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Processo de pré-fabricação
A produção da madeira engenheirada envolve processos que são planejados com bastante antecedência, de modo a garantir a qualidade do produto e agilizar a entrega na obra. A racionalidade desse material vem desse planejamento. As aberturas de portas e janelas, e rebaixos das instalações elétricas e hidráulicas, já são pensados e adequados no momento da fabricação do produto, e todas as peças só precisam ser montadas na obra de forma muito rápida. Essa pré-fabricação reduz desperdícios, já que a produção envolve maior controle de qualidade, mais confiabilidade e precisão. O processo se inicia no corte das toras em lamelas, que são tábuas de madeira serrada com espessuras que variam de 1, 2-4, 5cm, e a larguras de 4-30cm. O próximo passo é a secagem em autoclave das lamelas, que precisam ter uma umidade controlada de cerca de 10-14%, e depois receber os tratamentos preservantes. O passo da classificação visual e mecânica envolve a diferenciação das lamelas, onde são classificadas entre mais ou menos resistentes, e com menos defeitos como nós, rachaduras, empenas etc. Essa é uma fase importante, pois algumas peças menos resistentes podem ser mescladas com outras melhores, de modo que a totalidade do produto não seja afetada, ao mesmo tempo que evita desperdícios.
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Figura 31 Usinagem em CNC de uma placa de CLT. Fonte: CROSSLAM, 2020.
Figura 32 Teste de flexão de um painel CLT. Fonte: REMADE, 2018.
linhas de cola e lâminas de madeira
detalhe da emenda dentada (finger joint)
Figura 33 Esquema de conexão dos finger joints em uma peça de MLC. Fonte: Celulose Online, 2019.
Figura 34 Prensa Hidráulica. Fonte: REMADE, 2018
A união das lamelas se dá pelos finger joints, que são emendas dentadas milimetricamente cortadas, dando mais resistência na colagem das peças. Um dos adesivos para a colagem dessa emenda é a Melanina-Ureia-Formol (MUF). Após a união das peças de modo longitudinal, formando prismas esguios, dependendo do objetivo do produto, as peças podem ser coladas uma sob as outras, para formar pórticos de MLC; ou com camadas de várias tábuas coladas uma ao lado da outra, sendo cada camada com as fibras em sentido perpendicular em relação à camada anterior, formando painéis de CLT. Os adesivos recomendados, de acordo com a CROSSLAM, podem ser o MUF, como já citado, além do PUR (Poliuretano Monocomponente) ou o EPI (Emulsificante-Polimero-Isocianato). Após a aplicação do adesivo apropriado na face nas lâminas em uma esteira rolante, as lamelas passam pela prensagem, que pode ser hidráulica ou à vácuo. As hidráulicas são mais eficientes para peças retilíneas, enquanto as prensas à vácuo são melhores com peças curvilíneas, além de serem mais econômicas. Saindo da prensa, as peças recebem o aplainamento ou usinagem em CNC, que remove rebarbas de adesivo e dá os acabamentos necessários para as vigas de MLC ou lajes CLT. As medidas das lamelas podem variar de acordo com cada construtora, mas as referências citadas no texto são baseadas na empresa brasileira CROSSLAM. O desenho esquemático apresentado na próxima página é o processo de produção padrão de madeira engenheirada da empresa AMATA.
Esquema de produção - MLC e CLT
1. florestas plantadas de pinus
MLC
CLT
2. toras de madeira 3. produção das lamelas 4. secagem 5. tratamento preservante
9. aplainamento das lamelas
8. união das emendas dentadas 7. classificação visual e mecânica 6. ressecagem
10. aplicação de adesivo 11. prensagem 12. usinagem CNC 13. entrega 14. montagem em obra
10. aplicação de adesivo 11. prensagem 12. aplainamento do MLC
Fonte: adaptado de Amata, 2020.
13. embalagem 14. entrega 15. montagem em obra