibancada do tobogã (arquibancada do estádio). O corredor é uma importante via de acesso para pedestres entre os estacionamentos, além de ser muito utilizado em dias de jogos no estádio. O acesso à academia se dá por um dos portões do corredor e é o único acesso de setor que não possui uma fachada com grande área para aplicação de cor. Por isso o chão em frente ao acesso também foi utilizado para que se tenha um peso visual de cor semelhante aos outros setores.


9.51 (superior) e 9.52 (inferior) A piscina tem dois acessos principais, que são os próprios vestiários masculino e feminino. Vê-se o paredão externo da piscina, próximo ao acesso de vestiário masculino, com diversas peças de comunicação orientacionais, de idenificação, de advertência e a placa setorial. As informações direcionadas para motoristas ficam no chão, em tamanho grande e com coloração de advertência. Dentro do setor da piscina aplicou-se a cor setorial de modo padronizado, assim como nos ambientes internos dos outros setores..


134 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.53 O outro acesso da piscina, o vestiário feminino, já com o piso nivelado. A placa de banheiro que fica entre as portas tem legibilidade de longe, já que é o único banheiro feminino da área do esacionamento principal. Semelhantemente, há um vestiário masculino cuja porta fica do outro lado do estacionamento, no paredão do tênis, e tem uma placa que segue este modelo, porém com a cor amarelo do tênis.


9.54 A porta do departamento de esporte fica na parte coberta atrás do ginásio, na área da via de acesso ao estacionamento secundário. Aqui vê-se como seria a faixa de advertência para que os carros não ocupem a porção reservada para pedestres. Haveria piso tátil direcional ao longo das duas faixas amarelas.


9.55 (superior) e 9.56(inferior) Aplicação dos dois tipos de plaquetas de identificação de porta: externa e interna. A porta da esquerda da imagem inferior é o acesso a uma sala onde há manipulação de remessas de dinheiro. Como há uma grande circulação de pessoas nesta área, não é interessante que ela seja identificada como tesouraria para evitar a entrada de pessoas estranhas na sala.


9.57(superior) e 9.58(inferior) Acima, vê-se o acesso ao corredor superior para quem vem do estacionamento principal. A sinalização do lado direito da porta é específico para dias de jogos, apontando destinos principais para comissões técnicas dos times e para membros da imprensa. Abaixo vê-se a utilização da placa bandeira para identificação do benheiro, pois esta área tem uma proporção semelhante a um corredor. As imagens dos quadros, que hoje em dia são fotos da reforma dos anos 90, já estão descoloridas por caus ado tempo e exposição à luz. Foi proposto que a memória histórica da construção do clube fosse trazida com fotos simbólicas da época.


9.59 e 9.60 (página ímpar) Vista do hall da escada do setor roxo – academia. A numeração das 3 salas da academia foi feita de maneira semelhante à numeração de porta da manutenção e da administração.

138 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


9.61 (inferior) Os paineis de avisos são importantes para trazer informes efêmeros para os frequentadores de cada setor. Hoje em dia os avisos ficam espalhadas em quadros de avisos que ficam em locais inapropriados, de difícil visualização, e nas paredes do clube.

139 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


140 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


141 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.62 Vista da fachada do ginásio. O nivelamento do piso facilita a circulação de pessoas com dificuldade de mobilidade e acaba com a necessidade de fazer alguns tipos de peças de comunicação específico para cadeirantes. Os pequenos canteiros de grama com postes de luz baixos delimitam e separam os espaços de carros dos espaços de pedestres de maneira suave e proporcionando outra percepção tátil também.


142 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.63 Vista interna do ginásio. A parede da lanchonete recebeu uma cor neutra para que não se confunda com as cores da arquibancada. A sinalização dos banheiros, diferentemente do que é hoje, é não-verbal e utiliza a cor para ficar mais visível.

9.64 Vista dos acessos ao banheiro masculino, ginásio. A placa de orientação direiona para o corredor que leva ao banheiro.


143 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.65 Vista do corredor de acesso lateral ao estádio. Neste ponto crítico de decisão, próximo ao corredor superior, ao estacionamento secundário e ao lado da administração, foi colocada uma placa de parede com informação orientacional.


144 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


145 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.66 Vista da fachada do tênis. Semelhantemente à fachada do ginásio, os calçadões em frente do setor, agora nivelados com a via de circulação de carros, são separados pelos pequenos canteiros com grama. Vê-se o totem de parede, o vestiário masculino, e a nova delimitação das vagas.


146 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN


147 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.67 Vista do paredão do tênis. As portas das salas de manutenção são numeradas e as placas de identificação das portas ficam no alto, porém ao lado das portas. As plaquetas de braille ficam separadas, na altura de cotovelo.


148 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.68 Vista da secretaria. É um destino importante para os futuros sócios do clube, pois é onde o cadastro é feito. Por ficar embaixo de um toldo e atrás de graades, foi necessário acrescentar umaplaca orientacional para facilitar a identificação da sala.

9.69 Marcação de metragem para corrida. Aplicado numa cor que apresenta um contraste médio com o piso, e em tamanho razoável para que uma pessoa em ritmo de corrida consiga ler sem precisar diminuir o ritmo.


149 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.70 Totem de orientação para carros. Posicionado próximo do ginásio, é a única peça de orientação para motoristas. Como a circulação de veículos se dá em baixa velocidade, não é necessário que a tipografia seja grande.


150 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.71 Identificação de porta do setor do ginásio. Segue a regra de numeração por setor e de acordo com a distância do acesso principal.


9.72 Vista do ambulatório. Diferenciação dos edifícios pela cor setorial. O ambulatório é vermelho não só por estar no edifício do ginásio, mas por ser a cor já associada à atividade médica, junto com o branco.

9.73 Placa de função itnerpretativa. As plaquetas com lettering original do clube foram preservadas, adicionando informações históricas relacionadas à informação que elas transmitem.



153 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.74 (página par) e 9.75 (imagem ao lado) Estudos de tamanho, proporção e cor. Nesta etapa de experimentação verificou-se também a legibilidade e altura ideal para as peças testadas.

9.76 (página par) Em etapas mais avançadas de experimentação foram feitos protótipos de materiais diferentes, testando também a possibilidade de uso de chapas vazadas.


154 DESENVOLVIMENTO DO DESIGN

9.77 Prototipação das placas internas do ginásio produzidas em chapas de acrílico com adesivamento reverso em vinil.

9.78 (esquerda) e 9.79(direita) Visualização dos protótipos em acrílico com adesivamento reverso; teste de tamanho.


9.80 (topo) Protótipos das placas de identificação de portas. Peças com impressão sobre PS branco sobre chapas de offset.

9.81 Protótipo de placa bandeira. Peça composta por duas placas de PS branco coladas e impressão em vinil. Suporte de fixação feito em acrílico e fixado com fita adesiva.


CONCLUSÃO


O desenvolvimento de um projeto de comunicação visual-ambiental para o Complexo Esportivo do Pacaembu, um marco histórico e cultural que extrapola a esfera municipal, seria um marco simbólico no tratamento dos espaços públicos de lazer da cidade de São Paulo. Não este projeto, especificamente, mas qualquer um que seja elaborado como uma celebração a tudo que o Pacaembu representa seria de enorme contribuição para a crescente discussão do “apoderar-se do espaço público” que tem entrado na pauta do paulistano. O ato de projetar para um espaço de dimensões culturais e sociais desse porte é um desafio a si mesmo como projetista e, mais ainda, como designer que carrega pretensão ultra-ambiciosa do próprio ofício: a de mudar o mundo pelos bastidores. Para atingir os objetivos de transformar o espaço de modo a ter um impacto positivo e empoderador na vida das pessoas que usufruem dele é impossível se pensar no trabalho de uma pessoa só. Com isso não se exime a responsabilidade do designer, seja aluno de graduação ou renomado profissional, mas o contrário: o projetista é uma peça importante, para não dizer essencial, para que essa transformação seja significativa. Mas nunca mais importante que a equipe gestora do clube, ou mais importante que os sócios que atuam sobre o espaço diariamente, e muito menos do que os funcionários que garantem a segurança, limpeza e conforto do Pacaembu, os reais protetores deste marco histórico. E justamente por isso este trabalho é encerrado (pelo menos na esfera acadêmica) com a sensação de que estes atores precisam ser ainda incentivados a participar mais deste projeto e de outras iniciativas que visem melhorar o Pacaembu como entidade social. E se há alguém que já faça sua parte para atingir estes objetivos, é o corpo gestor do clube, que promove melhorias diárias ao espaço com dedicação – e amor – venerável. Ao se debruçar sobre a evolução deste projeto, considera-se que o protagonista do resgate da herança cultural que o Pacaembu deixa não é necessariamente a arquitetura em si. Não seria a retomada do art-nouveau e o saudosismo do que o Pacaembu já foi. Mas sim o uso do espaço em todo seu potencial, trazendo as pessoas para dentro inadvertidamente como se não houvesse muros tombados escondendo os espaços de convívio e lazer que unem as pessoas. Esta hipótese foi construída com a aplicação pesquisa exploratória baseada em entrevistas com usuários do clube, que também geraram desenhos de memória da planta do Pacaembu, e responderam ao questionário que visava identificar os perfis de públicos dos sócios. Além, é claro, de muitas visitas de observação. Se desafios como a falta de uma planta técnica oficial ou a constante mudança da comunicação visual-ambiental do clube surgiram ao longo do processo, pareceram pequenos perto da incerteza sobre as delimitações de um projeto de TCC de design e a vontade de atuar sobre muito mais do que aquilo que é o foco do design, tradicionalmente. A intervenção no espaço era possível, ainda que com grandes barreiras administrativas e legais, mas não era desejável pela não-especialização do autor no assunto. O desenvolvimento de uma estratégia de comunicação institucional mais estruturado não faz parte do escopo do EGD, mas corrobora com o objetivo de incentivar a ocupação deste espaço. A criação de uma identidade corporativa coesa faria total sentido, mas não caberia em um trabalho de dois semestres junto com todos os outros problemas de maior relevância.

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Dentro do escopo da comunicação visual-ambiental, estritamente, ainda sobra espaço para muitos problemas que não foram abordados, do macro ao micro. A inclusão do estádio no projeto, por exemplo, teria feito grande diferença em qualquer tipo de proposta apresentada, pois obrigaria o sistema a levar em consideração centenas, talvez, de outras peças informativas. Mesmo no espaço do clube há brechas para a evolução das soluções para áreas específicas que são menos utilizadas, mas nem por isso mereçam atenção menor. E mesmo em relação aos desenhos desenvolvidos, há uma distância até o detalhamento minucioso que caracteriza um projeto em estágio mais avançado, de fato pronto para a execução, e que poderia eventualmente ser implementado pelo corpo gestor do clube. Ainda que o projeto tenha atingido um nível considerado muito importante de impacto visual e perceptivo no ambiente, não se sobressaindo à arquitetura e não sendo obstrusivo para a navegação interna, o projeto se beneficiaria com uma etapa extra de iteração, em nível mais avançado. Isso poderia ser feito colocando os usuários do clube em contato com o sistema elaborado e com as peças desenhadas, abrindo um canal para entender como seria a relação do ser humano com o novo espaço. Sem dúvidas haveria pontos a serem adaptados e melhorados e isso beneficiaria muito o projeto, longe de considerar vantajoso o processo que transforma o designer em uma caixa-preta que exala soluções sem interagir com seu objeto de estudo, que não é só o espaço físico, mas também as pessoas para quem está projetando. O mérito e a satisfação deste trabalho está na percepção do possível alcance que um projeto desta magnitude pode ter, mesmo que aplicado ipsis literis como descrito neste relatório. O uso do espaço como plataforma de comunicação foi eficiente a ponto de não precisar que fossem trazidos para este espaço – já repleto de ruído visual e físico – novos elementos tridimensionais que tomariam mais tempo para decodificação. A dificuldade de se projetar para um espaço já construído, processo que não se vê em nenhum projeto-referência dos livros de design e paineis de Pinterest que tratam do assunto, foi superada oferecendo soluções de design concisas, precisas e técnicas sem se abster da responsabilidade de atuar sobre o espaço. O projeto como trabalho de conclusão de curso termina, mas com possibilidades de desenvolvimento posterior. Com o desenvolver do trabalho seu escopo evoluiu e amadureceu, mas para isso deixou de lado o desejo de adentrar a etapa de implementação. Se em parte isso se deu pela falta de tempo hábil para atingir esta fase, um grande fator complicador é o caráter público da administração do clube, que mereceria um trabalho inteiro dedicado a como possibilitar iniciativas público-privadas para implementação de projetos como este, trabalhando sua viabilidade financeira e modelo de operacionalização. Com isso, o estudo englobaria de fato todos os vieses da problemática da releitura de espaços públicos como o Pacaembu.



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Todas as fotos da pesquisa podem ser encontradas em: flickr.com/photos/58131572@N03/albums/72157675735404631


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