Ano 2 • # 10 • Novembro de 2009 • Distribuição Gratuita Acesse: www.ubatubaemrevista.com.br
batuba U em revista
VIDA A BORDO
Viver no mar é sonho para alguns e realidade para poucos. Conheça mais sobre esse estilo de vida, relatado por Heloísa Schürmann, membro da família Schürmann, famosa por ser a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro. por Ana Maria Pavão
Tia Helô na história do teatro pg 06
Família Dantas feras do surf
Bate-Papo com Amyr Klink
LEI DA FILA NOS BANCOS
Ecoturismo na Cachoeira da Laje
pg 18
pg 26
pg 40
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EDITORIAL Ubatuba em Revista Ano 2 • #10 • Novembro 2009 A Ubatuba em Revista é uma publicação mensal da Sapere Editora e Maxxi BR Agência de Comunicação e Publicidade. É distribuida gratuitamente nas cidades: Ubatuba, São José dos Campos, Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Paraibuna, Tremembé, Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Campinas, Itu, Caçapava, Cunha, São Paulo e Paraty. Lista detalhada dos pontos no site: www.ubatubaemrevista.com.br
Direção Geral Ana Maria Pavão • João Moreira
DIRETOR Comercial Antonio Eiras antonio@ubatubaemrevista.com.br (12) 9781-3396
direto da redação
Especial de náutica Preparamos para essa edição um especial sobre náutica, que contempla a matéria da capa, que trata sobre a vida a bordo de um veleiro, com informações relatadas por nada menos do que a família Schürmann, pioneira no Brasil em dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro. Heloísa Schürmann em sua aventura, ainda teve as dificuldades e os prazeres de educar 3 filhos em alto mar. Além dessa matéria, também temos um relato, escrito pelo jornalista Sergio Macedo, que vive a bordo do veleiro Yanan, atualmente ancorado em Ubatuba. Sergio conta sua experiência pessoal nos mares, que vive ao lado da mulher Rita. Também no especial de náutica, trazemos uma entrevista exclusiva com o conceituado Amyr Klink, um dos nomes mais famosos do ramo náutico. Amyr fala um pouco da experiência a bordo e de suas impressões nas passagens por Ubatuba, imperdível. Iniciamos também nessa edição, a coluna de reportagem, na qual iremos trazer sempre alguma matéria de utilidade pública. Nessa primeira coluna, trata-se de uma reportagem sobre a questão da fila nos bancos, que segundo constatamos, apesar da lei existir há 8 anos por aqui, alguns bancos ignoram a questão. Isso só acontece devido a falta de fiscalização. Vamos ficar de olho e continuar esse assunto nas próximas edições. Se você tiver sugestões para as próximas reportagens, envie para Ana Maria Pavão Editora Chefe nós no email redacao@ubatubaemrevista.com.br Escreva para nós! Envie seu comentário, crítica ou sugestão redacao@ubatubaemrevista.com.br
Editora Chefe e Jornalista Responsável Ana Maria Pavão • MTB: 54599 ana@ubatubaemrevista.com.br
LEITOR
Fiquei feliz em ver Halu Gamashi na revista. Sou sua paciente há alguns anos e espero que Ubatuba saiba recebe-la. É uma pessoa muito especial que busca aqui no Brasil um apoio e reconhecimento que já tem na Europa. Vanessa Ayu - São Paulo
Contatos (12) 3833-9035 / (12) 9163-9128 contato@ubatubaemrevista.com.br
Capa Arquivo pessoal família Schürmann
Apesar de só ter lido uma vez a Ubatuba em Revista, adorei o trabalho de vocês! As matérias são interessantes não só pra quem mora em Ubatuba, como para aqueles que amam a cidade. As colunas são muito bem escritas e seu tom poético dá a graça e a leveza, características dessa cidade tão linda. Sou de Taubaté, mas faço jornalismo na PUC de Campinas e queria parabenisá-los pelo trabalho. Lígia Antoniazzi - Taubaté
Colaboradores Luis Pavão • Andreza Pavão Lúcia Capuano • Claudia Oliveira Emílio Campi • Rodrigo C. A. Silva Heyttor Barsalini • Regina Teixeira Julinho Mendes
TIRAGEM 10.000 exemplares - Auditados pela ACIU
fala que escutamos
Leia a Ubatuba em Revista também em sua versão semanal, publicada no site toda sexta-feira. www.ubatubaemrevista.com.br
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FALHA NOSSA: Publicamos na última edição a matéria de ecoturismo entitulada “Trilha do Corisco”, mas na verdade a matéria se tratava da Trilha do Picadão da Barra. A matéria da Trilha do Corisco segue na edição atual. 4
ba OUTUBRO 2009 Ubatu em revista
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CARDÁPIO
as novidades do mês
Cultura, História E CURIOSIDADES 06 • Uma História Chamada Tia Helô 07 • Teatro á vista 08 • A educação informal na preservação da cultura 10 • Café com pitadas de história 12 • Culinária Caiçara 14 • A arte, a cultura e a lembrança 15 • O jundú de nossas praias
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Turismo e Meio Ambiente 16 • Verão Cidadão 17 • Salvos pelos Excluídos 28 • Trilha do Corisco 29 • Cachoeira da Laje 30 • Vermelha do Centro 31 • Praia do Alto 32 • Palmito Juçara 33 • Ilha Anchieta, destino internacional indicado pelo jornal “El Pais” 34 • Cachoeiras, o Lazer pode ir por água abaixo
ESPECIAL NÁUTICA
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20 • Marinas e o turismo náutico 22 • Capa: Vida a bordo 25 • Relato de vida no mar 26 • Bate-papo com Amyr Klink
Tendências e Compras 19 • Consumo 42 • Guia Comercial ba 5 OUTUBRO 2009 Ubatu em revista
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36 • Livros - Títulos em Destaque 37 • Filhos - Da Gravidez aos 2 Anos de Idade 38 • Cinema 39 • Agenda Cultural
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Radar
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18 • Família Dantas e o surf 40 • Filas sempre à vista. Lei? Só no papel.
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CULTURA
história, memória e cultura do povo daqui
Uma História Chamada Tia Helô
a oportunidade de conhecer o trabalho de vários deles.” Tia Helô conta ainda da tradição que Ubatuba tinha de receber espetáculos: “Minha sogra (Paula da Graça Teixeira, de família tradicionalmente de músicos - avó de Renato Teixeira) contava que, no início do século XX, sempre tinha companhias de Teatro se apresentando por aqui. Vinham do Rio de Janeiro, de navio.” Na década de 1980, Tia Helô também trabalhou com rádio, num programa que se chamava “De Mulher pra Mulher”, onde dava conselhos femininos, dicas de saúde e estética. Além de atriz, professora e apresentadora é autora de muitos poemas conhecidos pelos ubatubanos. Do alto de seus 82 anos de idade, ela tem a resposta na ponta da língua, prá quem a chama de senhora: “Senhora é a comadre da sua madrinha!” Justamente, o Teatro que está sendo construído em Ubatuba vai se chamar TIA HELÔ, com quem temos a alegria e o privilégio de conviver. U
Nossa familia é assim: cada geração fazendo o melhor.
Desde 1908 como referência na gastronomia paulistana Rua Dr. Esteves da Silva, 18 - Centro Histórico Ubatuba/SP Tel. (12) 3832-1733
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Heloísa Maria Salles Teixeira, mais conhecida como Tia Helô, é um pilar de sustentação das Artes Cênicas de Ubatuba. Com certeza, a pessoa que mais vivenciou o Teatro nesta cidade e que mais histórias tem para contar. Vinda de Lorena, em 1947, aos 18 anos, Helô, que até então não podia manifestar sues dotes artísticos como cantora, porque a avó proibia a exibição pública dessas manifestações, em nome dos bons costumes de uma moça de família, aqui trabalhou por uma ano na Coletoria do Estado. No ano seguinte, decidiu seguir a profissão para a qual se formara e foi dar aulas em escolas distantes, locais chamados à época, de “roças” - Picinguaba era a mais distante. Ia até essas escolas, em barco de pesca ou no barco da ordem religiosa Assistência Litoral de Anchieta, comandada pelo padre alemão - que sofrera perseguições na cidade, ao final da 2a. Guerra, João Beil. Em 1950, já lecionando no Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, Tia Helô e sua colega Madre Glória, criaram turmas de Coral, Teatro e Dança com os alunos da escola. Nos anos seguintes, manteve esse trabalho artístico escolar, sempre apresentando o resultado dele no antigo Cine-Teatro Iperoig (onde hoje funciona a sede administrativa da Fundart). Com esses grupos de teatro escolar, montava fábulas de La Fontaine, adaptações de livros infantis e criações de própria autoria. Em 1982, os rumos do Teatro em Ubatuba mudaram: “Na época o Pedro Paulo era prefeito e foi ele quem trouxe para Ubatuba, o primeiro diretor profissional de Teatro, o Paulinho Yutaka. A Prefeitura dava estrutura e surgiram os primeiros grupos da cidade. Lembrome muito bem do grupo Espalha. Esse grupo era muito bom.” A partir disso, Tia Helô sempre esteve ligada aos grupos locais, integrando elencos ou trabalhando nos bastidores: “Montamos diversas peças da dramaturgia clássica - Lisístrata, Escola de Mulheres, O Avarento, Romeu e Julieta, O Noviço e A Farsa de Inês Pereira. Também textos de criação coletiva, como foi Um Burrinho Chamado Zé. Sempre existiam diretores de fora vindo trabalhar conosco. Tive
Foto: João Moreira
por HEYTTOR BARSALINI
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Teatro á vista O teatro que
está sendo construído no segundo andar do que será o Centro do Professorado de Ubatuba terá capacidade para 500 pessoas, com seis vagas para portadores de necessidades especiais. O palco italiano terá área total de 250 m², sendo 13,5m de “boca de cena” e 5,8 m de altura. Haverá dois pavimentos para quatro camarins, com sanitários. Para o acesso ao teatro haverá de um lado uma escada e de outro uma rampa para acesso de deficientes. O teatro contará com sistema de ar condicionado, gerador de energia, iluminação e som. No andar inferior, estará a bilheteria, guardavolumes, café, salas da administração, sala de estar, quatro salas de aula, além de copa e sanitários exclusivos para professores O Centro do Professorado será um espaço dedicado à realização dos mais diversos eventos culturais e artísticos, suprindo a necessidade que o município possui de um teatro para receber peças teatrais, shows, palestras, workshops, atividades pedagógicas, atendendo toda a rede de ensino. U
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Localizada em um local privilegiado, a poucos passos de um mar cristalino, e abraçado pelo verde, por ilhas e pelo céu intensamente azul. O conforto de suas modernas instalações, a cozinha de classe internacional, bem como sua adega, fazem da Pousada Maranduba o lugar perfeito para relaxar. Para quem procura paz, sossego e charme. Com direito a fazer tudo que a rotina do dia-a-dia não permite.
CULTURA
A educação informal na preservação
da cultura
Foto: João Moreira
por HEYTTOR BARSALINI
Vivemos o momento
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histórico do cientificismo. Desde o final da segunda guerra mundial, tecnologia e conhecimentos racionalizados são exacerbadamente valorizados. No século 21, então, todo esse conhecimento tecnológico está à mão da maioria da população do hemisfério norte e grande parte da população brasileira, na dorma de apetrechos como celulares que fotografam, filmam, transmitem informações; Leptops; i-phones com os quais pode-se ver com quem se fala à distância, pode-se acessar informações de qualquer parte do planeta, enfim, pode-se ativar, constantemente, as áreas racionais e intelectuais do cérebro.
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Nessa toada está a compreensão do que seja Educação. Preservamos um sistema de transmissão de conhecimentos e desenvolvimento intelectual que leve nossos descendentes, cada vez mais para altos graus do reconhecimento científico: graduação universitária, MBA, pós-graduações, mestrados e doutorados (exigidos pelo mercado de trabalho). Tudo bem, até nos darmos conta de que algumas coisas importantes da educação que havia em casa, no convívio com os vizinhos, nas descobertas espontâneas e empíricas sobre o mundo, suas pessoas e suas coisas, ficaram para trás e nossas crianças de hoje têm mais dificuldade de relacionamento social, porque as salas de aula, o excesso de informações passadas e cobradas nas escolas, e o estímulo à comunicação “internética” (individualizada e, na verdade, muito solitária) não lhes ensinam o desenvolvimento emocional que só a prática da vida oferece. Num tempo – não muito distante – em que as cidades grandes ainda não estavam povoadas pela neurose de violência e correria familiar diárias e era possível que as crianças brincassem nas ruas e descobrissem parte do mundo pelos seus olhos e vivências próprias, havia uma Educação Informal, que proporcionava um desenvolvimento natural do corpo (a consciência dele e suas capacidades expressivas, no espaço habitado) e da mente (o raciocínio sendo desenvolvido através do experimentalismo). Felizmente Ubatuba ainda tem boa parte dessa riqueza. É comum vermos crianças brincando nas praças e praias, experimentando e conhecendo o equilíbrio e a elasticidade de seus corpos num jogo de bola, num parque de madeira ou num “pique-esconde”, interagindo com outras crianças que ainda não conheciam (e cada qual trará sua bagagem cultural para trocar com as outras), explorando e conhecendo os locais por onde passam – ruas e seus moradores. E a riqueza dessa Educação Informal, precisamos preservar. Assim também se faz Cultura. U
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“Felizmente Ubatuba ainda tem boa parte dessa riqueza. É comum vermos crianças brincando nas praças e praias, experimentando e conhecendo o equilíbrio e a elasticidade de seus corpos num jogo de bola, num parque de madeira ou num pique-esconde, interagindo com outras crianças que ainda não conheciam”
CULTURA
Café com pitadas de história vai um pouco ai? por Claudia Oliveira
Degustamos e nos embriagamos pelo aroma da bebida, que ao segura-la em uma xícara nos permite ter em nossas mãos a história do grão que atravessou os séculos, navegou pelos mares, enraizou-se pelo planeta e transformou-se em riqueza. Cúmplice de grandes acontecimentos envolvendo nações, envolto por lendas, romances proibidos e muito trabalho.
A descoberta foi em Yemen na Arábia, quando cabras
pastavam e ao consumir o fruto mostraram-se animadas. Os árabes foram os primeiros a cultivar a planta e daí o nome científico de uma das espécies mais importantes, a Coffea arábica. A planta é nativa da Etiópia, país do continente africano. É conhecida há aproximadamente mil anos no Oriente Médio, na região de Kafa, e por isso o nome café.
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Interiores
Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor, em primeiro está os Estados Unidos. Mas sua trajetória antes de chegar em terras brasileiras foi extensa e rodeada de muitas histórias, passando por diversos países que guardavam a descoberta a sete chaves. O café também foi conhecido como bebida do diabo e tempos depois abençoado pelo Papa. Reconhecido como produto medicinal e renegado por algumas nações. Aqui ele chegou com ar romanceado e escuso. O jovem e oficial Palheta saiu daqui com a missão de pedir ao rei da França uma muda, uma vez que nosso solo era promissor. O pedido lhe foi negado, mas o romance secreto com a esposa do mesmo lhe rendeu bons frutos, digo os nossos frutos. Ela na despedida colocou escondida e corajosamente as sementes que prosperaram e garantiram nossa riqueza. Palheta chegou com as sementes em 1727 ao norte do país, no Pará. Mas foi no Rio de Janeiro que se iniciaram as grandes plantações, estendendo-se para Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba, porta de entrada ao estado de São Paulo e em pouco tempo, tomando conta do Vale do Rio Paraíba, depois Minas Gerais, e assim em todo o país, chegado ao norte do Paraná, hoje o maior cultivo nacional. Lembrando que Ubatuba pertencia neste tempo ao estado do Rio de Janeiro e por questões políticas e transferência do porto para Santos, passou a ser o sexto município de São Paulo em 26 de fevereiro de 1731. Naquela época aqui em Ubatuba existiam enormes plantações cafeeiras, por isso nossa mata atual é secundária em sua maior parte, hoje regenerada. Nossa cidade, com ares sedutores, está significativamente inserida em todos os momentos de grandeza nas páginas históricas de nossa nação, então porque não brindarmos com uma boa xícara de café, com um aroma irresistível e um sabor peculiar brasileiro? E depois: ‘Vá pela sombra’, aproveitando a expressão nascida nas varrições de café, onde os trabalhadores ficam varrendo as sementes em direção de sua própria sombra, acompanhando o movimento do sol para não comprometer a qualidade na secagem das sementes de café. U OUTUBRO 2009
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Foto: Heyttor Barsalini
Culinária Caiçara
por HEYTTOR BARSALINI
“A gente comia o que tinha”. Com essa frase,
quase emblemática, o Seu Ademir praticamente define o que era a culinária caiçara de antes de 1970. Numa cidade praticamente ilhada, há horas, se bem que a poucos quilômetros, de distância de outras mais promissoras, os habitantes da Ubatuba das décadas de 1940, 50 e 60, precisavam se conformar com o que havia à mão, para o preparo de seus pratos. Os ingredientes básicos, como muitos sabem, eram a farinha de mandioca (uma constante na alimentação caiçara), o peixe salgado e a banana. Acrescidos de eventuais pedaços de caça, que podiam ser porcos do mato, cotias, lagartos ou aves. Aliás, tanto quanto o caiçara, o caipira do interior também fazia uso comedido da proteína proveniente da caça. Um pedacinho de carne, vez ou outra, para enriquecer a alimentação. Arroz e feijão eram mais raros, dependendo de uma pequena e esporádica colheita de cultivo próprio ou de compra feita vez por outra, nalguma venda. E os temperos? Restringiam-se às ervas que se encontrava
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na mata ou que brotavam, seja espontaneamente ou por cultivo, às beiradas das casas. Se o que tinham era o coentro, era com ele que se temperava. Se não, com o que estivesse à mão, ou com nada, em muitas das vezes. Por sorte, delícias dessa culinária sobrevivem nos dias de hoje, pelas mãos de pessoas que mantém vivos traços essenciais dessa cultura, como o próprio Seu Ademir, um especialista em gastronomia e culinária caiçara e sua esposa, carinhosamente conhecida como Zezé. O café com garapa, os bolinhos de mandioca tostados na chapa de ferro, a farofa de ovas de peixe, o peixe seco assado, o pirão, a moqueca de cabeça de garoupa, o beiju de mandioca, a farofa de banana, os bolos de mandioca e fubá e o pé-demoleque caiçara são exemplos dessa rica culinária ainda preservada. “A gente comia o que tinha”, pode dar a impressão de que tinham pouco. Mas com esse “o que tinha”, foi criada uma boa e nutritiva variedade de pratos. Só de escrever dá água na boca. U
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Restaurante e Pizzaria de Frente para o Mar
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Do início ao fim do ano, viva aqui momentos inesquecíveis...
CULTURA
A pintura primitiva de João Teixeira Leite, toma como modelo a forma ingênua, retratando o sentimento da arte e pela arte do povo antigo. É um trabalho que merece muita atenção, pois preserva a memória cultural e histórica de nossa cidade.
A arte, a cultura e a lembrança João Teixeira Leite
texto e fotos: Julinho Mendes
O cenário, uma vez era o largo da Igreja Matriz, com
suas casas e construções coloniais em que se destacava o hotel Felipe e o Ubatuba Hotel de dona Idalina Graça. Outra vez era o largo do Sobradão do Porto, de onde se deslumbra a barra do rio Grande e o prédio do colégio Dr. Esteves da Silva, e sempre aos fundos, a imagem esplendorosa e única do pico do Corcovado, onde o sol se põe. Aconteciam ali as festas folclóricas que se estendiam durante o ano; era a religiosidade da festa do Divino, Folias de Reis, as Congadas, o difícil e belo bailar da Dança das Fitas e a alegre e espalhafatosa dança do Bumba-meu-boi; festividades estas que sempre eram acompanhadas pelos maravilhosos músicos e trovadores da cidade, que com suas admiráveis rabecas, violas, caixas e pandeiros, faziam a alegria do povo caiçara e turistas. Um menino não perdia nenhum detalhe e ficava maravilhado com toda beleza daquelas festas, das quais, como se fossem cica de banana, nunca mais saíram de sua memória. O menino era João, João Teixeira Leite, caiçara nato, filho de caiçaras. Já tinha o dom para as artes, e até então confeccionava amuletos de madeira, máscaras de papelão moldadas em argila, efígies e totens. Daí por diante João passou a pintar quadros. Com madeira e saco de trigo, confeccionava suas próprias telas, onde passou a retratar aquelas belíssimas construções antigas de Ubatuba, que ainda hoje algumas resistem ao tempo; também passou a retratar aquelas festas e danças. Assim então, sem que ele soubesse, ou até que de repente, nasceu a pintura primitiva de João Teixeira Leite, que toma como modelo a forma ingênua, retratando o sentimento da arte e pela arte do povo antigo. É um trabalho que merece muita atenção, pois preserva a memória cultural e histórica de nossa cidade. Usando óleo ou esmalte, com combinação de cores fortes e vivas, suas obras fizeram-se presente em exposições por diversas cidades brasileiras, e já ultrapassaram as fronteiras do país, adquiridas por turistas e colecionadores de todo o mundo. U
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texto e foto: JULINHO MENDES
O jundú de nossas praias Jundú não é uma espécie de planta e sim
um conjunto de vegetação de beira de praia, que vai de rasteiras gramíneas até arbustos que atingem dois metros de altura. Existem plantas comestíveis, ornamentais, floríferas, frutíferas, medicinais. Era no jundú que o caiçara construía seu ranchinho para abrigo de suas canoas, suas redes e materiais de pesca. Não existe praia sem jundú, ou pelo menos não existia, até a ação depredadora do homem. Hoje em muitas de nossas praias, o jundú de vegetação deu lugar ao jundú de alvenaria, são quiosques e muros de concreto que tiraram toda beleza e naturalidade das praias. O jundú é uma barreira natural de contenção do mar, e como “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” não ficará em pé um quiosque se quer ou qualquer pedra de concreto que tomou o lugar do jundú. É nosso dever proteger e denunciar qualquer ação de destruição que venha atingir o jundú de nossas praias. E como diz o caiçara: “Praia sem jundú é a mesma coisa que rosto sem sobrancelhas”. U
O Restaurante Prazeres do Mar dispõe da mais alta gastronomia, cozinha mediterrânea e contemporânea e também com a mais alta qualidade em Buffet para eventos corporativos e sociais de todos os portes, oferecendo cardápios personalizados para sua festa, seja ela formatura, bodas, casamento, debutantes, aniversário, work shop, congresso, entre outros. Temos espaço físico adequado para sua festa, com o charme e a sofisticação Prazeres do Mar. O restaurante é aberto ao público, oferecemos serviço de praia e café da manhã. OUTUBRO 2009
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MEIO AMBIENTE
preservação em 1o lugar
Verão Cidadão
por REGINA TEIXEIRA
Ao fundo, ilustração da aluna Nayara Karina, da escola municipal Honor Figueira.
Os resultados do Dia Mundial de Limpeza de Rios e
Praias indicam a urgência de programas de Educação Ambiental. Só em Ubatuba, foram coletados 10.324 itens, equivalentes a 804 kg de lixo. A ação foi realizada por 655 voluntários, que percorreram 22 km de praias, costeiras, mangues e rios, em sete dias. Os filtros de cigarro lideraram a lista, com 2.427 unidades, seguidos por 1.624 sacolas plásticas. Os números divulgados pela ONG ASSU-Ubatuba, coordenadora estadual do evento, serão enviados junto com os dados do mundo todo para a Comissão Intergovernamental Oceanográfica da ONU, que tenta convencer os países a se tornarem signaWWW.ROYALMARINE.COM.BR
tários do Tratado Internacional de Controle da Poluição Marinha. Em Itamambuca, a comunidade resolveu agir localmente, antecipando-se a um acordo global. Com o apoio da Sociedade Amigos de Itamambuca e patrocínio da EAB Imóveis, alunos da escola municipal Honor Figueira e do projeto Onda Educacional planejam a campanha Verão Cidadão. A ideia é utilizar desenhos e mensagens educativas criadas pelas crianças nas placas de sinalização do bairro, orientando moradores, frequentadores e turistas a aproveitar o verão, sem destruir a natureza. “Os visitantes são bem-vindos, mas não podem sujar a nossa praia!”, eis um dos recados. U
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Maria Auxiliadora da Silva, 54 anos, não tem computador em casa. Do mundo digital, só conhece as sucatas. “Mas eu não peço dinheiro para ninguém”, orgulha-se. Há 12 anos, ela sai de casa por volta das 4h da madrugada e só retorna ao anoitecer, depois de percorrer as ruas do Perequê Açu e do centro de Ubatuba, atrás de plásticos, vidros e outros materiais recicláveis. “Eu cato no meio do lixo, porque misturam tudo”, afirma. Desde o fechamento do aterro, no início deste ano, todo o lixo produzido no município é mandado de caminhão para o Vale Paraibano, num ir e vir que custará aos cofres da prefeitura R$ 11 milhões no próximo ano, de acordo com matéria publicada no jornal Imprensa Livre, em 4 de outubro. Recentemente, o jornalista Washington Novaes comentou em sua coluna no diário O Estado de S.Paulo que a situação da coleta e disposição do lixo no país só não é pior graças aos catadores. Mesmo assim, é difícil encontrar quem colabore com eles. “Eu já fui nas escolas pedir para as moças separarem para mim as latas de massa de tomate e de creme de leite, que vai tudo junto para o lixo, mas elas falam que não têm tempo. “É uma pena, porque tudo isso se aproveita”, lamenta a nossa salvadora. U
AR CONDICIONADO | AQUECEDORES
Na foto, Maria Auxiliadora da Silva, 54 anos, recolhe as sucatas recicláveis, que jogamos indevidamente no lixo comum. OUTUBRO 2009
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por ANA MARIA PAVÃO
Fotos: Divulgação / Rodrigo e Preta Nucci
A família Dantas tem entre seus membros, 4 grandes surfistas de Ubatuba, que seguem pelo Brasil e exterior fazendo sucesso. Suellen Naraisa, Wiggoly Dantas, Wesley Dantas e Wellington Carane formam uma quadra de irmãos que arrasa nas ondas. Suellen acaba de vencer um título inédito para Ubatuba, consagrando-se campeã brasileira do SuperSurf Feminino 2009. O jovem Wiggoly Dantas, de 19 anos, está atualmente na California, competindo pelo WQS, é o 25o do Ranking. O pequeno Wesley Dantas, com apenas 11 anos, é o 3o colocado do circuito estadual (categoria estreiantes). Já Wellington Carane está voando alto para 2010, com o patrocínio da DaHui. Apesar dos títulos importantes atuais, e de tantos já conquistados pelos irmãos, é a união da família que mais chama a atenção de todos, pois sempre que um compete, os demais torcem e apoiam, passando coordenadas, acompanhando cada nota e no final, comemoram sempre juntos, cheios de orgulho um pelo outro. Exemplo de união familiar e de sucesso. U
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INFORME-SE
reportagens do mês
por: Adriana Medina foto emílio campi
Marinas Turismo Náutico
As cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba que juntas formam o Litoral Norte paulista têm no turismo náutico uma de suas mais fortes vocações. Atraídos por um conjunto formado por paisagens exuberantes, mar e refúgio para o descanso do stress das grandes cidades, é cada vez maior no Brasil o número de pessoas que adquirem embarcações de esporte e lazer. No estado de São Paulo, muitas destas têm como destino o Litoral Norte.
Atualmente, uma das maiores preocupações do setor náutico brasileiro é a falta de vagas para guarda de embarcações. Os empreendimentos náuticos estão com sua capacidade de lotação quase esgotada, restando pouca oferta para a demanda. Marinas, garagens náuticas e iate clubes trabalham na ampliação de suas estruturas e têm uma grande preocupação com a preservação do meio ambiente. É entendimento comum entre estes empresários que vivem do mar que a poluição prejudica suas atividades. Para isto, mantêm suas instalações e seus equipamentos adequados à preservação ambiental. Na região são abrigadas cerca de 25 mil embarcações, gerando cerca de 30 mil empregos, entre marinheiros, mecânicos, eletricistas navais, tapeceiros náuticos e pessoal envolvido na administração das marinas e garagens náuticas. O marinheiro particular Silvio Costa, 42, pai de dois filhos, vê na profissão seu porto seguro. Nativo da Ilha de Búzios, ele começou a trabalhar aos 16 anos na pesca e há sete mudou de profissão. “Eu não conseguia mais sobreviver da pesca, agora tenho salário fixo, carteira assinada e INSS pago e consigo programar melhor a minha vida”, avalia. Com o declínio do setor pesqueiro, muitos pescadores enxergaram sua sobrevivência no turismo náutico. É o caso de Mauro Antonio Nonato, 40, pescador desde os 10 anos. “Quando trabalhava na pesca minha renda era indefinida porque tinha mês que eu ganhava dinheiro e mês que não ganhava nada. Comecei em lanchas pequenas, depois fui ser ajudante de marinheiros de lanchas grandes até aprender a profissão”, conta. Hoje Mauro é funcionário contratado de uma marina onde tem a oportunidade de aplicar todo o seu conhecimento adquirido. “Hoje tenho carteira assinada, salário fixo, INSS e FGTS”, diz feliz da vida com sua estabilidade financeira. A história do turismo náutico no Brasil e no Litoral Norte é recente. As empresas náuticas mais antigas da região tem cerca de 20 anos de funcionamento. O mercado que era elitizado, torna-se cada vez mais popular, como acontece no resto do mundo. O que se enxerga por aqui é trabalho sério dos empresários e de todos os demais envolvidos no setor que vêm se profissionalizando para melhorar a qualidade dos serviços prestados, a fim de atender sua clientela com eficiência e contribuir para o lazer com segurança e conforto. U OUTUBRO 2009
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“Na região são abrigadas cerca de 25 mil embarcações, gerando cerca de 30 mil empregos.”
CAPA
destaque da edição
VIDA A BORDO por Ana Maria Pavão
Viver no mar é sonho para alguns e realidade para poucos. Conheça mais sobre esse estilo de vida, relatado por Heloísa Schürmann, membro da família Schürmann, famosa por ser a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro. “Para você ter uma ideia, coloque sua família em uma sala, tranque as portas da casa para a rua e fiquem sem sair por 2 semanas. Sem nem colocar o pé na rua. Dá pra imaginar?”
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Em 1984, Vilfredo e Heloísa Schürmann
abandonaram casa, carro, trabalho, escola e o conforto da vida em terra firme. Partiram de Florianópolis (SC) com os filhos Wilhelm, David e Pierre, na época com 7, 10 e 15 anos de idade, com o objetivo de realizar um sonho: dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro. A família passou dez anos no mar, navegaram pelo mundo e conheceram povos e culturas exóticas. Os filhos cresceram a bordo. Heloisa nos contou, que a maior dificuldade foi conviver num espaço pequeno sem sair durante muito tempo. “Para você ter uma ideia, coloque sua família em uma sala, tranque as portas da casa para a rua e fiquem sem sair por 2 semanas. Sem nem colocar o pé na rua. Dá pra imaginar?” Para a família, tédio é um termo sem utilidade. “O que não falta a bordo são coisas interessantes para ver, fazer, ouvir, sentir”, conta Heloísa. As atividades vão desde a cozinhar e realizar manutenções, até as extremamente agradáveis, como assistir ao por do sol, sentir a brisa do mar, ler livros e praticar yoga. Porém ela explica, não há tempo para tudo. “Se o dia fosse de mais de 24 horas, ainda me faltaria tempo para fazer tudo o que eu quero.” Sobre a rotina, Heloísa afirma que cada dia
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Por traz da beleza dos pratos, o restaurante O Rei do Camarão há 18 anos se preocupa com cada detalhe, desde a escolha do melhor fornecedor até o cuidado no preparo, com requinte e sabor inigualáveis.
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é diferente do outro. “O barco esta sempre em movimento e os ambientes e situações mudam ou podem mudar a cada momento o que impede uma “rotina”. Temos sim turnos definidos de quem navega o veleiro, e outras tarefas. Mas tudo pode mudar se entra uma tempestade, ou se temos calmaria. Então a rotina vai literalmente por água abaixo.”
18 anos se passaram e o rei continua sempre majestoso!
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Fotos dessa matéria: Arquivo pessoal da família Shurmann
Leovigildo Dias Vieira, 38 Itaguá Tel.:(12) 3832-6307
Heloísa Schürmann
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CAPA
No início da aventura, com filhos ainda entre a infancia e a adolescência, a família teve que ter um bom planejamento e muita disciplina, para a educação a distância. Mas a missão não foi impossível, as crianças gostavam de ler e pesquisar e Heloísa se empenhou na tarefa de mãe e educadora. “Sempre acreditei que a educação não é uma obrigação só da escola. Ser professora de meus filhos durante os 10 anos no mar foi uma escola para mim também, e aprendi muito com eles. Descomplicar foi a palavra mágica.” Constantemente de mudança, Heloisa conta que sempre foram bem recebidos por onde passaram “Ser brasileiro é bem legal. Todos gostam do Brasil”, relatou. Já Ubatuba ela conta que visitou diversas vezes. “A cidade tem uma excelente infra-estrutura para barcos” explicou, “é uma cidade que está crescendo bastante. As pessoas são muito simpáticas e hospitaleiras.” U 24
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“O barco esta sempre em movimento e os ambientes e situações mudam ou podem mudar a cada momento o que impede uma rotina”
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A família Schürmann
Relato de vida a bordo Motivo de curiosidade onde quer que cheguemos, a rotina do dia-a-dia da vida a bordo não difere muito da vida em terra. Dorme-se normalmente, geralmente em um porto abrigado, acorda-se, toma-se o café da manhã e, ao contrário do que muita gente pensa, trabalha-se muito. E em tudo, seja domingo ou não, feriado ou não. Nada de carteirinha de ‘vagabundo’. Uma das diferenças está na simplificação. Abre-se mão, sim, de muitas coisas, mas não das coisas essenciais. Mesmo para pessoas que, como nós, por exemplo, adotamos a alimentação natural, baseada em integrais, mas que nem por isso encontramos qualquer dificuldade na obtenção dos gêneros essenciais ao nosso cardápio, em nossas viagens. A vida a bordo impõe, entretanto, uma premissa básica: amar o mar e a natureza. Medos existem, mas eles não só são superáveis como também são importantes para assegurar a cautela. Em geral, a mulher reluta a aceitar esta alternativa e muitas delas jamais colocaram os pés no barco dos maridos. Sorte nossa que Rita, minha companheira, pode viver a gratificante experiência de acordar a bordo, numa enseada tranqüila, dar um refrescante mergulho antes do café da manhã ou de um sashimi, no almoço, feito com peixe fresquinho, acabado de pescar e, no fim do dia, assistir ao por-do-sol em suas diferentes manifestações, algumas inesquecíveis. Repetir sua experiência, representa o ‘risco’ de passar por momentos inesquecíveis, velejar em contato com a natureza, muitas vezes em companhia de golfinhos brincalhões. E mais: fazer amigos que sempre se renovam nos fundeios. E se o vizinho não agradar, basta mudar o barco de lugar. Se fosse possível resumir essa experiência numa única palavra, esta seria liberdade. U
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por Sérgio Macedo *
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“Harmonia entre o Mar e a Montanha com Muito Charme”
(*) Mediante agendamento. Não incluso na diária.
Foto: Arquivo Pessoal
* Sérgio Macedo é jornalista, vive a bordo do veleiro Yanam, no momento fundeado no Saco da Ribeira, em Ubatuba, e conta com um site na Internet: www.yanam.net .
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PERFIL
bate-papo
Amyr Klink
por Ana Maria Pavão e João Moreira
Um brasileiro apaixonado pelo mar
Famoso por suas expedições marítimas, o empreendedor, escritor e velejador Amyr Klink atendeu a Ubatuba em Revista, para um descontraído bate-papo sobre a vida no mar. Confira. Ubatuba em Revista - O que acha de Ubatuba? Amyr Klink - O grande potencial de Ubatuba é o Charter, na minha visão, Ubatuba deveria ser a capital do Charter. Tem tantas praias lindas, Ubatumirim, ilhas e tantos lugares que podem ser visitados. A cidade está em uma localização privilegiada. O aluguel de veleiros (charter) é um patente multiplicador das atividades no turismo, Ubatuba deveria investir mais nisso. Ubatuba em Revista - E a estrutura náutica da cidade? Amyr Klink - Ubatuba tem uma vocação náutica bastante peculiar. O Saco da Ribeira é um excelente lugar, com uma boa estrutura. Possui flutuantes, que inclusive acredito Ubatuba ter sido a pioneira. Mas espero que em breve seja feita uma estrutura mais moderna e com melhores serviços de eletricidade, esgoto. Ubatuba em Revista - Qual o maior desafio da vida a bordo? Amyr Klink - Acredito que o grande desafio está em resolver pequenos problemas que viraram grandes com o tempo,
por isso é importante ter um equipamento bom, durável, com um custo de manutenção baixo. Um desafio que eu gosto é o de viajar em embarcações que nós mesmos projetamos e fazemos. Ubatuba em Revista - Quando passa longos períodos isolado no mar, o tédio acompanha? Amyr Klink - O tédio não existe na vida a bordo, é preciso construir um ciclo de trabalho, a maior parte do tempo passo solucionando problemas, checando, vendo os estados das velas, cabos. No tempo restante, cozinhando e comendo. Não sobra tempo, é uma atividade muito absorvente, impossível de ficar filosofando, pensando na vida, por exemplo. Ubatuba em Revista - Como é a rotina a bordo? Amyr Klink - Quando estamos em até dois tripulantes, temos períodos de apenas 45 minutos de sono. De 4 a 6 tripulantes já fica uma rotina mais confortável, como eu prefiro. Assim cada um dorme 2 horas e meia, em 3 períodos do dia, intercalando com a vigília, navegação e demais afazeres.
Ubatuba em Revista - Depois de ter adquirido tanta experiência, o medo ainda te acompanha? Amyr Klink - Sempre tenho medo, mas Umque web bemfaz elaborado não é algo mesite bloqueia, parte. reflete u imagem gerae por resultados. Eu tenho medo doemar, isso faço barcos bem feitos.
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Ubatuba em Revista - Nos conte uma situação inusitada. Amyr Klink - Já passei por ondas de 25 metros de altura, e não achei inusitado. Certa vez estava com o barco adernado e atravessei uma “nuvem de lulas voadoras”, elas pularam dentro do barco e fiz um festival de lulas na cozinha depois.
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Sabor, tradição Foto: Amyr Klink/AKPE
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Ubatuba em Revista - Como é a recepção quando chegam em um novo destino? Amyr Klink - Sempre que você chega de longe é bem recebido, normalmente é um dos grandes prazeres da viagem. Se comunicar e conhecer as pessoas locais.
são 38 anos servindo muito além de belos e saborosos pratos.
Ubatuba em Revista - Você recomenda a vida a bordo para outras pessoas? Amyr Klink - Não conheço ninguém que partiu para a vida a bordo e tenha voltado. Conheço muitos maus começos, mas de alguém que tenha partido mesmo nessa, e voltado atrás, não conheço. E isso independe da classe social, das dificuldades. Conheço gente que com muito custo conseguiu fazer um barquinho e saiu, e gente com mais dinheiro, mais facilidade e conforto. Em ambos os casos, quem foi, não voltou mais. É muito interessante.
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Ubatuba em Revista - O que é imprescindível para ter conforto a bordo? Amyr Klink - Não ter excesso de coisas, ter o básico, um conjunto de ferramentas e instrumentos que permitam solucionar uma quebra. Também disciplina, descanso, dieta legal e um barco seco e que navegue bem.
Ubatuba em Revista - Quais os próximos planos? Amyr Klink - Vou com Paratii 2 para a Antártida. A idéia é operar por 2 anos sem tirar o barco de lá. U OUTUBRO 2009
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ECOTURISMO
Trilha do Corisco texto e foto RODRIGO CARLOS ANDRADE SILVA
Esta é uma das maiores trilhas de Ubatuba, seu acesso é feito por um antigo caminho utilizado pelos habitantes locais, cruzando muitas vertentes da Serra do Mar. Atualmente ela esta praticamente tomada pela mata, árvores caídas e outros obstáculos. Porém é possível trilhar este caminho de aproximadamente 30 km, e conhecer diversas cachoeiras, o marco de concreto de 1957 onde se concretiza a divisa de SP e RJ, pontos histórico-culturais, além dos belos visuais da Mata Atlântica. Esta trilha é uma travessia considerada difícil e pode começar tanto no bairro do Corisco em Paraty, quanto na Casa da
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Veneda d is Materia
Farinha, em Ubatuba, com média de 9 horas de duração. É possível, dependendo do planejamento do seu roteiro, percorrer uma trilha paralela e chegar ao Pico do Cuscuzeiro, o mais alto do nosso município, com 1.240 metros de altitude do nível do mar. Apenas alguns aventureiros mais experientes se arriscam a percorrer este caminho, que é bastante longo, mas que tem como recompensa um dos visuais mais bonitos do planeta, com destaque a Praia da Fazenda, considerada uma das 10 praias mais bonitas do Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo jornal inglês “The Guardian”.
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É necessário estar preparado fisicamente para esta aventura, não sendo recomendado a pessoas com pouca experiência em Trekking e sem o monitor local e os equipamentos de segurança. No caminho é comum ver várias espécies de animais da mata, como cobras, macacos, pacas, cotias, tucanos, jacutingas, e até onças, por isso a atenção tem que ser redobrada, tanto para deslumbrar essa rica fauna quanto para a própria segurança. A trilha percorre duas Unidades de Conservação, o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina. U
www.fotolog.com/piercerater
texto e foto RODRIGO CARLOS ANDRADE SILVA
O sertão do Ubatumirim é um lugar especial. Ele abriga diversas cachoeiras entre poços e quedas d’água, além da riqueza cultural que ainda se encontra preservada. No local podemos conhecer o habitat caiçara, pessoas simples que vivem há séculos do cultivo das bananas, cana, milho, mandioca, entre outros. Na comunidade também são encontrados os artesãos que além de bons escultores, possuem a arte de fazer a canoa sem agredir a floresta, utilizam-se geralmente de troncos de arvores já caídas por ações da natureza, ou planejam muito bem o corte para que não ocorra devastação. Conhecem bem a floresta e sabem que ela é importante para a sua sobrevivência e a das futuras gerações, ou seja, a tão desejada sustentabilidade. Entre os seus vários atrativos, temos a Cachoeira da Laje que é simplesmente maravilhosa. Suas corredeiras cristalinas escorrem por entre rochas e formam gigantescas lajes, uma sobreposta à outra. O lugar é ideal para o ecoturismo e também para o turismo de aventura, seu acesso é feito entre estradas de terra e trilha, sendo acessível ao publico de todas as idades. Para quem gosta da natureza é um passeio imperdível, porém com um guia seu passeio será mais produtivo e completo, já que o local é composto de comunidade caiçara, cachoeiras, fauna e flora bastante ricas, que têm como destaque a observação de aves, que é surpreendente. U
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CERVEJAS ESPECIAIS
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Cachoeira da Laje
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NOSSA PRAIA
VERMELHA DO CENTRO texto e foto: Rodrigo Carlos Andrade e Silva
A famosa praia
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Vermelha do Centro, também conhecida como Vermelhinha, fica localizada próxima ao Centro de Ubatuba, bem ao lado do Itaguá e da praia do Tenório. Seu acesso é fácil, não sendo necessário percorrer trilha, apenas um curto caminho. Já na recepção o visitante se depara com uma praia de areias grossas, com um tom avermelhado que aumenta de acordo com a posição do sol. Este fenômeno deve-se a um tipo de níquel contido em suas areias. Em alguns dias de verão torna-se impressionante a coloração da praia. Daí o origem do nome. Por lá também é possível avistar diversas conchas, seu mar é agitado e com fortes correntezas. É ideal para a prática do surf, com excelentes ondas cavadas e tubulares. Um espetáculo tanto para o surfista quanto para quem observa. A praia é frequentada por moradores jovens da cidade e possui alguns quiosques rústicos. A Vermelhinha possui aproximadamente 300 metros de extensão e muitos abricós, seu cenário e sua energia já foram inspiração de compositores que deram origem a músicas e poesias. A praia também é famosa pelos luais que acontecem a noite. A Vermelhinha realmente encanta a todos que gostam da natureza em seus diversos aspectos. U
Praia do Alto
texto e foto RODRIGO CARLOS ANDRADE SILVA
Este pedaço do paraíso
encontra-se na região norte de Ubatuba, ao lado da ponta do Respingador. Seu acesso é feito pela Rodovia Rio-Santos, logo após a Praia Vermelha do Norte. Ali se encontra a entrada da pequena trilha, íngreme e auto guiada, que inicia-se ao lado direito sentido Ubatuba/Paraty, e leva até a cinematográfica Praia do Alto. Outra alternativa para conhecer a praia é de barco ou através de um passeio de escuna. Antigamente esta praia era secreta e utilizada apenas aos adeptos do naturismo. Atualmente o local já está mais divulgado, recebendo muitos turistas na temporada de verão em busca de uma praia com águas transparentes, areias brancas, plantas ornamentais e tranquilidade, fugindo das praias mais movimentadas. O lugar é perfeito para o ecoturismo, a Praia do Alto possui um cenário magnífico, já no inicio da trilha um mirante com um visual da Baia de Iperoig surpreende, a praia com aproximadamente 100 metros de extensão possui um mar calmo, ideal para o mergulho livre, com uma fauna marinha exuberante. Em alguns dias é possível avistar golfinhos que passam pelo orla. A praia conta com um quiosque confeccionado em bambu sendo a única construção existente, e para quem deseja visitar ou passar o dia inteiro neste paraíso, é bom lembrar que o quiosque só funciona na temporada, tornando aconselhável levar água e alimentos, porém não esqueça de trazer seu lixo de volta. U
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ECOTURISMO
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turismo, natureza e preservação
Palmito Juçara texto e foto RODRIGO C. ANDRADE SILVA
O palmito juçara serve de alimento para o homem e suas palmeiras fornecem frutos, açúcar, óleo, cera, fibras, material para construções rústicas, matéria-prima para a produção de celulose, entre outros.
O palmito juçara
(Euterpe edulis) é uma planta nativa da Mata Atlântica, pertencente à família das palmeiras e ao gênero Euterpe. Necessita de cobertura florestal para o seu desenvolvimento, elevado teor de umidade do solo e extensa camada orgânica em decomposição. Depois de crescida, precisa de sol. Enfim, um ambiente típico de mata nativa. A preservação do palmito juçara está diretamente ligada a manutenção da biodiversidade da Mata Atlântica, uma vez que sua semente e seu fruto servem de alimento para diversos animais, como tucanos, sabiás, macucos, periquitos, maritacas, jacus, porcos do mato, antas, marsupiais, ratos-de-
espinho, esquilos, tatus e capivaras. A importância da conservação da espécie também está relacionada ao período de sua frutificação. Por ocorrer no inverno, quando a maioria das outras árvores está sob estresse hídrico devido ao período seco. Além disso, o palmito juçara serve de alimento para o homem e suas palmeiras fornecem frutos, açúcar, óleo, cera, fibras, material para construções rústicas, matéria-prima para a produção de celulose, entre outros. Porém, devido às características ecológicas do palmito juçara, é inviável plantá-lo como uma cultura agrícola convencional. As formas de cultivo indicadas são o sombreamento definitivo
(mata nativa), que leva mais de 8 anos para crescer até o tamanho de corte. Devido à super-exploração ilegal, juçaras muito pequenos já estão sendo cortados, impedindo a regeneração natural das florestas. Praticamente todo palmito que chega à sua mesa vêm da extração na natureza. A exploração do palmito na Floresta Atlântica não é sustentável, porém existem outras formas de manejo para as palmeiras, por exemplo, o Juçara e o Açaí produzem polpas e o Pupunha produz o palmito de forma mais ecológica. Em Ubatuba o IPEMA (Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica) tem projetos em ação para a sustentabilidade do Juçara. U
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Foto: Arquivo PEIA / Tony Fleury
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Ilha Anchieta, destino internacional indicado pelo jornal “El Pais” por ANA MARIA PAVÃO
O jornal espanhol
Sugestão do dia: muita alegria, prazer em comer bem em um ambiênte de frente para o mar.
Foto: Rodrigo C. A. Silva
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“El Pais” publicou em sua edição de 10 de Novembro um roteiro com as 10 melhores ilhas para o turista visitar durante o inverno europeu. O artigo intitulado como “10 islas para el invierno”, tem uma lista onde estão pontos paradisíacos, como Hawai, o complexo “The World”, em Dubai (300 ilhotes artificiais) e a ilha de água doce Ometepe (Nicarágua). Entre as 10 opções está uma ilha do Brasil, especificamente em Ubatuba, a nossa conhecida Ilha Anchieta, chamada na matéria de “Alcatraz a la brasileña”. A escolha realmente foi acertada, porque a ilha é um verdadeiro paraíso, e representa muito bem o Brasil entre as opções internacionais. Na matéria, é relatada uma breve descrição sobre a história da ilha, inclusive os acontecimentos no antigo presídio. A Ilha é considerada pelo periódico espanhol como uma “relíquia da história brasileira”. O “El País” lembra também que a preservação ambiental tornou a Ilha Anchieta um lugar com praias incríveis e uma privilegiada zona de mergulho contemplativo. U
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O lazer pode ir
Por Água Abaixo
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Com a chegada do verão e da temporada de férias, passeios muito procurados pelos turistas são as cachoeiras de Ubatuba. Temos a do Prumirim, duas no Sertão do Ubatumirim, a da Casa da Farinha, entre tantas. Todas belíssimas. Certamente são excelentes oportunidades de contato com a Natureza. Mas são necessários cuidados e atenções especiais, para que o lazer não se transforme em tragédia. Inúmeros são os acidentes – muitos deles fatais – em cachoeiras, principalmente com adolescentes, jovens e crianças. Até as menores quedas d’água precisam ser encaradas com atenção. Porém, raramente vemos placas indicativas dos cuidados que se deve tomar ao visitar uma cachoeira. Seria de grande utilidade, por exemplo, que a Secretaria de Turismo de nossa cidade fizesse uma campanha de prevenção a acidentes dessa natureza, junto aos turistas. Enquanto essa campanha não chega, com o intuito de colaborar com a segurança de nossos visitantes, aqui vão informações importantes na prevenção desses acidentes nas margens das cachoeiras.
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TAPEçARiA • Pedras lisas e a força da correnteza são uma combinação perigosa. Estamos habituados a andar por locais planos, secos e de boa aderência, portanto é bom lembrarmos que NÃO SABEMOS andar em cachoeiras.
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• Muito cuidado ao andar pelas pedras – na grande maioria das vezes, são muito escorregadias. Evite caminhar em pé – é mais seguro andar de quatro.
• Não se deve atravessar correntezas – a força da água é suficiente para levar, com muita facilidade, o corpo de um adulto.
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• Não se deve mergulhar de cabeça – uma cabeçada numa pedra pode aleijar ou matar.
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Tapeçaria e Capotaria
• Muito cuidado ao atravessar ou molhar pés e mãos na parte de cima de cachoeiras. A correnteza sempre é muito forte e pode carregar a pessoa para a queda d´água.
• Faça o passeio em grupos de, no mínimo, três pessoas. Leve celular e, antes de ir, informe a algumas pessoas onde estará. • Nunca vá a uma cachoeira em dia de chuva. • Olhe para o lado onde o rio nasce: se houver nuvens escuras, NÃO entre na cachoeira – pode acontecer a chamada “tromba d´água”, chuva forte na cabeceira do rio que faz o volume de água aumentar inesperadamente, levando embora as pessoas que estão na água. • Evite ficar embaixo da queda de água – troncos e galhos grandes podem vir pela correnteza e atingi-lo. • Não se deve fazer brincadeiras de correr, pular ou empurrar nas margens das cachoeiras.
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• Não entre embriagado - é mais fácil perder o equilíbrio e se machucar. U OUTUBRO 2009
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Rua Guarani, 75 | Espaço Guarani | Loja 1 | Ubatuba SP Telefone: (12) 3833.5735
Encontre esses e muitos outros títulos na Livraria Nobel Ubatuba, parceira da Ubatuba em Revista na campanha pró-leitura. A livraria fica na esquina da Rua Guarani com a Av. Carlos Drummond de Andrade - Ubatuba - SP Tel.: (12) 3833-9840
CULTURA Dicas de leitura
O Símbolo Perdido
Autor: Dan Brown
Depois de ter sobrevivido a uma explosão no Vaticano e a uma caçada humana em Paris, Robert Langdon está de volta com seus conhecimentos de simbologia e sua habilidade para solucionar problemas. Em ‘O Símbolo Perdido’, o professor de Harvard é convidado às pressas por seu amigo e mentor Peter Solomon - eminente maçom e filantropo - a dar uma palestra no Capitólio dos Estados Unidos. Ao chegar lá, descobre que caiu numa armadilha. Não há palestra nenhuma, Solomon está desaparecido e, ao que tudo indica, correndo grande perigo.
Gênesis
Autor : Robert Crumb
Para Sempre
Autor: Alyson Noel
Depois de perder toda a familia em um desastre de carro, do qual escapou, Ever Bloom tem sua vida transformada por completo: após o acidente, ela adquire dons especiais. Ela enxerga a aura das pessoas, ouve seus pensamentos, e com um simples toque pode conhecer a vida inteira de alguém. Tudo, porém, parece cessar quando Damen se aproxima. Só ele consegue calar as vozes que a pertubam tão intensamente. Mas ela não faz idéia de quem ou o que Damen realmente é. Só tem certeza de estar cada vez mais envolvida... apaixonada.
Ao longo dos séculos diversos grandes artistas se dedicaram a ilustrar Gênesis, o livro inicial da Bíblia, aquele que conta a origem de tudo. Adão e Eva, Caim, Abel, Noé, Abraão, Sara, Jacó, José são dos personagens mais retratados em pinturas e esculturas. Agora, no século XXI, aquele que é considerado não só o maior quadrinista do planeta, mas, para muitos, o maior artista vivo do Ocidente, resolveu realizar sua obra máxima, uma versão em quadrinhos com o texto integral de Gênesis.
De Gênio e Louco...
Autor: Augusto Cury
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Bartolomeu e Barnabé são personagens que já estavam nos dois primeiros livros da saga Vendedor de Sonhos. Em De Gênio e Louco Todo Mundo tem um Pouco, eles ganham o centro da narrativa e ficamos conhecendo quem são esses dois maltrapilhos que, um dia, se juntaram ao Vendedor de Sonhos para acompanhá-lo na sua luta para semear sonhos e fazer um mundo melhor. Bartolomeu e Barnabé são dessas pessoas que enfrentam a vida de maneira diferente: se metem em muitas enrascadas e fazem os outros pensarem em suas ações.
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Filhos
Da Gravidez aos 2 Anos de Idade por Ana Maria Pavão
Avanços nas pesquisas sobre psicologia e fisiologia infantil, aliados a progressos em exames de imagem, desvendaram e trouxeram a tona novas notícias e prometem mudar os paradigmas sobre como educar e cuidar de bebês. Agora, as orientações para os cuidados com bebês na primeira infância, baseiam-se nos sinais que eles próprios nos mostram, respeitando que cada criança é um indivíduo único, com necessidades e anseios diferenciados. “Na verdade, cuidar deles é bem mais simples do que se imaginava”, diz o pediatra Marcelo Reibscheid, médico do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. O primeiro guia elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, traz informações que ajudam a lidar com momentos como o choro, cólicas e chupeta. Mas apesar do nome que leva, não é um manual de instruções, o guia respeita a individualidade cada criança como um dinivíduo, por exemplo, ao explicar que até os 4 anos de idade, a própria criança dará sinais de que não precisa mais usar fraldas, e convém esperar o momento certo para ela e não o momento que a ansiosidade dos pais sugere. O contato físico é outro ponto muito abordado no livro, o qual estimula que os pais não tenham medo de mimar, com carinhos demais. Isso também é a conclusão que um trabalho conduzido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, chegou. O estudo revelou que os bebês que passam a maior parte de seu primeiro ano de vida no berço, sem muito contato físico com seus familiares, não se desenvolvem normalmente, eles demoram a sentar e a andar. Constatou-se que agrados e carinhos ajudam a fortalecer as conexões entre os neurônios, sobretudo aqueles responsáveis pelo equilíbrio e pela locomoção. A amamentação também é um capítulo interessante, pois além de reforçar a importância do aleitamento, o guia também explica que não deve existir uma rotina de horários fixos. Os autores explicam o fato dos bebês não terem o mesmo ritmo na mamada, nem a mesma intensidade, aliado ao fato do leite materno ser digerido rapidamente. Esses fatores sugerem que é o próprio bebê quem deve guiar os horários das mamadas, pois é nele que a fome aperta e ele é o mais entendido sobre a própria fome. Com relação a educação, o livro enfatiza novamente o respeito aos sinais de cada um. É a criança que delimita quando está pronta para ir além, e é através do interesse que dá o sinal. Forçar é considerado sério problema. Uma criança que é forçada a começar a escrever antes dos 5 anos, por exemplo, tende a apresentar problemas de aprendizado. Observar e respeitar. Já era prática de muitos pais modernos, e agora, recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria. U OUTUBRO 2009
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CULTURA
Para ver na telona
Avatar
No filme Avatar, Pandora é como a Terra, um planeta com formas de vida incríveis, densa vegetação e a civilização dos Na´vi , uma raça humanóide mais primitiva que a nossa, mas muito mais sábia. Eles podem ser guerreiros ferozes quando provocados, mas normalmente vivem pacificamente em suas florestas. Os humanos não podem respirar o ar de Pandora, então para que pudessemos operar por lá foram criados híbridos humano-Na´Vi, chamados de Avatares. Eles são controlados por pilotos humanos, que projetam suas consciências nesses corpos, vivendo através deles. O Longa promete revolucionar a historia dos efeitos especiais, assim como ”O Exterminador do Futuro 2”, ”Parque dos Dinossauros” e ”Matrix”. O filme já vem sendo comentado há mais de 10 anos. E finalmente em 2007 começou a Pré-Produção. Ainda em 2007 e no inicio de 2008 ocorreram as filmagens. No elenco atores conhecidos como Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez e Giovanni Ribisi. Para o filme ser feito todo em 3D, os atores tiveram que ser transformados em versões digitais por captura de movimento. A distribuidora Fox Film investiu mais de US$ 230 milhões na produção do filme, que o torna uma das produções mais caras da história do cinema trazendo muito realismo e profundidade ao decorrer de toda a história no planeta de Pandora.
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AGENDA
programe-se
Apresentação dos alunos da Oficina de Artes Circenses da Fundart. Espetáculo circense dos alunos, que formam a 1ª. TRUPE. Números de Trapézio, Tecido Acrobático, Lira, Pernas de Pau, Acrobacias e Palhaçadas. 06 e 13 de dezembro às 20:30h Onde: Auditório da Fundart, no Sobradão do Porto - Centro Entrada Franca Um Criado do Barulho Comédia tradicional de Circo-Teatro 05 e 12 de Dezembro as 21hrs Onde: Auditório da Fundart, no Sobradão do Porto - Centro Entrada: R$2,00
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Caipirinhas espetaCulares
REPORTAGEM “Sempre fico mais de uma hora e meia na espera, e não adianta reclamar com o gerente, pois mesmo quando ele está, não nos atende”
Foto: Ana Maria Pavão
Iracema Carvalho
Filas sempre à vista. Lei? Só no papel. Faça valer os seus direitos por ANA MARIA PAVÃO
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ba Ubatu em revista
OUTUBRO 2009
A equipe
da Ubatuba em Revista esteve nos bancos, fazendo a primeira visita de uma série, para conferir como anda o cumprimento da lei que regulamenta o tempo de espera na fila dos bancos. A lei municipal 2023/200 determina o tempo máximo de espera de 30 minutos em dias normais e até 45 em véspera ou após feriados prolongados, nas agências bancárias.
As multas vão desde 200 UFIRs (primeira incidência) até a suspensão do alvará de funcionamento (após 5a reincidência), mas de certo que a principal consequencia deveria ser a melhoria no atendimento ao público. O problema é que 8 anos após a criação de tal lei, é como se ela sequer existisse. Os bancos parecem nem tomar conhecimento, muitos inclusive ignoram o fato de ser obrigatório fornecer o comprovante de tempo de espera, talvez pelo fato desse comprovante ser documento essencial para realizar uma denuncia. O PROCON de Ubatuba informou à essa redação, que mesmo não existindo sistema eletrônico de senhas o banco é obrigado a fornecer tal comprovante, e o cliente pode e deve solicitar no momento que adentrar a fila e após o término, todo
o registro do seu tempo de espera. O Setor de Fiscalização da prefeitura de Ubatuba, responsável por verificar o cumprimento dessa lei, informou que nunca foi feito nenhuma blitz nos bancos, por conta de não existir nenhuma denuncia. Segundo Eduardo Camões, nesses 8 anos de existência da lei, nenhum cidadão fez qualquer denuncia de espera excessiva nos bancos. Eduardo informa que a denúncia deve ser protocolada, no setor de protocolos da prefeitura, e para isso basta ter em mãos o documento que comprove o tempo de espera superior ao permitido, caso o banco se negue a fornecer tal comprovante, a denuncia deve partir da informação dessa recusa. A Ubatuba em Revista procurou funcionários do Banco do Brasil, que apresentava fila com a média de 2
horas de espera, e apenas um caixa atendendo, e um segundo que atendia a fila preferencial. Um funcionário questionado não quis se identificar e disse não ter nada há declarar “não posso fazer nada, a fila não diz respeito a mim”, respondeu. Outra funcionária do banco declarou que a fila naquele dia era atípica. A correntista da agência, Iracema Carvalho, que se encontrava na fila desabafou que o problema é frequente. “Sempre fico mais de uma hora e meia na espera, e não adianta reclamar com o gerente, pois mesmo quando ele está, não nos atende”. O ideal então, é providenciar o comprovante, protocolar na prefeitura e reclamar direto no setor de fiscalização, quem sabe assim, passem a existir algumas blitz que façam a lei criada há 8 anos, ser enfim respeitada. U
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Bul ui lyin a Aq alor é tudo de bom, mas os meç bag or U sar vas, em ati manif Verão Co ú p junto com calor temos l a t s i obs s t e pe erv mos nais repetiti udes a O sta-se córnio pa porto. A sighóspedes indesejados. a t a em v da apri ao aero tem um da -se ção d nos a insetos que atacam e atorcole – intim as e in gredsesiC t o e , ã e i a t m s O i mANp CIE de id e a Osat g t o p r POMP e res divi fren inár ivid . Contra eles nos resta rativ as com ar oOsTrópeicnmcioem RT MPaAN - a imag a exata o eixo d pa tauran POoPO dLBOaSTCIOU.E03LURNoErtant senvo ves men e .ANLU ST ME O E dO eo ra r POtRT lvid em tamade de repelentes quíesLBMP tom os, faz apelidtuoba, b uma linh co que é do com NDe PO RNLA OU CIE OR p LU . ME e U banhod S e ST v o que r a ção e cebPORTORLBLAFO s OEMYER er fi tom sRN ND RT tER ãoS OU comar batub e esentam perigo co, e r o lanc r chande speer jdoo- cientí s, de aco ME rOReRTm NDO se a ão. H de t mic LAMY péidca busca eFO tangifieca o queaapr he d os, m ha ERS n i u MY p o l . or d RT g AL i Fl m r u a FO xo, téis nas,em lanet om da a ism umaprincipalmente para rráe AGENruDApSOCI apt qidue es de BrasileiroFlor i r , a o fde, O JornBralasileiro da ridano ave m Uba os de ando c pouàs saú de m nsistir e lo escad isTferraa- ção do p orager O Jornal asm rea iro da Flo sce ile com e as e scre t esoa Br s t ad,nça ad ere mb a tu ur leg s e pes priv cria q O Jornal Sap As au gost rinc abarioileg ue só ba o a istas e a vez as te. Me e Os repelentes químio. agre adei rini v iad m smo ou s e i t pers ras ssõe o p xiste stam rang ais do o na i s sã eda eirocausam algum tipo de aler m e nhu stentes o v ço d aqu nto d cos e bi bserva s comu s m e a 5 mil pessoas. cad i e de nóc 5 , dor o em n gia vand motiv e não t ladas, e n i par da ulo d em o ap aíso este p sem e ave des m perm o a víti aren neem epun s, co ais m queUma alternativa são os repehoiros m s afas sofr anente a a um te, lej tada uas ime mas vitaBrasile á nã e d nto. de ang estado r o s naturais e algu o o er r -- U b a t u b a / S P ( 1 2 ) 3 8 3 3 - 9 0 3 5 upa a w EDE cau . c o ma. bUba asiRlT D O e r e e d i t o r aniss o núm figwu w. slent a pes sca do Br ústi bu oE emR TquNe,O E o, s s N C CresCe e deixam tes do dos de a a e an C san un O e igr r ori Pen im s O a minas. spe ido tant Dão. RroEdenos EstadW Eme R D qu R os Un siç R A nú B po O oB A is S da O W un ma S O m RB O a es ciais Rpa a seg ra resporan-respontraB cresce Ao S ou três Aa S r, O an ocu IC lho D me DIC A cad o Brasil à ÇtexenÃtoO vidN pa a pa é o é o ÇN tran tuba em Revista prepar um con deE mafiançr saí TaneE ída sse da saa TaEE senç sem sonhoD oufia D oum lhomelhorist países e ir co her co sam e, sai e, aadme diversos aderd uir uireg e amotor egns nsco liberd coo ção em ção em o nãoo nã corrlibupto
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