Jornal de Negócios - #319

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| Novembro de 2020 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | # 319

100% DIGITAL

PRONTOS PARA A RETOMADA

Maior evento de empreendedorismo da América Latina será realizado entre 22 e 26 de novembro com atrações gratuitas para os tempos pós-pandemia Pág. 8 Comércio de bairro ganha espaço na pandemia Pág. 4

Varejo de moda está cada vez mais online Pág. 6

9 dicas para impulsionar sua Black Friday Pág. 10


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Equações impossíveis, resultados incríveis TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor

Perto de encerrar o ano de 2020, gostaria de refletir com você os próximos passos da retomada. Passados quase nove meses do surgimento do primeiro caso de Covid-19 no Brasil e da declaração da pandemia mundial, estamos diante de um novo cenário, em que há redução de casos registrados, processo da imunização cada vez mais próximo e profundas mudanças nas formas de produzir, vender e adquirir produtos e serviços. Estamos de portas abertas para o mundo que especialistas batizaram de VUCA, acrônimo formado pelas palavras volatility, uncertainty, complexity e ambiguity (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, em inglês), características que certamente marcaram e continuarão definindo o mundo pós-pandemia – um mundo digital, conectado, tecnológico, mas que não prescinde do humano e que permanecerá exigindo resolução rápida de problemas complexos. Quantas equações impossíveis você resolveu neste ano, com criatividade e coragem para permanecer de portas abertas, atendendo seus clientes, comercializando e entregando produtos e serviços com segurança? Quantos ajustes de caixa, em espaço tão curto de tempo, você fez, até quase perder o fôlego, para permanecer ativo? Todo esse processo trouxe um aprendizado que servirá para balizar os próximos passos da jornada da retomada. De acordo com boletim Focus, do Banco Central, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 é de 3,2%. Os donos de pequenos negócios entrevistados pelo Sebrae acreditam que receita voltará ao registrado antes da pandemia em julho de 2021, tendo em vista a melhora significativa do faturamento dos pequenos negócios. Em março, a queda do faturamento chegou a 70% abaixo do

normal, mas hoje o recuo está na casa dos 40% abaixo do normal. No Sebrae estamos atentos a esse movimento e queremos continuar contribuindo para ajudá-lo a encontrar os melhores caminhos para vender cada vez mais e melhor (esta edição traz dicas ótimas para aproveitar uma data importante ainda neste ano – Black Friday). Foi o que aconteceu quando reunimos empresas de tecnologia, empresários e produtores e criamos a plataforma digital Pertinho de Casa para, inicialmente, escoar a produção de hortifrutigranjeiros do cinturão verde de São Paulo, que estava se perdendo pela falta de compradores; hoje são mais de 11 mil vendedores cadastrados em todo Brasil e a ferramenta está

evoluindo para um marketplace de pequenos negócios; ou quando conseguimos que 50 pequenas e médias empresas calçadistas de Franca conseguissem vender estoque que estava encalhando, oferecendo solução digital; ou ainda quando conseguimos descomplicar o acesso ao crédito, com implementação do programa Retomada, num processo todo online (operado por fintechs), sem burocracia e sem exigências de bens ou imóveis como garantias. Em apenas 60 dias, foram liberados mais de dois mil contratos, em 284 cidades, num montante de R$ 32 milhões liberados. Para mim também tem sido uma jornada e tanto, altamente desafiadora, em que ficaram alguns aprendizados que quero compartilhar:

11 Aprenda a interpretar os sinais ao seu redor os recursos disponíveis (conhecimento, experiência, redes, 2 Valorize 2 capital, estruturas, estoques) 3 Substitua o sentimento de perda pela possibilidade da construção 3 4 Defina suas premissas 4 5 Mobilize outras pessoas, use suas conexões intensamente 5 6 Mantenha o propósito frente às objeções e dificuldades 6 77 Pense na melhoria da coletividade 8 Planeje para curto espaço de tempo e remodele a realidade 8 9 Execute com transparência e energia 9 10 C ompartilhe os resultados com todos e valorize a união 10 Vamos juntos resolver as próximas equações impossíveis?


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Entrevista do mês

Home office aquecido Presidente da Logitech Brasil, Jairo Rozenblit fala sobre como o distanciamento social impactou o mercado Kaio Augusto

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mbora hoje seja presidente da Logitech Brasil, a história de Jairo Rozenblit na empresa começou a partir de uma startup. Há 10 anos, ele foi contratado para representar a multinacional de periféricos de informática por aqui. Começando da sala de casa, acompanhou todas as contratações e o lançamento de cada uma das cinco divisões de negócio que a Logitech tem no Brasil. Agora, em 2020, Rozenblit pôde acompanhar de perto a expansão do mercado de periféricos com as empresas cada vez mais precisando encontrar formas viáveis de atuar durante a pandemia – principalmente com grande parte dos funcionários em home office. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Rozenblit falou sobre a nova realidade de trabalho a distância e sobre as relações da Logitech com os pequenos negócios. Como você enxerga a necessidade de os negócios se modernizarem no cenário da pandemia? Ninguém poderia imaginar que tudo isso iria acontecer, mas o que deu para perceber é que as empresas que estavam mais abertas às novas tendências tiveram mais facilidade de se adaptar. Alguns negócios vinham adotando o home office, mas nada próximo ao que estamos vivendo agora, mas era uma vez por semana. Quando, do dia para noite, algumas empresas precisaram mover todos os times para trabalhar em casa, ficou muito mais fácil para quem seguia essa tendência. A Logitech tinha um projeto global de colocar todos os funcionários para trabalhar em casa durante uma semana do ano. Isso se mostrou muito benéfico para o tempo desses colaboradores, que puderam não apenas melhorar a produtividade como também terem mais horas para a família e o lazer.

Divulgação

para o trabalho no dia a dia. Além do básico, como webcams e fones, algumas até pensaram no conforto e disponibilizaram cadeiras.

Jairo Rozenblit: mesa de jantar agora é o escritório da família

A Logitech tem alguma relação com empreendedores? Sim, em setembro de 2019 nós iniciamos um programa aberto de empresas parceiras da Logitech Brasil. Os empreendedores que desejam revender ou distribuir nossos produtos podem se inscrever no site e adquirir o kit de introdução. Para começar, oferecemos a capacitação, para que consigam ampliar o potencial de vendas. Com isso, nós também desenvolvemos um modelo de recompensas baseadas em resultados que oferece premiações e descontos. Atualmente temos mais de 600 canais já cadastrados que trabalham diretamente conosco.

O mercado de periféricos de informática foi impactado com essa mudança? Sim, muito. Os materiais para videoconferências, como webcams e headsets (fones com microfones) tiveram um crescimento na demanda, afinal a mesa de jantar tornou-se uma mesa de escritório para toda a família. Mouses e teclados também passaram a ser mais visados para atender uma questão de ergonomia. Até mesmo causas sociais acabaram impactando nosso mercado. Essas tecnologias permitiram que pessoas internadas pudessem ver suas famílias, projetos de hospitais que implementaram medição de temperatura por

webcam ou até mesmo o atendimento. No mundo todo, a procura por essas tecnologias foi alta e aqui no Brasil não foi muito diferente. Como as empresas podem oferecer suporte a seus funcionários no home office? Acho que tudo deve ter um meio termo. Ainda existem alguns momentos em que é essencial que haja a relação presencial, como reuniões com clientes e fornecedores. Porém, tenho relatos de que a produtividade aumentou. O que a gente tem visto são alguns negócios que oferecem um kit home office, com todos os equipamentos que os funcionários vão precisar

Você teria alguma orientação para quem deseja entrar no ramo de tecnologia? Esse mundo exige que a pessoa seja muito antenada. Esse é um mercado que muda de maneira muito rápida, com novas tendências surgindo a todo momento. Porém, a vantagem é que é um setor muito grande, que oferece diferentes oportunidades para empreendedores e startups começarem. Um exemplo atual que eu destaco é o segmento de games, que todos os anos já fatura mais que a indústria do cinema e da música, com audiências de eventos maiores que transmissões esportivas. O mesmo vale para o mundo da videoconferência, que ainda tem espaço para crescer. Temos exemplos aqui na Logitech de canais de extrema relevância, que marcaram grandes vendas, e essa empresa é composta por uma pessoa. Mas o principal é estudar bem o mercado, desenvolver um plano de negócios que seja realista. Não é uma tarefa fácil ser empreendedor no Brasil e o maior risco que correm é o de não estarem preparados para esse desafio.


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Consumidor busca

Receio de aglomerações e mais comodidade deram

Marcos Dionísio, do Armazém Dionísio, em Rio Preto: sensação de segurança para o cliente

Patricia Gonzales

A

busca por comodidade e segurança em tempos de pandemia tem atraído os consumidores para os pequenos negócios de bairro. A impressão de quem vê os mercadinhos e lojas de roupas mais cheios é confirmada por uma pesquisa realizada pelo instituto Kantar em junho deste ano. De acordo com o estudo, entre os novos hábitos, o de evitar aglomerações é um dos quesitos que influenciam o consumidor na hora de escolher a melhor loja para suas compras. Por isso, com-

prar em estabelecimentos menores e mais próximos de suas residências aparece como opção preferida. Entre os aspectos mais relevantes que atraem os consumidores aos negócios de bairro estão o fato de ter poucas pessoas no local (60,2%), o comércio ser perto de casa (59,6%), preços acessíveis (53,3%), cumprimento das medidas sanitárias (47,8%) e não ter filas para entrar (44,9%). Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 74% dos brasileiros dizem que continuarão seguindo essa recomendação para evitar aglome-

rações mesmo quando a quarentena terminar. Mas, afinal, o que os empresários do comércio de bairro têm sentido e como estão enfrentando a nova realidade? O empreendedor Marcos Dionísio é dono de diversos pequenos negócios na cidade de São José do Rio Preto. Entre os seus empreendimentos estão padarias, fornecimento de verduras para grandes redes, uma rede de produtos derivados do milho e também um armazém. Todos os estabelecimentos têm mantido faturamento estável, exceto o Arma-

zém Dionísio – cujo faturamento aumentou em cerca de 40% no período de pandemia. O armazém existe desde 2013 e vende produtos como verduras, legumes e ovos caipiras (produzidos em sua própria fazenda e livres de agrotóxicos), além de bebidas e embutidos. “Não fizemos nenhum tipo de divulgação em rede social ou promoção específica para atrair mais clientes na pandemia. O que mudamos foi o nosso jeito de atender, sempre com distanciamento, dando atenção ao cliente e passando


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‘zona de conforto’

impulso a negócios de bairro durante a pandemia

essa sensação de segurança. Sentimos que se a gente não desse essa atenção aos consumidores eles não voltariam mais”, afirma Dionísio. O dono do armazém relembra que, antes da pandemia, havia percebido uma queda no faturamento do seu negócio. Por isso, ele já havia começado a tomar algumas medidas para reduzir custos, mas as mudanças de hábito provocadas pela Covid19 trouxeram uma nova dinâmica para o negócio. “Comecei a receber muito mais clientes que antes, acredito que pelo receio de aglome-

rações. E também implementamos o delivery”, conta. A maior parte de sua clientela, contudo, continua sendo presencial – ele estima que 70% a 80% de suas vendas sejam para pessoas que vão até a sua loja. “A gente costuma fazer entrega para um público específico. Tem professores que estão em aula e não podem vir aqui, por exemplo”, diz. Para atender ao aumento da demanda, Dionísio também precisou reforçar alguns itens do estoque. Entre os mais consumidos pela população local estão os vinhos e embutidos. E, para enfrentar o atual momento, ele também tem investido no treinamento e capacitação de seus funcionários. Apesar de considerar que o aumento de suas vendas ocorreu, em parte, pela mudança de cenário, o empreendedor tem estruturado novas formas de se preparar daqui para frente. Sua decisão para os próximos meses é não contar apenas com o acaso. “Acredito que precisaremos aprender a conviver com o vírus. É tudo muito novo, muito incerto. E por isso já estou pensando em alternativas”, afirma. Entre os planos para o futuro, estão a mudança do armazém do bairro atual para um com mais visibilidade para as pessoas, além de abertura de outro que ficará acoplado a uma de suas padarias. Isso ajudaria a reduzir custos e potencializar a clientela de outros estabelecimentos. “Acho que a tendência é que as pessoas ainda fiquem recuadas por pelo menos uns três anos, e quero sempre estar mais próximo de onde elas estão”, afirma o empreendedor. O consultor de negócios do Sebrae-SP Wilson Borges explica que os negócios de bairro estão entre os principais agentes geradores de renda e de desenvolvimento da região onde estão instalados. “Eles se caracterizam pela proximidade e hospitalidade do empreendedor junto aos seus clientes e promovem as diferentes culturas em um só bairro”, aponta. Mesmo assim, o

consultor diz que os donos dessas empresas – geralmente de varejo – devem estar atentos à gestão das finanças e à busca constante de aprimoramento da relação com os consumidores do entorno, investimento em marketing e inovação (leia mais no quadro abaixo).

SUCESSO NO VAREJO A empreendedora Gabrielle Sequeira, dona da Doces Itaquera, também sentiu o aumento do seu faturamento após o início da pandemia. Sua loja era focada no mercado atacadista para cantinas e bombonieres, mas depois do fechamento de muitos estabelecimentos pelas regras da quarentena em São Paulo, foi no varejo que seu faturamento despontou. A loja já possuía espaço para vender doces avulsos, mas com a pandemia ela começou a abrir

todo o seu estoque para o varejo. A procura cresceu a ponto de a empreendedora conseguir manter o seu faturamento mesmo com a perda dos cientes do atacado. “Tínhamos acabado de aumentar nossa loja em um terço. Com isso, temos mais produtos e agora estamos precisando contratar mais pessoas”, afirma. Depois de fazer alguns cursos no Sebrae, como o Programa Enfrentar, Gabrielle começou a fazer uma forte divulgação nas redes sociais para tornar-se conhecida na sua região. E também investiu em adaptações na disposição de produtos em seu espaço físico, já que o público do varejo tem preferências diferentes do que ela costumava encontrar no atacado. “Cada vez mais estamos querendo ter contato mais próximo e investindo para criar vínculos com esses clientes”, diz.

DE OLHO NAS OPORTUNIDADES FINANÇAS O empreendedor precisa estar em dia com a gestão financeira não só em momentos de crise. Isso significa implantar controle de caixa, fluxo de caixa e DRE (demonstrativo do resultado do exercício). Em um primeiro momento pode parecer complicado, mas é muito importante. Assim, é possível avaliar se a empresa está saudável, além de ter a possibilidade de analisar indicadores importantes, como ponto de equilíbrio, margem de lucro, comportamentos de custos variáveis e fixos.

RELACIONAMENTO COM CLIENTE Sempre é importante ter o cadastro do cliente e mantê-lo atualizado para que seja possível acessá-lo. E-mail, telefone, celular com WhatsApp, redes sociais, entre outros, são caminhos pelos quais muitas empresas conseguiram se relacionar mesmo com o distanciamento social. Se perdemos o relacionamento com o cliente da região, o futuro do negócio está comprometido.

MARKETING

INOVAÇÃO

Promova sua empresa. Diante de tanta concorrência, sua dedicação deve ser maior neste momento. Aprenda a tirar boas fotos dos seus produtos, use o storytelling (técnica para contar a história do seu produto ou marca) e crie conexão com o seu cliente. Dedique-se a conhecer as ferramentas digitais de geolocalização, como Google Meu Negócio, Waze e plataformas que promovem o pequeno negócio no bairro.

Faça diferente! Inovar pode ser colocar na prateleira, no site ou na vitrine um produto totalmente novo ou que ainda não era trabalhado pelo seu negócio, desde que ele gere valor percebido pelo cliente. Você pode inovar no marketing, no modelo de negócio, no processo de produção. Não importa o momento econômico, o cliente gosta de novidades, de descobrir novas soluções para suas necessidades.


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Varejo de moda migra

Por conta da pandemia, empresas do setor optaram Foto: Mônica Negreiro

Mônica Negreiro, da Rosalinda: maioria das vendas agora é feita por WhatsApp e Instagram

Gisele Tamamar

J

aneiro e fevereiro já são meses mais difíceis para o varejo de moda, mas a empresária Mônica Negreiro estava preparada para a sazonalidade. O que ela não esperava era o início da pandemia de Covid-19 em março. Diante da necessidade de reduzir despesas, ela decidiu fechar a loja física da Rosalinda em uma galeria no centro de Santa Isabel e priorizar as vendas online das peças de moda evangélica. Assim como Mônica, essa foi a decisão tomada por parte das empresas do setor para sobreviver

com o comércio fechado por conta do isolamento social. Logo no início da pandemia, a queda no faturamento semanal do setor registrada pela pesquisa do Sebrae era de 74%. A 7ª edição do estudo, feita no fim de agosto, ainda mostra a queda, mas indica também uma recuperação do ramo com uma baixa de 42% na receita.

Durante a capacitação, ela aprendeu a se planejar, cortou gastos e fez um relatório de todas as vendas. Foi assim que percebeu que 98% das vendas eram de vestidos e conjuntos. Ao escolher as peças combinadas para as vendas online, Mônica deixou as blusas, casacos, blazers e acessórios em consignação na loja física de uma amiga.

“Como virou um negócio crítico, fiz um curso do Sebrae para sobreviver no meio dessa pandemia”, conta Mônica, que decidiu encerrar o contrato de cerca de R$ 2 mil de aluguel e condomínio da loja.

“Vendi alguns móveis, fiquei com duas araras e consegui trazer os vestidos e conjuntos. Eu não teria condições de trazer tudo para casa”, relata Mônica. Atualmente, a maioria das vendas é feita via

Instagram e WhatsApp e o site próprio representa apenas 10% do faturamento. “Faço um atendimento personalizado para entender as peças e cores que as clientes mais gostam, qual modelagem elas vestem. Elas se sentem mais confortáveis em conversar com uma pessoa”, afirma. Com o atendimento 100% digital, o faturamento tem surpreendido a empresária e reforça a possibilidade de manter apenas a presença online. “A gente sofre, se apega ao lugar, as pessoas se sentem aconchegadas na loja física. Até tenho vontade de


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para o ambiente online

por fechar o ponto físico e atuar no modelo digital reabrir a loja, mas terei de estudar muito bem a viabilidade. Hoje, analisando friamente a situação, não reabriria. Mas ao pensar com o coração, sim”, conta Mônica. Para quem tem dúvidas sobre o fechamento da loja física, a consultora do Sebrae-SP Fernanda Bueno recomenda planejar para decidir. Na prática, isso significa entender quais são os custos fixos e variáveis com a loja física e nas plataformas digitais, e somente com as vendas online, além de conhecer o faturamento que está alcançando em cada um dos canais de vendas. Para correr menos risco, a recomendação da consultora é, com todas as informações em mãos, intensificar a divulgação no digital para aumentar o faturamento. Quando as vendas do digital forem iguais ou superiores as da loja física, já é possível planejar o fechamento desta. Outra questão importante é o perfil da loja. Se no ponto físico o empresário gosta de trabalhar com peças exclusivas, poucas unidades de cada item, terá um pouco mais de trabalho no digital, já que a cada produto novo, é necessário inserir as fotos e todos os detalhes daquela

mercadoria, e a venda em quantidade aumenta a escalabilidade da empresa. “A periodicidade de postagens de divulgação, geração de conteúdo relevante, como dicas e orientações e gravação de stories deverá ser uma constante nesse novo canal de vendas”, reforça.

PRESENÇA ONLINE Antes da pandemia, a empreendedora Letícia de Oliveira já estava pensando em priorizar as vendas online da Arrazzo Boutique. “Eu gosto da loja física, mas prefiro a online. Gosto da parte técnica. São dois negócios diferentes”, destaca. O início da jornada empreendedora de Letícia foi justamente no ambiente digital ao deixar para trás a atuação na área de vendas como farmacêutica. O negócio cresceu, ela abriu um showroom e depois a loja em São José do Rio Preto, que ficou aberta um ano e meio até o início da pandemia. Agora, com foco total nas vendas online, o faturamento aumentou e ela recuperou o público do início do negócio, que tem uma renda maior e compra peças mais voltadas para

o ambiente de trabalho, uma moda casual e executiva. A estratégia é trabalhar com poucos fornecedores e ser assertiva na hora de fazer a compra do estoque. Atualmente, Letícia cuida de tudo sozinha: faz fotos, vídeos, postagens, atende clientes e realiza os envios das compras. Mas já está “começando a ficar apertado” e ela planeja contratar alguém para ajudá-la, além de organizar um showroom na própria casa. Letícia pondera a ideia de que a loja online tem um custo menor. “Depende muito. Eu reduzi o gasto com aluguel, mas aumentei o meu tempo de atendimento, que inclui o início da conversa, passa pela finalização da compra, embalagem, etiqueta a até escrever um bilhete para ter um diferencial como loja online. Tem toda a parte de logística que é preciso se preocupar, além de trabalhar com uma margem menor por conta da concorrência”, conta. Assim como Mônica Negreiro, da Rosalinda, Letícia registra a maioria das vendas via WhatsApp e Instagram. O site próprio responde por 20% do faturamento, WhatsApp por 50% e 30% são de vendas feitas

ATENÇÃO Fonte: Fernanda Bueno, consultora do Sebrae-SP

Defina um nicho Vai ajudar na preparação de ações de divulgação de forma mais assertiva, facilitando o planejamento da loja online, compras de produtos e inovações no seu negócio. Controle de estoque A má gestão da logística da empresa impacta diretamente nas vendas, inclusive com cancelamentos, já que o atraso na entrega é um dos maiores causadores de desistências nas compras online.

Fotos O cliente não estará em contato com o seu produto, portanto capriche nas fotos. Respostas ágeis Os clientes estão cada vez mais exigentes e apressados, por isso, defina um tempo mínimo para responder a cada questionamento, em todos os canais. Disponibilizar respostas padrão para os questionamentos mais comuns facilita o processo.

presencialmente, com o envio de sacola com as peças para a cliente experimentar. A consultora Fernanda Bueno pontua que as vendas realizadas pelo WhatsApp e Instagram, em grande parte das vezes, são realizadas por meio do relacionamento pré-existente com as clientes. “É fundamental manter o relacionamento e realizar vendas repetidas, já que, em geral, uma venda nova custa mais caro”, destaca. Segundo a especialista do Sebrae-SP, o site próprio possibilita atrair novos clientes por meio do seu alcance, além de oferecer comodidade e facilidade que muitos clientes buscam nos dias atuais. Mas antes de investir na loja virtual própria, é preciso identificar o custo de criação e manutenção do site. As vendas geradas são um início para avaliar o investimento. “O retorno alcançado a partir do valor investido em marketing pode ser maior na primeira venda, mas a partir da segunda o relacionamento com o cliente, pós-venda e qualidade dos produtos garantirão a fidelidade do cliente”, afirma Fernanda.

Detalhes de apresentação do produto As informações de tamanho, cor, características, entre outras devem estar claras e fáceis de encontrar, facilitando assim o processo de venda.

Regras bem definidas Todas as regras da empresa devem estar visíveis e disponíveis para o cliente ter acesso sempre que necessário.

Informações claras Use linguagem simples e de fácil entendimento para todos.

Lei do consumidor Existem questões específicas para as vendas online; conheça as regras do setor, responsabilidades da empresa e direitos do cliente.


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FEDIGITAL2020

FEIRA DO EMPREENDEDOR

Maior evento do empreendedorismo da América Latina será realizado entre

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ovos tempos pedem novas soluções. A Feira do Empreendedor do Sebrae, considerada o maior evento de empreendedorismo da América Latina, inova no ano de 2020 com uma edição 100% digital. Entre os dias 22 e 26 de novembro, donos de pequenos negócios e pessoas interessadas em empreender terão a oportunidade de conhecer soluções, participar de palestras e ouvir histórias inspiradoras para enfrentar os desafios do mercado no pós-pandemia. O Sebrae preparou uma programação variada para atender a diversos públicos – desde aquele que está dando os primeiros passos no empreendedorismo até quem já está pensando em dar um novo rumo no seu negócio. Por isso, a FEDIGITAL2020 vai trazer mais de 70 atrações, incluindo palestras, talks (bate-papos) e oficinas ao longo de cinco dias de evento. Assim como nas outras edições, a inscrição e o acesso a toda a programação são gratuitos. “A experiência da pandemia nos mostrou que os pequenos negócios que se saíram melhor nesse período foram aqueles que entenderam a importância da transformação digital e da busca por inovação”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit. “Com a Feira 2020, nós vamos levar ao público ferramentas e soluções para que eles possam encarar essa nova realidade com mais qualidade, menos perdas e mais eficiência”, completa. O modelo digital da Feira do Empreendedor 2020 trará novas

experiências aos visitantes, com o acesso a um ambiente que permitirá que conheçam cerca de 100 estandes virtuais com as melhores oportunidades de negócios e soluções para as micro e pequenas empresas. Para isso, será utilizada uma plataforma em realidade virtual 3D, proporcionando uma melhor experiência de navegação e permitindo acesso imediato aos expositores, conteúdos e atendimento. “Neste momento de retomada, as empresas precisam estar alinhadas aos modelos de consumo e relacionamento que se alteraram ou se potencializaram com a crise. A Feira tem esse propósito de conexão num ambiente digital, mas com oportunidades reais de negócios e conteúdo atual e de qualidade”, destaca o diretor-superintendente do Sebrae-PR, Vitor Roberto Tioqueta. Os empreendedores também poderão acessar o atendimento remoto com poucos cliques, conseguindo conversar com os consultores do Sebrae, que estarão disponíveis para tirar dúvidas e orientá-los para que façam as melhores escolhas nesse momento. A plataforma digital da Feira do Empreendedor também disponibilizará uma ferramenta com as melhores ofertas de crédito para os pequenos negócios, além de um espaço de networking, onde tanto clientes como expositores poderão criar e trocar cartões de visitas virtuais. Tudo isso de forma rápida, prática e sem barreiras.

CONHEÇA A FEDIGITAL2020 O ambiente da Feira do Empreendedor 2020 está dividido em espaços cheios de atrações e informações:

PATROCINADORES As grandes empresas que apoiam a Feira do Empreendedor trazem informações e soluções inovadoras para os visitantes interessados em saber como aproveitar melhor esse momento de retomada econômica.

ATENDIMENTO SEBRAE Um escritório completo do Sebrae à disposição dos visitantes. Consultores tiram dúvidas e orientam sobre todos os aspectos da gestão de um negócio, desde a formalização até questões sobre finanças, gestão de pessoas, marketing e legislação, entre outros temas.


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2020: A HORA DO DIGITAL

os dias 22 e 26 de novembro, em uma plataforma online totalmente gratuita

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EXPOSITORES A principal vitrine de negócios da Feira do Empreendedor. Cerca de de 80 expositores apresentam produtos e serviços para quem quer empreender ou está pensando em investir em uma nova área de atuação.

ARENA DO CONHECIMENTO Espaço tradicional da Feira do Empreendedor, agora online. Uma programação com cerca de 70 palestras e oficinas com especialistas do Sebrae e convidados renomados do mercado sobre diversos aspectos do empreendedorismo, trazendo histórias inspiradoras e dicas práticas para quem é dono de um pequeno negócio ou sonha em empreender.

CRÉDITO CONSCIENTE Especialistas do Sebrae orientam sobre os principais caminhos para obter um empréstimo e mostram como fazer para que o crédito seja um aliado dentro de um plano de negócios.

As inscrições para visitantes e as últimas vagas para expositores estão abertas em feiradoempreendedor2020.com.br

ESPAÇO NETWORKING O distanciamento social não vai impedir os participantes de estabelecer conexões importantes para suas empresas. Nesse espaço, visitantes e expositores podem trocar cartões virtuais, agendar reuniões e até fechar negócios, oferecendo e procurando itens, serviços e soluções de seu interesse.


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9 dicas para a Black Friday Saiba o que fazer para ter boas vendas no dia 27 de novembro

A

Black Friday representa promoções nos produtos mais desejados pelos consumidores e muita publicidade nos meios de comunicação, entre outras estratégias montadas para o comércio aproveitar esta que é uma das suas principais datas. Mas, em meio à turbulência causada pela pandemia de Covid-19, este ano muitas empresas tiveram de se reinventar para

suportar a crise, principalmente se adaptando ao ambiente online. Pensando nesse momento atípico, a consultora e especialista em marketing digital Ariadne Mecate preparou uma série de orientações para ajudar o empreendedor nesta Black Friday, que, segundo ela, tem tudo para ser histórica por causa do momento que as pessoas e o mercado digital vêm vivenciando.

A OCASIÃO NÃO É APENAS PARA DESOVAR PRODUTOS ENCALHADOS Pense na data como uma forma de novos clientes experimentarem seus produtos e serviços e até mesmo para seus clientes conhecerem outros itens de seu mix.

BLACK FRIDAY NÃO É SÓ PARA PRODUTOS. É PARA SERVIÇOS TAMBÉM Faça pesquisa com seus clientes para saber quais produtos/serviços eles têm interesse (vale perguntar para os clientes, analisar históricos de compras, checar na internet quais produtos mais procurados).

VISUALIZE ESTRATEGICAMENTE QUAIS PRODUTOS/SERVIÇOS ESTARÃO EM OFERTA Analise se possui uma margem para desconto, mas também o quanto esses produtos podem ser “portas de entrada” para incentivar uma primeira compra

PREPARE SEU ESTOQUE

PREPARE SUA EQUIPE

Negocie com seus fornecedores preço, prazo, entrega rápida, divulgação em conjunto ou até dropshipping (o e-commerce faz a venda e o fornecedor entrega em nome do comércio eletrônico).

Treine os funcionários para o atendimento. Saber as características dos produtos, serviços e agilidade faz toda a diferença e ajuda a solucionar dúvidas para quem está comprando.

REVEJA OS HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO

COMECE A DIVULGAÇÃO

Decida se as ofertas valerão apenas para a data da Black Friday ou para a semana ou final de semana.

FAÇA CADASTRO DE TODOS OS CLIENTES Isso acaba se tornando mais uma ferramenta para poder convidá-los para outros eventos (lançamentos, enviar novidades e promoções).

Incentive seus clientes a se preparar para a data. Divulgue em todos os canais que sua empresa possui (site, redes sociais, assinatura de e-mails, Whatsapp, comunicação dentro na loja física e fachada etc).

ANALISE OS RESULTADOS Aprenda com os números, veja quais comunicações deram mais resultados, quais produtos/serviços tiveram maior saída e quais aqueles que os clientes pediram e não estavam na Black Friday, quais foram os acertos e quais erros poderiam ser evitados


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Divulgação

Feira conectada FABRÍCIO SIANSI Analista de Negócios do Sebrae

Negócios e histórias Atrás de toda empresa, produto ou serviço, há uma carga de sonhos, medos, frustrações, conquistas, mudanças, felicidades e tristezas. Ou seja, há uma história. Misture tudo isso para se comunicar com o seu cliente. O empreendedor carrega a responsabilidade de fazer com que os outros acreditem no que ele acredita, deem valor ao que ele oferece, confiem no que ele entrega. É nesse ponto que o storytelling entra. Muitas vezes, ele é associado a uma técnica das startups para montar o pitch – a apresentação das empresas inovadoras para atrair investidores e bancas de aceleradoras. Independentemente se você é uma startup ou não, storytelling é muito mais do que contar uma história. Ela faz parte do seu negócio, como uma estratégia de engajamento com o cliente. Afinal, somos apaixonados por boas histórias. O contar uma história também está no porquê, como e o que a sua empresa posta nas redes sociais, telefone, e-mail, atendimento presencial, pós-vendas e em todas as formas em que há comunicação com o público. Você tem de saber o que

contar, de que maneira contar em cada momento, a finalidade de cada conteúdo, qual o ritmo quer dar para a história e qual mensagem quer deixar para o público. Sabendo que é importante contar boas histórias durante toda jornada, fique atento para não cometer o erro de não haver conexão entre elas. Ou seja, o que você posta no Facebook tem conexão, mesma linguagem e sentido no próximo contato com seu cliente? As ideias estão amarradas? Por exemplo, ele é impactado por uma boa postagem no Instagram, mas não tem um bom atendimento quando telefona para tirar uma dúvida. Nesse momento você quebra a confiança. Como você gostaria de ser lembrado? O que o seu cliente deve sentir ao se relacionar com a sua marca? Esses são pontos que o empreendedor deve ter atenção ao construir seu negócio. Procure colher feedbacks sobre a sua comunicação. Descubra o que de fato ajuda a ser mais assertivo no que você quer transmitir. Por fim, o importante é começar a pensar no storytelling do seu negócio sabendo que é um processo contínuo de aprendizagem.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Este tem sido o ano da adaptação e da reinvenção. Por causa da pandemia, todos tiveram de se ajustar pessoal e profissionalmente às restrições em nome da preservação da saúde. Com o Sebrae não teria como ser diferente, e nosso principal evento, a Feira do Empreendedor, ganha formato inédito em 2020: será totalmente digital, garantindo a segurança de todos. Em um cenário de retomada da economia, com tantas transformações, a Feira chega para apresentar soluções para o que vem pela frente. Afinal, caminhamos para um mundo pós-pandemia no qual nosso comportamento não será mais o mesmo, assim como a maneira de se relacionar, consumir, trabalhar e fazer negócios. O empreendedor que estiver mais preparado terá mais chances de sucesso. É justamente isso que a Feira vai oferecer entre 22 e 26 deste mês. A ideia do evento é mostrar as possibilidades desse cenário e como aproveitá-las da melhor forma. O novo para o qual é preciso estar preparado significa empreender em um mundo mais tecnológico, em que as vendas remotas e o e-commerce

ganham escala em comparação com passado pré-coronavírus, o home office se consolida, a gestão de pessoas tem outros aspectos a serem considerados, a administração, a liderança e a logística das empresas, por exemplo, passam a ter modelos alternativos, entre tantas variáveis da condução de uma empresa. Mesmo no ambiente digital, a Feira do Empreendedor mantém as suas características: o visitante vai poder conversar diretamente com os consultores do Sebrae, além da oportunidade de fazer networking com expositores e demais participantes. Portanto, o distanciamento físico não será empecilho para quem tem ou pretende ter um pequeno negócio aproveitar ao máximo o evento. O momento é de conexão com o ambiente online, com novos paradigmas, com a nova realidade, com um novo jeito de empreender. Espero você na Feira do Empreendedor 2020!

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

Acompanhe o Sebrae­‑SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi­‑lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br


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Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae­‑SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do Sebrae­ ‑SP ou pelo 0800 570 0800.

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Planejamento e ação

Dona de farmácia conseguiu bater metas de faturamento após consultoria do Sebrae-SP Kaio Augusto

C

omo todo empreendedor, a farmacêutica Priscila Gomes de Prado começou a Artesanal Botica como um negócio pequeno. O passar dos anos trouxe bons resultados, o que fez Priscila dar um novo passo na história de sua empresa. Em 2017, a empreendedora decidiu que era hora de não se limitar a Assis, região oeste do Estado de São Paulo, e alcançar novos mercados, abrindo uma filial. Porém, logo vieram os percalços que a fizeram descobrir, a duras penas, que o sonho seria muito mais complexo. “Tive problemas para conseguir licenças e autorizações, que são coisas essenciais para farmácias de manipulação e são bem burocráticas. Por conta disso, tive que encerrar essa unidade”, relembra Priscila. Por conta dessa experiência, ela buscou a consultoria do Sebrae em Marília. Logo em seu primeiro curso, Priscila percebeu a importância da ajuda para os rumos do seu negócio. “Meu primeiro contato foi com o programa ‘Na Medida’ focado para a área de farmácia de manipulação. No segundo mês, quando começou o módulo financeiro, apliquei os ensinamentos nos controles do meu negócio e percebi que estava conseguindo fazer isso com mais propriedade”, relembra. Conhecimento adquirido, planejamentos sendo colocados em ordem, 2020 poderia ser um ótimo momento para a Artesanal Botica. Só que em março veio a pandemia. A diferença é que desta vez Priscila não passaria por isso sozinha. No início do

Priscila Prado, da Artesanal Botica: postura empreendedora mudou resultados da empresa

ano, durante uma trilha formada pelo Sebrae, ela conheceu a consultora Adriana Montoro, com quem trabalha até hoje o planejamento e monitoramento do faturamento da empresa. “Nesse momento, veio uma recessão de consumo até mesmo para a Artesanal. Para lidar melhor com isso, nós começamos a trabalhar com o histórico de faturamento ano a ano. Assim, nós criamos metas que fossem atingíveis. Durante a pandemia, toda vez que fazíamos a consultoria, nós acompanhávamos o caminhar desses objetivos baseados em históricos; foi quando a auxiliei a pensar no valor de faturamento usando uma escala com estágios, que chamamos de prata, ouro e desafio”, explica Adriana sobre como ajudou a estruturar o planejamento.

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

As reuniões, realizadas de maneira remota a cada 15 dias, mostraram que equipe estava conseguindo bater as metas definidas. Mesmo com o movimento mais fraco, Priscila pôde perceber a mudança positiva nos resultados. “Durante a pandemia, a ajuda da Adriana foi essencial. Ela auxiliou na decisão se deveríamos optar pelos incentivos governamentais que estavam sendo disponibilizados e tirou todas as minhas dúvidas. Tanto que foi nesse período que tivemos o maior faturamento em 13 anos”, explica a farmacêutica Além do planejamento, a situação atípica da pandemia fez com que a busca pelos produtos produzidos pela Artesanal Botica fosse maior, como conta Priscila. “Enquanto muitos estabelecimentos estavam fechados, nossa farmácia conseguiu permane-

cer aberta”, conta a empresária. “No Dia das Mães, por exemplo, muitas pessoas buscaram a Artesanal para comprar presentes, o que não era muito comum em outros anos. A demanda por produtos que manipulamos para a Covid, como álcool em gel, também subiu bastante, com isso, tivemos uma média de crescimento de cerca de 30%.” A consultora Adriana credita todo esse sucesso não apenas ao planejamento e oportunidades, mas também à postura de Priscila. “Mesmo com a pandemia e outras situações do mercado, ela vem se dedicando. Considero esse um caso de sucesso principalmente pela forma como Priscila age em relação ao comportamento de empreendedora, porque ela consegue executar aquilo que se propôs. Muitos empresários têm esse desejo, mas não têm a atitude que ela teve. Só a minha orientação não resolve, a consultoria é um trabalho em conjunto com o empresário.” Atualmente, Priscila planeja focar seus esforços em melhorar a presença da Artesanal Botica nos meios digitais, pois sente-se aliviada que a administração de sua empresa foi facilitada pela relação com Adriana e o Sebrae. “Como todo dono de um pequeno negócio, entramos na rotina de execução e acabamos deixando o planejamento e controle para depois. Minha consultora conseguiu me fazer enxergar que estava aí a diferença para a saúde financeira do meu negócio”, diz Priscila. “Hoje, minha empresa ficou muito mais fácil de ser administrada com as ferramentas que me foram passadas. Isso foi primordial para nosso sucesso”, comemora.

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

gettyimages.com. Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784

JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Kaio Augusto, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens:

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LIVROS QUEM QUER MAIS, CRIAFOCO! (Open Place) Temos sido cada vez mais bombardeados com uma grande quantidade de informações, inúmeras mídias, tecnologias e uma avalanche de conhecimentos e impulsos sem precedentes na história. Nesses tempos de crises, começamos a perder as referências. Por isso, é fundamental ter direção clara de onde chegar. Daí a importância de se ter um foco. Em especial somos seres com infinitas possibilidades de escolha e capacidade de realização. A linguagem fácil, intuitiva e ilustrada usada pelo autor, Isaias Eufrosino Rodrigues, permite a mapear suas inquietações, estabelecer um foco e criar um passo a passo para atingilo, usando sua inteligência. DIGITAL BRANDING: ESTRATÉGIAS, TÁTICAS E FERRAMENTAS PARA IMPULSIONAR O SEU NEGÓCIO NA ERA DIGITAL (Autêntica Business) A popularização da internet viabilizou uma verdadeira revolução no marketing e na comunicação. No início, os recursos mais utilizados eram os sites, o e-mail e as ferramentas de busca; até que surgiram as redes sociais, os e-commerces e várias outras tecnologias que subverteram a forma e o conteúdo com os quais empresas e marcas se relacionavam com seus consumidores. Em Digital Branding, Daniel Rowles esclarece os temas mais relevantes do marketing digital, de modo profundo e pragmático, e prepara você para lidar com a complexidade da construção e da gestão de marcas em um mundo cada vez mais digital. VALOR DO BRANDING NO NOVO NORMAL (Senac Rio) O novo normal, sem dúvida, veio para ficar. Tivemos de redescobrir como fazer coisas muito “banais”, então é óbvio que nossos hábitos de consumo mudaram bastante. Sem falar nos muitos calls, chamadas de Zoom ou hangouts. A situação nos faz repensar a carreira, a relação com trabalho e com a sociedade, pois ficaram bem expostas as diferenças sociais neste mundo em que vivemos, especialmente em um país como o Brasil. Neste livro, Eduardo Tomiya conta sua trajetória pessoal, assim como o que observou com relação à evolução do branding. O que é branding? E o que não é? A obra traz conceitos sobre as definições mais básicas e orientações para entender o tema como um ciclo ou um processo denominado pelo autor “gestão do valor da marca”.

TEC & MULHERES ADOTAM MAIS INOVAÇÕES NOS NEGÓCIOS DURANTE A PANDEMIA Segundo pesquisa realizada por Sebrae e Fundação Getúlio Vargas, as mulheres empreendedoras demonstraram maior agilidade e competência ao implementar inovações em seus negócios durante a pandemia. De acordo com o levantamento, a maioria das mulheres (71%) faz uso das redes sociais, aplicativos ou internet para vender seus produtos. Já o porcentual de homens que utilizam essas ferramentas é de 63%. Elas passaram – por força das medidas de isolamento social – a utilizar mais as vendas online do que os homens (34% delas contra 29% dos empreendedores). As mulheres donas de negócios também inovaram mais na oferta de seus produtos e serviços (11%) contra 7% dos homens; e usaram mais os serviços de delivery (19%), enquanto 14% dos empresários passaram a adotar essa mesma estratégia. A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de agosto.

CONSUMIDOR PASSA A COMPRAR MAIS DE EMPRESA LOCAL NA CRISE O fechamento de pequenos empreendimentos durante a crise provocada pela pandemia de Covid-19 fez com que os consumidores passassem a optar por consumir mais dos negócios locais. Segundo pesquisa de Consumo de Ferramentas Digitais, produzida pelo Facebook em parceria com a Deloitte, 73% dos consumidores no Brasil afirmaram que começaram a comprar de novos pequenos negócios desde o início da crise. Pelo menos 48% indicam que foram motivados a comprar de negócios locais pela preocupação com a sobrevivência dessas empresas e de suas próprias comunidades. O levantamento também mostrou que 67% deles começaram a comprar de novas pequenas empresas porque elas ofereciam melhores ofertas ou um serviço mais rápido. Quanto ao futuro, a pesquisa aponta que 39% dos consumidores afirmam esperar gastar mais em pequenas empresas (do bairro ou não).


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE Que soluções tecnológicas poderiam ajudar a manter o distanciamento social em bares e restaurantes?

Por meio de casos reais de artistas, gestores culturais e empreendedores criativos, o Sebrae-SP lança o curso EAD gratuito de Economia Criativa via WhatsApp. Estruturado em parceria com a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (Liga SP), o curso é composto ainda por exercícios, vídeos e podcasts. A proposta do curso foi motivada pela necessidade de preparar artistas, produtores culturais e demais profissionais criativos a empreender de maneira estruturada e planejada para que vejam no empreendedorismo uma opção de vida e carreira. Quem completar todos os módulos poderá emitir um certificado de conclusão. O curso pode ser acessado gratuitamente no link: https://digital.sebraesp.com.br/trilha-de-aprendizagem/economiacriativa-whatsapp/

A INVENTORA – À PROCURA DE SANGUE NO VALE DO SILÍCIO O documentário conta a trajetória da jovem empresária Elizabeth Holmes e sua companhia de tecnologia da saúde, a Theranos. Elizabeth teria criado um dispositivo para teste de sangue revolucionário e sua empresa chegou a ser avaliada em mais de US$ 9 bilhões em 2014. Porém, ela viu seu império ruir quando foi descoberto que a Theranos fraudou resultados e enganou investidores. Disponível na HBO.

NO FOCO Após o nascimento do seu primeiro filho, Thalita Santana deixou a multinacional em que trabalhava para empreender no setor de fotografia. Conheça a história dela.

Veja o vídeo contando a história da Thalita em:

Divulgação

SEBRAE-SP LANÇA CURSO EAD DE ECONOMIA CRIATIVA VIA WHATSAPP

José Mauro Quadros Lopes dos Santos, sócio-fundador do Garçom Digital, responde:

O cenário que vivemos está transformando rapidamente a experiência de consumo, principalmente no setor de alimentação. Bares e restaurantes estão passando por um processo de transformação digital e a tecnologia tem se tornado a maior aliada no processo de atendimento, levando confiança ao público consumidor com a garantia do distanciamento social, aumento da agilidade e redução de filas. Na retomada gradativa da rotina, os estabelecimentos podem ampliar o uso de ferramentas antes já conhecidas pelo mercado, como é o caso do sistema de delivery e dos terminais de autoatendimento – estes utilizados por redes de fast food, viabilizando pedidos e pagamentos sem a necessidade de um atendente. Há outras de menor custo, como é o caso dos cardápios digitais: uma opção eficiente e que pode vir acompanhada de redução de custos com a equipe de atendimento, relevante para os pequenos estabelecimentos. Em sua grande maioria, a alternativa viabiliza o acesso ao cardápio do restaurante por meio da leitura de um QR Code (disponibilizado na mesa) pelo celular do cliente. Mas vale um alerta sobre a diversidade dessas soluções: algumas possibilitam só a visualização do cardápio, sem atualização e nada mais, já outras são mais robustas e viabilizam a realização do pedido pelo cliente, a solicitação de contato com o garçom, indicam os pratos do dia, a alteração de preços, a retirada de pratos do cardápio a qualquer momento e, até mesmo, a comunicação com a cozinha e o caixa. Mais um ponto crucial é entender o processo de instalação: em alguns casos é fácil e rápido, pois não é preciso adquirir ou configurar equipamentos, o que exigiria a ida de um técnico ao local. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e­‑mail

https://youtu.be/YP7V0IsYvGg

para imprensa@sebraesp.com.br.


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Café com grife

Cassiano Tosta, produtor de Garça, trabalha pela valorização do grão originário da região Cassiano Tosta: “Levo uma experiência gastronômica para o consumidor”

Marina Sayuri*

“P

roduzo café desde 2014. Mas meu pai já era produtor e dono de uma propriedade desde 1972. Ele sempre produziu café commodity, que é um jeito tradicional de se trabalhar. Em 2013, ele identificou que estava tendo muito prejuízo e me procurou para fazer um balanço financeiro. Decidimos vender a propriedade em forma de loteamento. Surgiu uma oportunidade de comprar um lote de terra vizinho. Eu o adquiri e decidi com meu pai que começaríamos a empreender com loteamento. Mas, em 2014, vivemos uma crise financeira e decidimos que não era o momento para vender os lotes. A área que

tinha comprado também era utilizada para plantação de café e como já havia investido, pensei: ‘Vou começar a vender café’. Porém, havia algo que me incomodava: o mercado de commodities. Passei a estudar e identifiquei o mercado de cafés especiais, que que vinha crescendo e ganhando espaço no Brasil. Como esse mercado é muito específico, fiz cursos para entender a qualidade da bebida. Percebi a possibilidade de trabalhar o café mudando os processos. Vi que seria possível produzir café de uma maneira diferente para atender a um segmento específico e exigente. Mudei para Garça no final de 2017 para ficar próximo desse projeto. Foram três anos de estudo para enten-

der o mercado de produção do café de alta qualidade. Eu me envolvi com a Associação dos Produtores de Café Especiais da Região de Garça, trazendo ideias para melhorar os processos de colheita e pós-colheita e a imagem dos nossos cafés. Por fim, consegui o cargo de presidência na Associação. O mercado de café valoriza muito a procedência do produto, por isso, por meio de um convênio com a Secretaria de Tecnologia e Desenvolvimento do Estado de São Paulo e com o apoio do Sebrae-SP e a Associação dos Produtores, demos início ao processo de Indicação Geográfica. Essa Indicação vai abranger diversos municípios ao redor da nossa região, que estamos denominando como Microrregião de Garça.

Historicamente, o café está em nosso DNA e na nossa fundação como município. Em paralelo, começamos um trabalho para identificar o perfil da nossa bebida, quais são as características únicas do produto da região de Garça. Estamos na terceira edição de um concurso de qualidade. Assim, estimulamos os demais produtores a participarem e elevarem a qualidade do produto. Em 2018, ganhei o concurso Cereja Descascada por ter produzido o café mais pontuado da região. Mas é muito difícil encontrar mercado para o café especial. Por isso, criei a marca Alta Paulista, e vou fazendo um trabalho de formiguinha em padarias e cafeterias em São Paulo, onde tenho oportunidade de torrar e chegar com meu produto até a xícara. Não vendo só café, vendo uma história, um jeito de produzir. O que levo para o consumidor é uma experiência gastronômica. Agora surgiu a oportunidade de vender café verde de alta qualidade para microtorrefações. Está acontecendo o Desafio de Torra 2020, com 30 torrefadores selecionados. Eles vão receber cafés de quatro produtores do Brasil, e eu sou um deles. Já consegui um salto este ano: ter meu produto reconhecido junto a torrefações e fazer um comércio justo. Dessa forma, também posso levar o nome de Garça para esse meio. É um projeto longo, mas que venho trabalhando devagar. Tive contato com o Sebrae em 2017, quando a instituição já promovia alguns eventos para se discutir a Indicação Geográfica de Garça. O Sebrae sempre foi o grande incentivador e promotor dessas ações e deu ainda mais credibilidade e força ao movimento dos produtores. O apoio do Sebrae foi fundamental para chegarmos aonde estamos hoje.” *Estagiária sob supervisão dos editores


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