Jornal de Negócios - 01 de Agosto 2017

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Como a gestão transforma sua empresa Corrigir os erros de administração pode salvar o seu negócio. Veja dez dicas para entrar no rumo. Pág. 8

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| agosto de 2017 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 |

O empresário Rafael Cifu tomou medidas para profissionalizar administração

Entrevista do mês: o desafio de acertar na contratação do funcionário Pág. 4

São Paulo lidera surgimento de negócios por oportunidade no País Pág. 6

Agricultores se organizam para criar marcas e valorizar produtos Pág. 12


2 | JORNAL DE NEGÓCIOS

AGENDA

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br

FEIRAS DE NEGÓCIOS

EVENTOS DO SEBRAE-SP

BRAZIL PROMOTION 2017 - 15ª Brazil Promotion Live Marketing and Retail

REGIÃO METROPOLITANA

Quando: de 1/8 a 3/8

ER DO GRANDE ABC REALIZA CURSO DE QUALIFICAÇÃO PARA MEIs

Onde: Transamérica Expo Center - Av. Dr. Mario Vilas Bôas Rodrigues, 387 Santo Amaro, São Paulo-SP Informações: www.brazilpromotion.com.br/index.asp

Quando: de 14/8 a 18/8 Onde: CTR - Central de Trabalho e Renda - R. Mal. Deodoro, 2316 Centro, São Bernardo do Campo-SP Valor: Gratuito Informações: (11) 4433-4270

CAKE DESIGN - 5ª Cake Design Expo

INTERIOR

Quando: de 6/8 a 8/8

CURSO EM CAMPINAS CAPACITA EMPREENDEDORES NO GERENCIAMENTO DE

Onde: Centro de Convenções Frei Caneca / Rua Frei Caneca, 569

EMPRESAS

Consolação, São Paulo-SP

Quando: de 14/8 a 18/8

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EXPOLAZER 2017 - 21ª Feira Internacional de Piscinas, Spas, Decoração e Wellness Quando: de 15/8 a 18/8

Informações: (19) 3284-2230 CURSO EM MARÍLIA ENSINA COMO MONTAR UM NEGÓCIO ONLINE Quando: 14/8 e 15/8 e 28/8 e 29/8

Onde: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de Marília - Av. Brasil, 412 - Centro, Marília-SP

Vila Guilherme - São Paulo-SP

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EXPO PROTEÇÃO - 7ª Feira Internacional de Saúde e Segurança do Trabalho

CONSULTIVAS

Quando: de 16/8/2017 a 18/8/2017

Quando: 30/8 e 31/8

Onde: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de São José do Rio Preto - R. Dr. Presciliano

Vila Guilherme - São Paulo-SP Informações: www.protecaoeventos.com.br/eventos/content/evento/?id_

Pinto, 3184 - Jardim Alto Rio Preto, São José do Rio Preto-SP Valor: R$ 37 Informações: (17) 3214-6670

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CAPITAL CONCRETE SHOW - 11ª Concrete Show South America

ITAQUERA TERÁ CURSO DE GESTÃO FINANCEIRA Quando: de 7/8 a 11/8

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Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP da Capital Leste II - Rua Victório Santim, 57

Onde: São Paulo Expo - Exhibition & Convention Center / Rodovia dos

Vila Carmosina, São Paulo-SP

Imigrantes, km 1,5, Jabaquara, São Paulo-SP

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Informações: (11) 2056-7120 FÓRUM NO CENTRO DE SÃO PAULO DISCUTE FERRAMENTAS PARA AMPLIAÇÃO DE

LATAM RETAIL SHOW - 2017ª Latam Retail Show

VENDAS

Quando: de 29/8 a 31/8

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Onde: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333

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Vila Guilherme - São Paulo-SP

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Informações: (11) 3385-2350


EDIÇÃO 280 | AGOSTO DE 2017 | 3 EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae-SP

Virando a chave

Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Paulo Skaf ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal. DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-superintendente: Bruno Caetano Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de adm. e finanças: Pedro Jehá JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Inteligência de Mercado Gerente: Eduardo Pugnali. Coordenador: Luiz Otávio Paro. Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Marcelle Carvalho e Rogério Lagos. Estagiários: Victor Sguario e Wallace Leray. Imagens: thinkstockphotos.com. Diagramação: Marcelo Costa Barros. Apoio comercial: Unidade Comercial - Giulliano Antonelli (gerente). SEBRAE-SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo-SP. CEP: 01504-001

PAULO SKAF, Presidente do Sebrae‑SP

Duas primas que, para salvar seus empreendimentos, decidiram fundir as empresas e criar um novo conceito de pizzaria. Para isso, deixaram de lado os vícios de gerenciar uma empresa familiar e partiram para a profissionalização do negócio, com planejamento e monitoramento, sem escapadas. É o que outro empresário, que foi taxista e decidiu transformar uma receita de doce caseiro da família numa fábrica de alimentos, chama de resiliência.

A mudança veio com a determinação de aprender a ser empreendedor. Para a fabricante de cortinas e divisórias, a volta por cima se deu quando decidiu não cometer mais erros que estavam levando seu lucro para o ralo. Foi aprender a ter um negócio. Essas histórias mostram quão diverso é o perfil dos empresários paulistas. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2016 confirmou isso, detalhando, pela primeira vez, as características dos empreendedores que atuam no Estado: existem hoje 9,3 milhões de empreendedores, sendo que 5,3 milhões estão na ativa há menos de 3,5 anos e 63,8% decidiram criar suas empresas por oportunidade. Este índice é bem superior à média nacional. Outro dado que chama a atenção no estudo – o baixo índice de planejamento prévio e acompanhamento do dia a dia – retrata a outra face da realidade. Em nossos atendimentos, detectamos diariamente o quão frágeis são as compe-

tências de gestão dos empreendedores. Eles mesmos nos relatam isso. No Sebrae-SP, ajudamos o empreendedor não só a enxergar seu negócio a 360º , colocando foco na estratégia, como também o ensinamos a administrar melhor. Certamente por conta deste trabalho, especialistas ouvidos para a pesquisa GEM 2016 destacaram como fator favorável de São Paulo as oportunidades de educação e capacitação (25%). No Brasil, a taxa cai para 4,3%. Estudos são importantes, mas os resultados dos que nos procuram é que dão certeza de que estamos no caminho certo. Os empresários que citei utilizaram vários produtos e são unânimes: ter conhecimento em gestão impulsionou seus negócios, seja evitando que quebrassem, multiplicando por sete o faturamento anual ou expandindo mercados. A chave é aperfeiçoar-se sempre. Que tal começar agora?

ESCRITÓRIOS REGIONAIS SEBRAE-SP Alto Tietê 11 4723-4510 Araçatuba 18 3607-2970 Araraquara 16 3303-2420 Baixada Santista 13 3208-0010 Barretos 17 3221-6470 Bauru 14 3104-1710 Botucatu 14 3811-1710 Campinas 19 3284-2130

Novidades Sebrae-SP passa a oferecer emissor gratuito de documentos fiscais

Capital Centro 11 3385-2350 Capital Leste I 11 2090-4250 Capital Leste II 11 2056-7120 Capital Norte 11 2972-9920 Capital Oeste 11 3803-7500 Capital Sul 11 5525-5270

Desde 1º de julho, programas da NF-e e do CT-e deixam de ser responsabilidade da Secretaria Estadual da Fazenda.

o diretor-superintendente da entidade, Bruno Caetano. Para as empresas, nada muda: além de

O Sebrae-SP passará a disponibilizar e

disponibilizar o download do programa, o

atualizar as versões dos emissores gratui-

Sebrae-SP também será responsável pelo

Guaratinguetá 12 3128-9600

tos de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e do

funcionamento e suporte do software. São

Guarulhos 11 2475-6600

Conhecimento de Transporte Eletrônico

obrigadas a emitir a NF-e empresas de to-

(CT-e), que antes eram responsabilidade

dos os portes, inclusive optantes pelo Sim-

Osasco 11 2284-1800

da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

ples Nacional. Para ter acesso aos serviços,

Ourinhos 14 3302-1370

A mudança ocorreu em 1º de julho. Com

basta acessar o endereço:

isso, o Sebrae-SP passará a prestar esse

http://emissores.sebraesp.com.br

Franca 16 3111-9900 Grande ABC 11 4433-4270

Jundiaí 11 4523-4470 Marília 14 3402-0720

Piracicaba 19 3434-0600 Pres. Prudente 18 3916-9050 Ribeirão Preto 16 3602-7720

serviço a cerca de 127 mil empresas men-

São Carlos 16 3362-1820

salmente no Estado.

S. J. da Boa Vista 19 3638-1110 S. J. do Rio Preto 17 3214-6670

“O Sebrae-SP assume a responsabi-

Dúvidas e outras informações

S. J. dos Campos 12 3519-4810

lidade de prestar esse atendimento gra-

podem ser obtidas nos canais de

Sorocaba 15 3229-0270

tuito às empresas paulistas como parte

atendimento do Sebrae-SP e no

da nossa missão de fortalecer o ambien-

0800 570 0800.

Sudoeste Paulista 15 3526-6030 Vale do Ribeira 13 3828-5060 Votuporanga 17 3405-9460

te empreendedor em São Paulo”, afirma


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Entrevista do mês

A pessoa certa no lugar certo Gerente de marketing da Catho Empresas, Beatriz Soares fala sobre o desafio de contratar bem A empresa de classificados de emprego online Catho registra quase dois milhões de vagas anunciadas anualmente e mais de oito milhões de currículos de profissionais em sua base. Desde 2013, mantém também um segmento de atuação voltado mundo corporativo, a Catho Empresas, que oferece diversas ferramentas de contratação e gestão de talentos para auxiliar, principalmente, as pequenas empresas. A gerente de marketing business to business (B2B) da empresa, Beatriz Soares, conversou com o Jornal de Negócios sobre recrutamento e seleção de funcionários e sobre o serviço direcionado aos pequenos negócios. Quais as dificuldades que um dono de pequeno negócio encontra para contratar um funcionário? O tempo tende a ser o ativo mais valioso dos gestores de um pequeno negócio. Contratar a pessoa certa para a vaga certa é um desafio em cenário de recursos escassos. Muitos acreditam que colocar placa de emprego na porta ou buscar indicações dos funcionários são as soluções. Porém, o apoio de recurso tecnológico para essa tarefa é primordial. Na Catho, as MPEs podem contar com serviço gratuito de divulgação de vaga e consultoria para montar a descrição das atividades. Com isso, a empresa passa a estar visível por uma quantidade maior de candidatos e, com a contratação da melhor pessoa para aquela posição, terá menos custo de substituição. Quais os critérios para selecionar o funcionário adequado? É preciso analisar aptidão, competência técnica e se ele possui o perfil que combina com a cultura da empresa. O mais importante é identificar se o candidato tem as características que se encaixam na vaga, se esse emprego trará satisfação pessoal e, por consequência, mais rendimento para a empresa, sempre buscando harmonia com os valores da organização.

Como o dono de um pequeno negócio deve conduzir uma entrevista de emprego? A entrevista é a oportunidade de confirmar e aprofundar as informações do currículo. É importante ler o currículo antes e se preparar, anotando dúvidas sobre o que deve ser mais bem explicado pelo candidato. É bom dedicar um tempo só para entrevista sem interrupções. A atenção total dedicada àquele tema terá como consequência uma melhor seleção e será revertido em beneficio para o negócio. Também é importante fazer perguntas abertas e dar espaço para o candidato desenvolver o raciocínio. Na sua opinião, falta mão de obra qualificada no mercado? De acordo com estudos, a falta de qualificação da mão de obra é a principal dificuldade encontrada pelos recrutadores. O acesso à educação de qualidade ainda é distante de grande parte da população, no entanto, com o avanço da tecnologia estamos mais perto de evoluir nesse tema. As plataformas de educação a distância tiveram um crescimento expressivo nos últimos anos e permitem que pessoas em qualquer localidade tenham acesso a cursos técnicos, universidades ou escolas de negócios. Plataformas de treinamento também estão mais acessíveis para que as empresas desenvolvam melhores qualificações para os seus funcionários.

bém é importante. Um profissional que tem a oportunidade de se qualificar por meio de oportunidades que a empresa oferece permanece mais tempo nela. Quais os serviços que a Catho oferece para as micro e pequenas empresas? A Catho tem como missão ajudar as pessoas se realizarem profissionalmente, as empresas a serem mais produtivas e o Brasil a prosperar. Baseado nisso, a Catho Empresas oferece ferramentas de recrutamento e gestão de talentos para auxiliar as MPEs. A publicação gratuita e ilimitada de vagas e a busca ativa na base de currículos Catho são os recursos mais utilizados. Para gestão há cursos online para treinamento e aprimoramento de equipes. Já para avaliação técnica e comportamental oferecemos uma série de testes virtuais, utilizados tanto em processos seletivos quanto no momento de uma promoção. Há ain-

Como o dono da empresa pode fazer para reter talentos? Ter um bom salário já foi suficiente. Hoje, o funcionário busca também empresas que compartilham de seus valores e que permitam seu desenvolvimento com qualidade de vida. Para reter um talento é preciso abrir espaço para que o profissional se sinta reconhecido e ouvido. Investir em recursos para desenvolver e treinar as equipes tam-

da soluções para consultar a média salarial praticada em cada setor de MPEs, ferramenta para recrutamento exclusivo de PcDs (pessoas com deficiência) e plataforma para a administração de estagiários. Quais as vantagens de seguir uma empresa especializada em contratações? Descrever com precisão uma vaga de emprego, saber as informações que mais chamam atenção dos melhores talentos, saber o salário adequado para a posição e localidade, são pontos que ajudam a recrutar a pessoa certa com organizações especializadas em contratações. Na Catho temos um atendimento dedicado a pequenas e médias empresas com mais de 100 funcionários especialistas. Além disso, a publicação de vagas é ilimitada e gratuita.

Beatriz Soares, da Catho: contratação certeira

Patrícia Cruz


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Sua empresa em três etapas WAGNER ANTONIO JACOMETI, consultor do Sebrae-SP

Largar o emprego e abrir um negócio? Antes de largar seu emprego e abrir uma empresa, é importante para o potencial empreendedor verificar alguns pontos, a começar pela definição de qual negócio pretende montar. A definição do negócio parte de uma ideia que deve ser analisada no mercado para identificar se pode se tornar uma oportunidade, ou seja, se os produtos ou serviços que serão oferecidos atendem às necessidades do mercado. Pode parecer fácil, mas não é. Você deve avaliar sua capacidade de correr riscos e elaborar um planejamento de busca de informações com o objetivo de identificar a viabilidade ou não, considerando perspectiva de lucro que oferece, quem são os concorrentes, potenciais clientes e eventuais fornecedores. Isso ajuda a diminuir riscos. É importante colocar a ideia no papel antes de começar a executá-la. Assim, o plano de negócios é um instrumento que serve como uma bússola para tomar a decisão menos arriscada em cada etapa

do negócio que se pretende investir. Ainda no levantamento das informações do plano de negócios, é necessário responder a perguntas como quanto será necessário investir, qual será o capital inicial para fazer o negócio girar e quanto será preciso vender ou faturar para pagar fornecedores e custos fixos. Faça uma projeção financeira, considerando cenários da sua futura empresa, principalmente um cenário de projeção pessimista, considerando valores dos custos para o alto e as receitas para baixo. Tudo isso influencia muito no negócio, e é importante definir para se planejar antes de sair do seu emprego. Outro dado importante que deve ser incluído no plano de negócios é a taxa de retorno do empreendimento. O empreendedor pode comparar o salário que recebe atualmente com essa perspectiva de ganhos para que possa tomar a decisão de largar seu atual emprego e de ser empresário.

As empresas nascem de um sonho, da idealização do seu dono. Mas entre o negócio que o empreendedor tem na cabeça e sua efetiva existência há uma considerável distância. São três as etapas para que, em linhas gerais, o negócio passe a ser uma realidade: a ideia propriamente dita, o planejamento e a execução. Tudo começa com o que o empreendedor tem em mente. Ele imagina como será a empresa, que produtos ou serviços oferecerá, quanto vai cobrar, quanto pode lucrar, enfim, os vários fatores que permitirão alcançar seus objetivos. Convicto de que tem uma boa oportunidade nas mãos, o passo seguinte é o do planejamento. Planejar significa estudar minuciosamente o mercado, a estrutura disponível para montar o negócio, calcular custos, levantar recursos, analisar potenciais clientes, observar a concorrência, fornecedores, as oportunidades, os riscos, pontos fortes e fracos. O problema é que muito empreendedor pula essa etapa ou não

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Acompanhe o Sebrae-SP nas redes sociais. De segunda a sexta-feira, às 17h30, vai ao ar o Link Sebrae, com a notícia mais importante do dia para os empreendedores comentada por um consultor do órgão. Já às quintas-feiras, às 16h, tem o Live Empreendedor, um bate-papo com convidados que são referências no mundo do empreendedorismo. Para assistir, basta acessar as páginas do Sebrae-SP no Facebook (facebook.com/sebraesp), no YouTube (youtube.com/ sebraesaopaulo) ou no Periscope (periscope.tv/sebraesp).

dá a atenção devida a ela. Como consequência, a empresa é obrigada a enfrentar dificuldades extras. É construir uma casa sem um projeto definido ou viajar para um lugar desconhecido sem mapa ou GPS. Surpresas vão surgir e certamente algumas serão desagradáveis. Daí a importância de se fazer um plano de negócio que detalhe todas as variáveis. O terceiro passo é a execução. Significa colocar em prática o planejado e trabalhar para tudo correr bem ao longo da vida da empresa. É quando a gestão se faz imprescindível. Porém, este é o calcanhar de aquiles de muito empresário, que ao pecar nesse quesito vê suas possibilidades reduzidas. A boa gestão é o que mantém a empresa viva. É a ação do empreendedor para aprimorar o negócio constantemente, superar obstáculos e torná-lo competitivo. Não é uma tarefa fácil nem finita e engloba todos os aspectos do empreendimento: finanças, marketing, atendimento, gerenciamento de estoques, precificação, processos e tantos outros. A boa gestão é capaz de corrigir erros da fase de planejamento, colocar a empresa no rumo certo e sinalizar o caminho para bons resultados. O empreendedor que quiser ter sucesso tem de ter em mente que sem esse requisito dificilmente terá êxito.

BRUNO CAETANO, diretor-superintendente do Sebrae-SP  @bcaetano /bcaetano1 bcaetano@sebraesp.com.br

imprensa@sebraesp.com.br


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Radiografia do empreendedor Pesquisa mostra que índice de negócios criados por oportunidade em São Paulo é o maior do Brasil

M

ais de 9 milhões de pessoas estão envolvidas hoje em alguma atividade empreendedora no Estado de São Paulo – o número representa 31,2% da população entre 18 e 64 anos. E, entre aqueles que começaram a empreender nos últimos três anos e meio, 63,8% entraram no mercado por oportunidade, ou seja, enxergaram um nicho para oferecer um produto ou serviço e decidiram iniciar um negócio próprio. Essas são algumas das conclusões da última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), pela primeira vez realizada em nível estadual. A GEM é uma referência na área, presente em 60 países de cinco continentes. O Brasil participa da pesquisa desde 2000. Um dos dados principais levantados pelo trabalho é que a quantidade de empreendedores por oportunidade em São Paulo é maior do que a média nacional (57,4%), o que mostra uma tendência dos paulistas em decidir abrir um negócio com um pouco mais de planejamento. Esse é um cenário preferível àquele em que empreender se mostra como a única alternativa ao desemprego – o chamado empreendedorismo por necessidade. “O Estado de São Paulo apresenta uma economia dinâmica, que gera muitas oportunidades de negócios. É o maior mercado consumidor do Brasil e responsável por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os resultados da pesquisa confirmam que São Paulo é a terra das oportunidades de negócios”, diz o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira.

em dois grupos: os empreendedores nascentes, que estão começando a empreender ou que formaram uma empresa há menos de três meses, e os empreendedores novos, que estão em atividade em um período entre três meses e três anos e meio. Os nascentes, hoje, são quase um

milhão de pessoas. Já aqueles com mais de três anos e meio no mercado são chamados de empreendedores estabelecidos – atualmente, são 13,6% da população adulta, ou 4 milhões de pessoas. A pesquisa GEM também procurou traçar um perfil do em-

Perfil de São Paulo

9 milhões

de pessoas ou 31,2% da população entre 18 e 64 anos.

63,8%

dos empreendedores iniciais criaram um negócio por oportunidade.

MOTIVAÇÃO Quase

1 milhão

de empreendedores nascentes, com menos de três meses no mercado.

ESTÁGIOS

A importância de começar um negócio próprio com bom planejamento é ainda mais evidenciada pela pesquisa quando se analisa o estágio dos empreendimentos. A taxa de empreendedores iniciais registrada é de 17,7% da população adulta do Estado – um contingente de 5,3 milhões de pessoas. Os empreendedores iniciais são divididos

preendedor paulista. Entre os empreendedores iniciais, a proporção entre homens e mulheres é quase igual (50,6% x 49,4%). Já entre os estabelecidos, a fatia de homens é um pouco maior (54,5% x 45,5%). Em relação à faixa etária, há muito mais jovens entre os empreendedores iniciais: 52,5% deles têm entre 18 e 34 anos, enquanto essa mesma faixa representa 19,5% entre os estabelecidos. Os empreendedores iniciais também têm escolaridade maior: 49,2% completaram o ensino médio (segundo grau), enquanto 35,3% dos estabelecidos chegaram a esse nível. Entre os estabelecidos, 37,1% têm o ensino fundamental (primeiro grau) incompleto. A renda entre os dois grupos é semelhante: em ambos, em torno de 33% têm uma renda familiar mensal entre três e seis salários mínimos. Para Moreira, os dados indicam a importância do empreendedorismo como “porta de entrada” no mercado de trabalho. “Há uma presença mais expressiva de mulheres e jovens entre os empreendedores mais recentes no mercado, além da maior qualificação dos empreendedores recentes, com maior escolaridade”, aponta.

Empreendedores iniciais dividem-se meio a meio entre homens e mulheres. A maioria tem entre 18 e 34 anos e ensino médio completo. Fonte: Pesquisa GEM 2016

A motivação para empreender também foi um dos temas da pesquisa GEM. Quem começa a empreender por necessidade faz isso pelo fato de estar desempregado e não arrumar emprego (81,5%), enquanto 14,6% citam o desejo de ter uma renda pessoal. Já quem inicia um empreendimento por oportunidade está em busca de ter/aumentar renda (51,5%). Para 46,7% deles, o desemprego também é relevante. A pesquisa também aponta com clareza que o planejamento da empresa é deixado de lado na medida em que o tempo passa. Entre os empreendedores nascentes, 65,9% disseram fazer planejamento. Esse índice cai para 42% entre os novos e chega a 34,4% entre os estabelecidos.


anuncio-sebrae_transforme.pdf

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28/06/17

16:58

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Receitas para a boa gestão Como os empreendedores podem aprender com os erros para colocar os negócios na linha

À

s vezes, é durante a crise que as boas ideias surgem. Com o mercado de trabalho nem sempre favorável, abrir o próprio negócio vem sendo a solução para muitos brasileiros. Prova disso é o crescente número de Microempreendedores Individuais (MEIs), que pela falta de experiência, são com frequência vítimas da má gestão e acabam sendo obrigados a encerrar o empreendimento (veja mais sobre o aumento de MEIs na pág. 10). É preciso planejar e calcular todos os riscos para não ver o sonho virar um pesadelo. De acordo com dados do Sebrae, 23,4% das empresas fecham as portas nos dois primeiros anos no País por causa de falhas na administração. Sandra Bonini é Microempreendedora Individual (MEI), promotora de cosméticos em Guarulhos e responsável por comandar uma equipe com cerca de 20 vendedoras autônomas. Sua posição exige uma gestão impecável, mas nem sempre foi assim. Ela conta que já teve muitos problemas para controlar seu estoque de produtos e o fluxo de caixa no dia a dia, o que atrapalhava o crescimento dos negócios. “Já misturei muito dinheiro pessoal com dinheiro da empresa e cheguei até a prometer um produto para cliente que não tinha em estoque. Depois, com aquela cara sem graça, tive de me desculpar. Perdi muitos clientes assim, foi constrangedor”, revela a empreendedora. Sócio da Jumbaí, empresa de alimentos saudáveis em São Paulo, Rafael Cifu passou por situação similar. Apesar de ter um controle muito bom em determinadas áreas da empresa, pecava bastante em alguns pontos, como o controle da própria demanda dos clientes e até mesmo a grande variedade de produtos oferecidos. “Não tínhamos planejamento algum, então não conseguíamos atender às demandas dos clientes, o que prejudicava a nossa imagem, mesmo o produto sendo de qualidade. Nossa grande oferta de

variedades também prejudicava a nossa gestão”, explica Cifu.

COMO MELHORAR

Ambos buscaram capacitação profissional nas áreas em que mais precisavam de ajuda. Enquanto Sandra fez os cursos de fluxo de caixa e controle de estoque em Guarulhos, Cifu buscou orientação por meio das consultorias por telefone do Sebrae-SP. “Agora consigo visualizar exatamente tudo o que posso oferecer para meus clientes. Posso me planejar financeiramente e pensar na empresa mais além, não só no hoje”, comenta Sandra, que já se prepara para fazer um outro curso, desta vez para formação de preço. “É muito importante se capacitar, mas infelizmente muitos não têm essa consciência e acabam quebrando, porque não se atualizam. Passei quase 30 anos lutando contra a má gestão. Agora estou no caminho certo”, comemora. Rafael Cifu segue a mesma linha. Hoje a gestão foi profissionalizada com um software adequado, a empresa passou a fazer pesquisa de mercado para analisar tendências e ainda diminuiu a variedade de produtos. “As mudanças foram fundamentais para os negócios da Jumbaí, tanto que deixamos de ser MEI e nos tornamos ME”, conta ele, que vai começar a exportar seus produtos para cinco países ainda em 2017. “O Sebrae-SP nos auxilia a crescer de uma maneira sustentável e correta”, diz. Para ter uma boa gestão em seu negócio, o empreendedor deve procurar ter o controle de todas as operações que acontecem na sua empresa. Segundo o consultor do Sebrae-SP Fabiano Nagamatsu, esse é o segredo para não perder as rédeas de um

empreendimento. Buscar capacitação, como fizeram Sandra e Rafael Cifu, é fundamental na visão do especialista. “Há uma mudança constante no mundo, principalmente pelo avanço da tecnologia e disseminação das informações. O exercício de aprendizado é contínuo, sempre vai existir, pois sempre vai ter um problema e algo novo para estudar”, diz o consultor.

Patrícia Cruz

Rafael Cifu, sócio de uma empresa de alimentos saudáveis: “Falta de planejamento prejudicava nossa imagem”


EDIÇÃO 280 | AGOSTO DE 2017 | 9

10 DICAS PARA MELHORAR SEU NEGÓCIO Por Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Plano de ação – Estruture suas metas e objetivos a fim de saber aonde exatamente você quer chegar. Tão importante quanto, elabore um plano de contingência, o chamado “plano B”. Análise de viabilidade – O produto é aceito no mercado? Os potenciais clientes enxergam meu produto da mesma forma que eu o apresento em minha proposta de valor? Financeiramente vale a pena? Perguntas como essas são validadas com uma análise prévia e estritamente necessária. Capacitação e pesquisa – Seja o especialista sobre a área em que atue e mantenha-se como referência, sempre capacitado. Pesquise para se manter antenado às novidades para que deixe a sua empresa sempre na vanguarda dos negócios. Separe pessoa física de pessoa jurídica – É fundamental separar o dinheiro próprio do que é capital da empresa. O controle financeiro é a palavra de ordem para uma boa gestão. Registre tudo para não se perder.

Controle de estoque – Muitas empresas perdem dinheiro porque não realizam uma contagem adequada de seus produtos e serviços. A falta da rotatividade compromete a gestão financeira e a sazonalidade pode ser um problema.

Fluxo de caixa – Uma má gestão financeira faz com que a empresa perca dinheiro. O ideal é que os empreendedores sempre façam uma análise da lucratividade de suas empresas, com demonstrativos de resultados. Divulgação – O marketing é uma grande ferramenta em um período de menor consumo. Investir nesse setor faz parte da boa gestão de uma empresa, mas não necessariamente precisa ser algo custoso. Investir em ferramentas gratuitas, como as redes sociais, pode funcionar bem. Parcerias – Ninguém cresce sozinho. Fazer um estudo de mercado e analisar os potenciais parceiros é fundamental, seja para distribuição, divulgação ou até para expansão de mercados. Automação e controles – É importante utilizar ferramentas de gestão adequadas. Existem boas opções, pagas e gratuitas, para as necessidades de cada negócio, como controle financeiro, estoque, cadastro de clientes, emissão de notas fiscais etc. Inovação – Sem grandes investimentos, até mesmo utilizando a economia criativa, os empreendedores podem inovar em marketing, processos, produtos e serviços para fazer os negócios decolarem.

Número de MEIs cresce 184% em cinco anos, mas administração preocupa A modalidade empreendedora do MEI é, sem dúvida, a que mais cresce no Brasil. No Estado de São Paulo, nos últimos cinco anos, esse número aumentou de 647 mil para mais de 1,8 milhão de MEIs ativos – um salto de 184%. (Veja mais na página 10) A pesquisa MEI 2017, recém-realizada pelo Sebrae-SP sobre o perfil do Microempreendedor Individual do Estado, mostrou que 86% disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos em ser MEIs, mas que apenas 8,7% deles estão preocupados com a gestão. Para 77,9% deles, a primeira preocupação que vem à mente é com as vendas e serviços oferecidos. Numa escala de 0 a 10, em que 0 é nada e 10 é muito, o MEI atribui nota 8,3 ao conhecimento técnico sobre a atividade em que está formalizado. Mas quanto à gestão de negócios, a nota cai para 6,5, comprovando a necessidade de capacitação nesse sentido. Para esse público, o SebraeSP oferece o Super MEI, programa voltado para o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos negócios dos Microempreendedores Individuais já formalizados ou para aqueles que têm interesse em se formalizar. Dentro do programa, o profissional segue uma trilha com quatro etapas: formalização para quem ainda não está regularizado; cursos de gestão, envolvendo controle financeiro e vendas; formação técnica em instituições parceiras como Senai, Senac e Centro Paula Souza; e acesso ao mercado por meio de um aplicativo e um portal onde ele poderá oferecer seus produtos e serviços. Se fossem pagos pelo empreendedor, os cursos oferecidos gratuitamente pelo Super MEI custariam de R$ 300 a R$ 1 mil. Para outras informações acesse: supermei.sebraesp.com.br


10 | JORNAL DE NEGÓCIOS

Crescimento do número de MEIs no Estado Votuporanga

Franca

5.657 17.661 212%

5.441 15.983 194%

12.840 44.595 247%

10.883 30.203 178%

Ribeirão Preto

Araraquara

8.230 23.757 189%

Presidente Prudente

11.245 32.080 185%

Marília

11.218 30.593 173%

10.318 27.218 164%

Barretos São José do Rio Preto

Araçatuba

Estado de São Paulo 647.064 1.840.078 184%

22.481 62.296 177%

São Carlos

12.727 39.821 213%

Bauru

14.489 47.492 228%

6.433 18.040 180%

9.846 29.108 196%

5.364 13.905 159%

Guaratinguetá

Jundiaí

18.085 56.603 213%

25.650 81.832 219%

São José dos Campos

10.529 29.532 180%

21.718 66.645 207%

Baixada Santista Grande ABC São Paulo

Vale do Ribeira

4.864 12.700 161%

Osasco

40.486 115.685 186%

2012 2017 Porcentual de crescimento

Alto Tietê

Guarulhos

Sorocaba

Sudoeste Paulista

18.763 54.935 193%

25.020 70.972 184%

17.942 57.005 218%

5.666 19.057 236%

38.299 113.089 195%

Campinas

Piracicaba Botucatu

Ourinhos

São João da Boa Vista

215.094 558.017 159%

30.215 95.638 217%

27.636 75.879 175%


EDIÇÃO 280 | AGOSTO DE 2017 | 11

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Aproveite a oportunidade para crescer, superar a crise e seguir rumo ao sucesso! Conheça bem a sua empresa e entenda como ela pode ser melhorada nas principais questões que tiram o sono de qualquer empreendedor: finanças, planejamento, marketing, RH, leis e normas, inovação e muito mais. O Checkup Empresa é um diagnóstico gratuito, rápido e eficiente, que aponta as principais dificuldades no seu negócio, sugerindo um conjunto de soluções para eliminar esses problemas. Chega de crise! Tome já uma atitude e faça o Check-up Empresa do Sebrae-SP, o primeiro passo para você dar uma guinada na sua empresa.

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12 | JORNAL DE NEGÓCIOS

Cogumelos com GRIFE

Agricultores de Mogi despertam para a importância de criar uma marca e valorizar seus produtos Cris Castello Branco

Gildo Saito faz parte de um grupo que vai criar uma marca para seus produtos

H

oje, quando as dez toneladas de shimeji produzidas mensalmente no sítio Saito, em Mogi das Cruzes, chegam à mesa os consumidores não sabem a história da empresa e o trabalho de produção por trás do alimento. Isso porque o cogumelo é vendido in natura para distribuidores, que embalam o produto com a sua marca e vendem para o cliente final. Mas o produtor Gildo Saito quer mudar essa história e tem planos para estampar a marca Família Saito no produto, fazendo com que o consumidor relacione a qualidade e tradição da empresa aos produtos consumidos. Gildo faz parte de um grupo de produtores rurais que se preocupam em criar uma marca para evitar atravessadores e agregar valor aos alimentos produzidos. O produtor de Mogi conta que a marca vai carregar toda a história da família. Os pais, Emiko e Komei Saito, chegaram a ter mil alqueires de terra na região de Marília e Jales com a plantação de algodão, amendoim e batata, mas perderam tudo quando decidiram apostar na produção de café. Gildo lembra que uma crise nesse mercado abalou a economia brasileira, com sérios prejuízos aos produtores rurais, levando muitos deles à falência. A alternativa encontrada pelo pai de Gildo foi trabalhar em uma granja em Atibaia para ganhar um salário mínimo por mês. Em 1969, Komei ficou viúvo com sete filhos e mudou-se para a região do Alto Tietê, onde estão desde 1972 no mesmo lugar. “Plantávamos verduras e legumes. Sempre foi muito difícil, tinha ano que alguma safra ganhava, outra só empatava ou só perdia. A vida de produção de hortaliças, verduras e legumes é muito difícil. Ele vendia os produtos na feira, mas chegou um ponto que não dava mais”, conta Gildo, que chegou a se formar em técnico em eletrônica, trabalhar em uma empresa telefônica e até abrir uma empresa de paisagismo oriental.


EDIÇÃO 280 | AGOSTO DE 2017 | 13

Em 1992, o pai pediu para Gildo voltar para o sítio e ajudar a família. A decisão foi plantar cogumelos champignon de Paris. Enquanto Gildo tocava e estruturava o negócio no Brasil, os irmãos foram trabalhar no Japão como dekasseguis para mandar dinheiro e investir na produção. “Entre 2010 e 2013 o mercado de cogumelos começou a melhorar e falei para meus irmãos: agora dá para sobrevivermos de cogumelo, podem voltar que preciso de vocês aqui”, conta Gildo. Hoje, seis dos sete irmãos estão envolvidos na produção de shimeji no sítio Saito. “Todo mundo que pega o produto elogia a nossa qualidade. Trabalhamos com toda a família e temos capacidade de colocar nossa marca no mercado. Sempre tive medo porque existe muita concorrência, mas participando de vários cursos e palestras comecei a ter uma visão diferente”, diz. Os planos não são de interromper a venda para os distribuidores,

mas colocar os cogumelos da Família Saito nos mercados e mercearias e fazer uma ponte direta com o consumidor. “Não vamos parar com os intermediários, mas queremos firmar a nossa marca, a marca da nossa família no mercado”, destaca.

POSICIONAMENTO

De acordo com a consultora do Sebrae-SP Ariane Canellas, a consciência de criar uma marca para se posicionar no mercado e dar identidade do seu negócio aos clientes está aumentando entre os produtores rurais. “Mais produtores têm nos procurado para pensar em suas marcas, pois o mercado tem exigido embalagem, código de barras, e para que tudo isto ocorra a marca é o primeiro passo”, afirma. E para ajudar os produtores rurais nesse desafio o Sindicato Rural de Mogi das Cruzes criou um projeto para fortalecer seus associados e possibilitar a abertura de novos mercados, além de ajudar

no marketing regional apresentando-se como polo agrícola. A idealizadora do projeto é a engenheira agrônoma do sindicato, Juliana Geseira. Ela fez um curso no Japão, onde conheceu como os produtores trabalham a questão da marca com a intenção de agregar valor ao produto. “Lá eles trabalham com a venda direta, mas os produtos precisam estar todos identificados”, pontua. O projeto Marca está na fase inicial e será realizado com parceria do Sindicato, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Sebrae-SP, com a realização de palestra para divulgação da importância da marca para os produtores, auxílio para produção de logo, cartões. A segunda fase do projeto inclui a fase para o produtor criar estratégias de mercado para aumento de renda. “Queremos estabelecer a marca do produtor individual e depois a marca regional. Somos grandes pro-

dutores de caqui, de orquídea, de cogumelos. Somos um cinturão verde”, diz Juliana. “Nós queremos que os produtores, sendo familiares ou não, comecem a enxergar o potencial que a região tem”, completa. Quem também participa do projeto é a produtora Lucia Helena Santos. Por mais de 30 anos, a família só plantava eucalipto. Em 2009, com o objetivo de melhorar a renda, a família começou a produzir geleias, com destaque para o cambuci, e ainda fazer pão integral e chás desidratados. Hoje as vendas são feitas direto no varejo, para o consumidor final e nos festivais de cambuci. Lucia vai dar início ao projeto com consultorias na empresa para conhecer o processo, pensar na marca, embalagens e rótulos. E o que a motiva a fazer esse investimento? A resposta ela tem na ponta da língua: “Para vender com mais qualidade e melhor, ter visibilidade e para conhecer o produto”, diz.

Projeto Marca

Objetivo O projeto foi idealizado pelo sindicato para fortalecer seus associados e possibilitar a abertura de mais mercados, além de ajudar no marketing regional como polo agrícola.

Etapas • Palestra para falar da importância da marca; • Criação de marca e logos; • Curso Na Medida – Marketing para criar estratégias de mercado; • Segunda fase inclui estratégias de mercado para aumento de renda.

Como o Sebrae-SP pode ajudar? O produtor rural pode procurar os Escritórios Regionais do Sebrae-SP localizados em todo o Estado de São Paulo para receber orientação sobre a criação de marcas e estratégias para ganhar mercado.

Para entender a situação de cada empresa e oferecer os produtos mais adequados, os especialistas do Sebrae-SP aplicam o diagnóstico Check-Up Empresa. Endereços e outras orientações no 0800 570 0800 ou no site sebraesp.com.br


14 | JORNAL DE NEGÓCIOS

TEC &

LIVROS De Empreendedor para Empreendedor – Dicas Importantes para Empreender com Sucesso (sem editora) O livro escrito por 12 empreendedores surgiu durante um bate-papo entre três amigos. O objetivo é estimular o leitor a aprender, aperfeiçoar e redefinir sua jornada empreendedora. Na obra ainda é possível encontrar teorias e ideias práticas para inspirar e ajudar o desenvolvimento como empreendedor. A obra aborda temas como características de comportamento do empreendedor de sucesso, estabelecimento de metas, marketing e inteligência emocional.

Estrada para o Sucesso (Editora Benvirá) A história de Mary Barra, CEO da General Motors, é contada de forma detalhada pela jornalista Laura Colby. Há um grande caminho para quem deseja empreender e, se for mulher, esse caminho se estende ainda mais. Pensando nisso, a obra relata como a executiva assumiu o cargo de CEO de uma das maiores empresas automobilísticas do mundo e como reergueu a empresa que estava em caos, prestes a quebrar. No exemplar também é destacado fatos importantes sobre a relação da mulher com setor de automóveis, que predominantemente é dominado por homens.

Do Zero ao Milhão - Como Transformar seu Sonho em um Negócio Milionário (Editora Buzz) Quando você pensa na palavra Wizard, você pensa em tudo, menos que o fundador é um brasileiro. Carlos Wizard Martins é um empreendedor nato, por mais que hoje não esteja à frente da empresa que tem seu nome, se arriscou em outros empreendimentos e atualmente é dono da Mundo Verde, detém os direitos da Taco Bell no país e ainda têm parte da franquia Wise Up. O livro conta de forma didática e bem-humorada a jornada empreendedora de 27 anos de Carlos Wizard, mostrando como ele chegou no topo. Leitura essencial para quem tem sonhos grandes e deseja ter uma vida de objetivos definidos.

PORTAL REDESIMPLES ENTRA NO AR PARA REDUZIR BUROCRACIA Já está no ar o portal da Redesimples, um ambiente que reúne informações sobre procedimentos de abertura de empresas e acesso aos órgãos competentes dos Estados. A expectativa é que, gradualmente, novos módulos e facilidades sejam incorporados para que até dezembro de 2018 seja possível realizar todos os procedimentos de registro de abertura, alteração, baixa, inscrições tributárias e licenciamentos de empresas por meio do portal. Os sistemas da Redesimples estão sendo implementados para garantir que os diversos órgãos envolvidos no registro de pessoa jurídica no País estejam integrados. O portal da Redesimples é um dos dez sistemas previstos no Empreender Mais Simples, convênio assinado entre o Sebrae e o governo federal para criar uma série de ferramentas para melhorar o ambiente de negócios, reduzir a burocracia e dar mais agilidade aos processos de gestão das micro e pequenas empresas. Para a elaboração desses dez sistemas, o Sebrae investirá R$ 200 milhões até o final do próximo ano. O portal Redesimples pode ser acessado em www.redesimples.gov.br.

5

TENDÊNCIAS PARA

O E-COMMERCE

O comércio eletrônico brasileiro chegou a 600 mil lojas eletrônicas em 2017, de acordo com dados da Big Data Corp. Para as empresas que já estão nesse mercado (ou pretendem ingressar), o gerente de acesso a mercados e serviços financeiros do SebraeSP, Gustavo Carrer, listou cinco tendências observadas nas grandes empresas do setor. As dicas foram publicadas pelo site da PEGN.

1

Invista no mobile: segundo a pesquisa, apenas 24,2% das lojas eletrônicas brasileiras contam com site responsivo ao acesso por celulares, hoje responsáveis pela maior parte do tráfego online.

2

Mídias sociais são essenciais: quando bem trabalhados, as redes sociais podem ser uma importante ferramenta de comunicação, permitindo que lojas pequenas possam desenvolver estratégias de divulgação adequadas.

3

Pense em um aplicativo próprio: tendência mais voltada para o setor de alimentos. Uma ferramenta própria pode facilitar a experiência do cliente na loja pelo celular.

4

Sistema de clica e retira: modelo em que o cliente compra um produto pelo site e depois retira o pedido em algum ponto físico. Uma opção que pode facilitar a vida do cliente e proporcionar uma experiência presencial diferente.

5

Experiências diferentes: grandes empresas estão investindo para proporcionar diversos cenários na hora de fechar uma venda. Um exemplo é a opção de pedir roupas em casa para provar e depois decidir quais ele vai comprar – as outras podem ser devolvidas gratuitamente.


EDIÇÃO 280 | AGOSTO DE 2017 | 15

IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Quais as dicas para uma loja de roupas que quer divulgar melhor seus produtos no Instagram?” FERRAMENTA GRATUITA TESTA VELOCIDADE DE SITES Está em funcionamento a versão 2.0 da ferramenta do Google chamada Teste Meu Site. O recurso é voltado para pequenas e médias empresas e avalia a velocidade do site consultado na plataforma mobile. O Teste Meu Site mostra o tempo de carregamento da página, fundamental para as vendas, porcentagem de visitantes que o site perde por isso e envia relatório por e-mail sobre como melhorar o desempenho. O Teste Meu Site é gratuito e pode ser acessado em: https://testmysite. thinkwithgoogle.com/intl/pt-br

CINEMA O NASCIMENTO DE UM IMPÉRIO A marca McDonald’s significa mais do que uma gigantesca rede de lanchonetes: é um símbolo do estilo de vida americano e representa uma maneira específica de criar conceitos e fazer dinheiro. A história da rede é contada em “Fome de Poder” (2016), filme dirigido por John Lee Hancock e que traz Michael Keaton no papel de Ray Kroc, um vendedor de máquinas de milk-shake que transformou, nos anos 1950, uma pequena lanchonete da Califórnia em um império global. Com uma visão obstinada de negócios, não teve escrúpulos em passar uma rasteira nos verdadeiros criadores da marca – os irmãos Dick e Mac McDonald. O filme pode ser encarado como uma lição de empreendedorismo, mas também levanta importantes questões sobre ética nos negócios.

Jorge Lisauskas, gerente de empreendedorismo do Facebook e Instagram para a América Latina, responde:

O Instagram é uma vitrine virtual para empresas de todos os setores e tamanhos, onde empreendedores transformam suas paixões em negócio. Para mostrar melhor seu trabalho na plataforma, existem diversas possibilidades, como exibir os bastidores do processo de produção no Stories ou publicar fotos e vídeos do produto final no Feed. O primeiro passo é transformar sua conta em um perfil comercial – algo que pode ser feito nas próprias configurações da conta no app. Uma vez que a mudança é feita, um botão de contato é adicionado ao perfil para facilitar a interação com o cliente e a empresa passa a ter acesso a métricas com informações sobre suas histórias, publicações e seguidores. Com este tipo de perfil, também é possível transformar posts em anúncios em poucos cliques, levando a sua mensagem a uma audiência segmentada. É muito importante ter em mente qual o seu objetivo de negócio, entender quem é o seu público e a forma com que interage com a sua conta. No caso de uma empresa de moda ou roupas, comece publicando conteúdo com hashtags que tenham um significado para o setor de vestuário e siga contas semelhantes ao seu negócio, elas podem ser boas fontes de inspiração. Ser criativo e publicar conteúdo autêntico também são fatores essenciais. Para isso, o Instagram disponibiliza diversos recursos, como o Stories – para compartilhar fotos e vídeos dos seus produtos e personalizar esse material com emojis, desenhos coloridos feitos a mão e textos. As histórias somem em 24 horas, então são perfeitas para bastidores ou promoções relâmpago. Você também pode apresentar uma nova coleção de roupas usando o carrossel de fotos da plataforma, que permite postar até dez fotos ou vídeos em um único post. Por fim, sempre há novidades e dicas no Blog Comercial do Instagram que podem ajudar: https://business.instagram.com/blog/ Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail para imprensa@sebraesp.com.br.


Facilitador de compras Giuseppe Casarin é dono da Cotabox, empresa de cotações que vem crescendo no mercado

“A

Cotabox é uma empresa trabalha com sistemas de cotações e compras, que tem objetivo de facilitar o processo de cotação dentro de empresas. Hoje, as empresas utilizam muito o e-mail, telefone ou até fazem visitas a fornecedores para poder achar produtos e serviços que desejam e a gente é a ponte que facilita o trâmite entre essas empresas. A ideia do Cotabox surgiu três anos atrás, na Escola de Negócios do Sebrae-SP. Devido a um período em que eu passei trabalhando com compras na Receita Federal, vi uma necessidade para facilitar esse processo. Eu fazia as cotações e tinha dificuldade para achar os fornecedores na venda de produtos. A maior dificuldade que as startups de tecnologia passam está relacionada com a montagem da equipe técnica. É difícil achar desenvolvedores que têm o mesmo perfil, que vão participar do projeto, confiar na ideia e apostar nela. Normalmente, as startups de tecnologia focam muito no produto e no sistema em si, e esquecem da parte comercial. Mas

Cotação e compras não é algo tão fácil de entender e praticar. Foi pensando nisso que a Cotabox foi criada em 2014, para facilitar esse processo que por muitas vezes é burocrático e custoso. A Cotabox é a conexão entre a demanda de quem deseja comprar e os fornecedores de produtos e serviços.

descobrir a melhor forma de vender o seu produto é algo essencial. Uma das coisas fundamentais para a empresa ter dado certo foi o apoio que tivemos de todos os lados. No início, é muito importante o apoio emocional e financeiro dos amigos e da família. A participação do Sebrae-SP foi essencial porque o projeto nasceu dentro dele. Nós nascemos em 2014, junto com a Escola de Negócios do Sebrae-SP e logo que eu comecei o curso de gestão de negócios, tive a ideia da Cotabox, falei com os consultores e eles me auxiliaram desde o início. Nosso objetivo é ser a maior plataforma de cotação e compras do Brasil, atender principalmente micro e pequenas empresas que têm essa demanda mais latente, seja pela falta de equipe ou por falta de tempo, fazendo que elas otimizem o processo de compras e vendam mais pela plataforma.” Confira o vídeo com a história da Cotabox em: youtube.com/sebraesaopaulo.

Cris Castello Branco

Giuseppe Casarin: “É muito importante o apoio emocional e financeiro dos amigos e da família”


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