SETEMBRO/2013 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800
CHAVE PARA EVOLUIR Pessoas de todas as idades aprendem, na sala de aula, a desenvolver atitudes empreendedoras
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Ilustração: Anderson Araújo de Miranda
Abigail de Souza tem apenas 17 anos, mas um sonho de gente grande. “Quero abrir minha própria empresa, é o que quero fazer da vida.” Enquanto seu desejo não vira realidade, a adolescente e mais quatro colegas já tocam um negócio: produzem e vendem carteiras fabricadas a partir de caixas de leite descartadas e recolhidas na escola, onde foi instalado um ponto de coleta. “Produzimos em casa. O dinheiro da venda será usado para pagar nossa cota da festa de formatura”, conta Abigail. Ela e os “sócios”, que cursam o 3° ano da Escola de Referência em Ensino Médio Santa Ana, em Olinda, Pernambuco, participaram, em 2012, do programa Miniempresa, uma parceria entre a Junior Achievement e o Sebrae, que estimula estudantes de nível médio a organizar um empreendimento, criar um produto e atingir metas dentro de um mercado real. “Foi uma oportunidade incrível, sempre quis montar um negócio, mas nunca tinha tido a chance de me aproximar do universo de uma empresa, muito menos de experimentar o que é ser uma empresária”, diz Abigail. Enquanto decide se vai cursar Administração ou Engenharia de Produção, Abigail já faz planos 1
AP R EN D E R A E M P R E E N D E R PERSISTÊNCIA, ESTABELECIMENTO DE METAS, BUSCA POR OPORTUNIDADES: CARACTERÍSTICAS QUE O SEBRAE PROCURA DESENVOLVER NOS ALUNOS QUE PARTICIPAM DOS DIFERENTES PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA para o futuro. “Ainda não sei quando vou conseguir abrir minha empresa, mas quero continuar atuando na área ambiental. Sobre a imprevisibilidade de trocar um bom emprego pelo empreendedorismo, a jovem também tem a resposta na ponta da língua: “Empreender é um risco, mas acho que persistência é essencial. Se der errado, eu tento de novo. Sou bem determinada”.
Foto: Lana Pinho
Abigail de Souza produz carteiras a partir de caixas de leite e deseja abrir a própria empresa
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EMPREENDER
Atitudes empreendedoras Despertar atitudes como as de Abigail é um dos objetivos das diferentes soluções de educação empreendedora que o Sebrae oferece em todo o Brasil. “Queremos inserir o empreendedorismo nos currículos escolares para ajudar os alunos a terem mais iniciativa e serem protagonistas das suas vidas, não importa se serão empregados ou empreendedores. Este tipo de comportamento precisa ser despertado porque é fundamental para os novos tempos”, diz Mirela Malvestiti, gerente da Unidade de Capacitação Empresarial (UCE) do Sebrae. Para quem já é empresário, os cursos do Sebrae ajudam a desenvolver uma visão mais ampla do negócio. “Ser dono é muito mais do que fazer apenas a gestão da empresa. É preciso olhar além das atividades do dia a dia, fazer a diferença para que o negócio possa crescer”, afirma Mirela. Exatamente o que Antônio Carlos Candido, 45 anos, procurava quando se inscreveu no Empretec. “Já tinha aberto
minha empresa, mas queria ir além do que estava fazendo”, diz Candido, que fundou a Consort Consórcios em Curitiba, depois de deixar para trás um passado cheio de dificuldades. Durante a infância, no interior do Paraná, trabalhou como engraxate e boia-fria. Vendeu Bíblias, assinaturas de revistas, cosméticos e semijoias. Convidado pelo irmão, foi para a capital trabalhar como vendedor em uma grande empresa de consórcios. “Fiquei lá durante dez anos, me deram a oportunidade de ser empreendedor dentro da empresa”, conta. Em 2007, Candido deixou o emprego porque queria ir mais longe. Usou os R$ 13 mil que tinha de reserva, vendeu a casa própria e abriu o negócio. Dois anos depois, se inscreveu no Empretec. “Foi um divisor de águas, aprendi a ter visão de longo prazo. Em vários momentos foi a falta de visão que me atrapalhou, abria muitas frentes sem saber o que estava fazendo.” Ele também ressalta a importância de continuar estudando. “Eu leio muito, busco informação, faço sempre novos cursos e seminários.” Candido toca a empresa com a ajuda de dois funcionários e, no ano passado, faturou R$ 600 mil. “Se o dinheiro fosse o meu foco, já teria parado. Minha maior motivação é ver a empresa crescer. Nunca imaginei chegar onde cheguei. Tentaram minar meu sonho, ouvi de muitas pessoas que não tinha capacidade, que não passaria de um boia-fria. E hoje estou aqui.” E
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348-7494
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA, UM CAMINHO A SEGUIR O Sebrae já ensinou empreendedorismo a mais de dois milhões de pessoas, de crianças de seis anos a empresários com negócios consolidados. Há cursos para diferentes perfis e idades. Inserir o empreendedorismo na educação significa estimular o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. Confira as ações da educação empreendedora oferecidas em todo o País:
ENSINO TÉCNICO ENSINO FUNDAMENTAL
Jovens Empreendedores Primeiros Passos – JEPP: curso presencial que capacita os professores do ensino formal para que vivenciem comportamentos empreendedores com os alunos de seis a 14 anos. Envolve jogos, dinâmicas de grupo, exercícios e pesquisas.
Pronatec Empreendedor: fruto da parceria com o MEC e rede de parceiros, integra o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e tem como objetivo inserir conteúdos de empreendedorismo em diferentes cursos da educação profissional em todo o País.
PARCERIAS
Junior Achievement: tem o objetivo de fomentar a educação empreendedora em todo o Brasil, por meio da consolidação dos Programas Miniempresa, Economia Pessoal e realizar o Prêmio Miniempresa, que são direcionados à formação de jovens do Ensino Fundamental e Médio de todo o Brasil. Endeavor: são realizadas diversas ações e atividades de difusão do empreendedorismo, entre elas, a Semana Global do Empreendedorismo. Nos últimos anos, o Brasil mobilizou mais de 1 milhão de pessoas que participaram nas atividades. Sesi: realiza o Programa ViraVida, que é uma iniciativa socioeducativa, de âmbito nacional, que tem por objetivo capacitar jovens e adolescentes em situação de exploração sexual. No projeto cabe ao Sebrae a realização de capacitações para desenvolver competências empreendedoras, gestão básica de negócios, cultura da cooperação e planejamento.
ENSINO MÉDIO
ENSINO SUPERIOR
PARA EMPRESÁRIOS
Projeto Despertar: o objetivo é favorecer o desenvolvimento de profissionais e torná-los mais preparados para atuar no mercado de trabalho e assumirem comportamento empreendedor ao enfrentar situações do cotidiano.
Parcerias com instituições de Ensino Superior: a proposta é formada por iniciativas como: inclusão da disciplina de empreendedorismo nos currículos de cursos de graduação; estímulo a pesquisas na área de empreendedorismo; licenciamento para as escolas utilizarem a metodologia Sebrae de capacitação empresarial.
SEI Empreender: para Microempreendedores Individuais (MEI) – Tem como objetivo fazer com que o participante se reconheça como um empreendedor e se sinta capaz de fortalecer e promover mudanças em seu negócio.
Crescendo e Empreendendo: tem o objetivo de despertar o empreendedorismo como estratégia para inclusão social e acesso ao mercado de trabalho. Desde 2010, já foi aplicado em cerca de 30 escolas que participam.
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Desafio Universitário Empreendedor: competição nacional de caráter educacional, desenvolvida pelo Sebrae. É composta por um conjunto de atividades virtuais e presenciais (jogos, palestras, cursos presenciais e on-line, papo de negócio, disciplinas de empreendedorismo).
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Empretec: metodologia elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em que é estimulado o desenvolvimento das características do comportamento empreendedor, além de rever conceitos e atitudes. São seis dias consecutivos de curso.
SETEMBRO DE 2013
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