Jornal de Negócios - 01 de Maio de 2019 - Edição 301

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| maio de 2019 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | # 301

A microempreendedora individual Karina Rabahy: clientes em todo o Brasil

MEI 10 anos

MERCADO DIGITAL AVANÇA Mais de 1,3 milhão de Microempreendedores Individuais no País vendem pela internet, e perspectiva é de crescimento. Para quem quer melhorar a gestão, programa Super MEI é reformulado e será lançado na Semana do MEI. Confira a programação. Pág. 8

Entrevista: tradição e inovação na vinícola Valduga Pág. 2

Atendimento é solução para farmácias de bairro Pág. 4

Startups melhoram resultados com programa do Sebrae-SP Pág. 6


2 | JORNAL DE NEGÓCIOS EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae-SP Edição impressa

Cidadania empresarial TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP

Em julho de 2009, quase 8,3 mil empreendedores estavam entre os primeiros que carimbaram o passaporte para o mercado formal por meio da adesão à nova figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI), criada para descomplicar e reduzir o peso dos tributos dos pequenos negócios individuais. Com o número do CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – em mãos, ganharam a possibilidade de atender novos clientes, emitir nota fiscal, negociar com fornecedores, obter financiamento e contribuir para a Previdência. Hoje, uma década depois, mais de 8 milhões de empreendedores em todo Brasil – e 2 milhões no Estado de São Paulo – escolheram o mesmo caminho e, juntos, já representam 60% do total de pequenos negócios.

Trata-se de uma verdadeira revolução na melhoria do ambiente para empreender, captada pela pesquisa Doing Business do Banco Mundial. Em 2018, o Brasil saltou da 125ª para 109ª posição no ranking de 190 países no campo Iniciando um Negócio, reflexo da implementação de reformas estruturais, como a da Redesimples, que permite a abertura online de uma empresa de baixo risco em até cinco dias. Em 2017, o tempo médio para abertura de um negócio era de 80 dias. Sabemos que essa colocação está aquém de nossa capacidade de geração de empreendimentos fortes. Ainda há espaço para avançar, em especial na melhoria do ambiente tributário e dos marcos regulatórios. No Sebrae-SP estamos trabalhando com o governo do Estado de São Paulo para abrir uma empresa em 24 horas. E continuamos aprimorando nossas ações, com ampliação dos programas de orien-

CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles

ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp,

FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico,

Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

tação e capacitação para os MEIs. Nas próximas páginas, você vai conhecer em detalhes as atividades do novo programa Super MEI, lançado neste mês e agora dividido em três níveis, respeitando a maturidade do negócio - Primeiros Passos; Organize Seu Negócio; e Pronto para Crescer, além da programação da Semana do MEI, que acontecerá de 20 a 24 de maio, com ações de formalização, regularização e capacitação. Com esses ajustes e a melhoria da gestão dos negócios, o impacto no aumento da sobrevivência dos empreendimentos e na geração de postos de trabalho será imenso. Em São Paulo, por exemplo, se metade desses empreendedores abrisse uma vaga, chegaríamos a 1 milhão de novos empregos. Porque acreditamos que esse é o melhor investimento e o mais curto caminho para conquistar a sustentabilidade da economia nacional.

DIRETORIA EXECUTIVA

Diretor-superintendente: Luis Sobral Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração

e finanças: Guilherme Campos JORNAL DE NEGÓCIOS

Unidade Marketing, Publicidade e Propaganda Institucional

Gerente: Marcus Vinicius Sinval

Coordenadora: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores:

Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto

Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Imagens: istockphoto.com. Diagramação:

Daniel Augusto de Resende Neves, Bruna Santos, Gisele Resende Costa e Letícia

Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae-SP. Apoio comercial:

Unidade Relacionamento: (11) 3177-4784 SEBRAE-SP

Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso

São Paulo-SP. CEP: 01504-001 ESCRITÓRIOS REGIONAIS SEBRAE-SP

Alto Tietê

Araçatuba

Araraquara

Baixada Santista Barretos Bauru

Novidades

Botucatu

Campinas

Capital Centro Capital Leste I

Capital Leste II

Sebrae abre inscrições de cursos sobre empreendedorismo para professores O Sebrae está com inscrições abertas

mento, com duas frentes de atuação: o de-

para 19 cursos de formação a distância sobre

senvolvimento de competências duráveis e

empreendedorismo para professores de todo

a possibilidade de inserção sustentada no

o País. Os cursos, que antes eram realizados

mercado de trabalho. A proposta é ir além da

somente no formato presencial, passam a ser

abertura de um negócio, desenvolvendo uma

oferecidos pela internet. As matrículas podem

cultura em que a pessoa se sinta preparada

ser feitas a qualquer momento e, a cada mês,

para alcançar seus objetivos de vida.

novas turmas são iniciadas. Os cursos variam

Os cursos possibilitam que os professores

de duas a 48 horas. Todos os cursos são gra-

conheçam os conteúdos sobre empreendedo-

tuitos e com certificação.

rismo e aprendam a aplicar as metodologias no

O programa existe para despertar o espíri-

contato com seus alunos. A relação dos cursos

to empreendedor dos professores, utilizando

e outras informações podem ser obtidas em

técnicas que articulam o fazer e o conheci-

educacaoempreendedoraead.sebrae.com.br.

Crédito para pequenas empresas O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou uma linha de crédito para pequenos negócios, a BNDES Crédito Pequenas Empresas. A linha não tem um valor limite de recursos e a expectativa é que a demanda pelos empréstimos chegue a R$ 1 bilhão em pouco tempo. Se ultrapassar esse valor, o BNDES informa que liberará mais capital. O limite de crédito é de R$ 500 mil por cliente a cada 12 meses, com prazo máximo de até 60 meses para pagamento. O BNDES calcula que a taxa de juros, na maior parte dos casos, fique em 1,45% ao mês.

Capital Norte Capital Oeste Capital Sul Franca

Grande ABC

Guaratinguetá Guarulhos Jundiaí

Marília Osasco

Ourinhos

Piracicaba

Presidente Prudente Ribeirão Preto São Carlos

São João da Boa Vista São José do Rio Preto

São José dos Campos Sorocaba

Sudoeste Paulista Vale do Ribeira Votuporanga

ENTRE EM CONTATO: 0800 570 0800


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Entrevista do mês

Tradição com inovação

Juarez Valduga, presidente da vinícola Valduga, fala dos desafios e alegrias de empreender em família Diego Braga Norte Juarez Valduga hoje preside o grupo pertencente à família: tecnologia e identidade

U

ma empresa familiar precisa manter tradições para prosperar? Sim e não, diz Juarez Valduga. Para o presidente do Grupo Famiglia Valduga, tradições só perduram se a empresa souber se adaptar aos novos desafios. A produção artesanal iniciada por imigrantes italianos que chegaram no País no final do século 19 se transformou na Casa Valduga, vinícola que produz 5 milhões de litros por ano, exporta para mais de dez países e detém prêmios internacionais. Localizada no Vale dos Vinhedos, região gaúcha que abrange Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, a Casa se desdobrou em um grupo empresarial poderoso. Investe em turismo, importação, comidas e até cosméticos. Mas o que Juarez Valduga quer mesmo é fazer espuma. Como o senhor assumiu a empresa? Eu assumi com 21 anos, na segunda metade da década de 1970. Saí de casa muito cedo, sofria de enxaqueca crônica e não podia trabalhar no campo. Fui para o seminário aos 10 anos e com 18 disseram-me que as dores me impossibilitariam de ser padre. Entrei no Exército e fui estudar engenharia civil. Tivemos uma baixa brutal na família, perdi dois irmãos precocemente e aí me chamaram de volta. Esses foram os piores anos da empresa. E como a vinícola começou? Meu avô plantou os primeiros vinhedos. Minha família fazia vinho para consumo próprio e para trocas. Eram agricultores, o vinho não era o produto principal da subsistência. Mas meu pai, Luiz, era um trabalhador incansável. Ele criou a vinícola e por persistência, aprendeu a produzir coisas de excelente qualidade. Ele começou a produção comercial de vinhos.

Depois que o senhor assumiu a vinícola, o que mudou? O início foi tumultuado, mas na época meu irmão João trabalhava na Embrapa e eu aceitava todas as mudanças que ele sugeria. Fomos cobaias e tivemos sucesso. Trocamos todas as videiras, melhoramos a qualidade e aumentamos a produção. Seguíamos tradições centenárias muito fortes e tivemos que quebrar paradigmas. Eu achava que seria mais fácil, que não levaria tanto tempo, mas tivemos que mudar até conceitos regionais de produção de vinhos. Depois disso, houve outras grandes mudanças estruturais ou de gestão? Sim, passamos agir como uma grande empresa. Investimos em outras regiões e em outros negócios, mas sem perder a essência. Há 20 anos já vinha buscando exportar, mas melhorou quando, em 2008,

criamos uma importadora e distribuidora de vinhos. Representamos marcas estrangeiras e elas levam nosso nome para seus países. A Casa Valduga se preocupou em não exportar só o vinho, mas o conceito. Esse foi o ganho maior. Alguns países já nos respeitam de tal forma que estamos disputando com os melhores espumantes e vinhos do mundo. O senhor falou em essência. Poderia explicar o que isso significa para a empresa? Nossa essência são os valores: a qualidade total, unidade e humildade. Para nós, o fundamental é a alta qualidade. É simples, ótimas uvas produzem ótimos vinhos. Nós nos aprimoramos com tecnologia de ponta e estamos numa região extremamente benéfica, uma das melhores do mundo para a produção de espumantes. Isso está sendo explorado, decidimos abraçar essa identidade regional.

Empreender em família é difícil? Como conciliar a vida familiar com a profissional? Essa mistura gerou preocupação, o histórico das empresas familiares não é bom, onde há intimidade, há briga. Sabendo disso, criamos critérios fixos, definimos salários e funções para que a harmonia não se quebre. O resultado foi a profissionalização da família. Hoje, eu e meus irmãos trabalhamos na empresa. Parte de nossos filhos está aqui, outra ainda está se preparando, porque para entrar tem que ser profissional. O papel deles aqui é não serem meus filhos e sobrinhos, são funcionários que estão construindo suas carreiras na empresa. O grupo cresceu e diversificou seus negócios. Poderia nos contar sobre esses novos investimentos? A diversificação fortalece nosso conceito e nossa marca. Começamos a fazer suco e lançamos o primeiro complexo enoturístico do Brasil. Hoje estamos investindo R$ 6 milhões para ampliá-lo, queremos criar a ‘Disney do vinho’ da América Latina. Não vinha sequer um turista para cá e hoje é um polo importante. Turistas ajudam a quebrar o preconceito com o vinho nacional. Também apostamos em cervejaria artesanal, cosméticos, sorvetes e fábrica de massas. O senhor acredita que o futuro da Casa Valduga está nos espumantes? Sim, hoje produzimos 5 milhões de litros por ano. São 60% de espumantes e 40% de vinhos tintos e brancos. Estamos caminhando para 80% de espumantes e 20% de tintos e brancos. Acredito muito no espumante brasileiro. Os produtos nobres do Brasil são baratos em relação aos mundiais, é uma vantagem competitiva. Esse é o caminho, não quero ter a melhor adega da América Latina, quero o melhor espumante.


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Pequenas farmácias: como Ter diferenciais, como atendimento mais próximo, é a saída para manter

Marco Aurélio Piscitello está no ramo de drogarias há 38 anos: proximidade com o cliente

Rogério Lagos

Q

uem anda pelas ruas atento às novidades no comércio já deve ter reparado no aumento do número de drogarias. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostram que há no País atualmente mais de 78 mil unidades. A título de comparação, já existem mais farmácias e drogarias no Brasil do que padarias, estabelecimentos até então popularmente considerados “onipresentes” no País, que somam 70,5 mil unidades, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip). No Estado de São Paulo, números do Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP) apontam que as drogarias de rede são as que mais cresceram nos últimos dez anos: 53%, passando de 9.714 para 14.860 estabelecimentos na região. As independentes aumentaram apenas 14%, saltando

de 9.554 para 10.850 unidades. Com 25.710 drogarias no total, o Estado tem uma para cada 1,7 mil habitantes, superando a recomendação da Organização Mundial da Saúde, que é de uma para cada 8 mil pessoas. O cenário não deve mudar. Para o coordenador do departamento de assuntos regulatórios do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sincofarma-SP), Juan Carlos Becerra, o mercado brasileiro segue em expansão, puxado pelo aumento da expectativa de vida das pessoas. “O importante não é entrar em um mercado rentável, mas em crescimento. Na capital já há uma saturação, mas as grandes redes começam a partir para as periferias e municípios com 60 mil habitantes.” Para a Abrafarma, que registra em 9,3% das empresas associadas 42% do faturamento do setor, a expectativa para o ano de 2019 é prover um crescimento ainda maior, muito

por conta da retomada da economia. “Medicamentos, higiene e beleza seguem com grande força, por isso continua o ciclo de investimentos de abertura de novos pontos de vendas, apostando no crescimento do Brasil”, explica o CEO da entidade, Sergio Mena Barreto. De acordo com o presidente do CRF-SP, Marcos Machado, algumas redes até consideram a estratégia de abrir uma nova drogaria a cada dois dias a partir deste ano por todo o Brasil. Essa expansão, principalmente das grandes redes, motiva os pequenos negócios a se reinventarem para sobreviver. Para Machado, o mercado nos últimos anos focou na questão do preço. Como as drogarias independentes não conseguem concorrer à altura neste quesito, precisam direcionar seus esforços para o relacionamento e a prestação de serviços. “O desconto aumenta a clientela, mas não fideliza. A gestão dos pequenos passa por visualizar novos mercados,

como a qualificação do serviço farmacêutico. A qualidade dos serviços prestados faz a diferença. O dinheiro não é tudo.” Pensando justamente na qualidade do atendimento é que Marco Aurélio Piscitello segue firme à frente da Droga Cordis há dez anos. Sua pequena drogaria no bairro da Liberdade, na região central de São Paulo, não possui o destaque das grandes redes, contudo atende muito bem o seu público. “Nosso atendimento mais informal é talvez o nosso grande diferencial. Essa proximidade com o cliente, a chance de bater um papo e conhecê-lo melhor é o que faz a gente sobreviver”, explica Piscitello, que atua no segmento há 38 anos e já foi proprietário de outras drogarias. Antes disso trabalhou ainda com medicamentos por dez anos em um laboratório de grande porte. “A gente vem acompanhando o mercado e sentindo as diferenças. Da greve dos caminhoneiros para cá houve uma queda.


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sobreviver entre as grandes a competitividade em meio à concorrência das redes do setor Nesse período também teve a Copa, eleições, então passamos a vender menos. Com isso precisamos controlar nosso estoque, avaliar bem as compras e o nosso fluxo financeiro”, destaca. Cuidar da gestão do negócio é tarefa primordial. Na visão do coordenador do Sincofarma-SP Juan Carlos Becerra, o maior problema das pequenas drogarias está justamente na gestão. “Elas quebram do balcão para trás. O pequeno precisa ficar atento às tendências do comportamento do consumidor. Precisa se capacitar, ser empreendedor”, alerta. Para o consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos, as pequenas farmácias e drogarias precisam estar prontas para lidar com a alta competitividade com estratégias para combater os concorrentes e manter a lucratividade nos negócios. “A gestão é fundamental, assim como novas ideias. Pensar em uma linha de medicamentos específicos pode ajudar a não competir diretamente com as grandes redes”, comenta. Além disso, o especialista indica pequenas ações de relacionamento que podem auxiliar a fidelizar o cliente. “Criar um fluxo de lembretes aos clientes sobre o uso ou término de alguma medicação, ou até mesmo estender o atendimento para o WhatsApp pensando no público que tenha algum tipo de dificuldade de mobilidade podem fazer a diferença.” Na Pharmácia & Cia, localizada em Perdizes, zona oeste de São Paulo, Ricardo Agostinho já coloca essas ideias em prática. Há 22 anos no bairro, o empreendedor procura resolver o problema do cliente de uma forma personalizada e rápida. “Se por acaso eu não tenho um remédio, vou ligar para outras drogarias que vão me emprestar ou vender diretamente para o cliente. O importante é resolver o problema dele e fazê-lo ser bem atendido”, comenta. Agostinho brinca dizendo que, por vezes, o cliente não se lembra qual remédio precisa comprar, mas eles sabem. “O nosso atendimento é personalizado. Normalmente conhecemos o cliente pelo nome. Eles se sentem bem com isso e confiam no nosso trabalho.” O empresário também aposta nos serviços para se diferenciar das grandes redes. “Medimos pressão, aplicamos injeção, teste de diabetes e não necessariamente aqui, mas na casa do cliente, até mesmo fora do horário da farmácia, como em um domingo às 6h, como já aconteceu”, lembra. Nas prateleiras da drogaria é comum encontrar remédios e itens de perfumaria muito específicos que, apesar da baixa saída, precisam estar presentes. “Tenho clientes certos para eles, e eles sabem que vão sempre encontrar aqui.” Por causa dessas e outras particularidades no atendimento é que Agostinho confia na manutenção das drogarias de bairro, apesar de entender as mudanças do mercado. “Quem não conseguir trabalhar mais enxuto, visando realmente o bem-estar do cliente vai ter mais dificuldade. Conversar e conhecer faz parte, mas o cliente não volta porque eu sou legal, mas sim porque resolvo o seu problema.”

Projeto para o setor Pensando justamente na gestão e nas tendências

estabelecimento pegou fogo. “Tivemos um incêndio e

de mercado, o Sebrae-SP tem projetos de soluções

perdemos tudo. Mais de 20 farmácias que estavam no

setoriais para grupos de empresários. Em 2018, a em-

projeto conosco nos auxiliaram fazendo uma vaqui-

preendedora Ada Bertolucci, proprietária da Pharma-

nha virtual e até mesmo doando equipamentos. Se eu

clinic, participou de um projeto voltado ao segmento

não estivesse no curso do Sebrae ninguém saberia do

de farmácias. Além de ter se capacitado em gestão

ocorrido, tampouco eu teria o conhecimento neces-

financeira, gestão de pessoas, aprendido sobre metas

sário para recomeçar”, comentou a empresária que,

e ainda ampliado a sua visão de mercado, Ada con-

no momento, participa do programa ALI – Agentes

seguiu apoio dos demais empresários quando o seu

Locais de Inovação, também do Sebrae-SP.

Em números BRASIL (em 2018)

ESTADO DE SP (em 2018)

Farmácias e drogarias: 78.078

Farmácias e drogarias: 25.710

Crescimento das farmácias e drogarias no Estado de SP

Drogarias integrantes de redes Drogarias independentes (não rede)

2008

2018

%

9.714

14.860

53%

9.554

10.850

14%

Drogarias por habitantes

44,04

milhões de habitantes Estado de São Paulo

25.710 Drogarias

1 drogaria para cada 1.713 habitantes

OMS recomenda 1 para cada 8 mil habitantes

*Farmácias de manipulação não entram nesse cálculo. No entanto, dados do CRF-SP mostram que este nicho cresceu apenas 5% no período, saltando de 2.550 para 2.690 estabelecimentos. Fontes: Abrafarma e CRF-SP


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TURBINANDO Empresas melhoram seus resultados após participar

Daniel Godoy, da Apponte.me: “O programa do Sebrae ajudou a validar meu produto”

Patricia Gonzalez

O

empreendedor Daniel Godoy é fundador da startup Apponte.me, plataforma que substitui os relógios de ponto tradicionais por um tablet fixo na parede. Com a tecnologia, que conta também com uma versão gratuita, os colaboradores marcam ponto por meio de matrícula e foto, com opção de reconhecimento facial. A ideia para o desenvolvimento da tecnologia surgiu no fim de 2015 e, já em 2016, ele levou um protótipo para a Campus Party. Com o feedback positivo recebido durante o evento, resolvou seguir com o projeto. “Vimos que era um mercado dominado por ‘dinossauros’: solu-

ções caras, com pouca tecnologia e setor altamente regulamentado pelo governo. Por experiências passadas, a maioria dos setores dominados pelas mesmas empresas há anos sempre têm oportunidades para novos entrantes, desde que consigam entregar mais valor na solução”, explica Godoy. Apesar de já ter um produto em funcionamento, Godoy conta que precisava de apoio para fazer o processo de validação do cliente. “O Sebrae me ajudou muito com essa questão. Quando o cliente comparava a minha solução com o relógio de ponto tradicional, ele achava que o produto era mais frágil e isso não é real, é algo cultural.” Por isso,

ele precisava ter bem definidos pontos como quem é seu público-alvo e como atingir seu cliente de forma assertiva. O empreendedor participou da primeira turma do Startup SP na região do ABC no início de 2018 e ressaltou que o as experiências e o “networking” construído foram fundamentais para o seu desenvolvimento. “Encontramos pessoas com problemas semelhantes aos nossos, empresas que já resolveram questões parecidas. Também vemos outras histórias sobre pontos que nem havíamos pensado, mas que é importante estar atento”, revela. Ele destaca também as mentorias, pois oferecem

oportunidade de conversar com diversos especialistas de mercado, em rodadas de negócio, e receber “feedbacks” importantes de grandes conhecedores em sua área de atuação.

DESENVOLVIMENTO

Existem hoje no Brasil 10.812 startups, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Startups (ABStartups). Desse total, cerca de 30% (3.308) estão no Estado de SP. O Startup SP foi criado para promover o desenvolvimento dessas empresas – em especial as que trabalham em negócios digitais. O programa foi implantado no pri-


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STARTUPS

do programa Startup SP, do Sebrae-SP meiro semestre de 2016 e já atendeu mais de 300 negócios em fase de validação. O Startup SP é um programa de pré-aceleração focado nos desafios das startups. Ele busca confirmar o problema de mercado a ser solucionado com a utilização de MVP (mínimo produto viável – testes práticos para verificar a viabilidade do negócio pelo uso de produto com o mínimo de recursos) e protótipos ou, ainda, para aquele que procura validar seu modelo de negócio. “O foco é selecionar startups inovadoras, com alto potencial de crescimento, que utilizem a tecnologia digital como ponto central e que já tenham realizado interações iniciais com seus clientes para validações da problemática e MVP”, explica Leandro Queiroz, gestor estadual do Programa. No caso de Godoy, graças a todas as orientações, a empresa conseguiu aumento de 150% no número de clientes, ainda durante o programa. Já o faturamento saiu de R$ 14 mil para R$ 46 mil por mês, crescimento de aproximadamente 230%. Atualmente, ele conta com 1,3 mil clientes pagantes e mais de mil usuários que utilizam a versão gratuita de seu produto. “Sempre indico o programa Startup SP para todos. Ele tem uma metodologia excelente, com processos e validação fortes e que cria um relacionamento muito saudável com as startups”, afirma. “Na maioria das startups que estão começando, os empreendedores não atuam em tempo integral e conseguem participar e se organizar”, recomenda Godoy.

ENTRETENIMENTO

A startup Eshows, fundada por Thiago de Mello com seus sócios Octavio Costa e Reinaldo Oliveira, foi criada para tornar mais simples a contratação de artistas. No site da plataforma é possível encontrar o profissional desejado por meio de filtros como gênero musical e loca-

lização, por exemplo. A ideia surgiu no fim de 2016 e no ano seguinte eles começaram a desenvolvê-la, mas o resultado não foi o esperado. Isso porque, em 2017, os sócios iniciaram o processo de validação das ideias por conta própria, o que acabava gerando um custo muito alto e resultados não muito satisfatórios. Por indicação de um amigo, ele resolveu procurar o Sebrae-SP. “Participei do programa Speed Mentoring. Lá fizeram o mapeamento de tudo que minha empresa precisava e me aconselharam a participar do

programa Startup-SP”, afirma. Mello começou a participar do programa no início do ano passado e os resultados de seu negócio começaram a aparecer já durante o processo. “O Startup SP foi essencial em nos apresentar ferramentas corretas para validar nosso negócio. Éramos constantemente desafiados e testados com aulas, workshops e atividades. Terminamos o programa com nosso produto validado, 800 shows transacionados por mês e 500 artistas na base”, relembra.

A plataforma Eshows atualmente conta com média de 1,5 mil transações realizadas por mês, resultando em faturamento de cerca de R$ 30 mil mensais. “O Sebrae-SP dá acesso a uma variedade de programas que possibilitam evoluir como empreendedor, projeto e empresa. É o único lugar que possibilita inserir você no ecossistema e também capacita seu negócio sem cobrar nada nem solicitar nenhum tipo de participação em sua empresa”, conclui o empreendedor.

PROGRAMA STARTUP SP As inscrições do Startup SP estão abertas até 30 de junho. O programa contempla capacitações em formato de oficinas, workshops e vídeo aulas; plano individual de mentoria e reuniões de acompanhamento de negócios com consultores do Sebrae-SP e mentorias com parceiros locais. Para participar, basta acessar o site startup.sebraesp.com.br e realizar a inscrição. O processo seletivo tem as seguintes etapas:

Divulgação dos selecionados para a próxima etapa: 5 de julho

Banca de pitch: 15 a 25 de julho

Divulgação dos aprovados: 26 de julho

Início do programa: 5 a 9 de agosto, de acordo com cada localidade

Para participar do programa é necessário: - Ter uma startup digital - Uma equipe de no mínimo duas pessoas, com perfis complementares - Ao menos um dos membros deve estar 100% dedicado ao desenvolvimento da startup - Disponibilidade para participar de todas as atividades previstas no programa.

Regiões participantes neste semestre: São Paulo (capital), Alto Tietê (Mogi das Cruzes), Araçatuba, Baixada Santista (Santos), Barretos, Bauru, Jundiaí, São José do Rio Preto e São José dos Campos.


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MEI 10 anos

MEIs encontram

Mais de 1,3 milhão de Microempreendedores Individuais brasileiros já vendem pela Gabriel Jareta

D

e um pequeno escritório na zona leste de São Paulo, a empreendedora Karina Rabahy começou há alguns meses a vender produtos sustentáveis para todo o Brasil. São cosméticos naturais, papel feito a partir de bagaço de cana, canudinhos de inox e peças de vestuário modulares, que podem ser agrupadas de diversas maneiras. Formada em moda, ela trabalhava como funcionária em uma empresa quando decidiu pedir demissão para formalizar-se como Microempreendedora Individual (MEI) e se dedicar ao negócio, chamado Projeto Cruci, que já dava os primeiros passos. Hoje, há 8,1 milhões de MEIs formalizados no Brasil, e cerca de 1,3 milhão comercializam seus produtos pela internet. Karina faz parte desse contingente cada vez maior e, até agora, tem encontrado muitos pontos positivos. “Eu gosto de resolver tudo sozinha, e com o e-commerce achei que conseguiria me organizar melhor para gerenciar um negócio. Mas o melhor é que eu consigo vender para o Brasil inteiro”, diz. Por enquanto, a empresa ainda está na fase de conquistar clientes e recuperar o investimento inicial, ao mesmo tempo em que precisa divulgar os valores que movem seu negócio. “O difícil no começo é ter visibilidade, é fazer com que as pessoas conheçam o conceito. É um público difícil de encontrar”, conta. Com o auxílio da internet, no entanto, as possibilidades de Karina são muito mais amplas do que se ela tivesse estabelecida em um local físico. As redes sociais, em especial o Instagram, são os grandes aliados desses empreendedores. Pelo WhatsApp, aliás, Karina consegue fazer negócio sem sair do aplicativo: o contato e os acertos são feitos por lá e ela só envia o link para a conclusão da compra.

DIFERENCIAL Para o consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos, descobrir um diferencial – como a venda via WhatsApp – é uma maneira de fazer o negócio se destacar em meio à competição na rede. “Na internet, você está competindo até com a China. Por isso, é preciso tentar compensar a distância do cliente com fotos e vídeos de alta

Karina Rabahy é MEI e vende produtos sustentáveis pela internet, como as roupas modulares


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espaço online

internet; competição acirrada exige diferenciais na venda e na entrega qualidade, descrição perfeita dos produtos, um programa que faça simulação de roupas. Isso é algo que quase ninguém faz”, diz. Em 2018, o e-commerce brasileiro faturou R$ 53,2 bilhões, alta de 12% em relação a 2017, de acordo com dados da Ebit Nielsen, empresa especializada em informações sobre o comércio online no País. Ao todo, foram 123 milhões de pedidos realizados pelo e-commerce, quantidade 10% maior do que no ano anterior. O tíquete médio registrado foi de R$ 447. No total, são 58,5

milhões de consumidores que fizeram pelo menos uma compra online durante o ano. Em relação ao volume de pedidos, o setor que mais vendeu pela internet em 2018 foi o de saúde e cosméticos, seguido por moda e acessórios; depois vêm os setores de casa e decoração e o de eletrodomésticos. Para 2019, a Ebit prevê aumento de 15% – o que abre boas perspectivas para quem pretende investir nessa modalidade de vendas. Outra característica importante é que o e-commerce tem grande penetração nas classes C, D

e E. “Pela internet, o empreendedor consegue acessar mercados que não acessaria e comercializar produtos que não conseguiria em uma loja física”, aponta Campos, do Sebrae-SP. Engenheiro de formação e há mais de 20 anos trabalhando na indústria, Fabrício Nunes alimentava a vontade de ter um negócio próprio. Cerca de um ano e meio atrás, decidiu abrir uma loja para vender cosméticos e perfumes pela internet – decisão, segundo ele, baseada em pesquisa de mercado. “O setor de cosméticos dificilmente tem sazonalidade. É um produto de uso

diário”, diz. Para começar, utilizou “marketplaces” e investiu em redes sociais e marketing digital. Por enquanto, Nunes é MEI, mas a ideia é mudar de categoria em breve, com o crescimento da empresa. Para ele, um e-commerce que surpreende o cliente com entrega rápida, por exemplo, larga na frente. “O sucesso nessa área está muito atrelado à logística, principalmente quando vendemos para lugares mais distantes, de acesso mais difícil. Mas o principal ponto positivo é a oportunidade de atender o Brasil inteiro”, aponta Nunes.

12 DICAS PARA VENDER PELA INTERNET O e-commerce no Brasil deve crescer 15% em 2019, de acordo com dados da Ebit Nielsen. Veja abaixo 12 orientações do consultor do Sebrae-SP Alexandre Giraldi Moreira para ajudar o MEI a explorar o mercado de vendas pela internet.

1

Defina um nicho de mercado, que é mais especifico do que apenas determinar o “público-alvo”, já que ele detalha o tipo de cliente que se pretende atingir.

2

Entenda o comportamento desse público, como e onde ele procura fornecedores, como ele paga, como ele gostaria de receber, ou seja, todos os seus anseios. Dessa forma é possível fazer a oferta ser encontrada exatamente onde e como ele busca.

3

Identifique quais mídias ele usa no dia a dia para poder estar nos mesmos canais e ser visto. Quem não é visto não é lembrado.

4

Entenda como ele compra – hoje é possível fazer a venda pela internet sem ter um e-commerce, já que Facebook e Instagram oferecem a opção de ter loja online dentro das próprias plataformas.

5

Faça gestão do “back office”: defina processo de atendimento, pagamento, recebimento, aprovação, logística e acompanhamento de satisfação do cliente.

6

Cumpra as regras e leis de vendas pela internet. O fato de ser MEI não elimina a obrigatoriedade de obedecer à legislação.

7

Evite custos fixos elevados que acabam inviabilizando o negócio, sempre tendo em conta o limite de faturamento.

8

Como muitos custos acabam alocados com plataforma, equipe, sistema de pagamento, sistema de segurança e captação de leads, uma boa alternativa é usar “marketplaces.”

9

Faça o mínimo possível de estoque para evitar capital parado. Existe a prática do “drop shipping”, em que o lojista faz a venda e o fornecedor já encaminha o produto ao comprador.

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Muitos MEIs, ao analisar o ponto de equilíbrio para ter o lucro desejado, descobrem que devem faturar mais do que o limite permitido pelo regime tributário. Por isso, procure focar em produtos com maior margem de lucro.

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Por outro lado, não tenha medo de crescer e se desenquadrar desse regime tributário. Se tudo for bem planejado, certamente vai continuar tendo sucesso.

12

Surpreenda o cliente. Ele não sabe se você é um MEI ou uma multinacional. Na internet, todo mundo é igual – ou melhor, é aquilo que parece ser.

Para quem deseja aprender mais sobre comércio online, o Sebrae-SP tem o curso Na Medida Marketing Digital, que ajuda o empreendedor a obter melhores resultados nessa modalidade de vendas. Informações em www.sebraesp.com.br.


10 | JORNAL DE NEGÓCIOS

MEI 10 anos

Super MEI em novo formato Curso se torna mais específico e agora tem três modalidades, uma para cara etapa da vida profissional Diego Braga Norte

N

o aniversário de dez anos da lei que instituiu a figura do Microempreendedor Individual (MEI), o programa Super MEI, do Sebrae-SP, foi totalmente reformulado. “É uma ocasião excelente para fortalecer ainda mais esse produto”, diz a consultora do Sebrae-SP Cassia Godinho. Para melhor acompanhar a necessidade dos empreendedores e se adaptar às mudanças ocorridas no cenário econômico, o programa cresceu e foi reestruturado em três vertentes: Super MEI Primeiros Passos, Super MEI Organize Seu Negócio e Super MEI Pronto Para Crescer. O programa continua totalmente gratuito. “A mudança foi uma evolução natural do produto frente à necessidade do mercado e da nossa missão”, explica Cassia. Os novos cursos estarão disponíveis nos escritórios regionais do Sebrae-SP no final deste mês. A versão Primeiros Passos, como o nome indica, é voltada para potenciais empresários que empreendem por necessidade ou oportunidade, mas não sabem por onde nem como começar. Os MEIs que já praticam alguma atividade econômica e enfrentam problemas na gestão do negócio são o público-alvo da modalidade Organize Seu Negócio, que pretende também fazer com que os empreendedores deixem de se enxergar como “autônomos” para se verem como “empresários”. Já o terceiro pilar, Pronto Para Cres-

cer, é voltado para os MEIs que estão na iminência de dar um salto de qualidade no negócio, mas precisam se organizar para crescer de forma consistente e constante. Com a nova estrutura modular e programas independentes (quem deseja fazer o Super MEI Pronto Para Crescer, por exemplo, não precisa ter feito as modalidades anteriores), a família Super MEI ganha agilidade e especificidade, ajustando seu foco para as reais necessidades do empreendedor durante os diferentes momentos do negócio. Assim, o Sebrae-SP acompanha e assessora o MEI desde a ideia inicial, ajuda a elaborar um plano de negócios robusto, auxilia na modelagem do empreendimento, passando pela formalização, crescimento e, se for o caso, posterior desenquadramento – aquele momento em que o MEI ultrapassa o limite anual de faturamento (hoje em R$ 81 mil) e precisa migrar para microempresa (ME). Cassia Godinho explica que, com a reformulação, o Sebrae-SP pretende atingir duas metas: prestar atendimento mais alinhado à necessidade do MEI em cada etapa de sua existência e ter ferramentas para apoiar o crescimento do negócio. “A figura do MEI é um degrau, uma etapa da carreira do empreendedor, e não um fim em si mesma. Queremos que esses empresários se desenvolvam, aumentem o faturamento, cresçam, gerem empregos e renda”, finaliza.

Semana do MEI 2019 Entre os dias 20 e 24 de maio, o

Entre as atrações, destacam-se

Sebrae-SP realiza a Semana do MEI,

palestras rápidas com orientações prá-

que neste ano terá o mote “Conheci-

ticas e efetivas para gestão do negócio

mento para você, sucesso para o seu

(como melhorar o resultado financeiro,

negócio!”. O objetivo é disseminar in-

as vendas, o atendimento ao cliente

formações de qualidade, capacitar e

etc.); apresentação e estudo de ca-

atender os potenciais e atuais Micro-

sos práticos simulando os desafios do

empreendedores Individuais, ofertando

empreendedor e permitindo debates

soluções para ajudar no planejamento e

e soluções; encontros de negócios; pa-

na gestão empresarial. Todos os mais

lestras online com nomes que são refe-

de 2 milhões de MEIs que atuam no

rência do empreendedorismo; oficinas

Estado de São Paulo e as pessoas que

que os espectadores poderão assistir

desejam empreender estão convidados

de casa e interagir com o facilitador, re-

a participar, gratuitamente, das muitas

alizando exercícios e esclarecendo suas

atividades exclusivas online e presen-

dúvidas; orientações sobre como crédi-

ciais que ocorrem nos 33 escritórios

to. Confira a programação completa em

regionais do Sebrae-SP.

www.sebraesp.com.br.

Prazo para entregar declaração anual vai até dia 31 de maio Termina no próximo dia 31 o prazo

Caso entregue a declaração fora do

para o Microempreendedor Individual

prazo, pagará multa no valor mínimo de

(MEI) fazer a declaração anual (DASN-

R$ 50. A multa pode ser reduzida em

-SIMEI). Se o MEI esteve ativo com o

50% caso o MEI envie a declaração an-

CNPJ em 2018, mesmo que não tenha

tes de qualquer procedimento de ofício

atuado o ano todo, deve realizar a decla-

pelo Fisco. O Sebrae-SP orienta e auxilia

ração com informações relativas ao pe-

o empresário na realização da declara-

ríodo. Ele deve declarar o faturamento

ção anual, basta entrar em contato pelo

bruto que obteve em 2018 e se tem ou

telefone 0800 570 0800.

não empregado. A declaração é simples e o próprio MEI pode realizá-la no Portal do Empreendedor.


EDIÇÃO 301| MAIO DE 2019 | 11

A solução do MEI RICARDO CALIL, Gerente do Sebrae-SP em Marília

Como posso gerir pessoas priorizando resultados? Fazer uma boa administração da equipe é fundamental para o andamento do empreendimento e é um fator que pode influenciar o aumento dos ganhos. São duas as práticas que considero capazes de, estrategicamente, fazer total diferença na gestão das pessoas de sua empresa e propiciar melhores resultados. A primeira é colocar as pessoas nas posições corretas. Obter resultado com algo que não se tem afinidade é muito bom pela meta alcançada, pois mostra superação e entrega. Porém, ao conseguir que as pessoas sejam alocadas naquilo que têm mais afinidade, o sofrimento para executar a atividade será menor e, em condições similares, os resultados serão muito melhores. Temos de cobrar as pessoas naquilo que elas são melhores. Ok, você pode cobrar o colaborador, e muitas vezes necessitará fazer isso em atividades com as quais ele não tem afinidade, mas tenha ciência de que ele dificilmente terá um desempenho acima da média.

A segunda prática que avalio importante é o princípio de Pareto. Conhecido também como regra do 80/20, parte da premissa de que, para muitos eventos, aproximadamente 80% dos efeitos vêm de 20% das causas, ou seja, uma minoria de ações pode trazer a maior parte dos resultados e vice-versa. Portanto, dentro desse raciocínio, vamos considerar que tenho em minha equipe um funcionário que em 20% do tempo me dá 80% do resultado de certa atividade, imagine se ele fizer a atividade 80% do tempo? Vai potencializar muito os resultados e, consequentemente, os da empresa. Em suma, colocar as pessoas nas posições de trabalho corretas utilizando a regra 80/20, além de potencializar as atividades e as cobranças naquilo que elas são realmente boas, pode trazer ganhos significativos dentro das empresas. Com essas e outras práticas, planejar a alocação das pessoas estrategicamente deve ser a busca de todo o gestor que almeja alta performance em seus resultados.

Ainda como consequência da recessão que atingiu a economia brasileira, a taxa de desemprego resiste a descer dos altos patamares em que se encontra. Desde 2017, o índice teve picos que atingiram a casa dos 13% e recuos que não ficaram abaixo de 11%, segundo pesquisas do IBGE. Em números absolutos, são hoje aproximadamente 13 milhões de pessoas sem trabalho, além do contingente de cerca de 14 milhões de brasileiros que trabalham menos de 40 horas semanais, têm disponibilidade para mais e, no entanto, não conseguem preencher o tempo restante. Muitos dos que se veem sem ocupação partem para o negócio próprio. É aquela máxima: “se você não encontra emprego, crie o seu”. Não à toa, nos últimos cinco anos, o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) aumentou mais de 120% e até março eram 8,1 milhões no País. Só nos primeiros três meses deste ano, o Brasil registrou o surgimento de 379 mil novos MEIs. Neste momento, em que a criação do MEI completa dez anos, os dados comprovam que ingressar na categoria se tornou a solução para muitos trabalhadores não só voltarem ao mercado, mas formalizados e com direito a benefícios previdenciários, por uma contribuição mensal entre R$ 50,90 e R$ 55,90.

Nesse contexto, vemos com frequência pessoas que aproveitam a experiência adquirida em serviços anteriores ou exploram talentos até então apenas direcionados a hobbies para empreender. Mas, para prosperar, não basta ter conhecimento técnico do produto ou serviço oferecido: é preciso saber administrar. Daí os esforços permanentes do Sebrae-SP para capacitar o empreendedor como gestor. Só assim ele vai aumentar as possibilidades de sucesso. No caso dos MEIs, o Sebrae-SP acaba de renovar o Super MEI para qualificá-los ainda mais. Ao proporcionar ao empreendedor a preparação necessária para tocar adiante suas ideias, o Sebrae-SP contribui para novos – e saudáveis – negócios. Empreendimentos bem-sucedidos têm impacto positivo em toda a engrenagem da economia. Por isso, o apoio ao empreendedorismo é fundamental para a nação. É o Sebrae-SP gerando emprego e renda para o Brasil.

LUIS SOBRAL, diretor-superintendente do Sebrae-SP

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade. Acompanhe o Sebrae-SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: facebook.com/sebraesp | twitter.com/sebraesp flickr.com/sebraesp | instagram.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp | issuu.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo

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*Programa ALI requer conhecimento avançado em gestão.


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AGENDA

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br

FEIRAS DE NEGÓCIOS EXPOMAFE – 2º FEIRA INTERNACIONAL DE MÁQUINASFERRAMENTA E AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Quando: 7 a 11/5 Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP Informações: expomafe.com.br

BETT EDUCAR Quando: 14 a 17/5 Onde: Transamerica Expo Center Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP Informações: bettbrasileducar.com.br

EVENTOS DO SEBRAE-SP CAPITAL EMPREENDA Quando: 13 a 17/5 Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP Leste II Rua Victório Santin, 57 – Itaquera – São Paulo Valor: R$ 840 MODA NA ERA DA INOVAÇÃO Quando: 21/5 Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP Norte Rua Duarte de Azevedo, 280 – metrô Santana Valor: gratuito

FCE COSMETIQUE - 24º EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA A INDÚSTRIA COSMÉTICA

TAUBATÉ

Quando: 21 a 23/5

COMEÇAR BEM – TRANSFORME SUA IDEIA EM MODELO DE NEGÓCIO

Onde: São Paulo Expo

Quando: 8 a 10/5

Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP

Onde: Associação Comercial e Industrial de Taubaté (ACIT)

Informações: fcecosmetique.com.br/pt

Rua Jacques Félix, 675 – Centro

FCE PHARMA - 24º EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA Quando: 21 a 23/5 Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP Informações: fcepharma.com.br/pt

HOSPITALAR Quando: 21 a 24/5 Onde: Expo Center Norte

Valor: R$ 190

BAURU INDICADORES FINANCEIROS Quando: 16/5 Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP em Bauru Av. Duque de Caxias 16-82 Valor: R$ 80

FRANCA

Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo - SP

EMPREENDA - PALESTRAS DE SENSIBILIZAÇÃO

Informações: hospitalar.com/pt/

Quando: 8, 15, 22 e 29/5

10º BRAZIL WINDPOWER Quando: 28 a 30/5 Onde: Transamerica Expo Center Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo – SP Informações: brazilwindpower.com.br

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP em Franca Av. Dr. Ismael Alonso y Alonso, 789, Centro Valor: palestras gratuitas (curso: R$ 840)

VOTUPORANGA NA MEDIDA – MÍDIAS SOCIAIS

SUPER HACK APAS SHOW

Quando: 13 a 16/5

Quando: 6 a 9/5

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP em Votuporanga

Onde: Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo - SP

Av. Dr. Wilsom de Souza Foz, 5137 - San Remo

Informações: apasshow.com

Valor: R$ 490


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TEC &

LIVROS Cartas de gestão a um advogado empreendedor (Lumen Juris) A tecnologia aterrissou com tudo no direito, transformando uma profissão que até pouco tempo atrás utilizava como ferramentas máquinas de datilografia, muito papel e caneta. Se não há mais como imaginar um escritório jurídico da maneira tradicional, uma mudança de cultura precisa acontecer na forma de gerir os negócios. A obra de Valdemiro Kreusch Jr. pretende dar subsídios para que o gestor jurídico possa avaliar o seu empreendimento e tomar as decisões mais acertadas no sentido de preparar o seu escritório para esse novo mundo que se apresenta. Psicólogo empreendedor. Tudo o que você não aprendeu na faculdade! (Sanar) Quem é psicólogo provavelmente constatou que a faculdade ensinou muito sobre psicologia, mas quase nada sobre como fazer as coisas acontecerem de forma prática no mercado. O resultado é que o profissional da área acaba ficando com a cabeça cheia de conhecimento, mas sem fazer ideia de como usá-lo para construir uma carreira de sucesso. Neste livro, escrito em linguagem simples e recheado de exemplos, o psicólogo Bruno Soalheiro apresenta insights, sugestões e ferramentas para o desenvolvimento da carreira na psicologia de forma ética, inteligente e lucrativa.

Plano de negócios: estratégia para micro e pequenas empresas (Manole) Esta segunda edição, revisada e ampliada, inclui conceitos de finanças, marketing, planejamento estratégico e de operações. O livro de Luiz Arnaldo Biagio e Antonio Batocchio será aproveitado ao máximo nas áreas de empreendedorismo e gestão de negócios. O texto é mais dirigido a questões mercadológicas, incluindo ferramentas de análise de mercado e de previsão de demanda. A simplicidade e a objetividade da narrativa permitem que o livro seja utilizado por todas as pessoas que ambicionam abrir o próprio negócio, independentemente da formação acadêmica, já que traz um passo a passo para a elaboração de um planejamento adequado às micro e pequenas empresas.

ACELERAÇÃO É PRINCIPAL DEMANDA DE NEGÓCIOS DE IMPACTO NO PAÍS O 2° Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental, realizado pela Pipe.Social, mostra que a demanda de empreendedores para participar de programas de aceleração é inversamente proporcional à quantidade de aceleradoras no País. De acordo com a pesquisa, 50% da base avaliada informou já ter tentado ingressar em um programa e não conseguiu; 30% dos pesquisados já foram acelerados uma vez e 9% mais de uma vez. As principais queixas relatadas pelas 1.002 empresas que participaram do estudo são a concentração de aceleradoras no eixo Sul-Sudeste, principalmente na cidade de São Paulo, e a falta de programas que contemplem os negócios de impacto social e ambiental.

MAIS FACILIDADE PARA OBTER INFORMAÇÕES SOBRE COMPRAS GOVERNAMENTAIS Os pequenos negócios terão uma nova ferramenta para obter informações de forma objetiva sobre o Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg), que facilita o acesso a informações de processos de compra de materiais e serviços do governo federal. A Secretaria de Gestão do Ministério da Economia lançou a Logística com Inteligência Artificial (LIA), destinada a resolver questões referentes a vários temas relacionados às aquisições feitas pelo poder público. A LIA é o assistente virtual dos portais do Siasg que funciona 24h, todos os dias. A ferramenta está disponível para órgãos públicos, fornecedores ou cidadãos, que poderão obter as informações necessárias de forma simples, objetiva e automatizada. Na primeira fase, a LIA vai oferecer informações aos usuários sobre o Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf), gestão de atas e termos de adesão, mas a intenção é inserir um maior número de atividades. Para ter acesso à LIA, o usuário deve acessar o site www.comprasgovernamentais.gov.br e acionar um ícone de carrinho de supermercado, no lado direito da página, e escolher a opção de informação que desejar.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Como é possível melhorar meu fluxo de caixa analisando meu estoque?” Lars Leber, country manager da Intuit no Brasil, empresa responsável pelo sistema QuickBooks

O agronegócio brasileiro ganhou mais um reforço tecnológico. A Indigo, startup americana, está em atuação no País. A empresa chega oferecendo serviços que vão desde o desenvolvimento da lavoura, a plataformas de comercialização e contratos com blockchain e logística. Nem todo seu portfólio está disponível no mercado nacional por enquanto. Um dos primeiros serviços a ser oferecido no Brasil será o tratamento biológico de sementes com micróbios. Fundada em 2014, a Indigo é um dos primeiros unicórnios das agritechs (startups do agronegócio). Hoje, está avaliada em US$ 3,5 bilhões. É uma das poucas empresas do setor que alcançaram a marca e permanecem independentes – a primeira companhia a alcançar tal status foi a Climate Corporation, comprada pela Monsanto em 2013 por US$ 1,1 bilhão.

A QUEDA DA ENRON A Enron era uma gigante do setor de energia nos Estados Unidos. Em 2001, a empresa pediu concordata, deixando mais de 20 mil desempregados e milhares de acionistas, muitos deles funcionários da própria Enron, tiveram prejuízo enorme. Já os executivos da companhia, suspeitos de estarem envolvidos em fraudes, tiveram lucro vendendo suas ações antes que elas Divulgação despencassem. Esse escândalo, que ludibriou mercado, empregados e governo, é contado no documentário Enron – Os Mais Espertos da Sala, produção de 2005.

Divulgação

‘UNICÓRNIO DO AGRO’ ENTRA NO MERCADO BRASILEIRO

O fluxo de caixa é o coração de qualquer empresa. É a partir dele que os empresários são capazes de visualizar as movimentações do seu negócio, desde a contratação de mão de obra até o pagamento de fornecedores e recebimentos provenientes da venda de produtos ou prestação de serviços. Por ser essencial para a saúde financeira do negócio, é importante mantê-lo atualizado até mesmo para o aprimoramento do estoque. Quando, por exemplo, o fluxo de caixa indica que as vendas em um comércio varejista estão baixas, o empresário pode identificar quais são os itens que estão com gargalos e fazer promoções, criando oportunidade de aumentar o seu caixa para o próximo mês e abrindo espaço para produtos que podem ser mais atrativos. Além disso, é possível visualizar quais são os itens mais vendidos, o que permite ao empreendedor trabalhar esses produtos da melhor maneira e não os deixar faltar. Essa análise possibilita que o estoque se torne mais funcional, o que reflete positivamente em outros setores da empresa. Atualmente, sistemas de gestão financeira na nuvem já proporcionam controle em qualquer lugar com plataforma responsiva para smartphones, tablets e desktops. Essa facilidade otimiza o tempo do empresário, que pode analisar as informações mesmo em trânsito entre reuniões e visitas aos fornecedores. Tal benefício é ainda mais essencial quando falamos de micro e pequenos negócios que, muitas vezes, não têm dispositivos de grande porte para suportar sistemas pesados. A tecnologia torna-se a principal aliada das empresas emergentes, bem como já é dos grandes negócios. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail para imprensa@sebraesp.com.br.


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O sorvete da bisavó

Luccas França, da Dona Mazza, conta como surgiu a sorveteria inspirada nas receitas da bisavó da namorada Julia Sansoni*

“A

ideia de abrir uma sorveteria surgiu em uma visita que fizemos à Praça Benedito Calixto, em São Paulo, onde vimos um carrinho de picolé lindo. Havia uma fila interminável, não no sentido de longa, mas as pessoas não paravam de comprar e elogiar. Curiosos, fomos provar e perguntamos quantos picolés vendiam num mês. A resposta foi suficiente para nos animar. Em julho de 2014, eu e minha namorada, Giselle Levi, iniciamos a montagem da sorveteria. A princípio começamos a organizar uma pequena fabriqueta, em um local que dividíamos com uma agência de eventos. Em menos de três meses vimos que precisávamos de muito espaço; acabamos ultrapassando o limite que tínhamos combinado com a agência e tivemos de nos mudar. Nós nos mudamos em dezembro de 2014 e estamos no mesmo endereço até hoje. Na época, tínhamos cinco pontos de venda que já eram suficientes para o break even – nem ganhos e nem perdas no negócio. Passamos por uma grande reforma para adequar o local, que só vem crescendo. Do momento em que tivemos a ideia até a compra dos equipamentos foram cerca de oito meses. Tivemos de lidar com o amadurecimento do projeto, esclarecer alguns detalhes burocráticos básicos e outros nem tão básicos assim, como quem iria fazer os sorvetes, por exemplo. Somente um mês antes de a máquina chegar concluímos que os sorvetes teriam o conceito de sabores brasileiros. Decidimos então reabrir a Leiteria Central, negócio

Luccas França: “Meta para este ano é crescer 25%”

que uma bisavó da Giselle, Aida Cavanelas Mazza, teve anos atrás. No mesmo final de semana fomos até o avô Almir, que nos contou a história, entregou as fotos e disse que havia um caderno de receitas em algum lugar. Quando a mãe da Giselle morreu, as coisas dela só foram arrumadas 30 dias depois, conforme os costumes judaicos. Durante essa arrumação, achamos os cadernos da bisa, que tinham algumas receitas originais da Leiteria Central. Começamos então o processo de escolha do nome da marca. Decidimos pelo sobrenome Mazza, da sua bisavó. Sugeri colocar o “Dona”, pois era de costume as senhoras serem chamadas assim. A Leiteria Central

de Petrópolis foi inaugurada em 1935 e ficou sob cuidados da bisa até sua morte, em 1976. Depois disso, por questões pessoais, as portas foram fechadas. No início dos negócios, tive ajuda de uma consultora do Sebrae. Ela me ajudou pessoalmente com o fluxo de caixa, a formalizar e complementar nosso plano de negócios, que era muito simples. Também fizemos um curso online. Na escolha dos nossos funcionários zelamos pela honestidade, a vontade de crescer e de querer trabalhar sempre felizes. Aprendemos um pouco todo dia e nossos colaboradores sempre aprendem junto. Quando as vendas vão bem, todos ficam felizes, e quando o inverno chega sofremos

e ansiamos juntos pela chegada do verão novamente. Hoje contamos com 14 sabores em linha, mas todos os anos lançamos novos e tiramos os que não estão vendendo tanto ou que tiveram algum tipo de dificuldade, como logística e produção. Os mais vendidos sempre foram os de chocolate. Inclusive o nosso carro chefe é o de chocolate com brigadeiro branco. A meta para este ano é crescer como nos últimos, aumentando, no mínimo, 25% o lucro. Se formos pensar adiante – uns dez anos mais ou menos – esperamos operar em três Estados, com faturamento anual de até R$ 50 milhões e lojas próprias.” * Estagiária sob supervisão dos editores


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