FILMES E VÍDEOS DE ARTISTAS
Coleção Itaú Cultural
Programa Educativo em Artes Visuais
da Fundação Clóvis Salgado
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Caro ProfessoR,
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Coletas, BrĂgida Baltar
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Este material educativo é um convite ao diálogo entre a escola e as instituições culturais. Acreditamos que a oferta de uma programação aberta com exposições, oficinas, visitas mediadas, visitas temáticas e publicações disponíveis na rede e em formato impresso possam contribuir para o aprofundamento do diálogo, para os desdobramentos possíveis de uma ação educativa em sala de aula e para instigar os alunos com conteúdos sensíveis, que permitam a você muitas abordagens da arte. Assim, disponibilizamos mais este material e o convidamos a conhecer os espaços expositivos da Fundação Clóvis Salgado e a participar conosco das atividades educativas oferecidas. São três galerias de arte e um espaço multiuso no Palácio das Artes (Galerias Alberto da Veiga Guignard, Genesco Murta, Arlinda Corrêa Lima e Espaço Mari’Stella Tristão) e um Centro de Arte Contemporânea e Fotografia que recebem, no decorrer de todo o ano, mostras artísticas de diversas temáticas, com recortes curatoriais que permitem leituras da produção contemporânea de arte, de acervos e coleções com linguagens específicas ou abordagens históricas. Essas exposições têm entrada gratuita e acontecem de terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h, e aos domingos, das 16h às 21h. A Fundação Clóvis Salgado conta com um programa educativo em artes visuais, com atuação permanente nos espaços das galerias de arte e que atende à demanda do público espontâneo e agendado. Sinta-se à vontade para solicitar a visita com acompanhamento de educadores sempre que desejar. São oferecidas visitas temáticas nos fins de semanas, oficinas para professores, além de um espaço especialmente destinado à pesquisa e à experimentação artística das questões abordadas nas exposições. Para mais informações sobre as exposições e atividades, acesse o site fcs.mg.gov.br, ou entre em contato pelos telefones (31) 32367363 e (31) 32367389. Este material foi desenvolvido pela equipe de arte-educação da Fundação Clóvis Salgado como uma ação complementar e integrante às visitas à exposição. Nele, você encontrará informações, questões e proposições educativas para introdução ao conteúdo da exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural, que poderão ser utilizados com os alunos antes, durante e depois da visita. As visitas às exposições podem proporcionar aos alunos uma oportunidade de aprendizado e aproximação do meio artístico, potencializando o trabalho em sala de aula, estimulando a observação, o pensamento crítico e o questionamento. Esperamos que você faça uma ótima visita, e que este material prolongue na sala de aula as discussões iniciadas no espaço expositivo.
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Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural A Coleção de Filmes e Vídeos do Itaú Cultural é uma contribuição pioneira por parte de uma instituição cultural. Formaliza, através da aquisição, conservação e restauração, a constituição de um acervo permanente de obras audiovisuais, produzidas no País nas últimas cinco décadas. Alguns aspectos motivaram a formação dessa coleção e valem ser destacados. O primeiro, talvez o mais fundamental, propõe resgatar a importância da produção pioneira, trazendo ao olhar contemporâneo a força inventiva dessas imagens. Remasterizando e recuperando filmes e vídeos de artistas como Nelson Leirner, Letícia Parente, Regina Silveira, entre outros, a coleção visa conservar obras passíveis de deterioração, pela própria obsolescência da tecnologia. O segundo aspecto aproxima a coleção das novas gerações de artistas que trabalham com o audiovisual, e que criam, através deste instrumental de sons e imagens, linguagens muito específicas. Vale destacar os trabalhos de Éder Santos, Cao Guimarães, Brígida Baltar, Thiago Rocha Pitta, Rivane Neuschwander, Sara Ramo e Luiz Roque, por apresentarem em suas criações modos muito originais de trabalhar a imagem em movimento. Esta exposição na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, em Belo Horizonte, é a primeira reunião desses trabalhos que compõem a coleção Itaú Cultural e revelam, por suas qualidades estéticas, a relevância da produção brasileira contemporânea de filmes e vídeos de artistas.
Passagens no. 1, Anna Bella Geiger
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Com a palavra, o Curador, Roberto Cruz Fale um pouco sobre as primeiras produções de videoarte no Brasil, dentro dos contextos social, cultural e econômico. Viveu-se no Brasil, no período que transcorre do final da década de 1960 até os anos da redemocratização no início da década de 1980, um momento de afirmação da cultura nacional contemporânea e da necessidade de identificação com as correntes artísticas internacionais. Vitimado pelo domínio de uma doutrina política de restrições e pouca liberdade de expressão, o artista divagava entre a herança do neoconcretismo, as tendências da nova objetividade brasileira e o interesse pelos novos suportes. Como ressalta Daisy Peccinini, “uma nova sensibilidade ia se definindo marcada por estes fatos [...], em coerência com a oposição e a marginalidade assumidas por vários artistas”. Nesse contexto, o slide, o super-8 e o vídeo portátil eram mídias recentemente desenvolvidas e estavam destinadas ao mercado de consumo doméstico. Motivados pela potencialidade que essas tecnologias ofereciam como formas de expressão de linguagem, os artistas passaram a experimentar com esses novos meios. Foi quando se destacaram os artistas que trabalhavam com slides – produção denominada de audiovisual-arte por Frederico Morais –, os que criavam filmes experimentais em super-8 e as primeiras gerações de videoartistas brasileiros. Foi com o formato super-8 que se efetivou propriamente uma produção de filmes autorais e experimentais no País, na qual se observa uma intersecção entre as práticas artísticas daquela época e a utilização do suporte cinematográfico. A escolha do super-8 tem uma causa evidente: era o formato mais acessível em termos econômicos e operacionais para a maioria dos realizadores. A portabilidade da câmera,
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a facilidade do processo de revelação e do aspecto artesanal que implicava a montagem do filme, cortado e colado manualmente na moviola, favorecia o uso desse formato, por permitir a prática do exercício do processo criativo de maneira individual ou em pequenos grupos. “O super-8 é realmente uma nova linguagem, principalmente quando também está livre de um envolvimento mais comercial com o sistema. É a única fonte de pesquisa, a pedra de toque da invenção”, afirmava Lygia Pape. Uma característica específica pode ser sublinhada na produção dos artistas do vídeo brasileiro em sua fase pioneira. A maioria dos trabalhos consistia fundamentalmente no registro do gesto performático do artista. Eram narrativas baseadas na representação de um tempo contínuo, que não se interrompia e que refazia o instante do presente das imagens e do momento em que foram realizadas. Nomes emergentes das artes visuais dos anos 1970, como Ivens Machado, Letícia Parente, Paulo Herckenhoff, Sônia Andrade e Anna Bella Geiger passaram a se interessar pelo vídeo e pela praticidade em registrar o ato artístico. Em trabalhos como Made in Brasil (1974), de Parente, e Estômago embrulhado (1976), de Herckenhoff, o Portapack era utilizado para documentar bizarros atos comportamentais destes artistas, que bordavam com agulha e linha na própria pele da sola do pé a frase título do vídeo ou literalmente mastigavam e engoliam notícias recortadas de um jornal.
E quanto à produção atual de videoarte brasileira? O que mudou nesses contextos e que contribuiu ou prejudicou os artistas e seus trabalhos? Foi no decorrer da segunda metade da década de 1990 que as relações entre vídeo, cinema e artes visuais se evidenciaram no Brasil. As exposições de arte, mostras e festivais passaram a apresentar com mais frequência trabalhos que conjugavam essas variadas formas de exibição de obras audiovisuais. Essa convergência, tardiamente percebida no País em relação ao contexto internacional, se deveu essencialmente a uma miscigenação das práticas criativas, o que permitiu aos artistas passar a transitar por meios e suportes menos ortodoxos, como a fotografia digital, as instalações e o próprio vídeo, que se transformou numa ferramenta cada vez mais acessível em função de seu desenvolvimento tecnológico acelerado. Como observa Aracy Amaral, “inteligência e manuseio familiar da tecnologia de última geração surgem hoje como um atributo inalienável do artista jovem. [...] As ferramentas e mesmo a imagética dos meios eletrônicos passam a ser o modelo, e a videoimagem passa a ser trabalhada, incorporada,
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poetizada”. As propostas passam a ser as mais diversas possíveis e a consequência disto é que o elenco de projetos e obras apresentados no contexto mais recente da arte brasileira torna-se plural e multifacetado, evidenciando o hibridismo dos formatos e estilos. *Roberto Moreira S. Cruz, curador independente e produtor cultural. É doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC_SP e mestre em Comunicação e Cultura pela Univ. Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi gerente do Núcleo de Audiovisual do Itaú Cultural (2001 - 2011), onde coordenou projetos na área de cinema, vídeo e artes visuais, e foi curador de diversas exposições. Idealizou e coordenou os projetos MADE IN BRASIL _ TRÊS DÉCADAS DO VÍDEO BRASILEIRO (2003-2004) e VISIONÁRIOS _ AUDIOVISUAL NA AMÉRICA LATINA (2008-2009). Atualmente realiza consultoria para o Itaú Cultural na aquisição e constituição da coleção de filmes e vídeos de artistas da instituição.
Domingo, Rivane Neuenschwander
BIBLIOGRAFIA: Quer saber mais e conhecer o movimento da videoarte no Brasil? Procure o livro Made In Brasil: três décadas de vídeo brasileiro, da Editora Iluminuras, 2007, com organização dos textos por Arlindo Machado.
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Cinema, Éder Santos
CINEMA, TELEVISÃO, VIDEOARTE ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
No final do século XIX os irmãos Lumière apresentaram o primeiro aparelho que projetava imagens através de luz e que culminou hoje no que é o cinema. A partir dessa possibilidade de manipular uma cena e reproduzi-la, surgem os primeiros exploradores dessa nova arte, como Georges Méliès, que produziu inúmeros filmes do gênero de ficção. Nas primeiras décadas do século XX foi apresentada a televisão, uma tecnologia mais avançada que transmitia imagem e som através de ondas de radiofrequência. Após a Segunda Guerra Mundial, essa invenção tornou-se mais acessível devido aos grandes desenvolvimentos obtidos nas tecnologias para transmitir informações durante a guerra. Instantaneamente esse tubo de vidro emissor de luz passa a hipnotizar milhões de espectadores. Somente em meados dos anos 1960, com o lançamento de um aparelho digital portátil (Portapack), foi possível filmar e editar sem a necessidade de outros apetrechos tecnológicos. Esse novo aparelho, na maioria das vezes importado do Japão, permitia maior flexibilidade na construção de um vídeo, tendo a possibilidade de não ser editado linearmente, pois não utilizava o suporte físico da película (como utilizado nas câmeras analógicas), dispensando espaços como a ilha de edição, e tornando todo o processo mais barato e dinâmico. Surge assim a Videoarte.
Portapack: primeira câmera
de mão desenvolvida nos anos 1960 pela Sony. Consistia de um sistema de gravação que podia ser transportado por uma só pessoa. A Portapack tornou possível gravar imagens enquanto se está em movimento, sendo composta de uma câmera, uma bateria e uma tela de vídeo na qual era possível assistir ao que foi gravado.
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Cinema expandido Novas formas de produção, exibição e recepção de vídeos Nos anos 1950 e 1960 surgiram os conceitos iniciais do movimento que então seria conhecido como Expanded Cinema. Buscando trazer o espectador para uma posição mais participativa em relação à obra, os videoartistas experimentaram inúmeros recursos de projeção, incluindo a inserção de elementos cenográficos no espaço de exibição. Eles buscavam proporcionar ao público uma relação diferente com o espaço, convidando-os a interagir com as obras, e distanciandose, então, da proposta das convencionais salas de cinema. No Brasil muitos artistas exploraram várias vertentes da videoarte. Hélio Oiticica* propôs os Quasi-Cinema, que eram uma introdução às experiências ambientais e fílmicas produzidas na década de 1970, questionando o cinema narrativo e a posição apenas contemplativa do espectador, ao propor espaços sensoriais através dos suportes cinema, fotografia e som, de forma a mudar o sentido do tempo, recusar o objeto acabado e convidar o público à vivência corpórea. Eram instalações multimídia que se desdobrariam nas produções contemporâneas de videoinstalações. Hélio Oiticica - RJ (1937 – 1980) Artista Brasileiro, destacado por seu caráter experimental e inovador.
A arte de desenhar, Regina Silveira
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Para discutir/pensar
Essas questões nos permitem avançar na discussão sobre as diferentes formas de exibição instalativas, que retiram o sujeito do lugar e demandam o deslocamento físico pelo espaço. Se a obra exposta na galeria exige um deslocamento físico e corporal, a projeção exige um percurso de percepção entre os acontecimentos e narrativas que se desenrolam e se distendem no plano, a sequência do filme.
Se todos os vídeos da exposição compusessem apenas um longametragem, em que ordem você os colocaria?
Bibliografia: Quer ver um pouco da produção do Cinema Novo no Brasil? Veja o filme Terra em transe (1967), do diretor Glauber Rocha, e também o filme Rio, 40 graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos.
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A exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural traz à tona diversas palavras que servem de ponto de partida para desdobrar conceitos. Abaixo, estão algumas delas. Quais você conhece, e quais desconhece? E quais palavras você acrescentaria aqui?
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SINOPSE DAS OBRAS Cinema
Éder Santos 13 min, Brasil, 2009 Projeção em single channel No interior de Minas Gerais, as coisas têm um tempo próprio. Uma lâmpada, a chuva, um menino jogando bola, o arame farpado. Elas se movem como imagens, como no cinema. Um dos trabalhos mais recentes de Éder Santos, em que a imagem e a narrativa extrapolam os aspectos prosaicos do cotidiano e da natureza, transformando-os em fenômenos poéticos reveladores.
Domingo
Rivane Neuenschwander 5min17seg, Brasil, 2010 Projeção em single channel Um papagaio, ao comer sementes, provoca inusitadas interferências na narração radiofônica de uma partida de futebol. Rivane Neuenschwander apresenta aos espectadores aspectos visuais de pequenos acontecimentos, que passam quase sempre despercebidos. A questão da linguagem é um dos elementos mais recorrentes em suas obras. A artista se utiliza de alfabetos e outros códigos de representação verbal e não verbal, desautomatizando seus significados.
El Pintor Tira el Cine a La Basura [O pintor joga o cinema no lixo]
Cao Guimarães 5 min, Brasil, 2008 Projeção em single channel No espaço de uma galeria, o vídeo "Da janela do meu quarto", de autoria do próprio Cao Guimarães, é projetado sobre a parede, enquanto um pintor dá os últimos retoques na montagem. Estranhamente, a imagem projetada e a tela se misturam numa única superfície, transformando-se em objeto. A partir desta metáfora, Cao Guimarães propõe ironicamente uma reflexão sobre os caminhos que o cinema pode tomar.
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Translado
Sara Ramo 8 min, Brasil, 2008 Projeção em single channel Num ambiente doméstico, um quarto vazio e uma mala de viagem. Inusitadamente, a artista começa a retirar uma infinidade de objetos de dentro da valise. Ao se apropriar de elementos e cenas do cotidiano, deslocando-os de seus lugares de origem e rearranjandoos, Sara Ramo cria estratégias formais e conceituais, numa encenação constante de mapeamento da realidade.
Planeta Fóssil
Thiago Rocha Pitta 10 min., Brasil, 2010 Projeção em single channel Frequetemente explorando os elementos da natureza em seus trabalhos, o artista recria através da linguagem do vídeo, um ambiente primário, em que a água, o fogo e a terra, estão em plena mutação. Como uma reconstituição alegórica da transformação destes elementos, o vídeo cria sensações plásticas e visuais semelhantes à representação da arte abstrata.
Coletas
Brígida Baltar Brasil, 2004 3 telas LCD Performance realizada em 3 situações em um cenário bucólico, em que a artista coleta em um pequeno frasco a atmosfera destes lugares. Relacionando o enquadramento da imagem com o espaço-tempo da narrativa, o vídeo constitui-se como a obra em si, criando uma relação intrínseca entre o ato da performance e a sua exibição nas telas de vídeo.
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Projeção 0 e 1
Luiz Roque Looping, Brasil, 2012 Projeção em duas telas preparadas, dispostas uma em frente à outra Entre duas projeções análogas, a paisagem e a luz solar são estilhaçadas por uma superfície artificial e trasparente. O espectador, ao invés de olhar a paisagem, se sente observado por ela. Gravado com uma câmera que alcança 2500 frames por segundo, (o usual são 30 frames por segundo), este trabalho trata das formas de representação da imagem. Como em uma pintura de Magritte, a realidade se fragmenta e se deforma através de simulacros.
Marca Registrada
Letícia Parente 11 min, Brasil, 1974 Formato original: Portapack Um monitor de iconoscópio Em um único plano detalhe, sem cortes, a artista costura com agulha e linha em seu próprio pé a frase "Made in Brasil". Considerado um dos primeiros trabalhos de videoarte realizado no Brasil, Letícia Parente relaciona sua proposta conceitual e performática com a imagem eletrônica.
Passagens no. 1
Anna Bella Geiger 10 min, Brasil, 1974 Formato original: Portapack Um monitor de iconoscópio Por meio da reiteração de uma mesma ação numa narrativa sem começo nem fim, o vídeo busca a expressividade formal dos elementos e de aspectos psicológicos durante uma subida de escadarias. Anna Bella Geiger faz parte da geração de artistas pioneiras que na década de 1970 utilizaram o vídeo como forma de expressão artística.
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A arte de desenhar
Regina Silveira 5 min, Brasil, 1977 Formato original: Portapack Um monitor de iconoscópio (tubo) de 20 polegadas No video, mãos procuram imitar gestos desenhados na forma de silhuetas gráficas. Os acertos das sucessivas imitações são marcados por salvas de palmas. Um dos trabalhos pioneiros realizados em video por Regina Silveira no contexto dos anos 1970 e início de 1980. O gesto e a interferência corporal são elementos narrativos intrínsecos ao significados da linguagem forjada na performance.
Homenagem a Steinberg‐ Variações Sobre um Tema de Steinberg: As Máscaras Nº 1 Nelson Leirner 7 min, Brasil, 1975 Formato original: super-8 Projeção em single channel
Em pleno contexto da ditadura militar no Brasil, figuras de metáforas são apresentadas como forma de representar os hábitos e costumes da classe média brasileira e da sociedade de consumo. Personagens com acessórios inspirados nas famosas criações do artista plástico Steinberg. Usando máscaras pintadas sobre sacos pardos de supermercado, surgem em atividades do cotidiano: fazem compras, desfilam, se encontram. Um dos poucos trabalhos de Nelson Leirner, realizados em super-8, e que explora os mesmos signos de suas esculturas e objetos.
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PROGRAMAÇÃO Filmes e vídeos de artistas na Coleção Itaú Cultural Visitas mediadas .................................................................... Atendimento permanente de arte-educadores nas galerias e no Espaço Educativo, de terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h, e aos domingos, das 16h às 21h. Agendamento de visitas para grupos pelo telefone: 31 3236 7363 /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Visitas temáticas ................................................................... Visitas com assuntos específicos das exposições. Aos sábados e domingos em diferentes horários - consulte o site fcs.mg.gov.br Informações no balcão de informações e no Espaço Educativo. /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Oficina para professores e educadores ............................... “Videoarte: entre a história e o experimental”, ministrada por André Hallak. Dia 06/12/2012, das 9h30 às 18h. Inscrição gratuita e mais informações no site fcs.mg.gov.br /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes ............................ Mostra Interseções: cinema e artes visuais – mostra de filmes e vídeos realizados por artistas ou em aproximação com a linguagem das artes visuais. De 11 a 16 de dezembro de 2012. Mais informações e programação no site fcs.mg.gov.br
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GLOSSÁRIO Audiovisual: é um termo genérico para designar uma linguagem que combina imagem e som para se comunicar; Cinema Expandido: linguagem audiovisual ampliada para além das salas de exibição tradicional;
Frames: no cinema, a imagem em movimento é apresentada em 24 frames por segundo. Cada frame refere-se a uma imagem estática, como uma fotografia;
Fruição: desfrutar de algo, extraindo algum proveito; Happenings: acontecimentos. Este termo foi criado no final da década de 1950 para definir uma forma de arte que combina artes visuais e teatro sem texto nem representação. Nos espetáculos, distintos materiais e elementos são orquestrados de forma a aproximar o espectador, fazendo-o participar da cena proposta pelo artista (nesse sentido, o happening se distingue da performance, na qual não há participação do público). Os eventos apresentam estrutura flexível, sem começo, meio e fim;
Instalações multimídia: forma de comunicação com utilização de múltiplos meios: sons, imagens, textos, vídeos, animações;
Moviola: mesa de montagem de filme, na qual a película é manuseada e editada; Neoconcretismo: movimento artístico iniciado no final da década de 1950 no Rio de Janeiro, que se fez “particularmente em face da arte concreta levada a uma perigosa exacerbação racionalista” (Ferreira Gullar, 1959). Um manifesto idealizando esse movimento foi assinado em 1959 pelos artistas: Amilcar de Castro, Ferreira Goulart, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, entre outros; Ortodoxo: aquilo que segue exatamente o que dizem as regras; Portapack: primeira câmera portátil de gravação de vídeo;
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Quasi-Cinema: termo proposto pelo artista Hélio Oiticica, procurava fazer com que o espectador não ocupasse uma posição passiva em relação a uma obra de arte; Slide: dispositivo em preto e branco ou em cores para projeção de quadros inanimados em cinemas, televisão, salas de conferências, salas de aula, ou ao ar livre; Super-8: é um formato cinematográfico desenvolvido nos anos 1960. Seu baixo custo em relação aos formatos disponíveis no mesmo período e a sua alta qualidade o tornaram muito popular.
Translado, Sara Ramo
ANEXOS Pranchas/Frames ................................................................. Acompanham este material sete pranchas, algumas com imagens das obras e perguntas no verso para o trabalho em sala de aula, e uma série de imagens contendo frames dos trabalhos de Sara Ramo (Translado), Letícia Parente (Marca Registrada), e Luiz Roque (Projeção), todos presentes na exposição Filmes e Vídeos de Artistas na Coleção Itaú Cultural.
Cartão-Postal ........................................................................ O cartão-postal surge da vontade e necessidade do Espaço Educativo de dialogar com você, partindo do desejo de ouvir suas experiências com as exposições, com o material educativo e até com a equipe de educadores. Anote, escreva ou desenhe o registro que você quiser, vá até os Correios e o envie para nós. Caso prefira, pode entregá-lo para nós, pessoalmente.
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Filmes e vídeos de artistas na coleção Itaú Cultural 22 de novembro de 2012 a 6 de janeiro de 2013 terça a sábado, 9h30 às 21h - domingo, 16h às 21h Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Palácio da Artes Av. Afonso Pena, 1537, Centro. Belo Horizonte
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Governador do Estado de Minas Gerais: Antonio Augusto Junho Anastasia Vice-governador do Estado de Minas Gerais: Alberto Pinto Coelho Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais: Eliane Parreiras Secretária Adjunta de Estado de Cultura de Minas Gerais: Maria Olívia de Castro e Oliveira
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO Presidente: Solanda Steckelberg Vice-presidente: Bernardo Correia Diretora Artística: Edilane Carneiro Diretora de Ensino e Extensão: Patrícia Avellar Zol Diretora de Marketing, Intercâmbio e Projetos Institucionais: Cláudia Garcia Elias Diretor de Planejamento, Gestão e Finanças: Luiz Guilherme Melo Brandão Diretora de Programação: Sandra Fagundes Campos Gerente de Artes Visuais: Fabíola Moulin Mendonça Assessora da Gerência de Artes Visuais: Tatiana Cavinato Chefe de Departamento de Artes Plásticas: Junia Fatorelli Carneiro Chefe de Departamento do Centro de Arte Contemporânea e Fotografia: Rodrigo Gonçalves da Paixão Assessora do Departamento de Artes Plásticas: Liliane Antunes Produtora do Departamento de Artes Plásticas: Sheila Katz Assessora Administrativa: Lorena Fassy Assistente de Suporte Administrativo: Jairo de Oliveira Assistente de Gestão: Darkan Viana Almeida Analista Cultural: Fernando Pacheco Montagem: Edivaldo Gomes da Cruz e Ronaldo Braz da Silva Estagiários: André Murta, Afonso Scliar, Artur Lisboa e Gabriela Guimarães Assessora-chefe de Comunicação Social: Paula Senna Assessoria de Imprensa: Ana Paula Barbosa e André Campos Relações Públicas: Sílvia Bastos Publicidade: Larissa Batista, Samanta Coan e Bruno Mourão Website: Gustavo Monteiro e Gabriela Rosa
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Educativo Ação Educativa: Emmanuela Tolentino Coordenação de Equipe: Livia Seymour Supervisores/Ação Educativa: Alex D’ates e Bianca Spósito Educadores: Ana Luiza Neves, Carolina Mazzini, Clarice Steinmuller, Daniela Eugênia, Fernanda Albuquerque, Gabriela Brasileiro, Karolina Penido, Lucas Braga, Matheus Fleming, Morgana Mafra, Naíra Duarte, Poliana Xavier e Priscila Rezende. Revisão de textos material educativo: Trema Textos Design Gráfico Material Educativo: Samira Motta Correalização
ITAÚ CULTURAL Curadoria: Roberto Moreira S. Cruz Expografia: Opa Cenografia Concepção e realização: Itaú Cultural
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