Entrevista Alessandra Maestrini - Monet

Page 1

[ ALESSA NDR A M AESTRINI ]

Atriz, comediante, roteirista, diretora, compositora, cantora... São muitos os títulos e as atividades que cabem a Alessandra Maestrini, que, prestes a estrear nova série, revela o que a mantém apaixonada pelas artes por Sarah Mund

GÊNEROS E DEFINIÇÕES NÃO RESTRINGEM Alessandra Maestrini. A paulista de Sorocaba, que ganhou o carinho do público como a empregada doméstica Bozena Tempero de Toma Lá Dá Cá (2007-2009), se sente mais do que Secreto confortável transitando entre os mais variados trabalhos, A PARTIR DO DIA 13, seja nos palcos de teatro, na tela da televisão ou cantando. QUARTAS, 23H30, GNT, 41 E 541 (HD) Além de sua carreira musical estar a todo vapor (com mais de um espetáculo a caminho), ela estreia a série Tempero Secreto, que, assim como ela faz tão bem, mistura drama e comédia. No programa, ela vive uma diretora de marketing que precisa se reinventar e decide abrir um restaurante, mesmo sem saber cozinhar e contando com tempero de macarrão instantâneo como ingrediente – território fértil para piadas e reflexões. No papo com a MONET, ela conta o que esperar da atração, o que a mantém motivada e fala da paixão pelas artes. Do que se trata a série Tempero Secreto?

O seriado é sobre amor e como nós alcançamos o autoconhecimento por meio da relação com os outros. É a história de uma mulher, minha personagem, que era uma diretora de marketing que levava a vida de um jeito muito egoísta e egocêntrico. Só que na verdade isso era tudo uma casca, uma forma de ela encarar as coisas. Até por que ela nunca foi apaixonada por aquilo. Nossa, fui muito para a psicologia! Vamos começar de novo por que ficou muito complexo? [risos.] Mas, então, o que é o tempero secreto que dá nome ao programa?

Vou explicar: a Cecília era diretora de marketing de um parque de diversões. Só que esse parque vivia tendo acidentes com a montanha-russa e o trabalho dela era defender o local. Quando houve o terceiro ou quarto acidente, ela teve um tilt e começa a agredir os clientes na entrada do parque de uma maneira louquíssima, 4 2 + M o­n e t + A B R I L

em frente às câmeras. Claro que isso vai parar na internet e obviamente ela não só é demitida como está arruinada no mercado de marketing. Para não ficar na rua da amargura, a solução encontrada é abrir um restaurante com um único prato, que é o frango com tempero secreto que a avó dela faz, por que ela mesma não sabe cozinhar nada, só faz macarrão instantâneo. Tudo está indo muito bem, só que, no dia da inauguração do restaurante, a avó entra em coma sem nunca ter revelado o segredo a ninguém. Aí ela se vê sem saber cozinhar nada e tendo que se virar de uma hora para outra com os clientes esperando no salão. É aí que ela lembra do macarrão instantâneo e resolve usar o pozinho do tempero que vem na embalagem e acaba sendo um sucesso. As pessoas quando veem você na rua ainda se lembram da Bozena?

Ainda se lembram e tenho muito orgulho disso. Eu tenho que agradecer a criação que meu pai me deu, que me possibilita ver o que há de

Você trabalha com novela, série, teatro, música, TV aberta, TV fechada, drama, comédia... Você tem um formato ou gênero favorito?

O que mais me encanta é essa multiplicidade. Descobri a música por meio da Barbra Streisand. Ela é atriz, cantora, compositora, diretora, produtora, roteirista, ativista... Eu me identifico muito com isso, de poder exercer a arte e transformar a sociedade de várias maneiras. Comédia, drama, musical, música e já estou me coçando para fazer direção. Mas você diria que tem algum tipo de trabalho que não conseguiria recusar?

No momento estou mais apaixonada pela música. Eu já exerci mais da comédia, do musical, do drama. A música, só como música, é algo que sempre tive dentro de mim e que usava em outros trabalhos, mas que nos últimos anos tem desabrochado. Estou apaixonada pela cantora, que é a caçula entre as estreias artísticas na minha vida. Mas amo tudo, tudo, tudo. É muito amor e paixão. Até mesmo na minha classificação vocal acontece o mesmo que na minha artística. Estou apta a trabalhar com todos os estilos. Não me defino como atriz, cantora ou comediante. Sou intérprete. Se tivesse que escolher, não poderia. Não sou uma comediante tentando cantar ou o contrário, sou tudo isso. Quando me perguntam se faço um pouco de tudo, eu respondo que, pelo contrário, faço de tudo muito. Onde você arranja tempo e energia para fazer tanta coisa?

Sabe que eu também não sei! [risos.] Da paixão. Quanto mais coisa eu faço, mais tempo acho para outras coisas. Quando saio do palco, por exemplo, saio mais feliz do que quando entrei. Quando você faz algo com paixão, essa energia alimenta você.

FOTO: ANNA FISCHER / EDITORA GLOBO

Mil e uma utilidades

bom nas coisas. Fiz a Bozena com a consciência de que ia mexer com esse folclore do país, foi uma grande honra e alegria. Agora as pessoas têm me abordado mais para falar da minha música. As pessoas estão descobrindo a minha voz e eu estou bem empolgada com isso.

QUANDO ME PERGUNTAM SE FAÇO UM POUCO DE TUDO, EU RESPONDO QUE, PELO CONTRÁRIO, FAÇO DE TUDO MUITO. NÃO ME DEFINO COMO ATRIZ, CANTORA OU COMEDIANTE. SOU INTÉRPRETE. A B R I L + M o­n e t + 4 3


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.