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HÁ 12 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA!
"FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE" ALLAN KARDEC
ANO XII • Nº 076 • JULHO/AGOSTO DE 2016 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Como névoa, a ILUSÃO logo se dilui ante a verdade A
paz e a lucidez começam no íntimo. Já que vivemos num mundo conflituoso e agitado, devemos dedicar algum tempo para orar ou meditar, pois apenas assim encontraremos mais conciliação, concórdia e harmonia em nossa intimidade. Entregarmo-nos a longas e profundas reflexões é essencial para a nossa sanidade mental. Quando estamos inquietos, desordenados e sem clareza interna, projetamos a agitação que sentimos para o mundo ao nosso derredor. Quando estamos serenos, podemos ver com mais lucidez e agir com capacidade e segurança, atingindo bons resultados nas decisões vivenciais. Páginas 6 e 7.
Arte Espírita: a beleza
manifestada pelo artista encarnado
O
s principais registros referente à arte na doutrina espírita nos remetem ao grande escritor francês Leon Denis, autor do livro “Espiritismo na arte” no original “Le
Spiritisme Dans l'art”. Nesta obra, Léon Denis retrata o que ocorre na espiritualidade, no que se refere à arte, e como a beleza se manifesta através do artista encarnado na Terra. Pág. 4
OBREIROS DO BEM: 76 ANOS Um pouco de sua história
N
o dia 25 de agosto de 1940, na Travessa da Olaria, atual Rua André Rovai, era fundada pelos senhores Alfredo Amalfi, Pedro Alves de Oliveira e Temís-
tocles Borges Pavão, uma casa espírita denominada “União Espírita Socorro aos Necessitados”, a qual teve como primeiro presidente o Sr. Alfredo Amalfi. Pág. 10
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Editorial
ILUSÃO: A
o contrário da verdade, que diz que devemos estar conforme os fatos e a realidade, a ilusão é como uma névoa que entorpece nossos sentimentos, mesmo que por alguns momentos. Pode ser encarada em algumas situações como medo da busca da verdade. Ela nos traz a inocente felicidade mesmo por alguns instantes. Daí muitos preferirem viver em um verdadeiro estado de ilusão, onde a verdade pode causar dores e também proporcionar atitudes covardes que não desejamos tomar. Para o Espírito esse estado de ilusão momentânea, pode nos remeter a euforia, porém, a longo prazo, trazendo-nos consequências desastrosas para nosssa evolução. Precisamos buscar constantemente a verdade. Não importa como ela pode se apresentar. Temos que encará-la como uma realidade em nosso caminho na busca da perfeição moral. Vamos evoluir melhor e sem tropeços sendo Espíritos conscientes. Com isso sempre a verdade é um imperativo para o nosso bem estar. No livro Sob a Proteção de Deus, Joanna de Angelis, através do médium Divaldo Pereira Franco, diz: “O culto à mentira é dos mais danosos comportamentos a que o indiví-
A ilusão, responsável pelos sofrimentos, alimenta a calúnia, a infâmia e a crueldade duo se submete. Ilusão do ego, logo se dilui ante a linguagem espontânea dos fatos. Responsável por expressiva parte dos sofrimentos humanos, fomenta a calúnia que lhe é manifestação grave e destrutiva a infâmia, a crueldade... Além desses aspectos morais, a mentira (ilusão) não resiste ao transcurso do tempo. Sem alicerce que a sustente, altera a sua forma ante cada evento novo e de tal maneira se modifica, que se desvela. Por ser insustentável, quem se apóia na sua estrutura
frágil padece insegurança contínua. A verdade jamais se camufla; surge com força e externa-se com dignidade. Não tem alteração íntima, permanecendo a mesma em todas as épocas. Ninguém consegue ocultá-la, porque, semelhante à luz, irradia-se naturalmente. Nem sempre é aceita, por convidar à responsabilidade. Amiga do discernimento, é a pedra angular da consciência de si mesmo, fator ético-moral da conduta saudável”. Por isso, jamais nos iludamos, vamos sem-
pre em busca da verdade, como já dizia o Mestre Galileu, em João 8:32: “conheça a verdade e a verdade vos libertará.” Portanto, vamos sempre estar com a verdade, ela faz crescer e robustece o nosso Espírito. Não viva de ilusão, confiemos em Deus e na Providência Divina.
E XPEDIENTE FRATERNO: jornal bimestral que divulga Ciência, Filosofia e Religião, com sede na Associação Centro Espírita Seara de Jesus, localizada na Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEP 06070240, Osasco/SP. E-mail: acesj.jornalfraterno@gmail.com - Jornalista responsável: Hipólito Cândido MTB 17.804/SP. Coordenação/Direção/Redação/Revisão: João Ramos Portilho, Hipólito Cândido, Wilson Roberto da Silva, Platão Bencks De Souza. Anúncios e Montagens: Fernanda Vendramini. Financeiro: João Ramos Portilho. Diagramação: Luzo França Neto. Apoio: José Bezerra. Impressão: Gráfica TJL. Tiragem: 5 mil exemplares. Distribuição: Osasco e Grande São Paulo - Telefone: (11) 3688.2440 Atual Diretoria Presidente ........................ Vice-Presidente .................. 1ª Secretária ..................... 2ª Secretária ..................... 1º Tesoureiro .................... 2º Tesoureiro .................... Diretor de Patrimônio ............ Diretora da Biblioteca ........... Assistência Social ................
Aparecido Gonçalves Martins Josefa de Lima Nascimento Rosana da Conceição Martins Cláudia Custódio de Souza Badaró João Ramos Portilho Almir Alves da Silva José Bezerra Lea Gabriel dos Santos Silmara Rossetti
Mocidade ........................ Lumena Maria Ramos Ferreira Patrimônio ........................ José Bezerra Eventos ........................... Bernadete da Silva Mello CONSELHO FISCAL Presidente ........................ Membro .......................... Membro .......................... Membro .......................... Membro Suplente ...............
Francisco Lima de Freitas Wilson Roberto da Silva José de Abreu Sebastião Aparecido André Nair Pereira de Camargo Freitas
Diretoria quando da aprovação do Jornal Fraterno (Junho/2003) - Diretoria Executiva Presidente: José de Abreu; Vice Presidente: Maria Helena Neves; 1º Secretario: Airton Fernandes da Silva; 2º Secretario: Gilberto Marques da Rocha; 1º Tesoureiro: João Ramos Portilho; 2º Tesoureiro: Pedro Paulo Piragibe Carneiro; Biblioteca: Elza Pavan de Abreu; Patrimônio: José Bezerra; Conselho Fiscal:Francisco de Lima Freitas, João Jorqueira Sanches, Sebastião Aparecido André.
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Credo de Eurípedes Barsanulfo
Carlinhos Conceição O músico espírita Carlinhos Conceição se apresenta no mês de agosto nas cidades de Osasco, Carapicuíba e Jandira, com canções que nos faz refletir sobre o amor e a caridade. Confira: Osasco Sábado – 27 de agosto 16h – Seara de Jesus
Sábado – 27 de agosto 19 h – Pais e Filhos
Jandira
Carapicuíba
Domingo – 28 de agosto 09h - O Consolador
Domingo – 28 de agosto 18h - Amor e Luz
USE Osasco e Coral Amornizando promovem XVI Encontro Espírita de Corais Eurípedes Barsanulfo CREIO que a vida não é um jogo, uma ilusão, que a verdadeira vida não é a que multiplica gozos; que a felicidade tal qual a entendemos não pode existir; que é preciso que o esforço subsista neste mundo; que não estamos aqui para gozar, mas para lutar, trabalhar, combater; que a luta é necessária ao desenvolvimento do espírito; que o verdadeiro fim da vida consiste no dever que incumbe a todo ser humano de subjugar a matéria ao espírito.
O Teatro Municipal de Osasco Glória Giglio será o palco do Encontro Espírita de Corais
O
Teatro Municipal de Osasco Gloria Giglio, localizado na Avenida dos Au-
tonomistas, 1.533, Vila Campesina (tel. 3685-9596) será palco, no dia 17 de setembro de
2016, das 18h às 20h, do XVI Encontro Espírita de Corais, organizado pelo Coral Amornizando e promovido pela USE Osasco. A entrada é um quilo de alimento não perecível, que será destinado à entidade AMAMOS. Estarão presentes os corais: Coral Amornizando, Coral Colina do Jaguaré, Coral Bezerra de Menezes, Coral Estrela Radiante, Grupo Vocal “Seareiros do Bem”, Coral Polifônico da União Espírita de Piracicaba e Coral Lar de Amor. Num total de 141 integrantes.
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Arte Espírita: a beleza manifestada pelo artista encarnado
Atualmente contamos com diversas expressões da Arte Espírita em nosso cotidiano
O
s principais registros referente à arte na doutrina espírita nos remetem ao grande escritor francês Leon Denis, autor do livro “Espiritismo na arte” no original “Le Spiritisme Dans l'art”. Nesta obra, Léon Denis retrata o que ocorre na espiritualidade, no que se refere à arte, e como a beleza se manifesta através do artista encarnado na Terra. A obra foi elaborada com base em uma série de artigos escritos por Léon Denis em 1922, para a Revue Spirite (revista espírita francesa fundada
por Allan Kardec, na qual tratava da questão do belo na arte (arquitetura, pintura, escultura, música, literatura e outros. Atualmente, as diversas expressões da arte com fundo espiritual, tem um referencial dentro da doutrina espírita, seja pela inspiração dos autores ou até mesmo o resultado das obras, como no cinema, teatro, música, televisão etc. Há muitos exemplos de sucesso de audiência e que leva conceitos espíritas para o grande público, mas também existem muitos abnegados trabalhadores anônimos, que doam seu tempo e trabalho
para contribuir com a divulgação da causa espírita e de trabalhos com grande qualidade artística e fundo moral que leva a mensagem da Arte-educação , a serviço do bem e do Belo. Abaixo, parte de artigo importante, que o leitor pode verificar na íntegra, http://www.fedf.org.br/ site/docs/area/CFN_DOCUMENTO_ARTE.pdf no site da FEB e que responde a questão: Em quais circunstâncias podemos empregar a Arte Espírita? As diversas modalidades de expressão artística podem ser estimuladas ou desenvolvidas de uma maneira geral nos núcleos
espíritas ou em eventos específicos, tais como: 1. Na divulgação de conteúdo doutrinário nas atividades de evangelização infanto-juvenil (teatro infantil, fantoches, músicas, dança, literatura infantil, jogral etc.); 2. Nos eventos de confraternização para harmonizar e/ou alegrar o ambiente (coral, grupos de música, jogral/poesia); 3. Na harmonização em palestras e eventos comemorativos (coral, grupos de música, dança, pequenas dramatizações, poesia etc.); 4. Nas reuniões de assistência espiritual com algum caráter comemorativo (palestra com arte, música, declamação de poesia); 5. Nos eventos artísticos beneficentes para ajudar instituições espíritas nas suas necessidades financeiras (peças teatrais, grupos de músicas etc.); 6. Na divulgação da Doutrina Espírita para o grande público (cinema com temática espírita, peças teatrais, grupos de música, TV, Rádio, Internet etc.); 7. Nos eventos específicos para grupos de arte para troca de experiências, tais como mostras de arte e shows artísticos; 8. Em algumas atividades da casa espírita onde possa se usar a música cantada ou instrumental, para fins de sensibilização e preparação do ambiente. João Marcos de Oliveira Marcolino, ex-presidente da USE Carapicuíba
Zefa, uma trabalhadora da Seara Divina No dia 17 de junho de 2016, Josefa de Lima Nascimento, mais conhecida como Zefa, retornou à Pátria Espiritual, aos 64 anos de idade. Deixando uma folha bastante extensa no trabalho em benefício à Doutrina Espírita. Em especial, ao Seara de Jesus que atuava a todas as frentes. Aonde precisava de um trabalhador, lá estava a Zefa, levando a sua colaboração. Não escolhia traba-
lho, para ela o mais importante era colaborar com a casa espírita, principalmente, com a caridade cristã. Zefa era vice-presidente da Associação Centro Espírita Seara de Jesus, mas, já tinha exercido o trabalho no Departamento de Biblioteca e fora Diretora de Doutrina, entre outras ocupações. Viúva de Antonio Carlos do Nascimento, desencarnado em 2013, deixou os filhos Carlos Alessandro do Nascimento e Karina
de Lima Nascimento, também, os netos Antonio Carlos do Nascimento Neto, Carlos Henrique do Nascimento, Gabriela Nascimento Santos e Munique Nascimento Santos; a nora Rosângela Anzolini do Nascimento e o genro Marcos Santos Filho. Mesmo acometida de grave doença, quando tinha força estava presente nas várias frentes de trabalho, como no evangelho, recebendo pessoas, na refeição fraterna, no
jantar, almoço, preparo das pizzas feitas semanalmente e no atendimento do banho fraterno aos moradores em estado de rua ocorrido todos os sábados. Certamente o Seara de Jesus não tem mais a presença física da querida irmã, porém, quando a misericórdia divina permitir ela nos ajudará como sempre fazia, pois amava muito trabalhar na Seara de Jesus, principalmente nos trabalhos de acolhimento ao próximo. Fica aqui a gratidão e o reconhecimento por essa grande espírita e Espírito que muito ajudou na divulgação do Evangelho de Jesus.
Zefa! Nosso muito obrigado!!!
Solenidade de inauguração
A
Prefeitura de Uberaba recebeu ontem, a obra do Memorial Chico Xavier. O espaço, que abrigará a obra do médium, propiciará à comunidade atividades sociais e culturais, com capacitações, palestras, seminários e oficinas. No local também aconteceu a entrega da Comenda da Paz Chico Xavier, que nasceu de iniciativa do prefeito Paulo Piau, enquanto deputado Estadual, sendo uma das mais importantes homenagens do Governo de Minas Gerais. Foram agraciados com a comenda: Aldo Rabelo (Ex-ministro da Defesa), Ananias Neves Ferreira (advogado), Joana Giorgeti (presidente da Associação de Promoção do Menor), José Ricardo Braga (administrador), Maria Elisa Dias (pedagoga), Fábio Alves dos San-
tos (professor – In memoriam), Albergue Fraterno Bezerra de Menezes, Associação dos Voluntários do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Grupo Santa Casa de Belo Horizonte e Núcleo de Voluntários de Combate ao Câncer de Sete Lagoas. O Memorial foi construído com recursos do Ministério do Turismo, na primeira e segunda etapa, na ordem de aproximadamente R$ 4,3 milhões, e a terceira etapa foi realizada com recursos da prefeitura na ordem de R$ 620 mil. O prédio conta com área de exposição interna, anfiteatro, espaço para livraria, lanchonete e área externa com arquibancadas. O prefeito Paulo Piau destacou a importância da obra para a cidade, falou sobre as parcerias para que o Memorial se tornasse realidade e parabenizou os homenageados pela Comenda. Durante o discurso Piau revelou que os recursos para a compra do mobiliário já estavam empenhados pelo Ministério. Mediante a entrega da obra, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo passa a gestão à Fundação Cultural, que assumirá a operacionalização do Memorial e já dispõe de um museólogo que organizará o espaço para ser inaugurado. “O
O Memorial foi construído com recursos do Ministério do Turismo recurso para o mobiliário, da ordem de R$ 480 mil já está empenhado, e acreditamos que em breve será liberado pelo ministério. Assim faremos uma ocupação como deve ser: de forma correta e organizada”, disse Piau, afirmando ainda, ao filho de Chico que estava presente, Eurípedes Higino, que o local será gerido pela municipalidade sem fins lucrativos. Vale lembrar que já está em elaboração um Plano de Ocupação do Memorial Chico Xavier, para que todo o material doado e o acervo referente ao médium sejam distribuídos de maneira harmônica e agradável ao público. Muitas doações já foram realizadas para comporem o prédio dedicado ao Chico Xavier. Até o
momento o acervo captado já conta com 187 obras escritas pelo médium, além de um acervo de fitas e livros sobre sua história. Também foi realizada doação de um holograma que passará na parede imagens do Chico, e a mesa e a cadeira onde o Chico realizou os primeiros receituários, doado pela Comunhão Espírita Cristã de Uberaba. Ao finalizar a solenidade, o vice-governador Antônio Andrade destacou a importância da obra para Uberaba e para Minas. Ele também revelou que está trabalhando para atender demanda do deputado Tony Carlos, para anexar a área da Cohab (Companhia Habitacional de Minas Gerais), de 2 mil m² ao Memorial.
Ilusão e Verdade
C
erta vez participando de um curso na Casa Espírita, o Instrutorfezumareflexãomuitointeressante sobre a verdade dizendo “A verdade tem vários lados” Estávamos num semi-circulo e bem ao centro ele colocou um cubo, no qual havia uma cor para cada lado do objeto, aos que estavam do lado esquerdo perguntou “Qual é a cor do cubo?”.Todosresponderam:Ébranco... aos que estavam do lado direito fez a mesma pergunta e a resposta foi: -vermelho! Todos estavam certos. Dessa forma questionou a todos e várias foram as respostas, onde alguns até enxergaram outros lados do cubo e disseram ser de duas cores e até três. A parte boa dessa vivência foi de que todos entenderam ser muito pessoal e particular o ponto de vista. Sabemos que a verdade tem
sua origem, mas que cada um traz as suas verdades e muitas vezes conceitosepré-conceitossobredeterminadosassuntos.Aexemplodafábula de Le Rochefoucaud, muitas vezes nósacabamosenxergandosituações quesãoilusóriasedistantesdaverdade, comprometendo a veracidade da situação e perdendo grandes oportunidades de crescimento em busca de falácias. Há varias situações em que nos deixamos iludir por mentiras ou situações que nos traz zonas de conforto, sejaconfortofísico,mentalouespiritualondeevitamos atritos, desconfortos e rupturas, mas que no curto prazo podemparecer
benesses, futuramente podem causar danos maiores e até irreversíveis. Desde uma Mãe que “esconde uma pequena falta do filho para o Pai”, ou um trabalhador da causa espírita “em que se permite um deslize doutrinário”, ou outras situações em que um ajuste poderia se evitar grandes dilemas. Minhaopiniãoédequedevemos ter o bom senso e sempre calcular os impactos de tudo que dissermos ou ouvirmos, para não subestimarmos coisas importantes e nem dar atenção maior do que necessitaria deter-
minadasatividades. João Marcos de Oliveira Marcolino,ex-presidente da USE Carapicuíba A paz e a lucidez começam no Íntimo. Já que vivemos num mundo conflituoso e agitado, devemos dedicar algum tempo para orar ou meditar, pois apenas assim encontraremos mais conciliação, concórdia e harmonia em nossa intimidade. Entregarmo-nos a longas e profundas reflexões é essencial para a nossa sanidade mental. Hammed
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Memorial Chico Xavier é inaugurado em Uberaba
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Vítima das ilusões
V
ocê se considera uma pessoa livre das armadilhas da
ilusão? Se a sua resposta foi sim, considere o seguinte: Quando alguém julga infalível a sua razão, está bem perto do erro, pois geralmente nosso juízo é apressado, parcial e muito limitado. Quando observamos a situação atual da nossa sociedade, podemos perceber que a grande maioria das pessoas está sob a influência de algum tipo de ilusão. A ilusão da eterna beleza física, por exemplo, é quase generalizada. Que digam os fabricantes de produtoscriadoscomessafinalidade e os profissionais da área... Chegou a tal ponto a preocupaçãocomabelezafísica,quejovensde 20 e poucos anos estão desesperados por causa das rugas que poderão aparecer no futuro... Abuscaporprodutosqueevitem que as marcas de expressão se transformem em vincos na face, é assustadora. Mas o tempo se encarregará pelo desgaste natural que surge com o passar dos anos, triunfando sobre a ilusão da eterna juventude do corpo. Semdúvida,élouvávelapossibilidade que os avanços científicos propiciam para que as pessoas se sintam bem. A medicina estética surge justamente para trazer bem-estar e aumentaraauto-estima,corrigindoeste ou aquele problema físico. Todavia, acreditar que os recursos da tecnologia vão nos tornar jovens no corpo físico para sempre, é tristeilusão.
Conhecer a verdade nos afasta das ilusões da vida Outra maneira de nos iludir é imaginar que um governo possa resolver todos os problemas de uma sociedade,deformamilagrosa,acreditando num discurso vazio e sem fundamentoslógicosecoerentescom a realidade. O sabor da desilusão, nesses casos, pode ser amargo e trazer conseqüências desastrosas, gerando desânimoourevoltanomeiodosque seiludiram. Aproveitandoessafragilidadedos indivíduos, de cair nas malhas da ilusão,ocomérciotemsidolucrativo, vendendo disfarces no atacado e no varejo. Sãocintos paradisfarçar as gorduras, comprimindo-as para queasilhueta pareça mais delineada... Sãoiludidos...Sãoilusões...
Existem também pessoas que se iludem sobre seu próprio caráter. De tanto mentir acabam por acreditar nas mentiras que inventaram. E, pior ainda, acreditam que os outros são tolos a ponto de não perceberem que mentem, e continuam jurando, até diante das câmeras, que dizem a verdade. Existem pessoas visivelmente convencidas de que são donas da vontade alheia, tornando-se déspotas no lar ou no trabalho, iludidas de que terão para sempre seus reféns. Há indivíduos que desejam ser eternamente dependentes de outros indivíduos, na tentativa de burlar as leis do progresso e permanecer infantis para sempre. Meras ilusões...
Poderíamos trazer inúmeros outros exemplos, mas não é essa a intenção. Desejamos tão-somente trazer à baila a questão das ilusões que cada vez mais estão presentes em nossas vidas. No entanto, essa é uma questão que só será solucionada quando cada um quiser, pois é de foro íntimo e exige reflexão séria e isenta de prevenção. E a prevenção, juntamente com a pretensão, é forte indício de ilusão, pois quem julga infalível a sua razão, está bem perto do erro. É graças ao poder de iludir que têm certos indivíduos, e à propensão para se deixar iludir de outros tantos, que a vida toma rumos perigosos e conduz a destinos incertos. Vale a pena pensar um pouco mais sobre essa questão. Buscar refletir sobre os caminhos que escolhemos e observar a direção que tomamos. Retirar do olhar o véu das ilusões e seguir a passos firmes na direção da felicidade sem disfarces e sem fantasias. Na direção da felicidade efetiva, que só a realidade pode nos oferecer. Pensemos nisso! Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita http://www.momento.com.br/pt/ ler_texto.php?id=1409&stat=0 Coordenação do Momento Espírita Federação Espírita do Paraná
atuante trabalhador na área da desobsessão
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Manoel Philomeno de Miranda, baiano da cidade de Conde, nasceu em 14 de novembro de 1876. Foi um respeitado médico e trabalhador da doutrina Espírita na região Nordeste do Brasil. Iniciou os estudos do Espiritismo em 1914, por meio do médium Saturnino Favila. Na mesma época, conheceu o conceituado espírita baiano José Petitinga, passando a frequentar a União Espírita Baiana (atual Federação Espírita do Estado da Bahia), fundada em 1915, onde foi diretor e presidente até o seu desencarne em 14 de julho de 1942, em Salvador. A aproximação com estes médiuns ocorreu depois de debilitado por uma enfermidade pertinaz, em 1914. Recorreu a diversos médicos, sem quaisquer resultados positivos. Contudo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cida-
de de Alagoinhas, com passes e águas fluidificadas, complementando a cura com alguns remédios da flora medicinal. Na mesma época, indo à Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a freqüentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de Miranda se interessou pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se uns dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga foi autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com a capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às casas espíritas. A serviço da causa visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do Interior, procurando soluções para quaisquer dificuldades. Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Mesmo modesto, não pôde impedir que as suas atividades sobressaíssem nas diversas fren-
tes de trabalho que empreendeu em favor da doutrina. Na literatura escreveu “Resenha do Espiritismo na Bahia” e “Excertos” que justificam o Espiritismo, editados com a omissão do próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado: “Por que sou Espírita?”. Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente às de desobsessão. Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância da prática da caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições. O ESPÍRITO MANOEL PHILOMENO Em 1950, o médium Francisco
Cândido Xavier psicografou para Divaldo Pereira Franco uma mensagem assinada pelo espírito de Manoel Philomeno, mas somente em 1970 é que esta entidade se apresentou a Divaldo como um trabalhador atuante na área da desobsessão quando em vida, e que teria prosseguido nesses estudos após a morte do corpo físico. Partiu deste modo, uma parceria mediúnica que trouxe ao público diversas obras enfocando o tema "obsessão", visando auxiliar o seu entendimento e oferecer suporte aos trabalhos mediúnicos nessa área desenvolvidos pelos Centros Espíritas do Brasil. Assim, o Espírito Manoel Philomeno de Miranda trouxe à população inúmeros textos que buscavam auxiliar no entendimento e no suporte aos trabalhos mediúnicos. As obras: Nos Bastidores da Obsessão, Loucura e Obsessão, Temas da Vida e da Morte, Tramas do Destino, entre outras, foram contribuições que Manoel ajudou à editora F.E.B., por meio de Divaldo Franco.
Carlos Imbassay
N
ascido em 09 de setembro de 1884, Dr. Carlos Imbassay de nacionalidade brasileira, foi advogado, jornalista, parapsicólogo e escritor espírita. Em 1901, jovem advogado que militava nos meios forenses, foi nomeado por meio de concurso público para o cargo de Promotor na Comarca de Andaraí, cidade interiorana da Bahia, seu Estado natal. No livro “Memórias pitorescas de meu pai”, escrito por seu filho Carlos de Brito Imbassay, relata que o Dr. Carlos se deparou com um juiz ciumento, achando que todos cobiçavam sua distinta consorte (ou sem sorte). Sendo assim, não podendo cumprir a sua missão, deixa a magistratura e vai para o Estado do Rio de Janeiro, onde, também, ingressa na carreira de Estatístico do Ministério da Fazenda. No Estado do Rio de Janeiro, Carlos Imbassay conheceu Amaral Ornelas, grande poeta espírita, com o qual fez amizade e teve os seus primeiros contatos com a doutrina Espírita. Além de sua função pública, exerceu a profissão de jornalista,
chegando a ser redator-chefe e diretor da Revista da Estrada de Ferro, a qual trabalhou com diversos jornais diários. Posteriormente, acabou sendo convidado para se tornar redator da revista “O Reformador”, publicado pela Federação Espírita Brasileira – F.E.B., designado ao cargo de secretário por muitos anos. Junto com os seus amigos Amaral Ornelas e com Bernardino Oliva da Fonseca Filho (o Bebé), grande médium psicógrafo, fundaram um Centro Espírita, cuja presidência se alternavam. Dentre as suas atribuições no movimentoespírita,haviaàoratória, por meio de um novo estilo de exposição, procurando desta maneira, diversificar os ensinamentos doutrinários com temáticas de fácil entendimento e compreensão, as quais pudessem, por conseguinte, despertar a atenção dos presentes e ou ouvintes. Como consequência, gradativamente criou-se uma escola, apesar da não aprovação de austeros líderes espíritas na época. Afastado da F.E.B., por não comungar a imposição de que todos
os diretores fossem adeptos do roustainguismo (J.B. Roustaing), Carlos Imbassay tinha grande lastro doutrinário e sua fama de escritor já lhe havia coroado à carreira literária. Desta forma, os seus novos livros encontraram uma série de editores fora do contexto da F.E.B. para efeitos de publicações. Carlos Imbassay passou a ser uns dos grandes expoentes da doutrina Espírita, ao lado de amigo e conterrâneo Leopoldo Machado, que também não tinha o apoio da F.E.B. Foi orador oficial do Congresso Sulamericano de Espiritismo, realizado no Rio de Janeiro e participou de todos os congressos de escritores e jornalistas espíritas ocorridos no Brasil, além de incrementar o movimento dos jovens e apoiar as semanas espíritas e atividades doutrinárias. Junto de sua esposa, dona Maria, médium e braço direito, participou de teatros encenando esquetes e pequenas peças durante as semanas espíritas, chegando a escrever a comédia “Firma Roscof e Cia.”
Carlos Imbassay Comoliterário,jornalistaeexpositor deixou uma obra gigantesca. O casal teve um filho, Carlos de Brito Imbassahy, nascido em 09 de outubro de 1931, na cidade de Niteroi – R.J, o qual é engenheiro e professor de Física aposentado., além de articulista e escritor de vários livros. Aos 84 anos, Dr. Carlos Imbassay foi acometido de uma leucose aguda (leucemia), que, em pouco mais de seis meses o levou ao desencarne. O seu sepultamento ocorreu no dia 04 de agosto de 1969. Deixou um grande legado para a Doutrina Espírita.
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Manoel Philomeno de Miranda:
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OBREIROS DO BEM: 76 ANOS Um pouco de sua história
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o dia 25 de agosto de 1940, na Travessa da Olaria, atual Rua André Rovai, era fundada pelos senhores Alfredo Amalfi, Pedro Alves de Oliveira e Temístocles Borges Pavão, uma casa espírita denominada “União Espírita Socorro aos Necessitados”, a qual teve como primeiro presidente o Sr. Alfredo Amalfi. No período de julho de 1945 a 1970, sob a presidência do Sr. José Augusto Gregório (Seu Juca), a “União Espírita Socorro aos Necessitados”, passou a se chamar “Centro Espírita Obreiros do Bem”. Esta mudança de nome ocorreu exatamente no dia 02 de julho de 1945. Nesse período, houve também a mudança de sede, da Travessa da Olaria, o Centro Espírita Obreiros do Bem ocupou sua primeira sede própria, situada à Rua Brumado, esquina com a Rua Antônio Agú no Centro de Osasco, inaugurada em 25 de julho de 1947. No decurso dos anos 60,
Festa de aniversário comemorativa aos 75 anos realizada em 2015 foi iniciada a construção de um prédio, originalmente destinado a ser um abrigo para idosos e, mais tarde, com modificações e ampliações viria a se tornar a sede atual da instituição. É bom fazer parênteses nesse breve histórico, para evocar com sincera gratidão aos diri-
gentes e colaboradores desse longo período de 1940 a 1970; lembrando a sua luta, o trabalho intenso e perseverante que desenvolveram, enfrentando os preconceitos e discriminações para nos legar essa instituição que tanto amamos. De 1970 a 1978, sob a dire-
ção do Cirurgião Dentista e Capitão do Exército Rodolpho dos Santos Ferreira (Capitão Rodolpho), o Centro Espírita Obreiros do Bem deu continuidade e construção da sua atual sede, inaugurada em 1976. Nesse mesmo ano, a instituição passou a se denominar Instituto Espírita Obreiros do Bem. É desse período também, a criação da Mocidade Espírita Marcos Apóstolo (1972), a implantação da Livraria e dos Cursos Sistematizados da Doutrina Espírita. Os anos passaram. Os nomes e locais de trabalhos foram mudados, assim como os objetivos que impulsionaram os fundadores da casa persistir com o ensino, a prática e a divulgação da Doutrina Espírita, além do socorro aos necessitados do corpo e da alma, sob as bênçãos e proteção de Jesus – relembrando sempre o lema: “Fora da Caridade não há Salvação”. (Texto Paulo de Jesus – Site IEOB – texto adaptado)
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ara melhor assimilação de textos espíritas. Platão (428 – 328 a.C.), filósofo grego: “O conhecimento das palavras leva ao conhecimento das coisas”. Allan Kardec, Codificador da Doutrina Espírita: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”. Alma. “É o Espírito encarnado”. (Resposta dada pelos Espíritos à Questão 134 de “O Livro dos Espíritos”, obra fundamental do Espiritismo, publicada a 18 de Abril de 1857). Alma. Pergunta 134 de “O Livro dos Espíritos”: “O que era a alma antes de unir-se ao
corpo?”..Resposta: “Espírito”. Benesse. Lucro gratuito. Em muitas obras espíritas, de cunho mediúnico, muitas vezes, nos defrontamos com expressões, tais como: “elevadas benesses espirituais”, “É digno da benesse da Providência Divina”, só para exemplificar, para demonstrar das bênçãos recebidas, tanto por encarnados, quanto por desencarnados. Benfazejo. Aquele que faz o bem. “Chico Xavier foi a expressão de alma benfazeja, em sua culminância”. Confrade (do Latim: “confrater”). Palavra muito utilizada pelos espíritas. Significa aquele que comunga dos mesmos princípios. Confraria. Associação para fins religiosos, irmandade, conjunto das pessoas da mesma categoria ou profissão, ordem, congregação, sociedade. Confreira. Assim como o feminino de frade é freira, o de confrade
é confreira, porém é raro o uso desta forma. Deus. “É a Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Resposta à primeira Questão de “O Livro dos Espíritos”. Dogma.Pontofundamentale indiscutível de uma doutrina religiosa e, por extensão, de qualquer doutrina ou sistema. Princípio estabelecido, opinião formada, preceito, máxima. Essa palavra apareceu no ano de 1710. Dogmático. Que diz respeito a dogma. Por sentido figurado, autoritário, sentencioso. Eflúvio..Acepções: 1.Emanação imperceptível exalada de um fluido; efluência; 2. Emanação sutil que se desprende dos corpos organizados; miasma, perfume; 3. Emissão de energia ou de matéria. Esta palavra surgiu, pela primeira vez, no ano de 1759. No Espiritismo, utiliza-se desta expressão, para designar as emanações provenientes de Espíritos, durante tarefas doutrinárias específicas, e que são percebidas
Glossário – 2.
por determinados médiuns e mesmo por frequentadores à elas presentes. Aromas de suaves perfumes, sentidos por médiuns e assistentes, em determinadas tarefasdoutrinárias, são exemplos de EFLÚVIOS ESPIRITUAIS. Espíritofobia. (de espírito + fobia, medo, pavor). Aquele que tem aversão a coisas do Espírito ou do Espiritismo. Paracleto. Intercessor, mentor, defensor. Na Doutrina Espírita encontramos as expressões:“o Paracleto prometido por Jesus-Cristo”; “o Espiritismo é o Consolador (significando, o Paracletoprometido”. Por extensão, também pode-se dizer e escrever: “O Espiritismo é aDoutrina do Paracleto”, ou seja, a Doutrina do Consolador. Bibliografia: Dicionário de Questões Vernáculas, Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa; Dicionário Eletrônico Houaiss e obras correlatas. Texto compilado por Platão Bencks, Bacharel em Direito e pesquisador espírita.
1º Centro Espírita do Rio de Janeiro
A
Sociedade de Estudos Espirítas - Grupo Confúcio, foi uma instituição espírita que existiu na cidade do Rio de Janeiro ao final do Brasil Império. Considerado o primeiro Centro Espírita da então Capital do Império, fundado em 2 de agosto de 1873, tendo recebido na ocasião mensagens dos espíritos de seu patrono Confúcio e de Ismael, que se revelou diretor espiritual do Brasil. O grupo tinha como lema: "Sem a Caridade não há salvação, sem a Caridade não há verdadeiro Espírita". A fundação do Grupo Confúcio não era uma homenagem ao grande filósofo chinês, mas a um Espírito que vinha desde algum tempo, nos trabalhos particulares do Dr. Siqueira Dias (1º presidente da entidade), ensinando elevados princípios de moral, repercutindo nas imprensas nacionais e estrangeiras. Destacou-se em uma curta existência de quase três anos, sendo responsável pela primeira tradução das obras de Allan Kardec, por Joaquim Carlos Travassos ("Fortúnio"), pela assistência gratuita homeopática e revelação do espírito-guia do Brasil, o Anjo Ismael. Aos 9 de outubro de 1873, foi aprovado o estatuto da sociedade que declarava ter a mesma: “por fim o estudo dos fenômenos relativos às manifestações espiríticas, bem como o de suas aplicações às
O Grupo Confúcio lançou o segundo periódico Espírita do País (primeiro no Rio de Janeiro), a Revista Espírita ciências morais, históricas e psicológicas", pelo que devia seguir os princípios e as formalidades expostos em O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns. As suas atividades incluiam o receituário gratuito de homeopatia e a aplicação de passes aos necessitados. A sua maior virtude, entretanto, foi a de promover a tradução das obras básicas de Allan Kardec para a língua portuguesa. Em 1 de janeiro
de 1875, o Grupo Confúcio lançou o segundo periódico espírita do país (primeiro no Rio de Janeiro), a Revista Espírita, dirigida por Sil-
va Neto. Ainda nesse mesmo ano, também por iniciativa do Grupo, vinha a público, pela Livraria Garnier, a tradução de: “O Livro dos Espíritos” por Dr. Carlos Travassos, sob o pseudônimo de "Fortúnio". Foi este personagem quem presenteou, na época do lançamento, o Dr. Bezerra de Menezes com um dos primeiros exemplares com dedicatória . Seguirse-iam as traduções de: “ O Livro dos Médiuns”, “O Céu e o Inferno”, “O Evangelho Segundo O Espiritismo” e “ A Gênese”. A editora foi muito criticada por essas publicações na época. O grupo extinguiu-se três anos após a sua constituição. Em 1876, deu lugar à Sociedade de Estudos Espíritas: Deus, Cristo e Caridade que, por sua vez, daria lugar à Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (1879). O Grupo Confúcio e a Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade; a Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e o Grupo Espírita Fraternidade, entre outros, foram os precursores da fundação da Federação Espírita Brasileira – F.E.B. em 1º de janeiro de 1884, com posse da diretoria no dia 2 de janeiro do mesmo ano.
SUA PRIMEIRA DIRETORIA FICOU ASSIM CONSTITUÍDA: • Presidente: Dr. Francisco de Siqueira Dias Sobrinho • Vice-presidente: Dr. Antônio da Silva Neto (eleito presidente no ano seguinte) • Secretário geral: Dr. Joaquim Carlos Travassos • 2º secretário: Sr. Eugênio Boulte • 3º secretário: Sr. Marcondes Pestana • Tesoureiro: Casimir Lieutaud • Conselho Fiscal: Dr. Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, Mme. Perret Collard e Mme. Rosa Molteno.
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Grupo Confúcio:
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151 anos do livro “O céu e o inferno’ A
partir de meados da década de 1850 e durante toda a década seguinte, a humanidade foi brindada com uma invasão organizada do plano espiritual, se assim nos podemos expressar, trazendo até nós um celeiro de luzes que foi observado, analisado e codificado pela mente lúcida e inteligente do missionário lionês Allan Kardec, cujo bom senso está comprovado em suas opiniões, eivadas, todas, de critério, prudência e respeito à liberdade. Naquele período, exatamente em 1º de agosto de 1865, a quarta obra da Codificação espírita vinha a lume para esclarecer a todos, indistintamente, questões e temas que, muito embora já fossem conhecidos, só então seriam abordados com sabedoria, objetividade, clareza e lucidez, características que distinguem os escritos do Codificador da Doutrina. Tratava-se, nada mais, nada menos, do que o desdobramento da quarta parte de O livro dos espíritos, base fundamental do Espiritismo. O livro O céu e o inferno ou a Justiça divina segundo o Espiritismo faz um exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, trata das penalidades e recompensas futuras, aborda a questão dos anjos e demônios, bem como das penas eternas, complementando com numerosos exemplos a situação real da alma durante e depois da morte. Após o advento dessa obra, a humanidade tem à disposição uma visão da morte, do céu, do inferno, do purgatório, das penas e gozos futuros bastante diferenciada daquela até então conhecida, derrubando o receio, o medo e a incerteza que ainda domina boa parte dos seres humanos sobre esses assuntos. Logo no Prefácio do livro o Codificador esclarece: O título desta obra indica claramente o seu objetivo. Nela reunimos todos os elementos destinados a esclarecer o homem quanto ao
seu destino. Como em nossas publicações anteriores sobre a Doutrina Espírita, nada colocamos neste livro que seja produto de um sistema preconcebido ou de concepção pessoal, que, aliás, não teria nenhuma autoridade. Tudo foi deduzido da observação e da concordância dos fatos. O livro ‘O céu e o inferno’ veio encher de esperança os desesperançados, descortinar um porvir de perspectivas, trabalho e progresso, derrogar o nada ou o fim de tudo com a morte, esclarecer com lógica incomparável a Justiça divina, demonstrar que as responsabilidades dos atos e ações são do seu executor, e desvendar o véu para um futuro promissor que possibilita à criatura o progresso inexorável. Ainda no Prefácio, Allan Kardec presta esclarecimentos sobre a estrutura e o conteúdo do livro, ao afirmar: A primeira parte desta obra, chamada Doutrina, contém o exame comparado das diversas crenças sobre o céu e o inferno, os anjos e os demônios, as penas e as recompensas futuras. O dogma das penas eternas é aí tratado de maneira especial e refutado por argumentos colhidos das próprias leis da natureza, leis que demonstram, não só o seu lado ilógico, centenas de vezes já assinalado, como a sua impossibilidade material. Com as penas eternas, caem naturalmente as consequências que se acreditavam tirar de tal doutrina. A segunda parte encerra numerosos exemplos que sustentam a teoria, ou melhor, que serviram para o seu estabelecimento. A autoridade deles se baseia na diversidade dos tempos e dos lugares onde foram obtidos, porquanto, se emanassem de uma fonte única, poder-se-iaconsiderá-loscomoproduto de uma mesma influência; baseia-se, além disso, na sua concordância com o que se obtém todos os dias, seja onde for que as pessoas se ocupem das manifestações espíritas, encaradas sob um
ponto de vista sério e filosófico. Tais exemplos poderiam ser multiplicados ao infinito, visto que não há Centro Espírita que não possa fornecer um notável contingente deles. No que diz respeito ao porvir, o livro ‘O céu e o inferno’ retrata a visão espírita sobre o futuro da alma, estabelecendo um código penal da vida futura com base na observação de fatos, e não na formulação de um código de fantasias, lançando por terra o medo, o receio e a dúvida sobre o que nos espera além da morte do corpo físico. Amplia a compreensão 151 anos do livro “O céu e o inferno’ sobre o estado feliz ou infeliz da criatura, já que tal estado é espíritas. Esperamos que, estiinerente ao seu grau de depuração mulados pelas comemorações ou de imperfeição. de mais um aniversário, desperFaz-nos entender a Justiça divi- te ela maior interesse junto aos na, infinita em sua perfeição, escla- que ainda a desconhecem, a fim recendo que a cada um será dado de que a leiam, estudem e comsegundo suas obras, que as imper- preendam a Justiça Divina tal feições acarretam sofrimentos ine- como o Espiritismo no-la aprenarráveis e que as qualidades boas senta, e que tem na lei de justiça, são fonte de gozo e felicidade. amor e caridade o seu alicerce, Abre a todas as criaturas, indis- por ser ela misericordiosa com tintamente, as portas para o futuro, todos indistintamente. possibilitando o progresso, a oporAproveitemos, pois, do livro tunidade de reconhecer os equívo- ‘O céu e o inferno’ para intensicos e de repará-los, desde que ficar a construção do nosso céu imbuídas do sentimento sincero de interior, exemplificando as lições prosseguir evoluindo. do Evangelho de Jesus, a fim de ‘O céu e o inferno’, após as que nossas obras possibilitem, revelações emanadas de Espíri- na Terra como no Céu, a colheitos que vieram até nós para tra- ta da felicidade que tanto almezer o tributo de suas luzes, já não jamos, possível tão só pelo dever estão restritos a espaços seg- fielmente cumprido, porquanto, mentados, estanques, limitados, como estabelece a Justiça divionde o fogo escaldante e as na, a cada um será dado conforfiguras demoníacas se fazem me suas obras. presentes em toda parte, porque céu e inferno estarão sempre Jorge Godinho Barreto Nery conosco, dependendo da frequjgodinho@febnet.org.br ência vibratória em que estagiaReferências: mos. Apesar de transcorrido tanto KARDEC, Allan. O céu e o tempo – 151 anos – a obra ‘O 1 N.R.: inferno. Trad. Evandro Noleto céu e o inferno’ ainda é pouco Bezerra. 2. ed. 1. imp. Brasília: lida e estudada entre os próprios FEB, 2013. p. 9.