Fraterno 74

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Jornal

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HÁ 12 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA!

"FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE" ALLAN KARDEC

ANO XII • Nº 074 • MARÇO | ABRIL DE 2016 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Você já teve alguma decepção na vida?

Seara de Jesus festeja seus

76 anos de atividades

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Gabriel Delanne, grande defensor do Espiritismo

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o calendário de trabalho, o mês de fevereiro é muito especial para o Seara de Jesus, pois comemora 76 anos, precisamente no dia 25. Neste dia, no longínquo ano

de 1940, um grupo de homens honrados e trabalhadores de Jesus, juntos e com o auxilio do plano espiritual, fundaram o Seara de Jesus. Desde então os compromissos

assumidos pelos nossos companheiros de ideais espíritas e seareiros de Jesus têm sido cumprido por aqueles que foram sucedendo-os, através dos anos. Pág. 09

Dona Aparecida, fundadora do Hospital Fogo Selvagem, simboliza a garra da mulher vencedora Pag. 08

Sociedade dos Espíritos

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osso país perdeu no dia 22 de dezembro de 2009 uma batalhadora, uma mulher valorosa que por mais de cinquenta anos cuidou dos doentes e também das crianças – D. Aparecida Conceição Ferreira, mais conhecida como dona Cida, do Lar da Caridade - Hospital do Fogo Selvagem, antigo Hospital do Pênfigo, de Uberaba-MG. D. Cida deu mostras reais de ser um Espírito abnegado. Chico Xavier disse-lhe, certa vez, que ela estava tentando resgatar seus débitos havia muito tempo, mas sem sucesso, até que, desta vez, conseguiu seu objetivo ao reencarnar negra, pobre e cheia de filhos doentes para cuidar. Págs. 6 e 7


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Editorial

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ertamente ainda vamos continuar as tendo. Ela está presente em nós, pois é inerente a nossa condição evolutiva. Porque, a materialidade ainda é bem maior que a espiritualidade existente em cada um de nós. Essa é a nossa condição evolutiva no momento, pois ainda vivemos num mundo de provas e expiações, mas em busca de uma regeneração. Somos Espíritos imperfeitos. Em Busca da perfeição. Carregados de defeitos, temos latente em nós de uma maneira exacerbada, a vaidade, o orgulho e o egoísmo, uma sombra nefasta que não permite uma comunhão harmoniosa com o nosso próximo. Principalmente, se esse não comunga com os nossos pensamentos e sentimentos. Esses maus sentimentos não permitem que nos coloquemos na condição do outro. A máscara da hipocrisia impera soberana na maior parte de nossos relacionamentos. Na maioria das vezes não vemos o nosso próximo como nosso irmão, sendo esse o primeiro ensinamento do Mestre Galileu. Nós os vemos como nosso adversário, que deve ser abatido e humilhado, não importa os meios e fins. A intolerância impera. Será que ainda não aprendemos os ensinamentos de Jesus, tão bem explicado e exemplificado no “templo” Espírita? Tolerância que Jesus ensina é para ser vivida em todos os luga-

Decepções!!! Quem não as tem? Quem não as teve?

Decepções, certamente ainda vamos continuar as tendo res e em todos os instantes da nossa caminhada evolutiva, no nosso lar, com nossos “adversários”, principalmente com os políticos e com maior assertividade também dentro da casa Espírita. Infelizmente o rancor e o ódio máscaras de nosso passado estão bastante acentu-

ados em nosso Espírito. Até quando? Quando percebermos que o amor Jesus e a Misericórdia Divina cobre a “multidão de pecados”. E quando nos cristãos espíritas realmente colocarmos Jesus dentro de nossos corações. Até agora, a maioria de nós, só temos praticas exteriores. Realmente precisamos colocar Jesus dentro de n o s s o c o r a ç ão.

Fazer habitar o Reino de Deus dentro de cada um de nós. Nos cristãos, e principalmente o espírita, não vai dar guarida a essa onda de pessimismo e desânimo que se abate sobre a sociedade, não só na nossa pátria amada, mas também em outros países. Maravilha a nossa abençoada Doutrina que ensina tudo isso. Vamos aprender e viver seus ensinamentos, cada segundo é muito importante. Será que ainda não aprendemos e entendemos o Sermão da Montanha como um manancial de consolo e esperança. A certeza reina entre nós e dias melhores virão! É a Lei. Lei Divina, soberana e justa. Não tenhamos medo. Tenhamos plena confiança em Deus. Em Jesus, Governador de nosso Planeta. Tenha confiança em você. Tenha confiança em nós. Somos todos irmãos, filhos do mesmo pai. Olha que bênçãos, nossos irmãos do plano maior trabalha para nos e conosco. Não estamos órfãos. Temos Pai que a todos ama. Sejamos sua luz. Façamos brilhar a sua luz. Mesmo assim, quando as decepções encontrarem solo fértil em nossa alma, causando dores, angustia e sofrimentos, não desespere tenha plena confiança em Deus. Jesus, seu filho maior, nosso querido Irmão, está no comando. A nave caminha rumo à redenção. Somos passageiros, co piloto e piloto dessa maravilhosa nave. Terra bendita que nos ampara e acolhe sem distinção. Fica a certeza nas palavras de Emmanuel, através das abençoadas mãos de Chico Xavier, quando temos fé em Deus e a certeza da imortalidade da alma, todas nossas dores e decepções, serão melhores compreendidas, pois somos eterno e tudo passará. Melhor somos todos irmãos!!

E XPEDIENTE FRATERNO: jornal bimestral que divulga Ciência, Filosofia e Religião, com sede na Associação Centro Espírita Seara de Jesus, localizada na Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEP 06070-240, Osasco/SP. E-mail: acesj.jornalfraterno@gmail.com - Jornalista responsável: Hipólito Cândido MTB 17.804/SP. Coordenação/Direção/Redação/Revisão: João Ramos Portilho, Hipólito Cândido, Wilson Roberto da Silva, Platão Bencks De Souza. Anúncios e Montagens: Fernanda Vendramini. Financeiro: João Ramos Portilho, Josefa de Lima Nascimento e Alexandre Silva Mello. Diagramação: Luzo França Neto. Apoio: José Bezerra. Impressão: Gráfica TJL. Tiragem: 5 mil exemplares. Distribuição: Osasco e Grande São Paulo - Telefone: (11) 3688.2440 Atual Diretoria Presidente ........................ Vice-Presidente .................. 1ª Secretária ..................... 2ª Secretária ..................... 1º Tesoureiro .................... 2º Tesoureiro .................... Diretor de Patrimônio ............ Diretora da Biblioteca ........... Assistência Social ................

Aparecido Gonçalves Martins Josefa de Lima Nascimento Rosana da Conceição Martins Cláudia Custódio de Souza Badaró João Ramos Portilho Almir Alves da Silva José Bezerra Lea Gabriel dos Santos Silmara Rossetti

Mocidade ........................ Lumena Maria Ramos Ferreira Patrimônio ........................ José Bezerra Eventos ........................... Bernadete da Silva Mello CONSELHO FISCAL Presidente ........................ Membro .......................... Membro .......................... Membro .......................... Membro Suplente ...............

Francisco Lima de Freitas Wilson Roberto da Silva José de Abreu Sebastião Aparecido André Nair Pereira de Camargo Freitas

Diretoria quando da aprovação do Jornal Fraterno (Junho/2003) - Diretoria Executiva Presidente: José de Abreu; Vice Presidente: Maria Helena Neves; 1º Secretario: Airton Fernandes da Silva; 2º Secretario: Gilberto Marques da Rocha; 1º Tesoureiro: João Ramos Portilho; 2º Tesoureiro: Pedro Paulo Piragibe Carneiro; Biblioteca: Elza Pavan de Abreu; Patrimônio: José Bezerra; Conselho Fiscal:Francisco de Lima Freitas, João Jorqueira Sanches, Sebastião Aparecido André.


Credo de Eurípedes Barsanulfo

A Feira do Livro Espírita, acontece no Calçadão de Osasco

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União das Sociedades Espírita–MunicipalOsasco- realiza a XXXV Feira do Livro Espírita, no Calçadão de Osasco, ao lado das Casas Pernam-

bucanas. O evento, incluso no Calendário Oficial de Eventos da prefeitura de Osasco, acontece em todos os sábados de abril (dias 2, 9, 16, 23 e 30) e no primeiro sábado de

maio (dia 7), das 08h às 18h. Os interessados poderão adquirir as obras básicas da Doutrina Espírita, livros de estudo e romances a preços acessíveis. Venham conferir.

CENTRO ESPÍRITA SEARA DE JESUS - RUA ALLAN KARDEC, 173 – BELA VISTA – OSASCO - SP 01/03/1944 - É LANÇADO O JORNAL ‘O SEMEADOR’, EM SP, ÓRGÃO DA FEESP 09/03/1979 – DESENCARNA JOSÉ HERCULANO PIRES 09/03/1984 – DESENCARNA YVONE DO AMARAL PEREIRA 22/03/1882 – O LIVRO ‘A GÊNESE’, DE ALLAN KARDEC, É EDITADO PELA 1ª VEZ EM LÍNGUA PORTUGUÊS 23/03/1857 – NASCE GABRIEL DELANNE (VER MATÉRIA NESTA EDIÇÃO) 31/03/1869 – DESENCARNA ALLAN KARDEC 01/04/1858 – É FUNDADA A SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS, POR ALLAN KARDEC (VER MATÉRIA NESTA EDIÇÃO) 02/04/1910 – NASCE EM PEDRO LEOPOLDO, MG, CHICO XAVIER (VER MATÉRIA NESTA EDIÇÃO) 11/04/1900 – DESENCARNA NO RIO DE JANEIRO, BEZERRA DE MENEZES 12/04/1927 – DESENCARNA LÉON DENIS 15/04/1864 – ALLAN KARDEC LANÇA O ‘O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO’ 18/04/1857 – LANÇADO ‘O LIVRO DOS ESPÍRITOS’, DE ALLAN KARDEC 29/04/1923 – É LANÇADO NO BRASIL ‘O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO’ 30/04/1856 – É TRANSMITIDA A ALLAN KARDEC A PRIMEIRA REVELAÇÃO MEDIÚNICA A RESPEITO DE SUA MISSÃO

CREIO que a lei moral é uma verdade absoluta; que a Justiça, a Sabedoria, a Virtude, existem na marcha do mundo, tanto quanto a realidade física; que não se pode transpor, sem trabalho e sem mérito, um grau na iniciação humana; que o espírito deve chegar só, por si, à verdade, e que tem de tornar-se merecedor de sua felicidade; que a felicidade para ter tido o seu preço, deve ser adquirida e não concedida.

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USE Osasco realiza Feira do Livro Espírita


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A RAPOSA E AS UVAS

Contam que certa raposa astuta, quase morta de fome sem eira nem beira, andando a caça de manhã, passou por uma parreira carregada de cachos de uva bem maduros, todos pendentes na grade que oferecia suporte à videira.

Mas eles estavam altos demais e a raposa não podia alcançá-los. De bom grado ela os trituraria, mas sem lhes poder tocar disse: - Estão verdes... já vi que são azedas e duras. Só os cães

podem pegá-las. E foi embora a raposa, deixando para trás os cachos de uva, madurinhos e doces, pronto para quem por lá passasse e pudesse alcançá-los.

MORAL DA HISTÓRIA Um julgamento inadequado pode ser uma forma de objetivar e de compensar nossos fracassos. Objetivar é um processo pelo qual o ser humano experimenta uma alienação de real natureza subjetiva, projetando para fora e construindo uma suposta realidade externa. Uma objetivação pode ser salvadora, como a rapo-

sa da fábula dizendo para si mesma “estão verdes”, quando uvas maduras e apetitosas estavam fora de seu alcance. As objetivações são, portanto, formas que permitem resignificar um fato mediante certa afirmação ou conduta que compensa uma frustração. É comum encontrar entre os homens aqueles que, tais qual a

raposa, quando não conseguem realizar seus negócios, acusam as circunstâncias, ou mesmo, por não atingirem um intento, tendem a denegrilo, diminuindo dessa forma a gravidade de seu insucesso.

REFLEXÕES SOBRE ESTÁ FÁBULA E O EVANGELHO

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ão basta que dos lábios gotejem leite e mel; se o coração nada tem com isso, há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se contradiz; é o

mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que, se podem enganar os homens pelas aparências, não pode enganar a Deus”. (ESE, cap. IX, item 6, Boa Nova Editora)

“Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine o seu procedimento. Então poderá gloriar-se do que pertence e não do que pertence a outro. Pois

cada um deve carregar o seu próprio fardo.” (Gálatas, 6:3 a 5) “O interesse fala toda espécie de língua e faz toda espécie de papel, mesmo o do desinteressado.” (La Rochefoucauld)

farça os verdadeiros motivos tornando o inaceitável mais aceitável.

dos para além dos limites conhecidos. Provoca experiências transformadoras, intensas e radicais da criatura, quanto à sua visão de mundo e à sua forma de viver. Ela ocorre em consequência de uma decisão do individuo e o leva ao crescimento espiritual e ao despertar dos potenciais inconscientes, tais como sabedoria, aptidões, capacidades inatas.

Expansão da Consciência: A consciência não exclui nenhuma conquista, pois ela se amplia quando se integram todos os conhecimentos adquiri-

(Livro La Fontaine e o Comportamento Humano – Francisco do Espírito Santo Neto – ditado por Hammed).

CONCEITOS CHAVES

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rustração: É a sensação de quem estabelece altos padrões e metas existências superlativas, mas não está preparado para aceitá-los com serenidade quando os resultados não atingem de imediato o desejado. Racionalização: É o meca-

nismo de defesa por meio do qual se utilizam motivos sensatos e racionais para pensamentos e ações inaceitáveis. Esse mesmo processo é o que faz uma pessoa apresentar uma explicação logicamente consistente ou eticamente aceitável para uma atitude, ação ou sentimento que lhe causa sofrimento moral. Dis-


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Dificilmente alguém passa pela existência sem sofrer uma desilusão, ou ter alguma surpresa desagradável em algum momento da caminhada. Podemos dizer que o sabor de uma decepção é amargo e traz consigo um punhal invisível que dilacera as fibras mais sutis da alma. Isso acontece porque nós só nos decepcionamos com as pessoas em quem investimos nossos mais puros sentimentos de confiança e amor. Pode ser um amigo, a quem entregamos o coração e que, de um momento para outro, passa a ter um comportamento diferente, duvidando da nossa sinceridade, do nosso afeto, da nossa dedicação, da nossa lealdade... Também pode ser a alma que elegemos para compartilhar conosco a vida, e que um dia chega e nos diz que o amor acabou, que já não fazemos mais parte da sua história... que outra pessoa agora ocupa o nosso lugar. Ou alguém que escolhemos como modelo digno de ser seguido e que vemos escorregando nas valas da mentira ou da traição, desdita que

nos infelicita e nos arranca lágrimas quentes e doloridas, como chama que queima sem consumir. Enfim, só os nossos amores são capazes de nos ferir com a espada da decepção, pois os estranhos não têm esse trágico poder, já que seus atos não nos causam nenhuma impressão. Assim, vale a pena algumas reflexões a esse respeito para que não nos deixemos atingir pela cruel espada da desilusão. Para tanto, podemos começar levando em conta que, assim como nós, nossos amores também não são perfeitos. E que, geralmente, não nos prometem santidade ou eterna fidelidade. Nunca nos disseram que seriam eternamente a mesma pessoa e que jamais nos causariam decepções. Nós é que quere-

mos que sejam como os idealizamos. Assim nos iludimos. Mas só se desilude quem está iludido. Importante que pensemos bem a esse respeito, imunizando a nossa alma com o antídoto eficaz do entendimento. Importante que usemos sempre o escudo do perdão para impedir que os atos infelizes dos outros nos causem tanto sofrimento. Importante, ainda, que façamos uso dos óculos da lucidez, que nos permitem ver os fatos em sua real dimensão e importância, evitando dores exageradas. A ilusão é como uma névoa que nos embaraça a visão, distorcendo as imagens e os fatos que estão à nossa frente. E a decepção nada mais é do que perceber que se estava iludido, enganado sobre algo ou alguém. Assim, se você está amargando a dor de uma desilusão, agradeça a

Deus por ter retirado dos seus olhos os empecilhos que lhe toldavam a visão. Passe a gostar das pessoas como elas são e não como você gostaria que elas fossem. Considere que você também já deve ter ferido alguém com o punhal da decepção, mesmo não tendo a intenção, e talvez sem se dar conta disso. Por todas essas razões, pense um pouco mais e espante essa tristeza do olhar... Enxugue as lágrimas e siga em frente... sem ilusões. Aprenda a valorizar nas pessoas suas marcas positivas. Lembre-se de que cada um dá o que tem, o que pode oferecer. Uns oferecem o ácido da traição, o engodo da hipocrisia, o fel da ingratidão, pois é o que alimentam na alma. Mas, seja você a cultivar em seu jardim interior as flores da lealdade, do afeto, da compreensão, da honestidade, para ofertar a todos aqueles que cruzarem o seu caminho. Seja você alguém incapaz de ferir ou provocar sofrimentos nos seres que caminham ao seu lado. Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, Coletânea v. 8/9 e no livro Momento Espírita, v. 3 ed. Fep. Em 13.06.2011.


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Gabriel Delanne, grande defensor do Espiritismo Ele nasceu em Paris, no dia 23 de março de 1857, e desencarnou na mesma, Paris, França, em 15 de fevereiro de1926.

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Gabriel Delanne era filho de pais espíritas convictos e praticantes, sendo o seu pai um dos fundadores da Liga Parisiense de Ensino e afeiçoado amigo de Allan Kardec, fazendo parte com este da direção da Sociedade Espírita fundada por ambos. Sua mãe, portadora de mediunidade ostensiva, muito colaborou na codificação kardequiana com suas comunicações, transmitindo informações confiáveis filtradas do mundo espiritual através de seus dons. Nasceu esse grande defensor do Espiritismo em ambiente espiritual propício a sua preparação, o que se fez nos moldes rigorosamente científicos e com estrita fidelidade ao Codificador. Afirmando sempre que a sua crença inabalável era a espírita, e dedicando-se desde cedo à pesquisa experimental dos fatos presenciados dentro da sua própria casa, veio a receber da espiritualidade uma mensagem cujo teor o faria mais dedicado e disciplinado para com suas pesquisas. Dizia a mensagem: "Nada temas. Tem confiança. Jamais será rico do ponto de vista material. Coisa alguma, porém, te faltará na vida". Em 1883 ele fundou a revista "O Espiritismo" graças à generosidade de uma inglesa, Elisabeth D'Esperance, que lhe doou o di-

Gabriel Delanne nheiro para as despesas. Passou então a realizar experiências com grandes médiuns. Em 1904 juntamente com Charles Richet e outros estudiosos, presenciou os prodigiosos fenômenos de materialização de Vila Cármen, em Argel. A produção literária de Delanne não se apoia em especulações imaginárias, mas, em fatos por ele mesmo investigado e confirmado. Dedicando-se de maneira especial ao trabalho de demonstrar que o Espiritismo se apoia em bases científicas, escreveu essas principais obras, hoje conhecidas em todo o mundo: "Pesquisas sobre a Mediunidade", "A Alma é Imortal", "O Espiritismo perante a Ciência", "O Fenômeno Espírita", "A Evolução Anímica", "As

Aparições Materializadas de Vivos e Mortos", "Documentos para o Estudo da Reencarnação", e finalmente "A Reencarnação". Em "O Espiritismo perante a Ciência", ele traça com rara maestria um quadro completo dos dados que o psiquismo pode apresentar para merecer o respeito dos cientistas. E como demonstração da admirável segurança de sua argumentação, basta que se lance os olhos sobre suas páginas e verifique-se, que desde a época já distante em que apareceu a primeira edição desta obra, o seu autor teve a satisfação de verificar que algumas das mais importantes teorias expostas tiveram a consagração da Ciência. Em sua luta para estabelecer a verdade espírita, sabedor dos males gerados pela ignorância, pelo fanatismo e pela paixão desregrada escreve: "A luta é inflamada e provavelmente será longa, de vez que os prejuízos religiosos e científicos se mostram obstinados. Insensivelmente, porém, a evidência acaba impondo-se. Temos agora a convicção de que a certeza da imortalidade se tornar uma verdade científica, cujas consequências benfazejas, fazendo-se sentir no mundo inteiro, mudarão os destinos da humanidade". Homem de mentalidade politécnica, afeiçoado desde cedo aos estudos exatos, às observações frias, às deduções rigorosas, foi o chefe supremo da parte experimental do Espiritismo à qual deu o maior desenvolvimento, ainda não suplantado. Delanne fez ver através de suas obras que a Física moderna, o magnetismo, o hipnotismo, a sugestão verbal ou mental, a clarividência, a telepatia e o Espiritismo, todos esses conhecimentos novos são convergentes para as fronteiras espirituais. Tornou evidente que as provas das comunicações dos espíritos, sendo tão numerosas quão variadas tornariam o Espiritismo uma de-

monstração científica da imortalidade. Em sua luta incessante iniciada aos 13 anos, publicou aos 68 anos de idade uma obra de incomparável valor intitulada "A Reencarnação", última de seu gênio privilegiado. Pela solidez apresentada, pelo rigor de sua lógica, pelo valor de sua argumentação, pela escolha de suas provas, pela superioridade de sua tese, e pela imparcialidade com que apresenta os fatos, essa obra ‚ a primeira da coleção delanneana. Abordando todas as angulações elaboradas pela codificação, Delanne sempre respondia com humildade sobre sua própria obra: "Nada tenho dilatado. Tudo que há é de Kardec. Apenas tenho feito constatações. Mostrei-as em meus livros e demonstro-as na prática diária. Nada acrescento". Excesso de modéstia dele. Sua obra complementa e solidifica os ensinamentos de Kardec, abordando temas correlatos e aprofundando outros onde o grande Codificador não dispusera de tempo para considerações maiores. Delanne foi o pesquisador que de maneira incansável soube aproximar a ciência da religião, certo que ambas teriam que caminhar unidas para uma compreensão lógica do universo e dos seus habitantes, os espíritos. O insigne pesquisador dedicou toda a sua vida à propagação do Espiritismo, pelo qual se sacrificou inutilmente aos olhos daqueles que só vêem no imediatismo a verdadeira razão do viver humano e por isso não podem compreender que, por força desse desprezo pelas vaidades e ambições terrenas, ele se cobriu de glórias espirituais pelo trabalho bem conduzido, sem vacilações e fielmente executado até seu derradeiro instante da vida corpórea. Fonte: site: www.gesp.org.br/biografias


76 anos de atividades

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o calendário de trabalho, o mês de fevereiro é muito especial para o Seara de Jesus, pois comemora 76 anos, precisamente no dia 25. Neste dia, no longínquo ano de 1940, um grupo de homens honrados e trabalhadores de Jesus, juntos e com o auxilio do plano espiritual, fundaram o Seara de Jesus. Desde então os compromissos assumidos pelos nossos companheiros de ideais espíritas e seareiros de Jesus têm sido cumprido por aqueles que foram sucedendo-os, através dos anos. Como no acolhimento fraterno, na caridade e amor para todos aqueles que batem a sua porta. Essa é uma característica marcante no Seara de Jesus. A comemoração de aniversario durante todo o mês teve palestras de nossos irmãos vindos de outras casas e cidades. O músico Vansan, que divulga o Evangelho de Jesus através de sua voz marcante e violão, abriu o ciclo de palestra do mês. Depois vieram outros como: Izai-

as Claro, Allan Vilches, Fábio Fadel, Eduardo e Ricardo, Plínio Penteado, Coral Amornizando, Paulo Ribeiro, Pedro Pedrosa. Ainda tivemos Samuel Barros que substituiu o Umberto Fabbri, que não pode comparecer por motivo de saúde na família. Teve também numa noite de sábado o Grupo de Teatro Leon Dinis, do Instituto Espírita Obreiros do Bem, que encenaram a peça “Uma paixão de Salão”, texto de MM Gallois e Hippolyte Rivail. Na segunda e quarta feira, véspera e pós-carnaval, lembramos os ensinamentos do Mestre Jesus, por Haroldo Dutra Dias, através do uso de telão. A festa de aniversário contou com a presença do Grupo Vocal União e Harmonia, que tem a frente o querido Roberto Ferreira, que demonstrou todo seu contentamento em participar das festividades de aniversário, quando diz: “ ...a toda diretoria e aos frequentadores da Seara, o nosso muito obrigado pela oportunidade, pelo carinho, pelos calorosos aplausos, pelas lágrimas de emoção, pela festa, pelo bolo, pela amizade e consideração!!!”. Deixou claro a vontade de estar novamente no próximo aniversário. Finalizando o mês de aniversário, Francisco Aranda Gabilan,

disse o quanto é importante fazer o bom “uso da palavra”, tema de sua palestra. Um mês de muito aprendizado para todos os diretores, trabalhadores, colaboradores e frequentadores do Seara de Jesus. Tivemos a presença de muitos

trabalhadores e espíritas de outras casas de Osasco e de outras localidades. Todos mostraram gratidão ao Seara de Jesus, por compartilhar muitos momentos de alegria e aprendizado nos ensinamentos do Mestre Jesus. Parabéns Seara de Jesus!!!

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Seara de Jesus festeja seus


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Francisco Cândido Xavier e a missão com a Doutrina Espírita (1910 – 2002) Ele nasceu em Paris, no dia 23 de março de 1857, e desencarnou na mesma, Paris, França, em 15 de fevereiro de1926.

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arcel Souto Maior, no excelente livro “As vidas de Chico Xavier”, diz que, “o ano de 1931 foi movimentado para Chico. E triste. Cidália Batista Xavier, mãe adotiva e do coração de Chico Xavier, desencarnou em março. Pouco antes de ir embora, chamou o enteado e fez um pedido: ele deveria evitar que João Candido se desfizesse, novamente, dos filhos; seis dela e nove do primeiro casamento. Ah, mãe, fique despreocupada. Eu prometo que, enChico Xavier Marcel Souto Maior quanto minha última irmã não estiver casada, minha missão no lar não terá acaba- versa com Deus interrompi- percebeu, entre os raios, a do com túnica típica de sado. Depois da promessa o da pela visita de uma cruz poucos metros, a figura de cerdotes. O recém-chegado apelo. Não vá embora, não. luminosa. Franziu os olhos e um senhor imponente, vesti- foi direto ao assunto. Com quem vou conversar sobre minhas visões? Quem Está mesmo disposto - E o terceiro? rados. O roteiro estava escrito. vai acreditar em mim? Num a trabalhar na - Disciplina, é claro. Chico Restava ao matuto de Pedro último esforço, Cidália o mediunidade? Xavier concordou. E o estranho Leopoldo seguir as instruções. consolou. Tenho fé de que - Sim, se os bons Espíritos aproveitou a deixa. Seus passos, tropeços e quevocê ainda há de encontrar não me abandonarem. - Temos algo a realizar. Trin- das, muitas quedas, seriam aquelas pessoas do “arco- Você não será desampara- ta livros para começar. O rapaz acompanhados de perto por íris” e elas vão te entender do, mas para isso é preciso que levou um susto. Como iria com- aquele estranho a cada dia mais mais do que eu. Chico sentrabalhe, estude e se esforce no prar tinta e papel? Quem pagaria íntimo, o nome dele: Emmanutia-se sozinho apesar das vibem. a publicação de tantos títulos? O el, o mesmo que tinha se apresitas esporádicas da mãe e - O senhor acha que estou salário de caixeiro no armazém sentado a Carmem Perácio quadas sessões no Centro Luiz em condições de aceitar o com- de Felizardo mal dava para as tro anos antes. A missão: guiar Gonzaga. Para escapar do promisso? despesas de casa, os 13 mil réis o rapazote e evitar que ele fucoro dos céticos, ele arrasta- Perfeitamente, desde que mensais, eram gastos com cator- gisse do “script” traçado no va os pés pelas ruas de terra respeite os três pontos básicos ze irmãos; seu pai era apenas além. Chico deveria colocar no do arraial e, com os sapatos para o serviço. vendedor de bilhetes de loteria. papel as palavras ditadas pelos sempre frouxos, tomava o “mortos” e divulgar, por meio do rumo do açude. Aquele era Diante do silêncio Chico arriscou uma livro, a Doutrina dos Espíritos. seu refúgio. Ali, ele se encodo desconhecido, previsão. Papai vai lhia a sombra de uma árvore, Chico perguntou: tirar a sorte grande? na beira da represa, encara- Qual o primeiro ponto? - Nada, nada disso. Sorte va o céu e rezava ao som das - Disciplina. grande mesmo é o trabalho (As vidas de Chico Xaviáguas. Em 1931, o bucoliser” – Marcel Souto Mai- E o segundo? com fé em Deus. Os livros or – Editora Planeta). mo da cena deu lugar ao fan- Disciplina. chegarão por caminhos inespetástico. O rapaz teve sua con-


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Eurípedes O sonho realizado com amor

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urípedes sonhava transformar, ajudar e esclarecer as pessoas. A ignorância não podia mais ser a companheira de tantos, depois que compreendera o valor da Doutrina Espírita como fonte de libertação das almas. O sonho era alicerçado em seus mais profundos pensamentos. Já vivera em outras oportunidades reencarnatórias como instrumento fiel das premissas de educação. Fora contemporâneo dos luminares iluminativas do Espírito. Eurípedes trazia o esplendor de uma inteligência fulgurante, onde o trabalho de educação sempre foi o seu grande objetivo. Educar para libertar – era esta a premissa de grande valor que carregava dentro de si. Alimentado pelos pensamentos de amor que o ligavam ao Evangelho de Jesus, Eurípedes amava os cânticos gregorianos, dava profundo valor às artes como instrumento de libertação dos sentimentos. No teatro, quando escolhia os papéis de cada ator, observava profundamente as características do caráter, tendências e gestos que deveriam ser modificados. Através do teatro conseguia o emérito professor educar os pensamentos e sentimentos, atingindo a todos com serenidade, de forma sucinta. A educação vinha de se processando à medida que ia incorporando em si os novos mecanismos da compreensão. O Professor avançava na ideia de auxiliar, de fazer tornar lúcido todo o momento existencial do Espírito. O trabalho do Evangelho

Eurípedes Barsanulfo de Jesus fora outro grande passo da metodologia de Eurípedes. O Evangelho deveria ser profundamente sentido, onde o valor do amor penetrasse no âmago do ser, de forma consciente. Conduzia esses momentos para que todos pudessem sentir, perceber o valor do bem e da caridade. Despertava aqueles que lhe Estevam mais próximos, dando-lhes tarefas de relevância para que pudessem aprender. Fato interessante que hoje observamos foi à didática de Eurípedes: arguir sempre o aluno para que de si viesse à resposta do aprendizado, mas nunca só, sempre gotejado pelo brilho do sentimento, quando lhe era perguntado como e o porquê de tais colocações.

Vista a amplitude da resposta, sempre fizera ponderação quanto à participação, nesse ou naquele gesto, dos que foram convidados a trabalhar e a exemplificar. Os alunos de Eurípedes receberam as lições mais profundas do Evangelho, onde a beleza deste era fator de questionamento. A responsabilidade de fala, ministra o Evangelho de Jesus, está inteiramente ligado à força do exemplo e da dignidade. Sempre questionava: - Como entender o Evangelho de Jesus, se não colocamos em prática em nossas vidas, em nossos atos, os seus ensinamentos? Quando qualquer traquinagem acontecia, nunca eram punidos, mas arguidos sobre a conduta tomada. Nunca foi sentido

um pensamento de sarcasmo, dúvida ou desrespeito. A moral tinha um valor preponderante, e a figura do Professor era legitima nessa ação. Tudo que Eurípedes falava ou explica tinha cunho da verdade. Jamais a dúvida crescia entre os alunos. Os textos escolhidos do Evangelho atendiam plenamente às necessidades de todos. Procurava selecioná-los com amor para que a vibração fosse sempre a tônica do tocar, do sentir e perceber pelos seus próprios sentimentos e percepções. Mostrava sempre Eurípedes, através de seu didatismo, o valor do respeito. Amava a vida, a natureza como templo divino. Esse amor era repassado na forma de respeito aos alunos, às suas necessidades e aos seus anseios. Sempre que percebia qualquer indiferença, eram formalizadas situações que levassem os seus alunos a vivenciarem-nas. Daí pode perceber que quando colocava seus alunos a olhar os enfermos, visitando-os em seus lares, nas belas visitas fraternas, estava o Professor demonstrando o valor da amizade, da solidariedade e dos princípios maiores que vão dia-a-dia norteando os mecanismos do Espírito na valiosa contribuição que cada reencarnação auxilia. O trabalho do entendimento progressivo do Espírito pede urgência, para que cada ser possa descobrir o seu potencial, seu valor e sua contribuição nesse processo interativo que a vida oferece. (Livro Eurípedes O Espírito e o Compromisso – Corina Novelino – Psicografia de Alzira Bessa França Amui – Editora Esperança e Caridade)


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O Primeiro Centro Espírita do Mundo foi fundado em 1º de abril de 1858, por Allan Kardec

Sociedade dos Espíritos M

uito mais discreta e desinteressada do que o colega escocês, Ermance Dufaux, continuava a por no papel mensagens assinadas por São Luis. Sua autobiografia póstuma fora proibida pelo governo, mas nada impedia, por enquanto, que o santo se manifestasse na Revista Espírita. Parábolas sobre o orgulho, preguiça e inveja, assinadas por ele, foram estampadas na nova publicação, acompanhadas de diálogos com o próprio rei santificado. Agora, porém, Ermance já não escrevia tanto. As mensagens dos Espíritos saiam de sua boca a jato, e quem estivesse a seu lado durante estes ditados “do além” precisava escrever rápido para acompanhar a velocidade dos discursos. Kardec deu destaque à jovem, como objeto de estudo, já nos primeiros artigos da revista: A princípio era boa médium psicógrafa e escrevia com grande facilidade; pouco a pouco se tornou médium falante e, à medida que esta nova faculdade desenvolveu, a primeira se atenuou. A senhorita Dufaux escreve pouco e com dificuldade, mas o que é original é que, falando, sente a necessidade de estar com um lápis à mão e de fingir que escreve. Detalhes como estes chamavam a atenção de leitores ávidos por evidências da vida depois da morte e levavam à casa de Kardec colaboradores interessados em estudar a nova ciência e atuar como intermediário do além. Quinze pessoas, em média, passaram a participar de reuniões privadas, toda terça-feira, no apartamento de Kardec e Amélie, na Rua de Matyrs, nº 8. Mas em pouco tempo o número de visitantes dobrou e a sala ficou acanhada para tan-

ta gente e tantos fenômenos. Os frequentadores mais assíduos propuseram, então, ratear os custos do aluguel de um novo espaço. Kardec aceitou a oferta e decidiu formalizar a sociedade, com o aval do Estado. Batizada de Círculo Parisiense de Estudos Espíritas, essa associação, ainda um tanto improvisada nos primeiros meses de 1858, tornara-se o embrião da primeira Sociedade Espírita do mundo. O processo de legalização da entidade foi conduzido com todo o cuidado e contou com o decisivo apoio dos Dufaux num período de alta tensão em Paris. A capital da França estava sob a sanção da Lei de Segurança Geral, promulgada após um atentado sofrido por Napoleão III, em 14 de janeiro de 1858. O responsável pela tentativa de assassinato, o revolucionário Félix Orsini, já estava preso, prestes a ser condenado à guilhotina, e a ordem do governo era clara: vigilância máxima para evitar novos ataques. De acordo com as novas leis, que vigorariam por doze anos, o ministro do Interior poderia, por exemplo, exilar qualquer cidadão francês suspeito de conspirar conta a segurança do Estado. Reuniões privadas, como as organizadas por Allan Kardec, eram, portanto, vistas com reserva e suspeita. O mais seguro era obter uma autorização legal para não correr riscos desnecessários. Amigo do prefeito de polícia, o Sr. Dufaux encarregou-se da petição e garantiu às autoridades o caráter apolítico dos encontros semanais no então recém-batizado Circulo Parisiense de Estudos Espíritas. Logo depois, instruído pelo pai de Ermance, Kardec enviou outra solicitação ao “Senhor Prefeito de Polícia da Cidade de Paris”: Os membros fundadores do Círculo Parisiense de Estudos Espíritas, que solicitaram junto a vós a autorização necessária para constituirnos em Sociedade,

Sociedade dos Espíritos até os dias de hoje temos a honra de pedir-vos que - Tudo pesar e amadurecer; consintais permitir-nos reuniões submeter ao controle da mais sepreparatórias, enquanto espera- vera razão todas as comunicações mos a autorização regular. que receberdes; não deixar de O texto se encerrava com pedir, desde que uma resposta vos duas assinaturas do mesmo ho- pareça duvidosa ou obscura, os mem: “(...) tenho a honra de ser esclarecimentos necessários para vosso muito humilde e muito vos convencer. obediente servidor, H.L.D. RiEntre os membros fundadores vail, dito Allan Kardec.” de carne e osso, médiuns como os No dia 1º de abril de 1858, três senhores Rose, Alfred Didier, meses depois do lançamento da D’Ambel, Leymarie e Delanne, e Revista Espírita, a Sociedade Pa- as senhoritas Eugénie, Hue e Sterisiense de Estudos Espíritas pas- phanie, além da atuante sra. Cossou a ocupar, com autorização do tel. Entre os visitantes invisíveis Estado, um endereço no Palais- mais assíduos, além de São Luis, Royal, na galeria Valois. destacava-se Erasto, discípulo e Aquele seria o palco de suces- colaborador do apóstolo Paulo de sivos diálogos com o invisível, Tarso nos tempos de Cristo, resdescritos em edições cada vez ponsável agora por orientações mais populares da Revista Espíri- incisivas como esta: - Não temais ta, a tribuna de Allan Kardec. desmascarar os embusteiros. EsFoi nas páginas da publica- timulado pelas vendas de O Livro ção, em maio que o professor dos Espíritos, pelo número cresfestejou a constituição da nova cente de assinantes da Revista associação parisiense. Espírita e pela adesão de novos A Sociedade, cuja formação sócios contribuintes à Sociedade temos o prazer de anunciar, recém-fundada, o professor pascomposta exclusivamente de sou a dedicar cada vez mais tempessoas sérias, isentas de pre- po à sua missão ou combate. venções e animadas do sincero Logo Rivail seria uma sombra desejo de esclarecimento, con- de Kardec, a cada dia mais atuante tou desde o início, entre os seus e confiante. Com informação e associados, com homens emi- divulgação, acreditava, seria posnentes por seu saber e por sua sível vencer os preconceitos conposição social. Estamos con- tra o espiritismo e provar ao munvictos de que ela é chamada a do que, em torno das esfuziantes e prestar incontáveis serviços à polêmicas mesas girantes, havia constatação da verdade. um mundo novo a se revelar. Quem Kardec assumiu a presidência sabe aconteceria com o espiritisdo grupo e nomeou, então São mo o que já se dava com sua Luis, “presidente espiritual” da “ciência Irmã”, o magnetismo? Sociedade. Uma das mensagens assinadas pelo santo ser(Fontes: Kardec – A Biografia – viria de guia para os trabalhos Marcel Souto Maior. www.autoresespiritasclassicos.com.br) de intercâmbio com o além:


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