L I V E AC T I O N
Identidade brasileira
A cantora revela sua paixão pela música nacional em bate-papo sobre carreira, presença na televisão, show no Theatro NET São Paulo e a turnê internacional com seu novo disco, Delírio por Sarah Mund
ENTRE ÁLBUNS, SHOWS, GRAVAÇÃO DE DVD, turnê internacional e atrações televisivas, Roberta Sá simplesmente não para. A potiguar de 35 anos, radicada no Rio de Janeiro, está a todo vapor investindo no Faixa Musical SÁBADOS reconhecimento da música brasileira. Apaixonada por 18H, CANAL BRASIL, MPB, samba, forró, maracatu e outros ritmos nacionais, 150 E 650 (HD) ela se apresenta com seu novo álbum, Delírio, no Theatro NET São Paulo e segue no ar entrevistando colegas de profissão em Faixa Musical. Ela nos conta quais são seus projetos atuais, como tem sido sua experiência na televisão e o que espera alcançar com suas apresentações na Europa. Como é voltar aos palcos depois do hiato de três anos entre seu último álbum e o Delírio?
Na verdade, eu nunca deixei os palcos. Fiz outros projetos, então não tenho a sensação de ter parado, e sim de que faltou tempo. Ainda não conheço o que é ficar parada [risos]. Acho ótimo estar na estrada. A música sempre teve um papel de alento na minha vida e nos tempos em que vivemos está cada vez mais óbvio que a arte é a única saída para esse mundo, que está muito duro. O que torna o mundo tão “duro”?
Estamos encarando problemas da humanidade que sempre estiveram por aí, violência, crise de refugiados, terrorismo, é aterrador. O contrário do ódio é o amor e é aí que entra a música, como uma espécie de resistência. Falar do amor é de extrema importância. Você pode contar mais sobre as parcerias do álbum?
Tenho muita sorte. Por isso que é importante dar esse espaço entre um disco e outro para que encontros sejam possíveis. Com o Cesar Mendes, gravei três músicas, uma em parceria com Arnaldo Antunes, outra com Tom Veloso e outra com José Carlos Capinam. O 6 8 + M on e t + J U L H O
Martinho da Vila e a Adriana Calcanhoto também compuseram. O que podemos esperar desse show?
Ele fala de paixão e amor. Tinha músicas do meu repertório em outros discos que falavam disso, então, fui buscar. Claro que vou mostrar as novidades, mas também me encontrar com o público. Fazer essa comunhão, esse carinho que se traduz numa música que o público pode cantar junto. E você aproveitou para gravar um DVD?
O show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, foi transmitido ao vivo pelo canal Bis. Acho muito importante o registro. O Segunda Pele não consegui gravar e fiquei triste. O patrimônio do artista é o que ele consegue deixar. Você participou do Globo de Ouro no canal Viva. O que podemos esperar?
Cantei “Lenço”, com a Velha Guarda da Portela e foi muito emocionante. Acho lindo o samba estar na televisão, sendo comemorado e celebrado. Vários projetos estão acontecendo porque o ritmo completa 100 anos, mas ele está presente em tudo quanto é música. Sou muito apaixonada pela música folclórica brasileira, samba, coco, maracatu, as manifestações que vêm
Opções de entretenimento e diversão para os NETs além da TV e da internet
do povo. Isso diz muito sobre o Brasil, é o país que ainda podemos acreditar, da música, do povo, das cores.
VEJO GENTE LAMENTAR QUE A MÚSICA BRASILEIRA NÃO TEM MAIS ESPAÇO. EU REALMENTE NÃO SEI DO QUE ESTÃO FALANDO
Você continua com o Faixa Musical no Canal Brasil. Que encontros no programa marcaram você?
A escolha dos artistas não depende de mim, o que me permite encontros que de outra forma não aconteceriam. Recentemente falei com o Toni Platão, já entrevistei Maria Alcina, Alaíde Costa, Wanderléa, Zeca Pagodinho, tanta gente bacana. Adoro encontrar artistas e descobrir como a música entrou na vida deles. É sempre bom conversar com quem vê a vida por meio da música. A música é um canal para enxergar a vida. Como foi gravar “A Vida do Viajante”, de Luiz Gonzaga, tema do revezamento da tocha olímpica?
É muito simbólico ela ser escolhida. Vi uma imagem linda do pessoal carregando a tocha em Caruaru, cantando justamente essa música. Temos que valorizar a nossa cultura. A gente tem essa mania colonial de olhar para fora e achar que o que vem de lá que é bom. Vejo gente lamentar que a música brasileira não tem mais espaço. Realmente não sei do que estão falando. O que eu vejo quando chego nos lugares são as pessoas cantando tudo, de Luiz Gonzaga e Tom Jobim a artistas novos. Por falar em olhar para fora, você está indo para uma turnê na Europa. Qual a sua expectativa?
Quando comecei a cantar, não tinha nenhuma ambição de fazer uma carreira fora do Brasil. Gosto de cantar em português, música brasileira, é isso que eu sou. De uns tempos para cá, essa vontade apareceu. Não tanto por tocar fora, mas pela oportunidade de conhecer novos públicos. Meu interesse é mais sobre o que eu vou ganhar com a experiência e para me inspirar. SERVIÇO: Datas: dia 1º, sexta. Horário: 21h. Local: Theatro NET São Paulo - Rua Olimpíadas, 360, Itaim. Ingressos: a partir de R$ 100. Classificação: 12 anos.
FOTO: DARYAN DORNELLES
[ ROBERTA SÁ ]
J U L H O + M on e t + 6 9