Revista Conexão Bahia 209

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Mala Direta Básica 9912345149-DR/BA

Sebrae-Ba

edição 209

Nova geração do cacau investe em chocolate fino ENTREVISTA

COMÉRCIO E SERVIÇOS

Ministro da Micro e Pequena Empresa fala sobre mudanças no Simples Nacional para 2015

Sua empresa está bem posicionada nas redes sociais?




Expediente Publicação do Sebrae Bahia nº 209, dezembro de 2014 Filiada à Aberje Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia João Martins da Silva Júnior

Nova geração do cacau investe em chocolate fino

Diretores Lauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto Unidade de Marketing e Comunicação Coordenação Cássia Montenegro (DRT 1052) Equipe Alice Vargas, Mauro Viana, Helder Oliveira, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel, Vanessa Câmera e Isabela Oliveira. Estagiários: Daiane Santiago, Cristiane Gonçalves, Isabel Santos e Thais Almeida. Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação) Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Tamara Leal, Luciane Souza, Cyntia Farabotti, Maiane Matos, Renata Smith, Roberta Neri e Silvia Araújo. Revisão Anaísa Freitas Edição Carla Fonseca Edição de Fotografia João Alvarez Capa Getty Images Projeto Gráfico Original Solisluna Editora Editoração Objectiva Impressão Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Tiragem 20.000 exemplares Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. marketing@ba.sebrae.com.br Telefones 71 3320.4558/4367 Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br

Produção de cacau orgânico e choco123/06). Com a medida, a partir de late fino se mostram como novas op2015, mais de 140 atividades podeções no agronegócio da região Sul da rão optar pelo sistema de tributaBahia. Este é o tema da reportagem ção do Simples Nacional, conhecido especial da Revista Conexão, que como Super Simples. detalha a atuação da Associação A revista Conexão 209 traz tamCacau Sul da Bahia. A entidade foi bém uma reportagem sobre a atuacriada para defender os interesses ção dos pequenos negócios nas rede 2,5 mil produtores e ser a ponte des sociais. A interação do público e entre agricultores e instituições cao aumento na procura pelos serviços pazes de fornecer suporte técnico. estimularam os empresários a proA tradicional Cachaça de Abaíra fissionalizarem essa presença nas conquistou o registro de Indicação redes. Como um mecanismo a mais Geográfica (IG) da Bahia concedido na divulgação de produtos e servipelo Instituto Nacional da Proprieços, elas têm o diferencial de baixo dade Industrial (INPI). Este é outro custo, já que, para seu uso, bastam o tema que a revista Conexão traz acesso à internet e um computador, uma reportagem especial. Originada tablet ou smartphone. Na reportana Chapada Diamantina, a bebida gem, empresários mostram como se configura-se como o primeiro proprepararam para investir na área e duto do estado a adquirir a IG. os frutos que estão colhendo. A entrevista desta edição é com o ministro Guilherme Afif Domingos, que está a mais de um ano à frente da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE). Ele fala sobre a Lei Complementar 147/2014, que traz mudanças para a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa Empresários fundam Associação Cacau Sul da Bahia para defender (Lei Complementar nº interesses comuns A utilização da marca Sebrae é de uso exclusivo do titular da mesma. Seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade Industrial nº 9279/96.

Foto: Maurício Maron

Diretor-superintendente Edival Passos Souza


Fotos: João Alvarez

Sumário 35

6 COMÉRCIO E SERVIÇOS Redes Sociais para #crescer

9 Políticas públicas Meu black é power

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Inovação e Tecnologia Invenções para o campo

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Mercado Negócios dinâmicos

Indústria Tecnologia agrega valor

28 ENTREVISTA Guilherme Afif Domingos Novo Simples Nacional

18 Agronegócio Natural de Abaíra

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ECONOMIA CRiativa Musical, criativo e empreendedor

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA Comportamento empresarial

35 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Andar com fé

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37 Empreendedorismo Óleo que rende

38 SEBRAE PERTO DE VOCÊ


Fotos: João Alvarez

Comércio e Serviços

No primeiro ano de presença na rede, o dono da Mamma’s Pizza, Cláudio Branco, percebeu um incremento próximo de 20% no faturamento

Redes Sociais para #crescer Presença em redes sociais tem baixo custo e grande resultado em divulgação de marca O website da Mamma’s Pizza foi a primeira experiência do empresário Cláudio Branco com a internet. O interesse veio da participação no Empretec, há 11 anos. “Apesar de não ter muita habilidade em manusear, começamos de uma forma bem amadora, com imagens das pizzas e do ambiente, e conseguimos ter

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um retorno bem satisfatório”, lembra Cláudio. No primeiro ano de presença na rede, ele percebeu um incremento próximo de 20% no faturamento da empresa. Depois de avaliar que aquela ação de baixo custo poderia alavancar o empreendimento, em 2013, Cláudio percebeu que era hora de contratar

um profissional em mídias digitais para garantir a visibilidade da marca no Facebook, no Foursquare (aplicativo de geolocalização) e no Instagram (rede para compartilhar fotos e vídeos). “A indicação veio da Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae, que acompanha nosso empreendimento desde o final de 2013”.


O resultado não poderia ser outro: o número de 342 seguidores do Facebook, registrado em março de 2013, já passa de 1,9 mil curtidores da pizzaria. A qualidade das postagens também melhorou, não mais se restringindo à Mamma’s Pizza, mas voltadas às temáticas ligadas ao universo da gastronomia. Com 28 funcionários no quadro efetivo, a Mamma’s Pizza conta com 17 anos de mercado e atuação de Tânia Bittencourt, esposa de Cláudio, na gestão administrativa. “Eu não sei se teríamos tanto destaque como hoje sem as mídias sociais. Elas são o reflexo do trabalho que nós realizamos”, pontua o dono da pizzaria que, este ano, recebeu o Prêmio Veja Comer & Beber. Sempre interessada em aprender sobre as mídias sociais na internet, a empresária Ana Luiza Luedy investe em capacitações que a auxiliem no processo de inserção da marca Vila Mamãe nas plataformas virtuais. Há cerca de um ano e meio, a loja especializada em moda gestante e pósparto atua de forma ativa na rede Instagram, e já supera o número de 900 seguidores e de 570 postagens. O investimento da empresária nos meios online de interação alcança ainda o site de compartilhamento de vídeos na internet, YouTube, no qual já é possível assistir a ensaios fotográficos com as gestantes frequentadoras da loja. “Quando uma empresa inicia um processo de publicidade nesse ambiente, deve se preparar para um novo desafio: identificar e traçar a maneira mais adequada para interagir com o seu público-alvo, o que varia de acordo com a natureza e segmento de atividade de cada ne-

gócio”, afirma a técnica do Sebrae em Salvador, Betina Costa Pinto. Para ela, é importante o empresário perceber que as redes sociais já são parte da rotina das pessoas para geração de vínculos, pois 41% dos usuários que são fãs de uma marca a recomendam para seus contatos e 28% desses fãs são fidelizados pelos meios online. Quando decidiram investir no Pet Center Graça, em 2012, os sócios e engenheiros, Fabian Diniz e Gustavo Calvelli, já sabiam que as redes sociais serviam como veículo de comunicação rentável e barato para a proposta da dupla em manter o diferencial competitivo através do excelente atendimento. “Percebíamos que nossos clientes usavam muito as redes, e que era fundamental essa inserção naquele ambiente. Logo no primeiro semestre de funcionamento, começamos com um perfil simples no Facebook”, lembra Gustavo. A interação do público e o aumento na procura pelos serviços estimularam o sócio a profissionalizar essa presença na rede social, contratando uma empresa especializada em marketing digital para a criação da fanpage. Com isso, o cliente passou a acessar de maneira rápida e simples as promoções em vacinas, banho e tosa, divulgadas no espaço, bem como as feiras para adoção de filhotes e campanhas de ajuda animal. Em 2013, os sócios iniciaram projetos de estruturação do negócio, por meio da participação no programa ALI, que, segundo Gustavo, identificou pontos de melhorias necessárias em controle de estoque e processos de aperfeiçoamento do software para leitura de código de barras.

Posicionamento nas redes sociais Como um mecanismo a mais na divulgação de produtos e serviços, as redes sociais trazem o diferencial de baixo custo, já que, para seu uso, bastam o acesso à internet e um computador, tablet ou smartphone. Dados da consultoria eMarketer mostram que o número de brasileiros que utilizam o Facebook todos os meses chegou a 89 milhões, entre abril e junho deste ano. O número equivale a dizer que oito em cada 10 internautas do país (mais de 107,7 milhões de pessoas) acessam a rede mensalmente. “Hoje, não estar nas redes sociais é como não ter telefone. O Facebook, o blog, o site, o Twitter, tudo funciona como cartão de visita obrigatório para conhecer um produto ou serviço. Quanto mais mecanismos você tiver nessa plataforma, maiores as chances”, analisa o jornalista, escritor e palestrante, Gilberto Dimenstein, ressaltando ainda que as redes dão poder aos pequenos negócios para competirem com os outros. Para a divulgação eficiente, a dica de Gilberto aos empreendedores é mostrar informações relevantes para o consumidor, de modo que, se ele vende algo na área de saúde, passar dados sobre o tema, e não se limitar apenas ao produto ou serviço em si. A transparência nas informações passadas também é outro ponto que merece destaque nesse processo de aparição virtual. “Há também questões que causam afastamento do público, como uma

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página mal feita ou com erros de escrita, aos quais o empresário precisa estar atento”. Sobre os riscos das reclamações em tempo real, possível com as redes, Gilberto afirma que isso pode acontecer também nos espaços físicos, e que o grande diferencial é saber lidar com essa “onda digital”. “Se você tem um bom produto e oferece um bom preço, consegue encarar isso com mais facilidade”.

Facebook é a plataforma preferida De acordo com levantamento da Hitwise, ferramenta líder global de inteligência em marketing digital da Serasa Experian, em julho deste ano, o Facebook atingiu cerca de 67% de participação das visitas, mantendose como líder entre as redes sociais mais visitadas no país desde 2012. Já o YouTube vem ganhando espaço ao sair dos cerca de 21% em dezembro de 2013, para 23%, em julho deste ano. Twitter e Instagram respondem por respectivos 1,39% e 0,73%.

Para o gestor de mídias sociais da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, Rodrigo Rangel, o sucesso da rede se deve ao fato de permitir muitas possibilidades de interação, como curtir, compartilhar e marcar publicações, bem como a chance de comunicar por fotos, vídeos e textos. “Essa característica encontra apoio em algumas mudanças recentes, externas às mídias sociais, como a popularização dos smartphones, que permitem a gravação e o envio desses tipos de arquivo, e a melhoria da qualidade da internet no Brasil”. Na pesquisa TIC Empresas 2013, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC. br), dentre os estados do país com a maior participação de visitas às redes sociais em julho, a Bahia segue como líder do Norte-Nordeste e sétima no ranking nacional, com quase 3%. O crescimento desse índice está ligado a indicadores sociais, como acesso à rede elétrica e internet, e aumento do poder aquisitivo da população.

No Pet Center Graça, Gustavo Calvelli usa o Facebook como veículo de comunicação rentável e barato

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Presença nas redes sociais Como se dar bem • Contrate especialista para dar conta das demandas na rede; • Ficar atento ao que o público gera de informações espontâneas e como isso pode impactar no negócio; • Invista em formas criativas e atraentes de fazer publicidade nas redes, explorando a divulgação de temas ligados à área de atuação; • Promova sua rede com promoções e outras atitudes positivas para seu público-alvo, e que não gerem custos elevados; • Agilidade é tudo na internet. Portanto, aproveite bem todo o tempo de exposição para interagir cada vez mais com seu cliente.

O que não fazer • Criar um perfil online sem ter um planejamento sobre os objetivos pretendidos naquele espaço; • Profissional não é pessoal, de modo que, uma das grandes gafes, é fazer publicações de mensagens e fotos próprias no perfil da empresa; • Abandonar o perfil da empresa em redes, sem qualquer atualização, é um erro bobo, e que deixa uma impressão negativa sobre o negócio; • Aderir a todas as redes de uma só vez (Facebook, Twitter, Instagram, Foursquare, YouTube) sem avaliar quais delas realmente impactam positivamente nos negócios; • Cada vez mais, os clientes aproveitam as redes sociais para fazer reclamações. E a postura não indicada é ignorá-los ou não responderem de imediato, afinal, nada pode ser pior para um negócio do que um cliente insatisfeito.


Fotos: João Alvarez

POLÍTICAS PÚBLICAS

A proprietária da Loja Preta Pretinha, Antonia Joyce, está há 15 anos fazendo bonecos com traços marcantes e seu último lançamento foi a linha de bonecos da inclusão

Meu black é power Mulheres negras vencem obstáculos e conquistam espaço no mercado empresarial Não faz muito tempo, há pelo menos cinco décadas, as mulheres ainda viviam o dilema de representar vários papéis. Foi duro ganhar espaço num universo predominantemente ocupado pelo poder masculino. Elas tiveram que levantar bandeiras, organizar passeatas, encher

as ruas com palavras de ordem e queimar sutiãs. E as mulheres negras, então, tiveram que lutar duas vezes mais para conquistar o seu espaço. Elas ganharam mais voz e se impuseram pela enorme capacidade de trabalho. Apesar dos inúmeros obstáculos ainda

a serem vencidos, o empreendedorismo passou a ser uma das chaves para a conquista do respeito social. No Nordeste, 41% dos empreendedores são negros. No Brasil, 52% dos novos empreendimentos são comandados por mulheres. Na Bahia, 23% dos empreendimentos são co-

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mandados por negros. Em 10 anos, o número de negros donos de micro e pequenos negócios cresceu 28,5% no Brasil, quase 30 vezes mais que o crescimento registrado de empresários brancos. Em 2001, eram 8,6 milhões de empreendedores declaradamente negros, número que saltou para mais de 11 milhões, em 2011. Destes, 29% são mulheres que buscam no empreendedorismo caminhos para driblar as altas taxas de desemprego e os baixos salários. De acordo com a coordenadora do Programa Agenda Bahia do Trabalho Decente da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Patrícia Lima, o perfil das empresas evidencia que as mulheres ainda são minoria nos espaços de poder e decisão. “É importante perceber que, mesmo com toda evolução na discussão, ainda há uma naturalização da ideia de que as atividades familiares são de responsabilidade da mulher”. Conforme o gerente de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Bahia, Roberto Evangelista, um convênio firmado entre o Sebrae Nacional e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepir) vem reforçando a intenção da instituição de estimular o empreendedorismo afrodescendente no país. “O objetivo é adotar políticas empreendedoras de capacitação e qualificação para desenvolvimento de pequenos negócios”, acrescenta. Para a coordenadora nacional da Rede Kôdya, Ana Placidino, é preciso combater esse modelo de desenvolvimento baseado na escravização. “Existem inúmeros desafios que precisamos enfrentar, a exemplo da superação do estereótipo da boa apa-

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rência, equiparação salarial, acabar com a violência doméstica e o racismo institucional. Quando falamos em mulher, negra e empreendedora, é preciso lembrar que esse país viveu 388 anos sobre a égide da escravização e nós sofremos por sermos mulheres, negras e pobres”.

Produtos inovadores conquistam mercado E foi-se o tempo em que elas buscavam empreender por necessidade. Proprietária da Loja Preta Pretinha, Antonia Joyce, resolveu apostar em um sonho de infância. Quando criança, ela e suas irmãs não se reconheciam nas bonecas: loiras, brancas e com cabelos lisos. Os ensinamentos da avó, que sempre trabalhou a autoestima da família e que começou a fazer bonecas de pano na cor preta e marrom, estavam guardados num compartimento da memória afetiva e foram acionados na hora certa. “Os erros cometidos no meu negócio anterior fizeram com que buscasse o apoio do Sebrae e, dessa vez, elaborei um plano de negócio, fiz pesquisa de mercado, divulguei o trabalho no boca a boca. Já são 15 anos desenvolvendo essa atividade e lancei uma linha de bonecos da inclusão”, afirmou a empreendedora paulista. Vencedora da categoria Pequenos Negócios, do Prêmio Sebrae Bahia Mulher de Negócios, em 2011, Janete Lainha, da Casa Arte e Cultura, fazia fantasias com palha de coqueiro quando criança. Hoje, ela recebe o apoio do Sebrae na realização de projetos empresariais, como a loja de fantasias e roupas para festas em Ilhéus.

Em agosto, o Sebrae, em parceria com a Secretaria de Políticas das Mulheres do Estado da Bahia, realizou o Seminário Mulher Negra e Empreendedora. Esse foi o segundo evento voltado ao público feminino, sendo que o foco dessa edição foi a empresária afrobrasileira. O encontro contou com a participação de cinco empresárias negras que são referências nos segmentos moda, gastronomia e cultura: Dadá, dona do restaurante Tempero da Dadá; Negra Jhô, do Salão Hair Stylist; Michelli Fernandes, da Boutique Krioula; Antonia Joyce, da loja Preta Pretinha; e Janete Lainha, da Casa Arte e Cultura. A jornalista Glória Maria conversou com elas e também contou um pouco de sua trajetória no mercado.


Com a palavra, cases de sucesso “Eu era discriminada dentro da minha própria casa. Pelos meus valores, cabelo, pela minha boca e olhos. Meus vizinhos diziam que eu parecia com um macaco. Peguei tudo isso e converti em positivo na minha vida. Sou mulher negra e guerreira. Criei meus filhos sem a presença masculina. Para ser empreendedora, é preciso acreditar em si mesma. Nós não nascemos em berço de ouro, nós fazemos o ouro. E o turbante é a minha coroa”. Negra Jhô, Salão Penteados Afro

As empresárias Najara Black, Negra Jhô, Dadá e Madalena Silva participaram do Seminário Mulher Negra e Empreendedora

“A marca surgiu de uma carência do mercado, de uma moda afro que conversasse com os jovens e negros. Existiam outras marcas afro, mas tudo muito caricato. As pessoas se identificam com o que eu vestia e percebi que o mercado ainda não apostava nessa linha. Então, comecei as pesquisas e decidi iniciar”.

“Encontrei buracos profundos e levantei. Dormi na palha de coqueiro e banana. Passei fome. Mas tinha fé e pedi ao sol para me ajudar a crescer. Trabalhei como doméstica, fui babá, vendi comida no Porto da Barra. Chegava lá com astral alto, fazia uma verdadeira revolução. Quando abri o restaurante no Alto das Pombas, muita gente não acreditava. Acredito em mim e nasci para vencer!” Dadá, Restaurante da Dadá

“Quando decidi abrir um negócio, peguei uma arara e um puff e esperei o primeiro cliente aparecer. Aos poucos, eles foram chegando e até hoje não param. Hoje, tenho uma loja em Salvador e outra no Rio de Janeiro. Comecei lentamente, primeiro como sacoleira, pegando 10 ônibus em um dia, subindo e descendo ladeira e entrando em bairros perigosos. O meu legado foram as mulheres da minha família. Elas me fizeram acreditar que era possível”. Madalena Silva, Negrif

Najara Black, Loja NBlack

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Inovação e Tecnologia

Invenções para o campo Empresa de locação de pastagens nasceu para ajudar a abrigar rebanhos em períodos de seca

Foto: João Alvarez

Empresários criam soluções para melhorar a qualidade de vida do pequeno produtor rural

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Quem não conhece o Professor Pardal, das histórias do Tio Patinhas; Franjinha, da Turma da Mônica; ou Dexter, de O Laboratório de Dexter? Todos esses personagens de quadrinhos e desenhos animados se destacam por sua inteligência e genialidade. São cientistas, especialistas em “invenções”. Assim como na ficção, a vida real também tem os seus inventores, profissionais que formulam aquela ideia-chave para resolver problemas: eles criam a solução. Alguns, inclusive, enveredam pelo caminho do empreendedorismo. Esse é o caso do jovem, de 21 anos, Matheus Ladeia. Ele e mais dois sócios comandam a Pastar – Serviços Agropecuários, que opera desde fevereiro de 2014. A empresa baiana teve como foco inicial intermediar a locação de pastagens e nasceu para resolver um problema enfrentado pela família de Matheus, o fundador do negócio. Seu pai, criador de gado, lidava com a seca na região sudoeste da Bahia e precisava abrigar o seu rebanho em outro local. A ideia surgiu em 2013, quando o jovem, que é graduando em Engenharia Mecânica, participou da 2ª edição do Startup Weekend Salvador. A Pastar venceu a competição, e hoje, mais de um ano após o evento, ampliou a sua atuação no mercado, trabalhando também com comércio de animais. Agora, Matheus conta com mais braços nessa empreitada: a sociedade com Caio Lima, graduando em Ciências da Computação, aconteceu em novembro de 2013, dois meses após a competição. Já Áureo Neves, que é veterinário, entrou na equipe este ano. “A Pastar

é fornecedora de soluções tecnológicas para o setor de agronegócio”, explica Matheus. Entre os serviços prestados, está o site ou plataforma virtual, que, além do aluguel e arrendamento de pastagens, atua, principalmente, como uma praça de comércio de animais. Segundo os empresários, já são mais de 140 usuários cadastrados no portal e mais de R$ 4 milhões em movimentações financeiras. Áureo, quando entrou na sociedade, levou sua experiência empresarial no ramo de consultoria veterinária. Matheus destaca a sua participação no Sebrae Like a Boss, dentro do Campus Party, em janeiro de 2014. “Lá, tive muita informação e orientação sobre os investidores e de como chegar neles. Conheci muitos também durante a ação”. No local, ele foi atendido por Diego Almeida, gestor de Tecnologia da Informação da Universidade Corporativa do Sebrae Nacional. Almeida conta que logo viu um diferencial na empresa e passou para Matheus informações de investidores, dicas de capacitações em gestão voltadas para inovação e informações sobre o mercado. “Além de fomentar o empreendedorismo e trazer inovação no agronegócio, a Pastar ajuda a melhorar a qualidade de vida do pequeno produtor no cenário brasileiro”, afirma. De acordo com a gerente da Unidade de Acesso a Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Márcia Suede, o caminho traçado pela Pastar é o do empreendedorismo. “A transformação da ideia em negócio é um grande passo. O empreendedor não deve ficar somente no

plano das ideias e depois engavetar”, alerta. Toda essa busca por empreender levou a empresa a um resultado mais que esperado. Em 2014, uma notícia alavancou de vez os negócios: a Pastar foi uma das 52 selecionadas no país para o Startup Brasil, o Programa Nacional de Aceleração de Startups, uma iniciativa do Governo Federal para apoiar as empresas nascentes de base tecnológica. Com isso, a empresa, que antes funcionava dentro da Incubadora de Negócios da Universidade Salvador (Unifacs), se mudou em outubro para a Acelera Cimatec, aceleradora que busca estimular o desenvolvimento e a consolidação de startups, também localizada em Salvador. Entre os outros benefícios do programa, estão o aporte financeiro de até R$ 200 mil em bolsas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e a participação em eventos que envolvem capacitação, networking e mentoria. Agora, com as metas definidas para 2015, os três empreendedores projetam ganhar mais mercado fora do estado e faturar alto com a empresa. “Queremos nos tornar uma referência em produtos tecnológicos na área da agropecuária”, resume Caio.

Dr. Farm previne patologias no meio rural Ferramenta de destaque que está em aperfeiçoamento, o Dr. Farm é um sistema de monitoramento e prevenção de patologias para o meio rural. O projeto, idealizado por Matheus, foi premiado na 6ª edição do concurso Ideias Inovadoras, em 2014, vencendo a categoria “Graduandos”.

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“O Dr. Farm monitora sete variáveis, como sol, umidade e pH, e combina os dados com a saúde da planta e características de doenças e pragas

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que afetam o meio. O agrônomo continua como ator do processo, mas agora com qualidade de informação, reduzindo o impacto ambiental e au-

mentando a taxa de combate dessa doença”, detalha Matheus, garantindo que outras ideias também estão em desenvolvimento.


Fotos:Maurício Maron

Indústria

Associação Cacau Sul da Bahia se constitui como uma ponte entre agricultores e instituições capazes de fornecer suporte técnico ao agronegócio

Tecnologia agrega valor Nova geração do cacau investe no agronegócio do chocolate fino Em sua história familiar, o produtor rural, Rodrigo Barretto, pertence à quarta geração de cacauicultores, no município de Camacã, no sul da Bahia. Proprietário de oito fazendas naquela localidade, totalizando 700

hectares de terra, o produtor é representante de uma nova geração de agricultores, que tem o desejo e o desafio de abrir caminhos renovados de desenvolvimento para o setor. Além de metas individuais de apri-

morar a produção de cacau orgânico em sua propriedade e produzir chocolate fino com parte das cinco mil arrobas que atualmente colhe a cada safra, ele tomou para si outra tarefa de natureza coletiva.

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Rodrigo Barretto é o presidente da Associação Cacau Sul da Bahia, criada em abril deste ano, a partir de um consenso entre 14 instituições de representação da classe de produtores de cacau e derivados do sul da Bahia. Defendendo os interesses de 2,5 mil produtores, a entidade procura ser a ponte entre agricultores e instituições capazes de fornecer suporte técnico ao agronegócio, além de financiamentos, subsídios para prospecção de mercados e promoção de marcas e produtos. A associação é responsável pela capacitação, difusão de tecnologias, controle de critérios de qualidade e chancela do selo de procedência do

cacau, lançado em outubro. A meta é agregar valor à cadeia produtiva, investindo em tecnologia para fomento à produção de cacau orgânico, chocolates finos e derivados. Com maior foco nos chocolates de alto teor de cacau (até 70%) em sua formulação, a produção de cacau gourmet já acontece em pequena escala na região, e tem sua qualidade reconhecida pelo mercado internacional. “Buscamos o reconhecimento de nosso principal produto, o Cacau Superior Bahia, verticalizando a produção dos cacauicultores organizados e sensibilizando os produtores independentes a buscarem organização, capacitando e inves-

tindo em marketing territorial. Dessa forma, promovemos nossa região através de seus ativos ambientais, culturais, paisagísticos e turísticos”, explica o presidente. Para atingir esses objetivos, a associação coordena o projeto da Indicação Geográfica Sul da Bahia (IG) e beneficia-se das ferramentas utilizadas para promover a região e os produtos locais através da indicação de procedência do cacau. Quando for reconhecido pelo INPI, a IG do Cacau do Sul da Bahia envolverá uma área de cultivo estimada em 600 mil hectares, em 83 municípios, que produzem 300 mil toneladas de cacau por ano em seis territórios

Rodrigo Barretto lidera a associação criada em abril deste ano, a partir de um consenso entre 14 instituições de representação da classe de produtores de cacau

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regionais: Baixo Sul, Médio Rio de Contas, Médio Sudoeste da Bahia, Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul. As parcerias foram firmadas com o Sebrae, Instituto Cabruca, Instituto Arapyaú, Centro Internacional de Negócios da Bahia (CIN-Fieb), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e instituições de ensino e tecnologia da região, como Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Instituto Federal Baiano (IFBaiano), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Comissão Executiva da Lavoura do Cacau (Ceplac). A parceria com o Sebrae veio através do projeto Indústria Setorial Ilhéus, com o desenvolvimento de programas de capacitação para os produtores, em oficinas e palestras de sensibilização, suporte em programas de gestão e subsídios em ações, como a divulgação de produtos e participação em feiras e eventos. “A resposta dos produtores e o engajamento ao projeto da IG tem sido muito positiva”, destaca o gestor do projeto do Sebrae em Ilhéus, Eduardo Benjamin Andrade. Entre as ações já apoiadas ou subsidiadas pelo Sebrae, estão a participação de 10 membros da associação em uma missão de reconhecimento do case de sucesso de gestão da Indicação Geográfica do Cerrado Mineiro, além da promoção dos produtos em ações regionais e a participação no VI Festival Internacional do Cacau e Chocolate com estande subsidiado. “O Sebrae em Ilhéus tem sido fundamental para o sucesso que estamos alcançando em nossas ações”, finaliza o presidente da associação.

Quando for reconhecido pelo INPI, a Indicação Geográfica Sul da Bahia (IG) envolverá uma área de cultivo estimada em 600 mil hectares, em 83 municípios, que produzem 300 mil toneladas de cacau por ano

Indústria Setorial Ilhéus O projeto Indústria Setorial Ilhéus já beneficia 40 micro e pequenas empresas do sul da Bahia com ações subsidiadas em até 80% para suporte de gestão, tecnologia e mercado. A coordenação do projeto no Sebrae em Ilhéus é do analista Eduardo Benjamin Andrade. “Desenvolvemos programas de sensibilização e capacitação para os produtores em oficinas, palestras e reuniões de grupos com interesse comum no setor, ajudando a promover seus produtos”, explica o analista.

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Fotos: João Alvarez

Agronegócio

Cachaça de Abaíra ganha primeira Indicação Geográfica (IG) da Bahia

Natural de Abaíra Cachaça conquista registro de Indicação Geográfica (IG), certificação que agrega valor a marca e auxilia na comercialização do produto A cachaça de Abaíra acaba de conquistar o status de primeiro produto no Estado a adquirir o registro da Indicação Geográfica (IG) na Bahia, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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Originalmente da região da Chapada Diamantina, gerada na agricultura familiar, a bebida foi considerada aguardente de cana tipicamente brasileira, provida de um padrão diferenciado de qualidade e que con-

tribui com o desenvolvimento econômico da região. Com mais de 200 anos de tradição, o produto reflete a alma da comunidade e sua diversidade. As etapas para a produção da cachaça artesa-


nal, ou de alambique, começam no plantio da cana-de-açúcar e passam pela colheita, fermentação, destilação em alambiques de cobre e envelhecimento em tonéis de madeiras nobres. O que confere à cachaça características exclusivas, como aroma, suavidade e sabor peculiar. Dos métodos artesanais aos processos mais modernos, a partir de 1998, a Cooperativa dos Produtores de Cana e Seus Derivados da Microrregião de Abaíra (Coopama), junto com a Associação dos Produtores de Aguardente de Qualidade da Microrregião de Abaíra (Apama), começaram um processo com o objetivo de atender o mais fino paladar, fortalecer a marca e se estabelecer no mercado. “Contamos com vários órgãos de apoio, dentre eles o Sebrae, que implantou uma estratégia e nos permitiu trabalhar com gestão e resultados. Foi possível contratar consultorias e capacitações para que cada produtor tivesse a dimensão das responsabilidades e pudesse entender que o selo é uma garantia de qualidade, procedência e visibilidade”, explicou o presidente da Apama, Evaristo Carneiro. “O produto que tem o selo é mais valorizado, tem mais procura e significa mais segurança na mesa do consumidor. E isso é revertido numa rentabilidade maior para o produtor, desenvolvimento e valorização das áreas de produção”, afirmou Junael Alves de Oliveira, presidente da Coopama. As características do município de Abaíra e as dificuldades enfrentadas para expansão dos negócios no mercado externo, bem como a utilização da marca de for-

ma clandestina na região, motivaram a regularização da cooperativa e a busca pela certificação. Com apoio do Sebrae, por meio da Unidade Regional de Irecê, iniciou-se em 2010 um longo processo de atendimento às adequações de conformidade e padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O produto tem forte laço com a Microrregião de Abaíra – área delimitada pelos municípios de Piatã, Jussiape, Mucugê e Abaíra, onde a cachaça é produzida e beneficiada. Quanto à capacidade instalada é possível produzir 300 mil litros de cachaça por ano. Mas, hoje, apenas 90 mil litros são comercializados, gerando um faturamento na ordem de R$ 1 milhão/ ano. A cidade adquiriu fama além-

fronteira, sendo reconhecida internacionalmente. O Sebrae iniciou seu relacionamento com os produtores há 12 anos, através da então Unidade Regional de Seabra e posteriormente do Projeto de Derivados de Cana-de-açúcar, auxiliando na formação da Apama, e tempos depois a cooperativa. Este segmento recebeu atendimento em consultoria técnica, capacitação em gestão de negócio e financeira. Conforme o gestor à época, Paulo Mesquita, a partir de 2006, o apoio tecnológico e de inovação se deu com a realização do contrato entre o Sebrae e a Fundação Educativa de Ouro Preto (FEOP), em Minas Gerais, para a coleta e seleção de leveduras extraídas do material fermentado da cana-de-açúcar da microrregião de Abaíra.

Para o presidente da Apama, Evaristo Carneiro, o selo é uma garantia de qualidade, procedência e visibilidade

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“Mesmo com o treinamento que os produtores receberam para avaliar a qualidade do produto, a cachaça passa por três análises no laboratório: de acidez, teor alcoólico e teor de cobre”, explica o engenheiro agrônomo responsável técnico pela Coopama e secretário municipal de Agricultura de Abaíra, Rafael Moreira Rocha. O chefe do escritório da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) em Abaíra,Nelson Luz, disse que a Indicação Geográfica (IG) traduz o empenho em consolidar a marca no mercado e só atesta sua credibilidade. “O selo torna mais fácil o acesso de novas marcas

ao mercado internacional, além de agregar valor ao produto”. Para a gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae, Célia Fernandes, “a indicação geográfica é um fator de diferenciação do produto no mercado e, nesse caso, representa um reconhecimento oficial da microrregião de Abaíra como produtora de cachaça com características específicas, conferindo-lhe reputação, valor intrínseco e identidade própria, o que a distingue de produtos similares”. Em seu artigo “Indicação Geográfica: uma ferramenta de inclusão social”, o professor e mestre em Análi-

se Regional, Edilberto Gargur, afirma que são necessárias diversas ações que garantam a permanência do cidadão no campo como a diversificação da produção agrícola. “Uma ferramenta que pode contribuir para a redução das desigualdades entre as regiões é o Marketing de Território, que busca a satisfação das necessidades – demandadas por residentes, turistas e investidores de um território ou entidade administrativo-territorial. É uma valiosa ferramenta de desenvolvimento social e econômico de um município”. Para ele, nesse contexto, os territórios precisam diversificar sua base

A Microrregião de Abaíra comercializa 90 mil litros de cachaça por ano, gerando um faturamento na ordem de R$ 1 milhão

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econômica e criar mecanismos para se adaptar às novas condições de mercado, desenvolvendo e alimentando características empreendedoras e estabelecendo incentivos atraentes. O Sistema de Indicação Geográfica é uma maneira de desenvolver produtos com maior valor agregado.

Permanência do homem no campo Há 20 anos trabalhando com a cana-de-açúcar, o produtor Adelson Silva Ferreira viveu os bons e maus momentos da cultura. E passado o período das “vacas magras”, o agricultor viu a necessidade de investir em conhecimento para garantir mercado. Insatisfeito com os preços praticados e o baixo retorno num período não tão distante, ele reconhece que o selo é fruto de um trabalho responsável e com foco na qualidade. “Sempre tivemos a preocupação com quem vai consumir o nosso produto. Não podíamos ser penalizados por quem produz sem compromisso”. Integrante da equipe de rotulagem, Fabiana Santos, antes mesmo de ter filho, já sonhava em ter sua própria fonte de renda. E com o início de uma história de associativismo e cooperativismo, ela ganhou confiança. “Considero o meu trabalho uma janela aberta para novas possibilidades. A cada ano vemos o crescimento do negócio, e isso é positivo também para nós”. Responsável pela área de produção e com 15 anos de experiência na Coopama, o filho de agricultores, Antônio Carlos Almeida, viu de

Fabiana Santos, integrante da equipe de rotulagem, disse que o reconhecimento tem impacto direto na qualificação e fidelização do produto

perto quando muitas famílias perderam o interesse pelo cultivo da cana-de-açúcar, mas também foi testemunha ocular quando muitos filhos da terra retornaram em busca de trabalho. “A atuação dos atravessadores e a produção indiscriminada comprometeu a cachaça da região. A partir dessa retomada e organização dos produtores foi possível mudar o cenário”, relata.

O que é Indicação Geográfica? Algumas cidades ou regiões ganham fama por causa de seus produtos ou serviços. Quando certa qualidade e/ou tradição de determinado produto ou serviço podem ser atribuídos a sua origem, a Indi-

cação Geográfica (IG) surge como fator decisivo para garantir sua proteção e diferenciação no mercado. Isso porque a IG delimita a área de produção, restringindo seu uso aos produtores da região (em geral reunidos em entidades representativas) e onde, mantendo os padrões locais, impede que outras pessoas utilizem o nome da região em produtos ou serviços indevidamente. A IG não tem prazo de validade. Com isso, o interesse nacional por essa certificação é cada vez maior. No Brasil, o registro de indicações geográficas foi estabelecido pela Lei n° 9279/96 – LPI/96, e considera a indicação de procedência e a denominação de origem, dando ao INPI a competência para estabelecer as condições desse registro.

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EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Comportamento empresarial

Fotos: João Alvarez

Realizado há mais de 20 anos no Brasil, Empretec ajuda a descobrir características empreendedoras dos participantes

Tereza Paim está entre os empresários que participaram do Empretec e admitem que o seminário auxilia na ampliação do negócio

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Seus restaurantes, tanto em Salvador como em Praia do Forte, são conhecidos pela alta gastronomia. No tempero, predomina o sabor da Bahia, com a valorização de ingredientes locais. No ramo, a chef Tereza Paim é uma das mais importantes representantes da culinária baiana, premiada e reconhecida dentro e fora do Brasil pela sua história no segmento, que já dura 25 anos. Ela abriu o catering Tereza Paim Gastronomia, em 2004, e, em seguida, o restaurante Terreiro da Bahia, na Praia do Forte, em 2006. Seu outro restaurante, Casa de Tereza, foi inaugurado em 2012, e seu mais novo empreendimento é a Casinha de Tereza, um ateliê gastronômico aberto em 2014. Os dois estão localizados no Rio Vermelho, em Salvador. Em 2010, já com perspectivas de crescimento e em busca de aprimorar sua gestão, a empresária participou do Empretec, uma das soluções educacionais de referência do Sebrae. “Enxergar o que fazemos de errado nos dá oportunidade de trabalhar para fazer o certo. O Empretec descortinou algumas informações. Antes, estávamos no escuro”. Entre os resultados implantados na empresa, Tereza destaca, principalmente, a relação com a contabilidade. “Passamos a ser mais criteriosos no processo de compra, de entrada e saída do restaurante. Iniciamos a avaliação de resultados e começamos a buscar números”, detalha. Em quatro anos, de 2010 a 2014, o negócio cresceu rapidamente, passando de micro para média empresa. Na época, ela tinha 14 funcionários e, hoje, são aproximadamente 70. “Dentro de uma empresa pequena como a nossa e que está num processo de expansão muito rápido, às vezes, essas áreas que integram a gestão acabam recebendo menos atenção devido às demandas imediatas que o merca-

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do impõe. Para mim, o grande impacto do Empretec foi ter essa visão geral do negócio: conheci o caminho das pedras”. Na metodologia do Empretec, as atividades desenvolvidas desafiam os participantes e apontam como um empreendedor de sucesso age, tendo como base 10 características comportamentais. São elas: busca de oportunidade e iniciativa; persistência; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão e rede de contatos; e independência e autoconfiança.

Pesquisa: mais de 80% dos participantes garantiram ter melhorado a renda individual Foram esses os comportamentos trabalhados pela empresária alagoana Maria José Lopes, proprietária da Fard’s Fardamentos, uma indústria sediada em Santo Antônio de Jesus, município do Recôncavo Sul baiano. Com mais de 50 anos, Maria José decidiu investir no ramo de fardamento. Filha de costureira, ela descobriu que tinha talento para o negócio quando aprendeu o ofício no Rio de Janeiro, onde vivia na época de casada e sócia de uma empresa no segmento de saúde. Após a falência empresarial, mudou-se para Santo Antônio de Jesus para viver com sua mãe. Lá, decidiu trabalhar com costura ‘sob encomenda’. “Em 2001, entrei em um projeto de empreendedorismo na região e comecei a

formar uma rede de relacionamento com outras costureiras”, conta. A oportunidade para participar do Empretec surgiu no ano de 2003. “Após o seminário, entendi porque a minha empresa no Rio de Janeiro fechou. Conheci também outras habilidades que tinha e nem sonhava, como a aptidão para vendas”. Assim como Tereza e Maria José, outros ‘empretecos’, como são chamados os ex-participantes, tiveram resultados positivos nos negócios após participação no seminário. Isso é o que aponta uma pesquisa de satisfação e impacto do Projeto Empretec 2014, que avalia os efeitos nos participantes e seus empreendimentos durante o exercício de 2013. A pesquisa foi realizada de 8 de abril a 13 de maio de 2014, em todo o país. Entre os resultados na Bahia, mais de 92% dos respondentes afirmaram que os conhecimentos adquiridos no Empretec foram aplicados parcialmente ou integralmente na sua empresa ou vida, e mais de 80% garantiram que ter participado do Empretec foi importante para melhorar a renda individual. Desses, mais de 98% acreditam que o seminário contribuiu em parte ou totalmente para o preparo ou atualização de metas, planos e projetos; mais de 94% para a visão de mercado, avaliação e monitoramente dos resultados; e mais de 92% para o relacionamento e busca de satisfação do cliente. De acordo com a gestora do Empretec na Bahia, Jacqueline Baqueiro, o diferencial do seminário é que ele trabalha comportamento, mas com foco empresarial. Por conta das dinâmicas, o empresário só pode participar do seminário uma vez. “Como são trabalhadas as características comportamentais, é importante que o participante seja surpreendido pelas atividades. Desse modo, o


Depois de participar do Empretec, a proprietária passou a ser mais criteriosa no processo de compra, entrada e saída de produtos e formação de preço do cardápio

comportamento é mais espontâneo e aparece com mais autenticidade. A partir daí, ele pode analisar o seu próprio perfil como empreendedor”.

Como acontece o Empretec O Empretec começou a ser implantado no Brasil em 1993, no Estado do Rio Gran-

de do Sul, chegando à Bahia pouco tempo depois, em 1996. A metodologia é da Organização das Nações Unidas (ONU) voltada para o desenvolvimento de características de comportamento empreendedor e identificação de novas oportunidades de negócios. No Brasil, o Empretec é realizado exclusivamente pelo Sebrae e já formou mais de 200 mil ‘empretecos’, sendo nos últimos 10 anos mais de 5 mil na Bahia.

Agenda do Empretec em 2015 Cidade Entrevista Seminário Salvador

20/01 a 23/01

27/01 a 01/02

Salvador

04/02 a 07/02

24/02 a 01/03

Alagoinhas

24/02 a 27/02

10/03 a 15/03

Camaçari

03/03 a 06/03

17/03 a 22/03

Luís Eduardo Magalhães

10/03 a 13/03

24/03 a 29/03

Paulo Afonso

10/03 a 13/03

24/03 a 29/03

*programação sujeita a alterações – Informações 0800 570 0800

Cinco motivos para participar 1. O seminário traz resultados efetivos, como aponta a pesquisa, com impacto no faturamento da empresa e gestão do negócio; 2. Oportunidade de trocar de experiência com outros empresários; 3. O Brasil é referência no mundo, com a aplicação do seminário, inclusive os facilitadores são convidados para ministrar a capacitação em outros países; 4. Oportunidade de aperfeiçoar ou descobrir características empreendedoras; 5. Ter uma visão geral de todos os processos da empresa.

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Fotos: João Alvarez

Mercado

Em sua primeira Rodada de Negócios, a dona da marca Água Viva, Lourdes Imbassahy, mostrou ao público biquínes especialmente produzidos para mulheres que passaram por mastectomia, cirurgia para retirada completa da mama

Negócios dinâmicos Encontros entre pequenos ofertantes e grandes empresas compradoras fomentam mercado Em um mesmo espaço, pequenas empresas locais expõem seus produtos ou serviços para grandes empresas compradoras, que estão em busca de novidades no mercado. Esse contato

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direto dá origem às Rodadas de Negó-

networking e prospecção de mercados

cios, encontros empresariais promovi-

diferenciados. Lourdes Imbassahy, dona

dos pelo Sebrae, que representam uma

da marca Água Viva, em atividade desde

ótima oportunidade para fechar parce-

2006, está entre esses empresários ante-

rias, acompanhadas de vantagens de

nados a essa dinâmica, e que buscam ir


além. Ela participou, pela primeira vez, de uma Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae, que aconteceu em outubro no Bahia Moda Design (BMD). A empresária está em processo de registro de marca pelo Programa Sebraetec, e apresentou uma grande novidade para as empresas âncoras presentes ao encontro. Ela trabalha com confecção de biquínes, especialmente produzidos para mulheres que passaram por mastectomia, a cirurgia para retirada completa da mama. “Fizemos vários testes até chegarmos ao modelo atual, feito de um acrílico bem leve, flexível, e um bojo”, relembra. Para Lourdes, as Rodadas servem de estímulo para que novos empresários se insiram e conheçam as necessidades do mercado. O formato da Rodada de Negócios do BMD chamou a atenção da empresária do interior paulista, Izabel Peres Burin, que, apesar da experiência de 25 anos em feiras e eventos ligados à confecção e acessórios, nunca tinha

participado de uma. “Muitos fornecedores podem contribuir para o meu mercado com peças de qualidade e tendência da moda”, contou a dona da Novabel Artigos do Vestuário do município de Marília (SP). No estande da Água Viva, as peças, em sintonia com a moda, favoreceram o diálogo entre as empresárias. As Rodadas de Negócios representaram ainda retornos diretos para empresas como a Mahalo, que, só no Bahia Moda Design, comercializou pouco mais de R$ 1 milhão, segundo o responsável pelo departamento comercial, Ubiratan Almeida. “Vendemos 23 mil peças, entre t-shirt, bermudas, regatas, mochilas e acessórios”. Na fase de preparação para as Rodadas de Negócios, as ofertantes fazem a inscrição, sinalizando os itens que devem apresentar no espaço. Ao mesmo tempo, o Sebrae se encarrega de convidar as empresas âncoras que, por sua vez, indicam o perfil de produtos

e serviços para os quais precisam de fornecedores. As Rodadas aconteceram nas modalidades Multisetorial, com abertura a vários ramos de atividades, e Setorial, planejadas para atuação em um setor econômico específico. No primeiro, as vantagens são a versatilidade na atuação e a capacidade de agrupar parceiros generalistas, enquanto que a outra traz facilidade de identificação do público-alvo e o agrupamento de parceiros com atuação segmentada. Até setembro de 2014, o Sebrae Bahia organizou 19 Rodadas de Negócios, na capital e no interior do estado, envolvendo um total de 260 empresas âncoras e 611 compradoras. São números a serem comemorados, segundo a gerente da Unidade de Acesso a Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae Bahia, Sueli de Paula, uma vez que, no ano passado, foram 20 Rodadas durante todo o ano. “É provável que até o final de 2014 a gente tenha um total de 25 encontros dessa modalidade”, pontua a gerente.

Dicas para participar de Rodadas de Negócios 1. Pontualidade: como o tempo é curto, espera-se que a agenda de horários seja cumprida; 2. Postura empresarial: além da boa apresentação e objetividade na condução do diálogo, a aparência também conta na hora; 3. Boa apresentação da empresa e dos produtos: dê preferência a amostras e disponibilize sempre os meios de contato, com material promocional, para que o comprador possa adquirir os itens em outras oportunidades; 4. Conhecimento do que apresentará: caso seja um preposto da empresa, é fundamental que ele entenda o que está comercializando, passando a segurança necessária ao comprador;

5. Atento às novas oportunidades: durante a negociação, é possível que surjam dicas sobre mudanças ou adaptações positivas para seu produto ou serviço. Por isso, vale a pena compartilhar; 6. Estabeleça seus objetivos: uma dica é começar se apresentando e dizendo o que está ofertando, evitando citar detalhes sobre o negócio no início da conversa. Aguarde que o interessado vai perguntar detalhes e explicar os objetivos dele no encontro; 7. Não concorra: ainda que haja um concorrente direto seu, procure estabelecer o diálogo com ele, e se preocupe apenas em ressaltar aos

compradores aquilo que você oferece de melhor, sem prejudicar a imagem do outro; 8. Após a Rodada: procure divulgar nas redes sociais a sua participação no evento, com fotos, vídeos e informações adicionais. Isso mostra aos clientes o dinamismo do empreendimento e ajuda a divulgar ainda mais; 9. A primeira impressão sempre fica: sorrir, ser atencioso, amigável, saber ouvir e se mostrar disposto a outros esclarecimentos são posturas que contribuem para a empatia naquela relação; 10. Mantenha contato com as entidades realizadoras, a fim de garantir a participação em outras oportunidades.

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Foto: EBC/AgenciaBrasil

ENTREVISTA

Novo Simples Nacional 28

Revista Conex達o


Ministro Guilherme Afif Domingos fala sobre as principais mudanças no regime de tributação simplificado, que entram em vigor em janeiro de 2015 Veterano na mobilização em favor das pequenas empresas no país, o ex vice-governador de São Paulo, ministro Guilherme Afif Domingos, está há mais de um ano à frente da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE). Tempo suficiente para lançar projetos, propor ações

para simplificar o cenário fiscal e tributário dos pequenos negócios e ver sancionada a legislação que amplia o acesso ao Simples Nacional. Para falar sobre a nova legislação e o cenário que se forma aos pequenos empreendimentos, o ministro Afif concedeu essa entrevista exclusiva à revista Conexão.

O que tem sido feito para estimular a manutenção dos pequenos negócios no Brasil, ampliando, assim, a taxa de sobrevivência?

Uma das propostas do senhor é a criação do Simples Internacional, para inclusão das MPE no mercado global. O que precisa acontecer para esse projeto funcionar na prática?

No que diz respeito ao aumento da taxa de sobrevivência, estão sendo adotadas medidas para reduzir os juros e a burocracia para acesso ao crédito; garantir acesso à inovação e certificação de produtos e processos; dar transparência sobre a realidade econômico-financeira; assegurar a capacidade de entrega das encomendas; e facilitar a prospecção do mercado comprador e fornecedor. Além dessas ações destinadas a expandir a produção e reduzir custos, a SMPE vai adotar medidas para aumentar a capacidade de vendas e gestão, para a formação de jovens na área de empreendedorismo, garantir acesso a conhecimentos e instrumentos para a gestão profissional do negócio, facilitar o acesso ao mercado exterior e aumentar o acesso das micro e pequenas empresas (MPE) às compras públicas.

O senhor acredita que o novo Simples Nacional pode contribuir para ampliação de acesso ao crédito, por parte dos pequenos negócios? Antes da LC 147/2014 (legislação que altera o Simples Nacional) não havia obrigatoriedade de tratamento desburocratizado na concessão de crédito às MPE. Agora há, de forma que os bancos terão que justificar a não utilização dos recursos para essa finalidade previsto em seus orçamentos. Acreditamos que a medida incentiva e facilita a ampliação do acesso ao crédito pelas MPE.

As pequenas empresas ficaram à margem do processo de globalização, que é dominado pelas grandes corporações. Elas dão uma grande contribuição ao crescimento econômico e merecem tratamento diferenciado que lhes permita maior participação nos mercados externos. A proposta pretende minimizar a burocracia para promover a inserção desse setor nos mercados exportadores e fomentar o contato entre os pequenos empresários do espaço ibero-americano, ampliado aos empreendedores dos países de língua portuguesa. A grande diferença é que se criaria um mercado diferenciado a partir do tamanho das empresas e não dos tipos de produtos. Como ponto de partida para a discussão, seria necessário criar um critério único para a definição da pequena empresa, que é diferente em cada país ibero-americano. Outro ponto importante seria acertar mecanismos para simplificar a burocracia, estabelecer regimes tarifários diferenciados para o setor e definir mínimos de conteúdo nacional para os produtos. Esse mercado de micro e pequenas empresas deve contar com o apoio de um portal na internet, no qual cada pequeno empresário possa conhecer as oportunidades que cada país oferece e toda informação relativa a seu âmbito de negócios. Seria uma grande praça de negócio virtual, exclusiva para os pequenos negócios da região ibero-americana e os países lusófonos.

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As mudanças para a adesão ao Simples Nacional, conhecido como Super Simples, já é um grande passo para as pequenas empresas participarem desse processo de globalização? Aprimoramos as medidas de estímulo à exportação e de acesso a mercados, inclusive os de compras públicas. Queremos micro e pequenas empresas fortes, capazes de disputar mercados, gerando renda para os empreendedores e estímulos ao crescimento dos locais onde atuam.

Temos assistido ao crescimento das MPE em todo o país, e gostaria que o ministro comentasse sobre o papel do Sebrae nesse aumento e também no avanço da qualificação desses empreendimentos. O Sebrae desempenha um papel importantíssimo para as micro e pequenas empresas, desenvolvendo uma série de ações fundamentais para o seu sucesso. Fico aqui em duas das mais expressivas: a ajuda no planejamento do negócio e na capacitação dos empreendedores para a gestão. Sem isso, nenhum negócio prospera.

A dificuldade dos donos de pequenos negócios para conseguir crédito, sobretudo microempreendedores individuais, ainda é grande, diante da exigência de garantia financeira. Como sensibilizar as instituições para ampliar esse acesso? Esse tema está sendo discutido por um grupo de trabalho formado pela SMPE, Banco Central, Febraban e instituições financeiras oficiais, no sentido de construir alternativas para o sistema de garantias e diminuir a burocracia. Estamos estudando como alternativa am-

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pliar e criar novos fundos garantidores para superar o problema das garantias. O Governo Federal avançou com a criação do programa Crescer. Desde 2011, nós tivemos 9,3 milhões de operações e mobilizamos R$ 12,6 bilhões em todo o Brasil. É preciso, no entanto, ir além, criando opções para investimentos e crédito com prazo mais longo. Hoje, há muita dificuldade para financiar máquinas e equipamentos, passo fundamental para aumentar a produtividade dos pequenos.

A Secretaria e o Sebrae assinaram um termo de cooperação no ano passado para ampliar o número de jovens aprendizes, com idade entre 14 e 24 anos, nas micro e pequenas empresas. Porém, os donos de pequenos negócios explicam que não podem arcar com o custo da entidade certificadora que tem por obrigação acompanhar esse jovem. Então, como mudar esse cenário? A nossa proposta é contar com o Ministério do Trabalho e o Ministério da Educação para criar o Pronatec Aprendiz, por meio do qual essa questão estará superada. Com ele, a micro e pequena empresa não terá o custo da entidade certificadora, havendo uma perspectiva muito positiva de situar a MPE como promotora da introdução de um grande número de jovens ao mundo do trabalho.

Legislação amplia acesso Em agosto, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei Complementar nº 147/2014, que traz mudanças para a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar nº 123/06). Com a medida, a partir de janeiro de 2015, mais de 140 atividades farão parte do sistema de tributação do Simples Nacional, conhecido como Super Simples.


Foto: Mateus Pereira

“As pequenas empresas dão uma grande contribuição ao crescimento econômico e merecem tratamento diferenciado”

Com as mudanças, os pequenos negócios ganham em competitividade, diminuindo, assim, os índices de mortalidade, já que empresas enquadradas no Simples Nacional recolhem oito tributos em um único boleto, o que reduz em cerca de 40% a carga tributária. Outra vantagem é o menor tempo para abertura de empresas devido ao mecanismo da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim) que, na Bahia, deve iniciar o funcionamento até o fim de 2014. Esse sistema permite a integração de todos os órgãos e entidades da União, estados e municípios, envolvidos na legalização de empresas e negócios, utilizando apenas o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentre os beneficiados com a mudança, estão profissionais da saúde, fonoaudiólogos, jornalistas, advogados, corretores de imóveis e seguros, psicólogos, dentre outros, com empresas que passarão a ser tributadas de acordo com uma tabela de alíquotas que varia entre 16,93% a 22,45% do faturamento mensal. A nova lei também resguarda o Microempreendedor Individual

(MEI), categoria que fatura por ano até R$ 60 mil. O regulamento protege contra cobranças indevidas realizadas por conselhos de classe, por exemplo, e ainda proíbe que as concessionárias de serviços públicos aumentem as tarifas do MEI por conta da modificação de sua condição de pessoa física para pessoa jurídica. No site do Sebrae, é possível ter acesso a um guia completo com as principais dúvidas dos contribuintes sobre as mudanças, além das tabelas com as alíquotas de imposto para cada ramo de atividade. O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios), sendo administrado por um Comitê Gestor, composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos estados e do Distrito Federal e dois dos municípios.

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Fotos: Ricardo Pereira

ECONOMIA CRiativa

Guitarrista Igor Gnomo transforma salas de aula de música em sarau e espaço para fomentar a cultura

Musical, criativo e empreendedor Jovem de 22 anos apostou no sonho e hoje lidera escola de música em Paulo Afonso “Sentia falta, aqui em Paulo Afonso, de uma escola de música que tivesse didática aliada a uma atividade cultural”. A afirmação demonstra o sentimento do músico Igor Gnomo, natural de Paulo Afonso, na busca por formas criativas e empreende-

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Revista Conexão

doras de criar espaços para disseminar a música instrumental em sua região. Um desses espaços é o Centro de Educação Musical Igor Gnomo, que surgiu a partir do desejo de proporcionar a crianças, jovens e adultos a oportunidade

de entrar em contato com o mundo da música. Funcionando até o momento em uma sala na Avenida Apolônio Sales, a escola faz parte de um sonho antigo do guitarrista, que começou a se tornar realidade em janeiro deste ano.


A criatividade é uma característica de Igor Gnomo, que criou numa sala pequena o espaço acolhedor para receber turmas, divididas em níveis, nas quais cada aluno recebe acompanhamento diferenciado. “Uma pessoa que se matricula para ter aula de violão vai ter também aula de percepção musical, incluindo teoria, prática, história e aplicabilidade. Assim, não se restringe somente ao instrumento. É o universo da música”, explica. De acordo com o aluno do Centro de Educação Musical o escritor Gecildo Queiroz, a escola representa um espaço para experimentar novos

sons e possibilitar encontros criativos. “A cidade ganha, pois ainda é carente de projetos que entendam a arte como essencial para a vida”, enfatiza Queiroz. Utilizando a história da arte nacional e internacional, grandes nomes da fotografia compõem parte da decoração da sala, dando ar agradável que inspira alunos e visitantes. Projetada pelo próprio empresário, as plotagens de músicos fazem parte da lista dos que influenciaram a sua vida musical. A sala de aula funciona com cinco lugares para os alunos e possuem fone de ouvido, amplificador e suporte para partituras. As

turmas são divididas por nível de aprendizagem e faixa etária. Além de escola, o espaço serve ainda para realização de Saraus Musicais, como uma espécie de oficina cultural do que ele trabalha no dia a dia. Igor Davi Oliveira Alves, ou apenas Igor Gnomo, ganhou seu primeiro instrumento aos oito anos, um cavaquinho do pai, que também tocava violão. A mãe cantava na igreja e os irmãos cresceram com muita música em casa. Hoje, com 22 anos, ele diz com orgulho que “veio daí os costumes e as questões de cultura e memória”. Aos 18 anos, iniciou os estudos no jazz e música popular

Imagens de grandes nomes da fotografia e da música fazem parte da decoração da sala

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brasileira ao ingressar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Aracaju, onde cursou Licenciatura em Música. Segundo a técnica do Sebrae em Paulo Afonso, Nadja Monteiro, o primeiro contato para montagem do projeto da escola de música foi feito com o Sebrae quando Igor Gnomo retornou de Aracaju. “Após seu aperfeiçoamento profissional, ele formalizou um negócio e buscou sua viabilidade. Integrou-se ao Projeto de Economia Criativa no momento em que o Sebrae realizava um seminário sobre o tema, com foco na capacitação em elaboração de projetos e gestão de projetos, sendo atendido através de consultoria in company”, explica. Igor Gnomo recebeu orientação técnica que contribuiu para aumentar sua percepção do nicho de mercado de formação de músicos, uma vez que o município tem uma grande vocação musical e pouca oferta de formação teórica. Durante três meses, ele participou de oficinas, consultorias e capacitações oferecidas pelo Sebrae, a exemplo do curso ‘A Empresa é Público Alvo do Projeto’, da Feira de Gastronomia de Juazeiro e da Feira do Empreendedor 2013. Para Nadja, o empreendimento nasce em momento de efervescência do mercado e diante de uma política nacional para a cultura. Em sua opinião, Igor Gnomo “percebeu a oportunidade e tornou a empresa uma realidade. Agora, é importante estar atento às exigências de mercado e ter uma gestão implementada para fazer a empresa sobreviver e consolidá-la”.

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O quê é Economia Criativa? A Economia Criativa é a representação econômica presente no segmento cultural, no fazer criativo. Tem base econômica, pois envolve a produção, gestão, distribuição, circulação e consumo de bens. Em Paulo Afonso, o projeto foi implantado em 2013, porque o município tem um aglomerado de serviços e produtos ligados ao conceito, como, por exemplo, o grande número de músicos, artistas plásticos, escolas de dança e teatro, arquitetos, designers, rádios e empresa de mídias digitais. Com o desafio de evidenciar as potencialidades dos segmentos da economia criativa, o Sebrae atua dentro de um papel estratégico, com foco no estímulo ao desenvolvimento se-

torial dessas atividades; territorial, fomentando a valorização das redes, dos costumes e a vocação local; e o transversal, levando componentes da economia criativa a outros segmentos e setores da economia. O objetivo final é gerar valor, diferenciais e a competitividade para esses empreendimentos. Na Bahia, cujo potencial para este setor sempre se mostrou evidente, o Sebrae segue os eixos estratégicos, com atuações contundentes em áreas como música, artesanato, cultura popular, além dos Territórios Criativos. Os Territórios Criativos são áreas urbanas de elevado potencial turístico e cultural, nos quais a comunidade apresenta comprovada vocação para as artes e a hospitalidade.

O espaço acolhedor recebe turmas, divididas em níveis, nas quais cada aluno tem acompanhamento diferenciado.


Foto: João Alvarez

MICROEmpreendedor individual

Artesã há 15 anos, Rosa Cal vende seus produtos com foco no segmento religioso e místico, em um balcão de supermercado, no bairro de Armação, em Salvador

Andar com fé

Artesã descobre que comercializar santos, orixás e peças místicas dentro de grandes estabelecimentos ajuda a alavancar vendas Sebrae Bahia

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Devota de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, Santo Expedito, Santo Antônio e Menino Jesus de Praga, a microempreendedora individual (MEI) artesã, Rosa Cal, acredita nas “forças superiores” e na confiança em si como instrumentos de luta e de conquista para driblar os desafios. E assim enfrentou o período de desemprego por mais de 15 anos. Essa situação lhe motivou a produzir peças artesanais e exibir em feiras ou vender por encomendas para adquirir renda. Dentre as peças produzidas, estão carteiras, bolsas, sandálias e pano de prato. Mas a fé não a abandona jamais, tanto que ela destina algumas prateleiras para peças em alto estilo, associadas aos segmentos religioso e místico. Ela comercializa santos em gesso, oratórios em madeira de demolição e orixás banhados em prata. “O misticismo e a religião foram escolhas certas, pois existe uma clientela garantida. Trabalho com temas, então já

estou planejando minha coleção para o Natal, que é quando mais vendo. Chego a dobrar o faturamento”, prevê. “Nem sabia para onde ia a máquina de costura”, lembra como iniciou sua ocupação com otimismo. Só que, além da necessidade de renda, o artesanato tornou-se algo prazeroso. Ela tomou gosto e não largou mais a atividade, ao mesmo tempo em que sua fama foi se consolidando. Assim, Rosa ampliou e aperfeiçoou a produção, e hoje enfatiza com orgulho que “foi com a venda de peças de artesanato que sustentei minha filha”. Em julho de 2013, Rosa optou por formalizar sua atividade como microempreendedora individual, pelo Portal do Empreendedor, com o apoio do Sebrae. Há seis meses, resolveu dar outra guinada empresarial, ao criar o balcão D’ Rosa Ateliê, uma estrutura física para comercialização de suas peças, instalada em um supermercado em Salvador. O

empreendimento localiza-se numa área privilegiada e estratégica, na orla da capital baiana, e oferece segurança e comodidade para os clientes. O movimento é constante. Ela chega a atender mais de 60 pessoas por dia. A empresária produz 90% da mercadoria. Muitas vezes, ela sai do balcão e vai para a máquina de costura. “Corto a peça em casa, costuro aqui e termino em casa”, relata. Seu público é específico: ou é aquele que está em compras no estabelecimento ou quem mora na região e precisa de artigos para presente. “Estou preenchendo uma lacuna de mercado. Quando montei o balcão, eu atendi a solicitações dos clientes que compravam meus produtos nas feiras, mas queriam a comercialização diária”, conta. Os cursos online do Sebrae proporcionaram à artesã a profissionalização e a segurança de inovar e planejar outras ações.

Serviços gratuitos oferecidos pelo Sebrae Tendo como um dos pilares o fomento da Economia Criativa, o Sebrae promove ações de fortalecimento e sustentabilidade para o microempreendedor individual alcançar o estágio de amadurecimento empresarial, tornando seu produto valorizado e competitivo. “O MEI deve passar por etapas que levem à qualificação e diferenciação de seu produto, para que ele tenha acesso ao mercado e atenda à demanda de forma satisfatória”, explica a gestora do Projeto ExpoArt, Aparecida Fernandes. A inovação é outra abordagem salientada pela técnica do Sebrae, Mariana Cruz, como elemento crucial para a diferenciação do negócio. “O empresário precisa procu-

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rar o Sebrae e saber de que forma pode inovar. Temos oficinas chamadas ‘Workshop de Inovação’ e consultorias coletivas gratuitas”, informa. Para enfrentar desafios e tomar decisões estratégicas, como a de Rosa, quando montou um balcão com peças artesanais, ela recomenda as oficinas SEI Planejar e SEI Vender “que contribuem para a tomada de decisão de forma consciente e responsável”. Para quem necessita avançar no estudo do mercado – ponto de venda, preço, produto e promoção –, ela indica o Programa Click Marketing. A ferramenta auxilia na elaboração de um plano de marketing gratuito do pequeno negócio, ministrada via internet.


Empreendedorismo

Óleo que rende Associação Pracatum de Ação Social cria produtos de limpeza a partir da reciclagem de óleo O resto de óleo que não é aproveitado pelas cozinhas de famílias e de restaurantes pode ter um destino certo, a partir de um projeto da Associação Pracatum de Ação Social, apoiado pelo Sebrae. O Recicle Óleo surgiu com o objetivo de incrementar a renda e promover a inserção produtiva das mulheres da comunidade do Candeal, em Salvador, a partir da reciclagem de um produto cujo descarte inapropriado pode causar danos ao meio ambiente. As nove mulheres que participam do projeto, atualmente, desenvolvem desde produtos de limpeza (sabão e

detergente) até o refinamento para a transformação do óleo em combustível (biodiesel), que é destinado à Petrobras. Uma das participantes é Noemi de Jesus, que mora no Candeal desde os cinco anos. Ela já trabalhou como costureira e, agora, deposita as melhores expectativas nessa iniciativa. “Me interessei pela proposta e acho que o resultado está sendo bem positivo”, comenta. Além de orientações técnicas para a fabricação dos produtos, as empreendedoras participaram de capacitações voltadas para gestão empresarial, economia solidária e

associativismo, por meio do Sebrae. “A participação do Sebrae é fundamental em diversos aspectos, inclusive na avaliação de viabilidade econômica do projeto”, explica a coordenadora do projeto pela Pracatum, Milena Azevedo. A coleta do óleo acontece todas as terças e sextas-feiras. O agendamento para a coleta é feito a partir do “Disque Óleo” pelo telefone 71. 3017-4611. Donos de restaurante interessados em destinar o óleo de suas cozinhas ao projeto podem incluir seus estabelecimentos no roteiro de coleta das associadas.

Foto: João Alvarez

Produto que seria descartado de maneira prejudicial ao meio ambiente vira fonte de renda para mulheres do Candeal

Sebrae Bahia

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O Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em dez Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.

Pontos de Atendimento na Bahia Unidade Regional 01 – Salvador / Mercês Centro de Atendimento ao Empreendedor Av. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526 Salvador / Boca do Rio - SAC Empresarial Av. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154

Foto: DIVULGAÇÃO

Sebrae perto de você O Ponto de Atendimento do Sebrae em Alagoinhas fica localizado na Rua Rodrigues Lima, 126-A, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h

Euclides da Cunha Rua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010 Ipirá Praça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239 Itaberaba Rua Rubens Ribeiro, 253, Ed. Tropical Center, salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023

Salvador / Itapagipe Rua Direta do Uruguai, 753, Bahia Outlet Center, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151

Unidade Regional 04 – Ilhéus Praça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068

Salvador / Liberdade Estrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126

Itabuna Rua Paulino Vieira, 175, Ed. Lizete Mendonça - Centro. CEP 45600-171. Tel.: (73) 3613-9734

Alagoinhas Rua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888

Unidade Regional 05 – Jacobina Rua Senador Pedro Lago, 100, salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342

Camaçari Rua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332

Senhor do Bonfim Rua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046

Lauro de Freitas Lot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3, Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836 Unidade Regional 02 – Barreiras Av. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574 Unidade Regional 03 – Feira de Santana Rua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153

On-line Portal Sebrae Bahia www.ba.sebrae.com.br Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br Redes Sociais www.facebook.com/sebraebahia www.twitter.com/sebraebahia www.youtube.com/sebraebahia www.slideshare.com/sebraebahia www.issuu.com/sebraebahia

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Unidade Regional 06 – Juazeiro Praça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827

Valença Rua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293 Unidade Regional 08 – Irecê Rua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206 Seabra Rua Horácio de Matos, 25, salas 01 e 02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368 Unidade Regional 09 – Teixeira de Freitas Av. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002. Tels.: (73) 3291-4333/4777 Eunápolis Rua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782 Porto Seguro Praça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564 Unidade Regional 10 - Vitória da Conquista Rua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600

Paulo Afonso Rua Amâncio Pereira, 60 – Centro. CEP 48602-110. Tel.: (75) 3281-4333

Brumado Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543

Unidade Regional 07 – Santo Antônio de Jesus Av. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949

Guanambi Av. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557

Central de Relacionamento

0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h

Sede do Sebrae Bahia

R. Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador – Bahia. CEP: 40060-350. Tel. (71) 3320.4301.

Ipiaú Praça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696 Itapetinga Av. Itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509 Jequié Rua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553


Empreendedoras do Extremo Sul conquistam Prêmio Estadual

Vencedoras são exemplo de vida

Conheça as vencedoras do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios etapa Bahia Flávia da Silva Oliveira Microempreendedora Individual (MEI) Saúde & Sabor - Eunápolis

O Sebrae Bahia se orgulha de premiar

Luena Maria Ferreira dos Santos Produtora Rural Pescadora - Porto Seguro

as mulheres que transformaram seus sonhos em realidade e sua história de vida em exemplo para outras mulheres

Maria de Lourdes Acedo Pequenos Negócios Astec Contabilidade - Mucuri

que possuem o sonho de empreender.

ASSINATURA SEBRAE_ATUALIZADA.pdf

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Apoio Técnico

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