Jornal de
negócios
botucatu e região
Ano XXI | # 258 | setembro de 2015 | www.sebraesp.com.br | 0800-570-0800 | radio.sebraesp.com.br facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo
Multiplicação de pão e lucro
Com 16 anos no mercado de panificação, empresária de Botucatu buscou consultorias do Sebrae-SP para realinhar a gestão do negócio após forte crescimento. Aprimorou sistema de controle de produção e de custos | página 24
twitter.com/sebraesp | Tiragem regional: 6.344
Nicho de oportunidades mesmo em época de crise Setor de brindes cresce 7% ao ano e é terreno fértil para MPEs, como a Fantastic, de Rubens Lorenzetti, da Capital páginas 6 e 7
O futuro do varejo
Organize melhor o tempo
aplique a tendência mundial:
gerenciar as prioridades
experiência de compra
garante menos estresse
páginas 14 e 15
página 11
Tempero caipira e música sertaneja em ambiente familiar Com essa receita e orientação do Alimentação Fora do Lar, o Cantinho da Viola, de Patrícia e Adenilson Oliveira, faz sucesso em Botucatu página 23
Amplie o campo de ação
Todos saem ganhando
estratégias para atrair
Ação estimula opção do
clientes e conseguir crescer
consumidor por mercado local
páginas 20 e 21
página 10
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TUBRO
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Elaine Bartoli, dona da empresa que leva seu sobrenome, busca inovação sem perder de vista o atendimento tipo “olho no olho do freguês”
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2 | jornal de negócios | botucatu e região
Produção Flores Melhoria genética cloud tags
Pesquisa Tendências Oportunidades Brindes Lucratividade Competitivo Experiência de compra Capacitação Atendimento Pós-vendas Organização Tempo Prospectar Clientes
Três oficinas para quem deseja incrementar as vendas Neste mês, o ER do Sebrae-SP em Botucatu preparou três atividades para ajudar o varejo a conquistar mais clientes. Confira:
NOTAS DE BOTUCATU E REGIÃO X Os benefícios do seminário que aprimora o talento para empreender
• Oficina: Visual merchandising Apresenta estratégias eficientes de exposição de produtos para tornar os pontos de vendas mais agradáveis aos clientes e, consequentemente, aumentar as vendas, Quando: dia 14, às 14h. • Oficina: Vitrinismo Aborda conceitos sobre atrativos visuais de vitrine, estética e mensagens, técnicas e elementos de composição, cores e iluminação para atrair o consumidor. Quando: dias 16 e 17, às 14h. • Oficina: Técnicas de exposição de produtos Em parceria com o Senai, a atividade promoverá discussões em grupos e aplicação de exercícios sobre otimização do espaço físico de um ponto de venda. Quando: dia 16, às 14h.
O Escritório Regional (ER) do Sebrae-SP em Botucatu levará aos empreendedores e candidatos a empreender de São Manuel uma palestra de apresentação do Empretec, curso aplicado no Brasil exclusivamente pelo SEBRAE, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Com palestras e dinâmicas em grupo, o objetivo da capacitação é estimular os participantes a conhecer e aprimorar suas características empreendedoras como parte da estratégia para a condução dos seus negócios de forma competitiva. O evento acontecerá no dia 3 de setembro a partir das 19h, na Câmara Municipal (Av. Dr. Júlio Faria, 448). No dia 10, a mesma palestra ocorrerá em Botucatu, às 19h, na sede do ER do Sebrae-SP.
No dia 15 de setembro, às 19h, os empresários da região poderão conferir a palestra O futuro do comércio pós NRF 2015, na sede do ER do Sebrae‑SP em Botucatu. No evento, serão abordadas as tendências para o comércio varejista, o uso das mídias sociais como ferramentas de atração do cliente, entre outras mudanças que todo empreendedor necessita conhecer para se adaptar ao cenário de consumo dos dias atuais.
Aprenda a usar a avaliação de resultados
Formalize o seu negócio e ganhe mais
Com a função de avaliar as etapas das estratégias de marketing, os indicadores de performance ajudam a entender o que está funcionando e o que precisa ser melhorado em um negócio. Esse é o tema da palestra KPI – Indicador chave de performance, programada pelo ER do Sebrae-SP de Botucatu para o dia 8 de setembro, às 19h.
A palestra Como se tornar Microempreendedor Individual (MEI), programada para o dia 17 de setembro, às 19h, na sede do ER do Sebrae-SP em Botucatu, terá detalhes de como abrir uma empresa com custos reduzidos. Apresentará os benefícios da formalização de um empreendimento e as vantagens do regime de tributação para MEIs.
Fique por dentro das principais tendências para o mercado varejista
SERVIÇO Escritório Regional do Sebrae-SP em Botucatu Rua Dr. Costa Leite, 1570 – Centro (14) 3815-9020 / 0800-570-0800
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Receita torna mais fácil pedido de CNPJ
Convênio assinado entre a Receita Federal e o Instituto de Registro de Títulos e Documentos e de Pessoas Jurídicas do Brasil deve simplificar a solicitação do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Além de conseguir o número de modo mais simples, a iniciativa pretende agilizar a alteração e a baixa do documento, em processo concomitante com o registro da ação pelo cartório. A parceria permitirá que o deferimento dos pedidos seja feito pelos cartórios de registro de pessoas jurídicas, que podem aderir ao novo formato.
Inspiração de cabeceira DOBRE SEUS LUCROS (Ed. Agir) Pela análise de mais de 100 empresas, Bob Fifer demonstra que é possível reduzir desperdícios, cortar custos e aumentar produtividade e preços dos produtos sem aborrecer ou perder o cliente.
CULTURA ORGANIZACIONAL E GESTÃO ESTRATÉGICA (Ed. Atlas) Para Francisco Conejero Perez e Marcos Cobra, a cultura organizacional talvez seja o espelho da alma de uma instituição, tese baseada em exemplos das companhias aéreas brasileiras.
MOTIVAÇÃO 3.0 (Ed. Campus) Para os tempos atuais, Daniel Pink defende, com base em estudos e experimentos, novos elementos para a motivação. Nessa abordagem, três características são fundamentais: autonomia, excelência e propósito.
expediente
Publicação mensal do Sebrae‑SP Tiragem total 500 mil exemplares
CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Paulo Skaf ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal. DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-superintendente: Bruno Caetano Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de adm. e finanças: Pedro Jehá
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br www.sebraesp.com.br > clique em OUVIDORIA.
Cruzada pela competitividade Paulo skaf, Presidente do Sebrae‑SP
No primeiro semestre de 2015, o total da arrecadação de impostos dos pequenos negócios brasileiros foi de R$ 34,2 bilhões, um aumento real de 6,73% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Enquanto isso, o desempenho total da arrecadação federal apresentou retração de 2,87%. Na geração de postos de trabalho, de janeiro a junho deste ano, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por criar 116,5 mil novos empregos, enquanto as médias e grandes encerraram mais de 476 mil vagas. Os dados são do SEBRAE e da FGV. Diante do atual cenário, e com as perspectivas que se desenham, será difícil repetir tal performance. Entretanto, os dados reforçam o que defendo há tempos: sem as amarras excessivas da burocracia e da tributação, e com acessos a tecnologia e financiamento, o setor produtivo responde à altura e dá a sua contribuição para o verdadeiro desenvolvimento sustentável. Por isso, continuo perseverante na cruzada pela ampliação dos incentivos aos pequenos
JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Inteligência de Mercado Gerente: Eduardo Pugnali Editora responsável: Marcelle Carvalho – MTB 00885 Editores-assistentes: Roberto Capisano Filho e Daniel Lopes Apoio comercial: Unidade Comercial Giulliano Antonelli (gerente) Projeto gráfico e produção Impressão: Plural Indústria Gráfica
SEBRAE-SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso, CEP: 01504-001 Escritórios Regionais Sebrae‑SP Alto Tietê 11 4722-8244 Araçatuba 18 3622-4426 Araraquara 16 3332-3590 Baixada Santista 13 3289-5818 Barretos 17 3323-2899 Bauru 14 3234-1499 Botucatu 14 3815-9020
empreendimentos, com a aprovação e sanção dos novos limites do Simples Nacional e a regulamentação da terceirização. Paralelo a isso, no Sebrae-SP tenho reforçado as ações focadas em inovação e educação, a fim de apoiar o aprimoramento dos processos de gestão e produção. Um exemplo de que esse é o melhor caminho é o do interior de São Paulo, exposto na vitrine mundial da Expo Milão até outubro. Com o nosso apoio, que se traduziu em um “intensivão” de inovação, criatividade e empreendedorismo, 109 pequenos produtores de mel do Vale do Paraíba passaram a vender o quilo do produto a R$ 32. Antes, conseguiam comercializá-lo por, no máximo, R$ 5. Nesta edição, você vai encontrar outros casos de empreendimentos que saltaram vários degraus na escala da competitividade graças à inserção de novos conhecimentos e tecnologias. O Brasil é muito maior do que a crise, basta focar e atuar sistemicamente na direção correta. Boa leitura!
Campinas 19 3243-0277 Capital Centro 11 3253-2121 Capital Leste I 11 2225-2177 Capital Leste II 11 2074-6601 Capital Norte 11 2976-2988 Capital Oeste 11 3832-5210 Capital Sul 11 5522-0500 Franca 16 3723-4188 Grande ABC 11 4990-1911 Guaratinguetá 12 3132-6777 Guarulhos 11 2440-1009 Jundiaí 11 4587-3540 Marília 14 3422-5111
Osasco 11 3682-7100 Ourinhos 14 3326-4413 Piracicaba 19 3434-0600 Pres. Prudente 18 3222-6891 Ribeirão Preto 16 3621-4050 São Carlos 16 3372-9503 S. J. da Boa Vista 19 3622-3166 S. J. do Rio Preto 17 3222-2777 S. J. dos Campos 12 3922-2977 Sorocaba 15 3224-4342 Sudoeste Paulista 15 3522-4444 Vale do Ribeira 13 3821-7111 Votuporanga 17 3421-8366
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Pessimismo dos industriais volta a crescer
O Índice de Confiança do Empresário Industrial, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) teve queda e alcançou 37,2 pontos em julho. É o menor valor desde 1999, início da série histórica. Houve recuo de 1,7 ponto sobre junho. Quando a comparação é feita em relação ao mesmo mês de 2014, a queda totaliza 9,2 pontos. O referencial varia de zero a 100 pontos. Quanto mais abaixo de 50, maior a falta de confiança. No recorte por tamanho, foram 36,1 pontos nas pequenas; 36 nas médias; e 38,3 nas grandes.
Do Brasil para o mundo
Carlos Miranda, CEO do BR Opportunities, conta como a Flores Online atraiu a atenção do fundo de private equity (grupo que investe em empresas consolidadas e aprimora os resultados para posterior venda) e se associou ao americano 1-800-Flowers.com
Como foi o início? Na época da fundação do Flores Online, Marcelo Casarini trabalhava na Microsoft e se encantou com o início do e-commerce. Começou a empresa junto com a mãe, Fátima, já uma reconhecida florista, e o irmão Eduardo – que se tornaria presidente da empresa. Como eram pequenos, conseguiram aprender todos os processos no mesmo ritmo dos operadores logísticos que foram entendendo as particularidades do segmento. O que chamou a atenção do BR Opportunities na operação? A especificidade do negócio. É algo em que tanto o produto como a data – e,
às vezes, a hora da entrega – são perecíveis. Assim, a operação logística não é simples, o que cria uma enorme barreira a novos empreendedores. Além disso, é um negócio que consegue fazer entregas no mesmo dia da compra, para mais de 600 cidades no Brasil. Juntando isso tudo à vocação natural do empreendimento, de ser uma “entregadora de emoções”, deu-nos animação, porque são atributos que permitem aumentar muito o escopo de nossas ofertas e clientes.
Foto: Fernando Nunes
fundada há 17 anos, a flores online é uma das pioneiras do segmento no brasil. superou os obstáculos logísticos iniciais, cresceu junto com o varejo eletrônico no país e consolidou-se com um cardápio variado: desde 2006 vende kits de presentes, inclusive corporativos, compostos por itens que vão de chocolates e bebidas até perfumes e bichos de pelúcia. em 2012, ganhou novo impulso ao se unir ao 1-800-flowers.com, um dos maiores grupos do mesmo segmento nos estados unidos, e ao fundo brasileiro de private equity br opportunities, fundado por carlos miranda. ao jornal de negócios, ele conta os motivos que o levaram a adquirir o empreendimento, que tem previsão de crescimento de 25% para 2015.
Qual é situação da empresa hoje? São 106 funcionários e mais de 600 parceiros em todo o País, o que permite que a loja realize entregas no mesmo dia em centenas de cidades brasileiras. No ano passado, o Flores Online faturou R$ 40 milhões e estima crescer 25% em 2015. Além de realizar vendas diretas para pessoa física, também aposta no mercado corporativo. Para isso, há as áreas Vendas Corporativas e AdSales, que, juntas, deverão representar 40% do faturamento neste ano. Quais são os desafios? O maior é capturar o novo cliente, já nascido no ambiente da internet e consumidor totalmente inserido no universo do mobile. Ele não fica muito tempo parado em frente ao computador, movimenta-se pela cidade, é conectado e precisa de respostas rápidas. Acredito que não seja uma tarefa fácil conquistar o jovem de 18 anos que, daqui cinco ou seis anos, já consumirá, usando o próprio dinheiro.
Quais outros negócios estão na mira do BR? Somos focados em consumo. Acreditamos que o "boom" demográfico irá alavancar o consumo, independentemente das crises econômicas que ainda iremos passar. Prova disso é que, mesmo nessa época, nossos
negócios crescem, em média, acima de 55% ao ano. Hoje temos, além da Flores Online, Mãe Terra [empresa de produtos orgânicos e naturais] e a Maremonti [rede de tratorias e pizzarias em sociedade com o empreendedor Arri Coser, ex-Fogo de Chão e atual NB Steak].
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Confiança dos empreendedores é a mais baixa
No terceiro trimestre deste ano, a confiança de homens e mulheres empreendedores é a menor da série histórica, segundo levantamento feito pelo Insper em parceria com o Santander. O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) marcou 57,4 pontos, superando o recorde anterior – de 58,8 pontos, obtido no segundo trimestre de 2009. A queda foi liderada pelo setor industrial, seguido pelo comércio. Serviços foi o menos pessimista, entre os 1,28 mil pequenos e médios consultados.
NO VI DA DES
Qualidade é estratégica nas MPEs Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae‑SP @bcaetano bcaetano@sebraesp.com.br www.facebook.com/bcaetano1
Quando o recuo do consumo parece longe de terminar, é hora das micro e pequenas empresas (MPEs) reagirem, seduzindo o consumidor de tal forma que o convença a comprar. Nesta edição do Jornal de Negócios, mostramos que a qualidade é uma das melhores estratégias para incrementar os resultados em tempos de cliente temeroso em relação ao amanhã. Reportagem mostra que, no segmento de flores e plantas ornamentais – cuja previsão de crescimento chega a 8% neste ano –, o apelo da beleza natural é encorpado por melhoramentos genéticos realizados em laboratórios. São inovações acessíveis para os produtores de pequeno porte e que valem o investimento, porque chegam a alcançar preço 20% superior na comparação com as espécies tradicionais. Como o varejo é diretamente impactado pelo mau desempenho da economia, enfocamos a bola da vez do segmento: a experiência de com-
pra, conceito de relacionamento com os clientes que vem ganhando força. A proposta é criar um diferencial que atinja emocionalmente o consumidor e deixe uma lembrança positiva, de qualidade, sobre todo o processo na relação entre lojista e cliente, da compra ao pós-venda. Outro destaque é a prospecção de clientes que pode ser efetivada de várias maneiras, desde usar a internet como campo de busca e estimular a indicação até o compartilhamento de informações com empresas não concorrentes. Tão importante quanto encontrar novos compradores, é fidelizar os atuais. E, novamente, sem qualidade, não há como. Para incentivar a demanda, nós nos engajamos no Movimento Compre do Pequeno, que enfatiza as vantagens que todos têm ao comprar nas MPEs. Vamos falar mais sobre o tema em outubro, quando comemoramos o Mês do Empreendedor. Boa leitura.
twitter abre espaço para anúncios das pequenas empresas
A plataforma, com um bom número de anunciantes entre grandes empresas e multinacionais, está ampliando seu leque. Com o Twitter Ads, os pequenos empresários poderão se juntar a milhares de usuários em todo o mundo, aumentando o alcance de suas propagandas e as ofertas de produtos. Bem simples de usar, oferece uma extensa alternativa de segmentação para que o empresário anuncie e meça resultados de forma prática e objetiva.
microempreendedor individual poderá recorrer aos procons
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) poderão apelar aos Procons – órgãos estaduais e municipais de defesa do consumidor – para resolver conflitos sobre consumo de produtos e serviços. Antes restritos às pessoas físicas, o atendimento é fruto de um acordo de cooperação técnica entre o SEBRAE e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. A medida vai beneficiar os 5 milhões de MEIs do Brasil que, diante de conflitos de consumo, ainda dispõem da plataforma: www.consumidor.gov.br
cobertura para exportações tem demanda crescente
Micro, pequenas e médias empresas conseguiram um total de US$ 606 mil em coberturas nas operações de exportação até meados de junho. Foram vendidos itens como pallets de madeira, tecidos e granitos para empresas de vários países, entre os quais: Estados Unidos, México e República Dominicana. Os dados são do Ministério da Fazenda. Pela demanda crescente, em breve, a iniciativa contemplará o financiamento à produção. Para ter acesso ao Seguro de Crédito à Exportação, o produtor precisa se cadastrar no site da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S/A (ABGF).
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Busca por crédito registra terceiro recuo consecutivo
A demanda das empresas por crédito acusou queda de 0,5%, segundo dados da Serasa Experian, na comparação entre junho e maio. O resultado marca a terceira queda mensal seguida do indicador e reafirma as previsões de declínio da atividade econômica durante o segundo semestre deste ano. Para economistas da entidade, a elevação contínua da taxa Selic e os baixos níveis de confiança empresarial são fatores decisivos para entender a retração do indicador que fotografa a demanda por crédito corporativo nos últimos meses.
Pequenas dominam 90% do mercado de brindes Conhecidos pelo poder de influenciar, esses itens podem ser importantes aliados das empresas que buscam atrair clientes e novos mercados. Setor cresce em média 7% ao ano
A
desses itens. Mesmo em período de crise, as que atuam com presentes promocionais crescem e há mercados a serem explorados. Não por acaso. Pesquisa feita em 2014 pela Agência 96 mostrou que
Foto: Rubens Chiri
área de brindes se expande 7% ao ano no País e figura como um terreno fértil em oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs), que representam 90% das fabricantes, distribuidoras e revendedoras
Rubens Bitelli Lorenzetti, sócio da Fantastic Brindes: expectativa é faturar R$ 250 mil por mês neste ano
76% dos entrevistados declararam que as chances de efetuarem uma nova compra aumentam após ganharem mimos relevantes da marca e ter boa experiência com o produto adquirido. O dado comprova que, além de
deixar o cliente satisfeito e agradecido, o brinde deve ser tratado como estratégia para atrair novos consumidores e fidelizar os antigos. É, portanto, um reforço de marketing importante. Para atender essa demanda é preciso ajustar-se ao que o mercado pede. “Hoje, os empresários estão preocupados em propiciar uma experiência ao consumidor compatível com os conceitos que desejam divulgar. Assim, as lembrancinhas que oferecem algum tipo de interatividade ou que reforçam os pontos positivos da marca são muito apreciadas”, afirma Auli De Vito, presidente da Forma Promocional, a idealizadora e organizadora da feira Brazil Promotion, uma das maiores do País. A inovação é sempre uma forma de chamar a atenção do consumidor e criar empatia. Entretanto, segundo De Vito, deve estar alinhada ao branding (gestão de marcas) e, sempre que possível, agregar valor. Outro aspecto a ser ressaltado é a atmosfera em que o presente é inserido, que pode contribuir para uma experiência inovadora, mesmo com produtos convencionais. Embora considerados supérfluos por alguns, e os primeiros a serem cortados em políticas de contenção de gastos, De Vito afirma que essa não é uma boa estratégia durante as crises. “Os brindes são conhecidos pelo poder de influenciar o cliente no ponto de vendas. Em momentos adversos, uma campanha promocional bem planejada com presentes pode ser responsável por ganhos de mercado interessantes”, afirma. “Além disso, se existir uma política estruturada de distribuição, de modo que o freguês seja im-
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Classe C aperta o cinto, estoca e pede desconto
Levantamento da consultoria Nielsen mostra que as famílias brasileiras, especialmente as da classe C, passaram a adotar diversas táticas para poupar recursos diante da crise: frequentam menos o supermercado, levam lista de compras mais curta (cortando itens considerados não essenciais, como cremes para pele, iogurtes e sucos) e, se há promoções, estocam. No consumo nacional, o gasto dessas famílias encolheu de 48% em 2014 para 46% em 2015. Quatro a cada cinco clientes pedem descontos, maior porcentual em relação a México, Chile, Argentina e Uruguai.
pactado com alguma frequência, há uma tendência de que ele se torne leal à marca”, completa. Estratégia eficaz Com a proximidade do fim do ano, as empresas de lembrancinhas se preparam para dar conta das encomendas corporativas e comemorativas. Segundo a consultora do Sebrae‑SP, Cássia de Freitas, a dica para as pequenas empresas se darem bem nesse mercado é apostar no diferencial. “Sempre que a MPE quiser entrar em algum mercado, deve atuar na falha das grandes organizações, ou seja, nas brechas que estas não conseguem atingir. No setor de lembranças não é diferente”, destaca. Significa que, enquanto as maiores corporações trabalham na quantidade, em linha de produção, a menor deve focar na flexibilidade de prazo e na personalização dos produtos oferecidos. Ideias inovadoras também podem ser um diferencial. “Mas isso só se a empresa tiver esse perfil, não deve ser algo imposto”, diz Cássia. Para fazer sucesso nessa área, o empreendedor Rubens Bitelli Lorenzetti, sócio da Fantastic Brindes, afirma que é preciso investir em uma estratégia agressiva de divulgação e relacionamento com clientes, mesmo em tempos de crise. Foi o que ele fez. Duplicou os investimentos em marketing da empresa no período da Copa do Mundo de 2014, quando muitas companhias estavam receosas sobre o sucesso do evento e o legado que deixaria ao País. “Em períodos difíceis, investir em divulgação da marca é a melhor aposta para manter o negócio vivo. Sempre haverá empresas interessadas em comprar lembrancinhas, se eu me mostrar, elas me acharão”, afirma Lorenzetti. A estratégia de divulgação da Fantastic envolve participação em feiras e eventos, anúncios em catálogos impressos e virtuais, além de banners em sites do segmento, que segundo o sócio, rendem mais de 200 mil acessos por mês.
Hoje, com seis anos de mercado, a Fantastic Brindes revende produtos importados e também fabrica lembrancinhas personalizadas. Segundo Lorenzetti, a meta não é finalizar o ano repetindo o sucesso de 2014, quando o faturamento mensal ficou na casa dos R$ 600 mil. “O período da Copa foi atípico para a empresa, vendemos muito mais do que costumamos”, conta ele. Então, a expectativa do empresário para 2015, mesmo com as encomendas para as Olimpíadas do ano que vem no Rio de Janeiro, é continuar crescendo, porém, faturando algo em torno de R$ 250 mil. “É um patamar de ganhos muito bom, pelo cenário de crise”, diz Lorenzetti.
O poder dos presentes promocionais LEMBRANÇA
88% dos entrevistados confirmaram: “Sim, ter a lembrancinha por perto me faz recordar a marca que me presenteou”.
EXPERIMENTAÇÃO
57% dos entrevistados trocariam de marca na hora da compra se o concorrente oferecesse um brinde atrativo. Entre os adultos (homens e mulheres entre 35 e 40 anos), esse porcentual sobe para 61%.
FREQUÊNCIA
56% dos consumidores compram frequentemente o produto para garantir a coleção, se o mimo for colecionável e atrativo.
Desafios do setor Entre os desafios do mercado, Lorenzetti afirma sofrer com a falta de mão de obra especializada e disponível. “A maior parte do nosso trabalho passa pelo manuseio dos produtos para embalar, personalizar e entregar aos clientes. Operamos com muitos terceirizados e sofremos para encontrar profissionais de qualidade”, afirma. Para incentivar os colaboradores que prestam bons serviços, a empresa orienta as parceiras a remunerar melhor os trabalhadores que se destacam, para mantê-los no emprego. Já o presidente da Forma Promocional aponta a ausência de normas para criar processos adequados nas empresas de brindes como um dos desafios do setor. “Outro aspecto está ligado ao treinamento dos contatos comerciais desses fornecedores, que poderiam ter mais conhecimentos nas áreas de marketing e promocional”, afirma De Vito. Apesar dos desafios, a feira Brazil Promotion acompanha o crescimento do setor ano a ano. “Tivemos 240 estandes e mais de 12 mil visitantes únicos na última edição. A expectativa é de manutenção, em 2015, da performance do ano passado ou um pequeno crescimento da ordem de 5%”, aponta.
RECOMPENSA
76% afirmam ainda que, depois de ganhar um presente relevante de uma marca moderna e ter boa experiência com o produto, uma nova compra é bastante provável.
PREFERÊNCiA
Fonte: Agência 96
45% tornam-se fiéis a uma marca que oferece brindes relevantes.
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Rendimento de empregados nas MPEs tem queda
Os salários pagos pelas micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas estão encolhendo, segundo a pesquisa Indicadores do Sebrae-SP. De janeiro e maio de 2015, o segmento teve expansão de 1,2% no contingente de pessoal ocupado, diante do mesmo período de 2014. Nos mesmos meses, a folha de pagamentos recuou 1,4% (descontada a inflação), em relação ao ano anterior. Para o segundo semestre de 2015, 60% dos donos de MPEs aguardam estabilidade no faturamento.
Nota fiscal deve informar carga tributária Medida está em vigor desde janeiro e atinge também micro e pequenas empresas, que precisam se adaptar
é
obrigação dos estabelecimentos comerciais, desde janeiro, discriminar na nota fiscal os impostos pagos por produtos e serviços. A determinação do governo federal, por meio da Lei do Imposto na Nota (nº 12.741/12) tem por objetivo deixar claro para o consumidor a carga tributária que incide sobre a compra. A norma vale para empresas de todos os portes. A exceção fica apenas com o Microempreendedor Individual (MEI), que tem a opção de não disponibilizar a informação no ato da compra. Para os demais negócios, algumas orientações devem ser respeitadas. Na nota fiscal, o comerciante deve informar, em termos porcentuais ou em valores, o tributo que incide sobre aquela venda para o consumidor final. Caso um produto custe R$ 100 e a carga tributária seja de R$ 25, por exemplo, a nota deve citar, então, que o imposto sobre aquele produto é de R$ 25 ou 25%. Já quando se trata da comercialização de mais de um produto ou serviço, informa-se o total de carga tributária incidente naquele conjunto de mercadorias – e não separadamente. A empresa que não cumprir com a determinação poderá sofrer penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor, que vão de multa a interdição do estabelecimento. O QUE ENTRA No cálculo de tributos a ser informado na nota fiscal, entram diversos impostos, como IPI, PIS, Pasep, Cofins, ICMS, ISS e, para alguns casos, IOF e Cide.
Para os empreendedores optantes do Simples Nacional, esse cálculo pode ser mais básico. Isso porque essas empresas podem informar apenas a alíquota do regime tributário do próprio negócio. Um comércio que fatura até R$ 180 mil em um ano tem alíquota de 4%, segundo a tabela do Simples. Assim, esse deverá ser o porcentual informado ao consumidor na nota fiscal. Caso exista alguma incidência anterior, como IPI e substituição tributária, é preciso também somá-la ao cálculo. “A micro e pequena empresa recolhe o imposto sobre o faturamento e não sobre cada produto. Então, o que vale, na verdade, não é o que o empresário vendeu, mas o faturamento total que está recolhendo”, explica o consultor do Sebrae‑SP João Carlos Natal. Algumas soluções podem ajudar a cumprir a norma. O empresário tem a opção de solicitar a atualização do software de emissão da nota, incluindo, assim, o imposto incidente. Outra alternativa é afixar no estabelecimento comercial um painel visível a todos os consumidores com a carga tributária estimada para cada mercadoria paga. Apesar de essa última medida ser simples, o proprietário do Mercado Saga, em São Paulo, Oswaldo Kiyoshi, preferiu atualizar o software da nota fiscal. “Como não paguei nada a mais pela adaptação, achei melhor essa saída porque o consumidor pode analisar as informações com calma na nota. Na placa, pode ser que ele não veja.” Em seu mercado, Kiyoshi está implantando a atualização nos três
caixas. A obrigatoriedade de discriminar o imposto não foi sua única motivação. “Muitos consumidores pediam a Nota Fiscal Paulista, mas não tínhamos um sistema para isso. Fazíamos a notinha à mão e enviávamos para o contador. Agora, fica mais fácil e rápido, e o cliente tem mais confiança.” Esse pedido faz parte do Programa Nota Fiscal Paulista, do governo estadual, pelo qual, informando o número do CPF, o consumidor recebe de volta parte do ICMS recolhido. Para disponibilizar essa opção sem recorrer à nota fiscal manual, Kiyoshi atualizou o software utilizado nos caixas, adaptando-o para o programa e para a legislação do imposto discriminado. Segundo Natal, o empreendedor também ganha com a norma. “Essa informação é importante dentro da gestão do negócio. Ao ter clareza sobre esse dado, o empresário pode avaliar o peso da alíquota dentro da formação do preço de venda do produto ou serviço. Assim, essa parte não fica apenas sob a responsabilidade do contador”, assinala.
AJUDA NOS CÁLCULOS A Calculadora Sebrae é mais uma alternativa para auxiliar o empresário no cumprimento da legislação federal sobre discriminação do imposto na nota fiscal. Com essa ferramenta, é possível obter dados para informar o valor estimado da carga tributária sobre produtos e serviços comercializados. Ela soma a alíquota que incide sobre a faixa de receita do Simples Nacional (conforme a atividade exercida pelo empresário) e o valor médio pago de substituição tributária (com base em estudos do SEBRAE e de instituições de pesquisa especializadas). Está disponível no site do Sebrae‑SP, com instruções de uso. Basta fazer o download da calculadora, abrir o arquivo no Microsoft Excel e habilitar a planilha para editar. Depois, é só selecionar a unidade federativa, a atividade, o regime de tributação e a faixa de receita. Em seguida, clique em “Calcular Tributo” e em “Gerar o
jornal de negócios O vídeo mostra como funciona a Calculadora Sebrae: http://sebr.ae/sp/calculadora
Cartaz” e você terá um painel com as informações necessárias para afixar no estabelecimento comercial. Para saber mais, entre no link: http://sebr.ae/sp/imposto-nf
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Comércio tem o pior primeiro semestre em 2015 desde 2002
Com expansão de 2,6% entre janeiro e junho deste ano, o varejo nacional fecha o período com o pior resultado desde 2002, segundo dados da Serasa Experian. O setor de veículos puxou o recuo, com retração de 12,5%, seguido por material de construção, cuja queda foi de 7,1%. “É resultado da conjuntura econômica que começou a se deteriorar no ano passado, com os aumentos da inflação, da taxa de juros e, agora, mais recentemente, do desemprego”, diz o economista da entidade, Luiz Rabi.
Agenda de Feiras Setembro Rodeio de Limeira Quando: 4 a 12 de setembro Onde: Espaço Rodeio de Limeira | LIM 369, Km 1, Caixa Postal 462 Informações: (19) 3702-6105 www.festadopeaolimeira.com.br 11ª Beauty Fair – 2015 Quando: 5 a 8 de setembro Onde: Expo Center Norte | R. José Bernardo Pinto, 333 São Paulo-SP Informações: www.beautyfair.com.br Exposição Municipal Agropecuária Comercial e Industrial de Avaré (Emapa) Quando: 8 a 14 de setembro Onde: Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel R. Doutor Fernando Cruz Pimentel | Avaré-SP Informações: (14) 3733-1549
XLIV Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola (Conbea 2015) Quando: 13 a 17 de setembro Onde: Hotel Fazenda Fonte da Colina Verde R. Veríssimo Prado, 1.500 | São Pedro-SP Informações: (16) 3203-3341 www.sbea.org.br/sbea 53ª Feira internacional e equipamentos, produtos, serviços, alimentos e bebidas para hotelaria (Equipotel – 2015) Quando: 14 a 17 de setembro Onde: Anhembi | Av. Olavo Fontoura, 1.209 | São Paulo-SP Informações: www.equipotel.com.br Alimentaria Brasil 2015 (feira internacional de alimentos e bebidas) Quando: 15 a 18 de setembro Onde: Anhembi Parque | Av. Olavo Fontoura, 1.209 São Paulo-SP Informações: (11) 3060-5000 www.facebook.com/AlimentariaBrasil
30ª Feira Internacional de Logística (Movimat – 2015) Quando: 15 a 17 de setembro Onde: Expo Center Norte | R. José Bernardo Pinto, 333 São Paulo-SP Informações: www.expomovimat.com.br 8ª Mobile Payment – As melhores práticas em Mobile Payment, Commerce e Banking Quando: 16 a 17 de setembro Onde: Hotel Transamérica | Av. das Nações Unidas, 18.591 São Paulo-SP Informações: www.mobilepayment.corpbusiness.com.br 16ª IHRSA / Fitness Brasil – 2015 Quando: 17 a 19 de setembro Onde: Transamérica Expo Center | Av. Doutor Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 | São Paulo-SP Informações: www.fitnessbrasil.com.br 2º Congresso Estadual da Mulher Empresária Quando: 18 de setembro Onde: Palácio de Convenções Anhembi | Av. Olavo Fontoura, 1.209 São Paulo-SP Informações: (11) 99824-7989
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Semana do Comércio Varejista: quem quer crescer, vai!
10 | jornal de negócios
Inadimplência com cheques é a maior em seis anos
A devolução de cheques por insuficiência de fundos foi a maior registrada em maio nos últimos seis anos. As informações são do Indicador Serasa Experian de Cheques sem Fundos. Em abril, o índice chegou a 2,26%. No mesmo período de 2014, o porcentual era de 2,17%. O registro também foi o terceiro maior desde o início da série histórica, em 1991. Apenas maio de 2006 (2,37%) e maio de 2009 (2,52%) foram piores. Para os economistas da Serasa Experian, inflação, juros e desemprego em alta seriam as causas do aumento.
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mobilização da sociedade A valorização da mão de obra local é só um dos aspectos estimulados pela opção de compra no menor empresário. Essa atitude também auxilia a comunidade, já que o dinheiro circula mais nos bairros, dinamizando-os – não só nos grandes centros comerciais.
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lecimento não passe em branco na data”, explica. Para mostrar a devida relevância desses negócios, o Movimento Compre do Pequeno Negócio reforça aspectos como a proximidade dos estabelecimentos com casa, trabalho e lazer dos consumidores. A oportunidade de emprego também é um ponto ressaltado pela campanha, lembrando que milhões de trabalhadores tiveram a primeira chance em um empreendimento de menor porte.
ENTRE NESSA CORRENTE PELAS REDES SOCIAIS O
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buindo melhor a renda pelo território nacional. Juntas, as MPEs respondem por 27% de toda a riqueza produzida em território brasileiro, o Produto Interno Bruto (PIB). A campanha terá como marco a data 5 de outubro, quando é celebrado o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa. Até lá, a ideia é espalhar e promover esse comportamento por todo o País. Para levar essa mensagem ao público, o Sebrae‑SP preparou diversas ações, como treinamento de empresários, distribuição de material informativo e adesivos, como explica o gerente de Inteligência de Mercado, Eduardo Pugnali. “Faremos uma série de capacitações para o empresário pensar estratégias que possam ser feitas visando ao movimento, como promoções e mudanças de vitrines, de modo que o estabe-
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O Movimento Compre do Pequeno Negócio também está nas redes sociais. Para divulgar e compartilhar registros, os consumidores e donos de micro e pequenos empreendimentos podem postar selfies e depoimentos acompanhados das hashtags da campanha: #eucomprodopequenonegocio; #compredequemvoceconhece; #compredequemestapertodevoce; #compredopequeno.
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alorizar os pequenos empreendimentos e, com isso, contribuir para os desenvolvimentos local e nacional: esse é o objetivo do Movimento Compre do Pequeno Negócio. Apoiada pelo Sebrae‑SP, a inciativa desenvolve diversas ações com o objetivo de conscientizar as micro e pequenas empresas (MPEs) e os consumidores sobre a importância de priorizar e incentivar a compra em estabelecimentos menores e de bairro. Melhoria da qualidade de vida na região, geração de novas oportunidades na vizinhança, aquecimento do mercado de trabalho, desenvolvimento da comunidade e estímulo à inovação são alguns dos benefícios que a compra em pequenos negócios pode gerar. O movimento vê nesses pequenos empreendimentos o futuro do País. Isso porque essas empresas geram 52% dos empregos formais no Brasil, distri-
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Campanha apoiada pelo Sebrae‑SP estimula consumidor a comprar das MPEs, desenvolvendo as economias local e nacional
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Movimento nacional valoriza o pequeno
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A campanha deve contar com a participação efetiva dos empreendedores, que exercem papel importante na hora de transmitir essa mensagem para os clientes, indica Pugnali. “O Movimento não está direcionado apenas a micro e pequenas empresas, também visa dar o devido valor para o consumidor. Queremos falar com o cliente do nosso cliente. A ideia é que essa seja uma mobilização da sociedade para que, cada vez mais, os consumidores valorizem os pequenos negócios que estão no entorno, reconhecendo que eles, de fato, são o motor da economia.” Mais informações sobre o Movimento Compre do Pequeno Negócio podem ser obtidas no site w w w.compredopequeno.com .br, bem como nos Escritórios Regionais do Sebrae‑SP.
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Crise aumenta procura por consertos em veículos
Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apontam que, nos últimos meses, os ajustes na economia têm provocado aumento nos gastos com consertos de veículos. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio Varejista (PCCV), as lojas de autopeças tiveram alta de 2,5% em abril diante do mesmo período de 2014. Na cidade de São Paulo – maior mercado consumidor do Estado –, a expansão nas vendas desses itens foi de quase 25%. Já as vendas de veículos, no mesmo intervalo de tempo, caíram 5%.
Faça render o seu tempo
Saber administrar bem a agenda ajuda o empreendedor a reduzir problemas, concluir tarefas pendentes e manter o negócio saudável
Use pastas organizadoras – Saber onde estão exatamente os papéis de que precisa ajuda a economizar minutos preciosos. Uma boa dica é adotar pastas sanfonadas, de preferência com 30 arquivos de plástico. A intenção é destinar cada espaço para um dia do mês, colocando ali tarefas que não po-
Definindo prioridades
Diminua o número de reuniões – Segundo Barros, é comum entre os empresários a realização de reuniões improdutivas, que não resolvem muita coisa. Se for mesmo necessária, programe o encontro com uma pauta bem definida e previsão de início e fim. “Além disso, gerencie o tempo no encontro, estabelecendo, ainda, metas e objetivos posteriores”, comenta. SINAIS DE ALERTA Algumas pistas podem sinalizar se o empresário tem alguma dificuldade para gerenciar o tempo de forma adequada. “O primeiro indício é quando ele trabalha arduamente todos os dias, a empresa não dá resultados e o empresário não consegue enxergar quais são os problemas. Pode ser sinal de que ele não esteja fazendo a gestão do negócio, justamente por não conseguir organizar o tempo”, assinala o consultor do Sebrae‑SP. Barros compara o problema à pressão alta. “Assim como ela, a má gestão do tempo é uma complicação que você não percebe que tem. Só constata quando há uma crise”, observa ele. A boa administração do tempo traz resultados valiosos, segundo o consultor, como redução do estresse na empresa, resolução de problemas e tomada de decisões mais efetivas. Além disso, resolvido esse gargalo, o empresário cria condições para ter um olhar mais inovador para os seus negócios. O consultor reforça, ainda, que o empreendedor não pode deixar de lado a participação na atividade-fim do negócio. “A empresa começa a crescer e, se ele perde o contato com a sua base, é mais fácil de o negócio ruir.”
Uma dica simples para definir as prioridades do dia é seguir a matriz de urgência, conforme a ilustração. Nesse quadro, o empresário pode dividir e elencar quais atividades são prioridades ou não. •N o quadrante de tarefas urgentes e importantes, devem ser colocados aqueles problemas inadiáveis, imprevistos de risco e projetos com prazo apertado. • J á no eixo de ações não urgentes, mas importantes, o empreendedor pode inserir estratégias, planejamentos, treinamentos e ações preventivas. •N o quadro de atividades não importantes, mas urgentes, entram interrupções, telefonemas, reuniões e tarefas que podem ser delegadas a outras pessoas. •E , por fim, no quadrante de ações não importantes e não urgentes estão, por exemplo, conversas triviais, tarefas agradáveis e quaisquer atividades que resultem em perda de tempo.
urgentes importante
Telefonemas – No começo do dia, liste todas as ligações que precisará fazer ao longo do período, levando em conta as prioridades (as mais importantes em primeiro lugar) e os horários. Encaixe as ligações recebidas fora da programação entre as já anotadas. O essencial é não perder o controle do planejado no início do dia para não encadear uma série de imprevistos e interrupções.
dem atrasar e contas a pagar. Assim, o empresário utiliza a pasta como uma agenda, abrindo-a diariamente para checar as responsabilidades do dia.
Não importante
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om um time enxuto, micro e pequenas empresas colocam um desafio a mais nas mãos de seus proprietários: sem ter a quem delegar, muitas vezes, eles precisam se desdobrar para dar conta das tarefas. Nesse cenário, administrar bem o tempo para conseguir cumprir a agenda parece uma missão impossível. A boa notícia é que existem meios para garantir agilidade. “O empreendedor costuma dizer que não tem tempo para fazer tudo. Na verdade, o que falta é senso de organização”, afirma o consultor do Sebrae‑SP, Ruy Barros. De acordo com ele, o passo inicial é ter a atitude de querer organizar o dia a dia do negócio. “Uma estratégia é usar listas e colocar no papel o que tem a fazer. No decorrer do dia, conforme apareçam novas atividades, o empreendedor deve acrescentá-las na relação e estabelecer quais merecem primeiro a sua atenção. Assim, ele determina prioridades e usa o tempo da melhor maneira para resolver tudo o que precisa”, explica. Veja mais algumas dicas práticas:
não urgentes
crises
metas e planejamentos
interrupções
distrações
Fonte: Sebrae‑SP, SB Coaching, Tech Center
12 | jornal de negócios
Mais brasileiros querem ter o próprio negócio...
Pelo menos 38,5 milhões de brasileiros sonham em abrir a própria empresa. O dado faz parte do levantamento do Instituto Data Popular, que mapeou a intenção em 28% dos entrevistados. Em 2013, 23% expressou a mesma intenção. Entre os interessados, 78% estão se preparando, seja pesquisando a área almejada (38%), seja economizando (28%), seja estudando (12%). “Os brasileiros enxergam no empreendedorismo uma iniciativa para garantir mais renda e um bom futuro para a família”, diz o presidente do Data Popular, Renato Meirelles.
Flores de laboratórios, uma tendência Pequenos agricultores podem recorrer a material genético melhorado para produzir novidades cada vez mais belas e resistentes
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e encanto fácil, as flores têm um poder de atração natural, fazendo girar, no Brasil, um mercado de R$ 5,7 bilhões no ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). Enquanto a economia nacional registra queda na maioria das atividades, o setor espera elevação de 8% no faturamento este ano. Em São Paulo, a expectativa de bons negócios é grande. O Estado é o maior produtor do País, com cerca de 30% do segmento, tornando a região mais do que um polo de plantio, uma vitrine estratégica. Neste mês, a chegada da primavera impulsiona ainda mais esse mostruário das tendências. Os que operam no segmento contam com as feiras e exposições para conhecerem as novas plantas que ganharam melhorias de cores, tamanhos, formas e durabilidade. A inovação consiste, basicamente, em chegar a um novo tipo de planta com a manipulação do material genético e reprodução em laboratório. Para quem compra mudas melhoradas, cultivo, ajuste e colheita de resultados levam, aproximadamente, um ano e meio de trabalho. Alma do negócio O Grupo Swart, grande produtor e referência nacional no cultivo de rosas de corte e kalanchoes, não abre mão
da estratégia, comenta o diretor Victor Villa Nova. “A inovação é a alma do negócio nessa área. A vantagem para o produtor é levar para o consumidor a novidade e não ter tanta concorrência no início, podendo agregar mais valor aos itens comercializados”, conta. A estratégia tem impacto positivo no bolso de quem a cultiva. Segundo Villa Nova, as flores que têm melhorias genéticas chegam a ser comercializadas com valor 20% superior às convencionais. A estratégia também pode fazer parte da realidade dos pequenos. É o caso do orquidário familiar Colibri Or-
que compram, geralmente, em eventos específicos, que oferecem tipos raros ou especiais. Por isso, trabalhar com melhoramento das flores se tornou vital para a companhia de Lúcia. “Lidamos com espécies que não são facilmente encontradas em floriculturas e que, além disso, são mais simples de cultivar.” O trabalho feito no Colibri Orquídeas tem o objetivo bem definido. “Não adianta ter uma planta espetacular, mas de difícil cultivo. Nós não tentamos sofisticar a flor, mas domesticá-la". Segundo Lúcia, a evolução feita em uma espécie une as melhores
São Paulo é o maior produtor do País, com cerca de 30% do segmento quídeas, localizado em São Lourenço da Serra (SP). A propriedade nasceu em 1998, já de olho em oferecer aos clientes mais do que plantas convencionais, como explica uma das proprietárias, Lúcia Morimoto. “Fomos ao Japão estudar a parte de melhoramento, de reprodução de orquídeas em laboratório e, ao retornarmos, aprimoramos os conhecimentos. E, então, vislumbramos o segmento de exposições", conta. Segundo a empresária, 70% dos clientes do orquidário são colecionadores
qualidades de orquídeas diferentes. “A vantagem é que o modelo que adotamos cabe em nossa propriedade, já que para fazer uma produção em grande escala precisaríamos de uma área bem maior. Conseguimos sobreviver porque oferecemos uma grande variedade, mas em pouca quantidade e conseguimos, assim, trazer mais valor para o nosso trabalho", conta Lúcia. A tentativa de inovar é importante aliada de pequenos, explica o consultor do Sebrae‑SP Fábio Brass. “Buscar
novidades como variedades, plantas em evidência na mídia ou mesmo explorar espécies ornamentais ainda ‘inéditas’ podem incentivar o consumo e destacar o item”, recomenda. Eventos importantes O processo de produzir exemplares melhorados pode ser feito internamente, com estrutura adequada para a intervenção genética, ou comprando de terceiros, como indica o sócio-proprietário da Hórtica Consultoria e Inteligência de Mercado, Hélio Junqueira. “O material básico, geralmente, é desenvolvido e comercializado por empresas e breeders [melhoristas] internacionais, principalmente da Holanda, Japão e Estados Unidos. Para o acesso a materiais genéticos novos e de primeira linha, o agricultor deve entrar em contato com fornecedores estrangeiros, solicitando catálogos e informações técnicas e comerciais”, orienta. Os eventos e exposições do setor são um bom caminho para contatar essas companhias. A pequena e charmosa Holambra, no interior paulista, é reconhecida como ponto de encontro dos empresários e consumidores de plantas ornamentais. A cidade, além de grande produtora, é palco de três importantes eventos, obrigatórios nas agendas dos empresários
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... e Região Norte tem maioria dos candidatos a empreendedores
A pesquisa do Data Popular mostra que a Região Norte detém a maior concentração dos que têm vontade de empreender (55%). Em seguida, vêm as regiões Nordeste (33%), Sul (26%), Centro-Oeste (24%) e Sudeste (24%). Homens predominam entre os candidatos a empresário, com 53%. A classe média lidera (50%), seguida pela alta (28%) e pela baixa (22%). Jovens de 18 e 35 anos são o maior grupo (54%). Depois, os de 36 e 45 anos (19%), e maiores de 46 anos (27%). Na formação escolar, ensino fundamental é a maioria (50%). Depois, médio completo (37%), e superior (13%).
interessados em investir em descobertas, sugere Junqueira. Em julho, a Hortitec apresenta itens comerciais e abre espaço para negociações de testes em campo para validar lançamentos, assim como levar propostas de material genético. No mês seguinte, o Enflor apresenta novidades para lojistas, decoradores, designers e artistas. Em setembro, é a vez de mostrar para o grande público consumidor as tendências de mercado, na Expoflora.
O Grupo Swart, por exemplo, participa desse último evento levando, neste ano, os kalanchoes de corte, com pequenas flores, de caule longo e resistentes ao etileno, o hormônio que envelhece as plantas – fruto do processo de melhoria investido pela empresa. De acordo com Villa Nova, o valor aplicado na novidade retorna, geralmente, em seis meses após o lançamento e comercialização. Para tomar a decisão de aplicar em melhorias, o consultor do Sebrae‑SP
Fábio Brass recomenda: “Existe a pressão do mercado querendo ver o setor inovar e atrair o consumidor. Somente pela beleza notória das plantas, a reação não é relevante, é preciso fazer mais para se manter e crescer. Para se diferenciar, é necessário saber que qualquer mudança pode impactar tanto nas despesas para produção, quanto nas rotinas da lavoura. É indispensável planejar, analisar e colocar tudo na ponta do lápis”, sugere.
Passo a passo para investir em novidades Para produzir flores e plantas ornamentais que passaram por melhorias, pode-se recorrer a diversos materiais genéticos, como sementes, mudas e bulbos. O empresário interessado em
Foto: Rubens Chiri
comprar de terceiros a novidade precisa seguir, basicamente, o caminho abaixo, segundo o consultor Hélio Juqueira: 1. Conheça o mercado O produtor deve contatar consumidores potenciais, varejistas e atacadistas para saber quais são as variedades e tendências em alta. Feiras e exposições são bons canais de contato. 2. Analise a viabilidade O interessado em novidades precisa fazer um estudo de aptidão climática e ecológica da região. É preciso checar se a propriedade tem condições de fazer a adaptação do cultivo. É preciso visualizar se vale a pena, assim como as escalas e períodos de cultivo. 3. Faça um plano de negócios A logística deve estar apta, bem como os preços a serem cobrados, formulando, de preferência, um planejamento para todo o processo. 4. Negocie Na hora de fechar o acordo comercial com a empresa que fornecerá o material genético, estude como será feito o pagamento de royalties da variedade inovadora e negocie previamente para não ter problemas no futuro. Lúcia Morimoto, da Colibri Orquídeas: "Trabalhamos com espécies que não são comumente encontradas nas casas especializadas"
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Crédito para os pequenos deve alcançar R$ 1,5 bilhão até dezembro...
As previsões de microcrédito do Banco do Brasil (BB) somam R$ 1,5 bilhão ao longo deste ano. Focados nos empreendedores informais (pessoas físicas), individuais e micro e pequenas empresas, os financiamentos se destinam ao capital de giro e investimentos como aquisição de mercadorias. Em 2014, foram liberados R$ 2,1 bilhões, com predominância de transações – 66% – no segundo semestre. Até junho de 2015 foram contratados R$ 570 milhões. A expectativa do BB é que, até dezembro, seja liberado R$ 1 bilhão.
“Experiência de compra”, adote esse diferencial Conceito explora o estímulo sensorial e formas de relacionamento com clientes para fortalecer a marca e aumentar as vendas
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enriquecer a vida de seu cliente. “Para isso, não basta vender algo. É preciso estimular os sentidos e as formas de relacionamento com o consumidor, deixando que ele decida pela compra por valores relacionados aos sentimentos, e não pela simples razão”, explica. O assunto é tão importante que ganhou espaço nas últimas edições da National Retail Federation (NRF), evento que acontece anualmente em Nova York (EUA) e é referência mundial para as tendências do setor varejista. Adotar esse conceito significa criar um diferencial para a empresa diante dos consumidores com maior poder de decisão. Hoje, eles são acirradamente disputados, até mesmo pelas lojas on-
Foto:Rubens Chiri
bola da vez no varejo atende pela expressão “experiência de compra”. Ela exprime um conceito de relacionamento com os clientes que vem ganhando força. A proposta é criar um diferencial que atinja emocionalmente o consumidor e deixe uma lembrança positiva em todo o processo na relação entre lojista e cliente, desde o ato da aquisição até o pós-venda. Adequar essa nova ideia à pratica é um dos desafios atuais dos varejistas. Para começo de conversa, é preciso entender e sentir o conceito desse novo termo. Segundo o consultor do Sebrae‑SP Jean Fábio de Oliveira, experiência de compra é uma forma de a empresa demonstrar como ela pode
Marcelo Dória, da Depósito da Lingerie, encomendou uma fragrância personalizada para o ambiente da loja
line, e expostos a um volume de informações, tornando-os mais seletivos. O lojista que dá atenção a isso se destaca dos concorrentes e, assim, atrai os clientes interessados em quem atenda melhor às suas expectativas emotivas e experiências com os produtos ou serviços disponibilizados. Teoria na prática Foi o que notou o proprietário do Depósito de Lingerie, Marcelo Dória. Após implantar o novo conceito em suas lojas, ele sentiu o efeito nas vendas. As dez unidades do Depósito da Lingerie avançaram em fidelização de clientes, taxa de conversão (a pessoa que entra na loja e compra) e tíquete médio. Para ele, isso é a consequência do aumento do nível de satisfação do público-alvo. Focado na inovação, ele afirma: “Queremos evoluir de forma qualitativa”. As mudanças começaram a partir de 2014, após sua participação na NRF e as visitas técnicas que fez em lojas de Nova York com um grupo do Sebrae‑SP. O empresário notou que os estabelecimentos de lá tinham o conceito de experiência de compra bem desenvolvido. Ao voltar, ele fez algumas adaptações para seguir o mesmo caminho. Além de praticar preços competitivos e suas lojas estarem localizadas em pontos de fácil acesso, deu maior atenção ao ambiente do ponto comercial e treinamento dos vendedores. Entre as novidades adotadas, o empresário colocou nas dez unidades, todas localizadas na zona leste de São Paulo, um painel descritivo com a história do bairro, uma forma de reforçar
o vínculo afetivo entre a loja e a consumidora daquela região. Ao entrar no estabelecimento, ela encontra café fresquinho e ambiente agradável, e é recebida por um cumprimento atencioso da vendedora: “Olá, bom dia/boa tarde/boa noite, seja bem-vinda ao Depósito da Lingerie, meu nome é..., qualquer coisa, é só me chamar”. É papel da atendente também estimular a cliente a tocar nas peças, a fim de incentivar o tato. Para caprichar no atendimento, o time da Depósito da Lingerie passa por treinamento frequente, numa sala batizada por Dória de “Universidade da Lingerie”. Depois de uma pesquisa com clientes e vendedoras, o empresário descobriu a fragrância que mais agradava e encomendou a um químico a tal essência. Agora, manda fazer os produtos de limpeza com esse aroma, para que o ambiente tenha um cheiro característico. O objetivo das estratégias adotadas por ele é estimular os cinco sentidos: tato, olfato, visão, audição e paladar. “Quem não vende um conjunto de atributos com qualidade tende a ter sérias dificuldades de se adaptar no varejo”, comenta.
jornal de negócios No vídeo, confira dicas da Loja Conceito Sebrae-SP do Brás para aprimorar seu comércio: http://sebr.ae/sp/experiencia
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...com orientações de gestão do Banco do Brasil
No Programa Crescer de Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), o Banco do Brasil (BB) oferece um diferencial para os negócios de pequeno porte: orientação na administração feita por agentes de crédito. Segundo o diretor-geral da Unidade de Negócios Sociais e Desenvolvimento Sustentável do BB, Asclepius Ramatiz Lopes Soares, o serviço se torna relevante para aqueles que aproveitam a crise para empreender. A linha é dirigida aos microempreendedores e microempresas com faturamento de até R$ 120 mil por ano.
Ambiente do estabelecimento
Um novo jeito de vender o seu peixe
ÿ Criar uma identidade visual, sobretudo com cores que se comuniquem com o tipo de cliente atendido. ÿ Estabelecer uma atmosfera de conforto para o cliente, com iluminação, sonorização e aromas próprios da loja. ÿ Determinar formas de entretenimento ao cliente, mantendo-os mais tempo dentro da loja.
Dicas para oferecer uma experiência de compras "nota 10"
Atendimento ÿ Adotar uma abordagem exclusiva e personalizada, focada no tipo de cliente que deseja atingir. ÿ Os profissionais de vendas deverão entender de gente – conhecer seus gostos, preferências, tendências e comportamentos. ÿ Customizar os serviços, pois serão o grande diferencial para as lojas físicas.
Qualidade de produto e serviço ÿ Vivemos a era da democracia do luxo, ou seja, os consumidores têm poder de compra e querem produtos e serviços que não conseguiam obter antes. Mas, diante da concorrência com preços semelhantes, a qualidade é o valor que faz a diferença na experiência de compra. ÿ Os consumidores de hoje têm vontades e desejos exclusivos, e não massificados como antes. Isso entra em sua percepção de qualidade. Para eles, entregar esse valor é obrigação do lojista.
Pós-venda ÿ O pós-venda deve ser sempre o melhor canal de relacionamento com o cliente. Lembre-se de que o varejo se trata de uma experiência cíclica. ÿ Criar estratégias para manter o consumidor conectado à loja. ÿ Utilizar meios de comunicação para enviar atualizações de produtos/serviços e antecipar as vendas por esses meios. ÿ Tratar toda e qualquer reclamação o mais rapidamente possível. ÿ Divulgar os elogios recebidos a todos os clientes que procurarem por referências de seu atendimento. Fonte: Jean Fábio de Oliveira, consultor do Sebrae‑SP
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Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o SEBRAE-SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente, ou seu representante, poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do SEBRAE-SP ou pelo 0800 570 0800.
informática
ORGANIZACIONAL REFLEXOLOGIA é um tratamento de saúde indicado para depressão, estresse, fobias, tensão e outros. Assista ao vídeo; www.djalma.com.br. Tel.: (11) 99828-7678.
marcas e patentes
TRANSPORTE
Quer anunciar? Procure um dos escritórios do Sebrae-SP
18 | jornal de negócios
Na hora de escolher o curso de coaching, é bom se prevenir
Segundo a Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis), entre as principais precauções estão checar a qualidade da instituição de ensino e atentar à qualidade dos cursos e a adaptação à sua necessidade. Os exercícios práticos precisam ser monitorados por um mentor experiente e capacitado que trabalhe na área. Vale conferir se o instituto certificador internacional existe de fato, pedindo o nome do presidente/diretor e o telefone de contato. Segundo a Febracis, 99% das entidades são apenas de fachada.
Coaching para as pequenas Embora ainda cara, a consultoria pessoal pode ajudar donos de MPEs a melhorar performance do negócio
A
mplamente usado por grandes corporações para desenvolver habilidades de seus executivos, o coaching (treinamento, em português) começa a despertar o interesse dos donos de micro e pequenas empresas (MPEs), segundo Paulo Vieira, presidente da Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis). A missão desse treinador é ajudar a equilibrar qualidades técnicas com inteligência emocional, algo funda-
mental para conduzir de maneira eficiente um negócio, independentemente de seu porte. “A procura pelo atendimento triplicou nos últimos dois anos”, afirma Vieira, que acrescenta que o custo do serviço ainda é elevado (de R$ 180 a R$ 6 mil por hora). Segundo a coach Cristina Gomes, sócia da Asas Desenvolvimento Humano, o consultor pessoal precisa ter conhecimentos em comportamento humano, mudança e negócios. “Apoia-
do por um mentor, o empreendedor entende que não basta ter uma boa ideia. Antes de colocar seu produto na rua, é preciso se estruturar técnica e intelectualmente”, afirma Cristina. Antes de contratar a assessoria, a consultora de negócios do Sebrae-SP, Esmeralda Queiroz, recomenda checar a certificação do prestador do serviço. Ela compara o coaching a uma terapia. Isso porque o atendimento é individual e o aconselhamento é voltado aos
desenvolvimentos pessoal e profissional, e não para a gestão do negócio. “O que mais se aproxima disso no Sebrae-SP é o Empretec, programa que destaca o comportamento empreendedor”, afirma. Ministrado em seis dias, com 60 horas de capacitação, esse seminário baseia-se em metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) e promove o melhor desempenho empresarial, dando maior segurança para tomar decisões, entre outros aspectos.
Essa, é para você e a sua empresa! De 05 a 10 de outubro, na Semana do Empreendedor, confira as dicas e soluções que o Sebrae-SP e parceiros prepararam para alavancar os pequenos negócios. São diversas ações como atendimentos nos escritórios do Sebrae-SP, caravanas Sebrae Móvel ou tendas em locais públicos, além de palestras, oficinas e orientações para você, que quer abrir ou melhorar sua empresa. Participe. O evento dura uma semana. Os resultados são para o ano todo.
Para participar, procure um dos locais de atendimento do Sebrae-SP, ligue 0800 570 0800 ou veja a programação e detalhes em:
http://sebr.ae/sp/semana-emp
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Apenas agricultura tem desempenho positivo na geração de emprego
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apenas a agricultura teve desempenho positivo, com geração de 44.650 postos de trabalho formais. O resultado se refere ao mês de junho e se deve a razões sazonais. O setor com mais baixas foi a indústria, com o fechamento de 64.228 empregos, seguida por serviços (menos 39.130 postos) e comércio (25.585). A construção civil fechou 24.131 vagas.
empretech
Na frequência do cliente
Tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) pode auxiliar no controle de estoque e diminuir as filas nos caixas Ainda pouco presente no varejo do País, o sistema de RFID (Radio Frequency Identification) permite constatar todas as informações do produto instantaneamente, por meio de uma etiqueta inteligente. “É possível fazer o controle de estoque da loja em tempo real, pois a tecnologia identifica cada produto mesmo que ele troque de lugar dentro do estabelecimento”, diz o consultor do Sebrae‑SP Paulo Marcelo Tavares Ribeiro. O sistema é composto por emissor (a etiqueta, que envia o sinal), receptor (antena) e captador (software que identifica as informações). O preço de implantação varia com o tamanho da loja e de acordo com número de produtos. Estima-se que para um estabelecimento de 90 metros quadrados, o custo de instalação fique em torno de R$ 40 mil. O “grosso” do investimento fica por conta desse serviço e da compra do software, que gerenciará os processos. As etiquetas (R$ 0,10 a unidade) e antenas que captam o sinal são de baixo custo.
No varejo, o sistema pode ser usado para controlar estoque, com a identificação dos produtos pelas etiquetas; enviar mensagens de promoções para os clientes que estão nos arredores da loja; acompanhar a vida útil de um produto e oferecer sua troca quando a validade expirar; e reforçar a segurança do estabelecimento, uma vez que as antenas identificam quando um produto sai do local sem passar pelo caixa. “Outra aplicação no varejo pode diminuir as grandes filas na hora de pagar nas lojas e supermercados. Com a tecnologia, o cliente poderia atravessar o caixa com todos os produtos, sem tirá‑los do carrinho ou das sacolas, e eles seriam registrados automaticamente, evitando a leitura manual do código de barras de cada item”, afirma Ribeiro. Há outras aplicações comuns da solução, mas que passam despercebidas. Essa tecnologia é utilizada para liberar cancelas de pedágios, supermercados e outros estacionamentos pagos, cujos valores serão cobrados em forma de fatura.
Maiores
benefícios para os usuários são:
ÿ Identificar e rastrear ativos e pessoas ÿ Verificar e melhorar a eficiência de processos ÿ Aprimorar o controle de inventário ÿ Melhorar a gestão de produtos perecíveis ÿ Reduzir perdas ÿ Combater roubos e falsificações ÿ Obter maior confiabilidade na gestão de dados ÿ Contar com informações acuradas para tomada de decisões ÿ Atender aos requerimentos de varejistas e distribuidores ÿ Controlar pós-venda e garantia ÿ Viabilizar a sincronização da cadeia de suprimentos ÿ Ampliar a visibilidade dos produtos ÿ Diminuir os riscos operacionais ÿ Aumentar a satisfação e a fidelidade do cliente
números do setor
R$ 40 mil é o valor aproximado para instalação da tecnologia em 90 m²
R$ 0,10 Cada “etiqueta inteligente” custa, em média, dez centavos
12 aplicações Existe pelo menos uma dúzia de usos da RFID
Fonte: Fit Instituto de Tecnologia
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Burocracia desestimula negócios e incentiva a corrupção
Reduzir a burocracia deveria ser uma prioridade do governo. Essa é uma das conclusões da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Burocracia, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada em parceria com o Ibope, que ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros. No levantamento, 72% dos entrevistados disseram que combater a burocracia deveria ser uma ação urgente. Para 74%, o excesso de burocracia desestimula os negócios, incentiva a corrupção e a informalidade, além de onerar o Tesouro.
A arte de prospectar clientes Buscar novos consumidores demanda planejamento e foco, mas com parcerias e criatividade é possível obter bons resultados er empreendedor vai além de administrar o negócio e entregar um bom produto ou serviço. Conquistar nova clientela é vital para que a empresa gire e nunca pare de crescer. Para fazer esse trabalho, é necessário não só focar em aumentar a freguesia, mas também criar ações para fidelizá-la. A atividade de prospecção exige tempo e planejamento, como explica o consultor do Sebrae‑SP Paulo Marcelo Ribeiro. “Antes de buscar clien-
capital paulista. A proprietária Adriana Dalboni apostou na clientela do comércio vizinho para atrair novos pacientes. A dentista organizou sorteios e distribuiu brindes, além de entregar panfletos divulgando a clínica. “Um paciente que chega ao consultório como resultado dessas estratégias já paga o investimento”, conta Adriana. A primeira grande ação do consultório para atrair novos clientes também nasceu de uma parceria. Com a
Foto: Fernando Nunes
S
“Todas as crianças que fazem tratamento na clínica recebem um certificado personalizado”, diz Adriana tes, é preciso definir de maneira clara qual o público-alvo da empresa. A recomendação é fazer uma reflexão estratégica com os colaboradores para definir quem será atingido”, sugere. Para começar, uma estratégia indicada por Ribeiro é retomar o contato com a lista de clientes que já passaram pelo estabelecimento e não retornaram. O passo seguinte é olhar para o mercado e perceber onde estão as oportunidades. Segundo o consultor, o empresário tem diversas opções para prospectar clientes, como participar de feiras de negócios, contratar base de dados ou fechar parcerias com empresas de outro setor, mas com mesmo público. “Se ele tem uma empresa que trabalha com roupas de esporte, pode fazer uma parceria com uma academia para vender o produto ali”, aponta. A estratégia tem dado certo para o consultório Dalboni Odontologia, na
divulgação em lojas de brinquedos, Adriana propôs, em outubro do ano passado, um mês inteiro dedicado às crianças: em todos os sábados, o consultório realizou atividades lúdicas para informar sobre a importância da higiene bucal, desmistificando o medo dos pequenos de ir ao dentista, e atraindo, de quebra, novos pacientes. “Fiz um evento com a fada do dente. Eu dava uma aulinha sobre higiene bucal para as crianças e inventei uma história em que ela aparecia para ajudar as crianças a perderem o medo do consultório. As crianças ajudavam a atender a personagem. A repercussão foi ótima. Com isso, aumentou em 30% a minha carteira de clientes”, conta Adriana. A clínica não se restringe a buscar mais pacientes. A fidelização faz parte da rotina. “Sempre mando cartinha de aniversário e lembrancinhas no fim
Com ações como o painel com fotos de pacientes, Adriana Dalboni mantém taxa de fidelização de 80%
do ano. Além disso, os clientes recebem a cada seis meses um e-mail ou telefone para retornar e fazer a parte preventiva”, afirma Adriana. Com as crianças, o cuidado é ainda maior. “Todas as crianças que fazem tratamento na clínica recebem um certificado personalizado, parabenizando-as pelo bom hábito”, diz Adriana. No dia da consulta, ela tira a foto do pequeno paciente na cadeira odontológica e co-
loca no certificado, que é enviado depois pelos Correios. “E quem quiser pode ter uma foto comigo ou sozinha para ser colocada na galeria, que fica na recepção. No início, fiz só dos pequenos, até ser sur preendida com o pedido dos adolescentes para ter imagens deles também”, conta. O sucesso, segundo ela é garantido: com essas ações de fidelização, o consultório mantém 80% da clientela.
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O Sebrae Responde é um serviço destinado a atender empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas. Tem como objetivo esclarecer dúvidas e orientar sobre a abertura de novos empreendimentos, bem como tratar de questões relacionadas à gestão de empresas já constituídas.
Dicas para ampliar o público-alvo ÿ Faça uma relação de clientes potenciais, buscando possibilidades, também, em associações, sindicatos e conselhos regionais. Além disso, é possível comprar listas qualificadas, de preferência em filiadas à Associação Brasileira das Empresas de Marketing Direto (Abemd) ÿ Compartilhe a lista de consumidores com empresas não concorrentes, mas que tenham o mesmo público-alvo ÿ Estimule a indicação. Ofereça mimos ou descontos para clientes que indicarem novos consumidores para a empresa ÿ Use a internet como canal de prospecção, com ferramentas como e-mail marketing, sites, blogs e mídias sociais para atrair novos pacientes ÿ Agende visitas pessoais com a clientela potencial a fim de estreitar laços, marcando previamente para evitar desperdício de tempo e recursos ÿ Adote o ciclo de prospecção. O empreendedor pode, em primeiro lugar, adquirir uma boa lista de potenciais consumidores, seguida por estímulo via mala direta e ligação de telemarketing para agendar uma visita pessoal
Fonte: As 40 perguntas mais comuns dos empresários – SEBRAE
Opção de negócio Cassia de Freitas, consultora do Sebrae‑SP
Focar em um nicho de mercado pode ser um diferencial para a empresa? Todo empresário de micro ou pequeno negócio certamente já esteve preocupado com as investidas da concorrência em sua direção. A situação fica mais complicada quando o competidor é de grande porte com uma marca reconhecida, com mais dinheiro e poder de negociação que as MPEs. Como permanecer no mercado em uma situação como essa? Uma das opções viáveis é adotar uma estratégia de foco: especializar-se em um grupo de clientes com necessidades e demandas específicas. São os chamados “nichos de mercado”. Alguns exemplos: oficinas que adaptam carros para pessoas com deficiência, redes de venda de alimentos kosher e agências de turismo especializadas em viagens místicas. Para empresas de grande porte, não é interessante repensar toda a es-
trutura do negócio para atender a grupos reduzidos de clientes. Mas, para uma MPE, essa fatia de consumidores pode ser mais do que suficiente para garantir um negócio lucrativo. Contudo, é fundamental conhecer muito bem o perfil do público-alvo e suas peculiaridades, o tamanho desse mercado, o montante do investimento e a infraestrutura para atendê-lo. Pesquisar muito e fazer um bom planejamento são ingredientes para o sucesso. Com a estratégia adequada, é possível obter um faturamento maior do que o conseguido quando se busca o mercado de forma geral, porque a empresa passa a ser referência no nicho onde atua, a marca torna-se reconhecida e os clientes são mais fiéis. E tem a melhor parte: eles estão dispostos a pagar um valor acima da média por um produto ou serviço que precisam muito, mas têm uma dificuldade enorme para encontrar por ser específico ou raro.
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Tendência da inadimplência na indústria é subir
Das empresas que possuem financiamento a longo prazo, 85,6% estão em dia. Os dados são da pesquisa produzida pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Segundo o levantamento, o sinal amarelo é que 18,5% das pequenas companhias estimam que não vão conseguir se manter no azul até dezembro. “Pode ser que em 15 dias o panorama mude”, alerta o diretor do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Fiesp.
Agenda Tributária SETEMBRO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) 21/9 Sistema de recolhimento em valores fixos mensais – Último dia para o pagamento do DAS referente ao mês de julho de 2015
Inovação e gestão de crise Fábio Túlio Felippe, diretor-presidente da Jiva Gestão Empresarial
Essencial para o crescimento de qualquer empresa, a inovação vira palavra de ordem em tempos de crise. Para aproveitar ao máximo seu poder como aliada, seguem cinco dicas: Interaja e se misture: aqui, vale realmente o ditado “a união faz a força”. É fundamental que as pequenas empresas se aglutinem para construir benefícios mútuos, seja para a criação de um grupo de compras com o objetivo de barganhar melhores preços e condições, seja para o licenciamento de marcas. Oxigene-se: para que o gestor tome decisões assertivas, é necessário que ele saiba construir um bom panorama. Por isso, o momento pede que o empresário abra a mente para novos conceitos e conhecimentos e busque aprimoramento por meio de palestras, treinamentos ou leituras. Melhore os processos e faça mais: para fazer mais com menos, é necessário racionalizar processos. Essas movimentações, em geral, podem demandar investimento em treinamento e
melhorias que possibilitem a mudança, o que requer visão ampla do negócio. Aperfeiçoe a gestão e tenha controle do negócio: para evoluir e ter as rédeas da empresa nas mãos, é preciso contar com indicadores que norteiem a tomada de decisões e as definições estratégicas do negócio, como margem de contribuição ou a lucratividade por linha de produto, região ou vendedor. Assim, é possível promover as mudanças que o cenário econômico demanda em tempo hábil. Inove: quais atitudes você tomou diante das mudanças do cenário econômico ou do modo de seus concorrentes agirem no mercado? Aí está a chave para inovar. Contudo, sem organização e conhecimento de gestão, qualquer ação inovadora estará sujeita a tentativa e erro. Por isso, é preciso ter a inteligência do negócio em mãos e, assim, direcionar as mudanças. Lembre-se de que a inovação não chega a você numa solicitação pronta, é necessário estar junto do cliente e atento ao mercado.
SIMPLES NACIONAL (ME/EPP) 15/9 Pagamento da diferença de carga tributária – Diferencial de alíquota de ICMS devido pelas empresas optantes pelo Simples referente às aquisições de produtos de outros Estados realizadas no mês de julho de 2015 21/9 Recolhimento do DAS – Tributos devidos e apurados na forma do Simples Nacional a ser pago no dia 20 do mês subsequente em que houver sido auferida a receita bruta (LC 123, de 2006, art. 21) 30/9 IR – Ganho de capital das empresas optantes pelo Simples Nacional. Imposto de Renda incidente sobre os ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de ativos no mês de julho de 2015 18/9 INSS (Simples Nacional – Anexo IV) LUCRO PRESUMIDO 30/10 (último dia do mês seguinte à apuração do trimestre) Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Recolhimento trimestral. Mês de recolhimento: outubro 30/10 (Último dia do mês seguinte à apuração do trimestre) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – Recolhimento trimestral. Mês de recolhimento: outubro 18/9 Contribuição Previdenciária (INSS) devida pelas empresas em geral calculada sobre o total da folha de pagamento, bem como dos valores retidos. Recolhimento referente à competência de julho de 2015
25/9 Pis/Pasep Faturamento – Contribuição com base no faturamento do mês de julho de 2015 Cofins Faturamento – Contribuição com base no faturamento do mês de julho de 2015 Demais obrigações previdenciárias, trabalhistas e retenções na fonte 5/9 Salários – Último dia para o pagamento do salário do mês de julho/15 4/9 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Recolhimento relativo à competência de julho de 2015 Cadastro geral de empregados e desempregados (Caged). Encaminhar ao Ministério do Trabalho a relação de admissões, transferências e demissões de empregados ocorridas no mês de julho de 2015 15/9 INSS – Contribuintes individuais, facultativos e empregadores domésticos 15/9 INSS – Produtor rural (pessoas física e jurídica) e retenção de 11% na fonte (cessão de mão de obra) 10/9 Entrega ao sindicato da Guia de Recolhimento da Previdência Social (GPS). Entrega, contrarrecibo, da cópia da GPS, referente ao recolhimento do mês de junho de 2015, ao sindicato representativo da categoria profissional 18/9 Imposto Retido na Fonte (IRF). Descontado dos pagamentos do trabalho assalariado, sem vínculo empregatício e a outras pessoas jurídicas Quinzenalmente PIS/Cofins/CSLL – Fonte Contribuições PIS/Cofins/CSLL retidas na fonte
botucatu e região | edição 258 | setembro de 2015 | 23
Comércio de Avaré prepara campanha para aquecer vendas no segundo semestre
Mesmo com o cenário de desaceleração econômica, empresários de Avaré esperam que as vendas de Natal tenham resultados similares aos de 2014. E para garantir que a expectava se concretize, a Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Avaré (Acia) planeja atrair o consumidor com campanhas promocionais e de fidelização neste segundo semestre. “Entidades de atuação nacional já falam em 8% a 10% de retração em dezembro. Mas cada região tem sua característica econômica e vamos trabalhar para evitar esse resultado negativo”, diz Cassio Jamil Ferreira, presidente da Acia.
Comida à moda sertaneja Casal de empresários aposta em modelo temático de restaurante e conquista clientela com culinária caipira de raiz
Como se organizaram para abrir o próprio negócio? Tivemos uma experiência inicial de sociedade que acabou não dando certo por divergência de opiniões. Então, meu marido e eu decidimos prosseguir o negócio em família. Construímos um prédio pequeno em um terreno dele e, aos poucos, fomos aprendendo com erros e acertos. A música e a comida sertaneja fazem parte da nossa cultura, então sabemos do que esse público gosta. Quais são os desafios de empreender no seu segmento? Já conquistamos consumidores fiéis à nossa proposta, mas ainda temos muita gente que vem pela primeira vez. Acho que podemos expandir nos-
Foto: Flávio Luís Fogueral
antes da abertura do próprio negócio, o casal patrícia e adenilson oliveira passou por diversas experiências profissionais no segmento alimentício. ela atuou como cozinheira e trabalhou também em padaria. ele era funcionário de um laticínio. o desejo de empreender se concretizou quando abriram um restaurante temático voltado para a culinária e a cultura sertaneja, o cantinho da viola. com a proposta de oferecer comida caseira em um ambiente familiar, os dois otimizaram a gestão do negócio com o auxílio do sebrae-sp, como conta patrícia nesta entrevista ao jornal de negócios.
eu recomendo ramos oferecer ainda um ambiente tranquilo e seguro para acolher famílias com crianças. Como os programas do Sebrae-SP ajudaram a sua empresa? Para trabalhar com alimentação, não basta conhecer o negócio dos pontos de vista administrativo e financeiro. Buscamos o auxílio da entidade porque queríamos um “braço direito” para nos orientar nesses aspectos. Fizemos oficinas de finanças e também participamos do programa Alimentação Fora do Lar.
so público-alvo. Queremos ampliar a clientela e, para isso, o plano é oferecer um prato típico da casa. Estamos estudando qual receita colocar em destaque no cardápio.
O que melhorou após as consultorias? Passamos a observar e a aprimorar práticas dentro da cozinha, no armazenamento e no manuseio dos alimentos. Investimos em um freezer maior com prateleiras. Tivemos a oportunidade de ir à Fispal, uma das principais feiras do segmento realizadas no País, e ficamos animados com tanta tecnologia e equipamentos que podemos incorporar no futuro.
Quais são os diferenciais competitivos do restaurante? Apresentar a comida em um fogão a lenha e com um sistema no qual o cliente se serve à vontade. Temos saladas, carnes variadas e porções com um tempero e um ambiente de que as pessoas que admiram a cultura sertaneja gostam. De sexta a domingo oferecemos música ao vivo, o que se torna um atrativo a mais. Procu-
Quais são seus planos para o futuro? Pretendemos aumentar a cozinha e agregar a recreação infantil à área externa. Outra ideia é focar na capacitação dos colaboradores. Todo bom funcionário deve ser bem remunerado, o empresário tem de pagar bem e oferecer condições a fim de que o colaborador cresça profissionalmente. É bom para o restaurante e também para quem está empregado.
Patrícia e Adenilson Oliveira: apoio do Programa Alimentos Seguros (PAS)
“O ramo de alimentação requer mais do que conhecimentos financeiro e administrativo. É preciso ter noções de funcionamento da cozinha. Garantir o bom armazenamento e saber como manusear a comida são fundamentais para conquistar a confiança do cliente.” Patrícia Oliveira, proprietária do restaurante Cantinho da Viola
palavra da especialista “Com a participação no programa Receita de Sucesso e no curso Programa Alimento Seguro (PAS), o casal Patrícia e Adenilson Oliveira conseguiu aumentar a qualidade dos alimentos servidos no Cantinho da Viola. O restaurante se destaca pelo ambiente familiar e pela simplicidade da roça, que cativam os clientes.” Marcela Amaral Amorim, consultora do Escritório Regional do Sebrae-SP em Botucatu
24 | jornal de negócios | botucatu e região
Empregos em alta no campo em Botucatu
O segmento agropecuário foi o que mais gerou empregos em Botucatu. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – gerados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – mostram que, em maio, houve 1.084 contratações contra 197 demissões nessa área, com um saldo positivo de 28,7%. Já a indústria de transformação registrou o pior resultado entre os setores analisados: 630 postos de trabalho a menos.
Planejamento e mão na massa Empresária de Botucatu expande mercado de atuação de padaria com auxílio do Sebrae-SP isposta a abrir um negócio com giro rápido de caixa, Elaine Bartoli investiu em equipamentos para montar uma padaria em Botucatu. Ela não tinha experiência no segmento, mas persistência e organização não lhe faltaram para garantir a longevidade do empreendimento. A Panificadora Bartoli, por meio de um planejamento inicial básico, começou a funcionar com a meta de vender 400 pães por dia, número suficiente para pagar as despesas. O local escolhido, o bairro Cohab 1, estava repleto de oportunidades: público com bom potencial de consumo e carente de novidades naquele momento. O movimento foi aumentando e, quatro anos mais tarde, a empresária abriu com o marido uma segunda unidade com foco no atacado, chamada por eles de “ponto quente”, pelo fato de o local abrigar os fornos de panificação. A operação se concentrava na entrega de pães e confeitos para bares, restaurantes e lanchonetes. “Nosso ‘pulo do gato’ foi reinvestir todo o capital que lucramos. Quando lançamos a segunda unidade, uma fazia a massa e a outra assava”, lembra Elaine. Hoje, a empresa revende produtos para outras seis padarias e mantém um serviço de entregas com quatro veículos próprios. Com a expansão das atividades, a administração do negócio ganhou um novo desafio: atrair a segunda geração
Foto: Flávio Fogueral
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Elaine Bartoli, dona da panificadora que leva seu sobrenome: atendimento pessoal a clientes fiéis
para o negócio familiar. Os três filhos de Elaine passaram a atuar como gerentes na Bartoli e os vínculos familiares fortaleceram ainda mais a empresa. “Cada um deles tem a exata noção de suas funções e responsabilidades, e todos têm sua retirada”, diz a empresária. Apoio na expansão Após a mudança de prédio e a expansão da área de atendimento, Elaine buscou o auxílio do Escritório Regional do Sebrae-SP em Botucatu. “Eu precisava me preparar para o aumento da demanda e para o grau de exigência do cliente. Estávamos crescen-
do, mas eu não sabia como controlar e medir a produção”, explica ela. Com as consultorias, ela aprimorou o sistema de controle de fabricação e passou a apurar os custos de mercadorias com mais precisão. “Geralmente o comerciante acha que basta colocar uma margem acima do custo, mas o Sebrae-SP abriu minha visão para o conceito de markup”, afirma Elaine. Com a implantação desse recurso de engenharia de produção, foi possível detectar o ganho sobre cada item produzido. Segundo ela, a orientação dos especialistas foi essencial para identificar quais setores rendiam mais ou menos lucro à panificadora. Após dezesseis anos de mercado, a Panificadora Bartoli tem hoje 34 funcionários e uma produção diária de 5 mil pães. Para Elaine, a conquista da clientela ao longo dos anos se deu graças ao mix variado de produtos e à qualidade do pãozinho francês. O negócio cresceu, mas as raízes foram preservadas. Ela conta que ainda mantém um atendimento pessoal com clientes fiéis que acompanharam o desenvolvimento da padaria. “Estamos em um bairro. Temos de saber que a ‘dona Ana’ gosta de pão mais torradinho e o ‘seu José’ prefere café sem açúcar”, observa. Inovação é outro aspecto que ela acredita ser fundamental para incre-
mentar o faturamento do negócio. Com frequência, Elaine leva confeiteiros de empresas fornecedoras para demonstrar novas receitas a seus funcionários. Os planos para o futuro são promissores. Ela vendeu a segunda padaria aberta, mas já construiu um novo local para abrigar uma indústria de panificação. Tem ainda o objetivo de abrir novos mercados no atacado. “É colocar a mão na massa e planejar com o Sebrae-SP”, diz. “Elaine sempre está atenta às inovações e tendências do mercado, visando aperfeiçoar o processo produtivo de sua empresa. A padaria conta com um ambiente moderno e confortável, além da correta disposição de produ-
Equipe conta com 34 funcionários e uma produção diária de 5 mil pães tos”, afirma a consultora do Escritório Regional do Sebrae-SP em Botucatu, Geovana Annelli Leonardo. “Tem ainda a visão de investir em capacitação contínua, bem como valoriza e incentiva o desenvolvimento profissional de seus colaboradores”, completa.