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HÁ 11 ANOS DIVULGANDO A DOUTRINA ESPÍRITA!
"FÉ INABALÁVEL É SOMENTE AQUELA QUE PODE ENCARAR A RAZÃO, FACE A FACE, EM QUALQUER ÉPOCA DA HUMANIDADE" ALLAN KARDEC
ANO XI • Nº 064 • JULHO/AGOSTO DE 2014 • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
O suicídio leva aonde?
Ao contrário do que se costuma pensar, os “mortos” voltam para contar o que lhes aconteceu
Págs. 6 e 7 Pág 10
Seara De Jesus: Noite da Sopa em agosto para aquecer o seu inverno
Por que os animais sofrem?
Dar o sangue
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Conheça mais do Obreiros do Bem
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Editorial
O materialismo e o ateísmo estão na raiz do suicídio
Nesta edição, o leitor encontrará o tema do suicídio, que foi abordado nas edições17, 25, 45, 46 e 57 deste jornal. O reaparecimento do tema se deve à sua gravidade, que se intensificou nos últimos anos e atinge muitos indivíduos no fim da adolescência e começo da idade adulta. No Brasil, a taxa de suicídio aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos, informou a Folha de S. Paulo em junho de 2013. Tal signi-
Um desses fatoresé o domínio da ideologia materialista nos dias de hoje, de forma mais intensa, na esfera da cultura. Os espíritas precisam saber como o materialismo contagia as ideias, discursos, manifestações e valores reforçados pela mídia, ministérios e secretarias de educação, mercado editorial e ensino superior desde a década de 1970 no Ocidente. A cultura, assim dirigida, dissemina de várias formasa descrença em Deus, o descrédito ao que está fora da lógica humana e a idolatria da NEGÓCIOS IMOBLIÁRIOS ação em prejuízo da LTDA. compreensão. Esse fator, em especial, leva as pessoas letradas ao ímpeto de mufica que jovens entre 19 e 24 anos, a dar a situação sem entendê-la o maioria homens, se matam no país. bastante, ao que se segue a desvaÉ uma tendência inversa ao que lorização da moralidade e do amor acontece nos EUA, Europa e Aus- de Deus na vida de cada um. Ao mesmo tempo, os veículos trália, cujos índices vêm caindo. Os especialistas, normalmente, de comunicação lançam mão de defendem que o aumento de suicí- todos os artifícios para atrair os dios se deve à depressão. No en- telespectadores, nem que para tanto, os espíritas tendem a res- isso precisem repetir ideias que tringir as causas ao livre-arbítrio e não levam ao bem. Esse não é um ao assédio mediúnico de inimigos problema criado pelo materialisdesencarnados. Todo efeito inte- mo de hoje, é um traço da formação ligente liga-se a uma causa inteli- brasileira, porém, é usado pelos pogente, conforme ensina o Livro dos derosos de hoje para confundir os Espíritos em seus Prolegômenos. mais fracos e despreparados. Essa articulação de causas e Há outros fatores que merecem exaefeitos dos problemas de hoje, que me, em especial dos espíritas.
Não dê ouvido a personagens ou a artistas que embelezam a morte precoce, o suicídio. Suicidar-se é jogar fora o presente da vida concedido a você por Deus. Respire, ore, não siga o ímpeto destrutivo. Arrependimento e culpa não se lavam com água e sabão. incide não apenas sobre o problema do suicídio, é percebida por um número crescente de pessoas. Abordar o assunto, querer saber mais, é normal e saudável, o que leva os indecisos a se definir em termos de vivência espiritual. Portanto, como nunca antes, é preciso insistir na busca de Deus, no fortalecimento da fé, na valorização da família, dos amigos, do trabalho e
do estudo para fazer frente às ameaças sutis e engenhosas disparadas por todos os lados. Muitos católicos, evangélicos e ateus estão fazendo isso e melhorando sua visão de mundo para os enfrentamentos deste tempo. Os espíritas não podem se excluir. “Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”, alertou Jesus Cristo em Mateus 22:14. Boa leitura!
acesj.jornalfraterno@gmail.com E XPEDIENTE FRATERNO: jornal bimestral que divulga Ciência, Filosofia e Religião, com sede na Associação Centro Espírita Seara de Jesus, localizada na Rua Allan Kardec, 173, Vila Nova Osasco, CEP 06070-240, Osasco/SP. E-mail: acesj.jornalfraterno@gmail.com - Jornalista responsável: Rafael Caetano MTB 43242/SP. Coordenação/Direção/Redação/Revisão: João Ramos Portilho, Rafael Caetano, Hipólito Cândido, Wilson Roberto da Silva, Sérgio de Aro Poço, Fernanda Vendramini. Financeiro: João Ramos Portilho e Alexandre Silva Mello. Diagramação: Luzo França Neto. Captação: Eurípedes Brandão. Apoio: José Bezerra. Impressão: MarMar Gráfica. Tiragem: 5 mil exemplares. Distribuição: Osasco e Grande São Paulo - Telefone: (11) 3688.2440 Atual Diretoria Presidente: João Ramos Portilho; Vice-Presidente: Josefa de Lima Nascimento; 1º Secretária: Rosana da Conceição Martins; 2º Secretário: Márcio Augusto Campos Ribeiro; 1º Tesoureiro: Alexandre da Silva Mello; 2º Tesoureiro: Almir Alves; Diretor de Patrimônio: José Bezerra; Bibliotecária: Vilma Lourdes Polido; Conselho Fiscal: Francisco Lima de Fretas, José de Abreu, Sebastião Andre e Wilson Roberto da Silva.
Diretoria quando da aprovação do Jornal Fraterno (Junho/2003) - Diretoria Executiva Presidente: José de Abreu; Vice Presidente: Maria Helena Neves; 1º Secretario: Airton Fernandes da Silva; 2º Secretario: Gilberto Marques da Rocha; 1º Tesoureiro: João Ramos Portilho; 2º Tesoureiro: Pedro Paulo Piragibe Carneiro; Biblioteca: Elza Pavan de Abreu; Patrimônio: José Bezerra; Conselho Fiscal:Francisco de Lima Freitas, João Jorqueira Sanches, Sebastião Aparecido André.
Datas Espíritas - 7 de julho de 1930 – Desencarnou Arthur Conan Doyle, criador do detetive Sherlock Holmes, além de ser o mais famoso espírita da Grã-Bretanha. Doyle escreveu sobre o tema “História do Espiritualismo” (1926), “A Nova Revelação” (1918) e o terceiro livro de seu personagem Professor Challenger, “The Land ofMist” (1926, sem tradução para o português); - 29 de agosto de 1831 – nasceu Bezerra De Menezes, na cidade conhecida atualmente como Solonópolis/CE; - 16 de agosto de 1886 – Bezerra De Menezes assumiu publicamente que era espírita; - 3 de agosto de 1895 – Bezerra De Menezes assumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira (FEB), cuja sede estava então no Rio de Janeiro; - 19 de agosto de 1662 – desencarnou o filósofo francês Blaise Pascal. Em vida, foi importante matemático e filósofo. Do Plano Espiritual, Pascal foi de grande auxílio à Doutrina Espírita, para a qual enviou diversas mensagens a Allan Kardec, algumas das quais compõem O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo.
NOITE DA SOP A SOPA
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Datas & Eventos – 9 de agosto, sábado, às 19h. Diversos sabores de sopa para saborear só ou com a família. Preço: R$20,00 por pessoa. Venha fazer parte
AGENDA DE ATIVIDADES FIXAS DO SEARA DE JESUS Segunda-feira – das 20h às 21h Assistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evangelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso da Doutrina (FEB) Quarta-feira – das 20h às 21h Assistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evangelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso da Doutrina (FEB) Quinta-feira – das 20h às 21h Assistência Espiritual – Entrevista Fraterna – Evangelho com Passes – Evangelização Infantil – Curso da Doutrina (FEB) – Refeição Fraterna (entrega à população de rua de Osasco) Sexta-feira – das 20h às 21h Estudo do livro “A Gênese” (Allan Kardec) ou exibição de filme – Doutrinação (trabalho restrito aos médiuns da casa) Sábado – às 16h Reunião da Mocidade Espírita Domingo – das 9h às 11h Evangelho com Passes – Curso da Doutrina (FEESP e FEB) – Evangelização Infantil
O credo de Eurípedes Barsanulfo O espírita mineiro, mentor do Jornal Fraterno, deixou um credo calcado nas obras fundamentais codificadas por Allan Kardec. Foi publicado pela primeira vez no livro de Corina Novelino sobre o filho mais famoso de Sacramento. 3 - CREIO que não há aniquilamento, mas sempre estados sucedendo a outros estados, a eterna transmissão de uma ordem de coisas a outra, de uma econo-
mia a outra, de um serviço a outro; que tudo renasce; que tudo volta a sua hora, melhorado, aperfeiçoado pelo labor; que o nascimento não é o verdadeiro começo; que nascer não é principiar, mas mudar de figura; que nossas existências não são mais do que continuações, séries, consequências, que sono ou despertar, morte ou nascimento, são uma e a mesma coisa; transição semelhante, acidente previsto.
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Artigo
A Feira do Livro Espírita completou 33 anos em Osasco A cada ano cresce o número de simpatizantes e adeptos do Espiritismo na cidade
A são hoje atividade consolidada no calendário anual de
s feiras do livro espírita para difundir a ideia dos CLEs. A partir do sucesso destes dois empreendimentos e da neeventos de muitas cidades no cessidade de atender à crescenBrasil. Criadas como uma for- te demanda do público pelos ma de divulgar amplamente o livros espíritas foram surgindo pensamento espírita dentro e inúmeras editoras novas, increfora do movimento, as feiras do mentando o mercado editorial livro se constituíram, principal- que se tornava muito promissor. mente a partir dos anos 1980, Foi nesse período que a cidanum grande êxito. de de Osasco passou a utilizar Outra iniciativa da mesma esses importantes recursos de época que, como as feiras, se divulgação do Espiritismo. Surespalhou por todo o país, foi a giram clubes em algumas instique fez surgir como um fenô- tuições e a Feira do Livro que meno editorial, os Clubes do completou em 2014, 33 anos de livro espírita. Em 1976, de- atividade. pois de algumas experiências O jornal “O Espírita”, que isoladas de alguns espíritas circulou nos anos 80, noticiou a do interior de São Paulo, o primeira edição da feira na cidaescritor Richard Simonetti or- de, com estes dizeres: “A União ganizou uma campanha naci- Intermunicipal Espírita de Osasonal pela imprensa espírita co patrocinará a I Feira do Livro
Feira do Livro Espírita em 1985 (cortesia do periódico “O Espírita”, editado pelo Obreiros do Bem entre o fim dos anos 1970 e começo dos anos 1980)
IMPÉRIO DA COSTELA
Feira do Livro Espírita em 2014 Espírita. Será realizada nos dias 13 e 14 de março de 1982, no salão do Paço Municipal de Osasco”. No ano seguinte a notícia se repetiu: “Vem aí a II Feira do Livro Espírita, nos dias 16 e 17 de abril de 1983, no ginásio de esportes do CENEART, em frente ao Mercado Municipal”. Um ano depois: “A UNIME de Osasco mais uma vez promoverá a Feira do Livro Espírita, a terceira nesta cidade. A feira deste ano será ao ar livre, na Rua AntonioAgú, dias 13, 14 e 15 de abril de 1984”. Desde então, a feira vem se realizando ininterruptamente no mesmo local - ao lado das Casas Pernambucanas -, sempre preparada pelo órgão coordenador do movimento espírita em Osas-
co, hoje USE (União das Sociedades Espíritas). E sempre com os mesmos propósitos: divulgar o Espiritismo, incentivar o hábito da leitura e do estudo doutrinário, aproximar os espíritas num trabalho comum e promover a união entre as casas espíritas. Cláudio Bueno da Silva é osasquense e articulista espírita. Escreve não só para o Jornal Fraterno, mas também para O Consolador e a Tribuna do Espiritismo. É autor das obras “Um Sorriso como Resposta – Histórias para Embalar o Coração” (2011), “Lavoura Agreste” (2012) e “Algumas Contradições Bíblicas” (2013). Cláudio também é um dos pioneiros da Feira do Livro Espírita na cidade, tendo participado de todas as suas edições.
LEIA KARDEC
PARA ENTENDER
JESUS
RECICLA BR
Doação de sangue não tem mistério e salva vidas A Fundação Pró-Sangue está com baixo estoque de todos os tipos sanguíneos. Os pacientes que necessitam de transfusão contam somente com a solidariedade das pessoas. Pessoas como você, que tem o privilégio de ser saudável e que se dispõe a doar seu sangue, como um gesto de amor desprendido a quem precisa com urgência. Em muitos casos, a transfusão de sangue é a única possibilidade de salvar uma vida. Ainda que a ciência não pare de melhorar a vida das pessoas, não foi encontrada nenhuma alternativa sintética que tome o lugar do sangue humano. Contudo, doar sangue é simples, rápido e seguro. Você não precisa temer nada, pois os critérios utilizados para seleção do doador são determinados pela legislação nacional (Portaria 1.353 do Ministério da Saúde) e por órgãos internacionais, como a Associação Americana de Bancos de Sangue. O processo para doação de sangue inicia-se com o cadastro dos dados de identificação do doador e a apresentação de um documento de identidade com fotografia. A seguir, o doador passa por uma entrevista com profissional capacitado, na qual seu histórico médico, seus hábitos e suas condições de saúde são verificados. Essa medida é necessária para certificar-se de que a doação não será prejudicial ao doador e nem ao receptor. Como a honestidade também salva vidas, é fundamental que o doador
sejasincero na entrevista, que é realizada individualmente. Em seguida, é feito umpequeno furo na ponta do dedo a fim de obter algumas gotículas de sangue para determinação rápida da hemoglobina (teste de anemia) e de sua tipagem. São tiradas também a pressão arterial, a pulsação e a temperatura. A coleta é realizada com o doador numa cadeira na posição semi-sentada. Uma veia de um dos braços é puncionada e um volume de 400ml a 450ml é coletado numa bolsa plástica, que contém solução anticoagulante e preservante. Desse total, cerca de 40ml de sangue são coletados para execução dos testes laboratoriais para doenças infecciosas transmissíveis. Finalizada a coleta, o doador é encaminhado à outra sala em que são servidos lanche e suco. O tempo de permanência total na Pró-Sangue é de 40 minutos, em média. Serviço
REQUISITOS PARA DOAÇÃO
» Ter entre 16 e 67 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos; » Pesar no mínimo 50 kg; » Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas); » Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa quatro horas antes da doação).
O posto da fundação mais próximo fica no Hospital Regional de Osasco, na entrada lateral situada na Rua Oswaldo Collino, no bairro de Presidente Altino. O horário é das 8 às 16h30 de segunda a sextafeira, e aos 1º, 3º e 5º sábados de cada mês é das 8 às 16h. Para informações sobre os impedimentos temporários e definitivos para doação de sangue, ligue 0800 55 0300 ou acesse www.prosangue.sp.gov.br. Compareça! Quem doa sangue, doa vida!
LEIA KARDEC ETECON CONTABILIDADE
PARA ENTENDER acesj.jornalfraterno@gmail.com
JESUS
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Dar o sangue pelo próximo
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Suicídio? Nem morto! O Espiritismo ensina o valor da vida e que mesmo as grandes dores passam
O modo de encarar a vida terrena e a fé no futuro com calma e resignação dão ao Espírito uma serenidade que é a melhor defesa, por exemplo, contra a loucura e o suicídio. Pela maneira com que o Espiritismo o faz encarar as coisas deste mundo, ele recebe com serenidade, sem tristezas, as amarguras e decepções que o desesperariam em outras condições. Com exceção daqueles suicídios que ocorrem no estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é certo que, quaisquer que sejam os motivos particulares, sempre têm como causa um descontentamento. Portanto, aquele que está certo de ser infeliz apenas por um dia, e de serem melhores os dias seguintes, exercita a paciência. Ele só se desespera quando pensa que os seus sofrimentos não terão fim. E o que é a vida humana, em relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas, para aquele que não crê na eternidade e julga que nesta vida tudo se acabará, que está oprimido pelo desgosto e pelo infortúnio, só vê na morte a solução dos seus males. Por não esperar nada, acha natural e até mesmo muito lógico abreviar suas misérias pelo suicídio. A propagação do materialismo é, pois, o veneno que introduz em muitas pessoas o pensamento do suicídio. E aqueles que se fazem partidários ou propagadores dessas ideias assumem sobre si uma terrível responsabilidade. Com o Espiritismo, aquele que crê sabe que a vida se prolonga indefinidamente além-túmulo, embora em outras condições; daí a paciência e a resignação que resultam, em
A solicitude de Jesus Cristo e de seus emissários celestes está sempre em prontidão para ajudar no que é justo. No entanto, refrear o impulso destrutivo cabe a quem faz a prece. uma palavra, na coragem moral. Além disso, o Espiritismo reúne os testemunhos dos próprios suicidas que vem relatar sua própria posição infeliz e, doravante, prova que ninguém transgride impunemente a Lei de Deus, que proíbe ao homem dar cabo de sua vida. As consequências que resultam desse ato dão o que pensar a quem quer que seja tentado a se suicidar e partir daqui antes da vontade de Deus. Para contrapor-se à ideia do suicídio, o espírita tem vários
motivos: a certeza de que será muito mais feliz quanto mais confiante e resignado tenha sido na Terra; a certeza de que, ao encurtar sua vidaliberta-se de um mal para entrar num outro pior, mais longo e mais terrível; e, além disso, o suicídio também é um obstáculo para que ele se reúna às pessoas de sua afeição, que esperava reencontrar no outro mundo.Daí a consequência de que o suicídio, dandolhe apenas decepções, está contra os seus interesses.
Pode-se concluir que, quando todos forem espíritas, não haverá mais suicídios conscientes. Comparando-se os resultados das várias modalidades de materialismo e os da Doutrina Espírita, percebe-se que a lógica dos materialismos conduz ao suicídio, enquanto a do Espiritismo o impede, o que é confirmado pela experiência. Para saber mais: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. SP: Petit, 1997.
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ARTIGO
Suicídio e
Espiritualidade Alejandro Victor Daniel Vera “A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio. (...).” (ESE – Cap. V – Bem-Aventurados os Aflitos). A espiritualidade, sem dúvida alguma, é o melhor meio de prevenção de suicídio. Problema de saúde pública, o suicídio é definido como morte auto-inflingida causada de modo intencional, representando, normalmente, atitude complexa. Tal comportamento vem ganhando impulso em termos numéricos e, sobretudo, impacto, conforme a Organização Mundial de Saúde. Dados globais revelam que ao redor de um milhão de pessoas cometem suicídio por ano; nos últimos 45 anos as taxas aumentaram em 60%; na faixa etária entre 15 e 44 anos, o suicídio é terceira causa de morte em alguns países e em outros a segunda, na faixa entre 10 a 24 anos; para cada suicídio há, em média, cinco ou seis pessoas próximas ao falecido as quais sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas. No Brasil, números de 2008 apontam 9.090 mortes por suicídio, correspondendo a uma média de 25 mortes/dia. Estima-se ainda, em nosso país, que
Momentos de solidão são inevitáveis, da mesma forma que o são as dificuldades vividas em meio às outras pessoas. Matarse é danificar violentamente todos os elos que ligam à vida, prolongar as dores e criar mais limitações. O desespero não dá bons conselhos. para cada suicídio há 20 tentativas; para cada tentativa, outras cinco pessoas estão planejando e 17 estão pensando em pôr fim à vida de forma séria. Para tal flagelo, a importância da prevenção é de valor inestimável. Além do suporte médico/psiquiátrico, psicoterápico,
entre outras intervenções, a abordagem da espiritualidade é de extrema relevância. Diversos estudos revelam o impacto da religiosidade/espiritualidade nos indivíduos os quais estejam idealizando o suicídio como alternativa de cessar o intenso sofrimento psíquico. O Dr. Ha-
rold Koenig, já citado em artigos anteriores como uma das maiores autoridades mundiais na pesquisa saúde e espiritualidade, realizou revisão de literatura em 2001, coletando 68 estudos na interface suicídio e religião. Oitenta e quatro por cento de tais artigos identificaram menores taxas de suicídio ou atitudes mais negativas em relação ao suicídio nos grupos ou indivíduos mais religiosos. Mais do que o impacto dos números e do entendimento da religiosidade no complexo comportamento suicida, é imprescindível compreender as causas profundas dos irmãos em sofrimento. Tal compreensão, evitará o julgamento colocando-nos na posição de quem acolhe com carinho e respeito. O Cristo, no livro “Jesus no Lar”, assevera a importância dos trabalhadores do mundo os quais proporcionam o bem ao corpo e à mente das criaturas. No entanto, continua, “... aquele que educa o Espírito eterno, ensinando e servindo, paira acima de todos”. Alejandro Victor Daniel Vera Médico psiquiatra pela UNIFESP/EPM Secretário da Associação Médico-Espírita de São Paulo (AME-SP) Presidente do Grupo Assistencial Espírita Ismael
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Por que os animais também sofrem? Animais não têm deveres, mas não ficarão para sempre no mesmo reino
O tempo também passa para os bichos de estimação, como é o caso de Red, cãozinho idoso, que tinha mais de 14 anos nesta foto. Ele não é engraçadinho nem espevitado como quando filhote, e merece cuidados – afinal, são mais de 14 anos de fidelidade e companheirismo a seus donos. Pense bem antes de abandonar animais idosos ou doentes, ou aplicar-lhes eutanásia. Existem cães, gatos, cavalos e macacos que são portadores de epilepsia, cujos sintomas clínicos parecem com as da epilepsia humana, como a ocorrência do ictus (crise) e padrão similar das ondas cerebrais, reveladas por eletroencefalogramas. Não só a epilepsia, mas os animais nascem com malformações, além de câncer, cegueira, hidrocefalia, doenças do coração e infecções. São variadas as formas de seu sofrimento. O ser humano, agente inteligente da Criação, Espírito imortal, às voltas com seus sofrimentos atuais, não tem como desatar
o fio de suas ações anteriores e as consequências se fazem sentir em algum momento posterior. A vida o coloca ante a responsabilidade que deve reger suas expiações e resgates. Porém, o que pensar dos animais? Eles não têm deveres, nem livre-arbítrio, portanto, seu sofrimento não é causado por escolhas anteriores. É o que ensina a questão 602, de O Livro Dos Espíritos, na qual Allan Kardec pergunta: “Os animais progridem como o homem, por sua própria vontade ou pela força das coisas?” Ao que o Espírito de Verdade res-
pondeu: “Pela força das coisas; e é por isso que, para eles, não existe expiação”. Ou seja, o determinismo rege a vida dos animais, na qual sua individualidade se encontra em formação nos impulsos mais básicos do instinto e das emoções primárias. Sendo assim, cada reino da natureza guarda para seus seres o sofrimento cabível, desde as pedras, os vegetais, os animais até o homem. Cada etapa de elaboração da futura individualidade compreende exigências para o desenvolvimento dos potenciais. O sofrimento, que no contexto espírita significa
“necessidade de evolução” em determinados casos,atinge seres animados e seres animados – nenhum é dispensado de passar por ela. Toda evolução, consciente ou inconsciente, é sempre acompanhada das dores do parto que anunciam a etapa seguinte, no caso dos animais, é o prenúncio do reino superior ao seu, ao qual deverá passar quando chegar a hora. A dor é a força que impulsiona as coisas e os seres, em luta com obstáculos internos e externos que aparecem no caminho de todos, e as numerosas formas de vida a conhecem em todos os pontos do Universo. Por exemplo, há cães que são adestrados para perseguir, ferir e matar seus semelhantes e também os homens do lado inimigo, transformados em máquinas a serviço da guerra. Deus não cobrará dos animais uma carga com a qual não podem arcar, uma vez que, nesse caso, a responsabilidade recai sobre o adestrador humano, o qual aguçou nos cães a agressividade do instinto, obscurecendo neles o caráter doméstico e amigável. No entanto, outra tem de ser a disposição do ser humano para com os animais. Eles, à sua maneira, adquirem as emoções que imitam de seus donos. Assim, cabe ao homem minorar o sofrimento dos bichos pois estes, em muito, devolvem-lhe aquilo que recebem, atuando como lenitivos para a ainda precária noção humana do que seja a reciprocidade e a companhia.
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O Obreiros do Bem faz 74 anos em agosto Conheça mais do IEOB e sua dedicação à Doutrina Espírita
Ex-presidentes do Obreiros, da esquerda para a direita: Paulo De Jesus, Claiton Ramos e Maria José Messias. A primeira à direita é Sheila Seiler Vaz, atual presidente do instituto. O Obreiros do Bem foi fundado em 25 de agosto de 1940 por Alfredo Amalfi, Pedro Alves De Oliveira, Temístocles Borges Pavão e Capitão Rodolpho Dos Santos Ferreira. Seu primeiro nome era “União Espírita Socorro aos Necessitados”. As reuniões, no começo, ocorriam em uma pequena sala alugada à Travessa da Olaria, atual Rua André Rovai. Quase cinco anos depois, em
2/7/1945, sob a presidência de José Augusto Gregório (mais conhecido como Juca Gregório), a "União Espírita Socorro aos Necessitados" passou a chamar-se "Centro Espírita Obreiros do Bem". Dois anos depois, em 1947, a sede mudou-se para a Rua Brumado (Rua FiorinoBeltramo de hoje). Em 1976, sob a presidência do Capitão Rodolpho, o Obreiros mudou-se para seu atual endereço
no bairro de Bela Vista. Nesse mesmo ano, a entidade passou de centro espírita para instituto, e seu nome tornou-se“Instituto Espírita Obreiros do Bem” (IEOB). O ex-presidente Paulo De Jesus ensina o que é preciso para que a doutrina codificada por Allan Kardec seja difundida sem engano: “O centro espírita, para progredir, para ter movimento, para ir para frente, precisa manter cursos sistematizados da Doutrina. É o elemento essencial”. “Hoje em dia, pela própria evolução da humanidade, aque-
les que não aceitam o Espiritismo, aceitam aqueles que pertencem a outras crenças. A aceitação faz parte do aprendizado”, afirma Sheila Seiler Vaz, atual presidente do instituto, e cita o filósofo Léon Denis com “O Espiritismo não é a religião do futuro, mas é o futuro das religiões”. A mentalidade das pessoas mudou muito, desde o surgimento do Obreiros até hoje. Trata-se de conquista dos espíritas que não fugiram à luta e sabem da diferença que podem fazer no tocante à fé e ao conhecimento superior. “Existem outras religiões, mas cada uma tem a sua função, o que não impede a amizade. Por que a natureza não fez iguais os dedos da mão? A diferença entre os dedos torna a mão uma ferramenta perfeita”, ilustra Claiton Ramos, ex-presidente do instituto. “Em determinadas épocas é difícil aceitar determinadas coisas. O Espiritismo me dá equilíbrio, me mostra o porquê da vida, o porquê dos sentimentos, das dificuldades, faz com que os entenda melhor”, atesta Maria José Messias, ex-presidente do IEOB, fazendo coro ao entendimento do que Jesus Cristo significa, para que as lições sejam aprendidas e, assim, chegar-se ao fim da dor, no momento certo.
ATIVIDADES E HORÁRIOS
Vista frontal do Obreiros do Bem em 4/8/2011. Foto de Marcelino Lima.
Plantão de atendimento - Terça e quinta-feira às 14h e às 20h; Atendimento fraterno - Quarta-feira às 14h e às 20h (chegar com duas horas de antecedência); Exposição doutrinária e passe - Segunda-feira às 14h; - Quarta e sexta-feira às 14h e às 20h;
- Domingo às 9h; Estudo da doutrina - Segunda-feira às 14h e às 20h; - Sábado às 17h; Juventude espírita - Sábado às 15h ENDEREÇO E OUTROS DADOS Rua Eclísio Viviani, 25, Bela Vista, Osasco-SP, 06018-140 (11) 3681-6982 www.obreirosdobem.org.br
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Perfil
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A quarta obra de Kardec
foi lançada em 1865 O Céu e o Infer no é uma das melhores obras da Codificação Inferno
Allan Kardec, codificador do Espiritismo Através da tarefa de Kardec, a Doutrina Espírita tomou corpo rapidamente, e suas bases permanecem como um farol potente na fronteira entre a vida material e a vida espiritual. Seguindo o aparecimento do "Evangelho Segundo o Espiritismo" em 29 de abril de 1864, a Codificação deu mais um passo com obra seguinte, “O Céu e o Inferno”, que foi lançada em 1 de agosto de 1865. Na edição de setembro de 1865, a Revista Espírita publicou, com satisfação, em sua Seção Biblio-
gráfica, a notícia do lançamento dessa obra da Terceira Revelação. Na verdade, dois capítulos de "O Céu e o Inferno" foram publicados antecipadamente na Revista: o capítulo intitulado "Da Apreensão da Morte", vigorosa peça de acusação, na edição de janeiro de 1865; e o capítulo "Onde é o Céu", no número de março do mesmo ano. Em “O Céu e o Inferno” os dogmas cristãos passam por criteriosa análise, na qual símbolos e mitos são abordados de maneira racional, que revela a essência guardada pelo verbo bíblico. Ao mesmo tempo, é explicado o sincretismo religioso que deu origem à concepção tradicional da justiça celeste, o que auxilia o
homem moderno a entender melhor a misericórdia divina, assim como os enormes sacrifícios que as gerações proféticas do passado fizeram para que a Vontade Maior fosse conhecida na Terra. Lendo-se esse livro com atenção, a primeira parte concentra-se nas infrações à lei de Deus, suas consequências e o confronto entre a concepção cristã tradicional da justiça divina e a concepção ensinada pelos Espíritos Superiores da Codificação. A segunda parte elenca os depoimentos das testemunhas desencarnadas, porém, sob uma escala espírita mais sintética do que a exposta na questão 100 de O Livro dos Espíritos. A mitologia cristã alcançou profundidade e luminosidade sem igual na Idade Média, devido à fé que nesse período se desenvolveu com base no sentimento fervoroso. O Renascimento e o Iluminismo colocaram o foco no ser humano e, assim, a razão tornouse a lente principal do entendimento. Apenas no século XIX, em plena Revolução Industrial e em meio à Restauração Monárquica na França, foi revelado o equilíbrio entre fé e razão que a Codificação Espírita ensina. Os intelectuais materialistas assustaram-se com o retrocesso do homem nos anos 1940 e puseram em dúvida a teoria da evolução. Se houvessem lido “O Céu e o Inferno”, saberiam que a evolução não se processa em linha
Página de rosto da primeira edição francesa de O Céu e o Inferno reta, mas em espiral. Tal movimento é formado por retomadas e avanços que se tornamfamiliares àqueles que buscam a fé em Deus, na Criação, porém, sabem que a razão humana é dotação da Razão Divina a seus filhos. Portanto, Kardec nos dá nas páginas de “O Céu e o Inferno” o balanço da evolução moral e espiritual da Humanidade terrena até os dias de hoje. O grave problema da continuidade da vida após a morte despe-se da mitologia para mostrar-se à luz da fé raciocinada. Os homens e suas instituições são desvendados e se deparam com suas consequências, na medida em que agravantes e atenuantes são dimensionados de acordo com as leis supremas de Deus.