Revista Conexão Bahia 215 - Sebrae

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edição 215

Oportunidades no Radar Ferramenta gratuita e on-line do Sebrae mostra características de cada região

MEI

FRANQUIAS

Semana do MEI oferece cerca de 9 mil vagas gratuitas

Empresas baianas investem no modelo




Publicação do Sebrae Bahia nº 215, maio de 2017 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia Antônio Ricardo Alvarez Alban Diretor-superintendente Adhvan Novais Furtado Diretor de Atendimento Franklin Santana Santos Diretor Técnico José Cabral Ferreira Unidade de Marketing e Comunicação Gerente Adriana Mira Jornalista Responsável Pedro Soledade (DRT/BA 5546) Equipe Alice Vargas, Isabela Oliveira, Pedro Soledade, Rafael Pastori e Vanessa Câmera. Estagiários: Alana Caiusca, Alexandre Bacellar, Fernanda Grimaldi, Welber Santiago e Rafael Barcellar. Agência Sebrae de Notícias (Varjão & Associados Comunicação) Aina Kaorner, Alisson Andrade, Anaísa Freitas, Analice Vieira, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Danielle Cristine, Gabriela Nascimento, João Alvarez, Luciane Souza, Lucilene Santos, Nara Zaneli, Tamara Leal, Viviane Cabral e Vívian Rodrigues. Revisão Carla Fonseca e Carlos Baumgarten Edição Carla Fonseca

Encontrar o local mais adequado para abrir um negócio. Eis uma decisão importante e ainda difícil para quem decide se enveredar pelo caminho do empreendedorismo. Foi pensando nas demandas por esse tipo de informação que o Sebrae Bahia lançou, em março, o Radar. Trata-se de uma ferramenta gratuita que auxilia o empresário na abertura do negócio. Esse é o tema da reportagem especial da revista Conexão. Você vai ver como empresários já buscam o serviço na hora de abrir a empresa. Sustentabilidade também é tema desta edição. Proprietário da indústria Camisas Polo Salvador, o empresário Hari Hartman já implantou mais de 40 ações de sustentabilidade no negócio. A partir das capacitações do Sebrae e de orientações da Federação das Indústrias do Estado (Fieb), ele percebeu que mudanças em processos e gestão poderiam resultar em aumento de

competitividade no mercado em que atua há 20 anos. Inovar é mais simples do que a maioria dos empresários imagina. Quem inova sempre não corre o risco de ficar estagnado no tempo e espaço. A entrevista desta edição, com o especialista em varejo e consumo, Fred Rocha, é sobre inovação. O entrevistado deu exemplos de como pequenas intervenções na empresa podem se transformar em grandes resultados. De 8 a 13 de maio, acontece pela 9ª vez a Semana do MEI, com a participação de 85 municípios da Bahia. Serão oferecidas cerca de 9 mil vagas gratuitas em mais de 400 palestras e megapalestras, oficinas e clínicas tecnológicas. Nossa revista traz uma reportagem especial sobre a semana. Modelo de formatação de franquia, 10 anos do Simples Nacional no Brasil e Sebraetec também são assuntos presentes na revista Conexão. Boa leitura! Ilustração: INTERVENÇÃO DO SEBRAE SOBRE FOTO DO ISTOCK BY GETTY IMAGE

Expediente

Novos empreendimentos no Radar do Sebrae

Edição de Fotografia João Alvarez Capa João Alvarez Projeto Gráfico Original Solisluna Editora Editoração Objectiva Impressão Qualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda Tiragem 10.000 exemplares Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40.060-350. marketing@ba.sebrae.com.br Telefones 71 3320.4558 / 4557 / 4427 Agência Sebrae de Notícias www.ba.agenciasebrae.com.br

Lançada em março, ferramenta mostra características e locais para novos empreendimentos A utilização da marca Sebrae é de uso exclusivo do titular da mesma. Seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade Industrial nº 9.279/96.


Foto: JOÃO ALVAREZ

Sumário 6 COMÉRCIO E SERVIÇOS O diferencial do empreendedorismo feminino

9 Foto: : BRUNA PIRES

9 MERCADO Tradição franqueada

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15 POLÍTICAS PÚBLICAS 10 anos do Simples Nacional

18 EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA Empreendedorismo em sala de aula

20 30

ECONOMIA CRIATIVA Medindo o sucesso

AGRONEGÓCIO Sebraetec promove inovação

23 Ação valoriza vinhos nacionais

33 24

INDÚSTRIA 100% de eficiência energética

CAPA – RADAR SEBRAE Radar para empreender

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Foto: JOÃO ALVAREZ

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Inovação transforma mudanças simples em resultados positivos

38 ENTREVISTA Fred Rocha

41 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Seis dias para crescer e aparecer

45 EMPREENDEDORISMO Pão com capacitação

46 SEBRAE PERTO DE VOCÊ


Fotos: JOÃO ALVAREZ

COMÉRCIO E SERVIÇOS

Com negócio inovador, a empresária Maria Helena Leite, da Malena Moda Mãe e Filhos, representa a força da mulher empresária brasileira

O diferencial do empreendedorismo feminino Empresárias baianas de sucesso revelam os segredos para comandar negócios inovadores e rentáveis O sucesso feminino à frente dos negócios desponta na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelando que, entre 2001 e 2014, o número de empresárias apresentou expansão de 34%, passando de 5,9 para 7,9 milhões de pessoas, enquanto que homens donos

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de negócio aumentou 16%, mudando de 14,6 milhões para 17 milhões. Maria Helena Leite é um bom exemplo do universo feminino empreendedor, e aposta naquilo que chama de “multidisciplinaridade da mulher” como diferencial para conciliar a vida de dona do próprio negócio, a Malena

Moda Mãe e Filhos, com a rotina pessoal. A associação dessa capacidade ao planejamento e às qualificações levou a empresa a se tornar um sinônimo de inovação, levando vestuário feminino e infantil pelas ruas da capital, em formato de comércio sobre rodas, como os food trucks.


Foi em agosto de 2015, pouco depois de Maria Helena decidir abrir mão do trabalho em favor da maternidade, que tudo começou. “Passei a realizar alguns atendimentos em minha casa e todos questionavam sobre a distância. Busquei algo inovador, que pudesse levar a empresa ao cliente, mas sabia que uma loja física e fixa iria gerar uma despesa alta e não apresentaria a inovação e visibilidade que eu buscava”, relembra. Foi quando ela investiu em pesquisas de mercado e modelos de negócio que atendessem aos seus anseios, até chegar ao formato dos food trucks. “Um ano depois, descobri a oportunidade de projetar do meu jeito, com direito até a uma vitrine”, comemora. Hoje, ela utiliza as redes sociais como forma de impactar ainda mais no mercado e ampliar a vitrine do negócio, onde disponibiliza os modelos de roupa e um cronograma dos locais nos quais a loja itinerante estará. A empresária acredita que o Sebrae contribui de forma expressiva para esse novo momento do empreendedorismo feminino no país, do surgimento de novos negócios e da gestão de excelência. “O apoio vem através das consultorias, pois necessitamos de orientação para o sucesso da empresa”, revela a empresária, que tem formação de administradora e mais o MBA em Gestão Empresarial. O empreendedorismo parece ter despertado mais o interesse das mulheres, já que, de acordo com a pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, a proporção de pessoas que têm um negócio com menos de 3,5 anos é maior

entre as mulheres, 15,1% contra

mulheres. No universo de empre-

14,7% de homens. Elas também são

endedoras, 18% possuem o ensino

mais escolarizadas: 32% dos ho-

superior incompleto ou completo,

mens não completaram o primei-

enquanto que, entre os homens,

ro grau, contra 29% no grupo das

são apenas 12%, de acordo com o

Desde 2015, Maria Helena apresenta vestuário feminino e infantil pelas ruas da capital, em formato de comércio sobre rodas, como os food trucks

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Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas 2014. Formada em Administração de Empresas, a empresária de Irecê, Ticiana Carneiro, percebe que a mulher empreendedora deixa de ser vista como sexo frágil, mostrando habilidade em lidar com diferentes tarefas. “Com sensibilidade e coragem vamos fazendo a diferença na sociedade em que vivemos, e servindo como estímulo e exemplo para várias pessoas”, acrescenta. Gerenciando o Café La’naticy há cerca de um ano e meio, seu sucesso como empreendedora começou com a venda de bolos no pote em um brechó e por encomenda. “Aos poucos fui expandindo as vendas para supermercados e escolas, e coloquei um carrinho de lanches na rua para vender”, lembra. A partir desse progresso, Ticiana instalou a própria loja com a ajuda do esposo e começou a investir em qualificação para aprimorar o conhecimento e a qualidade dos produtos, evoluindo para uma loja fixa, com cardápio variado. “Cada dia procuro aprender mais, investindo em cursos, testando re-

ceitas e inventando também. Busco estar sempre inovando e atendendo aos meus clientes com muito amor pelo que faço”, conta a empresária. “O Sebrae nos auxilia com as ferramentas e nos mostra que podemos conquistar o que quisermos com dedicação e capacitação”, completa ela, que adquiriu novas perspectivas após participar do Seminário Empretec em 2014. A empresária do ramo de confecções, Anete Santana, dona do Ateliê Line D’Arte, acredita que a mulher empreendedora tem como diferencial a capacidade de unir o que chama de “dom natural de cuidar” com a responsabilidade de organizar negócio. Depois de participar do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios e vencer a etapa estadual da edição 2012, ela resume a satisfação com a experiência: “Além do reconhecimento, conheci mulheres de todos os estados, viajei, cresci como pessoa e tive uma projeção profissional”. Hoje, a designer de moda é um exemplo para as mulheres de Barra do Gil, Ilha de Itaparica, onde desenvolve um trabalho com as mulheres da comunidade, ensinando corte e costura.

Incentivo Para dar visibilidade às empreendedoras de sucesso através de seus relatos, o Sebrae realiza o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. No último ciclo, realizado em 2015, foram 844 empresárias baianas inscritas, integrando o montante de 13.960 participantes no país. Se comparado a 2014, houve um crescimento de 16,4% no número de inscritas no Estado. O crescimento no número de participantes na premiação reflete o desejo de conquistar mais prestígio e valor no mercado. “O prêmio se tornou um diferencial, um selo de excelência, dando credibilidade para atrair novos clientes e abrindo possibilidades para novas oportunidades”, explica a gestora estadual do prêmio, Andrelina Mendes. Ela revela ainda o nível de satisfação das participantes, que alcançaram resultados positivos no negócio. “Novos horizontes, como a credibilidade que o prêmio traz para atrair novos clientes, além do efeito nos funcionários, que passam a acreditar mais na empresa que trabalham”, ressalta.

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios reconhece histórias de sucesso de empreendedoras de todo o Brasil. A premiação conta com três categorias: pequenos negócios, produtora rural e microempreendedora individual (MEI). Na Bahia, mas de 150 empresárias concorrem à etapa estadual do prêmio, prevista para julho. Três participantes serão premiadas e selecionadas para concorrer em nível nacional. Nessa etapa, nove ganhadoras – troféus ouro, prata e bronze – serão conhecidas em dezembro desse

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ano, durante solenidade na sede do Sebrae, em Brasília (DF). Elas terão direito a uma viagem para participar de uma missão técnica com foco em capacitação, a um certificado, ao selo de vencedora e ao troféu. O prêmio é promovido pelo Sebrae em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW), com apoio técnico da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).


Foto: JOÃO ALVAREZ

MERCADO

Com o apoio do Sebrae, empresárias Daniela Veloso, Danielli Guimarães e Georgia Cirilo preparam a empresa, Bolo das Meninas, para ser franqueadora

Tradição franqueada Empresa que fabrica e comercializa bolos caseiros busca expansão da marca através de franquias Viajar no tempo e reviver as memórias podem ter um sabor especial. Como não lembrar do aroma que exalava do forno da vovó que preparava aquele bolo caseiro em uma ensolarada manhã de domingo? Talvez, as pessoas não se deem conta, mas algo tão tradicional da infância pode se tornar surpreendente na agitada vida adulta. Foi com essa proposta que três amigas fundaram, em 2014, o Bolo das Meninas. “Nossas avós são de uma geração que

ainda conseguia ter tempo de trabalhar a massa caseira e preparar o bolo com todo o capricho do mundo. A vida moderna, com toda a sua correria, nos tirou parte desse tempo precioso”, diz a empresária Daniela Veloso, uma das sócias do Bolo das Meninas. É da família de Daniela que veio a inspiração para o projeto. Em 2013, ela dividia apartamento com as amigas Danielli Guimarães e Georgia Cirilo. As três buscavam uma

forma de complementar a renda. Daniela resgatou o livro de receitas de sua bisavó, que completou um século de existência em 2017, e recebeu orientações da sua tia para aprender tudo o que podia sobre a preparação de bolos caseiros. Hoje, como uma relíquia, uma memória, uma referência, o livro de receitas da bisavó de Daniela está exposto em uma das três lojas do Bolo das Meninas, que funcionam em Salvador e Lauro de Freitas.

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E o projeto de expansão da empresa está focado agora na abertura de franquias. “Quando inauguramos a loja, muitas pessoas vinham nos procurar, interessadas em nosso modelo de negócio. Então, resolvemos ousar.” Daniela conta que ela, junto com as sócias, formatou um modelo de franquia por conta própria. Nesse passo, já conseguiram fechar com um franqueado em Feira de Santana, mas depois de receberem um atendimento proativo do Sebrae e participarem de uma consultoria, as empresárias revisaram alguns pontos. “Percebemos a importância de receber orientações mais especializadas para dar esse passo. A padronização foi o principal diferencial desse processo junto ao Sebrae. Fizemos inclusive uma reforma estrutural na nossa loja principal”, destaca. A consultoria, oferecida pelo Sebrae, traz ao empresário todas as informações necessárias para abrir uma franquia. “O primeiro passo é a realização de um diagnóstico de franqueabilidade, para verificar se a empresa possui os requisitos essências para a expansão no mercado de franquias, como uma boa rentabilidade, tempo de mercado, processos de comunicação bem definidos, entre outros. É preciso também evidenciar os diferenciais dessa empresa que justifiquem o interesse de alguém em adquirir uma franquia dela no futuro”, explica o analista da Unidade de Acesso a Mercados, Diógenes Silva. Uma vez levantado o diagnóstico, o próximo passo consiste na for-

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matação da franquia propriamente dita. “A partir da consultoria, o empresário estrutura a padronização do negócio por meio de manuais de áreas diversas, como recursos humanos, atendimento, manutenção, além de desenvolver toda a documentação legal exigida para a franquia”, informa. Um dos atrativos de uma franquia é justamente essa formatação prévia, que já traz ao interessado todos os manuais necessários para o desenvolvimento da atividade. Diógenes alerta, no entanto, para o fato de a franquia ser um negócio que exige empenho de quem adquire para dar certo. “Quem opta por uma franquia precisa se esforçar no papel de empresário para que o negócio se destaque no mercado.” É preciso atentar para questões como localização e demanda pelos produtos ou serviços oferecidos por determinada franquia. “Não adianta fazer esse investimento em uma franquia se o local não é adequado para implantar determinado tipo de negócio. Tudo isso deve ser analisado, não só pelo potencial franqueado, mas também pela rede franqueadora, pois é a marca dela que estará exposta”, diz. Para quem busca por microfranquias, outro atrativo são os valores de investimento, que, segundo Diógenes, chegam a, no máximo, R$ 90 mil, podendo em alguns casos ser montadas por microempreendedores individuais. “É importante que franqueado e franqueador estabeleçam uma relação de parceria, na qual todos saiam ganhando”, destaca o analista.

Sebrae auxilia na formatação da franquia Parceria é justamente o que Daniela está buscando com a abertura da franquia do Bolo das Meninas. “Nossa meta de expansão não consiste em quantidade, mas sim em qualidade”, relata. Por isso, as sócias estão dando um passo de cada vez no processo de expandir os negócios na Bahia. “A taxa de publicidade que é comumente paga pelo franqueado, para nós, é um investimento que retorna ao nosso parceiro franqueado. Por isso, essa taxa é investida em ações de divulgação da franquia por meio de redes sociais.” A tradição dos bolos caseiros, que já está em lojas próprias em Salvador e Lauro de Freitas, além da franquia de Feira de Santana, é modernizada pelas demandas dos diversos perfis de cliente. “Procuramos agradar o maior número de pessoas possível. Temos, além dos sabores tradicionais, bolos sem açúcar, sem glúten, sem lactose, e trabalhamos com os melhores insumos”, diz. Ela reforça que o empresário que deseja abrir uma franquia precisa de uma orientação qualificada para que o passo a passo detalhado seja seguido da forma correta. “A franquia é um tipo de negócio que oferece a vantagem de uma marca já consolidada em determinado mercado. Nós transferimos o know-how a quem vai trabalhar. Esperamos, com isso, estabelecer parcerias para expandir os negócios”, finaliza.


Foto: JOÃO ALVAREZ

Receitas dos bolos foram resgatadas no livro da bisavó de uma das sócias

Empreendedores investem em microfranquias Depois de 30 anos trabalhando na indústria petroquímica, Vanderlei Amorim se viu desempregado e resolveu por em prática a antiga vontade de empreender. “Fiz algumas pesquisas na internet e fui em busca de algo que me interessasse e que também coubesse no meu bolso.” Vanderlei adquiriu então a franquia da TRC Sustentável, uma empresa de Goiânia especializada na gestão de economia de água com 15 anos no mercado. Sócio do ir-

mão Eduardo José Amorim, Vanderlei conta que, além da pesquisa, ele participou de cursos on-line do Sebrae para obter orientações sobre como adquirir uma franquia de maneira segura. “Observei questões como a análise de documentos e também a preparação do negócio propriamente dito”, afirma. O empresário avalia que a franquia traz a vantagem de trabalhar com uma marca já consolidada, a partir de uma empresa já constituída e com algum êxito no mercado. Mas ele destaca que o empenho deve ser o mesmo de quem inicia uma empresa do zero. “É preciso tra-

balhar para que o negócio dê certo e, claro, desempenhar uma atividade com a qual tenha afinidade e interesse”, avalia.

Sebrae orienta Dados da Associação Brasileira de Franchising revelam um aumento significativo na busca por microfranquias, ou seja, aquelas que requerem um aporte inicial de até R$ 90 mil. Enquanto o número de redes convencionais aumentou 4,5% entre 2014 e 2015, a quantidade de franquias com modelos de negócios menores cresceu 5,7%.

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Foto: JOÃO ALVAREZ

Os irmãos Eduardo e Vanderlei Amorim apostaram em uma microfranquia de Goiânia, especializada na gestão de economia de água, a TRC Sustentável

No entanto, o analista da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae Bahia, Diógenes Silva, alerta que não é só avaliar o tamanho do investimento. “É preciso confrontar o retorno financeiro esperado diante da realidade da operação e ter em mente que nos primeiros meses do negócio ele pode ainda não alcançar os resultados esperados. O empreendedor deve estar preparado para esses momentos”, diz. O Sebrae orienta tanto aqueles empresários que querem franquear seus negócios quanto aqueles empreendedores que desejam adquirir uma franquia. Para o primeiro público, além da consultoria especializada, com subsídio de até 70% do Sebrae para a realização do serviço, a instituição dispõe de cursos, on-line e presenciais, que trazem detalhes iniciais para essa formatação de negócio. A Lei nº 8.955/94 regulamenta as franquias no Brasil. A legislação aponta todos os itens obrigatórios na documentação de uma franqueadora, garantindo maior transparência entre as partes envolvidas. O contrato de franquia, segundo a legislação, deve seguir os princípios gerais do Direito Civil, sendo este o parâmetro para análise, elaboração e interpretação do contrato.

Cursos e consultoria sobre franquia Para quem deseja adquirir uma franquia, um dos cursos oferecidos pelo Sebrae é o “Entendendo Franchising”, promovido em parceria com a ABF. Na capacitação, com duração de oito horas, são respondidas questões referentes ao perfil do franqueado, etapas do processo de seleção, a escolha da melhor franquia e pontos a serem avaliados para o sucesso do negócio. Ainda há a opção do curso a distância “Empreenden-

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do Através de Franquia”, voltado para empreendedores interessados em adquirir marcas franqueadas. Para os interessados em contratar a consultoria do Sebrae para avaliar a viabilidade de franquear o negócio, é só agendar por meio da Central de Relacionamento no 0800 570 0800. Sobre cursos presenciais e a distância, as informações estão disponíveis no site www.ba.sebrae.com.br.


Restaurante de Porto Seguro se torna franquia

lembra a empresária Beatriz Duarte,

raial D’Ajuda e outra em Caraíva, e

proprietária da Esfiha e Cia, primei-

agora dá mais um passo em sua ex-

ra empresa a se tornar franquia, por

pansão visando o mercado nacional,

meio do atendimento do Sebrae no

com o apoio do Programa Franquea-

Extremo Sul da Bahia. A empresa de

dor Bahia, do Sebrae.

Porto Seguro, do ramo de alimenta-

De acordo com o gerente regional

como uma coisa muito distante”,

ção, já tem duas filiais, uma em Ar-

do Sebrae em Teixeira de Freitas, Foto: ERNANDES ALCÂNTARA

“A gente pensava em franquia

Pequeno negócio é a primeira franquia do Extremo Sul a ser desenvolvida a partir do Programa do Sebrae Franqueador Bahia

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Foto: ERNANDES ALCÂNTARA

Beatriz Duarte e seu marido, Gilberto Pitta Filho, proprietários da Esfiha e Cia, afirmam que a formatação da franquia foi um desafio que compensou

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Alex Brito, o Programa Franqueador Bahia habilita o empresário para que a sua marca seja lançada no mercado nacional de franquias. “Essa estruturação com o sistema de franquias é uma das alternativas para os negócios que desejam expandir e alcançar novos mercados”, explica Alex. Ele destaca ainda que o programa atua a partir de ações especialmente voltadas para essas empresas, oferecendo subsídios de até 70% e incentivos para o crescimento e desenvolvimento do negócio. À frente da mais nova franquia baiana, Beatriz, que sempre trabalhou ao lado do seu marido e sócio, Gilberto Pitta Filho, lembra o desafio de passar pelo processo de expansão. “Com o Sebrae, nós percebemos o quanto esse apoio é importante para o empresário. O que a gente vem divulgando é isso, o quanto nós precisamos dessa orientação”, defende a empresária, que há 18 anos iniciou no setor de restaurantes especializados em esfihas e pratos rápidos. “Nós começamos de maneira bem tímida, mas sempre buscamos orientações. Fizemos o Empretec, participamos do Sebrae MEDE (Método de Acompanhamento do Desempenho Empresarial) e várias outras capacitações”, diz Beatriz. Após todo o preparo, a empresária comemora os resultados que o negócio vem registrando, mesmo em períodos de menor demanda. “No verão, nós esperávamos uma baixa na empresa e isso não aconteceu. E sabemos que foi por causa de uma gestão mais eficiente”, ressalta.


Foto: JOÃO ALVAREZ

POLÍTICAS PÚBLICAS

Diretor da Decorally Mármores e Granitos, Carlos Magalhães, explica que, fora do Simples, a empresa pagaria mais imposto

10 anos do Simples Nacional O regime criado para dar tratamento tributário diferenciado aos pequenos negócios integra a arrecadação de tributos em um único documento e traz outros benefícios O tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas (MPE), reunindo oito tributos (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição Patronal Previdenciária para a Seguridade Social) em um único boleto, fez do Simples Nacional a melhor opção para a Decorally Mármores e Granitos, criada há 20 anos. “Eram vários recolhimentos, e o Simples Nacional reduziu bastante esse trabalho todo. No caso do ICMS mesmo, a gente pagava alíquota de 7%, logo quando aderiu ao sistema, e hoje pagamos 10%. Se fosse fora do Simples Nacional, seriam, pelo menos, 17%”, explica o diretor da empresa, Carlos Magalhães.

A partir das economias feitas nos investimentos tributários, a empresa de pequeno porte (EPP) pode investir em contratações, saindo de 10 empregados para 28, à época, e mantendo, hoje, 19 funcionários. “Não penso em sair do Simples Nacional desde a criação da empresa, porque ele continua sendo vantajoso pra gente”, frisa. Desde a sua criação há 10 anos, o regime simplificado de tributação já arrecadou R$ 555 bilhões para os cofres públicos (valores corrigidos pelo IPCA) e registra adesão superior a 11,5 milhões de empreendimentos brasileiros, distribuídos entre micro e pequenas empresas,

segundo dados da Receita Federal. Em número de inscritos no Simples Nacional, a Bahia é o quinto maior estado, com mais de 674 mil, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A Atlântico Tour Agência de Viagens atua no trade turístico de Porto Seguro há 20 anos e, desde a criação do Simples Nacional, o empresário Ivan Bastos optou pela migração para o regime que tem, segundo ele, a agilidade como o grande diferencial. “Antes, se, por exemplo, você atrasasse um dos tributos, seria muito complicado repactuar a dívida, mas, no Simples,

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você renegocia de um modo facilitado. Além disso, com ele, hoje eu pago de 30% a 40% menos de tributação, o que é muito bom”, detalha. A gerente adjunta da Unidade de Políticas Públicas (UPP), Madalena Seixas, relembra o papel que o Simples Nacional continua exercendo nos pequenos negócios do país e destaca as alterações na lei para beneficiar o empreendedor. “A partir de janeiro desse ano, por meio da Lei Complementar nº 155/2016, o regime tributário traz mudanças na figura do investidor-anjo, em incentivo às atividades de inovação”, diz. Se, antes, a pequena empresa não podia se beneficiar do Simples Nacional, caso recebesse investimentos do anjo que, por sua vez, ainda corria o risco de responsabilização perante credores e empregados, agora, a figura do investidor-anjo recebe proteção para incentivar pequenos negócios. “Os demais avanços irão vigorar a partir de 2018 e incluem o aumen-

A partir de 2018, o limite máximo de receita/ano para empresas no Simples Nacional passará de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões to do limite máximo de receita para empresas participarem do regime especial de tributação do Simples Nacional, passando de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões de receita bruta anual, e a criação de uma gradação mais suave nas tabelas de tributação, estimulando o crescimento das mesmas e evitando que elas passem de forma abrupta para o regime de lucro presumido”, aponta Madalena. Outra vantagem está nas novas alíquotas, de modo que, quanto maior a folha de paga-

mento, menos tributos a pagar pela empresa. As pequenas empresas que atuam na indústria de bebidas alcoólicas, como cervejarias, destilarias, vinícolas e produtores de licor, também poderão optar pelo Simples Nacional, caso não produzam ou vendam no atacado. Os salões de beleza também serão impactados positivamente, a partir do próximo ano, com um novo modelo que trará segurança jurídica na relação com os colaboradores. Os valores repassados ao profissional de beleza contratado por meio de parceria deixarão de integrar a receita bruta da empresa contratante para fins de tributação e, assim, a empresa contratante deve fazer retenção e recolhimento dos tributos devidos pelo contratado. Serão também beneficiados ainda os microempreendedores individuais com o aumento do limite de R$ 60 mil para R$ 81 mil anuais de receita bruta, uma média de R$ 6.750 mensais.

Mais vantagens do Simples Nacional • Redução tributária • Guia única para pagamento das obrigações fiscais; • Regras especiais para protesto de títulos, a exemplo da redução de taxas;

• Critério de desempate em licitações públicas; • Dispensa de apresentar a Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais e de outras.

Grandes números das pequenas empresas • Total de empresas optantes pelo Simples Nacional em 2015: 10.660.679 • Total de empresas optantes pelo Simples Nacional em 2016: 11.588.281 • Em janeiro desse ano, foram recebidos 396.200 pedidos de opção pelo Simples Nacional, sen-

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do 29.521 de empresas novas e 366.679 de empresas já em atividade. Para as empresas ativas, observou-se um acréscimo de 1,3% no número de pedidos, em comparação com janeiro de 2016, quando houve 362.021 pedidos. • A arrecadação anual passou de R$ 15 bilhões, em 2007, para

R$ 77 bilhões, em 2015, a preços de hoje, o que representa um incremento de mais de 400% no recolhimento de impostos em menos de uma década. • As mais de 11 milhões de MPE do país representam 98,5% das empresas. Fonte - Receita Federal


AUMENTAR VENDAS OU DIMINUIR CUSTOS. DECIDA MELHOR. FAÇA EMPRETEC. 63% PERCEBERAM AUMENTO DO FATURAMENTO APÓS A CAPACITAÇÃO. K ÆÁÑ Æu R Âu ʬʪʫʰ

Mais do que uma capacitação, o Empretec é uma experiência para quem ÁÑ Â ¯Ì ê uÂ Æ ¯Úµ¨Ú  uÆ ʫʪ uÂu Ì Â ÆÌ uÆ Ñ® ®¿Â ¯ µÂ ÆÑ ÆƵ˝ Æ ¯Úµ¨Ú µ ¿ ¨u A;\ ˬ A u¯ æu ~µ uÆ ;u ½ Æ \¯ uÆ˘ µ ®¿Â Ì ¿Âµ®µÚ µ ®  u ʭʪ ¿u Æ Æ˝ ;µ ÂuÆ ¨˘  u¨ æu µ à ¨ÑÆ Úu® ¯Ì ¿ ¨µ R Âu ¤v u¿u ÌµÑ Â u ʬʪʪ ® ¨ ¿ ÆƵuÆ˝ !u u ®¿Â Ì u¿Â ¯ u u ¯Ì ê u µ¿µÂÌѯ u Æ˘ Ì ¯ u ®u µÂ Æ ÑÂu¯ u ¯uÆ Ìµ®u uÆ Æ½ Æ ® ¨ µÂ µ Æ Ñ Æ ®¿ ¯ µ ®¿Â Æu u¨˝

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Fotos: ISTOCK

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

Metodologia incentiva empreendedorismo no Ensino Fundamental

Empreendedorismo em sala de aula Projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), desenvolvido pelo Sebrae, leva empreendedorismo para a sala de aula de 43 municípios Estudantes de 43 municípios baianos aprenderão mais sobre empreendedorismo em sala de aula. As cidades foram selecionadas a partir de edital do projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), do Sebrae, que levará a metodologia de

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incentivo a comportamentos empreendedores a alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, já a partir do segundo semestre de 2017. Implantado desde 2014 em escolas, o JEPP já impactou cerca de 48 mil estudantes em toda a Bahia.

A metodologia inclui linguagem e abordagem específicas para a idade do aluno, com diferentes temas que são trabalhados a cada ano. Para isso, os professores atuarão na implantação do projeto nas escolas selecionadas, após participarem da


capacitação pelo Sebrae. “A expectativa é de que 25 mil alunos sejam impactados”, explica Letícia Carvalho, gestora do JEPP no Sebrae Bahia. O JEPP incentiva comportamentos empreendedores entre os alunos, estimulando o protagonismo e a iniciativa. A metodologia explora possibilidades de inserção no mercado, ampliando o entendimento sobre a criação de negócios próprios. “Trabalhamos para que a cultura empreendedora seja disseminada entre os alunos, de modo a despertar e fortalecer o espírito empreendedor”, conta Letícia. “Esse é o resultado que esperamos, crianças e adolescentes sendo preparados para o mundo do trabalho e para a vida desde o primeiro ano do Ensino Fundamental. É a nossa importante parcela nesse desafio que é educar”, completa. As Secretarias Municipais de Educação de cada um dos municípios selecionados inscreveram até duas instituições para terem o JEPP implantado em seu ensino. Os alunos participarão das atividades com a metodologia no segundo semestre letivo de 2017 e 2018.

primeiros a receber o curso. A metodologia da qualificação inclui a elaboração do plano de aula para a implantação do JEPP, contextualizado com os elementos da realidade social dos participantes. A partir do 2º semestre desse ano e de 2018, esses educadores terão a missão de envolver os alunos em oficinas lúdicas, noções sobre plano de negócios, cultura da cooperação e da inovação, ecossustentabilidade, ética e cidadania.

Pesquisa aponta nota 9,5 para o JEPP Em 2016, o Sebrae Bahia pesquisou 477 professores que receberam a metodologia do JEPP para aplicar em sala de aula. Na escala de 0 a 10, os entrevistados avaliaram em 9,5 todas as aborda-

gens do projeto, informando que o curso foi o ponto de partida para dar clareza sobre a importância da Educação Empreendedora; favoreceu a aquisição de novas aprendizagens, despertou o interesse pela temática, apresentou conteúdo claro e com material bastante esclarecedor. O nível de conhecimento adquirido por eles sobre o tema Empreendedorismo foi considerado ótimo por 54,23% deles e bom por 42,75%. Quanto às estratégias de ensino e aprendizagem, os professores relataram que são inovadoras, proporcionando a concentração, criatividade e o interesse dos alunos pelas atividades. No total, 43,88% dos educadores revelaram como ótima a frequência e assiduidade dos alunos, e 46,27% relataram nível bom neste quesito.

Capacitação de professores Os educadores do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, selecionados para o projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), do Sebrae, começaram a receber as capacitações da iniciativa em abril, conforme cronograma. Os professores das escolas municipais, localizadas na abrangência das Unidades Regionais de Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus, foram os

Escolas de 43 municípios da Bahia participam do JEPP

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Foto: JOÃO ALVAREZ

ECONOMIA CRIATIVA

Após participação no MEDE Sebrae, a empresária Maria Alves, do restaurante Preto e Branco, traça metas, planeja, organiza e monitora resultados alcançados

Medindo o sucesso Solução do Sebrae busca desenvolver nos empreendedores a habilidade de identificar, conhecer e medir os aspectos para aprimoramento do negócio Foi depois de uma temporada de oito anos vivendo na Europa que Maria Alves, ou simplesmente Miza, como é conhecida, voltou a Salvador já com uma ideia na cabeça: ser dona do próprio negócio. Das saborosas experiências dos cafés em diversos países daquele continente, ela trouxe na bagagem o projeto de abrir uma doceria e cafeteria.

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Fincou o seu negócio no bairro do Comércio, em Salvador, no ano de 2007, quando abriu o estabelecimento com apenas duas mesas. Dez anos se passaram e, no meio do caminho, a cafeteria e doceria se ampliou para um restaurante, hoje, com 20 mesas, representando 50% de seu faturamento e localizado exatamente no mesmo lugar.

Miza, proprietária do restaurante Preto e Branco, é daquelas empreendedoras sedentas por conhecimento e não dispensa uma boa orientação. Depois de participar de diversas ações do Sebrae, ela aderiu a uma das recentes soluções ofertadas pela instituição: o Sebrae MEDE. A solução é composta por um plano de atendimento especiali-


zado que busca desenvolver nos empreendedores a habilidade de identificar, conhecer e medir os aspectos críticos para o aprimoramento do negócio, através da definição e acompanhamento de indicadores de desempenho empresarial. O Sebrae MEDE oferece um atendimento contínuo, através do qual os consultores realizam um acompanhamento mais próximo das empresas, considerando suas características, realidade, porte e dificuldades, além de monitorarem, constantemente, a evolução dos resultados gerados ao longo do tempo. Os setores atendidos são os de indústria, comércio e serviços, agronegócios e turismo. A empresa de Miza foi um dos 88 empreendimentos atendidos pelo Sebrae MEDE Turismo, no primeiro ciclo, realizado em 2016. Para a empresária, a solução traz uma visão ampla e, ao mesmo tempo, detalhada dos pontos a serem aprimorados. “Nós traçamos metas, planejamos, organizamos e buscamos atingir nosso objetivo. Nosso foco principal é prestar um serviço de qualidade.” Miza ressalta que o empresário precisa também estar disposto a ouvir o consultor e aceitar os desafios. “É importante colocar em prática o que é proposto”, diz. Em 2016, conforme relata a empresária, em um dos momentos mais turbulentos da crise, ela vendia um bolo ao valor de R$ 40. “O consultor me orientou que nem todos os meus clientes estavam em condições de pagar R$ 40 em um bolo. Então, eu passei a produzir bolos em tamanhos menores a preços mais baixos.”

Também, através das consultorias do Sebrae MEDE, Miza conta que conseguiu desenvolver ofertas para atrair mais clientes. “Eu havia proposto dar um desconto de 20% em todos os produtos. Mas o consultor me orientou a fazer uma oferta de 50% durante 48 horas. Formaram-se filas enormes ao longo desses dois dias de promoção. Ou seja, em vez de ofertar um desconto menor por maior tempo, faço um desconto maior, num tempo menor, para ser um chamariz de clientes. Muitas pessoas passaram a voltar depois disso”, revela. A empresária considera o Sebrae MEDE uma solução que trouxe muitos benefícios para a prática do negócio. “Colocar em prática aquilo que você planeja e ter condições de chegar onde você mira. É isso que a consultoria reforça todos os dias para nós, empresárias e empresários. E, de uma forma geral, esse planejamento vai fazer uma diferença lá na frente”, destaca Miza, que, hoje, já é proprietária do ponto em que instalou o seu restaurante Preto e Branco. O Sebrae MEDE Turismo atende empresas dos seguintes segmentos: bares e restaurantes, meios de hospedagem, agências e serviços de turismo receptivo, transportes e atrativos turísticos, e é disponibilizado nos seguintes locais: Salvador (prioridade para empresas sediadas na Barra, Centro Antigo e Rio Vermelho); Morro de São Paulo e Barra Grande (Costa do Dendê); Ilhéus e Itacaré (Costa do Cacau); Praia do Forte e Camaçari (Costa dos Coqueiros); Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália (Costa do Descobrimento).

“Iniciamos em abril o segundo ciclo do Sebrae MEDE Turismo, com vagas para até 120 empresários nos destinos turísticos que atendemos através dos projetos. A essência dessa solução é incentivar que o empresário adote estratégias, defina metas e monitore resultados através da análise de dados”, destaca a coordenadora de Economia Criativa do Sebrae Bahia, Ana Paula Almeida.

Sebrae MEDE traz crescimento para empresa de Barreiras O Sebrae MEDE segue a mesma linha em outros setores, obedecendo, obviamente, as especificidades de cada área e de cada empreendimento. Em 2016, foram atendidas 414 empresas, sendo que 89% avaliaram positivamente a solução. Para a empresária Clevilene de Souza Guimarães, proprietária da Radiador Goiano, de Barreiras, no Oeste da Bahia, não faltam motivos para comemorar, graças ao Sebrae MEDE. A empresa, que tem 31 anos de mercado e atua no ramo de venda e manutenção de radiadores, registrou um aumento de 40% no faturamento após a adesão à solução. Clevilene conta que, além do crescimento, houve uma melhoria na relação interpessoal entre os colaboradores. Através do acompanhamento do Sebrae, foram organizadas principalmente as áreas de gestão financeira e gestão de estoques. “As consultorias nos ofereceram sugestões de marketing para melhorar ainda mais nosso empreendimento”, avaliou.

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Foto: BRUNA PIRES

A empresária Clevilene de Souza Guimarães, proprietária da Radiador Goiano, de Barreiras, registrou um aumento de 40% no faturamento após a adesão à solução

A gerente da Unidade de Atendimento Coletivo do Sebrae Bahia, Celia Fernandes, destaca os diferenciais da solução. “O foco do Sebrae MEDE é no resultado para o empresário, otimizando as oportunidades de melhoria ou redução de desperdícios. A solução proporciona que a empresa incorpore em sua rotina todas as etapas do ciclo gerencial, ou seja, planejar, executar, monitorar e ajustar”, explica. A gerente reforça ainda o acompanhamento contínuo de um consultor especializado. “Todas as ações possibilitam definir e implementar ações de melhoria que realmente tenham relevância para o resultado da empresa.”

Como aderir ao Sebrae MEDE As informações sobre a solução podem ser adquiridas no Sebrae mais próximo ou ainda pelo 0800 570 0800. Confira os planos oferecidos em cada setor: presa, são 140 horas no total, sendo 80 horas de consul-

Indústria

toria especializada, com foco nas mesmas áreas, além de 60 horas de assessoria à gestão para acompanhamento de

Investimento: R$ 3.840.

indicadores, metas do empreendimento e ciclo gerencial.

O plano inclui 138 horas de atendimento, sendo 80 horas de consultoria especializada, com foco em gestão empresarial, inovação e tecnologia, e 58 horas de assessoria

Agronegócio

à gestão para acompanhamento de indicadores, metas do empreendimento e ciclo gerencial.

Investimento: para microempresa, R$ 2.860. Para pequena empresa, R$ 5.720. O plano contempla 260 horas de atendimento e consul-

Comércio e serviços

toria especializada.

Investimento: para microempresa, R$ 2.042; para pequena empresa, R$ 2.590.

Turismo

Para microempresa, o plano contempla 100 horas de atendimento, sendo 40 horas de consultoria especializada, com foco em marketing, recursos humanos, financeiro

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Investimento: para microempresa, R$ 2,5 mil. Para pequena empresa, R$ 3 mil.

e processo/qualidade, além de 60 horas de assessoria à

O plano contempla 80 horas de consultoria especializa-

gestão para acompanhamento de indicadores, metas do

da, sendo 56 horas de atendimento na empresa e 24 horas

empreendimento e ciclo gerencial. Já para pequena em-

de atividades coletivas.

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Foto: MATEUS PEREIRA

ECONOMIA CRIATIVA

Com a participação no programa, o empresário e Chef, Ramon Simões, ampliou o conhecimento sobre os vinhos nacionais, o que reflete diretamente no seu negócio

Ação valoriza vinhos nacionais O Programa Qualidade na Taça promove a valorização das marcas brasileiras a partir da aproximação de empreendimentos com produtores e especialistas da área Após participar do Programa Qualidade na Taça, fruto da parceria entre Sebrae e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), com apoio da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o empresário e Chef, Ramon Simões, ampliou o conhecimento sobre os vinhos nacionais, refletindo diretamente no seu negócio, o Restaurante Armazém do Reino. Esse ano, ele apostou na oferta exclusiva de vinhos brasileiros em sua carta. “Recebemos pessoas novas buscando os vinhos nacionais por indicação de outras que já vieram. Eu mostro a elas as possibilidades de harmonização, de modo que possam aceitar, entender e apreciar a experiência sensorial com diversos vinhos produzidos no país”, revela.

O investimento de Ramon, em tornar o negócio um espaço para o cliente construir um novo entendimento sobre os vinhos brasileiros, revela a satisfação com o programa. A partir de videoaulas, workshop presencial e atividades práticas de degustação e harmonização de vinhos, ele e os demais participantes foram submetidos a novas experiências. “Tenho mais de 10 anos de experiência com vinhos, e foi a partir do encontro que eu percebi a expansão na qualidade dos nacionais, com uma evidência bem particular no paladar e marcante em suas características. Quando um programa desses reforça o entendimento sobre vinhos

do país, ele valida algo maior, e isto ressoa no mercado com positividade”, afirma. No final do ano passado, a convite do Ibravin e parceria do Sebrae Nacional, o empresário foi um dos 33 convidados, de 14 estados do país, a visitar as principais vinícolas do Sul do Brasil. “Conhecemos os processos de sustentabilidade, tecnologia e inovação de vinícolas, como Lidio Carraro, Don Laurindo, Casa Perini”, relembra. A visita rendeu ainda o acesso ao segundo maior laboratório vivo de castas de uvas do mundo. Entre 2014 e 2016, o Programa Qualidade na Taça qualificou 2,6 mil profissionais de 1,3 mil estabelecimentos em 14 estados brasileiros.

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Fotos: JOÃO ALVAREZ

CAPA

Lançado em março, o Radar Sebrae oferece, gratuitamente, o diagnóstico rápido e melhores locais para abrir um negócio em 14 municípios baianos

Radar ligado na Bahia Ferramenta pioneira no Brasil, o Radar Sebrae auxilia empreendedores a definirem local para um novo negócio e descobrir oportunidades 24

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A falta de informação pode custar caro aos bolsos do empreendedor que começa um negócio. Hoje, no Brasil, a taxa de mortalidade de empresas de até dois anos é de cerca de 30%, e até R$ 22 bilhões são perdidos, por ano, em negócios que não dão certo. Diversos aspectos como a escolha equivocada do ponto de venda e desconhecimento do público-alvo e da concorrência contribuem para esse cenário. A boa notícia é que, diante dessa realidade, o Sebrae Bahia desenvolveu o Radar, ferramenta pioneira no Brasil, que cruza dados de diversas fontes para oferecer, gratuitamente, um diagnóstico rápido, analisando oportunidades e quais são os melhores locais para abrir um negócio em 14 municípios baianos. Além da capital Salvador, estão na base de dados da ferramenta as cidades de Barreiras, Camaçari, Feira de Santana, Ilhéus, Irecê, Itabuna, Jacobina, Juazeiro, Lauro de Freitas, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. Disponível no site www. radarsebrae.com.br ou por aplicativo gratuito para Android e IOS (adquirido via Google Play ou Apple Store), o Radar Sebrae fornece um mapeamento em que é possível até mesmo conhecer as três melhores regiões de um bairro, de acordo com o tipo de negócio pretendido. “Essa informação custa caro e normalmente o empresário não tem condições de pagar por isso”, lembra o diretor de atendimento do Sebrae Bahia, Franklin Santos, destacando que boas pesquisas de mercado podem custar até R$ 1 milhão. “O Radar Sebrae vem para que o empresário conte com o nosso auxílio para decidir ou descartar

Mãe e filha, Julieta e Julia Lomanto, estão prestes a abrir uma boutique de frutas no bairro do Horto Florestal, em Salvador, e usaram o Radar Sebrae para auxílio nas decisões estratégicas

uma oportunidade. Esperamos ajudar a reduzir a taxa de mortalidade de novas empresas”, conta Franklin. Integrando o grupo dos primeiros empreendedores a testar a ferra-

menta, Julia Lomanto conta que o desejo de empreender sempre esteve presente em sua caminhada. “Nunca estava satisfeita, queria o meu negócio próprio”, conta ela,

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que encontrou no nascimento da filha, hoje com dois anos, a coragem que faltava para arriscar. A mãe, Julieta, aposentada há três anos, já havia empreendido no passado, e se uniu à filha na nova empreitada. “A gente se acostuma a produzir e ter uma renda a mais”, explica a socióloga e consultora da área de cultura aposentada. As duas pesquisaram diferentes setores e negócios, e decidiram que abririam uma boutique de frutas no bairro do Horto Florestal, em Salvador, onde Julia mora. “A primeira coisa que fizemos foi procurar o Sebrae para montar um plano de negócios”, explica Julia. Ela conta que ficou mais segura de sua ideia de empreendimento ao confirmar, através do relatório do Radar Sebrae, que havia a oportunidade de negócio para o bairro em que mora. A rua escolhida pela dupla de empreendedoras, aliás, é a que aparece em primeiro lugar entre os melhores locais para esse tipo de negócio no bairro, pela busca da ferramenta. Com o plano de negócios montado e o relatório do Radar Sebrae em mãos, mãe e filha deram continuidade ao atendimento com consultorias. Até o momento, foram seis encontros ao todo. “Foi uma ajuda muito boa para montar ideias, mas dentro da realidade”, avalia Julia, que, para desenvolver as suas características empreendedoras, também participou do seminário Empretec, que tem metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), aplicada com exclusividade pelo Sebrae no Brasil. “O Sebrae foi um grande parceiro nesse começo”, comenta.

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Segundo pesquisa do Sebrae, ao abrir a sua empresa, parte dos empreendedores não levantou informações importantes sobre o mercado. Confira alguns dos dados que o Radar Sebrae busca combater.

46

% não sabiam o número de clientes que teriam e os hábitos de consumo desses clientes

38

% não sabiam o número de concorrentes que teriam

37

% não sabiam a melhor localização

61

% não procuraram ajuda de pessoas ou instituições para abertura do negócio



Palavra de quem já usou a ferramenta

A ferramenta Radar Sebrae mostrou para a MEI, Ana Clara, que o local, na região de Pernambués, em Salvador, seria mais oportuno para um novo negócio

Ana Clara de Oliveira, Cabula Atuando com design, desenvolvimento web e redes sociais de clientes diversos, Ana Clara trabalha em casa, no bairro do Cabula, de onde comanda a Harpia Multimídia. Formalizada como microempreendedora individual (MEI), ela revela que a experiência com o Radar Sebrae superou as suas expectativas. “A ferramenta é maravilhosa. Não só como empreendedora, mas como profissional de programação, posso dizer que o aplicativo está bem completo, pela sua dinâmica”, avalia. Já pensando no futuro e em um próximo passo para sua agência, Ana recorreu à pesquisa para avaliar em qual bairro poderia buscar um ponto. “Para a minha surpresa, eu vi a possibilidade de investir na região de Pernambués, perto de

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onde eu trabalho. Tive uma informação valiosa. Aqui onde eu me encontro não tem nenhum negócio desse tipo”, explica a empreendedora. “E a gente não tem que se deslocar até o Sebrae para ter um relatório muito preciso e completo”, comemora Ana, que, após a experiência, aproveitou para agendar o uso da Consultoria a Distância, outra ferramenta gratuita do Sebrae que pode ser acessada sem sair de casa.

Marcos Carneiro da Cruz, Largo do Tanque Formalizado como MEI desde 2016, Marcos Carneiro da Cruz realiza serviços de climatização, com instalação e manutenção de aparelhos de ar-condicionado. Atualmente trabalhando em casa, na região do Largo do Tanque, Marcos pretende ampliar a sua atuação com a

venda de peças e, para isso, planeja abrir uma loja física. Ao saber do Radar Sebrae, ele correu para pesquisar mais sobre as oportunidades existentes para o seu negócio. “Na verdade, a única coisa que eu tinha feito antes foi pesquisar os concorrentes. Não sabia nem onde conseguir essas informações todas, como quem seria o meu público-alvo, renda e o número de habitantes do bairro. Peguei todas essas informações no Radar para agregar ao meu negócio”, conta ele, que, a partir da pesquisa, definiu como prioridades para a busca de um ponto na região em que já atua, ou nos bairros de São Caetano e Fazenda Grande. O empreendedor, que também recorreu ao Sebrae para a formalização e capacitações nas áreas de contabilidade, liderança e administração do negócio, pretende abrir a sua loja física ainda no início do segundo semestre de 2017.


SERÁ QUE ABRIR UM PET SHOP NO CENTRO É UMA BOA, OU NA ORLA TERIA MENOS CONCORRENTES? ( ¯Ì êÁÑ µ¿µÂÌѯ u Æ ¿uÂu µ Æ Ñ ¯µÚµ ¯ ¶ µ µ® µ Nu u R Âu ˝

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Site e App

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O Radar Sebrae é uma ferramenta gratuita de análise de mercado, que ajuda u ¯Ì ê u µ¿µÂÌѯ u Æ˘ uÑ® ¯Ìu¯ µ uÆ u¯ Æ ÆÑ ÆƵ ®¿Â Æu u¨ u¯ µ ê¯u¯ µ ¯µ Æ Ñ ¯µÚµ ¯ ¶ µ˝ µ® µ Nu u¢ Úµ ¿µ ¯ µ¯ÌÂu µ ® ¨ µÂ ¨µ u¨ ¿uÂu u Â Â Æ Ñ ¿µ¯Ìµ µ®  u¨ ¯u u u˘ µÑ µ Ì ¿µ ¯ ¶ µ ®u Æ u ÁÑu µ ¿uÂu µÆ Æ ÑÆ µ ¤ Ì ÚµÆ˘ uÆÆ ® ̵®u ƽ Æ ®u Æ Æ ÑÂuÆ˝


Fotos: BRUNA PIRES

AGRONEGÓCIO

A participação no programa Sebraetec permitiu ao empresário, Lindauro Mota Nunes, desenvolver ações que agregam valor ao seu produto, a cachaça Baiana Bacana

Sebraetec impulsiona inovação no agronegócio Produtores do Oeste da Bahia buscam inovar com auxílio de programa do Sebrae, que traz soluções em áreas de conhecimento da inovação 30

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Um dos segredos para empreender com sucesso é saber captar e atrair o público-alvo, focando não apenas na venda, mas na geração de conteúdo relevante que agregue valor para o cliente. É dessa forma que o empresário, Lindauro Mota Nunes, pensa quando o assunto é a cachaça Baiana Bacana, produto fabricado por ele na fazenda Salininha, em Cristópolis, cidade baiana a 785 km de Salvador. A bebida vem ganhando cada vez mais adeptos com alto padrão de exigência, consumidores para os quais qualidade e origem devem ser de excelência, acredita o empresário. “O processo de produção artesanal é uma verdadeira obra de arte. Fazer cachaça é, ao mesmo tempo, ciência, arte, paixão e sabedoria. Tudo é feito com muita calma, cuidado e esmero”, pontuou. Lindauro faz parte das ações de registro de marca e biotecnologia da fermentação do programa Sebraetec. Ofertado pelo Sebrae, o serviço oferece consultoria especializada na implementação de soluções voltadas para a inovação, tendo como foco a qualidade do produto. Há dois anos, o empresário tem o auxílio do consultor do Sebraetec, Rogélio Brandão, na produção de leveduras puras para fabricação da cachaça. “As consultorias estão me ajudando na qualidade do processo produtivo da cachaça. É um diferencial para agregar valor ao produto e agradar nossos consumidores”, frisou Nunes. Rogélio explica que há leveduras boas e ruins no processo de fermentação alcoólica, e um dos objetivos da consultoria é permitir que

o produtor trabalhe com leveduras selecionadas. Dessa forma, a produção de cachaça passa a ser feita de maneira padronizada. “A utilização de leveduras selecionadas para a produção de cachaça apresenta vantagens tecnológicas, minimizando contaminações indesejáveis, reduzindo o tempo de fermentação, aumentando a produtividade e melhorando as características químicas e sensoriais da bebida.” Além da Baiana Bacana, outros três destilados são atendidos por meio do programa, a Limoeiro, de Feira da Mata, Paratinga e Rainha do Santo Onofre, de Paratinga.

Iniciativas inovadoras alavancam desenvolvimento Com 28 associados, a Cooperativa de Mandiocultores do povoado de Cabeceira Grande, na zona rural de São Desidério (Comasd), também resolveu investir em inovação. Atualmente vende seus produtos oriundos da agricultura familiar para os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). E como estratégia diferenciada de alcançar o mercado local, também aderiu ao Sebraetec, tendo apoio para o registro da marca “Delícias do Oeste”, design e identidade, rótulo, embalagem e código de barras. Por ano, a cooperativa produz cerca de 50 mil quilos de mandioca, que são vendidas em forma de bolos, biscoitos, farinha, polvilho e beiju. O procurador da Comasd, João Xavier, conta que os produtos

Delícias do Oeste já podem ser encontrados em supermercados de São Desidério, e que está muito feliz com o sucesso da cooperativa. “Só está sendo possível graças ao comprometimento dos produtores e a parceria e incentivo do Sebrae. Com nossos produtos nas prateleiras dos supermercados estamos tendo a oportunidade de crescer ainda mais. Esta é uma grande vitória para nós produtores”, comemora João. Há mais de 16 anos na região Oeste da Bahia no setor de alimentos, comercializando molhos e conservas de pimenta e mandioca congelada, o empresário Pedro Tassi é outro exemplo de que a inovação pode levar uma empresa ao sucesso. Pensando em alcançar um público diferenciado, ele resolveu investir em um produto inovador, a fabricação de mandioca palito, com a marca “Mandioket’s”. Segundo o empresário, como a correria do dia a dia é muito grande, o intuito foi apresentar ao consumidor um produto mais prático. “A mandioca já vem lavada, cortada e congelada, pronta para fritar. Além de tudo é saudável e muito saborosa.” Ele conta ainda que buscou o Sebrae para não ficar para trás no mercado e garantir competitividade. “Com a ajuda do Sebrae, conseguimos descobrir o processo de inovação, entendendo quais eram as mudanças que precisávamos fazer no layout do produto.” As Mandioket’s são produzidas e processadas em Barreiras e comercializadas em restaurantes e supermercados do município.

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O gerente do Sebrae na região Oeste, Emerson Cardoso, diz que o resultado de um novo produto ou serviço é fruto do modelo de negócio e da cultura de inovação. “O diferencial

das micro e pequenas empresas está na sua capacidade de se reinventar e agir, rapidamente, frente às turbulências do mercado. O Sebrae aposta e entende que a inovação tem relação

direta com o desenvolvimento econômico, a geração de novos empregos e o aumento da competitividade, fator essencial para o progresso das empresas e da economia local”, finalizou.

Sebraetec: fácil e especializado Inovação para empresas sempre está mais perto e fácil do que o empresário imagina. Por meio de serviços customizados e especializados, o Sebraetec promove o acesso de pequenos negócios a soluções em sete áreas de conhecimento da inovação: design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade e serviços digitais. O programa aproxima os dois atores essenciais para a implementação da inovação, que são os pequenos negócios e os prestadores de serviços tecnológicos.

Para ter acesso ao programa, o empresário pode ir até o ponto de atendimento do Sebrae mais próximo, com documento de identificação e o número do CNPJ da empresa. Durante o atendimento, ele deve explicar a situação do empreendimento e indicar em que ponto há a necessidade de inovar. Dessa forma, o Sebrae pode acionar um dos prestadores de serviços tecnológicos cadastrados para viabilizar a inovação. Para tirar dúvidas, o empresário também pode entrar em contato com a Central de Relacionamento do Sebrae (0800 570 0800).

Serviço do Sebrae oferece consultoria especializada, com soluções voltadas para a inovação e foco na qualidade do produto

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Fotos: JOÃO ALVAREZ

INDÚSTRIA

Proprietário da indústria Camisas Polo Salvador, o empresário Hari Hartman já implantou mais de 40 ações de sustentabilidade no negócio

100%

de eficiência energética

Pelos investimentos nas ações ecológicas em energia, a indústria Camisas Polo Salvador é a única da Bahia e do Nordeste a possuir o Selo Solar Desde 2008, o empresário Hari Hartman decidiu investir em ações sustentáveis na indústria Camisas Polo Salvador, em funcionamento na Cidade Baixa. A partir das capacitações do Sebrae e de orientações

da Federação das Indústrias do Estado (Fieb), ele percebeu que as mudanças em processos e gestão poderiam resultar em aumento de competitividade no mercado em que atua há 20 anos. “Eu sou

um produto do Sebrae. Comecei a aprender gestão com cursos de Qualidade Total, Empretec e outros, que me deram toda motivação pra tocar o negócio e fazer aquilo que acreditava”, revela.

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Os 50 funcionários da empresa têm horário diferenciado de descanso, são incentivados a usarem bicicletas e contam com remuneração adicional

A primeira ação do empresário foi a troca das 150 lâmpadas fluorescente por modelos LED, um investimento de R$ 15 mil, que resultou na redução pela metade dos gastos com iluminação. Em seguida, vieram o sistema para acionamento de luz por sensores de presença; a captação de água da chuva, para uso nas descargas ecológicas dos banheiros; e a instalação de maquinários mais eficientes. Hoje, Hari já soma quase 40 iniciativas, incluindo a mais recente: a instalação de placas fotovoltaicas para captação e uso de energia solar em toda a fábrica.

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“Hoje já são 100 placas solares no teto, garantindo o funcionamento da fábrica, que nos tornam praticamente autossuficientes em consumo de energia, chegando a 90% de economia nas contas”, conta o empreendedor, que conseguiu ainda reduzir o consumo de água no mesmo percentual. A empresa também é a única do Nordeste a possuir o Selo Solar, do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (IDEAL), com apoio do WWF-Brasil e Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, conquistado no final do ano passado. As instalações

garantem ainda 100% de eficiência energética. “Tivemos um aumento de visibilidade para a empresa, que faz a gestão do negócio e fabrica as camisas polo com a visão sustentável”, enfatiza Hari. Na produção, a empresa trabalha com capacidade instalada de 2 mil peças/dia em suas linhas ecológicas. A principal delas é a malha sustentável da Linha Ecoline, produzida a partir de 50% de algodão e 50% de fibras de poliéster da reciclagem de garrafas PET. Há ainda a linha de algodão orgânico, cultivado com menor impacto ambiental. Além disso, a Linha Ecofibra


reúne fibras de PET recicladas e um mix feito a partir do desfibramento de tecidos (retalhos) com diferentes composições. A noção de sustentabilidade vai além da fabricação, chegando à rotina dos cerca de 50 funcionários da empresa, incentivados ao uso de bicicletas. Eles também recebem outros benefícios que garantem o estímulo a mais no compromisso de

executar um trabalho de excelência, como planos de saúde e remuneração adicional. À frente do Comitê de Sustentabilidade do Sebrae Bahia, a analista, Márcia Suede, destaca as conquistas alcançadas pela indústria por meio da inovação com ações sustentáveis. “O Sebrae é parceiro da empresa Camisa Polo Salvador há mais de uma década. Um dos nossos desafios é

sensibilizar os empresários a investirem em ações de inovação, tecnologia e sustentabilidade. Eles acham que custa caro e são iniciativas só para grandes empresas. Resultados como os alcançados pela empresa de Hari mostram que estamos no caminho certo: pequenas empresas podem ser inovadoras e sustentáveis, ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis”, avalia.

O empresário trocou 150 lâmpadas fluorescente por modelos LED e reduziu os gastos com iluminação pela metade

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Foto: MAURÍCIO MARON

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Reforma da estrutura física, maior participação nas redes sociais e investimentos em campanhas de fidelização foram ações do laboratório Dom Eduardo, após a participação no ALI

Inovação transforma mudanças simples em resultados positivos O Laboratório Dom Eduardo, em Ilhéus, aderiu às orientações inovadoras e alcançou competitividade no mercado 36

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Há 25 anos atuando na realização de serviços laboratoriais de análises clínicas, o Laboratório Dom Eduardo, em Ilhéus, aderiu ao programa Agentes Locais de Inovação (ALI) do Sebrae em 2014. Durante dois anos, os sócios farmacêuticos bioquímicos, Antônio Jorge Marques Santos, Eneida Leite Carneiro e José Ribeiro Carneiro, tiveram acesso a orientações inovadoras, que elevaram o nível de competitividade da empresa no mercado. Os profissionais receberam a visita de um agente local, bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que realizou o diagnóstico para implementar inovação e verificar as oportunidades de melhorias a serem exploradas. O objetivo, segundo a gestora do programa ALI no Sul da Bahia, Andrea Vasconcelos, “é mostrar para os empresários que inovar é algo simples e pode estar presente no dia a dia da empresa”. As ações aplicadas na estrutura organizacional do laboratório, a exemplo da concepção de missão, visão e valores, tiveram como fundamento melhorar a imagem institucional perante os clientes e seus concorrentes. Ao mesmo tempo, os sócios investiram em palestras específicas de melhor atuação com o público-alvo, Workshop de Inovação, Estratégias Empresariais, Empretec e consultorias Sebraetec. Somadas às demais ações previstas no projeto, como a reforma da estrutura física, a maior participação nas redes sociais e investimentos em campanhas de fidelização,

a empresa atingiu o grau 4 em inovação, próximo ao nível máximo, que é 5, segundo a metodologia do Sebrae, no Radar da Inovação. O resultado reflete em maior visibilidade da empresa, melhor relacionamento com o cliente e colaboradores mais preparados para atender. Uma das sócias do laboratório, Eneida Leite, destacou que o Sebrae é um grande parceiro para melhoria dos negócios da empresa. “Podemos compartilhar as experiências adquiridas nas consultorias e rever expectativas. Enxergamos nossa importância no meio competitivo, onde podemos decidir sobre metas, produtividade e qualidade dos serviços.”

Como participar do ALI O principal objetivo do programa Agentes Locais de Inovação (ALI) é promover a inovação e o desenvolvimento dos pequenos negócios. Os agentes são pesquisadores do CNPq, que vão até as empresas diagnosticar e prover as melhores soluções em gestão e inovação. Podem participar do programa Empresas de Pequeno Porte (EPP), cujo fatu-

ramento bruto anual esteja entre R$ 360 mil a R$ 3,6 milhões, e atuem nos setores de Indústria, Comércio ou Serviços. No processo de atendimento, a empresa é acompanhada pelos agentes por até dois anos, sem custo para os empresários. Depois disso, o Sebrae subsidia até 70% do valor de consultorias voltadas à inovação, através do Sebraetec, que também podem ser implementado na empresa. O Programa ALI teve início em 2008 em nível nacional. Na região de Ilhéus, o primeiro ciclo foi em 2013/2014, com dois agentes e 100 empresas nas cidades de Ilhéus e Itabuna. No segundo ciclo, foram seis agentes e 300 empresas em Ilhéus, Itabuna e Ubaitaba. Para o terceiro ciclo (2017/2018), Andrea explica que quatro agentes de inovação foram capacitados para atuar em Ilhéus e Itabuna. Outras informações são oferecidas no ponto de atendimento do Sebrae em Itabuna, na Rua Paulino Vieira, nº 175, Centro, ou em Ilhéus, na Praça José Marcelino, nº 100, Centro. Agendamentos também podem ser feitos pela Central de Relacionamento do Sebrae (0800 570 0800).

Os Agentes Locais de Inovação já estão visitando negócios de Norte a Sul da Bahia.

SEBRAE BAHIA

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ENTREVISTA

Foto: DIVULGAÇÃO

Fred Rocha

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REVISTA CONEXÃO

“Empresários não devem inovar apenas pensando na empresa. A inovação é percebida quando acontece a partir da percepção do consumidor, para melhorar a conveniência, o atendimento e a usabilidade de produtos”


Especialista em varejo e consumo, Fred Rocha, é o entrevistado desta edição da revista Conexão. Eleito profissional de marketing do ano de 2016 pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ele é fundador do Projeto Varejo Show e da Expedição O Melhor Vendedor do Brasil. Fred é um apaixonado pelo varejo e pelos consumidores, e já participou de mais de 20 congressos internacionais, em busca de ideias

inovadoras. Palestrante da Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, em 2016, Fred afirmou, em entrevista à revista Conexão, que, quem inova sempre, não corre o risco de ficar estagnado no tempo e espaço. O entrevistado indica que práticas diferentes culminam em resultados diferentes, e deu exemplo de como pequenas intervenções na empresa podem se transformar em grandes resultados.

O que é inovação no mundo empresarial? Pode nos dar algum exemplo?

rança na inovação. Normalmente a gente expõe a nossa ideia inovadora para algumas pessoas. E o que é que elas respondem? Que não vai funcionar ou ninguém vai comprar... Henry Ford, quando criou o carro, disse que se perguntasse aos clientes o que eles queriam a resposta seria cavalos mais rápidos. As pessoas não sabem efetivamente o que querem. O consumidor precisa de atenção. Não temos que perguntar se as pessoas querem inovação. Temos que entender o problema do consumidor e, a partir daí, inovar processos para atender melhor. Sugiro a criatividade com audácia.

As pessoas confundem a palavra inovação e relacionam à tecnologia. Inovar é fazer algo do dia a dia só que de uma maneira diferente. Empresários não devem inovar apenas pensando na empresa. A inovação é realmente percebida quando ela acontece a partir da percepção do consumidor, para melhorar a conveniência, o atendimento e a usabilidade de produtos. O primeiro ponto é entender porque e para que a inovação está acontecendo. Apenas para me diferenciar do meu concorrente ou para atender o meu consumidor? O mais importante é deixar o concorrente de lado e buscar inovação para melhorar a relação entre a empresa e o consumidor. Forma de utilização de produto, comodidade, entrega em domicílio em horários diferenciados são exemplos de iniciativas inovadoras. As pessoas ainda veem a inovação de uma maneira muito distante e, na verdade, ela está mais perto do que a gente imagina. Basta pensar como consumidor no seu negócio. Existem inovações simples, que fazem muita diferença, como, por exemplo, uma padaria que adotou o Drive Thru (compra sem sair do carro). Com esse serviço, muitos pais, retornando da escola com as crianças, encontraram facilidade de comprar o pão no estabelecimento. Tudo acontece a partir de uma pequena mudança na ação com intuito de agradar ao consumidor.

O empresário brasileiro é considerado inovador? Não. Eu não acho o empresário brasileiro inovador. O empresário brasileiro é criativo. Ainda, infelizmente, nós somos muito mais criativos do que propriamente inovadores. Temos medo de inovar, aliás, temos a insegu-

Muitos empresários têm receio de inovar. Mas a mudança de pequenas atitudes já gera resultados. Como o empresário deve começar? O empresário deve começar parando de pensar em dinheiro e focando nos problemas do cliente, não nos problemas dele. Precisamos de uma mudança de mapa mental. Hoje em dia não montamos mais empresas para ganhar dinheiro e, sim, para resolver o problema das pessoas. A pergunta comum e antiga, ‘que tipo de negócio eu devo montar para ganhar dinheiro?’ não existe mais. Devemos buscar onde as pessoas têm mais problemas e dificuldades e propor a resolução. Os empresários devem entender que o dinheiro não é o fim e, sim, o meio. O fim é oferecer soluções para melhorar a vida do consumidor.

“Devemos buscar onde as pessoas têm mais problemas e dificuldades e propor a resolução. Os empresários devem entender que o dinheiro não é o fim e, sim, o meio”

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Existem métodos ou dicas para incentivar o lojista a “fugir” da rotina, através de técnicas de análise externa, sem o empresário sair necessariamente da sua loja? O empresário pode, com o que ele tem, iniciar um processo de inovação e de melhoria constante. O que acontece no Brasil é que a maioria dos empresários e empreendedores inicia um negócio, o negócio cresce e eles param de empreender para apenas administrar. É aí que os negócios começam a morrer. Porque eles passam a cuidar do que conquistaram, e normalmente estas conquistas estão relacionadas ao dinheiro, seja ele mobilizado ou imobilizado. Nós não podemos parar de empreender nunca. Em minhas palestras costumo desafiar o empresário a ‘pensar fora da loja’. Convido os empresários a pararem de frente à loja e pensarem como cliente. Primeiras perguntas que surgem: a placa e os vidros estão limpos? E a fachada? A calçada está quebrada? E os adesivos de cartão de crédito estão rasgados? Entrando na loja surgem outros questionamentos: como estão dispostos os produtos? E os sinalizadores de desconto? É muito comum a gente se acomodar e transformar em paisagem o que vemos todos os dias. Não dando a devida atenção ao negócio. A loja precisa ter uma movimentação com produtos e móveis limpos e no lugar. A cada 15 dias, o empresário deve entrar na loja com os olhos do cliente. Com essa técnica é possível ver coisas que a rotina não permite enxergar.

A rotina de operação acaba atrapalhando as tomadas de decisão e apreciação de novas ideias e iniciativas. Por que? A rotina atrapalha quase tudo que está em movimento. Ela nos faz repetir as mesmas coisas todos os dias. A frase ‘quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro’ retrata bem a situação. A rotina atrapalha o empreendimento e deve ser quebrada eventualmente. Concordo que a parte operacional da empresa precisa cumprir a rotina com rigor. Mas o

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empresário não pode confundir e estar sempre mergulhado nessa rotina. É necessário documentar processos por escrito e ter um gerente responsável pela área, para que as pessoas da área de inteligência do negócio possam melhorar o tempo inteiro. O empresário precisa pesar, por exemplo, onde sua empresa estará daqui a cinco anos.

Como os empreendedores devem buscar novas práticas e ampliarem sua visão do próprio negócio? Precisam estudar. Muitas vezes o empresário acha que alcançou o sucesso pelo empírico e conclui que não precisa buscar conhecimento para continuar. Ele precisa buscar capacitação e especialização. O Sebrae é uma grande fonte de conhecimento. A internet está forrada de informações sobre venda, marketing e empreendedorismo. O empreendedor precisa reservar um tempo para estudar. A disciplina é a maior dificuldade dos empresários em todo o mundo, especialmente no nosso país, que tem uma base educacional mais complexa e dificulta mais a nossa linha de estudos. Já notamos uma movimentação na busca por informação e conhecimento, mas ainda temos muito o que evoluir nesse ponto.

De que maneira o empresário pode estimular atitudes e ideias inovadoras entre os seus funcionários? É necessário que se crie uma cultura de reuniões periódicas na empresa, de preferência semanais, para poder ouvir as pessoas que atuam na linha de frente. São elas que sentem, ouvem e entendem o que está acontecendo com o negócio. As pessoas só acreditam nas ideias das quais elas participam da concepção. Os funcionários e vendedores precisam fazer parte da construção de ideias. O líder precisa valorizar ideias inovadoras mesmo não tendo condição de colocar em prática. O importante não é ser o dono da ideia e, sim, ser o condutor para a ação. É fazer com que ela vire realidade. Ideia boa é aquela que vai para o chão de loja e acontece.


Fotos: GB SOUZA

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Semana do MEI oferece 9 mil vagas, mais de 400 capacitações e conta com a participação de 85 municípios baianos

Seis dias para crescer e aparecer Semana do MEI chega à 9ª edição, com 9 mil vagas gratuitas e foco em inovação De 8 a 13 de maio, os holofotes do empreendedorismo estão voltados para uma figura em especial: o microempreendedor individual (MEI). Somando mais de 408 mil empresários formalizados nesse perfil, a Bahia recebe a Semana do MEI, realizada pelo Sebrae. Entre as novidades dessa edição do evento, está o foco em inovação, responsável por 48% da grade de ca-

pacitações, que inclui oportunidades para diversas atividades desempenhadas pelo MEI baiano. Ao todo, 85 municípios do Norte ao Sul da Bahia integram o evento, fomentando o desenvolvimento de pequenos negócios locais. Serão oferecidas cerca de 9 mil vagas gratuitas em mais de 400 palestras, megapalestras, seminários, oficinas e clínicas tecnoló-

gicas. A oportunidade também oferece atendimento a quem quer se formalizar como MEI, além de orientações diversas sobre direitos e deveres de quem já integra esse grupo de empreendedores. A programação completa do evento pode ser conferida no site www.semanadomei.com.br, onde os interessados também podem garantir as suas vagas.

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Segundo a gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Bahia, Fernanda Gretz, a escolha pela temática de inovação surgiu a partir dos resultados da última edição do evento. “O MEI está mais avançado na gestão do seu negócio e busca conhecimento para inovar e aumentar a sua competitividade no mercado”, explica. “Percebemos essa demanda no ano passado e levaremos as soluções para os empreendedores”, completa. Para ensinar ao MEI os caminhos para inovar, o Sebrae levará ao evento uma modalidade de capacitação que não foi oferecida em 2016: a clínica tecnológica. Nela, o MEI se debruça sobre um gargalo específico enfrentado pelas empresas de seu segmento. “São problemas práticos vividos pelo MEI”, conta Fernanda. Entre os temas abordados estão desde sustentabilidade para salões de beleza a automação comercial e meios de pagamento eletrônico. Outro tema espinhoso para quem começa no empreendedorismo, a gestão financeira é abordada em diversas capacitações do evento, dando apoio à Semana Nacional de Educação Financeira, que acontece no mesmo período, e é realizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF).

todo o ano, mantendo esse relacionamento”, afirma. A instituição busca oferecer uma experiência para além da Semana do MEI. Durante o evento, além das capacitações oferecidas presencialmente, o empreendedor terá acesso a diversos conteúdos de ensino a distância (EAD) gratuitos no site do Sebrae Bahia (www. ba.sebrae.com.br). A ideia é que o empresário tenha a oportunidade de conhecer as diversas plataformas em que o Sebrae atua, para que continue a fazer uso das capacitações em diversas etapas do desenvolvimento do seu negócio. Em Salvador, para dar prosseguimento ao atendimento ao empreendedor que busca informações para inovar, o Sebrae disponibiliza atendimento inédito, com uma equipe espe-

cializada do programa Sebraetec, que promove o acesso de pequenos negócios a soluções nas áreas de design, produtividade, propriedade intelectual, qualidade, inovação, sustentabilidade e serviços digitais. Os técnicos podem ser consultados para o encaminhamento correto do MEI em sua jornada por competitividade. Na capital, o evento acontece pelo segundo ano seguido no Shopping da Bahia. Em todo o território da Unidade Regional Salvador, que, além da capital baiana, inclui Alagoinhas, Camaçari e Lauro de Feitas serão ofertadas 197 capacitações, em 7,5 mil vagas. Além do shopping soteropolitano, o evento tem como parceiras as prefeituras dos municípios participantes e patrocínio da Caixa e Desenbahia

Atendimento vai além da Semana do MEI A expectativa é de que o evento realize até 12 mil atendimentos em toda a Bahia. Fernanda Gretz explica que o objetivo desse contato é que o empreendedor atendido esclareça dúvidas, desenvolva seu negócio e recorra ao Sebrae não somente durante os seis dias do evento. “Queremos que esse empreendedor conte conosco durante

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Em Salvador, a Semana do MEI acontece, pelo segundo ano seguido, no Shopping da Bahia


Você sabia?

A Bahia é o 1º estado do Nordeste em número de MEI. No ranking nacional, os baianos ocupam o 4º lugar.

Total de MEI 1º lugar

São Paulo

1.790.415

2º lugar

Rio de Janeiro

848.285

3º lugar

Minas Gerais

766.546

4º lugar

Bahia

408.862

5º lugar

Rio Grande do Sul

407.769

10 principais atividades na Bahia ATIVIDADE ECONÔMICA

TOTAL GERAL

MASCULINO

FEMININO

Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios

38850

9445

29405

Cabeleireiros

27781

6205

21576

Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns

20745

11582

9163

Obras de alvenaria

12802

12496

306

Serviços ambulantes de alimentação

12577

6254

6323

Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

11622

2867

8755

Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

10938

2162

8776

Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares

9899

4135

5764

Comércio varejista de bebidas

9218

5770

3448

Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas

7430

4013

3417

Fonte: Portal do Empreendedor, em 12/04/2017

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A

#SouMEI

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semanadomei.com.br • 0800 570 0800

do MEI:


EMPREENDEDORISMO

Capitaneada pelas irmãs Maria da Conceição e Maria da Gloria, há 10 anos, no Bairro Cidade Nova, em Salvador, a padaria Marias Pães & Delícias traz em seu nome a força da mulher e a representatividade da família, de acordo com uma das sócias. A empresa faz parte do Projeto de Panificação do Sebrae, desde 2015, e, de lá para cá, tem alcançado conquistas significativas dentro do segmento. São 30 funcionários e um mix de negócios dentro da Marias, que, além de panificação, inclui minimercado, hortifruti, restaurante, lanchonete, cozinha e confeitaria, entre outros. “Eu sou fisioterapeuta de formação e assumi o desafio na área de panificação. A primeira coisa que fiz foi buscar, em uma consultoria, informações sobre lucro, investimento e gestão. Estou sempre buscando aprender e mostrando às pessoas a importância da

capacitação”, disse Maria da Conceição, ao reconhecer o potencial da busca por conhecimento. Além das duas sócias, outras duas irmãs atuam internamente no negócio: uma no setor financeiro e outra na confeitaria, trabalhando diretamente com a produção. Qualificação do atendimento, melhoria de produtos, alteração da receita do pão, mudança de layout, consultoria financeira e diminuição de desperdício estão entre as intervenções do Sebrae na empresa, que foi reinaugurada em 2016. Com o acompanhamento do Sebrae, as irmãs sócias participam de missões empresariais e de capacitações. “O Sebrae me mostrou que eu

Irmãs empresárias, Maria da Conceição e Maria da Gloria, buscam orientação do Sebrae para alavancar negócio

não tinha controle. Eu falava que trabalhava tanto e nunca tinha dinheiro. Então, o Sebrae me mostrou que o dinheiro estava indo para o lixo diante de tanto desperdício”, explicou Maria da Conceição. Trabalhar com congelamento e desenvolver um modelo de franquia para o negócio estão entre os planos das proprietárias da Marias. As sócias não vão poupar esforços para alcançar esses objetivos e sabem que, para isso, vão ter o apoio do Sebrae. O projeto de Panificação do Sebrae conta com a parceria da Associação dos Proprietários de Padarias da Bahia (APPB) e do Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITPC). O interessado em participar do projeto pode procurar a instituição, por meio da Central de Relacionamento 0800 570 0800.

Foto: JOÃO ALVAREZ

Pão com capacitação

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O Sebrae possui uma estrutura de atendimento presencial em diversas cidades na Bahia, disponibilizando aos micro e pequenos empresários orientação, formalização, consultoria, capacitação e informação.

Pontos de Atendimento na Bahia Além do Centro de Atendimento ao Empreendedor, o Sebrae Bahia possui 27 Pontos de Atendimento, distribuídos em dez unidades regionais. Unidade Regional 01 – Salvador / Mercês Centro de Atendimento ao Empreendedor Av. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526 Salvador / Boca do Rio - SAC Empresarial Av. Otávio Mangabeira, 6.929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154 Salvador / Itapagipe Rua Direta do Uruguai, 753, Bahia Outlet Center, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151 Alagoinhas Rua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888 Camaçari Rua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332

Foto: MAURÍCIO MARON

Sebrae perto de você O Ponto de Atendimento do Sebrae em Itabuna fica localizado na Rua Paulino Vieira, nº 175, Ed. Lizete Mendonça, Centro. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 17h.

Unidade Regional 03 – Feira de Santana Rua Barão do Rio Branco, 1.225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153 Euclides da Cunha Rua Dom Jackson Berenguer Prado, 325, Centro. CEP. 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010 Itaberaba Rua Rubens Ribeiro, 253, Ed. Tropical Center, salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023 Unidade Regional 04 – Ilhéus Praça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068 Itabuna Rua Paulino Vieira, 175, Ed. Lizete Mendonça – Centro. CEP 45600-100. Tel.: (73) 3613-9734 Unidade Regional 05 – Jacobina Rua J. J. Seabra, 69 – Estação. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342

Unidade Regional 07 – Santo Antônio de Jesus Av. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949 Valença Rua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293 Unidade Regional 08 – Irecê Rua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206 Seabra Rua Horácio de Matos, 25, salas 01 e 02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368 Unidade Regional 09 – Teixeira de Freitas Av. Presidente Getúlio Vargas, 3.986 – Centro. CEP 45995-002. Tels.: (73) 3291-4333/4777 Eunápolis Rua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782

Senhor do Bonfim Rua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046

Lauro de Freitas Lot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3, Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836

Porto Seguro Praça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564

Unidade Regional 06 – Juazeiro Praça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827

Unidade Regional 10 - Vitória da Conquista Rua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600

Unidade Regional 02 – Barreiras Av. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574

Paulo Afonso Rua São Francisco, 233 – Centro CEP: 48601-270. Tel.: (75) 3281-4333 / 4223

Brumado Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543

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Guanambi Av. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557 Ipiaú Praça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696 Itapetinga Av. Itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509 Jequié Rua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553




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