Design, cidades e interesse pĂşblico
mostra de design de 2005 a 2014
Design, cidades e interesse pĂşblico: mostra de design de 2005 a 2014
coordenação Bruno Braz Golgher e Wellington Cançado Revisão Samira Motta e Vinícius Lacerda Projeto Gráfico e diagramação Samira Motta Agradecimento especial Wellington Cançado Colaboradores Máximo Soalheiro, Paulo Waisberg, Paola Menezes, Alexandre Mancini, Mariana Hardy, Antônio Carlos Figueiredo e Gustavo Greco. foto da capa Leandro Couri - Refinaria da Imagem Fotos Leandro Couri, Bruna Finelli, Fred Triani e Samira Motta (autores de demais fotos não identificados, entrem em contato pelo e-mail: comunicacao@cidadescriativas.org.br para serem incluídos na próxima edição)
Tiragem 500 exemplares Capa: papel couché 300g / Miolo: papel off-set 120g / Fonte : Univers Impresso na gráfica TCS em Belo Horizonte, MG.
Golgher, Bruno Braz (org.) Design, Cidades e Interesse Público: Mostra de Design de 2005 a 2014. - Belo Horizonte, Instituto Cidades Criativas, 2015. 116 f. : il. ISBN: 978-85-61136-17-8 1. Artes. 2. Arquitetura. 3. Política 4. Espaço Público 5. Design I. Título.
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índice
Introdução
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Saskia Sassen
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Mostra de Design 2005
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Máximo Soalheiro
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Mostra de Design 2006
28
Paulo Waisberg
30
Mostra de Design 2007
34
Paola Menezes
36
Mostra de Design 2008
42
Alexandre Mancini
44
Mostra de Design 2009
54
Mariana Hardy
56
Mostra de Design 2011
70
Antônio Carlos Figueiredo
72
Mostra de Design 2012
86
Gustavo Greco
88
Mostra de Design 2014
100
Bruno Braz Golgher
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Agradecimentos
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Introdução
Bruno Braz Golgher coordenador da Mostra de Design A Mostra de Design foi criada em 2005, no Café com Letras. Criado em 1996, o café, como o chamamos aqui em Belo Horizonte, encontrou sua identidade e vocação na produção e na difusão culturais. O local em que o Café com Letras está instalado é uma pequena casa da década de 1940, na região da Savassi, na capital mineira. Dentro do estabelecimento funciona uma pequena livraria, o que explica o “Letras” no nome. Há cerca de dois anos foi inaugurado um novo café, no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte. Em seus quase 20 anos de existência, o Café com Letras criou um regime de atividades culturais regulares composto por shows de jazz e de música instrumental, apresentações de DJs, exposições de design gráfico, fotografia e artes plásticas, além de lançamentos de livros. De maneira espontânea, criou-se ali um ponto de encontro para diversos designers que faziam do café o seu respiro em meio às demandas, nem sempre suaves, do cotidiano. Entre um e outro café, em 2005, surgiu a ideia de criar uma Mostra de Design. O primeiro passo foi simples, não desprovido de certa dose de improviso: buscar os designers mais significativos em atuação, que representassem um leque geracional amplo e mostrar, por meio de um projetor e tela, o histórico do trabalho de cada um deles. Ao longo de 16 dias, designers apresentaram seus trabalhos no recuo frontal do Café com Letras. Apresentar design no recuo frontal é mostrá-lo na rua, não só para o público técnico interessado, mas também para os frequentadores do café, para os
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passantes. Assim, já se percebe nessa primeira edição o desejo de estar, trabalhar e atuar no espaço público, buscando sempre o encontro entre a produção cultural e os ritmos da cidade. Nesse catálogo/livro apresentaremos as oito edições da mostra acompanhadas de textos dos participantes do evento. Três eixos conceituais sustentaram o desenvolvimento da mostra, naturalmente nem sempre visíveis, mas sempre presentes por debaixo do visível, a saber: A economia do design Como fortalecer a economia do design? De que maneira a mostra poderia induzir o desenvolvimento econômico dos micro e pequenos negócios no campo do design? O fortalecimento dos negócios resulta na sua manutenção e ampliação, o que induz, num segundo momento, à criação de uma gama maior e mais ousada de iniciativas. Abre-se espaço, tanto existencial quanto econômico, para o desenvolvimento de inciativas que sejam de natureza mais pontual e idiossincrática. Criase, assim, uma ecologia do design mais complexa e multifacetada, um ambiente de vida mais diverso, interessante e estimulante. Uma visão prima-irmã daquela desenvolvida pela urbanista e ativista Jane Jacobs em “Morte e Vida de Grandes Cidades”; Design de interesse público De maneira habitual, a missão e o cotidiano dos negócios de design e os eventos culturais dedicados ao campo focam primordialmente na produção, na circulação e no consumo de objetos para usufruto privado. A contrapelo, a Mostra de Design dedicou-se ao interesse público e à cidade. Como deslocar o impulso criativo individual em direção ao bem público? Não se trata de favorecer um design que ocupe ou adorne o espaço público mas que atenda ao interesse público, da coletividade, para além do sistema de criação e circulação de mercadorias. Seria possível associar um vocabulário de auto-criação com o vocabulário da justiça social? Essa é a pergunta que o filósofo Richard Rorty faz em seu belo texto “Trotsky and the Wild Orchids”,1 e que tem clara reverberação no contexto da mostra; _________________________ 1 Em tradução “Trotsky e as Orquídeas Selvagens”.
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A educação do design para além da educação Design hoje se aprende na escola, seja no curso técnico ou no superior. O que falta ali, naquele ambiente educativo, e que deveria ser provido pela mostra? Estariam os melhores e mais atuantes designers no ambiente universitário no qual geralmente tem que cumprir as famosas 40 horas semanais? A formação de teóricos sociais é certamente distinta da formação de pessoas que devem atuar de maneira prática e competente (e também crítica) no mundo. Em síntese, a Mostra de Design se ergueu em torno desses três pilares: (a) a economia do design; (b) o design de interesse público e (c) a educação do design para além da educação. A dificuldade e a contradição revelam- se sem cessar na articulação desses três eixos, tornando a mostra tão interessante de ser realizada. Além dessa introdução, o livro apresenta um texto da socióloga e urbanista holandesa Saskia Sassen e informações sobre as edições da Mostra de Design, em ordem cronológica. Ao lado da programação e imagens de cada edição, um pequeno texto de um designer que participou do evento em questão completa a passagem por cada edição. Philip Roth, escritor norte-americano, recentemente se aposentou, após longa, prolífica e premiada carreira. Em olhar retrospectivo, resolveu ler, pela primeira vez, toda a sua obra. Um entrevistador perguntou: “O que o Sr. achou dos seus livros, da sua obra?”. Eis a resposta: “Fiz o melhor que podia com o que eu tinha”, parafraseando o boxeador Joe Louis2. Saul Bellow, também escritor norte-americano, em seu leito de morte, perguntou a seu amigo Eugene Goodheart: “Eu fui um homem ou um idiota?” (“Was I a man or was I a jerk?”) . “Homem” na pergunta é “mensch”, isto é, alguém admirável, responsável, de caráter. A Mostra de Design foi realizada da melhor maneira possível dadas suas circunstâncias e espero que ela tenha tido um impacto positivo na vida dos designers e na cidade de Belo Horizonte. Que tenha sido, enfim, um “mensch”. _________________________ 2 Ver artigo de David Remnick na revista The New Yorker, http://www.newyorker.com/books/page-turner/philip-roth-says-enough, acessado em 16 de novembro de 2015.
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QUANDO ORDENAMENTOS VISUAIS QUE SE CHOCAM OBSCURECEM AS ARTICULAÇÕES ECONÔMICAS SASKIA SASSEN TRADUÇÃO: ALEMAR S. A. RENA Durante um certo período – séculos ou milênios – empresas, reinos e nações-estado nascem e morrem aos milhares. Com raras exceções, as cidades continuam. No máximo, mudam de nome. A própria materialidade da cidade a permite sobreviver. Uma vez lá, ela fica. Em contraste, a composição mais abstrata de reinos e nações-estado, e até de empresas, significa que eles podem desaparecer deixando senão um rastro. Uma cidade destruída é a fonte para sua reconstrução. Cidades tão diversas como Londres, Istambul e Mumbai são instâncias dramáticas dessa resistência através dos milênios e através de formas diversas de organização política. Mas também cidades como São Paulo ou Chicago têm uma história de séculos que gerou sua atual figuração. Estas histórias profundas [deep histories] das cidades são facilmente negligenciadas nas análises contemporâneas da avançada economia do conhecimento. Tal economia é tida como nova, como vinda de um tipo de inteligência que é contemporânea, com a atual “classe criativa” como atores-chave. A ideia é que tais cidades precisam dessas classes para serem economias avançadas. Dessa perspectiva, a história de uma cidade é, quando muito, de pouco uso, e, quando pouco, um obstáculo para adentrar a economia do conhecimento avançado. A prescrição é trazer a nova economia do alto para baixo, para dentro da cidade. Eu creio que esta é, se muito, uma prescrição parcial. Ela pode funcionar para cidades que não possuem uma história econômica. Mas essas histórias profundas importam nas atuais cidades globais [global cities]. Parece extremado dispensar as longas e enormemente complexas histórias econômicas de Istambul e Mumbai como parte de sua ascendência como cidades globais na modernidade atual; o mesmo vale para economias mais novas como São Paulo, Chicago, Milão, Hong Kong e muitas outras. 10
Um primeiro argumento que quero desenvolver é que as histórias profundas de cidades globais de hoje tornaram-se, na verdade, mais importante no período atual. Elas alimentam as economias complexas dessas cidades. Existe uma relação dinâmica entre tais histórias e as potências e diferenças especializadas das cidades globais. Em contraste, as cidades keynesianas de meados do séc. XX não precisaram muito dessa história profunda. Há um obscurecimento paralelo de uma segunda articulação, que é uma parte fundamental da economia atual em cidades globais de hoje. Esta articulação se dá entre os setores econômicos avançados e os setores atrasados, supostamente não pertencendo a uma economia urbana avançada e, portanto, tida como um anacronismo. Um segundo argumento que quero desenvolver aqui é que muitos desses chamados setores atrasados estão na verdade atendendo os setores econômicos avançados e seus funcionários de alta renda. Parte do setor tradicional de pequenas empresas e da economia informal serve aos componentes específicos dos setores avançados numa cidade. Em alguns setores específicos, sua articulação com a economia avançada é uma inversão da relação histórica entre indústria e serviços. Um exemplo é o que chamamos de “fabricação urbana” [urban manufacturing], que atende as indústrias de design, invertendo assim a relação histórica entre indústria e serviços. As ordens visuais e as topografias das cidades globais não contribuem para nosso esforço em recuperar essas articulações. Por um lado, as paisagens cada vez mais homogeneizadas e os ambientes construídos da zona de glamour tendem a obscurecer histórias urbanas específicas que alimentam vantagens especializadas particulares e, portanto, a conexão com o passado. O passado é facilmente petrificado como ruínas belas e destino turístico. A zona de glamour em estado da arte [state-of-the-art glamour zones] também fala a linguagem da desconexão. Mas quando recuperamos essas articulações, algumas das tendências evidentes em cada uma das cidades da Urban Age tornam-se mais compreensíveis, sejam elas as diferenças especializadas presentes em todos os lugares 11
nessas cidades, ou a justaposição de zonas urbanas de glamour e zonas de pobreza. Em seu formato mais extremo, cada cidade global tem uma favela global, seja próxima a ela ou em seu centro. INTERAÇÕES ECONÔMICAS QUE ATRAVESSAM TOPOGRAFIAS FRAGMENTADAS Apesar de ser um elemento parcial da história, precisamos recuperar a relação de setores econômicos avançados de hoje com as economias materiais mais velhas e as capacidades organizacionais que elas implicaram. O comércio, a gestão dos impérios, a manufatura, a mineração, a agricultura e outras práticas mobilizaram diversas capacidades. Em várias transições históricas algumas dessas atividades saltaram lógicas estruturantes: elas podiam ser usadas, embora de uma forma diferente, numa ordem econômica subsequente que sucedia aquela na qual originaram. Um exemplo de tal salto são os famosos pork bellies de Chicago que se tornaram a referência para contratos de futuros. Um segundo exemplo é a mudança de 24 setores industriais específicos para indústrias de serviços, em vez de serem atendidos por estas últimas como foi o caso originalmente. A ideia de que essa relação entre as economias do presente e do passado existe se perdeu em muito da pesquisa acadêmica e em análises gerais sobre a economia do conhecimento. Esta última é vista como novidade e não-material, de onde é fácil supor que a sua existência é baseada na superação das economias materiais mais antigas de um lugar, uma cidade, uma região. A compreensão contemporânea da economia do conhecimento é que ela diz respeito ao conhecimento abstrato e ao talento das chamadas “classes criativas” e “trabalhadores do conhecimento simbólico”. Eu acho que temos sobrevalorizado esta classe de trabalhadores, e acho que uma das consequências é uma desvalorização das economias materiais, em particular as de manufatura, e dos trabalhadores que lidam com materiais. Essa desvalorização do trabalho manual se mantém até mesmo quando este trabalho é parte de novos setores econômicos em estado da arte [state-of-the-art economic sectors]. 12
Dois elos estão perdidos nas análises que concebem a economia do conhecimento como uma espécie de economia oposta, radicalmente diferente das economias materiais mais antigas. O primeiro, brevemente descrito acima, é o elo com o conhecimento incorporado nas economias materiais mais antigas de trabalhadores de artesanato e trabalho manual especializado. Ele é negligenciado na descrição mais comum da economia do conhecimento. Esta negligência muitas vezes também afeta os trabalhadores do conhecimento diretamente envolvidos nas economias materiais, tais como engenheiros de computação que fazem o hard-ware. O outro elo que encontra-se perdido é com a cidade. Tipos particulares de economias materiais, incluindo-se aqueles aos quais me refiro como fabricação urbana [urban manufacturing], são hoje um componente crítico de vários setores do conhecimento. Esses tipos de economias materiais urbanas [urban material economies] são de enorme importância para as cidades e vice-versa. A fabricação urbana [urban manufacturing], tanto formal como informal, floresce nas cidades e poderia, se devidamente reconhecida, contribuir para criar um tipo mais distribuído de economia – criando mais postos de trabalho de nível médio e empresas com lucros de nível médio ao invés de hiperlucros. Esta produção urbana é com mais frequência altamente especializada, mas de maneiras que a análise da “economia do conhecimento” simplesmente negligencia. Ao contrário da produção em massa, ela precisa estar em cidades ou áreas urbanas, pois acha-se em rede e é baseada em múltiplos fornecedores e elos com empreiteiros, e demanda contato direto com os clientes. Além disso, ela varia enormemente entre as cidades, refletindo, assim, a particularidade da história econômica de cada contexto urbano. Por exemplo, quando grandes produtores de fibra óptica, LEEDs e de outros componentes de vidro para setores econômicos avançados procuraram se expandir, um dos locais que se tornou um destino foi Toledo, Ohio. Esta velha cidade industrial ganhou a competição para receber as fábricas contra cidades de alta tecnologia, tais como Austin (cf. Fitzgerald, 2009). Por quê? Porque ela tem uma longa história como grande centro para a fabricação de produtos tradicionais de vidro 13
industrial, e uma força de trabalho fabril bem formada que poderia ser direcionada aos novos tipos de produção de vidro. Em cidades com desigualdades extremas, onde a economia avançada capta uma parcela desproporcional da renda e lucros, mais e mais componentes da produção urbana mudam-se para áreas de favelas. Isso ficou evidente em diversas cidades como São Paulo, Mumbai e Istambul. Todas as três têm uma longa história de fabricação, e todas as três têm visto o surgimento de um novo tipo de produção urbana que atende os principais setores – de indústrias de design até o setor cultural. Seja nas cidades ou em favelas, a fabricação urbana [urban manufacturing] muitas vezes passa despercebida por planejadores e especialistas em desenvolvimento econômico, ou mal interpretada como um obstáculo para uma economia urbana avançada. Os espaços e as ordens visuais de fabricação urbana não se ajustam à imagem da economia avançada e, portanto, são facilmente mal compreendidos como meras sobras atrasadas. Alcançamos a compreensão de que nossa economia política atual demanda e gera um número crescente de cidades globais em todo o mundo. Juntas, essas cidades formam uma infraestrutura multi-situada em estado da arte para os atores globais – infraestruturas econômicas e culturais, com profissionais e imigrantes. Mas também temos um aumento muito menos notado de favelas nas grandes cidades globais do sul. A maioria das favelas não são globais, assim como a maioria das cidades não são. Mas algumas favelas estão se tornando atores com projeção global, a despeito das várias imobilidades de seus habitantes. Dharavi em Mumbai é talvez a mais conhecida dessas favelas. É também uma das mais desenvolvidas, com suas muitas empresas informais atendendo a alguns dos principais setores econômicos da cidade. São Paulo tem várias favelas grandes, algumas bastante internacionalizadas, com trabalhadores migrantes e pequenos empresários do Peru e de outros países vizinhos. Buenos Aires tem La Salada, o maior mercado informal na América do Sul, que atrai moradores e imigrantes e é agora um mercado informal internacional. 14
Numa abordagem extrema, poderíamos perguntar o que é que o surgimento de cidades globais e favelas globais nos diz sobre cidades da nossa modernidade global. A HISTÓRIA ECONÔMICA PROFUNDA DE UMA CIDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS Reconhecer a relação entre as economias materiais mais velhas e os componentes atuais da economia do conhecimento nos ajuda a entender porque esses componentes podem variar drasticamente entre as cidades, e porque essas diferenças especializadas continuam a ser reproduzidas. Reconhecer essas diferenças também nos permite ver que a interdependência em vez de competição é muito mais provável entre muitas das grandes cidades globais do mundo. O que é geralmente entendido como saindo da cabeça de profissionais talentosos acaba por ter laços profundos com as histórias econômicas das cidades. Com isto me refiro a essas histórias, inevitavelmente e principalmente materiais, que forjaram a economia moderna de uma cidade. Isso vale para cidades com economias pouco complexas e diversas; mas não vale para cidades que surgiram em torno de um único setor ou empresa, como uma mina ou fábrica de aço, cuja morte significava a morte da própria cidade. O argumento que eu estou defendendo aqui é duplo. Por um lado, eu sugiro que os principais componentes da economia do conhecimento de hoje começaram com o conhecimento embutido nas práticas materiais das economias mais antigas que, eventualmente, alimentou formas mais abstratas de conhecimento. Por outro lado, defendo que na medida em que essas 26 economias materiais mais antigas das cidades foram diversas, cada cidade acabou com um tipo específico de economia do conhecimento especializado. Cidades que não possuem uma história econômica complexa podem eventualmente acolher as economias do conhecimento, portanto a estratégia adotada por algumas cidades para atrair “classes criativas” vai incentivar economias do conhecimento mais rotineiras, que podem ser padronizadas e facilmente vendidas. 15
Em última análise, no entanto, essa entidade altamente diversificada que chamamos de “economia do conhecimento” não poderia simplesmente sair das cabeças das classes criativas, não importa o quão brilhante elas fossem. As cidades são sistemas complexos e facilitadores de atividades criativas. Por que essas histórias econômicas originais do fazer não se estendem para o nosso presente? Essa abordagem também nos ajuda a reconhecer como cada uma de nossas cidades mais importantes produziram parcialmente suas histórias econômicas. Reconhecer que a história econômica profunda de um lugar alimenta a sua economia do conhecimento especializado traz várias implicações políticas. Uma consequência é que isso devolve valor às práticas econômicas materiais anteriores – os artesãos e o trabalho mental embutidos em tais práticas. A outra é que as cidades realmente competem muito menos umas com as outras do que normalmente é sustentado pelo pensamento corrente. As empresas têm diferentes preferências; nem todas as cidades globais servirão. Assim, quando a Boeing, a fabricante de aeronaves, decidiu entrar na economia global do conhecimento, isto é, vender a sua experiência de fabricação no mercado global, ela nem sequer considerou Nova York como um local para a sua nova sede. Ela escolheu Chicago, hoje uma grande economia do conhecimento, em boa parte devido a seu passado industrial pesado. As lideranças de uma cidade podem fazer uma negociação muito melhor com as grandes corporações que visam a abir escritórios e fazer muito menos concessões do que tem sido normal nos últimos vinte anos. Os governos municipais também deveriam trabalhar muito mais para colaborar com outras cidades – por exemplo, as outras cidades que compartilham escritórios de uma determinada empresa. Esta colaboração entre cidades será fundamental à medida que começarmos a enfrentar nossos maiores desafios ambientais. Transformar nossas economias em economias verdes exigirá a participação ativa de todos os atores nas cidades e entre as cidades, e muito intercâmbio das melhores práticas e a comunicação pura e simples do que funciona. Quanto a especificidade de uma cidade e de uma área urbana importa pode variar bastante dependendo de múltiplos fatores, incluindo o 16
posicionamento da cidade nos mercados locais e globais. As Urban Age Newsletters examinaram as particularidades de um grande número de tais cidades detalhadamente1. Esta especificidade é mais importante do que geralmente se pensa, e de maneiras que não são geralmente reconhecidas. As implicações do meu argumento no que concerne às políticas públicas é que o foco recai muito sobre a competição, mas não sobre as diferenças especializadas de cada cidade ou sobre a consequente possibilidade de aumentar o poder de barganha do poder público vis-à-vis às empresas globais e de estabelecer coalizões entre as cidades em todo o mundo que confrontam as mesmas corporações. FABRICAÇÃO URBANA [URBAN MANUFACTURING]: UMA INVERSÃO HISTÓRICA Uma maneira muito particular pela qual a história econômica profunda de um lugar molda suas vantagens especializadas atuais é a fabricação urbana [urban manufacturing]. Há dois aspectos muitas vezes esquecidos nas discussões sobre as economias urbanas – sejam pequenas ou grandes, globais ou locais. Um desses aspectos é o fato de que há realmente múltiplas articulações entre os setores “atrasados” e avançados nessas cidades, não importa o quão diferentes são os espaços urbanos em que eles ocorrem. O segundo, uma instância crítica do primeiro, é que um determinado tipo de produção é parte de economias de serviço urbanas de hoje, incluindo as mais avançadas. Quando começamos nossa pesquisa sobre isso na década de 1990, nós optamos por chamá-la de “fabricação urbana”. 2
_________________________ 1 Cf. www.UrbanAge.net. _________________________ 2 Confira a esse respeito também Graz (2010), capítulo sobre a fabricação em Nova York ligada a setores de design de alto nível, por exemplo, produção de réplicas de móveis de estilos clássicos para serem vendidas no Museum of Modern Art. Outro exemplo é a American Apparel, uma loja de moda infantil que fabrica dentro de Los Angeles e se tornou muito bem sucedida, embora tenha em determinado momento sofrido retrocessos.
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A Fabricação Urbana é voltada para setores de design de todos os tipos (de design de jóias a design de móveis, arquitetura, decoração de interiores), para indústrias culturais (teatros e casas de ópera precisam de cenários e figurinos, museus e galerias precisam de painéis de exibição para suas coleções), para comércios de construção (serviços de carpintaria e serralharia personalizados), e para outros setores que são uma parte crucial das economias avançadas baseadas em serviços (o “cenário” em lojas de luxo e restaurantes, painéis na sede da empresa, etc.) A fabricação urbana tem várias características: 1) ela precisa de uma localização urbana, porque ela se dá intensamente em rede e opera em cadeias de contratação e subcontratação, 2) muitas vezes é bastante personalizada e, portanto, precisa estar próxima de seus clientes e de um conjunto diversificado de artesãos de primeira qualidade, e 3) ela inverte a relação histórica entre serviços e manufatura (historicamente serviços desenvolvidos para atender às necessidades dos fabricantes) na medida em que atende as indústrias de serviços. Um tipo urbano muito avançado e de rápido crescimento da produção está emergindo da diversidade de projetos para as nossas economias verdes. É uma mistura de fabricação mais padronizada com os atributos de fabricação urbana que eu descrevi acima. Durante grande parte da década de 1980 e 1990, a maioria dos analistas estratégicos e das agências de desenvolvimento econômico do governo em uma cidade como Nova York, por exemplo, não reconheceram a existência de um setor fabricação especificamente urbano. As estratégias foram orientadas para manter as grandes fábricas padronizadas, já que estas eram muito mais visíveis e conhecidas, e tinham uma força de trabalho mais considerável. Mas precisamente para estas não fazia sentido ficar na cidade: elas não precisavam da economia urbana e suas múltiplas cadeias de fornecedores e serviços e dos bancos de talentos em produção manual ou artesanato [craft talent pools]. Finalmente, estas foram as décadas em que os formuladores de políticas governamentais caíram facilmente sob o feitiço de poderosos serviços corporativos e das finanças, com seus números crescentes de funcionários de altíssima 18
renda e lucros extremamente elevados. Por fim, os setores de cultura e turismo entraram para a lista das glamourosas e desejáveis indústrias. O que não estava claro era a medida em que a fabricação urbana crescia em parte como resultado do crescimento destes serviços avançados, incluindo-se as indústrias culturais. Por esta razão, talvez, governos municipais geralmente não apoiaram o setor, apesar de ele ter ficado frequentemente extremamente vulnerável dado o aumento acentuado nos custos de produção em cidades dominadas pelo alto lucro de serviços corporativos. Na verdade, no caso de Nova York, vemos que quanto mais dinâmicos os serviços corporativos avançados e o setor cultural, a) mais dinâmico ficou o setor de fabricação urbana e b) mais difícil tornou-se para este último satisfazer suas necessidades básicas (espaço, custos de energia razoáveis, suporte técnico e serviços bancários, e assim por diante). Chicago tem uma das iniciativas mais desenvolvidas para o apoio à fabricação urbana, incluindo a abertura de instituições educacionais com ênfase nos diversos ofícios envolvidos. Por exemplo, uma importante iniciativa que usa a base de conhecimento de Chicago é o Chicago Manufacturing Renaissance Council, que propõe um novo tipo de educação de trabalhadores fabris, combinando economia do conhecimento e fabricação. Seu objetivo é usar o conhecimento avançado para a fabricação de novos tipos de produtos que a ecologização da nossa economia vai exigir. Assim o projeto Wind Turbine Supply Chain busca aliar os fabricantes locais ao emergente setor de turbinas eólicas, uma indústria de ponta que requer inputs maquinais complexos. Este é o tipo de fabricação avançada que a Europa (com, por exemplo, energia eólica) e o Japão (com, por exemplo, baterias de carro de hidrogênio) se destacaram. É interessante notar que, das cerca de 16 mil fábricas que empregam 660 mil trabalhadores em Illinois, três quartos estão na área metropolitana de Chicago3. Trata-se de uma fabricação urbana em grande escala. _________________________ 3 Dan Swinney (2009), “Chicago Green Manufacturing Network. Illinois Future: The global leader in manufacturing the products of the future.” Center for Labor and Community Research (www.clcr.org); cf. também www.Chicagomanufacturing. org.
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Assim como a fabricação urbana está intimamente ligada – e não oposta – a uma economia urbana avançada, também o está a grande informalização econômica [economic informalization] que tem aparecido nas principais cidades globais da América do Norte, Europa Ocidental, América Latina e, em menor grau, do Japão. Por sua vez, isso ajuda a explicar um desenvolvimento bastante ignorado: a proliferação de uma economia informal de trabalho profissional criativo em cidades pelo mundo – artistas, arquitetos, designers, desenvolvedores de software. Uma maneira de capturar estas dinâmicas um tanto que invisíveis é pensar a economia urbana como atravessada por múltiplos circuitos especializados. Deste modo uma análise dos circuitos diversificados que conectam um dado setor a várias atividades urbanas nos mostra que até as finanças, quando desagregadas em tais circuitos, estão ligadas a fornecedores para a fabricação urbana, muitas vezes através do design e do comércio de elementos da construção, incluindo-se a instalação de dispositivos de segurança avançada em edifícios de escritórios corporativos. Muitas cidades menores têm hoje em dia os trabalhadores qualificados e o potencial de desenvolvimento do setor de fabricação urbana em pequena escala através do crescimento de uma economia de serviços avançada. Isto se dá devido à tendência para a urbanização das atividades econômicas mencionadas anteriormente, de modo que mesmo uma economia regional baseada em mineração ou na fabricação alimenta o crescimento de serviços corporativos especializados nas cidades: empresas em todos os setores da economia hoje em dia estão comprando mais serviços de seguro, consultoria legal e contabilidade. Os serviços especializados demandados por setores econômicos mais rotineiros (fabricação pesada, mineração, agricultura industrial, transporte) também são mais rotineiros e, portanto, podem ser produzidos em cidades menores e mais provinciais – eles não precisam de uma cidade global. A presença de um sector de serviços avançados em crescimento junto com o crescimento resultante de uma força de trabalho de alta renda com uma forte preferência para a vida 20
urbana gera as condições para uma demanda por fabricação urbana. Tal vida urbana hoje implica um conjunto de exigências: restaurantes e lojas elegantes, museus e eventos culturais, móveis personalizados e trabalhos em metal, e a reabilitação de edifícios antigos para novos e sofisticados usos. Este potencial é facilmente aniquilado devido ao pouco ou nenhum reconhecimento e apoio dos decisores políticos, e até mesmo de analistas e pesquisadores. O privilégio dado a serviços avançados eclipsa a oportunidade de articular os vários componentes das economias urbanas de forma mais forte e eficaz. Pode-se chegar a um efeito multiplicador no qual o todo é mais que a soma de suas partes – isto é, o efeito de rede que está no cerne da fabricação urbana. Não são só as finanças e o setor de alta tecnologia que estão em rede. Além disso, nesta fabricação urbana em rede há um dilema de ação coletiva que pode trabalhar em benefício da cidade: uma única empresa não pode se mover para fora sem perder o efeito da rede. Assim, as empresas individuais que precisam de tipos especiais de redes são mais propensas a ficar na cidade. Uma cidade que investe esforços e recursos necessários para desenvolver a fabricação urbana promove um ganha-ganha se houver uma demanda por esses produtos, o que significa que ela precisa de algum tipo de economia de serviços dinâmica. Este seria portanto um ângulo muito diferente para se pensar a economia de serviços: garantir um setor de serviços avançados dinâmico é condição para se ter um setor de fabricação urbana dinâmico, mas apenas se este é incentivado a sustentar os custos acrescidos de se operar em uma cidade com uma vigorosa economia de serviços. CONCLUSÃO A convergência visual e homogeneização do ambiente construído em “estado da arte” [state-of-the-art built environment] das cidades globais de hoje nos induz facilmente a supor que suas economias estão se tornando também similares. Mas isso se dá apenas parcialmente. Paisagens semelhantes podem conter diferentes tipos de operações 21
econômicas e diferentes momentos de processos multissituados de uma empresa. Negligenciar essas diferenças conduz a uma série de conclusões – e possivelmente políticas públicas – espúrias, todas prejudicando de diferentes formas a saúde social e política geral de uma cidade. Se todas as economias urbanas são similares na atual era global, então as cidades estão de fato em uma competição desesperada umas com as outras. Isto poderia significar, no extremo, que ser competitivo implica fazer de tudo pelo hiper-luxo a fim de atrair empresas e pessoas ricas e poderosas, por um lado, e colocar em curso uma guerra de incentivos [a race to the bottom] para as pessoas e empresas que restaram numa cidade. De fato, vimos elementos desta corrida ao longo das duas últimas décadas, com as lideranças das cidades engajandose em uma competição brutal e brutalizadora para ganhar empresas, as classes criativas, turismo de luxo, grandes museus, e oferecendo classes trabalhadoras que fossem confiáveis e de baixo salário. Procurei discutir neste breve ensaio que uma análise mais cuidadosa sugere que há muito menos competição entre cidades do que parece. A padronização é de fato uma característica fundamental da nossa era global. Mas precisamos situá-la e situar suas consequências mais precisamente. Não podemos assumir que a padronização em nossa modernidade global complexa é a mesma que era na época keynesiana de produção em massa e construção em massa de habitação suburbana. Parte da confusão e da dificuldade em captar a importância das diferenças especializadas das cidades no período atual deve-se à globalização dos padrões de produção para o ambiente construído. Assim, o distrito de escritórios em estado-da-arte, o espaço de consumo de luxo e o bairro de alta renda precisam todos atender a certos requisitos. No entanto, enquanto os edifícios de escritórios compartilham dos mesmos padrões e, assim, têm diversas marcas visuais padronizadas, isso não significa que o trabalho que é feito dentro é necessariamente o mesmo. Para reconhecer essas diferenças econômicas em edifícios de escritórios “estado da arte” semelhantes, precisamos usar uma lente que pode capturar altos níveis de especialização econômica. Em contraste, os 22
prédios de escritórios de meados do séc. XX falavam a “língua” do trabalho de escritório – “nossa praia é trabalho de escritório” – e a “praia” era de fato trabalho de escritório, exercendo atividades principalmente de escritório e de supervisão. Os edifícios de escritórios de hoje nas cidades globais dizem respeito ao trabalho profissional altamente especializado e gerencial; a maioria dos empregos de escritório estão em outro lugar – nos subúrbios, em cidades pequenas, “fábricas” de escritório off-shore. Defendo que esse tipo de ambiente construído é mais parecido com uma infraestrutura: necessário, mas indeterminado. Ou seja, se o ambiente construído “estado da arte” [the state-of-the-art built environment] que produz uma ordem visual urbana homogeneizada é realmente uma infraestrutura indeterminada, ele pode acomodar enormes diferenças econômicas. Sob essas condições, a convergência e homogeneização do ambiente construído torna-se um envólucro, um padrão aplicado a conteúdos econômicos potencialmente muito diferentes. A questão da concorrência é parcialmente rebaixada de sua posição dominante nas explicações e nas políticas. Em vez disso, mais atenção deveria ir para a outra metade da história – os setores especializados particulares que poderiam habitar aquela paisagem homogeneizada. Ao recodificar estas paisagens homogeneizadas – o hiperespaço do negócio global – como infraestrutura, eu mudo a ênfase para o que habita a infraestrutura, como ela é usada. Estas “desmontagens” analíticas devem ajudar a nos mover em direção a um nível mais profundo de explicação sobre a organização espacial urbana. Aqui eu me concentrei principalmente em dois aspectos que considero críticos. Um deles é o peso das histórias econômicas das grandes cidades. Para tomar o caso mais extremo e inesperado, a economia do conhecimento, argumentei que alguns de seus componentes importantes vêm dessas profundas histórias econômicas locais. Por exemplo, quando se pensa em uma cidade como Istambul, com uma história de três milênios, 23
é quase inconcebível pensar que o seu passado rico e complexo não importa hoje de várias formas recém-mediadas. Uma mediação particular é a capacidade de extrair o componente conhecimento de práticas econômicas materiais mais antigas. Uma vez extraído, ele pode se tornar uma commodity e ser vendido, uma capacidade fundamental da nossa modernidade global. A importância que depositamos nesses componentes (extraídos) do conhecimento e na sua mobilidade global ironicamente revaloriza a antiga história econômica local. O outro aspecto é a articulação da economia urbana avançada com espaços que não vemos como conectados, como parte de nossa modernidade global. E esta é uma segunda ironia. O esforço de sobrevivência desses espaços – tendo que saber como se corrigir, como fazer, como se conectar – é o que os tornam úteis para a nova economia urbana. Um componente desta situação é que a realização de um ambiente construído e expandido “estado da arte” ao longo das duas últimas décadas trouxe consigo uma crescente demanda por artesãos que sabem como trabalhar com metal, madeira, pedra, gesso, seda, tintas. Ambos os aspectos abrem todo um novo terreno urbano, que eu vejo como parte de nossa modernidade global. No coração dos setores mais dinâmicos nas cidades globais, podemos encontrar um conjunto de espaços e atores enormemente diverso. A ordem visual das cidades globais torna essas articulações invisíveis.
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1 4 marรง o a 1 abril
2005
A Mostra de Design surgiu no Café com Letras como uma ação entre amigos. Diversos designers frequentavam o café regularmente e resolveu-se, entre mesas e cafés espressos, criar um evento que permitisse a cada um deles apresentar o seu trabalho. A maneira de tirar o evento do papel e transformá-lo em realidade seria realizá-lo da maneira mais simples possível: projetando as imagens do trabalho de cada designer em uma única tela. O Café com Letras comprou um projetor usado, em oito prestações, uma pequena tela e foram organizadas as projeções. Foi surpreendente perceber que muitos designers não conheciam o trabalho realizado por seus colegas de profissão. A mostra encontrou seu papel a cumprir na cena belo-horizontina: mobilizar os designers, colocá-los em contato uns com os outros e apresentar o seu trabalho criativo para um público mais amplo. Máximo Soalheiro criou especialmente para o evento uma instalação/projeção. Essa iniciativa abriu caminhos que seriam trilhados nas próximas edições.
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Máximo Soalheiro ceramista e artista plástico É bom poder falar de um evento que me deu alegria e oportunidade de compartilhar, com outros artistas e designers, as inquietações e experimentações que nos mobilizavam naqueles dias de 2005. Na época eu já estava interessado nas conexões possíveis entre vídeo, tipografia e as cores minerais. Ao aceitar o convite do Bruno Golgher, imediatamente pensei em usar um vídeo que eu estava criando para a minha filha, “Guitarra para Maria”. Eu havia registrado em Mini DV a imagem em close do movimento da plotter desenhando as linhas de uma guitarra. A partir daí, busquei materiais de outros registros em vídeo, que estavam guardados e eram sobre assuntos e momentos muito diversos. Minha intenção era fazer uma colagem e, se possível, fazer isso misturando assuntos, formatos, cores, e, também, recursos mecânicos para os registros e a projeção. Os temas misturados foram: amizade e saudade (pois o arquiteto Veveco Hardy havia partido naqueles dias), imagens aéreas, tipografia, as cores dos minérios e a guitarra da Maria. Os recursos: engenhocas para registrar em travelling os tons de minério e outras imagens, uma base de uma cadeira de dentista em funcionamento (daquelas que acionamos com os pés, comprada em um ferro velho), uma tela muito estendida, em eucatex pintado de branco e um projetor. A trilha era um chorinho. Minha instalação foi montada na calçada. Entre duas árvores, instalei a “tela”, presa por arames. A estrutura para o projetor foi a parte hidráulica da cadeira de dentista, que subia e descia suavemente, com a projeção das imagens se movimentando até que se encaixassem na tela. A instalação refletia bem o que eu estava experimentando naquele momento e que permanece como campo de interesse das minhas pesquisas: as conexões e a soma entre processos mecânicos e os recursos multimídia que continuam em expansão. Ao atender ao Bruno com este relato, fiquei feliz mais uma vez. Esta publicação, de certa forma, é um novo encontro de todas essas pessoas que participaram (e participam), com prazer, das iniciativas culturais do Café com Letras. 28
Identidade visual Brayhan Hawryliszyn Participantes Brayhan Hawryliszyn, Tiago Alves, Albino Papa, Rodrigo Marchezine, Marcos Barão, New Design, Cris Giroletti, Agência Dez, Designlândia, Bruno Martins e Danilo Queiroz, Lúcia Nemer, Tanto Design, Voltz Design, Hardy Design, Máximo Soalheiro Atividades Mostra digital da obra, instalação Local Café com Letras - Savassi
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1 2 a 18 mai o
2006
Em sua segunda edição, a Mostra de Design convidou arquitetos para que apresentassem seu trabalho como designers. Design não apenas de ambientes construídos para a moradia e para o trabalho, como casa, prédios e lojas. Queríamos explorar de maneira ampla o esforço criativo em design, que abrangia a concepção e desenho de objetos de escalas e funções as mais variadas, da joia ao estádio de futebol, da obra de arte à habitação popular. Em 2006, os designers mostraram seus trabalhos por meio de projeção e comentaram essas imagens, apresentando o processo organizacional e criativo, seus dilemas e impasses. O arquiteto e designer Paulo Waisberg criou um inflável na ocasião, uma intervenção urbana, e sua apresentação foi realizada dentro desse grande balão instalado na área externa do Café com Letras. O café, já percebíamos, estava se tornando pequeno demais para a Mostra.
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paulo waisberg arquiteto e designer
Em 2006 fui convidado para participar da Mostra de Design, realizada pelo Café com Letras. Na época tinha recentemente voltado dos Estados Unidos e minha prática era uma colisão da participação em vários concursos, uma experiência projetual em escritórios americanos e os novos projetos brasileiros, que já apontavam para o que depois começamos a chamar Arquitetura Efêmera: uma mistura de intervenções urbanas para festivais (na época, com destaque para o Savassi Festival), cenografia, palcos e passarelas. À essas experiências descontínuas, eu dava o nome de Waisberg´s Architetcural Adventures, que era também o nome de um fotoblog de desenhos com projetos realizados. Neste período, estava começando a formalizar meu futuro escritório com Clarissa Neves. As apresentações da mostra, na sua maioria, eram informais: um microfone com uma caixinha de som e um projetor. Conhecíamos a maior parte dos apresentadores e também da plateia. Assim era ótimo – podíamos saber o que cada um estava fazendo, acompanhar os trabalhos recentes, as descobertas de cada designer ou arquiteto para resolver seus trabalhos recentes e, de forma mais imediata e despretenciosa, trocar experiências e perguntar. Acho que o efeito mais importante era reduzir a sensação de isolamento na batalha cotidiana de um pequeno escritório. O espaço apertado do café era fundamental para essa dinâmica, mas o Bruno queria, de alguma forma, ocupar também a calçada para poder aumentar o público – estimo que cada encontro desses devia ter por volta de 30 participantes. 32
Na época estava desenvolvendo oficinas de estruturas infláveis feitas de um plástico colorido, que era soldado com ferro de passar-roupas. Achei uma excelente oportunidade para usar um inflável daqueles: ele chegou dentro de uma bolsa, que foi inflado por três ventiladores e estava montado em questão de uma hora. As palestras aconteceram como habitual, só que dentro da bolha, e as pessoas sentadas em pufs e almofadas sobre um piso de vinil. As imagens eram projetadas na pele de plástico e podiam ser vistas tambem pelo exterior. Aquela bolha durou alguns dias, mas foi muito divertido.
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Identidade visual Brayhan Hawryliszyn Participantes Paulo Waisberg Arquitectural Adventures; Pedro Morais; Ascânio Merrigui, Carlos Alberto Maciel, André Luiz Prado, Alexandre Brasil, Bruno Santa Cecília (Arquitetos Associados), José Ricardo Fois (JFS Arquitetura) , Wellington Cançado, Sílvio Todeschi, Nara Grossi & Priscila Almeida (Gema); Fernando Maculan & Mariza Coelho Machado; Carlos Teixeira (Vazio S/A); Bruno Campos & Marcelo Fontes; B & L; Isabela Vecci, Louise Marie-Gans Atividades Mostra digital da obra, palestras, instalação Local Café com Letras - Savassi
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13 a 29 junho
2007
A vitalidade criativa dos projetos é decorrente de mudanças contínuas e da busca de novos caminhos. Uma espécie de desassossego. De um lado, todo projeto ou situação possui um potencial imanente de mudança . De outro, o meio ambiente alterase sempre, exigindo um ininterrupto esforço de adaptação. Para recapitular: na 1a edição da mostra foram apresentados os trabalhos de diversos designers; na 2a, os designers palestraram e foi realizada uma intervenção urbana. Agora, na 33 edição, acrescentou-se, a esse corpo, um seminário de azulejaria contemporânea e a publicação de um tabloide cultural dedicado ao evento. E uma micro-política: nas peças de comunicação, criadas pela agência Designlândia, foram veiculados pequenos poemas de uma linha só.
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paola menezes designer O design é antes de tudo a ferramenta fundamental transformadora de conceitos abstratos e produtos físicos (e/ou serviços) em linguagem visual. O design representa a imagem pública e a percepção dos benefícios e atributos de um produto ou serviço, baseado em um sistema de valores da empresa. É através do design que se estabelece a conexão entre a marca e seu público alvo, diferenciando-as dos seus concorrentes. Quando se fala em arte visual, web sites, logotipos, sinalizações, identidade visual, folders, catálogos, embalagens de produtos, banners, displays... é do design gráfico que estamos tratando. Design que encanta, design que comunica, design que funciona. É isto que a gente faz, é nisto que a gente acredita. Para ser sempre assim, precisamos parar e pensar; entender e criar; sentar e fazer.
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Identidade visual Designlândia Participantes Designlândia, Voltz, Hardy Design, Marcus Barão, Conrado Almada, Greco Design, Coletivo Contorno, Denis Leroy, Álvaro Drummond, Isabela Vecci, Alexandre Mancini, Ingrid Moura, Fernando Maculan, Hugo Werner, Guili Seara, Tribo-In Design Atividades Mostra digital da obra, palestras, seminário, tabloide cultural Letras Local Café com Letras - Savassi
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programação
Palestras / Discotecagens Local: Café com Letras 13 julho Designlândia // DJ Seu Muniz 14 julho Voltz // DJ Max 15 julho Hardy Design // DJ Gabi 18 julho Marcus Barão // DJ Pipi Jones 19 julho Conrado Almada + Lançamento da revista “Traça”, nº 2 // DJ Tiago Mono 20 julho Greco Design // DJ Bitt 21 julho Coletivo Contorno // DJ Fafá 22 julho Denis Leroy // DJ Ozleo 27 julho Hugo Werner // DJ Penélope 28 julho Guili Seara // DJ Pati 29 julho Tribo-in Design // DJ Mille
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Seminário Azulejaria Contemporânea Local: Café com Letras 25 julho Debatedores: Álvaro Drummond e Isabela Vecci Moderador: Alexandre Mancini 26 julho Debatedores: Alexandre Mancini e Ingrid Moura Moderador: Fernando Maculan
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1 4 a 2 5 abril
2008
Em 2008, na 4a edição da Mostra de Design, houve a “explosão” do seminário, que passou a ocupar todos os dias do evento. Cada dia do seminário contou com um curador como forma de lidar com a multiplicidade de temas dessa nova atividade. Para realizar um seminário e uma mostra de trabalhos ao mesmo tempo era necessário construir um ambiente adicional no Café com Letras, o que foi feito por meio de um inflável, idealizado pelo arquiteto/designer/inventor Paulo Waisberg. Além disso, foi lançado o primeiro concurso de cartazes da mostra, um concurso competitivo regido por edital. As dez melhores propostas compuseram uma exposição coletiva no Café com Letras.
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Alexandre Mancini artista plástico - azulejaria brasileira
A Mostra de Design tem um significado especial para mim, o qual carrego com imensa gratidão. Participei ativamente de sua 4ª edição desde a concepção gráfica, passando pela curadoria de um dos temas e também como debatedor. Além da importância do encontro com diversos (e ótimos) profissionais, a Mostra de Design abriu um espaço raro para a divulgação e debate de uma matéria muito cara para mim: a azulejaria brasileira. Dessa forma, o evento se mostrou (e se mostra) um excelente veículo para o diálogo e exposição de matérias e áreas específicas integradas a uma observação maior. Além disso, é interdisciplinar e gera um espectro extremamente rico valendo-se, em muitos casos, de nomes e talentos locais.
Identidade visual Alexandre Mancini Atividades Mostra digital da obra, seminário, tabloide cultural Letras, concurso de cartazes, instalação Local Café com Letras - Savassi
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programação
debates Local: Café com Letras Savassi
Design de Jóias Curadora: Rachel Távora (Talento Jóias) Palestrantes: Rachel Távora (Talento Jóias), Adriano Mol (Molmaculan Design, CIMO) e Henrique Lana (UFOP) Tipografias: Entre o Analógico e o Digital Curador: Bruno Martins (UFMG) Palestrantes: Bruno Martins (UFMG), Hugo Werner (FUMEC) e Máximo Soalheiro Azulejaria Brasileira Curador: Alexandre Mancini (1958 Azulejaria) Palestrantes: Maria Angela Reis de Castro e Álvaro Drummond Arquitetos e Designers Trabalhando Juntos Curador: Paulo Waisberg (Waisberg Arquitectural Adventures) Palestrantes: Paulo Waisberg e Clarissa Neves (Waisberg Arquitectural Adventures) Paola Menezes e Fabiana Ferraresi (Designlândia) Renata Rocha (Dois Arquitetura e Design) e Albino Papa (Coletivo Contorno) Mariana Hardy (Hardy Design) e Fernando Maculan (A&M Arquitetura)
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Design em Movimento Curador: Cláudio Santos (Voltz e OnVision) Palestrantes: Cláudio Santos (Voltz e OnVision), Leonardo Dutra (UEMG) e Bruno Guinle (MOO - RJ) Design de Guerrilha Curador: Juliana Pontes (FUMEC) Palestrantes: Cássia Macieira (FUMEC), Fred Paulino (Estúdio Osso) e Xerel Design Como Método de Ação: do Projeto ao Gesto Curador: Eduardo Moreira (1/1) Palestrantes: Adriano Mattos (UFMG/UNILESTE/Metodista Minas) e Breno Silva Design em Hipermídias Curador: Carlos d’Andréa (UNA/UFMG) Palestrantes: Gustavo Timponi (Sapien Interactive), Herbert Rafael (3bits Estúdio Criativo/UFMG/UNA) E Marília Bergamo (UNA/UFMG) Design e Artesanato Curadora: Natacha Rena (FUMEC) Palestrantes: Paula Dib (Trans.forma Design - SP), Marcelo Drummond (Laboratório PIRACEMA de Design) e Eduardo Barroso Neto (Ser Criativo/Instituto D’Amanhã-Florianópolis)
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Mostra Digital da Obra • Estúdio Osso • Marcelo e Marconi Drummond • Alexandre Estanislau (Bolt Brasil) • Rogério Fernandes • Ricardo Portilho • Orgânica Comunicação • André Stolarski (Tecnopop - RJ) • Elaine Ramos (Cosac Naify - SP) • Márcia Larica (Estação Primeira de Design)
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Concurso de Cartazes Selecionados
Antônio Dias
Bruno César Alves Castro
cartazAF_mostra.pdf 18/08/2008 21:10:54
C
M
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CM
MY
CY
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Carlos Gobbo 54
Daniel Lourenço
Cartaz - 5ª Mostra de Design.pdf 5/8/2008 22:28:42
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Adriano Mattos Adriano Mol Albino Papa Alexandre Estanislau Alexandre Mancini Alvaro Drummond Andre Stolarski Angelina Camelo Breno Silva Bruno Guinle Bruno Martins Cassia Macieira Claudio Santos Eduardo Moreira Eduardo Barroso Neto Elaine Ramos Estudio Osso Fernando Maculan Fred Paulino Gustavo Timponi Henrique Lana
Herbert Rafael Hugo Werner Juliana Pontes Leonardo Dutra Marcelo e Marconi Drummond Marcia Larica Maria Angela Reis de Castro Mariana Hardy Marilia Bergamo Maximo Soalheiro Natacha Rena Organica Comunicacao Paola Menezes e Fabiana Ferraresi Paula Dib Paulo Waisberg e Clarissa Neves Rachel Tavora Renata Rocha Ricardo Portilho Rogerio Fernandes Xerel
5a mostra dedesign.
Daniel Silveira Moreira
Ébano Kalil
Gabriel Telhado
Leandro Oliveira & Juliana Estrella
Marco Antônio de Oliveira
Vicente Pessôa 55
8 setembro a 5 outubro
2009
A expansão da Mostra de Design foi de encontro aos limites físicos do Café com Letras da Savassi. A casinha da década de 1940 já não poderia ser o único palco do evento, que ganharia a cidade, ocupando novos espaços e selando uma rede de parcerias. O ano 2009 foi marcante pois a mostra assumiu a conformação que teria até a sua última edição, em 2014. Dentre as mudanças, pode-se destacar: (i) a realização de exposições em diversos locais da cidade; (ii) a criação do Design de Portas Abertas, um programa de visitas a escritórios de design; (iii) a realização de workshops e (iv) a realização do Pic Nic e da Feira de Design, uma intervenção urbana de larga escala.
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Mariana Hardy designer A Mostra de Design foi, por muitos anos, um dos poucos eventos dedicados ao tema que aconteceram em Belo Horizonte. Sou muito grata ao Bruno por sua contribuição crítica e por promover a reflexão e a difusão do design na cidade. O projeto foi mudando de formato a cada ano e ficando cada vez melhor. Lembro muito do primeiro Pic-Nic, em 2009, que tive o prazer de ajudar a idealizar e organizar, e que transformou a rua Antônio de Albuquerque num espaço de lazer com brinquedos, cadeiras de praia, puffs coloridos e uma feira de produtos de design. Na 5a edição da mostra também colaboramos com a concepção do Design de Portas Abertas, um circuito de visitação aos escritórios de design, que promoveu uma troca muito enriquecedora entre estudantes e profissionais. E, no nosso caso, promoveu também ótimos happy hours. Tanta gente boa passou pelos ciclos de palestras, quantos workshops imperdíveis aconteceram, exposições históricas! Tenho muito orgulho de ter feito parte deste projeto e, confesso, fico torcendo pro Bruno continuar tendo boas ideias e energia para executá-las!
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Identidade visual Hardy Design
5 ªMOSTR A D E DE S I G N 01 A 30 S ET EM BRO 2 009 I NFO : WWW.C AF ECO M L ET R AS .CO M .BR
REALIZAÇÃO
APOIO CULTURAL
S EM I NÁRI O FEI RA EX P OS I C ÃO O P EN H O U S E
PARCERIA
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Concurso de Cartazes Selecionados
Arthur Régis
Débora Araújo 60
Bruno Martins
Dito Passos
MOSTRA DE DESIGN 2009
TRANSFORMAÇÃO
Jair Shimith
Lucas Lima
Luiz Felipe Bracarense
Mônica Vaz
Olavo Freire
Patu Tifinger 61
programação
palestras Local: Café com Letras Savassi Design e Sustentabilidade Curadora: Carla Paoliello (Unileste/Banca de Design) Palestrantes: Suzana Barreto Martins (Núcleo de Design & Sustentabilidade/UFPR), Augustin de Tugny (UFMG/Itaunas) e Andréa Tristão Anjo Lanza (Sebrae/MG) Apresentação dos eventos Pixelshow e TMDG Palestrante: JJBZ Do Design à Arte Curador: Pedro Morais (Desvio) Palestrantes: Eduardo Saretta (Choque Cultural), Haroldo Paranhos (Coletivo SNH), Ricardo Portilho (Casa Ramalhete) e Júlia Rebouças (Inhotim) Design e Inclusão Social Curadora: Natacha Rena (Fumec/Híbrida) Palestrantes: Heloisa Crocco (Laboratório Piracema de Design/SP), Cecília Loschiavo (FAU/ USP), Gabriela (FUMEC/Talentos do Brasil) e Natacha Rena (Projeto ASAS) Vivendo de Design: Novas Estratégias Curador: Bruno Braz Golgher (Instituto Cidades Criativas/Café com Letras) Palestrantes: Cássio de Lucena (Grau Arquitetura), Carla Paoliello (Unileste/Banca de Design), Paulo Waisberg (Waisberg Arquitectural Adventures) e Antônio Carlos Figueiredo (Matiz Arte Objeto/ Museu do Cotidiano)
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Pic Nic Local: Rua Antônio de Albuquerque, entre ruas Sergipe e Alagoas Mesa 1: Design de Interesse Público Curador: Wellington Cançado (UFMG/Vulgo) Palestrantes: Marcelo Terça-Nada! (Grupo Poro/Do-Design) e Grupo MOM (UFMG) Mesa 2: Coletivos Curadora: Juliana Pontes (Fumec) Grupos participantes: Azucrina!, Coletivo Contorno e Sete Oitavos
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exposições Lataiada Design em Latas do acervo do Museu do Cotidiano e da Matiz Arte Objeto Artistas: diversos Local: Café com Letras Padrões e Texturas Nimbus Design Artistas: Gabriela Abdalla e Carol Marini “Coletiva do Concurso de Cartazes 2010” Artistas: dez designers a serem selecionados Local: Grampo ASAS Artistas: diversos Local: Grampo Desvio + Choque Prints Artistas: Diversos Local: Desvio
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workshops Oficina da Desvio Oficineiros: coletivo SNH (SP), com Daniel Cucati, Eduardo Saretta e Haroldo Paranhos com colaboração do coletivo Azucrina (BH) Local: Desvio Oficina de Pinhole ASAS_Artesanato Solidário no Aglomerado da Serra Oficineiros: Aruan Mattos e Suzana Oliveira Local: Escola Padre Guilherme Peters e Aglomerado da Serra Design de Portas Abertas • Greco Design • Vazio S/A • Waisberg’s Arquitectural Adventures • Matiz Arte Objeto • Máximo Soalheiro • Casa Ramalhete • A&M + Hardy + Voltz • Desvio
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29 abril a 30 maio
2011
Em 2011 a Mostra de Design realizou um sonho antigo: organizar um seminário internacional de design. Curado pela arquiteta e designer Natacha Rena, o Seminário Internacional Design e Política congregou pensadores e praticantes no campo do design, da política e do urbanismo, em evento singular. No início desse volume reproduzimos a palestra proferida pela urbanista e socióloga holandesa Saskia Sassen – autora do conhecido livro “Cidades Globais: Nova Iorque, Londres, Tóquio”, dentre outros. A programação foi composta também por diversas outras atividades como as palestras, o Design de Portas Abertas, o Pic Nic, a Feira de Design, dentre outras. Mas uma nova ação, pequenina, e que foi realizada apenas nessa edição, conquistou o afeto de todos: Itinerários. Foram passeios a pé, guiados e comentados. Foram quatro roteiros, o primeiro da praça da Liberdade à praça Sete, acompanhando a produção do modernismo belohorizontino;
o segundo, um passeio pelo hipercentro,
espaço em que o design e a arquitetura usualmente estão soterrados pelo comércio e pelo ir e vir incessantes; o terceiro, um passeio pelos jardins construídos em favelas que fizeram uso de plantas salvas de casas que seriam destruídas. E, por fim, o Domesticidades Modernas, um passeio no interior de apartamentos na região da praça da Liberdade.
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antônio Carlos Figueiredo objeteiro Participei de várias Mostras de Design ao longo dos anos. Todas promovidas pelo Café com Letras e, consequentemente, por Bruno Braz Golgher. Lembro que minha primeira participação aconteceu com a Matiz Arte Objeto, que se tornou o que sempre sonhei: o Museu do Cotidiano, um espaço em que estão expostos milhares de objetos que contam não apenas a história de Belo Horizonte, mas do próprio design. Vale ressaltar que o museu, em plena atividade, é uma iniciativa integralmente particular e não conta com patrocínios. Abaixo falo um pouco das exposições de minha curadoria que fizeram parte da Mostra de Design. • “Estacionamento para Crianças” (2009): no fechamento de parte da rua Antônio de Albuquerque, em frente ao Café com Letras, levei patinetes, carrinhos-de-guia, bicicletas, velocípedes e os liberei para uso das crianças. No fim, notei que dois velocípedes haviam desaparecido e sabia que não haviam sido levado pelos miúdos, mas por algum saudoso adulto... Mas como as energias sopram e conspiram sempre a favor, não é que recebi um telefonema de uma senhora querendo me doar não dois, mas três velocípedes! • “Lataiada” (2009): quando mostrei as latas peculiares e curiosas que foram feitas no passado, para facilitar e celebrar a vida dos homens. • “Bicicle” (2011): nos últimos anos só se fala em mobilidade social, daí essa exposição foi criada com o intuito de estimular as pessoas a andarem de bicicleta. O título, por sua vez, funcionou como uma analogia à palavra recicle, tão usada nos dias de hoje. • “Luzes da Cidade” (2011): quando mostramos a história de Belo Horizonte, década a década, desde 1897, por meio das formas de iluminação. • “Destino é o Passado” (2012): realizada no famoso Prédio Verde, na praça da Liberdade, hoje sede do IEPHA, apresentamos cerca de 200 objetos do cotidiano em dois salões do prédio. 74
Identidade visual Roberto Bellini
APRESENTA
2 011 DESIGN, POLÍTICA E INTERESSE PÚBLICO WWW.MOSTRADEDESIGN.COM.BR
29 de ABRIL a 30 de MAIO de 2011 Outras informações: 31.2514.1510
APOIO CULTURAL
PARCERIA
APOIO
REALIZAÇÃO
PATROCÍNIO
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2Âş PrĂŞmio Letras de Jornalismo Concurso de Cartazes Selecionados
Filippo Comini
Rubens Rangel 76
Luis Arnaldo
Thiago Reis
Design de Portas Abertas • Centro Técnico de Produção da Fundação Clóvis Salgado • Marie Camille • Estação Primeira de Design • AbeDesign • GAD • Índio da Costa • LAB Design • Grampo • Touch • Criativina • Greco Design • Hardy Design
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Design, Hoje • Igor Villas Boas • Rafael Maia • Estúdio Vorko • Renato Loose • 45 Jujubas • Anne Patrice e Marina Texeira • Revista Code • Alessandra Giovanella (RS) • Camila Cortielha • Marcos Breder • Brayhan Hawyliszyn
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Exposições “Atlas Ambulante” // Local: Museu de de Artes e Ofícios “Bicicle” // Curadoria: Antônio Carlos Magalhães // Local: Pátio Savassi “Concurso de Cartazes” // Local: Café com Letras “Faixas Aqui”
(Bruxelas)
// Local: Mini Galeria
“Fotografia de Moda” // Local: Loja Cupcake “Influência do Japão no Design”// Local: Galeria Rogério Fernandes “Design Nova” // Local: Quina Galeria “Material and Process” // Local: Agência Touch “Mini Móbile Design” // Local: Praça da Liberdade “Coleções e (Re)Coleções”// Local: Agência Desvio “Tecelagens” // Local: Marie Camille “Trapizongas” // Local: Café com Letras
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Pic Nic e Feira de Design
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Itinerários Urbanos Percursos • Da praça da Liberdade ao Centro Guias: Alexandre Mancini e Álvaro Drummond • Hipercentro Guia: Jorge Tanure • Favela Cidade Jardim Guias: Márcio Gibran “Bacho” & Marco Antônio Barbosa • Domesticidade Moderna Guia: Tereza Bruzzi
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Lançamentos de Livros “Atlas Ambulantes” Organizadores: Renata Marquez e Wellington Cançado Editora: Instituto Cidades Criativas “Bordados: Arte ou Prática Cultural”. Autora: Carla Poliello Editora: Instituto Cidades Criativas Palestras • Apaixonada por Design e Viver Design // Local: Quina Galeria • Metodologia de Design: Case de Experiência em Cooperativas de Artesãos // Local: Escola de Arquitetura da UFMG • Criação de Coleção // Local: Loja Cupcake • Design e Moda // Local: Loja Cupcake
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Seminário Internacional de Design e Política palestrantes • Saskia Sassen
(EUA)
• Christian Ullman • Peter Pál Pelbart
(São Paulo) (São Paulo)
• Alejandro Sarmiento • Ana Paola Araújo
(Argentina)
(Inglaterra)
• Eduardo Jesus
(Belo Horizonte)
• Nelson Brissac
(São Paulo)
• Javier Barilaro
(Argentina)
• Antonio Yemail
(Colômbia)
• Lucas Bambozzi
(São Paulo)
• Giselle Bilgueman • Alejandro Araque
(São Paulo)
(Colômbia)
• Camilo Martinez e Gabriel Zea
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(Colômbia)
workshops • Produção de livros: Eloisa Cartonera // Local: JA.CA • Oficina informal // Local: JA.CA • Vídeo documentário // Local: JA.CA • Estampando a Serra // Local: Aglomerado da Serra • Agregação urbana // Local: Aglomerado da Serra • Generator - novos suportes na construção de roupas // Local: Loja Cupcake • Ensaio de moda e catálogo // Local: Diversos • Gravura em grandes formatos // Local: Galeria Rogério Fernandes
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17 a 30 setembro
2012
Expansão-contração. O ímpeto de se espalhar e incluir foi seguido por um movimento inverso, que praticamente congregou toda a Mostra de Design em um único lugar. Mas certamente não em um lugar qualquer. A Mostra ocupou um dos prédios históricos da praça da Liberdade, o chamado Prédio Verde, sede do Instituto Estadual do Patrimônio Histório e Artístico de Minas Gerais (Iepha). O conjunto de prédios da praça da Liberdade, antiga sede do governo estadual, se transformou em um conjunto de centros culturais, como o Centro Cultural Banco do Brasil, conformando o Circuito Cultural Praça da Liberdade. O prédio Verde, que estava parcialmente desocupado, foi ocupado pela mostra, onde foram realizadas exposições, workshops, palestras e lançamentos de livros. No Café da Mostra um pianista tocava continuamente, criando a trilha sonora para a visita. A edição 2012 da Mostra de Design foi parte da programação paralela da Bienal Brasileira de Design, que estava sendo realizada em Belo Horizonte.
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gustavo greco designer
O design vem sofrendo e provocando mudanças no mundo. Empresas dos mais diversos segmentos, atentas a esses novos movimentos, passam a reconhecer o design como parte crucial de sua existência. A criatividade, como matéria-prima, é um recurso inesgotável e finalmente é vista como de grande relevância para o desenvolvimento da economia. O design vem, assim, galgando degraus para sair de um lugar de relevância puramente estética e passa a ter caráter estratégico. Os designers ganham mais espaço e são chamados antecipadamente para as conversas, participando da concepção do projeto, e não somente de sua solução formal. Considerando esse contexto, a Mostra de Design assume importante papel ao ampliar o alcance e o entendimento da disciplina e ao fomentar a economia local. Em 2012, a mostra ocupou o prédio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), equipamento cultural integrante do Circuito Liberdade. Com uma programação extensa de palestras, exposições, debates e lançamento de livros, a edição encerrou suas atividades com uma feira na praça da Liberdade. Além de colocar em prática o uso de um espaço de caráter público e para o público, a Mostra de Design deixa clara a vocação do design como um exercício cotidiano e contínuo de compartilhamento, renovação e ressignificação. Mais do que isso, como uma disciplina capaz de projetar um futuro melhor – e para todos.
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Identidade visual 45 Jujubas
.
17 A 30 DE SETEMBRO, PREDIO DO IEPHA - PRAÇA DA LIBERDADE WWW.MOSTRADEDESIGN.COM.BR
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locais • Prédio Verde na praça da Liberdade – IEPHA, praça da Liberdade • Escritórios do Design de Portas Abertas
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Concurso de Cartazes Selecionados
Realização
Produção
Incentivo
Realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte
1o Rodolfo Xavier
Realização:
Produção:
2o Thiago Lacaz
Incentivo:
3o Sandro França
4o Filippo Comini
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Lan莽amentos de livros Linha do Tempo do Design Brasileiro Organizadores: Chico Homem de Melo e Elaine Ramos Editora: Cosac & Naify Bicicleta sem Freio Autores: Douglas de Castro, Victor Rochae Renato Reno Editora: Jellyfish Editorial (Argentina) Campos Migrat贸rios Autor: Daniel Escobar Editora do Autor
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Design de Portas Abertas Escritórios participantes • 100 Pregos Marcenaria
• Dois Arquitetura
• 2DA Branding e Design
• Galeria Rogério Fernandes
• 3 Bits
• Greco Design
• Caleb Design
• Hardy Design
• Coletivo Contorno
• Sillas Maciel Estúdio
• Dinah Verleun Estúdio Criativo
• Superficie.org
Design, Hoje CONVIDADOS • Anna Cunha // Anna Cunha • Fernando Maculan (MACh Arquitetos) // “Arquiteturas da Experiência” • Koji Pereira (Google) // “Design de Experiência” • Marcos Breder (Larange Thinking) // “Empreendedorismo, Inovação e Design” • Maria Augusta Bueno // (SP Lab) “Arquitetura N.o-Solicitada” • Paulo Waisberg e Clarissa Neves // (Isabela Hendrix, WN), “Arquitetura Efêmera” • Raquel Pinheiro, Gabriel Lopes, Pedro Leitin // “El Estudio: juntos e separados” • Renato Cesar José de Souza (IEPHA) // “O Design do Lugar” • Renato Reno // Bicicleta sem Freio, GO • Sillas Maciel // Sillas Maciel Design Estúdio
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palestras • Cidades Criativas e Amenidades Urbanas com Ana Flávia Machado (UFMG) e Maurício Campomori (UFMG) • Tarifa Zero no Transporte Público com Lúcio Gregori (SP) e Roberto Andrés (UFMG, superf.cie.org) • A Identidade Visual da 30a Bienal: Projeto e Metaprojeto com André Stolarski (Fundação Bienal de São Paulo, Tecnopop, RJ) • Apresentação dos Escritórios de Design da AbeDesign, Regional Minas Gerais • Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil com Chico Homem de Melo (USP, Homem de Melo & Troia Design, SP) e Elaine Ramos (Cosac & Naify, SP) • Bimbon: Plataforma de Informações para Projetos de Arquitetura com equipe do Superfície.org • O Vintage e o Retrô como Linguagem Contemporânea com João Caixeta (UEMG,Memorabilia ad Vintage), Fabiano Lopes de Paula (Memorabilia ad Vintage), Antônio Sala (Dmove), Marcos Paulo Brandão (Dmove) e Marcelo Vítor Hermeto
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exposições • 30 Cartazes para Bienal • Arquitetura Não Solicitada • Anfibologia • Mármore Paisagem • Modulações • Yumugáh. xahap – Tecendo Missangas • Fotografia Bordada • Destino: o Passado • Patrícia de Deus Convida • Desloca • Campanha Não-eleitoral • Serigrafia Base_V • Escritório Temporário • Verleun Estúdio Criativo
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workshops • Jardim na Sacola • Caleidosc.pio Sustentável • Arquitetura Não-Solicitada • Palavras Inventadas // Oficina de Caligrafia e Lettering • Seres Imaginários em Superfícies Múltiplas • Eu te Uso, Você me Usa // Confeçãoo de Ecobags a Partir de Camisetas • Hey, my Cute Pillow! // Personalização de Almofadas • Yumugáh. xahap // Tecendo Missangas feira de design Realizada na Alameda da Educação, a feira reuniu mais de 80 expositores e artesãos de Belo Horizonte.
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8 a 26 setembro
2014
A edição 2014 marca o fim do projeto. Ao longo de quase dez anos foram realizadas oito edições. Ao se analisar a programação da Mostra de Design e o muito considerável número de profissionais envolvidos, há que se concluir que o evento cumpriu o seu papel. O tempo passa e os projetos tem seu ciclo de vida. Esse catálogo tem a função de permitir esse olhar retrospectivo, tão raro nos dias de hoje, mas tão importante para que possamos entender o que foi feito, por que foi feito, e o que nos resta ainda a fazer.
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Bruno Braz Golgher coordenador da Mostra de Design
2014 foi um ano atípico no Brasil. Ano de Copa do Mundo no Brasil, que se revelou fonte de amores e ódios. Os preparativos para o maior evento de futebol do mundo e a realização da Copa das Confederações, no ano anterior, provocaram manifestações de protesto popular em escala inédita no país. Milhares de pessoas tomaram as ruas em protestos que mesclaram justíssimas demandas por melhoras nos serviços públicos mas também violência e quebra-quebra. Ninguém sabia o que esperar quando a Copa do Mundo fosse realizada. Em 2014 também foram realizadas eleições presidenciais, momento de consolidação de tensões políticas em escala e intensidade inauditas. Após a Copa do Mundo e antes das eleições, foi realizada a Mostra de Design, sob a curadoria do designer Sillas Maciel. A Mostra, de certa maneira, se deslocou - pelo menos no plano das ideias - dos três princípios elencados na introdução, quais sejam o design de interesse público, a economia do design e a pedagogia do design, para focar nos processos de criação do design. A mostra, criada por um economista e por um arquiteto, finalmente guiada pela visão de um designer.
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Identidade visual Sillas Maciel
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Lanรงamento Catรกlogo Bienal de Design (ADG Brasil) e Mostra 2014
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Design de portas abertas • Hardy Design • Marina Rocha // Local: Patrícia de Deus • Anna Cunha // Local: Patrícia de Deus • Bethtrópia Design // Local: Patrícia de Deus • Voltz Design • Greco Design • Design Thinkers Brasil • Coletivo Contorno • Fósforo Coletivo • Designlândia • Lab Design • Tipografia Mathias • BHC
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Design, Hoje • Estúdio Triciclo // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Pil Ambrósio // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Fabiano Fonseca // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Ricardo Donato e Lorena Marinho // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Benfeitoria // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Pedro Ivo // Local: Café com Letras
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palestras • Diego Gurgell // Local: Memorial Minas Gerais Vale • Tidé // Local: Casa Una • Matheus Dias // Local: Casa Una • Sillas Maciel // Local: Casa Una • Ronaldo Gazel // Local: Casa Una • Design Thinkers // Local: Casa Una • Tio Flávio // Local: Senac • Eduardo Rigotto // Local: Casa Una • Marcelo Coelho // Local: Casa Una
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mesa redonda • Fabiano Fonseca e Henrique Roscoe Local: Espaço do Conhecimento UFMG • Designers que Atuam em Áreas Diversas da Criação com Laura e Fred (Greco Design) Local: Espaço do Conhecimento UFMG • Pequenos Escritórios Local: Espaço do Conhecimento UFMG bate-papo Fósforo Coletivo – Local: Urban Arts
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seminários • Seminário Abedesign e Sebrae Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal Lifetec // Leonardo Martins Cardoso Villa Café // Vittorio Torchetti Queijo Da Canastra // Mariana Hardy Dalfrut // Mariana Hardy • Seminário Abedesign e Sebrae Local: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal Nutravita // Cynthia Massote A Infantil // Fernando Maculan Ju Jour // Fernando Maculan e Márcio Lambert Fazenda da Tulha // Leonardo Freitas • Seminário Internacional de Design Local: Anfiteatro do Pátio Savassi com Simone Veldeme (Design Thinker, Holanda) e Ana Catharina (Designer de Interação pela Copenhagen Institute of Interaction Design, Brasília)
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exposição Cartazes Serigráficos Local: Café com Letras Savassi workshops • Golden Grids // Local: Greco Design • Outro Coletivo: Diários Afetivos // Local: Coletivo Contorno
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feira de design Local: Alameda da Educação (praça da Liberdade)
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agradecimentos
A Mostra de Design sempre foi um evento coletivo, resultado da boa intenção e trabalho de muitas pessoas, às quais agradeço profundamente. Blanche Dubois, personagem de “O Bonde Chamado Desejo”, de Tennessee Williams, escrito em 1947, afirmou: “Sempre dependi da boa vontade de estranhos”, frase antológica que passou a fazer parte de nossa cultura. Pois a mostra sempre dependeu da boa vontade de amigos, colaboradores, equipe de produção, instituições reguladoras, patrocinadores e apoiadores. A todos, meu muito obrigado. Agradeço, para a realização desse livro, a Samira Motta e a Vinícius Lacerda, da equipe do Instituto Cidades Criativas, grandes companheiros de trabalho. Em meio a agendas complicadas de trabalho, com tantas demandas por atenção, os colaboradores que encontraram tempo para escrever textos para o livro, o que trouxe sabor e colorido ao trabalho. Muito obrigado. Agradecimentos especiais ao meu parceiro de muitas conversas e várias edições da mostra, Wellington Cançado, o “Low”, e aos parceiros que colaboraram em diversas edições do projeto e que, tenho certeza, ainda o fariam quantas vezes fossem necessárias: Mariana Hardy, Paulo Waisberg, Gustavo Greco, Alexandre Mancini, Fernando Maculan, Máximo Soalheiro, Atônio Carlos Figueiredo, Paola Menezes e Natacha Rena. Inevitavelmente cometo aqui algumas injustiças e minha memória nem sempre me serve como deveria. Peço desculpas antecipadas por isso. Agradeço o apoio e a confiança depositada no projeto por Eliane Parreiras, então Secretária de Estado de Cultura, que, num lance de generosidade e também ousadia, cedeu o chamado Prédio Verde para a Mostra de Design de 2012. Por fim, agradeço à minha esposa, Mariana Correa Sucupira, sempre ao meu lado e sempre fundamental. Bruno Braz Golgher
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referências
BRYSON, John and DANIELS, Peter (orgs.). The handbook of service industries in the global economy. Boston: Edward Elgar, 2007. FITZGERALD, Joan. Cities on the front line. The American Prospect, 13 de abril. http://www.prospect.org/cs/articles?article=cities_on_the_front_lines, 2009. GOLDSMITH, Stephen and ELIZABETH, Lynne (orgs.). What we see: advancing the observations of Jane Jacobs. Nova York: Village Press, 2010. GRATZ, Roberta Brandes. CLASH: New York in the shadow of Robert Moses and Jane Jacobs. Nova York: Nation Books/Basic Books, 2010. Jacobs, Jane (1961), The Death and Life of Great American Cities, Randon House: New York. Jullien, François (1998), Tratado da Eficácia, São Paulo: Editora 34. Leader, Zachary, The Life of Saul Bellow: to fame and fortune, 1915-1964, Alfred A. Knopf: New York, 2015. Rorty, Richard, Philosophy and Social Hope, Penguin Books: London, 1999. SASSEN, Saskia. Cities in a world economy. 4th edition. Thousand Oaks, CA: Pine Forge Press, 2011a. SASSEN, Saskia. When the City Itself Becomes a Technology of War. Theory, culture & society, vol. 27(6), p. 33-50, 2010. SASSEN, Saskia. Ciudad y globalizacion. Quito, Ecuador: FLACSO, 2011. SASSEN, Saskia. “The global city and the global slum”. SASSEN, Saskia. “La Salada: The Largest Informal Market in South America”.
http://blogs.forbes.com/megacities/2011/03/22/the-global-city-and-the-globalslum/#more-33. 2011. http://blogs.forbes.com/megacities/2011/03/28/la-salada-the-largest-informalmarket-in-south-america/. 2011.
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