Revista Conexão Bahia 217 - Sebrae

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e d i ção 2 1 7 – E sp e ci a l 4 5 a n os

EMPREENDER PARA O FUTURO Sebrae: 45 anos e se modernizando para o empreendedor

Pipoca sabor inovação: empresário inova após Empretec




Expediente Publicação do Sebrae Bahia, n. 217, outubro de 2017 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia

Antônio Ricardo Alvarez Alban Diretor-superintendente

Jorge Khoury Hedaye Diretores

Franklin Santana Santos José Cabral Ferreira

Unidade de Marketing e Comunicação Gerente interina

Alice Vargas Jornalista responsável

Pedro Soledade (DRT/BA 5546) Equipe

Isabela Oliveira, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera. Estagiários: Alexandre Bacellar, Cristiana Fernandes, Fernanda Grimaldi, Rafael Bacellar e Ricardo Belens

Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação)

Aina Kaorner, Alisson Andrade, Anaísa Freitas, Analice Vieira, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Danielle Cristine, Gabriela Nascimento, João Alvarez, Luciane Souza, Lucilene Santos, Nara Zaneli, Tamara Leal, Viviane Cabral e Vívian Rodrigues

Revisão de texto

Sandra Pereira Edição

Carla Fonseca Edição de fotografia

João Alvarez Capa

iStock by Getty Images Projeto gráfico original

Eduardo Vilas Boas Editoração

Objectiva Comunicação Impressão

Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda. Tiragem

14.385 exemplares Cartas

Telefones

71 3320.4558 / 4367 Agência Sebrae de Notícias

www.ba.agenciasebrae.com.br

Extraído da obra de Waldemar Mattos

Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio Cézar, 64 – Dois de Julho Salvador, Bahia CEP 40060-350 marketing@ba.sebrae.com.br


Editorial

Os novos tempos Para uma pessoa, 45 anos de vida podem representar a chegada ao ápice de sua maturidade, ao auge de sua criatividade, mas ainda com muitos caminhos e conquistas pela frente. Para uma organização, permanecer 45 anos ininterruptos em atividade, mantendo-se como referência ao longo de todo esse tempo, é um desafio ainda maior, pois, a cada novo tempo, é necessário renovar-se para atender às novas demandas da sociedade. Ao longo desses 45 anos, completados neste mês de outubro, é desta forma que o Sebrae se mantém: atualizando seus conhecimentos e sua capacidade técnica para atender a empreendedores de todas as idades. O papel de suporte e orientação à micro e pequena empresa é a missão definida para o Sebrae desde o seu surgimento. Mais de quatro décadas depois, os avanços registrados são muitos, e, talvez, o mais significativo deles seja a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, sancionada em 2006, ano em que o Sebrae completava 34 anos de existência. A participação do Sebrae foi fundamental no processo de construção dessa Lei. Como uma pessoa que ainda tem muitos caminhos a percorrer, o Sebrae mantém sua visão de futuro. Se voltarmos ao passado, poderemos observar, em um percurso panorâmico da linha do tempo, como tudo mudou: de pequenos escritórios, mesas com máquina de escrever e telefones, quadros negros e giz a computadores e faxes, acesso a internet, até chegar ao uso dos já não incomuns smartphones para a comunicação, seja em texto, seja em voz, além de apresentações dinâmicas e espaços mais amplos e modernos. É só observar as atualizações nas formas de atendimento: no princípio, unicamente presencial; hoje, com diversas opções a distância, entre consultorias e cursos. As capacitações estão alinhadas às novas agendas sociais e de mercado, a exemplo das interações com os clientes via plataformas online, dispositivos móveis e redes sociais. Sim. Tudo mudou, mas algo permanece intacto: a essência. Quem faz o Sebrae dia a dia, em toda a Bahia, sabe que o terreno não é plano. Sempre há possibilidades de desníveis no caminho. Atenta a cada contexto social e econômico, a instituição busca fomentar o empreendedorismo responsável, ao ocupar-se de cada momento de oportunidade, seja em períodos de prosperidade, seja em situações menos favoráveis. E, é importante ressaltar, não foram poucos os desníveis em 45 anos. Para marcar uma nova era e a contínua caminhada pelo desenvolvimento, uma nova revista Conexão está sendo também apresentada aos leitores, com layout mais moderno e novidades na disposição de conteúdo. Entretanto, da mesma forma que o Sebrae, a missão da revista mantém a sua essência: evidenciar histórias de sucesso que possam inspirar outras histórias de sucesso. Nas próximas páginas, você vai se deparar com um mundo empreendedor mais moderno e vai poder conferir também as histórias de quem foi história e faz história para o Sebrae. Boa leitura! Situado em uma construção do século 19, o Ponto de Atendimento do Sebrae, nas Mercês, é parte da história econômica, social e política de Salvador

Antônio Ricardo Alvarez Alban Presidente do Conselho Deliberativo Estadual SEBRAE/BA


sumário

edição 217

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e sp e c i a l 4 5 a n o s

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Conexão Bahia

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Sebrae Bahia

SOU MEI

16

EMPREENDER ;

8_PRA COMEÇAR

16_EMPREENDER

Soluções Sebrae auxiliam potencial empreendedor

O “fruto de ouro” aquece os negócios de chocolate no sul da Bahia

10_SOU MEI

20_EMPREENDER

Três histórias e um sonho em comum

Empresa de cosméticos em Juazeiro investe e inova no setor de beleza


24

capa ;;;;;;;;;;;;;

Empreendedores investem em qualificação com foco no futuro

32_ABRE ASPAS

Pra Crescer ;

Entrevista com o diretor-superintendente Jorge Khoury

10

40

36_INOVAR Pioneirismo orgânico e sustentável

40_PRA CRESCER O estalo de uma ideia INOVAR ;

36

44_meu negócio Pioneiro no ramo de tapiocaria em Barreiras conta sua história


Oportunidades para ser empreendedor Começar um negócio próprio pode ser mais fácil que se pensa quando há orientação adequada FOTOS João Alvarez

A

brir um negócio parece ser o sonho de muita gente, mas poucas pessoas sabem por onde começar. Quando o farmacêutico Genário Santos, 35, teve a ideia inovadora de abrir uma farmácia de manipulação veterinária, logo decidiu procurar o Sebrae para saber quais seriam os primeiros passos. “A primeira orientação foi fazer um estudo de viabilidade técnica e econômica, para implementar o negócio”, disse o empreendedor, que abriu a Farma Animal há dois meses, no bairro do Canela, em Salvador. Genário apostou no sonho de empreender ao lado de dois sócios – a farmacêutica Nívea Negreiros e o médico Henrique Braga. “Observamos que as pessoas precisavam de

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Conexão Bahia

Lançado em agosto, o projeto apresenta ] cenários e tendências de negócios, por] meio de palestras, oficinas e conteúdos ] técnicos em 15 cidades]

medicamentos que se adequassem às necessidades dos pets. A indústria muitas vezes disponibiliza uma dose maior do que o animal precisa ou dispõe de medicamentos em comprimidos ou cápsulas, fazendo com que o dono tenha dificuldades para medicar o animal”, explicou o farmacêutico. Depois de um ano seguindo as orientações do Sebrae fornecidas a ele, fazendo cursos, palestras e oficinas, a Farma Animal saiu do papel e vem atendendo cães, gatos, pássaros, equinos, além de animais silvestres e exóticos. “Continuamos participando das ações do Sebrae e, atualmente, estamos desenvolvendo nosso site junto com a instituição”, contou o novo empreendedor.


pra

c o me ç a r

Genário Santos inovou ao abrir a Farma Animal, farmácia de manipulação veterinária, com os sócios Nívea Negreiros e Henrique Braga

Depois de um ano seguindo orientações do Sebrae, a Farma Animal saiu do papel

Soluções para quem quer abrir um negócio Para auxiliar novos empreendedores e potenciais empresários como Genário, o Sebrae dispõe de diversas soluções, a exemplo do “Começar Bem”, que é voltado para quem tem uma ideia de negócio e deseja receber orientações para viabilizá-la. As capacitações são presenciais ou por meio da educação a distância (EAD). Essa última modalidade possui cursos como “Iniciando um Pequeno Grande Negócio” e “Aprendendo a Empreender”. O “Bootcamp Empreendedorismo em Ação” também é uma boa opção para quem busca começar um modelo de negócio e desenvolver uma postura mais empreendedora. Trata-se de uma capacitação com a carga horária de 24 horas, dividida em seis módulos de 4 horas, que dispõe de ferramentas e técnicas para auxiliar na criação de novos projetos. Há também o “Canvas”, uma ferramenta desenvolvida pelo Sebrae para planejar negócios inovadores, e o “Empretec”, um dos produtos mais conhecidos da instituição, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para fortalecer as habilidades do empreendedor.

A Sexta da Oportunidade traz novidades para o potencial empresário Com o objetivo de consolidar na Bahia as sextas-feiras como dias oficiais de atendimento e orientação ao potencial empresário, o Sebrae lançou, em agosto, a “Sexta da Oportunidade”. No projeto, toda semana são apresentados cenários e tendências de negócios, por meio de palestras, oficinas e conteúdos técnicos em 15 cidades: Salvador, Barreiras, Feira de Santana, Ilhéus, Jacobina, Juazeiro, Santo Antônio de Jesus, Irecê, Teixeira de Freitas, Eunápolis, Porto Seguro, Vitória da Conquista, Jequié, Guanambi e Itapetinga. Entre os conteúdos ofertados, estão palestras sobre tendências e franquias e o Radar Sebrae, uma ferramenta gratuita que permite a identificação de oportunidades de negócios para cada bairro de Salvador e em mais 13 municípios baianos. A Sexta da Oportunidade também ofertará oficinas gratuitas de Modelagem de Negócios, que utiliza o Canvas, uma ferramenta que permite uma visão completa do empreendimento. São oferecidos eventos gratuitos, disponíveis na Loja Virtual do Sebrae Bahia (www.lojavirtual. ba.sebrae.com.br). “Trata-se de um projeto construído pelo Sebrae Bahia para atender, de forma qualificada, aos potenciais empresários em todo o estado, por meio de suas Unidades Regionais. A Sexta da Oportunidade aborda diversos temas, de maneira simples, objetiva e facilmente aplicável, reunindo todas as soluções feitas para atender ao potencial empreendedor”, explicou a gestora estadual da Sexta da Oportunidade, Andrelina Mendes. Para acessar todas as possibilidades que o Sebrae oferece para os futuros empreendedores, vale a pena visitar um dos pontos de atendimento da instituição ou ligar para a Central de Relacionamento 0800 570 0800. Opções não faltam para tirar as ideias do papel, planejar um negócio de sucesso e, finalmente, realizar o sonho de empreender.

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histórias e um sonho em comum

Empreendedores que já passaram pela revista Conexão voltam para contar seu desenvolvimento e como é ser microempreendedor individual FOTOS João Alvarez

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Conexão Bahia


s o u me i

Anos depois, Fábio Pinheiro, Néa Santtana e Fábio Lima contam novamente suas histórias à revista Conexão

Bahia já soma mais de 430 mil microempreendedores individuais

Q

uando competia com a sua prancha de bodyboard em campeonatos de surfe, com o apoio de empresas do setor, Fábio Pinheiro nem imaginava que um dia estaria do outro lado da mesma moeda – como empresário, patrocinando novos atletas. Formalizado desde fevereiro de 2010, quando a categoria de microempreendedor individual (MEI) passou a estar disponível em todo o Brasil, Fábio é um exemplo dessa nova cara do empresariado, que hoje já contabiliza mais de 430 mil só na Bahia. Fábio e outros dois baianos que mergulharam no mundo do empreendedorismo, por intermédio do MEI, contaram as suas histórias em edições anteriores da Conexão e agora voltam para revelar as transformações vividas em seus negócios.

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Em 2013, quando entrevistado pela] revista Conexão, Fábio já ressaltava a] importância da adimplência]

Surfando a onda do MEI desde o início Entrevistado da edição 202 da revista Conexão, de agosto de 2013, Fábio contou à época que atentava para não atrasar os pagamentos mensais. O cuidado com o tema não mudou de lá para cá. “O valor do imposto cobrado é muito barato para quem quer se formalizar. Não existe outra adequação empresarial que vá cobrar tão pouco”, avalia Fábio, referindo-se ao Documento de Arrecadação Simplificada do MEI (DAS-MEI), obrigatório e de valor fixo, com a isenção de tributos federais (imposto de renda, PIS, Cofins, IPI, CSLL). “É uma proteção para o futuro, para a aposentadoria ou no caso de um acidente, por exemplo. Sempre falei e volto a falar: é só vantagem”, afirma, ressaltando a importância de manter as obrigações tributárias em dia, para que o empreendedor garanta benefícios como auxílio-doença e salário maternidade. Mas algo mudou desde a última entrevista à Conexão: nos últimos anos, o empresário passou a investir mais no site de sua empresa, a UCLA

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Conexão Bahia

“Hoje eu atendo todo o Brasil. Tenho o maior carinho por esse CNPJ” – Fábio Pinheiro

Brands. O que antes tinha apenas a função de vitrine dos produtos, que eram vendidos a partir de contato por e-mail ou WhatsApp, passou a ser uma loja virtual, em que os clientes podem conhecer os produtos e finalizar a compra. “Comecei com uma marca em 2010 e hoje vendo sete marcas, que atualmente são as melhores do mundo”, conta o empresário, sem deixar o olhar crítico de atleta e consumidor dos produtos de lado. “Eu atendia a demandas locais, com um faturamento menor. Hoje eu atendo a todo o Brasil. Tenho o maior carinho


s o u me i

Os vídeos produzidos por Néa são disponibilizados no canal oficial de uma das maiores indústrias têxteis brasileiras, a Círculo, de Santa Catarina

por esse CNPJ”, comemora Fábio, que já está de olho em uma das novidades do MEI: o aumento do limite de faturamento, de R$ 60 mil para R$ 81 mil anuais, válido a partir de 2018 (com declaração em 2019). De designer de moda a youtuber Quando contou à edição especial Negócios e Futebol, da Conexão, em junho de 2014, como investiu em seu negócio tendo em vista a Copa do Mundo no Brasil, a designer de moda Néa Santtana nem imaginava que a sua vida estava prestes a mudar completamente – e para melhor. Naquele ano, Néa lançou produtos que continham fitinhas do Senhor do Bonfim e fechou parceria com o estilista Amir Slama, para a confecção de peças de uma coleção inspirada no Mundial. Embora tenha rendido bons resultados para o seu ateliê, o ponto de mudança na rotina da empresária veio no ano seguinte, em 2015, quando Néa tornou-se mãe. Para equilibrar a sua jornada como empresária e mãe, Néa passou a experimentar novas formas de empreender. Aos poucos, diminuiu a produção e passou a gravar vídeos em que compartilhava como fazia algumas peças. O que começou timidamente resultou na criação de um

canal no Youtube, que leva o nome da designer e tem mais de 20 mil inscritos, com vídeos que já alcançaram 1 milhão de visualizações. O negócio foi adaptado à nova realidade familiar. O ateliê de Néa, mantido em casa, foi transformado em estúdio. E o marido, João Torquatto, que sempre esteve ao seu lado na gestão do negócio, também passou a desempenhar novos papéis – de pai e responsável por filmar e editar os vídeos do canal. O resultado das videoaulas chamou a atenção de uma das maiores indústrias têxteis brasileiras, a Círculo, de Santa Catarina, que hoje é parceira da baiana e disponibiliza seus vídeos no canal oficial da marca. “Em 2017, faz 20 anos que aprendi a costurar, e hoje estou ensinando o que aprendi com a minha mãe. Crio produtos e ensino a confeccionar e vender, estimulando outras mulheres a empreender”, orgulha-se a designer de moda e youtuber, que revela receber diversas mensagens de seguidoras que estão comercializando criações aprendidas em seu canal. Esse fortalecimento do empreendedorismo feminino também pode ser visto no perfil do MEI em Salvador: as mulheres já representam 49% do total de microempreendedores individuais da capital.

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A empresa começou na casa de Fábio] e hoje ocupa um galpão de 140 m²]

“Não pensava em abrir um negócio, achava muito complicado. Quando fiquei sabendo do MEI, acabei me formalizando” - Fábio Lima

Faturamento maior fez MEI se transformar em microempresa Na trilha de desenvolvimento dos microempreendedores individuais, há também o caso de quem precisa deixar de ser MEI por um bom motivo: quando a empresa cresce e ultrapassa o faturamento, passando a se encaixar no perfil de microempresa. Foi o que aconteceu com Fábio Lima, dono da empresa de comunicação visual Projeto X. Entrevistado na edição 199 da Conexão, de dezembro de 2012, ele conta que, antes de empreender, trabalhava como funcionário na área e não imaginava ser empresário. “Comecei a atender a alguns clientes, mas não pensava em abrir um negócio. Achava muito complicado. Quando fiquei sabendo do MEI, que era simples de abrir e o endereço de casa poderia ser utilizado, acabei me formalizando”, lembra. Para conseguir lidar com aquele novo mundo, Fábio recorreu a diversas capacitações, sendo muitas gratuitas, como as opções de ensino a distância pelo site do Sebrae e também presenciais, como as Oficinas SEI. “O Sebrae me ajudou bastante. Hoje estamos discutindo e planejando fazer um curso de gestão financeira, para nos ajudar a melhorar”, revela o empresário, que já passou por um curso da instituição sobre o mesmo tema tempos atrás, e que, segundo ele, foi essencial para o planejamento da compra dos equipamentos que possibilitaram o crescimento do negócio. A microempresa, que começou no quarto do empresário, hoje ocupa um galpão de 140 m² e conta com quatro funcionários. Mas a experiência como MEI nunca foi esquecida. “Às vezes tenho saudade de quando era MEI e pagava somente o DAS. Era feliz e não sabia, só tem vantagem”, diverte-se o microempresário.

* Todas as edições anteriores da revista Conexão citadas nesta matéria estão disponíveis no endereço www.issuu.com/sebraebahia.

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s o u me i

É ou quer ser MEI?

2016

Número de MEI ano a ano no Brasil e na Bahia

Ocupando o 1º lugar no Nordeste e o 5º lugar no ranking nacional em quantidade – apenas atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul –, os microempreendedores individuais (MEI) baianos estão aproveitando a oportunidade de empreender. “O MEI é uma forma de experimentar e consolidar a ideia de negócio, além de conhecer a rotina como empresário”, explica Fernanda Gretz, gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Bahia. Ela elenca algumas dicas para quem optar por esse perfil empresarial:

6.649.896

395.692

2015

5.680.614

352.440

2014

4.653.080

300.160

2013

3.659.781

246.910

2012

2.665.605

192.924

2011

1.656.953

133.949

2010

771.715

74.039

Camaçari

Juazeiro

10.278

6.095

Feira de Santana

25.388

BA

Lauro de Freitas

10.977

Salvador

141.881 Itabuna

8.609 Vitória da Conquista

15.010

Ilhéus

Porto Seguro

6.212

6.095 Teixeira de Freitas

Capacitações: o Sebrae oferece diversos serviços e soluções específicas para o microempreendedor individual. “Temos capacitações gratuitas, como as Oficinas SEI, que abordam temas variados. O MEI também pode ser orientado em qualquer Ponto de Atendimento do Sebrae no estado ou nas Salas do Empreendedor”, diz a gerente, lembrando que anualmente a instituição realiza a Semana do MEI, totalmente dedicada a esse empresário. Declaração de faturamento: o MEI deve realizar, obrigatoriamente, a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI) e informar o faturamento do ano anterior. Ela pode ser realizada todo início de ano, até o último dia de maio, pelo Portal do Empreendedor. Caso não entregue a declaração, o MEI fica sujeito à multa. Então, é importante não perder o prazo. Licitações e compras públicas: o MEI pode ampliar o seu mercado ao participar de licitações para fornecer um produto para o governo. Mas, para isso, é preciso estar em dia com o pagamento do DAS. “É necessário apresentar certidões negativas para participar dos processos, e o MEI pode perder negócios por causa da inadimplência”, explica Fernanda. Inadimplência: atualmente o percentual de inadimplência do MEI na Bahia é elevado: 60% têm pagamentos em atraso. Para facilitar a rotina desses empresários, o Portal do Empreendedor passou a disponibilizar, em maio deste ano, a opção de cadastrar o pagamento do DAS por débito automático. Assim, o MEI não precisa se preocupar com a data de vencimento da guia, e isso evita atrasos que causam juros e multas, além de comprometer o acesso aos benefícios. Parcelamento das dívidas: em 2017, o MEI inadimplente passou a contar com mais uma ajuda para ficar em dia com os tributos da empresa, por meio de dois tipos de parcelamento. Novidade para o MEI, o parcelamento ordinário das dívidas tributárias já pode ser solicitado, a qualquer momento, pelo site da Receita Federal. Até então, essa modalidade existia apenas para microempresas. A opção vale para os débitos vencidos até o último período que consta da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI), e o pagamento pode ser dividido em até 60 meses. Já quem decidir solucionar o problema até 2 de outubro deste ano também pode escolher o parcelamento especial, que considera os débitos vencidos até maio de 2016, dividindo tudo em até 120 meses. Para ambas as opções, a parcela mínima mensal deverá ser de R$ 50.

7.465

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Cecília Gomes da Costa e sua cunhada] criaram a marca Amado Cacau em 2015]

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E mp r een d e r

O “fruto de ouro” aquece os negócios de chocolate no sul da Bahia Produtores no sul da Bahia investem na produção sustentável de cacau e fomentam o mercado de chocolate e derivados de alta qualidade FOTOS Maurício Maron

O

mais puro e legítimo sabor do cacau está movimentando a produção de chocolates gourmet e derivados no sul da Bahia, a partir da produção ecologicamente correta de amêndoas de qualidade. Na fazenda São José, propriedade da família Viana Lima, em Barro Preto, o cultivo do fruto é feito por meio do sistema Cabruca – à sombra de árvores nativas –, seguido por etapas de manejo, até a produção e a comercialização. O sistema produtivo desenvolvido pela família resultou na criação da marca Modaka Cacau Gourmet em 2012. De lá para cá, o grupo tem investido na produção de produtos veganos, sem glúten e sem lactose, feitos artesanalmente a partir de amêndoas 100% orgânicas, cultivadas, fermentadas e secas ao sol. “Selecionamos as melhores amêndoas da safra para fazer a alquimia do chocolate e obter um produto de origem, qualidade e com o verdadeiro sabor do cacau”, relatou Fernando Botelho Lima, um dos sócios. Todo esse processo produtivo foi possível a partir da inserção de novas tecnologias e equipamentos, que criaram condições para o florescimento de pequenas unidades de produção de chocolates de alta qualidade na região. Nesse contexto, foi criado o Projeto Cacau e Chocolate da Unidade Regional do Sebrae em Ilhéus, que,

além de atender à família Viana Lima, acompanha um grupo de, aproximadamente, 100 produtores de cacau, chocolate e derivados, propondo soluções nas áreas de acesso a mercado, inovação e tecnologia, associativismo, gestão e capacitações. De acordo com a gestora do projeto, Ana Carolina Menezes Argolo, “a iniciativa leva em consideração a grande vocação econômica da cadeia produtiva do cacau, que hoje é uma das mais importantes da Bahia”. Segundo dados do projeto, o estado é responsável por mais da metade da produção nacional, e o sul da Bahia é a maior e mais tradicional região produtora do Brasil. O cultivo do cacau está entre os cinco principais geradores de renda agrícola, na Bahia, com R$ 1,3 bilhão em 2015 (IBGE/PAM). Nesse sentido, a produção de chocolate é grande alternativa para revitalização do dinamismo da economia vinculada à produção de cacau da região sul. Para isso, Ana Carolina explica que os negócios de produção de chocolate precisam definitivamente agregar o diferencial competitivo de apresentação de produtos que estejam vinculados ao modelo de produção tree and bean-to-bar (da árvore / amêndoa à barra), com vistas à agregação de valor que os diferenciarão de outros formatos de produção do Brasil.

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A Bahia é responsável por mais da metade da produção nacional de cacau e o sul do estado é a mais tradicional região produtora

Por meio da parceria com o Sebrae, a Modaka Cacau participou de feiras para a prospecção de novos mercados, de cursos de “Bean to Bar” – “da amêndoa à barra”, da criação da Associação Chocosul e da consultoria em cacau de qualidade na própria fazenda. “Estamos sempre abertos ao conhecimento e a novas informações. Notamos que a troca de saberes que ocorre em todos esses investimentos, seja em cursos, consultorias e mesmo em viagens, é fundamental para a melhoria em toda a nossa cadeia produtiva”, avaliou Fernando. Aliado a iniciativas institucionais do Sebrae, o projeto possui uma dimensão maior com uma ação de Governança, que segundo a gerente regional do Sebrae em Ilhéus, Claudiana Figueiredo, contempla um Comitê Gestor, formado por instituições que dão suporte à cadeia produtiva naquilo que é da expertise de cada um, para fomentar a produção de cacau, chocolate e derivados. “O objetivo é viabilizar as ações para a verticalização da cadeia produtiva, melhorando a sua competitividade e promovendo o aumento da produtividade e da lucratividade dos empreendimentos.” Os parceiros mais diretamente ligados às ações do projeto são: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (FAEB / SENAR), Sin­ dicatos Rurais, Sistema de Federação das Indústrias do Estado da Bahia / Serviço Social da Indústria / Instituto Euvaldo Lodi (FIEB / SESI / IEL), Institutos Cabruca e Arapyaú, Universi­ dade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Comissão Exe­ cutiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), prefeituras municipais e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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Mercado competitivo e sustentável Com um cenário altamente favorável para a instalação de pequenos negócios a partir da matéria-prima do cacau, empreendedores visualizaram a oportunidade de agregar valor ao fruto produzido na região do sul da Bahia, buscando transformá-lo em produtos de alta qualidade. É o caso do empresário José Brandt Silva Filho, dono da marca República do Cacau, que há dois anos investe na fabricação de chocolate a partir da utilização de amêndoas selecionadas com elevado índice de fermentação. “A empresa busca se destacar no competitivo mercado de chocolate, por meio de altas concentrações de cacau e a sua alta qualidade, que deve ter o índice de fermentação superior a 60%, bem como a identificação de produtores que tenham capacidade de produzir lotes homogêneos de cacau e com boa qualidade”, revelou Brandt. Por enquanto, ele produz o chocolate em unidades na região e na capital do estado, “mas o propósito, a médio prazo, é ter uma estrutura própria, com equipamentos nacionais de pequeno porte”. Com o apoio do Sebrae, Brandt teve acesso a cursos importantes, voltados ao preparo da empresa para a internacionalização de seus produtos, oficinas de processamento de chocolate, curso de análise sensorial do cacau e chocolate, assessoria para a formação do custo dos produtos, além de cursos voltados para a segurança alimentar no preparo do chocolate, comércio eletrônico, dentre outros. Atualmente, o carro-chefe da sua produção são as barras de 56% (ao leite) e 70% e 80% (ambas sem leite), além da comercialização de nibs (amêndoas trituradas) de cacau sem a adição de conservantes. Nas embalagens, os produtos ganham identidade histórica a partir da ilustração de fotos que remontam a trajetória da lavoura cacaueira. Inspiradas na mesma linha de conceito agregado ao cacau de origem, as cunhadas Cecília e Greice Cler Gomes da Costa, representantes da quarta geração de produtores de cacau da fazenda Camacã, decidiram se unir e, com o apoio do Sebrae, criaram a marca Amado Cacau em 2015. “Nós sempre víamos a fazenda como brincadeira de criança, passeio, férias etc.


E mp r een d e r

O empresário Fernando Botelho Lima e sua esposa, Áurea Maria Vianna Lima, estão entre os 100 produtores de cacau, chocolate e derivados atendidos pelo Projeto Cacau e Chocolate, da Unidade Regional do Sebrae em Ilhéus

O empresário José Brandt Silva Filho, proprietário da República do Cacau, investe na fabricação de chocolate a partir da utilização de amêndoas selecionadas

Mas passamos a olhá-la de outra forma: não só empresarialmente, passamos a entender o que era aquele bioma, o sistema cabruca, o cacau e todos os seus benefícios.” O próximo desafio foi conciliar o irresistível sabor do chocolate com as inúmeras propriedades nutricionais existentes no cacau. O resultado foi bastante positivo. Hoje, Cecília e Greice terceirizam a produção de chocolates e comercializam em lojas especializadas em Ilhéus, via e-commerce e em pontos físicos espalhados no país os tabletes em 52% e 56% (com leite), 70% de concentração de cacau, além de geleias, granola, mel, nibs de cacau natural e nas versões salgada e doce. Com o surgimento de novas marcas de chocolate e derivados de cacau no sul da Bahia, cresce a necessidade dos produtores buscarem inovar em um mercado cada vez mais competitivo. Associado a isso, a coordenadora de Agronegócio do Sebrae Bahia, Adriana Moura, explica que o projeto Cacau e Chocolate busca exatamente “contribuir para o reposicionamento competitivo da cadeia produtiva do cacau, tendo como pilares o fortalecimento da governança, a obtenção e o uso de informação qualificada, o desenvolvimento empresarial, a valorização das novas tecnologias e dos atributos regionais, que garatem a sua sustentabilidade e a do bioma que ajuda a preservar a Mata Atlântica”.

Qualidade Entre as estratégias que estão sendo trabalhadas pela Governança do Cacau, em parceria com o Sebrae, está a busca do reconhecimento pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) da indicação de procedência (IP) do cacau do sul da Bahia. A implantação dessa indicação geográfica pressupõe a adesão dos produtores a um regulamento, que adota padrões mínimos de qualidade do produto. Uma fase das exigências desse regulamento tornou-se ficha técnica nas soluções de Serviços em Inovação e Tecnologia (Sebraetec) – Qualidade da Amêndoa do Cacau. A iniciativa busca capacitar o máximo de unidades produtivas na região para a produção de amêndoas de cacau de qualidade, em conformidade com os requisitos do regulamento da IP. Por meio de consultorias em campo, o produtor e os seus funcionários tornam-se aptos a ofertar cacau de qualidade, de forma mais eficiente, o que beneficia toda a cadeia produtiva e o consumidor final.

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Empresa de cosméticos em Juazeiro investe e inova no setor de beleza Participantes do programa Agentes Locais de Inovação (ALI), os empresários perceberam que inovação pode vir por meio de soluções simples FOTOS marcos santiago

M

ais de 30 anos de experiência no setor de beleza uniu o empreendedor e cabeleireiro Albérico Souza ao estudante de economia Maxwel Souza, que, durante muitos anos, trabalhou na distribuição de cosméticos para grandes empresas sediadas em Minas Gerais e também na região do Vale do São Francisco. Os amigos e atuais sócios tinham o sonho de desenvolver uma marca própria de cosméticos, ao aplicarem o conhecimento adquirido durante anos de atuação como distribuidores de marcas de produtos de beleza.

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Conexão Bahia

Empreendedores de Juazeiro, Albérico Souza e] Maxwel Souza criaram e lançaram no mercado] linha própria de produtos para cabelos]

O sonho de se tornarem empreendedores começou a tomar forma em 2013, e, como todo pequeno negócio, eles enfrentaram muitas dificuldades. A empresa iniciou as atividades com apenas dois funcionários em um espaço de cerca de 20 m². Os sócios investiram todo o capital no desenvolvimento de quatro produtos para lançar a marca no mercado. Desses, apenas um deles deu certo na época, mas foi o suficiente para incentivar os empreendedores a realizar novas pesquisas e continuar testando e criando produtos.


E mp r een d e r

Os cosméticos da Hydra estão presentes em revendedores nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste e para todo o país, por meio das redes sociais

“Acreditamos que um cosmético pode ser feito de um jeito diferente, não apenas sob a ótica de negócio, mas com o propósito de mudar a vida das pessoas por meio do bem-estar e da autoestima elevada.” Foi com essa missão que, há quatro anos, nasceu em Juazeiro, no norte da Bahia, a Hydra Cosméticos, empresa de pequeno porte especializada no desenvolvimento e fabricação de produtos para tratamentos capilares, com desempenho de linhas profissionais, mas com custo mais acessível. O primeiro produto lançado no mercado foi o Botox Liso Perfeito, produto desenvolvido em dose única, destinado à comercialização em lojas de cosméticos e farmácias. Atualmente o portfólio da empresa possui 35 produtos, entre shampoos, condicionadores, cremes de pentear, hidratação, alisamentos, reposição de massa capilar, ativadores de crescimento e linha para cabelos com química. Todos os produtos são desenvolvidos pelos empresários e fabricados em indústrias terceirizadas em Goiás, São Paulo e no Rio de Janeiro. Os cosméticos da Hydra estão presentes em revendedores nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste e para todo o país, por meio das redes sociais. A aceitação da linha foi imediata e crescente. Mulheres entre 16 e 50 anos que moram no Nordeste e pertencentes às classes B e C são as maiores consumidoras dos produtos Hydra. “Nossos produtos são pensados e criados com muita paixão e cuidado, e cada detalhe é minuciosamente estudado, desde a proposta de

uso, os principais ativos, a fragrância e também a embalagem”, revelou Albérico. Ele disse também que todos os itens passam por vários testes e análises no processo de fabricação, para que cheguem ao mercado oferecendo resultados satisfatórios ao consumidor. “Não queremos ser reconhecidos por vender cosméticos, mas por proporcionar uma experiência positiva e prazerosa na vida de nossos consumidores”, frisa. Conhecer para empreender As buscas por conhecimento, técnica e qualificação profissional sempre foram e são a marca dos empreendedores da Hydra. Mesmo antes da abertura do negócio, Albérico e Maxwel realizaram diversas pesquisas sobre produtos cosméticos e o mercado de beleza, além de cursos de aperfeiçoamento no exterior. A dupla encontrou no Sebrae o parceiro ideal para conquistar o crescimento profissional e o sucesso que almejavam. Já tiveram acesso a várias soluções da instituição, tais como o Empretec, Líder Coach Sebrae, além de participarem de diversas oficinas e cursos de capacitação, inclusive alguns online. Os empresários afirmam que as capacitações os ajudaram a tocar o negócio com mais profissionalismo e planejamento. “São soluções práticas que o empreendedor consegue aplicar no dia a dia do seu negócio e ver os resultados acontecerem. Com o auxílio do Sebrae, estamos sempre buscando aperfeiçoamento e as melhores práticas na gestão da empresa e dos colaboradores, para executar as mudanças necessárias e enfrentar os desafios para o crescimento”, disse Albérico. Atualmente a empresa participa do programa Agentes Locais de Inovação (ALI), fruto da parceria entre o Sebrae e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). “O ALI abriu nossos olhos para a gestão da inovação, desmistificando a ideia de que esse termo parece coisa de empresa grande e mostrando que a inovação pode vir por meio de soluções simples, que contribuam para melhoria do trabalho, do negócio e até mesmo das relações dentro da empresa”, ressalta Maxwel. Agora os sócios conseguem perceber que é possível inovar na empresa de diversas formas, como propostas novas para produtos, criação de um item multifuncional, reforma da estrutura física, ajustes em processos internos para otimização do custo e tempo de execução, criação de sistema próprio para acompanhar os re-

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No total são 35 produtos desenvolvidos pelos] empresários e fabricados em indústrias terceirizadas]

sultados diários de vendas das lojas e das promotoras externas, entre outras iniciativas. “Com ajuda das consultorias, estamos finalizando um planejamento estratégico para os próximos anos, com objetivos e prazos bem definidos. Trabalhando de forma organizada e sabendo exatamente aonde queremos chegar, fica muito mais fácil alcançar os objetivos do negócio”, garante Maxwel. Inovar para crescer Hoje a empresa conta com 20 colaboradores e 15 representantes comerciais espalhados por todo o Nordeste. Os empresários querem continuar investindo em inovação e tecnologia para crescer ainda mais no mercado de beleza. A perspectiva dos sócios é de, até 2020, expandir a atuação regional e alcançar os consumidores de toda a região Norte e Nordeste, por meio de lojas de cosméticos, rede de farmácias e representações. Outra meta é a diversificação de produtos para alcançar um público mais amplo. Com o crescimento do mercado de beleza para o público masculino, os empresários estão lançando uma linha exclusiva para homens, com cinco produtos para cabelo e barba. No próximo ano,

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devem atingir também o público infantil, e o estudo para esse mercado já vem sendo feito pela equipe. “Estamos concluindo um projeto para o lançamento de 25 novos produtos em nosso portfólio até dezembro de 2017. Estimamos que só esses lançamentos nos possibilitem um crescimento de 100% no faturamento”, prevê Maxwel. Os empresários planejam, ainda, a construção da nova sede da empresa no Distrito Industrial de Juazeiro. Eles também estão adequando os produtos às normas internacionais, já de olho no mercado externo. O técnico de Sebrae em Juazeiro, Rinaldo Moraes, ressalta a importância do mercado de beleza e estética no país como um dos segmentos mais dinâmicos e crescentes e avalia que grande também é a procura por produtos que primam pela qualidade e oferecem preços mais acessíveis ao consumidor. “As portas se abrem para as pequenas indústrias, e elas precisam aproveitar a oportunidade para ganhar espaço no mercado competitivo. Os empresários da Hydra Cosméticos notaram esse movimento e apostaram na criação de uma linha própria de produtos. Uma novidade no mercado local, que conquistou boa aceitação e já desponta em outras regiões do país”, prospecta Rinaldo.


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me r c a d o

Empreendedores investem em qualificação com foco no futuro O Sebrae moderniza seu portfólio presencial e a distância para atender ao público que busca oportunidades de crescer em tempos desafiadores

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omo entidade que atua no estímulo ao empreendedorismo e na promoção da competitividade e do desenvolvimento autossustentável dos pequenos negócios, o Sebrae investe na oferta de capacitações presenciais e a distância e plataformas diversas para quem busca transformar ideias em bons negócios. As soluções são também voltadas ao público interessado em solucionar uma questão da empresa, evoluir na gestão, acessar mercados, entre outras. O analista de sistemas de Guanambi e diretor da Micks Telecom, Ivanaldo Fernandes, experimentou um dos módulos da solução Pratique Sebrae em busca de melhoria na produtividade por meio da padronização. Em junho, ele fez o Pratique Mapeamento de Processos, para inserir na empresa a cultura de procedimentos padrões e melhoria contínua dos processos. “Já estávamos buscando desenvolver na empresa o mapeamento dos processos e tínhamos muita dificuldade em entender como interligar todos de forma lógica. Essa parte foi extremamente importante e permitiu, no mesmo instante que foi abordado no treinamento, enxergar, de forma clara, como todos os procedimentos operacionais da empresa estão interligados e convergem para um mesmo ponto”, lembra o dono da Micks, prestadora de serviços de acesso a internet na região. Ivanaldo conta que, logo na semana seguinte ao treinamento, os colaboradores que atuam

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na atividade de construção de redes cabeadas da empresa utilizaram os conhecimentos adquiridos para desenhar procedimentos de segurança em uma atividade de risco de acidente de trabalho. “Outras áreas tiveram suas atividades modificadas após o treinamento, entre elas os procedimentos de RH, como a seleção de pessoas, que teve seus fluxos remodelados. Valeu muito a pena, porque conseguimos absorver os princípios e a técnica de desenhar fluxo de trabalho. Estou convencido de que, sem o mapeamento dos processos e a padronização, não temos como ter indicadores confiáveis e, sem isso, não temos como gerir nosso negócio de forma sustentável e competitiva”, completa. A participação da Micks em soluções do Sebrae inclui também módulos do Sebrae Mais e do Na Medida, somando mais de dez atividades, como Gestão de Pessoas, Líder Coach (Liderando para a alta performance), Treinamento Geren­ cial Básico, Clínica Tecnológica, Vendas, Con­ trole de Estoque, Planejamento Estratégico, entre outras. “As capacitações do Sebrae foram decisivas para o amadurecimento do modelo de gestão e desenvolvimento do nosso time”, acrescenta Ivanaldo. Em busca de novos conteúdos que tenham ênfase na prática do mercado, o empresário de Santo Antônio de Jesus, Francisco Coelho, ou “Chico Fortaleza”, como é conhecido, investiu na solução BootCamp Empreendedorismo em Ação. A inspiração no termo bootcamp, que vem


Mercado

O empresário Chico Fortaleza, de Santo Antônio de Jesus, investiu na solução BootCamp Empreendedorismo em Ação

Solução gratuita ajuda nos primeiros passos para abrir um negócio

“Estou convencido de que, sem o mapeamento dos processos e a padronização, não temos como ter indicadores confiáveis” – Ivanaldo Fernandes, sobre os resultados da capacitação

dos treinamentos militares de alta performance nos EUA, envolveu o dono da Móveis Fortaleza em três dias de atividades, no início do mês de agosto, com abordagem completa de conteúdos ligados à resolução de problemas, a estratégias de vendas, finanças etc. “Aprovei todo o conteúdo do curso, mas o destaque, para mim, foi a atividade em grupo, quando precisávamos apresentar um projeto buscando parcerias, coisa que uniu mais as pessoas”, frisou. Segundo Francisco, a dinâmica serviu de lembrete aos empresários sobre a importância de analisar os fatores que influenciam na gestão de uma empresa. “Tudo isso depende de um ciclo, com várias esferas envolvidas, e não apenas a satisfação do cliente, por exemplo”, afirma. Francisco conta que, desde o início dos anos 1990, quando formalizou a indústria de móveis personalizados criada no quintal de casa, aproveita para participar de capacitações do Sebrae. “Em 2001, eu participei da segunda turma do Empretec aqui na cidade e participo das caravanas que o Sebrae organiza para outros polos moveleiros do país, de modo que a gente possa saber das novidades e melhorar nosso negócio com uso de tecnologias mais modernas”, diz Francisco. Radar Sebrae A solução tem o propósito definido de facilitar o caminho de quem quer começar em uma atividade própria, de forma gratuita e online. Desde que foi lançada na Bahia, em março deste ano, até junho, mais de 20 mil potenciais empreendedores baianos aproveitaram a ferramenta Radar Sebrae para conhecer oportunidades de negócios ou a localização mais adequada para um ponto comercial. A ferramenta está disponível gratuitamente no site www.radarsebrae. com.br ou em aplicativo para Android e IOS (adquirido via Google Play ou Apple Store). Na simulação utilizando o Radar Sebrae, é possível conhecer indicações de segmentos com potencial para empreendedores. Na Bahia, por exemplo, as dez atividades mais buscadas por quem deseja iniciar um negócio são: academias, bares e restaurantes, comércio de roupas e confecções, lanchonete, salões de beleza, delicatessen e padarias, clínicas ou consultórios médicos, açougues, pet shop e farmácias.

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Futuro do empreendedorismo Na Bahia, o cliente Sebrae conta com uma variedade de canais de atendimento a distância, como a Central de Relacionamento (0800 570 0800) e o site (www.ba.sebrae.com.br), com os links de chat, Fale Conosco e ainda conteúdos­ digitais. O diretor técnico do Sebrae Bahia, Franklin Santos, explica que a modalidade EAD é totalmente gratuita e responde por metade dos atendimentos realizados no estado, ou seja, cerca de 60 mil. “O mundo está se tornando digital, e todos procuram soluções remotas para seus problemas. Estamos seguindo na mesma direção. O aumento da oferta do EAD é justamente para entender como o mercado tem se comportado: a falta de disponibilidade de tempo, a melhoria na qualidade das tecnologias, o aumento do acesso à internet. Mas sempre consideramos os diferentes perfis dos nossos clientes. Há pessoas que se interessam mais pelos formatos tradicionais e há temas que se adéquam mais ao formato digital, e esses são pontos que sempre levaremos em consideração”, destacou Franklin. Além de ressaltar a funcionalidade da consultoria a distância, em que o cliente agenda um horário e conversa com um especialista, por videoconferência, os eventos online Sebrae Talks e webinários, o diretor explica que o Sebrae Bahia trabalha em um novo portal de atendimento. “Serão disponibilizados diversos serviços, muitos conteúdos e soluções digitais, com foco total na necessidade do cliente, considerando o dinamismo e a simplicidade de estarmos a alguns cliques de ajudarmos os empreendedores”, afirmou. Aliada a uma boa estratégia de qualificação está a atenção do empreendedor no quesito gestão financeira eficiente, como lembra o diretor administrativo e financeiro do Sebrae Bahia, José Cabral. “O empreendedor precisa ter o total controle das suas finanças, sabendo planejar e efetuando o controle das suas operações. Somente assim ele poderá pensar em crescer e partir para novos investimentos, com o mínimo de risco”, diz. Para alcançar o modelo de gestão com elevada produtividade, o empresário precisa levar em conta pontos que o diretor julga essenciais. “Temos que pensar em qualificar as pessoas, motivar e capacitar os colaboradores, buscar sistemas eficientes de acompanhamento da gestão e planejar e controlar gastos e produção”,­

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revela o diretor, acrescentando ainda a importância de o empreendedor saber tomar decisões e ter criatividade para encarar desafios com determinação e foco nos resultados. A queda no índice de empregados formais no país contribui para a realidade de ampliação do espaço ocupado pelos empreendedores por necessidade, que iniciam um negócio em busca de ocupação e renda, por vezes, sem vocação para a área escolhida. De acordo com pesquisa do Sebrae, houve aumento no número de novas empresas (com até 3,5 anos) criadas por necessidade, passando de 29% do total, em 2014, para 43%, em 2015, praticamente se mantendo estável em 2016. “Ao contrário do empreendedorismo por oportunidade, o empreendedorismo por necessidade é mais suscetível à conjuntura econômica dos países e tende a diminuir quando a oferta de emprego é maior”, lembra o presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae

O diretor técnico do Sebrae Bahia, Franklin Santos,] explica que a modalidade EAD responde por metade] dos atendimentos realizados no estado]

O diretor administrativo e financeiro do Sebrae Bahia,] José Cabral, destaca que o empreendedor precisa ter] total atenção no quesito gestão financeira eficiente]

O presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae] Bahia (CDE), Ricardo Alban, enfatiza o papel do Sebrae no] apoio e na orientação ao empreendedor por necessidade]


Mercado

Bahia (CDE) e da Federação das Indústrias do Estado (Fieb), Ricardo Alban. Ele enfatiza o papel do Sebrae no apoio e na orientação ao empreendedor por necessidade, garantindo-lhe mais chances de sucesso nesse tipo de negócio. “Sem planejamento adequado, conhecimento do mercado e investimento em inovação, com o surgimento de concorrentes ou mudanças na economia, essas empresas não conseguem se manter no mercado por muito tempo”, frisa. Panorama dos pequenos negócios De acordo com os dados do Observatório Sebrae Bahia, contabilizados até julho deste ano, o estado superou a marca de 700 mil pequenos negócios formais, dos quais 425 mil são microempreendedores individuais (MEI) e os demais, micro e pequenas empresas (MPE). Só em

julho,­foram mais de 5,4 mil novos negócios de MEI e MPE criados, incremento liderado pelas unidades regionais de Salvador (2.463), Feira de Santana (551), Vitória da Conquista (528), Teixeira de Freitas (408) e Ilhéus (369). No ranking de negócios existentes na Bahia, os principais são comércio varejista em geral, restaurantes e serviços de alimentação e bebidas, equipamentos e artigos de uso doméstico e manutenção e reparação de veículos automotores. Na análise por gênero, a Pesquisa Donos de Pequenos Negócios no Brasil, de 2014, revela a existência de quase 1,5 milhão de empreendedores homens na Bahia e cerca de 650 mil mulheres. Em uma década, o número de mulheres empreendedoras aumentou 18%, enquanto que o de homens cresceu 8%.

Soluções Saiba mais sobre cursos e agendas nos Pontos de Atendimento do Sebrae na sua cidade, na Central de Relacionamento (0800 570 0800) ou na loja virtual do Sebrae (www.lojavirtual.ba.sebrae.com.br). Pratique Sebrae - desenvolve até nove áreas essências para um negócio. Em Mapeamento de Processos, a carga horária de 6 horas permite que o empreendedor identifique e defina um fluxograma funcional para aumentar a produtividade por meio dos processos. Já o encontro de Controles Financeiros, com carga horária de 8 horas, lida com a aplicação de ferramentas de controle, análise e interpretação da situação econômica. Há ainda encontros com 8 horas de duração. São eles: Gestão de Equipes, para aprimorar o olhar sobre o capital humano da empresa; Atitude Empreendedora, que exercita habilidade de liderança e autodesenvolvimento; Preço de Venda, com análise dos fatores de influência na composição dos preços. Já Gestão de Tempo, Abordagem de Vendas, Design Thinking e Atendimento reúnem, cada um, 4 horas de duração para, principalmente, definir prazos, planejar vendas, criar soluções inovadoras e conhecer atitudes que contribuem para a satisfação do cliente, respectivamente. BootCamp Empreendedorismo em Ação - ao todo são seis módulos, com 4 horas de abordagem cada um, e os seguintes conteúdos: Mindset Empreendedor, com ênfase em atitudes empreendedoras; Cliente e Mercado, para desenvolvimento de empatia e segmentação de mercado; Problema e Solução, com validação de problemas e tarefas funcionais e emocionais do cliente; Prototipagem e Mínimo Produto Viável, de transformação das ideias em algo concreto; Canais, Vendas e Modelos Financeiros, que analisam estratégias de vendas e estrutura de custos; e Lean Canvas, Storytelling e Pitch, para aprendizado de métricas-chave do negócio e vantagens competitivas.

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Sebrae cada vez mais baiano Marcar presença na vida do empreendedor, de norte a sul do estado, é foco da gestão do novo Diretor-superintendente FOTOS João Alvarez

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Jorge Khoury Diretor-superintendente do Sebrae Bahia desde 1º de agosto, Jorge Khoury tem extenso currículo e atuação em diversas instituições estaduais e municipais no estado, além de trabalhar como consultor em sustentabilidade. Natural de Juazeiro (Bahia), o novo superintendente do Sebrae conversou com a revista Conexão sobre os principais aspectos que envolvem o empreendedorismo no estado. Jorge Khoury Hedaye é engenheiro, economista e professor, foi prefeito de Juazeiro, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e deputado federal por cinco mandatos consecutivos. No Governo do Estado da Bahia, ele foi secretário da Indústria Comércio e Mineração (SICM) em 1995, quando atuou como membro do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia, e secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH em 2003. Na atual gestão da prefeitura municipal de Salvador, Jorge Khoury foi secretário de educação, além de fazer parte de pastas como a da Secretaria Municipal do Trabalho, Esporte e Lazer (SEMTEL) e do gabinete do prefeito ACM Neto. Seus planos à frente do Sebrae, instituição que completa 45 anos em outubro, inovação e oportunidades geradas no cenário de crise estão entre os assuntos abordados por Jorge Khoury.

Quais são os seus planos como superintendente do Sebrae Bahia?

Nossa gestão pretende atuar principalmente sobre três pilares: capacitação e informação, sustentabilidade e interiorização. No primeiro pilar, entendemos que capacitação e informação são ferramentas fundamentais no auxílio ao empreendedor, especialmente se considerarmos o atual cenário econômico. Na questão relacionada ao processo de interiorização, o Sebrae já possui visão e empenho sistêmicos em todo o estado. O que vamos fazer é buscar, cada vez mais, a integração para obter um foco igualitário entre todos aqueles que constroem esse momento do nosso país. O senhor pretende aumentar a presença do Sebrae no interior do estado?

Esse é um dos pilares da nossa gestão. Já estamos presentes no estado por meio de 27 pontos de atendimento, que incluem as dez unidades regionais em importantes polos econômicos. Além disso, contamos com os pontos parceirizados para levar o atendimento presencial do Sebrae a outros municípios. Vamos trabalhar para ampliar a presença, tanto física quanto a distância, esta última já praticada por meio de cursos oferecidos por ensino a distância (EAD) e da consultoria a distância. Nosso foco também é fomentar a regulamentação no município da Lei Geral, na qual um dos dispositivos prevê a criação das Salas do Empreendedor, espaços voltados para levar orientações e informações a microempreendedores individuais e proprietários de micro e pequenas empresas, por meio de agentes nomeados pelas prefeituras e capacitados pelo Sebrae.

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O que os pequenos negócios precisam fazer para enfrentar a crise brasileira?

Vale ressaltar que o fato de as micro e pequenas empresas terem estruturas menos complexas que as médias e grandes faz com que elas tenham mais capacidade de adaptação em momentos adversos. O importante, agora, é não ‘cruzar os braços’. O empreendedor deve ter em mente que a crise vai passar, e quem estiver preparado para encarar esse momento, buscando capacitação e meios de se adaptar ao atual contexto, estará mais fortalecido quando chegarmos ao patamar de retomada da economia. O aumento do desemprego faz crescer o número de novos empreendedores por necessidade. O que o Sebrae tem feito para apoiar o potencial empresário?

Esse movimento que surge motivado pela crise exige uma atenção especial do Sebrae. O empreendedor por necessidade precisa de orientação diferenciada daquele empreendedor que abre um negócio por oportunidade, pois, muitas vezes, esses indivíduos encontram-se em um momento fragilizado de sua vida financeira. A busca por um retorno urgente pode fazer que muitas empresas sejam abertas sem planejamento, o que gera dificuldades futuras. O Sebrae dispõe de soluções que auxiliam esses empreendedores na hora de abrir um negócio, com o máximo de informações possíveis, a exemplo do Radar Sebrae e da Sexta da Oportunidade. O Radar Sebrae está disponível desde março, no site www.radarsebrae.com.br e tem o objetivo de auxiliar o empreendedor fornecendo-lhe informações sobre ideias de negócio e melhores localizações para abrir seus estabelecimentos, a partir de uma base de dados que contempla 13 cidades. Já a Sexta da Oportunidade, que foi lançada no dia 25 de agosto, busca tornar as sextas-feiras um dia voltado para buscar conhecimento. São ofertadas capacitações gratuitas que abordam temas diversos. Nesse primeiro momento, teremos palestras sobre tendências de negócio, franquias, além de oficinas de Modelagem de Negócios com a ferramenta Canvas, que permite uma visão completa do empreendimento.

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a b r e a sp a s

“Nossa gestão pretende atuar principalmente sobre três pilares: capacitação e informação, sustentabilidade e interiorização”

O baiano é considerado um povo empreendedor?

A Bahia tem registradas, atualmente, mais de 700 mil micro e pequenas empresas, sendo cerca de 420 mil microempreendedores individuais. Estamos entre os cinco primeiros estados em número de formalizações de MEI. Somado a esses números expressivos, temos a criatividade do povo baiano, que é motivado pela nossa diversidade sociocultural, em um estado com 417 municípios e uma variedade de potenciais econômicos distribuídos pelos quatro cantos.

“Sem dúvida, a palavra-chave dos empresários deve ser conhecimento. Não adianta achar que, se um negócio está dando certo, o empreendedor deve deixar de lado capacitações e qualificações”

Ouvimos muito falar em inovação. O pequeno negócio pode inovar sem grandes investimentos? De que maneira?

O Sebrae busca desmistificar a ideia de que o conceito de inovar está sempre ligado a altos investimentos ou simplesmente a conteúdos de teor tecnológico. Os donos de micro e pequenas empresas devem considerar a inovação como parte de sua estratégia para se manter competitivo no mercado. E isso pode ser alcançado ao serem realizadas pequenas ações em seus processos que podem gerar grandes resultados na entrega ao cliente, que ganham produtividade, agregando qualidade e diminuindo custos. Que dicas o senhor pode dar para os empresários alcançarem mais competitividade?

Sem dúvida a palavra-chave dos empresários deve ser conhecimento. Não adianta achar que, se um negócio está dando certo, o empreendedor deve deixar de lado capacitações e qualificações. Pelo contrário. O mercado é volátil, assim como as demandas da sociedade. Portanto, o empreendedor precisa sempre adotar uma visão de longo prazo e se antecipar às necessidades de seu público-alvo. E ele só conseguirá isso por meio da constante busca por conhecimento.

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Pioneirismo orgânico e sustentável Finococo desenvolve produtos à base de coco, todos orgânicos, e contou com apoio do Sebraetec Diferenciação para a fabricação de leite de coco sob o mesmo princípio FOTOS João Alvarez

Kleber Alves está à frente da Finococo, única] empresa brasileira que produz, processa e] comercializa produtos orgânicos de coco para o] Brasil e países da América Latina]

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A Finococo possui diversas certificações nacionais

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Litoral Norte guarda riquezas que vão além dos atrativos turísticos. Quem passa por lá pode desfrutar da vista de uma costa, onde as camadas do horizonte se dividem entre o mar aberto e fileiras e fileiras de coqueiros. São dessas plantações que muitos trabalhadores e empreendedores tiram o seu sustento. O empresário Kleber Alves é um deles. Mas ele vislumbrou algo além da simples extração do coco e seus materiais ao redor. Geógrafo e ecólogo de formação, Kleber hoje está à frente da Finococo, a única empresa brasileira que produz, processa e comercializa produtos orgânicos de coco para o Brasil e países da América Latina. Localizado justamente no Conde, onde encontra sua matéria-prima em abundância, o empresário destaca a realização de um trabalho de extração social e ambientalmente responsável. Após mais de 15 anos no mercado, a Finococo está sempre encarando um novo desafio. No fim de 2015, a empresa foi contemplada com recursos do Sebraetec Diferenciação, recebendo subsídio de 80% do valor total do projeto, para o desenvolvimento de leite de coco orgânico, também pioneiro no Brasil. Todo esse pioneirismo começou entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, mas não no ramo de produtos alimentícios. “Naquela época, me deparei, no litoral da Bahia, com o manejo do coco feito de maneira não sustentável, que envolvia, inclusive, queima do material não aproveitado”, relata. Kleber explica que, para o coco ser retirado, é necessário fazer uma “limpeza” da área, remover palhas e folhas secas do alto da copa. “Isso precisa ser feito pelo menos duas vezes por ano, para eliminar condições para surgimento de pragas que enfraquecem a produção.” Foi desse material que Kleber começou a trabalhar em um primeiro empreendimento. “Passamos a produzir artesanato sofisticado, como luminárias e outros produtos funcionais. Tudo feito de maneira sustentável e também socialmente responsável. Não utilizávamos

e internacionais, que validam sua atuação com produtos orgânicos

nenhum tipo de produto químico nem no acabamento desses produtos”, reforça. O negócio deu tão certo que, em determinado momento, Kleber percebeu que tinha mais demanda do que material disponível. Então, ele resolveu mudar de ramo e deslocou seu empreendimento do artesanato para o ramo alimentício. “Começamos a enxergar outras possibilidades para geração de emprego e renda, a partir de técnicas já utilizadas em outros países, mas não aqui no Brasil”, conta Kleber. Iniciou-se então a produção de óleo de coco, que foi desenvolvido pela empresa entre 2004 e 2005. O produto, no entanto, só foi lançado em 2009, pois o empresário buscou, desde o princípio, ter a matéria-prima manejada com o certificado orgânico. Por que orgânico? Hoje a Finococo é proprietária da fazenda onde produz. Mas, antes, a fazenda era de um parceiro, que topou a empreitada e passou a trabalhar de forma sustentável. “Graças à minha formação, sempre fui ligado a questões ambientais. Por isso, essa sempre foi uma preocupação que tive, desde o início da atividade.” A Finococo possui diversas certificações nacionais e internacionais, que validam sua atuação com produtos orgânicos. “Quando está comprando um produto com certificado de orgânico, você sabe que vai consumir um produto que não possui nenhum aditivo químico e que, em sua produção, não passou por nenhum processo tóxico, com substâncias que podem colocar em risco a saúde do indivíduo”, explica Kleber.

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O empresário destaca que não há prejuízos ao meio ambiente a partir de sua atividade. “O consumidor tem a garantia de que não está consumindo um produto que degrada o meio ambiente, que gera lixo, resíduos ou polui rios e solos.” Um último ponto ressaltado por Kleber é o fator da compra socialmente consciente. “Há um extremo respeito às leis trabalhistas. Portanto, todos os trabalhadores envolvidos na cadeia de produção estão atuando de forma segura em suas atividades e estão socialmente protegidos”, conclui. O presente Voltando ao ano de 2015, quando o projeto da Finococo foi contemplado pelo Sebraetec Diferenciação para a produção de leite de coco orgânico, Kleber destaca que o subsídio foi um grande benefício para o desenvolvimento do produto. “Tivemos um apoio, sobretudo, no aspecto da parceria técnica, com Senai / Cimatec e profissionais de engenharia de alimento”. O Sebraetec Diferenciação foi uma linha de apoio ofertada para empresas que estavam em busca do desenvolvimento de soluções de inovações tecnológicas, com subsídios de até 80% para projetos de até R$ 120 mil. A Finococo foi uma das 27 empresas selecionadas por meio de edital. Segundo o gerente adjunto da Unidade de Gestão de Portfólio do Sebrae Bahia, Leandro Barreto, a diferença entre essa linha ofertada e o Sebraetec, que é oferecido durante todo o ano, estava justamente na possibilidade de o empresário apresentar uma proposta, a partir de suas próprias demandas. “O que se espera é que, a partir das ações implementadas por meio desses recursos, a empresa consiga aumentar a competitividade do seu negócio”, destaca Leandro. Entretanto, o Sebrae está presente na trajetória da Finococo há mais tempo, como lembra Kleber. “Ainda na época que trabalhávamos com artesanato, em 2001, participamos do Empretec e, após o seminário, conseguimos nos credenciar para buscar recurso no FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador – para a geração de empregos.” Com os recursos adquiridos, foi construído um galpão para o desenvolvimento da atividade de artesanato, que foi aproveitado para a execução da atual atividade da Finococo. “Com o Sebrae, pudemos também participar de rodadas de negócio e ampliar nossas vendas”, afirma Kleber. O pioneirismo parece ser uma meta do empreendimento. “Todos os anos, buscamos lan-

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A Finococo foi contemplada com ] recursos do Sebraetec Diferenciação]

çar um produto novo”, destaca o empresário. Além do óleo e do leite de coco, estão na lista de produtos da empresa, o coco ralado orgânico, a farinha de coco (que pode substituir a farinha de trigo em diversas receitas, mantendo forma e consistência), coco chips (um snack de coco sem conservantes) e o lançamento mais recente, que é o óleo de coco orgânico em spray. Editais tecnológicos Leandro Barreto reforça que, quando se fala em soluções em tecnologia, não está se falando necessariamente em T.I., por exemplo. “A solução tecnológica pode ser aplicada em um produto já existente. E é nessa linha que o Sebrae, junto com parceiros, desenvolveu alguns editais.” No site www.portaldaindustria.com.br, o em­ pre­sário tem acesso ao Edital de Inovação para a Indústria, que está aberto durante todo o ano. O empresário pode submeter uma proposta nas categorias B e C do edital, que são as voltadas para micro e pequenas empresas. Se aprovada, ele pode receber um subsídio do Sebrae de até 50% do projeto aprovado, desde que essa porcentagem não ultrapasse R$ 200 mil. Outra oportunidade é a parceria firmada entre o Sebrae e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que forne-


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cerá subsídios no financiamento de projetos de microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Em todo o Brasil, o Sebrae aportará R$ 20 milhões nos projetos. Soluções A diferenciação é fator essencial para a sobrevivência e manutenção dentro de um mercado competitivo. E essa diferenciação pode ser desenvolvida por meio de processos inovadores. O Sebrae busca desmistificar o conceito de inovação vinculado única e exclusivamente a investimentos tecnológicos e de alto custo. “A inovação pode ser realizada na melhoria de um produto já existente ou em um processo interno da empresa, o que acarreta em ganhos para o negócio”, explica Leandro. Um dos programas oferecidos pelo Sebrae nesse aspecto é o Agentes Locais de Inovação (ALI). Gratuito, o programa é um acordo de cooperação técnica entre o CNPq e o Sebrae, com o objetivo de promover a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte, por meio de orientação proativa, gratuita e personalizada. Essa orientação é realizada por agentes, bolsistas do CNPq, selecionados e capacitados pelo

Sebrae, para acompanhar um conjunto de empresas. Os Agentes Locais de Inovação visitam os empreendimentos, apresentam soluções e oferecem respostas às demandas do negócio. As mudanças geram impacto direto na gestão empresarial, na melhoria de produtos e processos e na identificação de novos nichos de mercado para os seus produtos. Outra solução disponível o ano inteiro é o Sebraetec, que, por meio de serviços customizados e especializados, promove o acesso de pequenos negócios a soluções em sete áreas de conhecimento da inovação: design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade, serviços digitais. Para ter acesso, o empresário pode procurar o ponto de atendimento do Sebrae de sua região, com identidade e com o número do CNPJ. Durante o atendimento, ele deve explicar a situação da empresa e indicar em que ponto há a necessidade de inovar. Dessa forma, o Sebrae pode acionar um dos prestadores de serviços tecnológicos cadastrados para viabilizar a inovação na sua empresa. Os interessados em obter mais informações podem acessar os canais de comunicação do Sebrae, por meio da Central de Relacionamento (0800 570 0800) ou ainda pelo site www.ba.­ sebrae.com.br.

Também estão na lista da empresa produtos como o coco ralado orgânico, a farinha de coco, coco chips e o óleo de coco orgânico em spray

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O estalo de uma ideia Após capacitação intensa no Empretec, empresário cria negócio do zero e conquista clientes com pipocas gourmet FOTOS João Alvarez

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P r a c r es c e r

Após participar do Empretec, Bráulio Barreto lançou a marca de pipoca gourmet Las Palomitas

A

pós anos atuando como engenheiro em uma multinacional, Bráulio Barreto decidiu trocar a carteira de trabalho assinada pelo posto de empresário. Com receio de investir em uma área desconhecida, sua ideia inicial era optar por um modelo de franquia. Mas, em apenas uma semana, o empreendedor descobriu que era capaz de começar um negócio do zero, inclusive se arriscando na cozinha, ao criar receitas de pipoca gourmet, hoje comercializadas com a sua marca, a Las Palomitas. Mas onde ele conseguiu se revelar empreendedor em tão pouco tempo? A resposta: no Empretec.

Bráulio foi um dos 15 mil baianos que já passaram pela experiência promovida pelo seminário, que tem metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é realizado no Brasil com exclusividade pelo Sebrae há 25 anos. Com uma carga horária de 60 horas, dividida em seis dias intensos de capacitação, o Empretec desenvolve em seus participantes dez características empreendedoras (confira quais são elas no box azul da p. 43). Para Bráulio, esse desenvolvimento fomen­ tado pelo seminário foi tão eficaz que, em dezembro de 2014, apenas dois meses após a capacitação, ele se formalizou como microempreendedor individual (MEI), dando início ao seu próprio negócio. “Não sabia nada de gastronomia, mas minha ideia inicial era ter uma franquia de pipoca gourmet”, lembra o empresário, que encontrou no Empretec a chance de enveredar por um novo caminho. “Eu criei a Las Palomitas do zero – a receita, os sabores, o modelo de negócios, a marca, tudo”, enumera o empreteco, como são chamados os participantes da capacitação.

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Hoje os produtos são comercializados em 25] pontos de venda em Salvador, Feira de Santana] e Aracaju, além de atender a clientes do Brasil] inteiro por meio do e-commerce]

Bráulio foi um dos 15 mil baianos que já passaram pelo Empretec, que tem metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e é realizado pelo Sebrae

Hoje, três anos após a sua experiência com o Empretec, o empreendedor tem os seus produtos sendo comercializados em 25 pontos de venda em Salvador, Aracaju e Feira de Santana, além de atender a clientes do Brasil inteiro por meio do e-commerce, oferecendo até mesmo produtos personalizados para eventos. O empreendimento cresceu, emprega cinco pessoas e atualmente é uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli). Segundo Moniza Muniz, gestora do Empretec na unidade regional do Sebrae em Salvador, Bráulio soube incorporar bem à sua rotina a identificação de oportunidades e a segurança na tomada de decisões, dois aspectos trabalhados durante o seminário. Ela explica ainda que a capacitação é uma oportunidade de entender seus pontos fortes e fracos. “Tem gente que entra no Empretec pensando que é um empreendedor nato. Mas os participantes recebem tan-

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to feedbacks positivos quanto negativos, e fica evidente que não basta apenas se conhecer, mas ter ajuda para entender e desenvolver esse perfil empreendedor na prática”, avalia. A gestora não revela muitas informações sobre o que acontece de tão transformador durante os seis dias do Empretec, já que, assim como na famosa frase referente à cidade de Las Vegas, o que acontece no seminário fica no seminário. As atividades que servem de gatilho para as descobertas empreendedoras são um segredo bem guardado pelos empretecos. Assim, os próximos a passar por essa experiência serão surpreendidos, obtendo um melhor resultado com a metodologia. Em 2017, 23 municípios baianos estão recebendo o Empretec, com a realização de mais de 30 turmas. Em todo o estado, cerca de 800 empreendedores passam pela capacitação a cada ano. Para garantir que os participantes estejam prontos para essa experiência, após realizarem inscrição no seminário, os interessados passam por uma seleção, com entrevistas individuais. Somente após essa avaliação eles são confirmados ou não na próxima turma. As informações completas sobre o Empretec estão disponíveis no site www.empretecbahia.com.br.


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Conheça as dez características empreendedoras desenvolvidas no Empretec:

1 _ Busca de oportunidades e iniciativa 2_ Persistência 3_ Correr riscos calculados 4_ Exigência de qualidade e eficiência 5_ Comprometimento 6_ Busca de informações 7_ Estabelecimento de metas 8_ Planejamento e monitoramento sistemáticos 9_ Persuasão e rede de contatos 10_ Independência e autoconfiança

Uma vez empreteco, sempre empreteco Os empreendedores que já passaram pela experiência de conhecer a metodologia do Empretec – os chamados empretecos – têm a oportunidade de trocar experiências com outros colegas no Encontro de Empretecos. O evento, que foi realizado pela primeira vez em 2016 e terá edições anuais, acontece durante a Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, no dia 3 de outubro, no Hotel Fiesta, em Salvador. Criado para estimular novos conhecimentos e ampliar a rede de contatos dos empretecos, o evento também aborda um tema. Nesta edição, os participantes se debruçarão sobre a importância da imagem e como ela pode ser usada a favor do trabalho e dos negócios, entre outros aspectos.

A Las Palomitas tem 100% de inovação criada pelo empresário, desde o modelo de negócio até as receitas

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Pioneiro no ramo de tapiocaria em Barreiras conta sua história Conheça a história de Antônio Domingos da Silva, dono da tapiocaria Sabor da Terra FOTOS Bruna Pires

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inha relação com o ramo alimentício começou no ano de 2003, quando eu ajudava minha esposa, Rita Bezerra, em um pequeno empreendimento no antigo shopping de Barreiras, Oeste da Bahia. Trabalhávamos com bolos e doces. Durante o dia eu servia ao exército e à noite eu a ajudava. Sou cearense e, em uma de minhas viagens de férias à Fortaleza, frequentei um famoso Point das Tapiocas, foi quando me deu um estalo e vi que era isso que o município de Barreiras precisava. Fui o pioneiro na implantação da primeira tapiocaria do município, a Sabor da Terra. Mas, para que tudo isso desse certo, eu precisava me capacitar. Foi aí que se iniciou mi-

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nha relação com o Sebrae, quando comecei a participar de encontros, consultorias, fiz o Seminário Empretec e firmei uma parceria com o Encontrart, um site que divulga eventos e empresas da cidade. No início começamos tímidos, oferecendo poucos sabores da tapioca e hoje temos mais de 40 opções, além de cuscuz, sanduíches e outros produtos. Dentre os programas dos quais participei por meio do Sebrae, posso destacar o Agentes Locais de Inovação (ALI). Com o diagnóstico feito pela agente Maíra Aguiar, fiz uma reforma na tapiocaria, aprimorei o layout, a gestão organizacional e o controle financeiro. Além disso, inovei em produtos e serviços. O ALI me acom-


M eu ne g ó c i o

“Hoje, depois de nove anos no mercado de Barreiras, posso dizer que, com todas as mudanças, a tapiocaria dobrou o faturamento mensal”

Cearense, Domingos teve a ideia de negócio durante uma temporada de férias em Fortaleza

panhou nesse processo de mudança e acredito que a padronização de processos, como medida para recheios do cuscuz e das tapiocas, foi fundamental para alavancar minha empresa. Somos conhecidos pela qualidade de nossos produtos, porque sempre buscamos melhorias. A maioria dos ingredientes que utilizamos nos preparos dos pratos é adquirida com produtores rurais daqui da região. Optamos por isso para valorizar o histórico cultural da comida nordestina. Minha esposa mantém um espaço, dentro da tapiocaria, com opções de bolos e doces, a Rosa Mística, agradando a clientela que gosta de se deliciar com guloseimas após o jantar. Hoje, depois de nove anos no mercado de Barreiras, posso dizer que, com todas as mudanças, a tapiocaria dobrou o faturamento mensal. Ainda quero mais. Tenho o sonho de transformar o espaço em um local cultural e turístico, onde existam diversas exposições de artistas plásticos, artesãos e outras apresentações multiculturais.” Essa é a história do empresário Antônio Domin­gos da Silva. Ele participou do Programa ALI – Agentes Locais de Inovação. O vídeo desse case de sucesso, que mostra como a inovação pode mudar a motivação empresarial e desenvolver outro olhar sobre o mercado, está disponível no canal do YouTube SebraeBahia: www.youtube.com/sebraebahia

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Sebrae perto de você O Sebrae possui uma estrutura de atendimento presencial em diversas cidades na Bahia, disponibilizando aos micro e pequenos empresários orientação, formalização, consultoria, capacitação e informação.

Pontos de Atendimento na Bahia Além do Centro de Atendimento ao Empreendedor, o Sebrae Bahia possui 27 Pontos de Atendimento, distribuídos em dez unidades regionais.

Unidade Regional 01 Tel.: (71) 3320-4526

Salvador / Boca do Rio SAC Empresarial Tel.: (71) 3281-4154

Salvador / Itapagipe Alagoinhas

Tel.: (75) 3422-1888

Camaçari

Tel.: (71) 3622-7332

Lauro de Freitas Tel.: (71) 3378-9836

Barreiras

Unidade Regional 02 Tels.: (77) 3611-3013/4574

Feira de Santana Unidade Regional 03 Tel.: (75) 3221-2153

Euclides da Cunha Tel.: (75) 3271-2010

Itaberaba

Online Redes Sociais

Senhor do Bonfim Tel.: (74) 3541-3046

Juazeiro

Unidade Regional 06 Tel.: (74) 3612-0827

Paulo Afonso

Tel.: (75) 3281-4333 / 4223

Santo Antônio de Jesus Salvador / Mercês

Tel.: (71) 3312-0151

Ponto de Atendimento] Alagoinhas]

Jacobina

Unidade Regional 05 Tel.: (74) 3621-4342

Tel.: (75) 3251-1023

Ilhéus

Unidade Regional 07 Tel.: (75) 3631-3949

Valença

Tel.: (75) 3641-3293

Irecê

Unidade Regional 08 Tel.: (74) 3641-4206

Seabra

Tel.: (75) 3331-2368

Teixeira de Freitas

Unidade Regional 09 Tels.: (73) 3291-4333/4777

Eunápolis

Tel.: (73) 3281-1782

Porto Seguro

Tel.: (73) 3288-1564

Vitória da Conquista Unidade Regional 10 Tel.: (77) 3424-1600

Brumado

Tels.: (77) 3441-3699/3543

Guanambi

Tel.: (77) 3451-4557

Ipiaú

Tels.: (73) 3531-6849/5696

Unidade Regional 04 Tel.: (73) 3634-4068

Itapetinga

Itabuna

Jequié

Tel.: (73) 3613-9734

Tel.: (77) 3261-3509 Tels.: (73) 3525-3552/3553

/sebraebahia Agenda de Capacitações lojavirtual.ba.sebrae.com.br

Portal Sebrae Bahia e Chat Online www.ba.sebrae.com.br

Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br

Atendimento a distância

0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h

Ouvidoria do Sebrae Reclamações, dúvidas, críticas e sugestões web.ouvidoria.sebrae.com.br

Sede do Sebrae Bahia

R. Horácio César, 64 – Dois de Julho Salvador – Bahia – CEP: 40060-350 Tel.: (71) 3320-4301

Atendimento com hora marcada Com foco na comodidade dos empreendedores baianos que buscam as soluções do Sebrae Bahia, a instituição oferece o atendimento empresarial com hora marcada. O agendamento está disponível para todos os 27 pontos de atendimento da instituição distribuídos pelo estado. O interessado deve agendar gratuitamente pela Central de Relacionamento Sebrae (0800 570 0800), das 9 h às 17 h, o dia e a hora. A ligação é gratuita, inclusive de celular. O novo modelo garante atendimento gratuito e personalizado para serviços de orientação sobre abertura de empresas, além de orientações sobre finanças, mercado e marketing, legislação e tributação, acesso a crédito e serviços financeiros, sustentabilidade, planejamento, inovação, pessoas, políticas públicas, organização e processos e cooperativismo.




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