Por um empreendedorismo de qualidade
Tivemos um momento de alta intensidade empreendedora em outubro, que foi a realização da 11ª edição da Feira do Empreende dor, do Sebrae-SP. Ficamos orgulhosos em frisar que é a maior feira de empre endedorismo do mundo, com mais de 125 mil participantes com muita vontade de aprender e de prosperar.
Responsável por fazer a feira aconte cer, a equipe do Sebrae-SP se superou em dedicação e entusiasmo, e com parceiros, fornecedores e exposito res, montou um evento que propor cionou aos participantes presenciais e digitais acesso a oportunidades, conhecimento e negócios de excelên cia, fazendo brilhar o espírito empre endedor do brasileiro.
Pelas avaliações e comentários recebidos, notamos que a população voltou a sonhar e ter confiança em suas capacidades e competências. Estabe lecemos então a expressão “empre endedorismo de qualidade” para definir o resultado de um processo de aperfeiçoamento do empreende dor, que resulta no preparo técnico, gerencial e comportamental, produ
Destaques
zindo negócios com maior propensão a permanecer no mercado e a crescer. São negócios liderados por empreen dedores conscientes e com conheci mento, que irão crescer e gerar mais oportunidades de emprego e renda para a sociedade. Nessa perspectiva, ousamos dizer que em breve os peque nos negócios passarão a responder por 40% do PIB brasileiro.
Outra boa notícia de outubro é o fato de o Conselho Deliberativo do Sebrae -SP ter aprovado o maior investimento da sua história para 2023, direcionado para programas que irão apoiar ainda mais os empreendedores do Estado. Esse é o resultado de uma equipe preparada e de uma governança estru turada e focada em resultados. Lançamos também a nova tempo rada do Programa ALI – Agentes Locais de Inovação. São mais de 600 especialistas que proporcio nam às empresas urbanas e rurais uma intensa melhoria em proces sos e resultados. No caso dos atendi mentos rurais, os agentes contam com veículos e equipamentos adequa dos à assistência aos produtores.
Pelas pesquisas realizadas, já foi constatado um aumento médio de 27,5% no indicador de produtividade e que de cada dez empresas participantes, nove já realizaram algum tipo de inova ção em processos. Em 2022 teremos mais de 15 mil empresas atendidas pelo Programa ALI.
São resultados excelentes, de grande transformação e que projetam uma reali dade de maior competitividade para os pequenos negócios.
Fazemos parte de um ecossistema de apoio ao empreendedorismo brasi leiro e precisamos atuar com força total e de maneira integrada entre as diversas instituições existentes para potencializar os recursos dispo níveis e promover o desenvolvimento do empreendedorismo de qualidade junto ao cidadão brasileiro. Como empreendedores que somos, devemos esperar (e exigir) muito de 2023 em termos de um ambiente de negócios propício e próspero para os pequenos negócios, com oportunidades, carga tributária viável e menos burocracia.
É o que sonhamos, e trabalhamos dia a dia para tornar realidade.
Sebrae-SP inicia processo de adesão ao Pacto Global da ONU
OSebrae-SP encaminhou seu pedido de adesão ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no mês pas sado. A iniciativa é um passo im portante para o comprometimento e reconhecimento de práticas pelo desenvolvimento sustentável. A so licitação passa agora por análise da entidade internacional.
O Pacto Global é um compromis so que as empresas firmam com a ONU se comprometendo a alinhar suas estratégias e operações com os dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente, anticorrupção e o desen volvimento de ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.
Ao aderir ao Pacto Global, o Se brae-SP direciona suas ações de acordo com os Objetivos de Desen volvimento Sustentável (ODS) da ONU por meio de projetos internos e programas dirigidos aos pequenos negócios paulistas. Assim, passa a atuar conforme a Agenda 2030, um plano de ação para erradicar a po breza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem paz e pros peridade. Essa postura está direta mente ligada ao conceito de ESG, si gla em inglês para ambiental, social e governança.
O presidente do Conselho Delibe rativo do Sebrae-SP, Tirso Meirelles, ressaltou que o Sebrae-SP se coloca como agente importante no proces so de disseminar as práticas de ESG
aos pequenos negócios. “O Sebrae -SP representa um vetor de trans formação ao levar o empreendedo rismo para os municípios menores, trabalhando a vocação daquela cida de e região, o que traz sustentabili dade para a localidade”, afirma
O diretor-superintendente do Se brae-SP, Marco Vinholi, destaca o papel que a entidade terá daqui para frente. “É um momento muito espe cial. O Pacto representa a implanta ção de uma cultura e olha para o futu ro e para o empreendedor do futuro”, lembrando ainda que as práticas de ESG são acessíveis também aos pe quenos negócios e que o Sebrae-SP pode contribuir para esse fim.
Para o diretor técnico e de admi nistração e finanças do Sebrae-SP,
Ivan Hussni, “A missão do Sebrae -SP não é só formar empreendedo res, é tornar o cidadão mais respon sável para o mundo em que ele vive”.
“A adesão representa o Sebrae -SP alinhado às pautas globais e legitima nossa entrada no mundo ESG”, diz o gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae-SP, Carlos Nascimento.
Criado em 2000, o Pacto Global é hoje a maior iniciativa de sustenta bilidade corporativa do mundo, com mais de 19 mil membros em quase 80 redes locais, que abrangem 160 países. No Brasil, a rede Brasil (uni dade brasileira do Pacto Global) é a terceira maior rede do mundo e a maior das Américas, com mais de 1,4 mil signatários.
Entrevista do mês
Comércio com propósito
Com foco na adaptação a mudanças, o casal Manuel Cruz e Maria Elena comanda a lojasmel há 44 anos
estamos em casa, conversamos so bre coisas do lar, deixando as reu niões empresariais especificamente para o escritório. Toda vez que al guém traz um assunto da empresa para casa, que não seja algo urgen te, o outro lembra que o tema será tratado no horário de trabalho.
Como manter a competitivi dade em um cenário de tantas mudanças no varejo?
Acompanhando as mudanças, estando atento sempre às novida des do segmento, oferecendo bons produtos a preços acessíveis. Se guramos o repasse da inflação nos produtos, reduzimos a margem de lucro, mas não perdemos os clien tes. Desde o nosso começo, com a primeira lojinha lá no Jabaquara, ficávamos atentos ao que o cliente precisava e continuamos assim até hoje. A empresa pode ser grande, mas não pode ser engessada.
Qual o critério usado para es colher cada novo ponto da rede?
Com 55 unidades no Estado de São Paulo e uma em Minas Gerais, a rede de varejo lojas mel (nome grafado sem espaço entre as palavras e em letras minúsculas, como a empresa faz questão) é fruto da veia empreendedora de Manuel Cruz e sua esposa, Maria Elena. Em 1970, aos 14 anos, o português Cruz desembarcava no Brasil com seus pais e sete irmãos. Sempre traba lhando para ajudar a família, aos 19 anos ele decidiu voltar a estudar. Foi quando conheceu Maria Elena, que viria a ser sua companheira de vida e de negócios. Eles começaram em 1978 com uma pequena loja de ma terial de construção, no Jabaquara, bairro da zona sul paulistana.
O estabelecimento, comprado com ajuda de um tio, virou uma loja de departamentos. “Quando começamos, nossa loja era voltada para material de construção, mas, sempre que alguém pedia uma coi sa que não tínhamos, eu anotava no meu caderno e ia atrás do pro
duto. Quando nos demos conta, já tínhamos uma variedade imensa dentro da loja”, conta Cruz. A rede foi ganhando forma, com aquisi ções de novas unidades em locais com grande fluxo de pessoas. Na pandemia, sem operação presen cial, a rede intensificou sua atua ção online e conseguiu manter to dos os funcionários.
Hoje, o negócio é administrado pelo casal, os filhos e genros, que procuram se aproximar dos 1,5 mil colaboradores com cafés da manhã realizados nas unidades. “Vamos lá escutar, saber o que as pessoas precisam, na vida pessoal mesmo”, afirma Cruz. Na entrevista a se guir, ele fala um pouco mais sobre a trajetória do negócio.
Qual o diferencial da lojasmel para estar há 44 anos no merca do e continuar em expansão?
Acreditamos que o nosso di ferencial seja o nosso propósito. Acordamos todos os dias para tra
zer tudo com amor para nossos clientes, colaboradores e fornecedo res. A nossa política interna é pau tada no amor e isso acaba colabo rando para o nosso trabalho sério e comprometimento em querer fazer dar certo. Também acompanhamos as tendências do nosso segmento, buscando sempre novidades e boas oportunidades para abrir novas lo jas. Cada unidade que inauguramos nos enche de orgulho em saber que são novas frentes de emprego que estamos criando, colaborando no sustento de famílias e isso é o que mais nos impulsiona.
Por ser uma empresa fami liar, há uma separação dos as suntos profissionais e pesso ais? Como isso é feito?
Sim, é preciso separar, pois den tro da empresa se respeita os co nhecimentos profissionais de cada um, sem pensar que é mãe, pai, fi lhos ou genros. Mesmo tendo uma ótima convivência familiar, quando
Procuramos por lugares de gran de circulação, que tenham sintonia com o nosso público.
Quais os principais desa fios do varejo nesse cenário de pós-pandemia?
Manter-se crescendo dentro des se panorama difícil para a econo mia mundial, porém acredito que a recuperação já esteja acontecendo, chegando mais rápido em alguns pa íses do que em outros. Temos muito orgulho em ter conseguido manter nossos colaboradores e celebramos também a abertura de mais seis lo jas durante o ano de 2021.
As vendas pela internet continuam a ganhar força?
Sim, a aceleração digital causa da pela pandemia veio para ficar. As marcas estão cada vez mais multicanais, unindo as experiên cias digitais e físicas. Quem não es tiver vendendo ou oferecendo seus serviços via internet, já está fadado ao fracasso.
Frutas em
A feira internacional Fruit Attraction, realizada em Madri, na Espanha, mostrou o caminho
Rogério Lagos
Novas tecnologias para o agronegócio, frutas processadas, rastrea bilidade, padronização e praticidade são algumas das tendências para o mercado de frutas e hortaliças apresentadas na Fruit At traction, a segunda maior feira do segmento no mundo, realizada em Madri, na Espanha, entre os dias 4 e 6 de outubro. O Sebrae-SP este ve presente em missão empresarial com 16 pequenos produtores rurais para que conhecessem as novidades e abrissem mercado no exterior. Afinal de contas, as frutas brasileiras são extremamente bem conceitua das na Europa. Além de visitar o evento, o grupo de empresários reali zou visitas técnicas guiadas por diversos mercados, pequenos negócios, fábricas e propriedades rurais na região de Madri. Veja a seguir alguns dos destaques do time de especialistas do Sebrae-SP presente na Missão, composto pelas consultoras Karyna Muniz, Eliana Germano e Flaviane Castilho, bem como pelo consultor José Eduardo Carrilho.
Frutas processadas
As frutas processadas estão em franco crescimento no mercado europeu por conta da maior necessidade por praticidade devido ao estilo de vida mais agitado das pessoas, bem como em razão do aumento da demanda por uma alimentação mais saudável, o que explica a maior procu ra por alimentos prontos para o consumo ou produzidos para viagem. Nesse cenário, o Brasil tem uma grande oportunidade para fornecer frutas e vegetais processados para a Europa. De acordo com a Embaixada do Brasil na Espanha, as barreiras fitossanitárias são menores do que as decorrentes do envio de frutas frescas. "É encantador notar o cuidado com os produtos do campo à mesa. Tudo é pensado para facilitar a degustação e a alimentação rápida e saudável e o marketing dos produtos e embalagens traduzem muito bem esse conceito", destaca a con sultora Eliana Germano.
Uso de drones, análise de solo georreferenciada, mapea mento via satélite e equipamentos autônomos são algu mas das tecnologias que caracterizam a agricultura 5.0. Os empresários e empresárias que fizeram parte da missão à Fruit Attraction puderam conhecer diversas soluções tecno lógicas que otimizam o trabalho no campo, como o On Fruit 360, da empresa espanhola Agerpix. Trata-se de um sensor que permite saber a quantidade e o calibre de frutos maduros, com precisão de 95%. Dessa forma é possível antecipar as de cisões de vendas, reduzir perdas e custos com RH e logísticos. O sensor utiliza as tecnologias big data, inteligência artificial e machine learning para coletar os dados e estatísticas em cam po. "Com essas soluções práticas, adaptadas aos produtores de frutas e hortaliças, a agricultura passa a ser cada vez mais tec nológica para otimizar o trabalho no campo e facilitar a toma da de decisões estratégicas", diz a consultora Flaviane Castilho.
Os pequenos produtores locais têm o seu espaço garan tido nos mercados de bairro de Madri. É comum en contrar produtos de qualidade de marcas de pequenos agricultores da região. A rastreabilidade também se faz pre sente, uma vez que é exigida em toda produção e comercializa ção de hortifruti na Espanha. Nas etiquetas é possível encon trar informações sobre origem, variedade, lote, produção, peso e tabela nutricional.
Marcas próprias e rastreabilidade
evidência
Padronização
Essa é uma boa prática de gestão da qualidade e de posi cionamento de marca que é facilmente encontrada em Madri, seja nos pequenos mercados de bairro ou no Mer camadrid, a "Ceagesp" local. A padronização é tão presente que os clientes não escolhem suas frutas e hortaliças como é de costume no Brasil, apenas pedem o que desejam e recebem direto do vendedor. Não há diferenciação. Há, ainda, máqui nas especializadas na pesagem e embalagem dos produtos. "A padronização é um show à parte. Quem olha o produto na prateleira já compra sem precisar colocar a mão para atestar sua qualidade, como é comum no Brasil. Nossos produtos têm qualidade, mas precisam ser mais bem padronizados e apre sentados", afirma o consultor José Eduardo Carrilho.
Praticidade e embalagens biodegradáveis
Amáxima "comer com os olhos" se faz muito presente entre as tendências de marketing vistas na Fruit At traction. Embalagens, muitas delas biodegradáveis em respeito à sustentabilidade, são pensadas para encantar os clientes. A praticidade também pode ser observada em frutas comercializadas já cortadas ou até mesmo com utensílios para facilitar o consumo. "A valorização e consumo dos produtos re gionais se destaca em Madri, assim como as embalagens bio degradáveis e a preocupação com a sustentabilidade em toda a cadeia na busca de minimizar os impactos ambientais", diz a consultora Karyna Muniz.
Plantações verticais
Ocrescimento populacional deverá ser um dos principais fatores de estímulo à verticalização de pro dutos de horticultura. Diversas empresas presentes na Fruit Attraction já traba lham com a tecnologia necessária para a implementação desse novo hábito de pro dução e consumo.
Durante a Missão Empresa rial Fruit Attraction, o Sebrae -SP produziu entrevistas com os empresários e empresárias presentes, bem como com o time de especialistas que os au xiliaram durante as visitas.
Confira no QR Code a play list com 13 vídeos dessa missão e fique ainda mais por dentro das novidades, tendências e so luções tecnológicas presentes no agronegócio europeu.
que empresas brasileiras podem percorrer, com tecnologia e aposta na praticidade
Mulheres entram em
Iniciativas buscam apoiar e capacitar profissionais do gênero feminino que
Ana Roxo*
Aigualdade de gênero no mercado de trabalho é um tema cada vez mais discutido do ponto de vista da remuneração e do respeito à diversidade, mas as mulheres ainda continuam a lutar pelo seu espaço em profissões que são dominadas historicamente pelo sexo masculino. Foi essa sensação de sentir-se sempre uma exceção nos canteiros de obras país afora que levou a engenheira
eletricista Camila Maciel Andrade a querer compartilhar sua história e mostrar que há espaço para outras mulheres “de botina” no dia a dia profissional.
“Escolhi engenharia elétrica ainda no ensino médio por gostar de exatas, sempre tive o apoio da minha mãe, mas com o meu pai foi mais difícil. Ele queria que eu cursasse medicina, pois engenharia não era um curso tão feminino”, lembra
Camila. Moradora do Estado da Bahia, passou no vestibular em Campina Grande, na Paraíba, e foi morar fora. “Na época da faculdade não houve julgamentos. A maioria dos alunos era de fora, de outras cidades e Estados, então os alunos se acolhiam, homens e mulheres, pois todos sabiam o quanto era difícil passar para o próximo semes tre”, conta.
A experiência no mercado de trabalho, especificamente no setor
de energia em grandes projetos, e a vontade de incentivar outras mulheres a seguirem um caminho profissional livre de preconceitos foi o que a levou a criar o projeto “Elas de Botina” (elasdebotina.com.br), um movimento de acolhimento para mulheres que trabalham em áreas que ainda são vistas como masculi nas. O projeto começou no Instagram, onde Camila criou uma rede de apoio para que mulheres engenheiras e de
mercado ‘masculino’
atuam em áreas dominadas por homens, como engenharia e oficinas mecânicas
gia infantil chamada “As descobertas de Carol no mundo da engenharia”, que traz a história de uma menina que está em dúvida sobre o que quer ser quando crescer. Na histó ria, ela pede ajuda para a mãe e para as mães das amigas para descobrir as diversas carreiras de engenha ria e entender que ela pode ser o que ela quiser. Já os outros dois livros acompanham o crescimento dela e a personagem Carol entrando nesse mundo que é enxergado como um mundo somente para homens.
Na opinião de Camila, um conselho para mulheres e meninas que querem seguir suas carreiras em áreas que não são vistas como femininas ou que a sociedade enxerga como somente para homens é persistir em seus sonhos. “Tenham força, vai ser difícil, mas vai valer a pena se você realmente quiser estar na área e no segmento escolhidos. Você não é menos capaz por ser mulher”, conclui.
MÃO NA GRAXA
Elas ouviam comentários machistas e preconceituosos de alguns clien tes que, num primeiro momento, duvidaram da capacidade delas de entender do assunto. Só que após conhecer o trabalho das mulheres, preferiam ser atendidos por elas”, afirma a consultora.
Uma das empreendedoras que passou pelo curso foi Sandra Carvalho, sócia -proprietária da oficina mecânica AK Auto Center, localizada na zona sul de São Paulo. Ela atua na área de mecânica há mais de 20 anos, como administradora e gestora de ofici nas, e é dona de uma oficina junto com o marido, que é o responsável pela parte da reparação dos veículos. Sandra fez cursos do Sebrae desde 2014 na área de gestão e finanças, mas afirma que teve muitos benefí cios depois de participar do curso de reparação automotiva.
e anotando os problemas dos automó veis”, lembra. Quando descobrem que a oficina é comandada por uma mulher, os clientes têm reações variadas, conta a empreendedora. “Eu e uma outra funcionária mulher que contratamos sofríamos mais desconfiança antiga mente. Os próprios clientes prefe riam e até pediam um homem para tratar do assunto. Mas hoje em dia já não acontece com tanta frequên cia, diminuiu bastante. Acredito que a mudança e evolução cultural da sociedade podem estar relaciona das com isso”, afirma.
áreas relacionadas contassem suas histórias, dificuldades e sonhos, com o propósito de se acolherem e também incentivarem outras mulheres. “Quero ajudá-las a seguirem seus sonhos e não desistirem das suas carreiras, por mais difícil e solitário que seja estar em algumas profissões para o público feminino”, diz.
Em outra frente, Camila usou seu talento de contadora de histórias para escrever os livros de uma trilo
No ambiente do empreendedo rismo, algumas áreas dominadas por homens estão vendo a chegada de mais mulheres – e cada vez mais preparadas para assumir qualquer função. Para levar mais conhecimento técnico e de gestão para mulheres em oficinas mecânicas, o Sebrae -SP, junto com nove parceiros do mercado, lançou o curso “Mulhe res na Reparação Automotiva”, iniciativa que começou no Escritório Regional Capital Oeste do Sebrae-SP. Ao todo, 30 empreendedoras de ofici nas mecânicas de todo o Estado parti ciparam do curso, que foi ministrado de maneira online e teve duração de dois meses.
A consultora Roberta Sodré, ideali zadora e gestora do projeto, conta que as alunas se sentiram honradas e especiais de terem sido convida das para participar do curso, onde puderam aprender mais sobre como administrar a oficina e também técni cas em geral de mecânica. “As alunas relatavam histórias que já vivencia ram no ambiente de trabalho como donas e sócias de oficinas mecânicas.
Por ser mulher e estar num ramo predominantemente masculino, Sandra relata ter tido muitos obstáculos pelo caminho para gerir a empresa e, no início, fazer o papel de secretária, responsável pelo primeiro contato com o cliente. “Muitos se sentiam inseguros de ver uma mulher atendendo
Sandra usa como exemplo uma comparação com outros assuntos que são considerados predominante mente masculinos. “Eu tenho um filho menino e sempre gostei de futebol e de super-heróis, assuntos ‘bobos’ do nosso cotidiano, mas percebo que as mulheres ainda precisam provar que conhecem e dominam essas áreas, mesmo não interferindo em nada no dia a dia. Então, infelizmente ainda é normal que haja preconceito quando o assunto é profissional e quando um cliente confia a nós seu automó vel”, diz a empreendedora.
*Estagiária sob supervisão dos editores
MOSTRANDO SERVIÇO
O curso “Mulheres na Reparação Automotiva” teve um estande só para elas na Feira do Empreendedor 2022 do Sebrae, realizada em outubro, em São Paulo. No local, as alunas do projeto puderam mostrar mais do seu trabalho e participar ativamente contando da experiência em suas ofici nas e mostrando os serviços dispo níveis. De acordo com a consultora do Sebrae-SP Roberta Sodré, em 2023 uma segunda turma do curso “Mulhe res na Reparação Automotiva” deve ser aberta. As informações estarão dispo níveis nas redes sociais do Sebrae-SP.
Assim como tem acontecido com outros setores da econo mia, a cadeia de moda vem passando por transformações desde o início da pandemia de Covid19 e procura se adaptar para atender às novas expectativas dos clientes. Além de investir em uma atuação omnichannel (ou multicanal, estratégia de vendas que integra diferentes canais de comunica ção e divulgação) e acompanhar as mudanças no comportamento de compra do consumidor, os peque
O NOVO MOMENTO
Pandemia e alta da inflação foram fatores de mudança para o setor, que exige
nos negócios do setor estão perce bendo que a prática de medidas sustentáveis está sendo cada vez mais valorizada.
De acordo com a consultora do Sebrae-SP Monica Lemes Padovani, o empreendedor que atua no setor precisa pesquisar muito e analisar diferentes cenários o tempo todo. “A atuação multica nal já é uma realidade que chegou há alguns anos. No maior evento de varejo do mundo, promovido pela NRF (National Retail Federa tion) nos Estados Unidos, essa
fala já era recorrente desde 2018. A cadeia de moda também está gritando pela sustentabilidade, pela diversidade e inclusão”, afirma.
O levantamento “Winning Omnichannel 2022: a reformulação do varejo na América Latina”, reali zado pela consultoria Kantar, revela que as compras ainda não voltaram aos níveis pré-pandemia – e ainda sofrem uma queda maior em países onde a tendência omnichannel ainda não prosperou. Além disso, pressões econômicas, como alta da inflação e queda do poder
de compra, têm resultado em menos consumo e maior busca por opções de produtos com um bom custo/ benefício, sempre utilizando para isso vários canais de pesquisa e compra.
TUDO ONLINE
Dentro de um cenário tão desa fiador, proprietários de pequenos negócios vêm trabalhando para conseguir adaptar seus negócios a um cenário inédito de constante mudança e velocidade. É o caso de
DO VAREJO DE MODA
empreendedores mais atentos às tendências e ao comportamento do consumidor
Ronnan Moro, dono da NewQuay, loja de vestuário que trabalha tanto com moda masculina quanto femi nina desde 2011 na cidade de Mogi das Cruzes. Para o empresário, tudo aquilo que se falava sobre o novo mundo do varejo pós-pandemia está realmente acontecendo. “An tes, as pessoas vinham até a loja, queriam experimentar as roupas, mas hoje é tudo online. Eles primei ro perguntam por mensagens sobre o que querem e depois decidem se vêm ou não até aqui. Nós continua mos com o delivery tanto para quem já é cliente como para os clientes novos. Tenho clientes antigos que já não vêm mais na loja”, conta.
Atualmente, o empreendedor não tem um e-commerce e mantém suas vendas pelo WhatsApp e redes so ciais. Por esses canais, seus clientes ficam sabendo sobre as novidades no estoque e pedem para ver mais opções. “Tivemos um crescimento muito grande na captação de clien tes. E sempre estamos em contato para as pessoas lembrarem da gente e virem até aqui. Crescemos do ano passado para cá uma média de 10%. Comparando com antes da pande mia, tivemos um aumento de 30% a 40% no faturamento”, comemora. O crescimento pode ser explica do pelo investimento que tem feito na divulgação online, que o ajuda a captar clientes que não conhece riam a sua loja se ele estivesse ape nas atuando no modelo presencial. “Hoje, 15% das vendas são pessoas que compram e não vêm na loja. E esse percentual está crescendo, estou investindo. Sou uma loja de bairro, mas atendo clientes que mo ram a 20 quilômetros daqui”, diz.
Ter seu próprio e-commerce está nos planos para o futuro, mas Ronnan reconhece que ainda não se sente pronto para dar esse pas so. O empreendedor explica que tem receio de que as vendas em uma plataforma online possam in terferir no seu relacionamento com o cliente. “Tenho medo de não ter diálogo. Você vende uma coisa e a pessoa não gosta, eles não vêm con
versar. Às vezes é um contratempo isolado, mas você não tem chance de explicar, conversar. Então eu só quero entrar no online quando eu tiver construído uma experiência de compra diferenciada”, afirma.
O empreendedor também reco nhece a importância da sustenta bilidade para o seu negócio. Além de adotar medidas em seu estabe lecimento para evitar o desperdício de recursos naturais, ele também trabalha com fornecedores que valorizam o uso de peças susten táveis. “Aqui recebo mercadorias produzidas com materiais reciclá veis. Tenho peças feitas por meio de reciclagem com garrafas pet, por exemplo”, diz.
Para aproveitar as oportuni dades e estar cada vez mais aten to às tendências do setor, Ronnan observa o comportamento da con corrência e investe seu tempo em capacitações. “Participei do pro grama específico para a cadeia da moda que aconteceu no Sebrae em Mogi das Cruzes. Percebi que mui tos controles e muita parte da ges tão que eu achei que fazia certo na verdade não estavam 100%. Agora conseguimos também aproveitar melhor as datas comemorativas e já estamos com o estoque prepara do para a Copa do Mundo há algum tempo”, afirma.
MAIS EXIGENTES
A empreendedora Debora Braito é dona da marca de roupas Senho rita Plus Size, voltada para moda feminina de tamanhos grandes. A empreendedora também participou do programa voltado para empre endedores da cadeia da moda em Mogi e tem como público mulheres principalmente na faixa de 25 a 45 anos. Debora também passou a per ceber um comportamento de com pra diferente entre suas clientes. “Antes de todas essas mudanças de cenário, as minhas clientes com pravam mais. Hoje as clientes estão mais retraídas. Muita gente perdeu o emprego. As vendas estão mais
controladas. A inflação também está alta e até a comida está muito cara”, avalia.
Embora realize menos vendas, Debora não vê impacto negativo em seu faturamento, apesar de obser var que nesta época de fim de ano o mercado já deveria estar mais aquecido. “As vendas estão meno res. Acho que a situação financeira no geral está impactando. Os clien tes estão comprando menos e estão mais criteriosos. Então, em vez de comprar cinco blusinhas, por exem plo, elas compram três”, diz.
Para compensar esse cenário, a empreendedora investe na qualidade do atendimento e garante que suas clientes são fiéis. Tanto que ela deseja montar um e-commerce para ajudá-la a dar conta da
quantidade de pedidos. “Quero atender às clientes que me chamam no WhatsApp de madrugada e não consigo falar. Mas a minha maior venda é no presencial ainda. Todos os grupos de WhatsApp que montei na pandemia continuam funcionando e são muito importantes”, conta.
Com a capacitação que realizou no Sebrae-SP, Debora revela que aprendeu a usar o recurso de “live shopping” (vendas realizadas du rante uma apresentação de pro dutos ao vivo) para não ficar com estoque parado. “Eu compro me nos peças para deixar em estoque e tenho sempre novidades. Apesar da maior parte das vendas aconte cerem de forma presencial, no onli ne é onde eu mostro as novidades e chamo as minhas clientes”, afirma.
PARA FICAR ATENTO
Mais presentes na internet e de olho nas práticas sustentáveis.
Para a consultora do Sebrae-SP Monica Lemes Padovani, respon sável pelo programa Cadeia da Moda na região do Alto Tietê, são essas as principais questões a que os empreendedores do segmento devem estar atentos:
- Conheça e implemente ações e ferramentas de transformação digital no seu negócio, investindo em vendas online e ações como “live shopping”. Estar de olho nas tendências e se capacitar para isso é fundamental para ter sucesso.
- Conecte seus negócios aos compromissos da ESG – conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é social mente consciente, sustentável e corretamente gerenciada. Susten tabilidade não é tendência, já é uma realidade
- Consumidores tendem a preferir marcas sustentáveis e serem leais a quem está atento a práticas de reciclagem, por exemplo. Para os pequenos negócios, é possível acompanhar essas tendências e divulgá-las para seus clientes.
10 dicas para vender mais no Natal
ONatal é a principal data para o co mércio e, também, a melhor épo ca do ano para consolidar clientes. O modelo de compras online foi intensifi cado durante a pandemia e se estabeleceu como uma das principais formas de con sumo. Por isso, é necessário dedicar aten ção às vendas por redes sociais, por What sApp, além do e-commerce. A seguir, você encontra uma série de orientações para o varejo físico e o virtual aproveitarem bem o período natalino.
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Gere leads
O primeiro passo para uma campanha de sucesso é a geração de leads, que são clientes em potencial do seu negócio. Os leads são uma forma de obter informações estratégicas e podem ser nutridos por meio de e-mails marketing e ações perso nalizadas. Mas lembre-se: para obter le ads, você precisa oferecer algo em troca. Então prepare cupons, descontos e outras vantagens para presentear.
Treine sua equipe tanto de venda como de suporte 6
Para auxiliar com as altas demandas, as lo jas costumam contratar mais funcionários no fim de ano. Contudo, é fundamental trei ná-los sobre a cultura da empresa, produtos e serviços. Não basta aumentar o número de atendentes e ainda assim deixar seus clientes insatisfeitos. Sua empresa deve pri mar pelo atendimento de qualidade.
Aproveite os clientes atrasados
1Personalize sua loja
Se tiver uma loja física, inclua decorações natalinas na fachada e nas prateleiras. Caso seu negócio seja virtual, personali ze o layout do site com a temática e crie páginas dedicadas às ofertas de Natal. Esteja presente também no Google Meu Negócio e use o WhatsApp Business.
Ofereça dicas de presentes 4
Ajude seus clientes a escolherem o melhor presente com dicas personalizadas. Inserir um banner na homepage que redirecione para uma página com as melhores sugestões de presentes é uma forma de poupar o tempo do cliente e facilitar a compra. Você pode criar sugestões com base no perfil da pessoa, em seus interesses, ou segmentar de acordo com o preço máximo que o cliente quer gastar.
Informe os prazos para a devolução e troca de presentes
Para proporcionar a melhor experiência de compra, é essencial que os prazos para devolução e troca de produtos estejam claros para o cliente. O momento da troca deve ser aproveitado também para incentivar novas aquisições. Ofereça itens complementares àqueles que o comprador já adquiriu. Crie campanhas customizadas por meio de co municação personalizada, de acordo com o perfil e os comportamentos dos clientes, oferecendo as melhores ofertas e argumen tos de venda para cada grupo específico.
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2Use e abuse das redes sociais
Publique os produtos e as promoções nas suas redes sociais. Elas são uma vitrine que alcança pessoas de todo o Brasil. Aproveite, também, para dar dicas de presentes e fa zer sorteios entre seus seguidores. Se pos sível, separe um orçamento específico para anúncios pagos. Eles vão ajudar a chegar a um público mais qualificado e preparado para o momento da compra. Poste fotos de qualidade e produza vídeos para divulgar sua marca e produtos.
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Crie oportunidades, promoções e ótimas condições de pagamento
Aposte em descontos e ofertas, como “leve 3, pague 2”, e facilidades nas formas de pa gamento. Determine o volume de produ tos que quer vender e em quanto tempo e, com base nisso, defina o mix de itens que terão os preços reduzidos e de quanto se rão os descontos. Você também pode criar outros tipos de oportunidades para seu consumidor, como entregas gratuitas, car tão fidelidade, cupons etc.
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Solucione problemas
Busque encantar o seu cliente para que ele volte ao longo do ano. Uma das me lhores formas é oferecer soluções rápidas para as necessidades dele. As pessoas querem se sentir queridas e valorizadas. Se um dos pilares da empresa for a solida riedade, então a comemoração natalina pode ser uma oportunidade de divulga ção para promover ações solidárias com a marca da empresa.
A boa disposição dos produtos facilita para o vendedor e para o cliente identificarem o que se procura, e isso pode ser decisivo para o momento da compra. É fundamental que o layout de sua loja física ou online esteja adaptado para receber um grande número de pessoas com bom atendimento.
Planejamento é a chave para aproveitar a melhor época do ano para o comércio
Como está o mercado pet?
O setor de produtos, serviços e co mércio de animais de estimação deve crescer 14% até o final deste ano, au mentando o faturamento de R$ 51,7 bi lhões em 2021 para R$ 58,9 bilhões, segundo o Instituto Pet Brasil. A popu lação pet no Brasil é de aproximada mente 149,6 milhões de animais, sendo 58 milhões de cães e 27 milhões de ga tos. Portanto, é um bom momento para negócios no setor.
Quando falamos em novos serviços e tendências, não faltam oportunidades como criação de linhas e acessórios perso nalizados, alimentação natural, day care, lavanderia especializada em itens pet, ensaios fotográficos, spa, festas para os animais, serviço de funeral, plano de saúde entre outros. O grande desafio é proporcionar conveniência, personali zação e inovação.
O empreendedor não deve se preocu par com os “gigantes” que têm realizado fusões, recebem investimento em tec nologia e focam em produtos e entrega rápida. Pet shops pequenos e médios continuam a ser um forte canal de aces so aos produtos, representando 48%
das vendas do setor, segundo a Associa ção Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
Para se destacar, o empreendedor deve oferecer conveniência e perso nalizar o atendimento, intensificando o relacionamento com o cliente. Tam bém é importante oferecer serviços agregados e estabelecer parcerias es tratégicas; ser ativo no próprio bair ro de atuação, exercendo uma gestão com responsabilidade social.
Outro ponto que não deve ser esque cido é manter um bom trabalho de mar keting e buscar engajamento nas redes sociais. Ter sempre novidades no negócio é fundamental; para isso, frequente feiras do setor e fique de olho nos concorrentes.
Não podemos deixar de enfatizar a importância de se realizar um planeja mento – o chamado plano de negócios. Quando se tem um plano, você tem capa cidade de se antecipar a possíveis erros, além de conhecer os pontos fortes e fra cos do negócio. Essas informações pos sibilitam chegar ao mercado com mais segurança e conhecimento.
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
O dia 1 do negócio
O dia em que uma empresa abre as portas é um marco na vida do empreendedor ou empreendedo ra. Representa a concretização de um sonho e reúne sentimentos como ansiedade, expectativa, esperança e medo. Em meio às emoções que a data carrega, é também um momen to que exige racionalidade, afinal, es tamos falando de algo que envolve responsabilidade, compromissos, di nheiro e foi feito para dar lucro.
O dia 1, na verdade, é a sequência de algo que começou lá atrás, quando o empreendimento ainda era apenas uma ideia.
Ainda assim, a inauguração é uma boa hora para checar se tudo está sendo executado como previsto. É momento de identificar problemas operacionais e pensar nos ajustes. Prática essa que vai se prolongar por um bom tempo, até que o negó cio passe a funcionar de forma mais “azeitada” e se forme uma clientela.
Seja como for, a única manei ra de reduzir o risco de falhas é ter um planejamento bem feito, pois é o que dá segurança a quem empreen de. É por meio dele que se traça cada etapa da empresa, desde sua concep ção, passando pela rotina de trabalho até possíveis investimentos em ex pansão ou alterações de rumo.
Com um plano bem delineado, sa be-se bem qual o perfil de consumidor almejado, quem são os concorrentes, quais as oportunidades, as amea
ças, entre outros fatores que pesam nos resultados da empresa.
O planejamento é um exercício permanente. As circunstâncias mu dam, demandam ajustes e cada ação deve ser previamente desenhada.
As finanças, obviamente, exigem planejamento também. Muitos ne gócios quebram por falta de gestão das contas, porque não se sabe ao cer to quanto entra de recursos, quanto sai, não há controle do fluxo de caixa e a situação vira uma bola de neve.
Claro que não há 100% de garan tia de que nada errado vá acontecer. Mas as possibilidades diminuem drasticamente e as correções são mais fáceis quando há uma pre paração adequada.
O primeiro dia é especial. Mas, como já disse, ele começa muito an tes. Nesse período que o antecede, tudo deve ser feito cuidadosamente para tornar a data memorável, causar uma boa impressão no público e dar início a uma jornada bem-sucedida.
MARCO VINHOLI, Diretor‑superintendente do Sebrae‑SPAcompanhe o Sebrae‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: facebook.com/sebraesp flickr.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo
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Para tornar a comuni cação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos pre senciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antece dência de 5 (cinco) dias úteis à data de realiza ção do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pes soalmente nos Escri tórios Regionais, pelo portal do Sebrae‑SP ou pelo 0800 570 0800.
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Mucho más’ que dancinha
Mirta Archivaldo aderiu ao TikTok, investiu em campanha e alavancou a venda de cursos de espanhol
Gisele TamamarMirta Archivaldo nasceu na Argentina e mora no Bra sil desde 1980, onde há 30 anos se dedica ao ensino de espa nhol com foco no mercado corpora tivo. Há cinco anos aderiu ao ensino online e, ainda mais recentemente, em maio, após orientação do Se brae-SP, resolveu entrar no TikTok. Foi na plataforma de vídeos curtos que ganhou relevância e conseguiu alavancar a venda de cursos.
Criadora da Nuestro Espanhol, Mirta formatou o curso prático da língua na pandemia, com valor de R$ 97, e passou a divulgar nas redes sociais. Havia semanas em que ela não realizava nenhuma venda, mas, depois de começar a publicar vídeos no TikTok e a investir em uma cam panha, os resultados começaram a aparecer. Atualmente, ela registra vendas diárias.
“Para ter resultados diferentes é preciso estar predisposto a mudar, e Mirta estava. Ela soube adaptar seu conteúdo para vídeo, testou e aprendeu com seus resultados. O TikTok é uma plataforma que en trega seu conteúdo para o público do seu interesse independentemen te de você ter seguidores, justamen te por não ser rede social, e isso é muito legal para o pequeno empre sário”, destaca a consultora do Se brae-SP Ariadne Mecate.
Mirta já participou de uma série de ações do Sebrae-SP, inclusive o seminário Empretec, e também teve o acompanhamento de um Agente Local de Inovação (ALI). Foi duran te uma consultoria de marketing
EXPEDIENTE
Publicação mensal do Sebrae‑SP
Edição impressa
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: Tirso Meirelles
que recebeu a sugestão de aderir ao TikTok. Mirta já estava presente no Instagram e LinkedIn, mas nunca pensou, até então, a postar vídeos curtos na plataforma. “Eu pensei: ‘imagina, no TikTok é só dancinha’. Mas recebi a orientação de que não era só dança, mas muitas pessoas postavam conteúdo didático. Como eu faço tudo que aparece, não tive medo, fiz um vídeo e postei no mes mo dia”, lembra.
Desde então, não parou mais e posta vídeos diários de 15 segun dos com dicas e curiosidades so bre a língua espanhola. “Começou a bombar”, comemora Mirta. Em julho, a Nuestro Espanhol decidiu
investir R$ 1,7 mil para rodar uma campanha por sete dias para ven der o curso prático.
Foram mais de 375 mil visualiza ções, 3 mil curtidas e cerca de 160 compartilhamentos no WhatsApp. Foram realizadas 60 vendas no pe ríodo e o perfil também ganhou mais relevância com aumento de v isualiza ções de outros vídeos postados ante riormente. Atualmente, são mais de 2 mil seguidores.
“Eu posto vídeos todos os dias, estudo o algoritmo e tenho uma preocupação com o ambiente e luz para entregar vídeo e conteúdo de qualidade”, relata Mirta, que planeja o lançamento de um novo curso com
sua metodologia própria voltada ao mercado corporativo. “A consultoria do Sebrae me abriu os olhos e o fato de entrar no TikTok foi fantástico. Para mim, foi a plataforma que deu resultado mais rápido”, relata.
Para quem ainda tem dúvida se deve criar um perfil no TikTok, a consultora do Sebrae-SP cita alguns dados relevantes: mais de 1 bilhão de usuários ativos no mundo e 87% das pessoas assistem a vídeos dia riamente, o que reforça a importân cia deles para seu negócio. “Estar atento às novidades de mercado e saber aproveitar as oportunidades é muito importante para aumentar os resultados”, reforça.
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor‑superintendente: Marco Vinholi
Diretor Técnico: Ivan Hussni
Diretor de Administração e Finanças: Guilherme Campos
JORNAL DE NEGÓCIOS
Unidade Marketing e Comunicação
Gerente: Vanessa Silva Pinto
ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho
Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiárias:
Ana Roxo e Maya Ortega. Imagens: www.gettyimages.com. Diagramação: Gibbor Brasil Publicidade e Propaganda. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa –ME, Carlos Raphael do Valle – ME e Ferdinando Ramos Plus Images para o Sebrae‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177‑4784
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LIVROS
O CÓDIGO DA RIQUEZA
(
Citadel)
O Código da Riqueza nasce de uma simples pergunta: por que algumas pessoas são bem-sucedidas e outras não? A resposta não é nada simples. Para respondê-la, Thiago Nigro, criador do canal do YouTube "O Primo Rico", viajou para conversar e analisar as histórias das pessoas mais bemsucedidas do mundo em suas áreas na atualidade. Milionários, ganhadores de prêmios, atletas de ponta. Independentemente da área de atuação, o objetivo era entender o que eles tinham em comum e quais etapas todos eles tiveram que cumprir para atingir seu objetivo. O resultado está neste livro, que também é narrado pelo próprio autor, disponível exclusivamente na plataforma Skeelo.
PRINCÍPIOS (Intrínseca)
Conhecido como o “Steve Jobs dos investimentos”, Ray Dalio é fundador da Bridgewater Associates, a quinta empresa privada mais importante dos Estados Unidos e considerada a mais eficaz gestora de fundos hedge do mundo. Listado pela Time entre as cem pessoas mais influentes de 2012, Dalio compartilha no livro suas técnicas, refinadas em 40 anos de experiência, para auxiliar qualquer pessoa ou empresa a alcançar seus objetivos. Para Ray Dalio, vida, gestão, economia e investimentos podem ser sistematizados em regras. Dalio oferece uma abordagem clara e direta para a tomada de decisões e ensinamentos valiosos para a formação de equipes sólidas e eficientes.
REINVENTE SUA EMPRESA (Sextante)
Muitas pessoas não entendem que uma empresa pode rejeitar o crescimento, as reuniões, os orçamentos e a propaganda, e, ainda assim, prosperar. Dizem que não é possível ter êxito sem fazer projeções financeiras e planos quinquenais.
Jason Fried e David Hansson compartilham sua experiência como empresários bem-sucedidos e explicam seu modo revolucionário de pensar os negócios. Este livro se destina a quem está procurando dicas para aumentar a eficiência, trabalhar de forma mais inteligente e alcançar o sucesso. É indicado ainda para quem está preso a um emprego, mas sempre sonhou em realizar algo próprio. Os autores criticam os workaholics e as ideias tradicionais sobre promoção. Acreditam que as empresas devem fazer menos que os concorrentes: criar poucas coisas muito boas, em vez de várias razoáveis.
EMPREENDEDOR MADURO TEM MAIS CHANCE DE SUCESSO
Pesquisa da consultoria Empreendabilidade mostra que os profissionais acima de 50 anos têm mais chances de sucesso na abertura de um negócio. Pela pesquisa, 15,6% dos empreendedores com idade entre 55 e 64 anos têm empresa estabelecida, ou seja, que está ativa há mais de 3,5 anos. Entre pessoas de 18 a 34 anos, esse porcentual é de 3,8% e, entre 35 e 54 anos, 11,1%. O estudo considerou dados macroeconômicos, indicadores do mercado empresarial e do perfil de profissionais maduros. Entre as características do profissional com 50 anos ou mais que podem explicar esse maior sucesso estão vivência maior em diferentes situações, capacidade de lidar melhor com adversidades, saber aceitar mais riscos, saber fazer boas negociações e ser mais responsável na tomada de decisões.
CONSUMIDOR DO PEQUENO NEGÓCIO SOFRE QUEDA NA RENDA
Com forte dependência do consumo interno, as micro e pequenas empresas vão ver seu principal cliente terminar 2022 mais pobre do que há uma década. Levantamento da Tendências Consultoria aponta que as classes D/E, com rendimentos familiares mensais de até R$ 3,1 mil, representam 55,4% da população. Há dez anos, esse grupo somava 48,7%. O estudo mostra também que a classe C diminuiu de 32,6% para 28,5%. A faixa reúne quem tem renda familiar de R$ 3,1 mil a R$ 7,5 mil.
GOOGLE LANÇA SERVIÇO DE CONTROLE DE VISUALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS
O Google lançou uma central de controle de publicidade para que usuários escolham o que querem ou não ver como anúncios nas plataformas da empresa. Disponível no Brasil, o Minha Central de Anúncios tem três abas que podem ser acessadas para personalizar e configurar a forma como as publicidades aparecem nos serviços da empresa, como YouTube e Google News. As abas são: uma página principal, uma de personalização e outra para configurar itens de privacidade. O recurso se soma a outros controles de privacidade de preferências que já existem na plataforma.
IDEIAS
PODCAST NERDCAST
Apesar de ter como assunto principal a cultura geek, Nerdcast Empreendedor traz lições de como ser dono do seu próprio negócio. O resultado é a reunião de empreendedorismo, universo de tecnologia e mundo eletrônico em um só lugar. Disponível no Deezer, Spotify e outras plataformas de áudio.
SÉRIE
THE PLAYBOOK – ESTRATÉGIAS PARA VENCER
A série reúne cinco técnicos renomados que falam sobre como atuam para obter sucesso nos esportes e na vida. Entre eles estão técnico português de futebol José Mourinho e Patrick Mouratoglou, treinador da campeã de tênis Serena Williams. Por meio de entrevistas, a série documental explora os momentos críticos na carreira dos treinadores e o os aprendizados que moldaram suas filosofias profissionais. Disponível na Netflix.
VÍDEO EMPANADAS ARTESANAIS
Inaugurada em abril de 2014, a La Guapa é um café de empanadas artesanais latinoamericanas que hoje conta com uma rede de lojas no País.
PERGUNTE A QUEM ENTENDE
Mauricio Frizzarin, fundador e CEO da Qyon TecnologiaAté pouco tempo atrás, uma série de tarefas rotineiras das empre sas ainda precisava ser realizada manualmente. Não era incomum mobilizar profissionais para isso. Além do tempo empregado nessas atividades operacionais, havia o risco de erros e, consequentemente, da necessidade de refazer. Tudo isso implica em custos.
Se essa descrição representa a realidade na sua empresa, chegou a hora de automatizar a gestão. Significa investir em tecnologia para ganhar mais segurança, profissionalismo, velocidade e produtividade, dando fim a erros na execução das tarefas e aos gastos desnecessários. Assim, é possível alocar os profissionais em áreas mais estratégicas, aumen tando o nível de satisfação do colaborador, que vê suas habili dades valorizadas.
Já se tornou realidade fazer a gestão dos negócios usando inteligência artificial. Com elas, basta que o profissional execute uma determinada atividade uma vez. O software aprende e realiza as ações automaticamente. No departamento finan ceiro, por exemplo, a tecnologia pode fazer a gestão das contas a pagar, automatizar os processos de emissão de notas e realizar o controle do faturamento. Também é um excelente meio para realizar o controle de estoque.
Outro exemplo vem da relação entre a empresa e o escri tório de contabilidade que lhe atende. Se ambos utilizarem a mesma plataforma de tecnologia e estiverem integrados, a troca de informações e o compartilhamento de documentos ficam mais dinâmicos, eficientes e seguros. O contador passa a executar suas tarefas mais rápido, com menor chance de erros e ganha tempo para desempenhar um papel fundamen tal, como encontrar soluções para a carga de impostos, entre outros pontos.
Ao ganhar agilidade na execução de tarefas de gestão, alocar profissionais para atuação mais estratégica e alcan çar a redução de custos, a empresa pode destinar recursos para atividades essenciais, caso da conquista de novos clien tes, aprimoramento da qualidade do atendimento, ganho de competitividade etc.
Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e ‑mail para imprensa@sebraesp.com.br.
Qual é o momento apropriado para automatizar a gestão da empresa?Divulgação
Negócios em movimento
Ronaldo Godoi comanda com a esposa, Ellen, a Red Fitness, uma rede de academias na capital paulistaMaya Ortega*
“Tudo começou em 2013; eu atuava em minha área de formação — educação física — e minha esposa, Ellen, co fundadora da Red Fitness, traba lhava como enfermeira.
Iniciamos fazendo a curadoria de aparelhos de academia: comprá vamos usados da academia onde eu estagiava, reformávamos e guardá vamos em nossa casa enquanto não tínhamos o espaço.
O ‘boom’ aconteceu quando alu gamos nossa primeira unidade, no Mandaqui, zona norte de São Paulo. Antes mesmo de terminar a refor ma, Ellen ficava no balcão reali zando as matrículas da academia. Ao inaugurar, já tínhamos mais ou menos mil inscrições.
Quando inauguramos, em mar ço de 2013, eu ficava majoritaria
mente na parte técnica, dando aula das 6h à meia-noite e Ellen ficava responsável pela parte de recepção e administração, conciliando com o trabalho dela como enfermeira.
O Sebrae foi de extrema impor tância em nossa trajetória. Antes mesmo de pensar no negócio em si, procuramos a ajuda da instituição para saber como prosseguir. A partir daí, aprendemos a parte burocrática, que seria como fazer o negócio fun cionar. Depois de algumas consulto rias, já tivemos uma noção por onde começar. Recebemos orientações de como encontrar um ponto para o ne gócio, por exemplo. Eu saía de bici cleta pela região, anotando placas de imobiliárias e passava para a Ellen, que fazia a seleção pelo telefone, ali nhando condições e valores. Até que um dia encontramos o ponto perfei to, que estava em boas condições e
tinha dois vestiários, o que nos pou pou do custo com a reforma.
O início foi bem difícil, mas com a ajuda dos planos e equipamentos já comprados, a academia basica mente se sustentou.
Conforme investíamos em aulas de qualidade e treinos totalmen te personalizados, começamos a alavancar os negócios. Então, em 2014, a Ellen deixou seu emprego com registro em carteira para se dedicar totalmente ao negócio.
No ano seguinte, 2015, tínhamos mais ou menos 1,5 mil alunos. Com esse crescimento significativo, pu demos trocar os maquinários usa dos por novos e, em 2016, tivemos a chance de expandir o negócio. Foi quando abrimos uma unidade no Ja çanã, em frente a um supermercado.
Além disso, recorremos em 2017 ao programa Agentes Locais de Ino
vação, o ALI, do Sebrae, que nos deu uma visão mais ampla sobre desen volvimento e inovação na época.
Porém, em 2018, surgiu um fato novo: dentro daquele supermerca do no Jaçanã abriu uma academia de uma grande rede, o que era um baita problema, visto que iríamos perder clientela. Mas a concorren te logo fechou e decidimos mudar do ponto da rua para aquele dentro do supermercado. Isso nos fez au mentar de aproximadamente 200 inscrições na unidade fora do su permercado para cerca de, 4,8 mil alunos, somando os que herdamos da outra academia.
Na pandemia, quando tivemos de fechar os estabelecimentos por tempo indeterminado, sabíamos que haveria uma grande procura do segmento assim que tudo voltasse ao normal. Então decidimos buscar investimento, em plena pandemia, para abrirmos novas unidades, e conseguimos abrir mais duas. Ao mesmo tempo que estávamos sem poder trabalhar presencialmente, continuamos fechando planos, fa zendo lives com aulas, alugando equi pamentos para manter nossa clientela e conseguir pagar nossos instrutores.
Atualmente, além das quatro unidades, estamos com um novo projeto de expansão no modelo de franquias. Temos como meta trazer um novo conceito de academia, mais atualizada, intuitiva e tecnológica, com custo baixo, buscando manter nossos clientes e facilitando as ven das de nossa franquia. A partir dis so, queremos abrir, até 2026, mais 66 unidades pelo Brasil inteiro.
Olhando nossa trajetória, o aprendizado que ficou é: arrisque, estude, inove e ame o que você faz, pois assim fica mais fácil de mane jar o seu negócio.”
*Estagiária sob supervisão dos editores