Apesar de dificuldades ligadas ao momento econômico e ainda sob impacto da pandemia, muitos empreendedores chegam ao fim de 2022 com bons resultados e planos de crescimento Pág. 8
Dengo: chocolate com responsabilidade social Pág. 3
A aposta nos cafés especiais Pág. 4
Sustentabilidade em alta Pág. 6
# 344 | Dezembro de 2022 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo twitter.com/sebraesp instagram.com/sebraesp
2022,
é expandir os negócios
ano
SALDO POSITIVO Gerson dos Reis, do salão World of Hair: depois de um bom
meta
no próximo
Criatividade como diferencial
Nesse mundo diverso em que vivemos, um recorte econômico bastante promissor é o dos negócios criativos. Esse segmento é responsável por quase 3% do PIB e tem mais de 7 milhões de trabalhadores ocupados no Brasil, de acordo com os dados mais recentes do Boletim de Economia Criativa produzido pelo Observatório Itaú Cultural. Esse mercado, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), deve crescer entre 10% e 20% nos próximos anos.
Estamos falando de vários segmentos como moda, audiovisual, música, gastronomia, produção de games, artesanato, design, mídia, espetáculos, tecnologia entre outros, nos quais existem mais de 135 mil de empresas no País, conforme o mesmo levantamento do Observatório Itaú Cultural.
Para entender a relevância desse setor, é só imaginar um grande evento como a Copa do Mundo e tudo o que ele mobiliza em termos de negócios criativos para sua realização.
Porém, especificamente esse contingente de empresas sofreu bastante durante a pandemia e muitos empreendimentos tiveram de encerrar suas
Destaques
atividades. Agora estamos vivenciando um momento intenso de recuperação dos negócios e é importante que as empresas estejam bem preparadas para o aproveitamento de oportunidades.
Analisando todo esse contexto, foi estabelecida uma parceria entre o Sebrae Nacional e o Sebrae-SP para a implantação do Centro Sebrae de Referência em Economia Criativa na cidade de São Paulo com a missão de estar conectado a tudo que acontece no mundo nessa área. O objetivo é desenvolver soluções voltadas aos empresários de todo o Brasil.
Dentre outras atividades o Centro irá promover pesquisas, realizar mapeamentos e diagnósticos de realidades territoriais e de tendências, além de estabelecer o intercâmbio de experiências, estimular conexões com o mercado e com as organizações da sociedade civil, governos e com os movimentos em prol da cultura e da economia criativa. Também vai desenvolver soluções para capacitação de artistas, realizadores, empreendedores, entidades e profissionais criativos, criar um hub e uma plataforma para articulação, geração de negócios
e difusão de ações, bem como apoiar governos na estruturação de iniciativas em prol do desenvolvimento da cultura e de segmentos da economia criativa.
A inauguração ocorreu neste mês, iniciando toda uma dinâmica de valorização desse importante segmento da economia com reflexos na geração de emprego e renda e no estímulo à criatividade e inovação.
Essa é uma excelente notícia de fechamento de ano do Sebrae, que se soma à várias outras realizações como a rede de mais de 600 unidades do Sebrae Aqui com cobertura física à praticamente toda a população do Estado, à maior feira de empreendedorismo do mundo e várias outras iniciativas que contribuem para o sucesso dos pequenos negócios e seus empreendedores.
Parabéns aos conselheiros, à diretoria, aos colaboradores e parceiros do Sebrae-SP que fizeram tudo acontecer!
Aproveito a oportunidade para desejar a todos um Natal abençoado, repleto de felicidade, harmonia e paz, e que 2023 seja um ano com muitas realizações e conquistas no mais pleno espírito empreendedor.
Sebrae for Startups é escolhida a maior aceleradora
OSebrae for Startups, iniciativa do Sebrae para acelerar startups do Estado de São Paulo, foi premiado como a maior aceleradora do País pela Startup Awards 22. A premiação foi realizada durante o CASE (Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo), o maior evento de startups e empreendedorismo da América Latina em novembro. O Sebrae for Startups foi escolhido após duas etapas, depois de passar por avaliação de uma academia de especialistas de todo o Brasil.
Essa é a primeira vez que o Sebrae for Startups participa do prê -
mio: no último ano, lançou mais de 30 iniciativas diferentes para acelerar startups de São Paulo, como o Programa Start, o Healthtech Barretos, o Marine Startup Lab, o Black Start e o Acelerando Cientistas, entre outros. No total, foram mais de 1,1 mil startups aceleradas pela iniciativa.
“Todo o time de inovação do Sebrae-SP está de parabéns pelo prêmio, é o grande reconhecimento de todo o esforço envolvido. Hoje o Sebrae-SP já é reconhecido como um dos principais vetores de inovação e de estímulo ao empreendedorismo
do País
baseado em tecnologia, reforçando a vocação do Estado de São Paulo para liderar a economia do futuro”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Marco Vinholi.
O Sebrae for Startups garantiu mais de R$ 150 milhões em acesso a recursos para inovação no último ano, abrangendo ações em cerca de 150 munícipios de São Paulo nesse período. A iniciativa conta ainda mais com 50 parceiros, com destaque para aceleração de startups em setores como saúde, financeiro, agronegócio, smart cities e mudanças climáticas, indústria e inovação portuária.
De acordo com o gerente de Inovação do Sebrae-SP e head do Sebrae for Startups, Michel Porcino, a premiação é considerada o “Oscar” das startups brasileiras e é um reconhecimento para toda gestão que decidiu criar o novo programa de apoio a startups e ambientes de inovação. “Em pouco tempo, recebemos a maior premiação do setor, valorizando a dedicação e o trabalho de toda a equipe. Esperamos continuar a fazer a diferença na vida dos empreendedores que participam dos nossos programas”, diz.
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TIRSO DE SALLES MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor
Entrevista do mês
Não é só chocolate
Sartoreli, sócio da
ADengo é uma marca de chocolates criada como um negócio de impacto social, alinhada com o conceito ESG, sigla em inglês para ambiental, social e governança. Lançada em 2017 pelo sócio-fundador da Natura, Guilherme Leal, e pelo engenheiro e ex-funcionário da empresa, Estevan Sartoreli, o negócio se destaca por pagar valores acima do mercado para pequenos e médios produtores de cacau de alta qualidade do sul da Bahia. A Dengo tem como meta dobrar a renda de mais de três mil produtores de cacau no Brasil até 2030, possibilitando que essas pessoas tenham melhores condições de vida. Atualmente, são mais de 160 famílias envolvidas – cuidando de todos os detalhes, do plantio ao produto, mantendo assim o ciclo constante e sustentável. A empresa oferece a cada trabalhador uma consultoria técnica para as melhores práticas de cultivo, com investimentos nesse sentido que superam R$ 3,6 milhões. Outro foco da empresa é levar ao consumidor um produto com uma quantidade maior de cacau e mais saudável. Atualmente, a marca tem mais de 30 lojas espalhadas pelo Brasil, principalmente em São Paulo, onde o cliente também pode visitar a fábrica, consumir no local, fazer compras e conhecer o processo de fabricação do chocolate, desde a extração do cacau até escolher como produzir sua própria barra. Na entrevista a seguir, Sartoreli fala um pouco mais sobre os princípios e o modo de operação da Dengo.
A Dengo se coloca como uma marca preocupada com o impacto socioambiental. Como transmitir isso para o consumidor?
A Dengo busca transmitir conceitos e compromissos socioambientais sem ser “ecochata”, professoral ou apontar o dedo. Costumamos dizer que a sustentabilidade é simples – diferente de fácil – e precisa ser leve. O consumidor não se engaja com temas difíceis ou que requerem grandes esforços para mudança. Procuramos comunicar temas distantes da realidade do consumidor,
tais como agricultura regenerativa ou sustentável, alimentação saudável e consumo consciente, de uma forma simples e direta ao ponto. Buscamos ainda “desintelectualizar” a sustentabilidade empresarial para viabilizarmos a transição que a sociedade e o planeta demandam.
É possível conciliar os princípios que regem a Dengo com lucro e competitividade no longo prazo?
Sim! Nascemos como negócio de impacto social e acreditamos que o lucro é fundamental para a perenidade dos negócios. É por meio do lucro que podemos atuar como agentes de transformação socioambiental e escalar nossos impactos. Os primeiros anos de um negócio requerem muita dedicação e investimentos. Em 2022, completamos cinco anos de operação e buscamos, mais do que nunca, crescer com rentabilidade. O lucro não é pecado. Um negócio de impacto social busca gerar lucro, equilibrando os pilares socioambientais com o pilar financeiro.
Quais são as concorrentes da Dengo hoje? Como convencer o
consumidor a investir mais em um chocolate e deixar de lado as marcas populares?
Os principais concorrentes da Dengo são a alta concentração de açúcar, a gordura hidrogenada e a remuneração injusta de pequenos e médios produtores de cacau. Não acreditamos que a discussão aqui seja abandonar ou não marcas populares, mas transitar para um consumo mais consciente e uma alimentação mais saudável. Na Dengo, procuramos conscientizar nossos consumidores sobre a importância de reduzir o consumo de açúcar –quanto mais cacau o chocolate leva, menos açúcar na formulação – e optar por um chocolate livre de gordura hidrogenada, aromatizantes, conservantes ou químicos desnecessários. Procuramos conscientizar nossos clientes também da importância de remunerar de forma justa os produtores de cacau, parceiros e colaboradores. Uma cadeia justa e solidária tem um custo, e por sua vez, um preço justo. Não podemos permitir que nosso prazer de consumir chocolate seja às custas da nossa saúde ou da miséria alheia.
Como trazer mais empresas para o modelo de negócio voltado ao propósito ESG?
A forma mais prática é cada negócio aderir um compromisso socioambiental – intencionalidade – à centralidade de seu negócio – core business. Os negócios podem se familiarizar com tais compromissos por meio dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e suas metas ou por se aproximarem do Pacto Global, Sistema B e Capitalismo Consciente Brasil.
Quais os maiores desafios de empreender no Brasil, especialmente com um produto voltado para classes mais altas?
Os desafios são vários. Destaco aqui a complexidade tributária e a burocracia. Este segundo desafio evoluiu, mas ainda com muito campo para melhora. Se de um lado, produtos voltados para classes mais altas podem reduzir o mercado endereçável, por outro lado, tais consumidores possuem maior poder de compra em momentos de crise. Não há mundo perfeito e seguro. Empreender é sobre assumir riscos, ter coragem e ousadia.
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Estevan
Dengo, explica como a marca une sabor e responsabilidade social
Foto: Victor Affaro
Estevan Sartoreli, da Dengo: “Podemos atuar como agentes de transformação socioambiental”
Cafés especiais para um
De um lado, um consumidor exigente, em busca de produtos sustentáveis, inovadores e de qualidade. Do outro, pequenos produtores de café trabalham para se diferenciar no mercado, diversificar o portfólio e aumentar a lucratividade. E de olho em um mercado que movimentou mais de R$ 27 bilhões no Brasil, em 2020, segundo a Euromonitor International.
Um dos produtores que integram esse movimento é Elder Mos-
cardini Filho, CEO e chefe de qualidade do Café Irmãos Moscardini, de Franca. Ele faz parte da quarta geração da família que atua na cafeicultura, mas a produção em terras próprias começou apenas com o pai e tios. Até sua chegada na empresa, a fazenda apenas fornecia os grãos verdes aos exportadores.
O interesse pelos cafés especiais foi despertado durante a faculdade de química. Após a formatura, Elder investiu em uma torrefação e desde 2014 segue com uma série de melhorias da marca como mu-
dança na embalagem, lançamento anual de um novo café e site.
Atualmente, a Café Irmãos Moscardini trabalha com duas linhas de produtos. A Gourmet é intermediária, da qualidade do café tradicional, de supermercado; a linha Especial é de alta qualidade, tipo exportação.
De acordo com Elder, a linha Gourmet é uma ótima opção para quem quer entrar no universo de cafés de qualidade, como se fosse uma linha de transição. Já a Especial é indicada não só para quem já
conhece e gosta de cafés de qualidade, mas também para quem quer aprender a degustar cafés mais sofisticados. Isso porque a linha começa com um café de torra escura, ensinando o paladar sobre a nota sensorial “corpo”, passando pela nota sensorial “equilíbrio”, depois “doçura” e “acidez” até chegar na mais complexa que é a nota sensorial “sabor”. “É uma verdadeira escadinha do paladar, tanto por notas sensoriais quanto por nota de SCA (classificação internacional de cafés de qualidade), começando no
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Produtores de São Paulo apostam em grãos de alta
Gisele Tamamar
Foto: Divulgação
mercado diferenciado
qualidade
para conquistar um segmento em expansão
tração de um bom café em casa e até harmonização. A marca começou a exportar café torrado para Hong Kong e tem uma série de planos para 2023. Entre eles está o lançamento de uma edição limitada e com cafés exóticos, além de finalizar a formatação da loja conceito para franquear o negócio.
VISIBILIDADE
A empresa de Franca é um exemplo de como se diferenciar no mercado e não se limitar apenas ao fornecimento de grãos para exportação. De acordo com a gestora estadual de agronegócio do Sebrae-SP Julia Guaragna, nesse mercado exigente e competitivo, o pequeno produtor precisa buscar soluções para se destacar, ter um bom marketing do produto e entender as necessidades do consumidor final.
Julia reforça a possibilidade de diferenciação por meio da forma de produção: orgânico, agroecológico, produzido por mulheres, por exemplo. E ainda o destaque por meio de certificações de acordo com a região de origem ou com a busca de certificações de qualidade do café ou de sustentabilidade.
“Esses cafés conseguem ser comercializados por valores acima de mercado e podem ser vendidos em edições especiais e limitadas, criando o desejo de consumo no público”, afirma Julia.
VALORIZAÇÃO
Cacau e Castanhas com 81 pontos e finalizando no Frutado com 90 pontos”, explica.
A marca conta também com a opção “Drip Coffee”, um pequeno sachê com uma dose individual para filtrar direto na xícara e se encaixa no conceito de sustentabilidade. A embalagem de fora é metalizada, pode ser reciclada, e a interna é “tecido-não-tecido”, papelão e café, tudo biodegradável.
O empreendedor ainda investiu em uma loja conceito, em 2021, para ensinar sobre degustação, ex-
O empresário Jaider Alexandre da Silva, proprietário da marca de cafés especiais Terra Molhada, enxergou a oportunidade de criar um negócio a partir da alta procura por cafés especiais e da grande oferta de cafés de qualidade produzidos na região da Alta Mogiana. O interesse, inclusive, foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação em Gestão de Processos ao abordar a gestão na Cafeicultura dos Cafés Especiais.
Jaider Silva comprou a marca em 2021 e resolveu entrar de vez no mer-
COMO O SEBRAE-SP PODE AJUDAR
O Sebrae-SP tem uma série de ações voltadas para os produtores de café:
- Projetos Especiais e Vocacionais com IGs (Indicações Geográficas).
- Uso de ferramentas, como Sebraetec (Qualidade do café, Critérios SCAA - Colheita e pós-colheita) que trabalha na adequação para certificação.
- Programa ALI Rural (Agente Local de Inovação) para melhoria de produtividade.
- Especificamente para IG: auditoria pré-processo de IG que avalia as características do produto, da região e do grau de maturidade da governança para partir em busca da importante chancela de mercado.
cado. “Seleciono cuidadosamente os grãos que serão torrados de fazendas que respeitam o meio ambiente e preservam seus recursos”, relata. Atualmente, a marca tem o café especial com aspecto sensorial de chocolate e caramelo e a linha gourmet.
“Nesse primeiro momento a proposta é trazer para o cliente final um sensorial mais suave para que ele tenha uma boa experiência ao degustar seu café sem adição de açúcar, pois esses cafés já possuem uma doçura natural”, afirma. Para 2023, o empresário pretende participar de feiras e eventos e oferecer cafés com elementos sensoriais de cana de açúcar, rapadura, frutado e fermentado.
DESTAQUES
A gestora do Sebrae-SP afirma que algumas regiões do Estado vêm se fortalecendo por meio da atuação em associações e grupos de produtores de café.
Além da Alta Mogiana, Julia destaca as regiões de Torrinha, Vale da Grama, Circuito das Águas Paulista, Nova Alta Paulista e Garça, que teve sua Indicação Geográfica (IG) reconhecida recentemente.
A IG é a designação que identifica um produto ou serviço como originário de uma área geográfica delimitada, quando determina qualidade, reputação ou outra característica são essencialmente atribuídas, a essa localidade.
Segundo Julia, na pandemia, ficou muito evidente a necessidade de reconhecer os produtos locais e regionais e essa vem sendo uma tendência crescente há alguns anos. “No café, as características peculiares dos territórios e microclima onde são produzidos trazem aspectos diferenciados, o que caracteriza uma potencial IG, além disso, a IG também valoriza os saberes específicos das comunidades agricultoras”, ressalta.
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Elder Moscardini Filho, da Café Irmãos Moscardini: empresa planeja lançar novas linhas de café e formatar a loja conceito para franquear a marca
Sustentabilidade
Empreendedores aproveitam os recursos naturais
Patricia Gonzalez
Otema sustentabilidade tem ganhado destaque nos últimos tempos no cenário mundial. Quando falamos sobre o universo do empreendedorismo, não é diferente e ações nesse sentido já fazem parte da rotina dos pequenos negócios. De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 74% das micro e pequenas empresas implementaram o controle do consumo de energia. Além disso, tem sido cada vez mais frequente o controle no consumo da água (que é observado por 65% das empresas), na gestão do consumo de papel (praticada por 62%) e na separação para a coleta seletiva de lixo (implementada em 55% das micro e pequenas empresas).
Apesar dos números crescentes, a consultora do Sebrae-SP Carla Capoleti afirma que muitos empresários ainda não conseguem identificar os benefícios de ter uma empresa sustentável. “O fato é que cada vez mais os consumidores se identificam e valorizam as empresas que praticam a sustentabilidade. É possível se tornar mais competitivo e também diminuir custos operacionais”, diz.
O empreendedor Reginaldo Carlos, dono da Di Pallo Pizzaria, enxerga as ações sustentáveis que conduz
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Reginaldo Carlos, dono da Di Pallo Pizzaria: energia solar e reciclagem (foto menor) fazem parte da rotina do negócio
para os pequenos
para melhorar seu negócio e gerar economia
em seu negócio como um diferencial para a empresa. Ele abriu seu empreendimento em 2019 já com um projeto para uso de energia fotovoltaica em andamento. Além de ter a preocupação com a alimentação inclusiva (as pizzas não contêm glúten), o empreendedor utiliza os projetos de sustentabilidade como um investimento para fortalecer a sua marca e contribuir com o meio ambiente e a comunidade do entorno. “Para este primeiro projeto fiz um investimento mediano, mas vejo a redução da minha conta luz em cerca de 40%. Além disso, a maioria das pizzarias usa lenha ou forno elétrico. E isso acaba degradando o meio ambiente.”
Além do uso da energia fotovoltaica para o funcionamento de todos os equipamentos da pizzaria, o empreendedor também implantou a reciclagem como uma rotina dentro de seu negócio. No estabelecimento, há lixeiras específicas para itens como metal, vidro, plástico e papelão. Os resíduos sólidos também são separados para não atrapalhar o reaproveitamento dos demais materiais. “Nós separamos esses materiais recicláveis para que moradores aqui da região possam levar e também ter uma fonte de renda com isso. A gente já via pessoas passando e catando latinhas e outros itens. Então agora eles passam por aqui periodicamente e retiram esses materiais para ter uma renda extra”, explica Carlos.
Antes de ter seu próprio negócio, o empreendedor trabalhou como gerente de alimentos e bebidas em empresas ligadas ao setor do turismo e percebeu que muitos clientes escolhiam o local para fazer seus eventos considerando as ações de sustentabilidade como diferencial, olhando as certificações dos estabelecimentos. “Minha esposa estava mais à frente da gestão e agora assumi a parte de marketing. Quero contar para meus clientes que somos uma pizzaria que usa energia limpa porque é um trabalho que poucas fazem, é um diferencial. Não fiz nenhuma divulgação específica ainda, mas está nos meus planos.”
Para os empresários que desejam adotar alguma ação de sustentabilidade em seu estabelecimento, Carlos recomenda iniciar pela coleta seletiva. “Compre as lixeiras. Não é um custo alto. Comece a fazer essa separação”, afirma. Mas ele ressalta outro ponto do processo. “O mais importante é o treinamento da equipe, que cada um esteja consciente e engajado nesse processo. Em qualquer medida você pode gastar milhões de reais, mas se não treinar a equipe nada dará certo.
Aqui gastei muita energia explicando. Muitas vezes vendia papelão para reverter em brinde, festas comemorativas, e ainda assim precisa de tempo para todos aprenderem. Engajamento é tudo.”
TURISMO RURAL
Keiji Nakashima é um dos donos do Orquidário Takebayashi, em Atibaia, e trabalha no setor há mais de 20 anos.
Sua esposa, Sandra, é bióloga e fez mestrado no Japão. Quando retornaram ao Brasil, já vieram com a ideia de colocar em prática o que haviam aprendido. No início montaram um laboratório de produção de mudas de orquídeas sem muito planejamento, mas já utilizando técnicas para um cultivo mais limpo. “Desde o início, nosso foco foi ter cultivo semi-hidropônico, tudo dentro da estufa, protegido. Usamos substrato a base de fibra de coco. Nada fica no chão, o cultivo é elevado, dentro de canaletas com isopor para não ter muita variação de temperatura. A gente dilui todos os ingredientes que precisa na água e já irrigamos com tudo que é preciso. Isso gera economia de água e adubo”, explica.
A profissionalização de seu negócio começou por acaso. Em um primeiro momento, a prefeitura de Atibaia entrou em contato com o estabelecimento e perguntou se eles não tinham interesse em abrir o local ao público. Ao receber os primeiros visitantes, eles enxergaram que ali havia uma grande possibilidade de negócio. Após a realização de um curso do Sebrae voltado ao turismo rural, surgiu a ideia de montar também um sistema “colhe e pague” (muito comum no Japão) de morangos, já que Atibaia é considerada a cidade das flores e dos morangos. “Dentro da estufa também temos proteção de umidade e não precisa pulverizar com agrotóxico. Mante-
mos a pulverização só com produtos naturais. Aqui a pessoa vem colher os morangos, ter essa experiência.”
COMECE COM O SIMPLES
A consultora de negócios do Sebrae-SP Carla Capoleti alerta que inúmeros empreendedores não conseguem imaginar uma gestão sustentável em seu negócio muitas vezes por falta de conhecimento. “É possível começar com ações simples. Há um mercado muito grande a ser explorado. A sustentabilidade inserida como um dos valores da empresa pode ser um grande diferencial dos pequenos negócios, tornando-os mais competitivos”, afirma.
Confira algumas práticas sustentáveis sugeridas pela consultora para quem quer começar:
Além da economia de água e adubo, Kenji tem um projeto para utilização de energia fotovoltaica para o próximo ano. Além de ter a expectativa de uma economia de quase 100% com essa novidade, o empreendedor acredita que se adaptar a essa nova realidade é essencial. “A energia solar é o futuro para a economia, principalmente na área de turismo rural. É um caminho sem volta e que todos devem prestar atenção porque a economia é grande e previne falta de energia. E quando não usar toda a energia produzida ainda pode devolver para a rede.”
Redução do consumo de energia elétrica (usar lâmpadas de led, aproveitar a iluminação natural, manter a fiação elétrica em bom estado, manutenção de equipamentos, uso de sensores de presença)
Redução no consumo de água (conscientização, reuso, torneiras automáticas)
Redução no consumo de matéria-prima (reaproveitar ao máximo os materiais, reduzir refugos)
Descarte adequado dos resíduos regados; Incluir e praticar a sustentabilidade como um dos “valores” da empresa; Contratar pessoas da comunidade local; Manter a frota com a manutenção em dia, e utilizar como combustível o etanol; Cumprir a legislação ambiental e trabalhista.
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Oano de 2022 foi desafiador para as donas e donos de pequenos negócios. Ainda em recuperação dos efeitos da pandemia de Covid-19 – que, vale lembrar, não acabou –, os empreendedores passaram por uma pressão provocada pela alta de inflação e perda do poder de compra do consumidor, além da escassez de insumos e do aumento de preço de matérias-primas importadas. Mesmo assim, há motivos para comemorar: a pesquisa Indicadores, realizada pelo Sebrae-SP com apoio da Fundação Seade, mostra que o faturamento das micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo aumentou em 6,6% em setembro de 2022 na comparação ao mesmo mês de 2021. Já entre os Microempreendedores Individuais (MEIs), o aumento no faturamento foi ainda maior: 12,6% no mesmo período.
O grande destaque entre os setores foram o de serviços e, entre os MEIs, também o da indústria, com o comércio mantendo-se em certa estabilidade nesse período de 12 meses. Saiu na frente quem foi buscar capacitação e seguiu à risca o planejamento para se proteger das turbulências. Porém, o fator que fez a maior diferença foi a inovação: seja no investimento em digitalização ou na busca de novos produtos e serviços, pensar “fora da caixa” em 2022 se traduziu em crescimento e expansão dos negócios. A seguir, quatro empreendedores de todo o Estado, cada um de um segmento econômico, conta como foi possível crescer em 2022 e planejar um 2023 ainda melhor.
CRESCER NÃO É BRINCADEIRA
2022: UM ANO
FRANGO NO CAPRICHO
O produtor rural Lucas Colpani Gutierrez, de Pongaí, trabalha há quatro anos com criação de frango, depois de deixar um emprego com carteira assinada e partir para o trabalho por conta própria. “Comecei com cinco pintinhos. Fui aprendendo sobre negócios, fazendo embalagem, fiz um rótulo. Cheguei a montar um miniabatedouro aqui, mas não tinha muito conhecimento sobre as exigências”, diz. No início, ele vendia apenas frango caipira, mas, conforme as vendas foram aumentando, ele viu a necessidade de procurar o Sebrae-SP para ajudar com uma série de necessidades, que iam desde fazer uma planilha financeira até a entender melhor sobre a legislação sanitária.
Com a alta nos preços provocada pela inflação nos últimos dois anos, porém, o produtor já vinha percebendo que o frango caipira não estava mais sendo rentável – além de demorar mais para estar pronto para o abate e comercialização. Foi quando surgiu a ideia de trabalhar com frango de granja, que tem custo menor para o consumidor final e permite mais giro financeiro dentro da empresa. “Passei a usar espaço em um frigorífico, procurei saber como fazia para regularizar o produto para que pudesse entrar em grandes supermercados”, conta. No início do ano, reformou uma granja que estava abandonada no município vizinho de Guarantã e acertou toda documentação. Na ponta do lápis, entraram desde itens como ventilação e cálculos para diminuir custos com produção própria de ração.
Hoje, com embalagem própria, registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e distribuição para dezenas de pontos de venda na região, a Gutierrez Alimentos continua pensando em expansão. O plano para o ano que vem é produzir 6 mil frangos a cada 45 dias, e o produtor vê espaço até para a exportação, tudo lado a lado com o Sebrae-SP. “O produtor rural fica muito fechado, mas o negócio está da porteira para fora, é isso que a gente precisa aprender. Por isso, tudo o que o Sebrae oferece eu aproveito”, ressalta Gutierrez.
Desde muito jovem, a empreendedora Lilian Miyuri Yamauchi trabalhava nos negócios da família, em ramos diversos: barraca de feira, pastelaria, distribuidora de bebidas etc. “Eu não tinha férias nem fim de semana”, lembra. Na época, a filha Isabela, que tinha quatro anos (hoje tem 11), pediu para a mãe parar de trabalhar tanto. A decisão demorou mais algum tempo a ser tomada até que, em 2018, ela deixou as empresas familiares para ficar mais tempo em casa. Formalizou-se como Microempreendedora Individual (MEI) e passou a vender brinquedos educativos e pedagógicos, uma área da qual ela sempre gostou. “Abri mais por uma ocupação mesmo, sem muito planejamento, sem estudar o mercado”, diz.
Até que, no início de 2020, questões familiares a obrigaram a levar o negócio mais a sério, como uma fonte de renda de verdade. Moradora de São Vicente, Lilian investiu o pouco dinheiro que tinha em caixa em estoque e na participação em feiras para apresentar os produtos que revendia. Mas, em março daquele ano, chegou a pandemia de Covid-19 e todos os planos viraram de cabeça para baixo. Sem dinheiro, com quase nenhuma venda na loja virtual e sem perspectiva de participar de feiras, pensou até em comercializar brinquedos de marcas mais populares. Mais uma vez, a filha interveio. “Ela me lembrou que esse não era o foco”, diz Lilian.
Durante os primeiros meses da pandemia, a empreendedora passou a investir em capacitação: acompanhava as lives diárias do Sebrae-SP e participou do Sebrae Delas, o que foi muito útil também para seu autoconhecimento. “No final de 2020 defini que iria começar pelo Mercado Livre. A loja virtual não trazia público. Fiz várias consultorias com o Sebrae para trabalhar com e-commerce”, conta. A partir de então, as vendas surgiram e o negócio deslanchou, crescendo 700% de 2020 para 2021. Lilian migrou para microempresa e agora já está pensando em se expandir ainda mais. Para 2023, a ideia é investir em novos marketplaces, em brinquedos inclusivos e em vendas para órgãos públicos. “Hoje 95% das minhas vendas vêm do Mercado Livre, mas estou estudando outras plataformas com taxas menores. Também tive de contratar mais gente porque não estava dando conta. Agora é hora de aumentar o faturamento”, afirma.
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Empreendedores contam como conseguiram obter resultados
A empreendedora Lilian Miyuri Yamauchi, da Mimos para Todos: foco nos produtos
O produtor rural Lucas Colpani Gutierrez, da Gutierrez Alimentos: plano é expandir
PARA RECORDAR
expressivos
desde janeiro, com
muita capacitação e sem medo de inovar
RECEITA DE SUCESSO
A pandemia foi um divisor de águas para milhares – ou até milhões – de empreendedores brasileiros. No caso de Adriana Aparecida Mendes, de Cubatão, a pandemia foi a diferença entre a produção de salgadinhos no “fundo do quintal”, como ela mesmo diz, para uma fábrica de salgados congelados que hoje é capaz de produzir 30 mil minissalgados por hora. “Trabalho no ramo alimentício há mais de 20 anos, minha mãe teve carrinho de pastel. Alguns anos atrás, tive a ideia de ter minha própria fábrica de salgados, mas fui adiando porque o custo de maquinário era alto”, conta Adriana. As restrições da pandemia, porém, fizeram com que muita gente passasse a comprar comida por delivery, e os salgados de A’Dorada começaram a fazer sucesso na cidade.
Durante os dois primeiros anos da pandemia, o negócio cresceu 500%, ela precisou trocar de maquinário duas vezes e adquiriu um ultracongelador. Também precisou contratar mais gente: hoje são seis funcionários, além da consultoria de nutricionista e do motorista que faz as entregas. Nesse processo de crescimento rápido, precisou pedir auxílio ao Sebrae-SP. “A gente cresceu demais para o conhecimento que eu tinha. Montar processos, acompanhar a legislação, a vigilância sanitária. Comecei a ficar meio perdida, não tinha mais braços para tudo”, lembra. Atualmente, ela faz parte do Sebraetec.
Além da fábrica de salgados, Adriana tem participação na loja de A’Dorada, separada da indústria, e duas lojas de uma marca de salgadinhos no copo. Dos clientes da indústria, Adriana tem orgulho de dizer que muitos estão desde o início da pandemia – como empreendedores que vendem no condomínio onde moram ou que mantêm um pequeno negócio de alimentação. “O maior desafio do empreendedor, na minha opinião, é a gestão de pessoas, desde o funcionário até o cliente”, diz. Para 2023, é nessa frente que ela quer investir, aprendendo a lidar melhor com gestão de pessoas, além de não perder de vista os controles financeiro e de processos. “Hoje atendo a toda a Baixada Santista e já estamos com clientes em São Paulo. Temos prospecção para crescer 30% no ano que vem”, conta.
ESPECIALIZAÇÃO COMO DIFERENCIAL
Reis, de Osasco, montou seu primeiro salão em 1997, chamado Studio Hair. Em setembro de 2021 abriu um salão especializado em cabelos afro, o Studio World of Hair. “O grande diferencial é que nós somos especializados em cabelos crespos e cacheados, então o cliente que nos procura não vem apenas para fazer um cabelo; ele vem aqui para viver uma experiência, com uma equipe bem preparada para atendê-lo” diz Reis.
Atualmente Reis comanda quatro unidades do seu negócio: duas em Osasco, sendo uma para o público feminino e outra para o masculino, e duas na cidade de São Paulo, nos bairros da Barra Funda e República. Todos os ambientes dos salões, especialmente o da República, são decorados e arrumados para o cliente poder tirar boas fotos e postar nas redes sociais, o tal “ambiente instagramável”.
Em 2022, surgiu a ideia de criar o ônibus-salão, com todos os serviços do cabeleireiro disponíveis em um ônibus, atendendo quem estiver por perto. “A intenção é ficar parado semanalmente em cada região da cidade de São Paulo, para cada vez mais pessoas terem acesso aos serviços disponíveis” conta.
O ônibus-salão ainda não está funcionando por conta de uma série de leis que precisam ser cumpridas para poder começar a rodar. Mas Reis chega ao fim de 2022 com a meta de, em 2023, estar com tudo em ordem para circular por São Paulo com seu negócio sobre rodas. Paralelamente, também tem planos de aumentar o número de unidades do salão.
Reis afirma que tem tido o Sebrae-SP como parceiro há muitos anos, participando de programas que o orientaram como montar um plano de negócio, cuidar da parte financeira, precificação, entre outros temas. “O Sebrae-SP me ajuda em tudo praticamente.”
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O cabelereiro Gerson Nascimento dos
Gerson Reis, do Studio World of Hair: ideia é oferecer uma experiência ao cliente
Adriana Aparecida Mendes, dona da A’Dorada: clientes fiéis garantiram crescimento
A troca de produtos após o Natal
Varejista deve ficar atento ao que diz a legislação e aproveitar a prática para reforçar a imagem da empresa
Passadas as festas de fim de ano e a distribuição de presentes, vem o período de grande troca de produtos nas lojas. No entanto, esse assunto é sempre cercado de dúvidas, mesmo tendo o Código de Defesa do Consumidor (CDC) como marco legal. Prestar um bom atendimento com respeito à legislação é dar passos para ter uma boa imagem e conquistar a credibilidade perante o público. A seguir, estão alguns pontos de atenção para o empreendedor não ter problema com as trocas de mercadorias.
3.
4.
1.
Responsabilidade por acidente de consumo
Em um acidente de consumo, a responsabilidade pela reparação dos danos sofridos pelo consumidor, em princípio, é do fabricante, do construtor e do importador. O comerciante só será responsabilizado quando não conservar adequadamente um produto perecível ou quando o consumidor não identificar o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador.
Troca de mercadorias e regras para o comércio eletrônico
O fornecedor tem o prazo de 30 dias para resolver o problema para o consumidor. A troca imediata do produto não é obrigatória nem é a única alternativa. A loja poderá, por exemplo, no caso de eletrônicos, solicitar ao consumidor que leve o produto até a assistência técnica credenciada. Caso o fornecedor não resolva o defeito em 30 dias, o consumidor poderá escolher a troca do item por outro da mesma espécie, a devolução do dinheiro corrigido, sem prejuízo das perdas e danos; o abatimento proporcional do preço.
Troca de mercadorias sem defeitos
O CDC não prevê o direito a troca ou devolução do dinheiro no caso de produtos sem defeitos adquiridos em loja física ou e-commerce. Realizar a troca de mercadorias sem defeitos é uma alternativa para as empresas conquistarem clientes.
Responsabilidade por defeito no produto 2.
No caso de defeitos de qualidade ou quantidade nos produtos ocorridos dentro do prazo de garantia, todos os fornecedores são responsáveis solidários. O consumidor pode exigir a reparação do defeito e dos danos sofridos de um ou de todos os fornecedores (fabricante, importador, distribuidor e comerciante).
5.
Os sites devem disponibilizar, em local de fácil visualização, as seguintes informações: vnome empresarial e número de inscrição do fornecedor, quando houver, no CPF ou no CNPJ; vendereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua localização e contato; vcaracterísticas do produto ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à segurança dos consumidores; vdiscriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como as de entrega ou seguros; vcondições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou disponibilização do produto;
vinformações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da oferta.
Os sites devem:
vmanter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato;
vconfirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor pelo mesmo meio empregado pelo consumidor;
vA manifestação do fornecedor às demandas do consumidor será encaminhada em até 5 dias ao consumidor.
Direito de arrependimento
O consumidor tem o direito de desistir da compra em até 7 dias a partir do recebimento do produto, sempre que a compra ocorrer fora do estabelecimento comercial (e-commerce, telefone etc.). O consumidor não precisa alegar o motivo, ele pode desistir da compra e receber de volta o que pagou. O fornecedor deve custear o frete de devolução e reembolsar o consumidor pelo frete no ato da compra.
7.
Direito de arrependimento no comércio eletrônico
vO fornecedor deve informar, de forma clara, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.
vO exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor.
vO fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento da manifestação de arrependimento.
vO exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão de crédito.
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Regras do comércio eletrônico
6.
O que é engenharia de cardápio?
Engenharia de cardápio é a análise de pratos e bebidas do menu de um estabelecimento quanto à lucratividade e a popularidade deles. Permite posicionar os itens de forma estratégica para alavancar as vendas. Torna a gestão mais eficiente, aumenta o tíquete médio e o lucro, otimizando a gestão de estoques e reduzindo a perda de insumos.
É fundamental na hora de montar um cardápio entender qual é o tipo de negócio, o público-alvo, definir a variedade de pratos e se o cardápio será fixo ou não.
Também é importante considerar a localização, os valores cobrados na região e o que o público está disposto a pagar.
O empreendedor deve definir quais serão os pratos carros-chefes. Trabalhar com uma lista enxuta facilita.
A apresentação do cardápio merece atenção e deve trazer boas fotos. Além disso, vale o cuidado em escolher o melhor tipo ou formato de acordo com o modelo de negócio e público-alvo. Existem seis opções como vemos a seguir.
Cardápio de parede: comum em lanchonetes e cafeterias, fica bem visível para os clientes e, se utilizada alguma
técnica de escrita, pode deixar o ambiente mais moderno.
Cardápio-folheto: é o mais utilizado atualmente. Normalmente tem o tamanho de uma folha de sulfite, os produtos são agrupados por categorias e as cores e fontes são pensadas para facilitar a escolha. Pode-se utilizar frente e verso para inserir as informações. Alguns são plastificados para aumentar a durabilidade.
Cardápio na prancheta: comum em hamburguerias e bares, é uma opção mais informal e moderna. As informações ficam isoladas em cada folha presa à prancheta.
Cardápio sustentável: feito com papel ecológico, pode até ser escrito à mão. Mostra a preocupação com o meio ambiente, combinando com empresas de alimentação saudável.
Cardápio digital: normalmente o cliente acessa pelo próprio celular através de um QR Code disponível na mesa. Costuma reduzir custos, já que dispensa a impressão em uma gráfica.
Cardápio via tablet: o cliente visualiza todo o menu em um tablet que fica na mesa e faz o próprio pedido que já sai direto na cozinha.
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
ESG também é para as MPEs
O conceito ESG está cada vez mais presente na sociedade. A sigla vem do inglês e significa environmental, social and governance ou, traduzindo: ambiental, social e governança. Esses três aspectos têm ganhado importância também nos negócios, já que envolvem a participação das empresas na construção de um mundo mais inclusivo, ético e ambientalmente sustentável.
O Sebrae-SP trabalha para estar plenamente inserido no universo ESG. Demos um grande passo ao realizar nossa adesão ao Pacto Global da ONU, um compromisso com o órgão internacional para atuar em conformidade com os princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho e meio ambiente.
Além disso, o Sebrae-SP, como fomentador do empreendedorismo, tem a tarefa de disseminar as diretrizes de ESG entre os pequenos negócios paulistas.
Nosso papel é traduzir esse conceito e sua aplicação para o dono da loja de bairro, a cabelereira, o proprietário da oficina mecâni ca, a responsável pelo restaurante por quilo, o MEI.
Aderir ao ESG está ao alcance de todos. Quando uma microem presa, por exemplo, dá a destinação correta a embalagens descartadas e resíduos, investe em placas de ener gia solar e reuso de água, ela colabo ra com o meio ambiente.
O mesmo ocorre quando oferece justas condições de trabalho para os funcionários, reduzindo a rotatividade e motivando a equipe com reflexos, inclusive, na saúde deles.
ESG não é mero modismo ou estratégia de marketing.
No entanto, muitos empreendedores desconhecem o assunto. Parte dos que ouviram falar acha que custa caro, não será perceptível pelo cliente ou não trará retorno. Não é assim. A agenda ESG pode ter efeito positivo no caixa e na imagem do negócio, daí a necessidade de popularizar o conceito.
Mesmo que a motivação inicial para comportamentos responsáveis seja econômica já é um avanço e vai na direção da conscientização.
O caminho para um futuro melhor para todos está aberto e as micro e pequenas empresas - 99% das existentes no Brasil - podem contribuir decisivamente nesse sentido.
VINHOLI,
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HELENA ANDRADE
Gestora de projetos do Sebrae-SP
Divulgação
MARCO
Diretor‑superintendente do Sebrae‑SP
Para anunciar sp-jn@sebraesp.com.br Comercial
Para tornar a comuni cação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos pre senciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antece dência de 5 (cinco) dias úteis à data de realiza ção do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pes soalmente nos Escri tórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800.
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É pra já. É pra você. Pra transformar aquele seu sonho em negócio. SUA EMPRESA PODE FAZER PARTE DO TIME DE PARCEIROS DO SEBRAE-SP
De olho na oportunidade
Falta de opções foi a motivação para Faderson Reis montar seu restaurante
A participação do Sebrae-SP foi fundamental, segundo o empreendedor. “Nesse momento já conhecíamos o Sebrae que, para ser sincero, nos ajudou com pelo menos 80% de todo o processo”, explica.
A ajuda começou com o processo de regularização do negócio. Reis procurou o Sebrae-SP para auxiliá-los com a abertura do MEI e poder emitir notas fiscais. Em seguida, participou de diversos cursos no próprio Sebrae-SP e também de eventos de capacitação. “Faderson Reis mostrou resiliência e persistência para concretizar o sonho der ser um empreendedor de sucesso; aliado a isso, ele preza pela eficiência nos processos do restaurante”, ressalta o consultor do Sebrae-SP em Franca Vinícius Barticiotti Lorenzini, que acompanhou o empreendedor.
Maya Ortega*
Adificuldade de encontrar lugares onde comer durante o horário de almoço no bairro em que residia, em Franca, fez surgir em Faderson Reis a ideia de abrir o próprio restaurante.
Reis sempre cogitou a possibilidade para aproveitar as habilidades culinárias da mãe, Zilda Natalina. Em 2018, após ser inscrito em uma campanha de empreendedorismo na escola do filho, Reis, a esposa, a irmã e a mãe decidiram dar o pontapé inicial no negócio.
EXPEDIENTE
Publicação mensal do Sebrae‑SP Edição impressa
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: Tirso Meirelles
O começo foi com a produção de marmitas na casa da irmã apenas nos finais de semana e a venda de porta em porta, criando dessa forma sua clientela. Tempos depois, saíram da casa da irmã e deram continuidade ao negócio no apartamento de Reis.
Nessa mudança, a irmã de Reis acabou se retirando da parceria enquanto ele e a mãe, que é a inspiração para o nome do empreendimento - Zizi Refeições -, deixaram seus empregos para se dedicar em tempo integral ao negócio.
Do apartamento foram para um ponto próximo alugado e continuaram com o plano de entregar as marmitas. Porém, com o aumento da demanda e fidelização da clientela, precisaram melhorar no delivery.
Além disso, a pandemia estava começando, migrando todo o movimento do estabelecimento para o delivery. “A maior dificuldade da pandemia foi nos adaptarmos ao novo estilo de trabalho, visto que perdemos todo o contato com o cliente; precisávamos ser mais rápidos e manter a qualidade do produto”, afirma Reis.
“Ele também participou de vários cursos no Escritório Regional do Sebrae-SP em Franca, mas sem dúvida, um grande divisor no seu negócio foi a participação no Empretec em março deste ano”, completa Lorenzini.
“O que nos fez chegar até aqui foi a persistência e o reconhecimento de que precisávamos de ajuda. A partir disso, conseguimos criar uma resiliência e nos mantermos firmes para seguir com o negócio”, diz Reis. “O Sebrae foi de grande importância neste processo, visto que nos guiou no caminho certo. O que fica é: sempre acredite em seu negócio, mantendo persistência e consistência em seu projeto”, finaliza Reis.
*Estagiária sob supervisão dos editores
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Faderson Reis, da Zizi Refeições: Sebrae-SP ajudou com 80% do processo de desenvolvimento do negócio
LIVROS
INCANSÁVEIS (Gente)
Somos atropelados pelas inovações em série que atingem todos os setores da economia.
Nosso planeta será muito diferente em pouco tempo. O que funcionou nos últimos 50 anos não funcionará nos próximos dez. Uma nova geração de empreendedores, que enfrenta sem medo as grandes empresas, está reescrevendo completamente a sociedade em que vivemos. Morando no Vale do Silício, Maurício Benvenutti usa a experiência de ter participado da construção de uma empresa bilionária e de conviver diariamente com talentos do mundo inteiro para mostrar o futuro que muitos não aceitam e a forma como os negócios bem-sucedidos são criados hoje em dia.
O EMPREENDEDOR VIÁVEL (Leya)
Um guia para novas empresas na era da cultura startup. Graças a novas ideias, startups surgem diariamente. Muitas delas têm vida longa, enquanto outras, estranhamente, falham nos primeiros anos de vida. Qual é o segredo do sucesso de uma empresa e do fracasso de outras? O jornalista Carlos Matos e o publicitário André Telles acreditam que está nas pessoas por trás das ideias. Neste livro os autores mostram o conjunto de variáveis capazes de definir o sucesso de uma startup.
AVENTURAS EMPRESARIAIS (Best Business)
Em 1991, Bill Gates pediu ao amigo investidor Warren Buffett que lhe recomendasse um bom livro de negócios. Buffett não hesitou: Aventuras empresariais, de John Brooks. Era o seu favorito. E logo se tornou o favorito do fundador da Microsoft também. Segundo Gates, Brooks é um excelente contador de histórias. As análises precisas e as histórias corporativas são intercaladas com ótimos relatos dos protagonistas das empresas. O livro Aventuras empresariais é uma aula não apenas sobre os pontos fortes e fracos de líderes em circunstâncias difíceis, mas também sobre detalhes fundamentais para entender o mundo dos negócios.
REDE SOCIAL PINTEREST DIVULGA TENDÊNCIAS PARA 2023
A rede social Pinterest, muito acessada no Brasil, onde tem 46 milhões de usuários, divulgou neste mês seu relatório com previsão de tendências para 2023. O Pinterest Predicts 2023 (Pinterest Prevê 2023) mostrou que uma das tendências para o próximo ano, por exemplo, é o interesse das pessoas em comemorar o aniversário de seus cachorros, o que deve provocar um aumento de 65% nas buscas de decoração para festas desse tipo. Lembrancinhas para os “convidados” devem subir ainda mais: 135%. Outros itens que devem crescer no ano que vem: área especial no quintal (a procura deve subir 490%) e minipiscina (830%). Quanto a vestuário, a tendência é o aumento nas buscas por looks distópicos (215%), looks de vanguarda (225%), streetwear cibernético (70%) e óculos futuristas (70%).
INSTAGRAM LANÇA RECURSOS PARA RECUPERAÇÃO DE CONTA HACKEADA
O Instagram lançou novas ferramentas de segurança para seus usuários. Agora, um formulário simplificado ajudará aquelas pessoas que perderam o acesso à conta. Esse novo formulário para quem teve a conta hackeada já está disponível. O serviço permite ao usuário encaminhar uma solicitação ao suporte da empresa e ter o retorno mais rápido. Os usuários também poderão solicitar que seus amigos confirmem sua identidade para ajudar na recuperação do perfil. O selo azul de verificação agora aparece nos Stories, nas Mensagens Diretas (DMs).
AUMENTA A OFERTA DE SERVIÇOS EM SHOPPING CENTERS
A oferta de serviços em shopping centers tem aumentado a fim de atender às novas demandas do consumidor, indo de serviços de pet shop e salão de beleza até espaços para lavagem de carros e outras atividades automobilísticas. Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Brasil tem 620 shopping centers, com quase 113 mil lojas. Desse total, mais de 10% são do setor de serviços.
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TEC
&
IDEIAS
PODCAST
SACADAS DE EMPREENDEDOR
Apresentado pelo empreendedor e especialista em marketing digital Erico Rocha, este podcast traz pílulas de conteúdo. São áudios curtos de 1 a 8 minutos com cases de negócios, sacadas sobre negócios, sua história pessoal, processos de vendas e muito mais. Disponível no Spotify.
SÉRIE
WECRASHED
A série WeCrashed retrata a trajetória do empreendedor israelense Adam Neumann (interpretado por Jared Leto) criador da startup de coworking WeWork, em Nova York. A empresa, que começou modestamente, em pouco tempo ganhou destaque, chegando a ser avaliada em US$ 47 bilhões. Mas pela má gestão de Neumann, acabou tendo seu valor reduzido drasticamente. Disponível na AppleTV+.
VÍDEO INOVAÇÃO
A indústria química Solutio, localizada em Indaiatuba, sempre busca a inovação, mesmo em momentos de crise. A empresa fez o design thinking, por exemplo, para entender oportunidades, estar mais ativa no universo digital.
PERGUNTE A QUEM ENTENDE
A experiência do colaborador engloba todas as vivências do funcionário em uma empresa, desde o pré-recrutamento até o desligamento. Essa prática deve levar em consideração alguns pontos essenciais, como os relacionamentos pessoais, os aprendizados, as relações com colegas e gerentes, o uso de tecnologias e o ambiente físico do trabalho.
Todos os momentos da experiência de um funcionário desempenham um papel fundamental em como ele se sente sobre o propósito e a cultura de uma empresa. Esse sentimento afeta diretamente o engajamento, retenção e desenvolvimento dos colaboradores. Segundo pesquisa do Gallup, um terço dos trabalhadores globais concorda com a afirmação “A missão ou o propósito da minha organização me faz sentir que meu trabalho é importante para a sociedade”.
Melhorar a experiência do colaborador deve ser prioridade para as empresas. As vivências positivas atraem os melhores talentos por meio de uma forte reputação e impulsionam o alto desempenho.
Os processos de integrar um novo colaborador na equipe, dar um feedback sobre o desempenho ou uma demissão de forma não muito amigável expressam o “quem somos” e “o que nos importa” para o resto da equipe.
Os chefes têm a missão de auxiliar as equipes a desenvolverem seus pontos mais fortes, por isso, essa conexão é essencial para alcançar resultados positivos.
Pela pesquisa do Gallup, 41% dos entrevistados concordam que a descrição de sua função deve estar alinhada com o trabalho que são solicitados a fazer. Para que o contratado tenha uma boa experiência é essencial esclarecer o que é esperado dele.
Para qualquer tipo de trabalho é necessário que se tenha um ambiente físico adequado para os funcionários exercerem suas atividades e as ferramentas necessárias para a produção do serviço.
As empresas precisam abordar a experiência do colaborador como uma estratégia e não como um desafio. Funcionários felizes e com qualidade de vida são mais produtivos e propensos a construir uma carreira de sucesso, desde que tenham boas condições de trabalho.
Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e ‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.
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por Paulo Oliveira, gerente de marketing da Apdata
Por que a experiência do colaborador é importante para a empresa?
Divulgação
https://youtu.be/ptrCFQOzZO8
Saiba mais em:
Mudança de rumo e ramo
Marcelo Terra e o pai, Antônio, deixaram produção de café para montar a Cerâmica Morumbi Terra
presas, Grandes Negócios’ pela alta produtividade do meu negócio em comparação com os outros da mesma localidade.
Nesses 32 anos, houve várias crises, mais de 20 empresas de cerâmica fecharam na cidade, mas a nossa continuou. Acredito que resistimos porque gostamos demais do trabalho e colocamos nossa dedicação integral em tudo que fazemos relacionado à Cerâmica Morumbi Terra. Para mim, o pior dia é o domingo, já que não trabalho.
Raramente precisamos demitir funcionários; um dos nossos principais objetivos é manter a lealdade com as pessoas contratadas, por isso o número pequeno de empregados. Quando vinham as crises, eu chegava a trabalhar de madrugada para diminuir custos e não ter de desligar ninguém.
Em 1989, contratamos 12 pessoas para começar; alguns ainda trabalham conosco e até hoje mantemos contato com os que saíram. Isso, para mim, é o que importa.
Atualmente, desenvolvi uma canaleta de cerâmica para baldrames e uma para concreto formada por três partes - ela é de encaixe - e é a única feita com esse material. Patenteei os dois produtos e só nós podemos fabricá-los.
Ana Roxo*
“Ocomeço da nossa empresa de cerâmica vermelha, que é voltada para a construção civil, se deu após o negócio de café que tínhamos ser encerrado em 1989. Na época, nosso vizinho, João Batista, nos incentivou a trocar de área e passar a fabricar cerâmicas, já que ele conhecia o processo e poderia nos ajudar.
Vargem Grande do Sul é um polo ceramista e o espaço de cinco
alqueires da nossa fazenda facilitou o começo da produção. Para abrir a empresa, vendi meu carro na época, uma Saveiro zero quilômetro, e assim completei o dinheiro para comprar a máquina necessária.
Começamos com três fornos de olaria e uma máquina pequena de 50 cavalos. Sempre adorei chão de fábrica, de cuidar da parte interna do processo; já meu pai, Antônio Terra, ficou com a parte administrativa da empresa. Nosso início
foi fazendo bloco de vedação, o que deu certo.
Em 2001, a cidade de Vargem Grande do Sul ganhou o primeiro APL - Arranjo Produtivo Local - do Brasil de cerâmica vermelha, então várias empresas vieram para a cidade para trabalhar com esse tipo de produto.
A nossa empresa chegou a ter 28 funcionários e fabricávamos 160 mil peças por mês. Em 2006, apareci no programa ‘Pequenas Em-
Na minha trajetória como empreendedor também busquei conhecimento, tanto que já tenho mais de 20 anos de história com o Sebrae. Fiz inúmeros cursos como análise de negócios, planejamento estratégico, fluxo de caixa, Sebraetec, entre outros.
Sempre gostei de colocar a mão na massa e acredito que o fato de me dedicar tanto ao que faço é o nosso diferencial; por isso que a empresa continua crescendo ” *Estagiária sob supervisão dos editores
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Marcelo Terra, da Cerâmica Morumbi Terra: dedicação ao negócio é o diferencial da empresa