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José e Ângela Esquisário, agricultores de Ribeirão Preto: mais clientes para sua produção
TERRENO FÉRTIL PARA EMPREENDER
Produtores rurais do interior de São Paulo melhoram gestão, ampliam seu mercado e passam a faturar mais após parceria com o Sebrae-SP Pág. 8
A importância de manter uma estratégia de pós-venda Pág. 4
Startups apostam no mercado pet Pág. 6
Bistrô ganha novo fôlego após orientação sobre marketing Pág. 10
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Negócios de futuro TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP
Em janeiro aproveitei para me dedicar à leitura e reli o Relatório Popcorn – Ideias de Novos Produtos, Empreendimentos e Mercados, da americana Faith Popcorn, especialista em tendências de comportamento, que mostra como as empresas devem atuar no mercado e que produtos devem desenvolver se quiserem se manter ativas e com clientela fidelizada. Popcorn relacionou 16 tendências como a do encapsulamento (tornar a casa seu ninho), 99 Vidas (multitarefas), EVEolution (valores baseados no comportamento feminino), quebra de ícones (fluidez das certezas), e SOS (salve a sociedade, ressaltando o valor do propósito e do pertencimento a algo maior). Decidi trazer esse assunto para nosso bate-papo mensal por entender que conhecer as tendências é um ativo tão importante quanto o cuidado com a gestão eficiente do negócio, pois vai garantir melhor competitividade e permanência no mercado. Não é novidade que nosso jeito de consumir, se relacionar e de fazer o bem mudou de forma
extraordinária com o acesso à tecnologia. É a tecnologia a serviço da humanidade. Vi isso recentemente durante a missão internacional à NRF Retail’s Big Show, maior feira de varejo do mundo. O desafio ali foi justamente colocar a tecnologia a serviço da humanidade. Tanto é que os grandes destaques foram as aplicações de inteligência artificial, a interpretação dos dados (big data), a humanização do atendimento e a geração de experiências que atraiam e fidelizem clientes nos canais presenciais e remotos. Na próxima edição, trago mais detalhes das novidades. Mas não precisa sair do Brasil para ver experiências exitosas. Na etapa final do sexto ciclo do Startup SP, programa do Sebrae-SP de desenvolvimento e aceleração de startups, premiamos duas empresas com este foco – Cadê Guincho, de São José dos Campos, e a Teletrauma (W3.Care), de São Paulo, capital. A primeira surgiu do encontro de um especialista em tecnologia e um guincheiro conhecedor do mercado e é um buscador de serviços de autossocorro. Em três mi-
nutos promete localizar o prestador de serviço mais próximo e mais barato. A W3.Care, cujo slogan é “1 segundo faz toda diferença”, traz a primeira plataforma móvel e cloud de suporte em traumas físicos e enfartes agudos, conectando os profissionais de saúde a ambulâncias, resgates e unidades básicas de saúde e especialistas por meio da telemedicina. E no encerramento do programa de empreendedorismo social, o 1000 Mulheres, um dos projetos a serem acelerados é o do marketplace “Era só o que faltava”, que divulga e comercializa produtos e serviços de mulheres que estão em situação de vulnerabilidade da zona norte da cidade de São Paulo. Meu propósito em 2020 é que o Sebrae-SP esteja ombro a ombro com cada uma dessas empresas, ajudando a ampliar o olhar sobre os desejos e as necessidades dos consumidores e inspirando cada empreendedor a trabalhar de forma inovadora. Porque é dessa forma que estarão incorporadas ao processo produtivo e que permanecerão de pé, nesta e nas próximas décadas.
Destaques Sebrae e Caixa assinam convênio para apoiar o empreendedorismo no País Com o objetivo de aproximar e facilitar o acesso dos donos de micro e pequenas empresas a soluções e serviços bancários, o Sebrae firmou acordo de cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal. A ideia é criar um ambiente favorável para a inclusão bancária e a educação financeira de empreendedores que ainda não se sentem seguros em buscar auxílio no sistema financeiro para desenvolver seus negócios.
O acordo deve promover o aumento da segurança e confiança entre os empreendedores e o banco. Com conhecimento da realidade dos empreendedores, caberá ao Sebrae fornecer todo o apoio na estruturação do empreendimento, orientação financeira, organização da empresa, formalização documental e acesso a diversas ferramentas de gestão do negócio. Por sua vez, a Caixa poderá identificar melhor as necessidades desses clientes e as-
sim, oferecer produtos e serviços especiais, cujo principal foco é o acesso ao microcrédito produtivo orientado, de forma simples, ágil e com uma experiência digital totalmente inovadora. A Caixa Econômica Federal também celebrou um acordo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred) para ampliar o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado.
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Entrevista do mês
Afroempreendedorismo em alta A criadora da Feira Preta e da plataforma PretaHub, Adriana Barbosa, fala sobre os negros nos negócios
É
o empreendedorismo que faz a população negra emergir 132 anos após a abolição da escravidão no Brasil. A afirmação é de Adriana Moreira, criadora da Feira Preta, iniciativa que começou há 18 anos como uma alternativa para ela e uma amiga “se virarem” e hoje reúne empreendedores e consumidores negros em um ambiente de produção cultural, artística e circulação de ideias. A edição mais recente, no final de 2019, foi visitada por mais de 35 mil pessoas e contou com 170 expositores – majoritariamente negros. Adriana celebra agora a criação da PretaHub, plataforma de aceleração e incubadora de negócios que passa a concentrar todas essas iniciativas. A empreendedora social, eleita em 2017 uma das 51 pessoas negras mais influentes do mundo pela Mipad (Most Influential People of African Descendent, ou pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo), conta sobre sua trajetória e como é empreender sendo negro no Brasil.
Como surgiu a Feira Preta? Em 2002, eu estava fora do mercado de trabalho formal. Eu e uma amiga na mesma situação resolvemos empreender para sobreviver. Formamos uma dupla do que chamamos de “sevirologia”, que é a arte de “se virar”. Começamos a circular por feiras. Minha amiga vendia pastel e eu vendia as minhas roupas, em um brechó de troca. Na época, a Vila Madalena fervia de casas de black music e éramos frequentadoras. Observamos o deslocamento de jovens negros de regiões periféricas para lá para o consumo e também para a produção, como DJs, bandas e técnicos de som. Era uma cadeia de produção e consumo negros. O que me deixava incomodada era que, no fim da noite, quem colocava a mão no dinheiro eram os homens brancos. Foi assim que decidimos criar a Feira Preta. A primeira edição foi em 2002 na praça Benedito Calixto, em Pinheiros. A ideia era justamente fazer o mapeamento do afroempreendedorismo. Depois de
Divulgação
Adriana Barbosa, da Feira Preta: black money para desconcentrar renda
todo o nosso percurso em feiras, decidimos fazer a nossa própria. Conseguimos um patrocínio e uma parceria com a prefeitura. No primeiro ano, atraímos 5 mil pessoas. A feira começou a peregrinar por vários espaços até chegar ao Anhembi, em 2006. Em 2016, quebramos, e no ano seguinte nos remodelamos em formato de festival, atraindo diversas expressões culturais. Treze décadas após a abolição da escravidão, o que fez a população negra emergir foi o empreendedorismo. Estudo do Sebrae mostra que os pequenos negócios de donos brancos têm o dobro de formalização do que os de donos negros. A que a senhora atribui isso? Atribuo ao contexto histórico do Brasil. Temos mais de 400 anos de período escravocrata no Brasil e esse ano completamos 132 anos da abolição. Esse ponto de partida da população negra define o que temos hoje. Se tem algo que fez com que a população negra sobrevivesse ao colonialismo e ao racismo estruturado e muitas vezes institucionalizado foi o ato de empreender. Em fun-
ção desse processo histórico, a população negra teve menos acesso à educação e renda, ocasionando um grande número de ocupação em subemprego e também de desemprego, fazendo com que essas pessoas empreendam por necessidade. Quais são os desafios do empreendedorismo negro no Brasil? Em 2019 realizamos o terceiro estudo sobre as dores e amores do empreendedorismo negro no Brasil. Destaco alguns dados: há um número expressivo de empreendedores por vocação, que vislumbram oportunidades. E o empreendedor engajado, que se autodeclara negro e empreende em produtos e serviços voltados à questão racial. O desafio é o empreendedor por vocação se transformar em um empreendedor engajado, porque assim consegue fazer o black money trazer desconcentração de renda. Teremos mais empreendedores negros para atender à demanda de consumo da população negra. O segundo destaque é sobre acesso ao crédito. A grande maioria tem dificuldade de acessar investimentos de bancos. Há relatos de casos de racismo
institucionalizado. O terceiro destaque são as questões da subjetividade. O empreendedor muitas vezes não se reconhece nesse lugar de empreendedorismo e de potência. É preciso falar de autoestima. E, por fim, destaco a ausência de um número maior de empreendedores negros nas áreas da tecnologia e da indústria, que têm a maior possibilidade de crescimento e escala. Qual a relação entre cultura negra e empreendedorismo? Isso influencia o consumo? A cultura negra influencia na demanda e no consumo. A população negra só chega como maioria populacional por um processo de autodeclaração. Na medida em que a população negra se autodeclara, passamos a ter uma crescente demanda por produtos e serviços que atendam às especificidades dos negros. E o empreendedor negro, por viver as mesmas dores, consegue sair na frente e ofertar produtos e serviços de maneira mais efetiva. Há uma ideia de que negócio e combate ao racismo e valorização da identidade negra estão ligados. Como funciona a PretaHub? PretaHub é o resultado de 18 anos de atividades do Instituto Feira Preta no trabalho de mapeamento, capacitação técnica e criativa, aceleradora e incubadora do empreendedorismo negro no Brasil. Com atividades em todo o país, PretaHub é um hub de inventividade, criatividade e tendência pretas, com uma série de produtos sob o mesmo guarda-chuva. Qual a sua recomendação para um negro que está começando a empreender? Vale muito a pena procurar por oportunidades de mercado de produtos e serviços direcionados à população negra. Há muitas possibilidades, mas a dica principal é saber quem são esses clientes, onde estão, qual o comportamento e estilo de vida. Por fim, venda para todos, não foque apenas no consumidor negro.
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Vender é
O atendimento ao cliente depois que a transação é feita
As matrículas aumentaram na escola de Sylvia Aragão com o trabalho de pós-venda
Patricia Gonzalez
T
er boas práticas de pós-venda desenvolvidas em sua empresa é tão importante quanto elaborar estratégias para vender mais. Esta é a conclusão a que chegaram as empreendedoras Ana Claudia Figueiredo e Sylvia Aragão, que sentiram a diferença de ter uma política de atendimento e relacionamento com o cliente. Para ambas, a ação tornou-se não apenas uma prática eficaz para fidelizar consumidores, mas também um diferencial para o negócio.
“Muitas vezes, na cabeça do empresário a venda se encerra quando
o cliente passa o cartão ou assina o contrato. Mas o movimento de compra é diferente, ele não termina quando o cliente paga e sim quando ele tem a sensação do pós-compra. O cliente chega em casa, avalia se a compra foi realmente boa ou não. Essa sensação é o término da venda”, explica a consultora de negócios do Sebrae-SP Caroline Minucci. Sylvia Aragão, proprietária da Escola Trilha, na zona norte da capital paulista, resolveu adotar uma política de pós-venda em sua empresa depois de realizar um curso do Sebrae-SP. Em 2018, ela iniciou a prática e contabiliza os resultados
positivos. Entre eles, o aumento do número de matrículas e o consequente crescimento do faturamento. “Antes de implantar a política de pós-venda eu falava com os pais esporadicamente e não tinha nenhum cronograma de monitoramento”, relembra. Para iniciar a mudança no relacionamento com os pais de alunos e também com os interessados em matricular os filhos na escola, Sylvia começou a fazer alterações em sua forma de atuação. Para interessados que vão conhecer a escola, ela liga após três dias da visita para saber se eles gostaram ou se ficou
alguma dúvida. Para pais que já são clientes, há também contatos por Whatsapp e o uso das redes sociais para mostrar o trabalho que está sendo desenvolvido. “Temos uma organização semanal do que vai ser divulgado. Também fazemos o monitoramento de quantos telefonemas e visitas recebemos. E para tudo temos meta semanal.” Sylvia ainda reserva a última semana do mês para dar atenção a pais que fizeram alguma reclamação ou a alunos que estão com algum problema específico, além de fazer contato com os pais que estão mais afastados da escola. Entre as
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só o começo
ajuda a aumentar o faturamento e fidelizar consumidores começaram a dar mais valor ao nosso trabalho. Hoje somos vistos como parceiros, eles estão mais próximos da escola e o número de reclamações diminuiu muito. As rematrículas estão acima da média dos anos anteriores”, comemora. Atualmente a escola tem 170 alunos e a meta para o fim deste ano é fechar com 190. Para isso, ela já tem projetos para aumentar o espaço e construir mais salas. Os maiores desafios, segundo Sylvia, são a gestão do tempo e também de pessoas. “Não podemos deixar a rotina desviar o nosso foco”, ressalta.
DESDE O INÍCIO Quando Ana Claudia Figueiredo resolveu empreender no ramo de produtos hospitalares, ela já tinha uma certeza: sua empresa, a Claramed Hospitalar, deveria abrir as portas com uma prática de pós-venda já estabelecida. Para criar
um fluxo eficaz de relacionamento com o cliente ela investiu em um sistema de rastreamento de mercadorias. Além disso, o serviço de atendimento ao cliente (SAC) está dentro do departamento de qualidade da empresa. “As grandes distribuidoras têm dificuldades em realizar trocas e o cliente fica na mão. Se compra um produto errado, por exemplo, ele não consegue trocar. É aí que está o diferencial da empresa”, explica. Hoje ela realiza cerca de 10 mil atendimentos por telefone e 300 vendas por mês – a maioria dos clientes é de clínicas e hospitais do Estado de São Paulo. Além disso, a empresa também atende em todo o Brasil, principalmente pessoas físicas, por meio de seu e-commerce. Para manter um relacionamento ativo com seus clientes, a equipe da Claramed conta com a ajuda de um sistema para auxiliar no histórico
de compras, datas de entrega dos produtos e monitoramento das ligações. “No dia seguinte à entrega, nossa equipe entra em contato com o cliente para saber se ele recebeu o produto corretamente, se gostou ou teve algum problema”, explica. Nesse contato, o consumidor tem a oportunidade de dar a sua opinião sobre o produto e, em alguns casos, solicitar a troca – o que não é comum neste ramo de atividade. Para aprimorar as vendas e estar mais próxima de seus clientes, a empreendedora tem planos de investir em marketing digital e ter representantes de vendas nas ruas. “Quando comecei não sabia muito sobre a área de saúde, mas descobri que os custos envolvidos são altos e há muitos procedimentos. Por isso, é preciso usar todo esse trabalho de forma estratégica a nosso favor – com muita pesquisa e treinamento.”
P ÓS-V EN DA PAR A PEQU ENOS N EGÓ CI OS A consultora de negócios do Sebrae-SP Caroline Minucci afirma que o pós-venda é uma excelente prática, especialmente para os pequenos negócios. Segundo ela, a pequena empresa tem a vantagem de poder fazer esse relacionamento de forma mais livre e natural, diferentemente das grandes, que têm processos mais rígidos. “A pequena empresa aproveita mais que a grande e ele só custa tempo. Tem investimento zero se o empresário resolver fazer por conta. Você pode usar WhatsApp e outras ferramentas gratuitas.” Confira alguns pontos importantes para implantar uma política de pós-venda em sua empresa:
estratégias, ela costuma identificar pais e mães líderes de grupos de Whatsapp, por exemplo, para fazer contato com eles. “Para manter esta política funcionando, é preciso treinar e informar a equipe para que entendam a importância dessas ações. Temos reuniões mensais para traçar nossos objetivos.” A empreendedora ressalta que a implantação desse relacionamento pós-venda não gerou nenhum custo para a escola. E a cada nova matrícula realizada, a equipe ganha uma comissão de 10% do valor negociado. Quando a meta geral é atingida, a equipe ganha bônus. “Os pais
Decidir quem será o responsável por essa ação. É importante que seja alguém que escreva bem e fale sem erros de português. O próprio vendedor pode fazer o processo. Mas o gestor também pode acompanhar para entender melhor o comportamento
Definir em quanto tempo após a venda a empresa entrará em contato com o cliente. Até um ou dois dias depois é válido; após uma semana da compra, por exemplo, fica muito distante. O pós-venda é o momento de aproveitar o impulso do cliente.
Estabelecer os processos e objetivos que devem ser alcançados com essa ação. Por que vou fazer o pós-venda? Como? Qual o meu objetivo? Ter pontos mensusárveis é importante para avaliar a eficácia
Estudar e fazer cursos é sempre uma excelente opção. O Sebrae-SP oferece algumas opções como o Marketing na Medida e o Vendas Estratégicas na Medida – para estabelecer uma boa comunicação com o cliente e entender como
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Mercado pet também
Setor de animais de estimação movimenta mais de R$ 36
Aline Lefol e os sócios da Lilu, Philippo Chies e Paulo Cesar: banho e tosa inspirados no modelo Uber
Gisele Tamamar
E
les moram em nossas casas e são considerados membros da família. Nada mais natural, então, que sejam muito bem tratados. No Brasil, cerca de 140 milhões de animais de estimação movimentam um mercado de R$ 36,2 bilhões, segundo estimativa do Instituto Pet Brasil. Em constante crescimento, o setor se revela promissor para inovação e desperta o interesse de quem tem planos de criar uma startup. É o caso da empreendedora Aline Lefol. Com um currículo extenso na área de negócios e doutora em química, ela até chegou a fazer as contas de quanto precisava investir para abrir uma pet shop. Mas, na época do auge do aplicativo de transporte Uber, a ideia foi “uberizar” os serviços que seriam oferecidos em um local fixo. O resultado foi a criação do
aplicativo Lilu, para agendamento do banho e tosa em casa. A startup faz parcerias com os profissionais, realiza o treinamento e a intermediação com os donos dos pets. “Eu morei em várias cidades e sempre tive cachorro. Manter o banho dos pets em dia era uma dificuldade por falta de tempo ou por outros compromissos. Ficava pensando em uma maneira mais prática de fazer isso”, conta Aline. O preço do serviço varia de R$ 40 a R$ 85, de acordo com o porte e a pelagem do animal. “Nossas parceiras passam por um rígido processo de seleção e avaliação documental. Elas são treinadas e equipadas para fazer o serviço no ambiente doméstico e deixar o local do jeito que encontrou, sem deixar a casa suja”, ressalta. Cachorros com dificuldade de locomoção e animais
que ficam estressados em ambientes externos também fazem parte do público-alvo da Lilu. O piloto do projeto começou em Salvador, na Bahia, até que Aline resolveu mudar para São Paulo. “Abri mão da minha estabilidade para apostar no projeto”, conta a empreendedora, que investiu inicialmente R$ 40 mil no aplicativo. A startup foi a vencedora na cidade do São Paulo do programa Startup SP do Sebrae-SP e tem como sócios Philippo Chies e Paulo Cesar. Para 2020, a empreendedora busca investimento para “dominar o mercado de São Paulo e iniciar o atendimento nas demais capitais”. Soluções de serviços, como a Lilu, e de produtos para o mercado pet devem se desenvolver nos próximos anos, na avaliação do consultor de empreendedorismo e inova-
ção do Sebrae-SP Marcus Leite. “O mercado de soluções pet não tem encontrado crise. Cada vez mais as pessoas estão gastando com os seus pets, seja com brinquedos, comida, roupa, passeios ou mesmo serviços inusitados, como spa para pets. A relação com os pets está se aproximando da relação com filhos: hoje já é possível até ter guarda compartilhada de pets em caso de relacionamentos desfeitos”, afirma.
COMODIDADE O nicho encontrado pelo casal Agnes Cristina e Diogo Petri para investir no setor pet foi o de gatos, população que cresceu 8,1% no país entre 2013 e 2018, contra 3,8% do crescimento do número de cães. Eles se conheceram em um grupo de resgate de animais abandonados em uma rede social e não foi difí-
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ganha suas startups
bilhões e está aberto para serviços e produtos inovadores cil escolher um mercado para empreender. A ideia inicial foi uma loja virtual de produtos para gatos, mas durante a pesquisa por novidades eles se depararam com uma falta de oferta de itens para os felinos. Diante de poucas opções e margens apertadas para o varejo, a solução foi partir para um modelo de desenvolvimento de produtos. O primeiro lançamento da CatMyPet foi o MagiCat, um bebedouro para gatos em formato de torneira, em 2015. A empresa chegou a participar da feira Pet South America com subsídio do Sebrae-SP, continuou em crescimento e foi convidada a participar do programa de TV Shark Tank para apresentar o modelo de negócio. Mas eles receberam cinco “nãos” dos investidores reunidos pela atração. A negativa dos especialistas não desmotivou os empreendedores. Estudos, pesquisas, mentorias e participação em eventos passaram a fazer
parte da rotina do casal. Em um deles, a startup conseguiu uma parceria de distribuição com o empresário americano Kevin Harrington, do programa Shark Tank dos Estados Unidos. Com o convite para uma nova participação no Shark Tank Brasil em 2019, a conquista finalmente veio. “Entramos no programa pedindo R$ 200 mil e saímos com uma proposta de R$ 1 milhão de dois investidores. O que consolidou a CatMyPet como a marca preferida não só por gatos mas também por tubarões”, brinca Agnes. “Tubarões” são como os investidores do programa são conhecidos pelo público. Para 2020, Agnes está otimista com a entrada dos investidores. “Projetamos um crescimento de três vezes nos próximos 12 meses. Com a ampliação do portfólio e mix de produtos, estimamos conquistar dez pontos de market share no segmento, consolidando a marca no mercado felino”, destaca.
PROGRAMAS SEBRAE PARA STARTUPS Os interessados em abrir uma startup voltada para o mercado pet podem contar com a ajuda do Sebrae. Atualmente, existem dois programas para validação do modelo de negócio e um programa com foco em acesso a investimentos. O consultor de empreendedorismo e inovação do Sebrae-SP Marcus Leite explica que se a startup busca a validação do problema, o programa Incubadora de Projetos Inovadores é ideal. Mas se a empresa tem um MVP (sigla de Minimum Viable Product ou, Produto Minimamente Viável) e quer validar se a startup entregou uma solução que de fato resolve o problema a que se propôs ou se a empresa quer validar a maneira como gerar receita com esse negócio, o programa ideal é o Startup SP. As duas iniciativas são gratuitas, com processo seletivo semestral e 18 semanas de duração. São oferecidas oficinas, mentorias e acompanhamento do negócio por um especialista do Sebrae. Já o Capital Empreendedor é um programa mais curto e intensivo e busca preparar startups para captar investimentos anjo e de fundos. É realizado uma vez por ano e a empresa precisa ter feito validações anteriores e já realizar vendas.
Agnes e Petri da CatMyPet: previsão é crescer em 2020
Quando o empreendedor Fabio Piva morava na Alemanha, uma amiga do Brasil pediu ajuda para montar pôsteres de “procura-se” para ajudar a encontrar a cachorra perdida. “Eu ajudei, mas comecei a pensar também se não haveria uma forma menos angustiante de encontrar um bichinho quando ele foge”, lembra. Esse foi o conceito inicial do CrowdPet, originalmente criado como um aplicativo para auxiliar na localização de animais perdidos por meio de fotos, desenvolvido pela empresa SciPet, de Campinas. O app evoluiu para uma plataforma social de dados sobre populações animais para auxiliar o setor público a aplicar recursos de bem-estar animal onde eles realmente são necessários. Cada animal registrado no CrowdPet recebe uma identidade única, um perfil social geolocalizado e um prontuário de eventos veterinários atualizável, que pode ser acessado por qualquer profissional autorizado via aplicativo. De acordo com o cofundador da SciPet, no município de Vinhedo (SP), a ferramenta é utilizada nas campanhas municipais de castração e no registro de animais para realização de censo animal. A cidade também
abrigou um projeto-piloto em parceria com a ONG World Animal Protection e a prefeitura. Piva explica que cerca de 150 casas de um bairro foram visitadas por veterinárias da ONG, que vacinaram sem custo para a população todos os animais encontrados, entrevistaram e educaram os moradores sobre questões importantes de bem-estar animal e saúde pública. As informações sobre os animais e as vacinas foram registradas na ferramenta e um perfil populacional do bairro foi gerado. “A ação foi um sucesso tão grande que estamos nos preparando para replicá-la no Brasil inteiro em 2020, com o suporte da World Animal Protection”, ressalta Piva. Para 2020, a startup planeja o lançamento do aplicativo para o público geral. Será possível conhecer os animais cadastrados e auxiliar na busca de animais perdidos. As ONGs locais poderão ainda registrar animais para adoção como se fosse um “marketplace de animais adotáveis”. “Nossa solução é uma social tech e tem um desafio: chegar sem custo às mãos da população, para que todos possam se envolver no mapeamento dos animais de rua das nossas cidades”, destaca Piva.
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Empreendedorismo rural
Parceria com o Sebrae leva produtores agrícolas a
O casal José e Ângela Esquisário: novas possibilidades para vender sua produção
Ana Carolina Nunes
O
s agricultores José e Ângela Esquisário produzem, semanalmente, cinco mil quilos de repolho, 60 mil a 80 mil pés de alface e entre cinco e seis mil pés de rúcula em seu sítio de 10,5 mil m² localizado na Fazenda da Barra-Assentamento Mario Lago, na zona rural de Ribeirão Preto (SP). Essa produção abastece diariamente sete restaurantes e um empório na região, uma barraca na feira orgânica local que ocorre semanalmente, e alguns pedidos de cestas de legumes e verduras direto para o consumidor. Agora em 2020, os Esquisário também passam a fornecer, com outros produtores familiares, os legumes e as verduras da merenda das escolas municipais de Ribeirão Preto.
“Só não produzimos mais por falta de mão de obra”, conta José, que toca a propriedade ao lado da esposa Ângela, cuidando do plantio à entrega, passando pela colheita e pela embalagem dos produtos. Para atender à nova demanda da prefeitura, José diz que vai precisar se concentrar na produção e, por isso, o neto deve começar a fazer as entregas. “A parte mais difícil é largar tudo para ficar indo nos restaurantes”, relata o agricultor. O desabafo de José Esquisário e a nova função de seu neto ilustram bem uma dificuldade comum aos produtores agrícolas familiares, que é cuidar dos negócios além do trabalho diretamente na terra. A principal delas está em chegar até o mercado consumidor, o que inclui fazer a
prospecção, a venda, a logística para a entrega e o pós-venda. José conta que cerca de três anos atrás chegou a passar o trator por cima de 15 mil pés de alface que não foram vendidos, assim como outros tantos quilos de repolho, rabanete e beterraba. “Já perdi toneladas de produção, pois quando as verduras passam do ponto, eles racham e não servem mais para vender”, lamenta ele. A coincidência da dificuldade entre os empreendedores rurais chamou a atenção de Flaviane Araújo, consultora de negócios do Sebrae-SP em Ribeirão Preto. “Não adianta a gente falar de fluxo de caixa quando esses produtores não têm para quem vender. Eles não têm problema para produzir, mas as outras funções de
gestão da propriedade demandam tempo e dedicação que muitas vezes eles não conseguem ter, já que precisam focar no processo produtivo”, explica Flaviane. A partir desse desafio, o escritório de Ribeirão Preto, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de São Paulo (Senar-SP) e o Sindicato Rural de Ribeirão Preto, criou o Projeto Agro Família. O Projeto trabalha, entre outras capacitações de gestão dos negócios, na aproximação dos produtores com compradores, conectando diretamente os agricultores aos restaurantes, às feiras, às indústrias e aos processos de chamamento público. “Trabalhamos o conceito de cadeias curtas. E, para isso, precisamos
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com melhores resultados
fazerem bons negócios ao ampliar o acesso ao mercado PROJETO AGRO FAMÍLIA
O Agro Família, se sustenta no tripé: gestão da propriedade rural, técnicas de produção e acesso a mercado. Criado pelo ER de Ribeirão Preto, o projeto atua junto aos empreendedores do campo com:
Capacitação em gestão financeira
Auxílio para certificação orgânica
Aproximação de produtores ao mercado: restaurantes, feiras, supermercados e venda direta de cestas via WhatsApp. Prospecção, venda e pós-venda
empoderar esse produtor”, destaca Flaviane. Nesse processo de empoderamento, o Projeto criou ainda uma identidade visual, como cartão de visita, rótulos e até uniforme. Outra importante atuação do Projeto foi na conquista da certificação de orgânicos pelas propriedades, selo fundamental para as chamadas públicas, além de agregar valor para a venda ao comércio e aos restaurantes. Os compradores exibem em seus estabelecimentos um banner identificando-os como participantes do Projeto acompanhado de uma foto da unidade produtora, para mostrar aos seus clientes de onde vêm os alimentos que eles estão consumindo. No primeiro ano do Agro Família, em 2017, o faturamento total dos 20 produtores participantes cresceu 290% em relação ao ano de 2016. Em 2018, então com 80 produtores, o faturamento dobrou em cima do registrado no ano anterior. Em 2019 o projeto agrupou 140 produtores e, agora em 2020, o ER prevê passar para 280 o número de propriedades atendidas pelo Agro Família. Ao todo, o Agro Família atende em torno de 30 restaurantes e sete prefeituras, sem contar as cestas e feiras de orgânicos. Só o contrato com a prefeitura de Ribeirão Preto para merenda escolar totaliza quase R$ 1 milhão, com fornecimento para mais de cem escolas da cidade.
Auxílio no cronograma de produção
Comunicação visual
Auxílio com vendas públicas
feira de orgânicos organizada pela dona de um dos restaurantes compradores. Ao todo, a Comater produz 1 tonelada e meia por semana entre legumes, verduras e frutas. “Mesmo estando próximo à cidade, é difícil comercializar. É preciso profissionalizar todo o processo”, explica Nivalda.
DIVERSIFICAR É CRESCER
Preparo e embalagem
Para atender a todos os clientes, os empreendedores rurais tiveram que aprender ainda a montar um planejamento com padronização e cronograma da produção, para não desfalcar o abastecimento aos clientes.
CAMPO FEMININO A Cooperativa Agroecológica Mãos da Terra - Comater, com 95% das 55 propriedades associadas sendo lideradas por mulheres, também faz parte do grupo de fornecedores da prefeitura para a merenda escolar. Nivalda Alves de Jesus, presidente da Comater, conta que há tempos tentava essa parceria, com muitas reuniões e que o fato de serem mulheres e assentadas também gerava preconceito por parte de compradores da região. Agora, as crianças das escolas da cidade consomem melancia, tomate, berinjela, repolho, abobrinha, alface, couve, almeirão e rúcula, tudo orgânico, vindo diretamente do campo da Comater. “Ficamos felizes que crianças vão receber uma alimentação saudável, além disso, também porque nem toda pequena empresa tem esse privilégio de ter um contrato de R$ 1 milhão”, comemora Nivalda. Além da merenda escolar de Ribeirão Preto, a Cooperativa ainda atende a quatro restaurantes, 16 com cestas de orgânicos e uma
A cerca de 300 km de Ribeirão Preto, produtores da região de Lins (SP) enfrentavam dificuldade semelhante à dos participantes do Agro Família. Depois que o pai se aposentou das atividades agrícolas após 39 anos, Vânia foi uma das duas, das quatro herdeiras, a assumir a propriedade, que até então produzia apenas limão. Hoje, a fruta ocupa 60% da área produtiva de 22 mil m², mas a produção foi ampliada e inclui agora berinjela, jiló, quiabo, pimentão e pepino. “Não podemos depender de uma cultura só, tem que ter variedade para compensar”, diz Vania. Mas, ressalta a produtora, “conforme a propriedade foi crescendo, também foram crescendo os desafios.” Para melhorar os processos de gestão, Vânia participou do Empretec, programa aplicado com exclusividade pelo Sebrae no Brasil que usa metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) focada em desenvolver características de comportamento empreendedor e identificar novas oportunidades de negócios.
Há oito anos, quando assumiu o sítio da família, Vânia vendia os limões para supermercados da região e ainda assim via intermediários. Hoje, além dos cinco mercados em Lins e Promissão, para onde vende diretamente, a propriedade de Vânia ainda atende a dois restaurantes, a feiras noturnas de agricultura familiar e integra a Apol (Associação dos Produtores de Olericultores de Lins e Região) presidida por ela há nove anos e que atende a chamamentos públicos para merenda escolar, alimentação em hospitais e penitenciárias. “Temos fila de espera de clientes querendo comprar”, conta. A empreendedora conta que o entrave atual está na mão de obra, escassa por conta do desinteresse dos jovens em atuar no campo, e, os poucos que ainda se dedicam à vida agrícola, são seduzidos pelo cultivo de cana-de-açúcar, mais automatizado e com renda garantida. “Começamos na Apol com 180 associados e vemos uma dificuldade imensa dentro da associação de ter sucessores no campo. Os herdeiros estão muito desmotivados, até porque, plantar é uma atividade muito instável.” A propriedade, segundo Vânia, está sendo automatizada no que possível dentro da atividade, como a adubagem feita com a ajuda de tratores. A pulverização será outra etapa a ser mecanizada. Com isso, o plano para 2020 é aumentar a produção de olho no consumidor de alta renda.
A G R O FA M Í L I A E M N Ú M E R O S 2 017
20
2018
80
2 019
140
produtores
produtores
produtores
Crescimento
Crescimento
Crescimento
no faturamento total
no faturamento total
no faturamento total
290%
100%
90%
2020
280
produtores
10 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Faturou o mês em uma semana Aplicando estratégias de marketing digital, Monique Turquetti potencializou os seus negócios
as informações dentro do ponto de venda. É um conjunto de ações que geram o resultado final positivo”, completa a especialista. Pensando em 2020, Monique almeja um crescimento de 30% no faturamento, além de inaugurar um e-commerce para as marmitas. “Queremos também trabalhar com mais estoque e entregas mais rápidas.” Segundo Ariadne, para que o Café Bistrô Saborear alcance seu objetivo de crescimento, além de seguir fazendo o que já deu certo, precisa ainda engajar cada vez mais seu público nas redes sociais com fotos mais produzidas, stories, continuar fazendo cadastro e segmentação dos clientes, além de promover degustações no ponto de venda e aproveitar outras datas comemorativas para mais promoções. “Vai dar certo. Estamos confiantes”, finaliza Monique.
Monique Turquetti e Mônica Firmiano: parceria de filha e mãe dá o tempero do negócio
Rogério Lagos
Q
uando começou a trabalhar com marmitas saudáveis na própria cozinha com sua mãe, em 2015, Monique Turquetti não imaginava o quanto seria difícil traçar uma estratégia certeira de vendas para fazer o negócio decolar. Entre erros e acertos, foi crescendo, abriu o Café Bistrô Saborear dois anos depois e passou a agregar valor ao que antes era apenas um serviço de produção e entrega. Com o ponto físico na Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo, a empreendedora passou a oferecer café da manhã e almoço para trabalhadores das empresas da região e até mesmo ocupar seu espaço com pequenos eventos. “A marmita segue sendo o carro-chefe, mas hoje se completa com o bistrô. O pessoal adora, tanto que fazemos casamentos e aniversários para cerca de 60 pessoas”, comemora. Mas mesmo quando um empreendimento vai bem, sempre há
espaço para melhorar. Em 2018, visando aproveitar o mercado aquecido com as ofertas de Black Friday, Monique criou promoções e postou nas redes sociais, além de ter enviado uma única vez as informações para seus clientes no WhatsApp. “Foi muito fraco. Praticamente não tivemos retorno. Ficamos decepcionadas”, conta. Já em 2019 o jogo virou: buscou capacitação em um curso de marketing digital no Sebrae-SP e ainda participou de uma palestra específica sobre Black Friday com a consultora Ariadne Mecate, especialista em marketing no escritório do Sebrae em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. “Com as dicas da palestra e o conhecimento do curso conseguimos vender em apenas uma semana 700 marmitas, número que normalmente vendemos em um mês.” Monique explica que resolveu aproveitar não apenas a sexta-feira de Black Friday, mas sim a semana inteira. Montou o cardápio
com preços promocionais e criou um verdadeiro relacionamento com seu público às vésperas da semana de ofertas, até mesmo contatando cada cliente individualmente pelo WhatsApp. “Começamos a anunciar em nossas redes sociais com antecedência dessa vez. Na semana específica avisamos os clientes na segunda e ainda relembramos na sexta que seria o último dia de promoção. Tivemos muito sucesso.” Para a consultora do Sebrae-SP Ariadne Mecate, o grande diferencial da Monique foi utilizar o cadastro de clientes em sua estratégia digital. “Ela utilizou o cadastro de clientes de uma forma inteligente, analisando o gosto de cada um e atrelando ao produto certo de uma maneira que, muitas vezes, acabava levando o consumidor a outros produtos ao mesmo tempo”, explica. “Não adianta entrar na Black Friday sem divulgar suas ofertas da maneira correta. Além da estratégia de redes sociais e WhatsApp, Monique ainda colocou
Conheça um pouco mais do Café Bistrô Saborear em http://bit.ly/sebraetransforma
MARKETING DIGITAL Da mesma forma que Monique conseguiu excelentes resultados, você também pode. O Sebrae-SP oferece o curso ‘Na Medida – Marketing Digital’ em todo o Estado. Ao todo são 20 horas de capacitação durante cinco dias. O investimento é de R$ 490, podendo ser parcelado em até nove vezes no cartão de crédito. Neste curso você vai aprender o passo a passo das estratégias de marketing digital, desde o processo para atrair pessoas interessadas em seu negócio até a conversão em vendas. Para mais informações ligue gratuitamente para o Sebrae-SP no telefone 0800 570 0800 ou acesse solucoes. sebraesp.com.br.
EDIÇÃO 310 | FEVEREIRO DE 2020 | 11
Divulgação
Fidelização
FELIPE CHICONATO Consultor do Sebrae-SP
Compra de empresa ativa Adquirir uma empresa em funcionamento exige uma série de cuidados. Aqui estão algumas perguntas que você deve fazer antes de decidir. Por que você deseja comprar essa empresa? Parece uma pergunta simples, mas impede a compra por empolgação e permite analisar melhor a oportunidade. Por que a empresa está à venda? Converse com os atuais proprietários ou outros franqueados para entender os reais motivos da venda. Qual o resultado da empresa? Peça o Demonstrativos de Resultados de ao menos um ano de exercício. Alguns pontos importantes de observar são se os valores de pró-labores estão devidamente lançados, se a empresa tem períodos sazonais e qual o ponto de equilíbrio do negócio. Avalie a lucratividade, rentabilidade e retorno do eventual investimento. Como é a operação da empresa? Peça para acompanhar alguns dias da operação da empresa para entender como ela funciona, o clima organizacional, a rela-
ção e motivação da equipe e se existem possibilidades para melhoria. A empresa tem dívidas de impostos, taxas, tributos e credores? A existência de endividamentos sem um plano de quitação pode ser um sinal de problema, que virá junto com a empresa. Como será paga a aquisição da empresa? Se o investimento for à vista, lembre-se de que você ainda vai precisar de recursos para capital de giro e investimentos no negócio. Se o pagamento for parcelado, o investimento é diluído e você irá precisar assegurar recursos no fluxo de caixa (esta opção é mais interessante, pois tende a diminuir o valor do investimento). Qual a percepção do mercado sobre a empresa? Converse com o cliente e veja o que ele acha da empresa, qual mensagem ela transmite. Mudar a imagem do negócio dá trabalho e requer tempo. Lembre-se de que comprar uma empresa em funcionamento requer tantos cuidados quanto abrir uma nova. É recomendável uma conversa com advogado e contador antes para evitar surpresas.
Vender, seja um produto ou um serviço, é o que qualquer empresa quer. Óbvio. Mas vencida essa etapa inicial, vem o desafio seguinte: tornar o cliente fiel à marca. Em outras palavras, não basta vender uma vez, é preciso encantar o consumidor para ele retornar. Além de assegurar novas vendas, fidelizar o cliente é mais barato do que atrair novos consumidores. Eles mesmos podem se transformar em divulgadores da sua empresa por meio do boca a boca, amplificado pela internet. A melhor propaganda é aquela feita por clientes satisfeitos, já dizia Philip Kotler, um dos maiores nomes do marketing mundial. De acordo com estimativas de mercado, de 60% a 70% das vendas são feitas para consumidores já existentes na carteira. Oferecer qualidade é obrigação. Ter bom preço ajuda, mas não é suficiente já que o concorrente pode cobrar igual ou menos. A fidelização passa por conhecer bem o público-alvo, identificar a necessidade ou desejo dele e contentá-lo. Ele busca soluções e é isso que a empresa deve representar. A experiência de compra faz toda a diferença, daí o esforço por um atendimento impecável, realizado por uma equipe bem treinada, que faça o consumidor se sentir único e não apenas mais um.
A ideia é investir no relacionamento com o público e a estrutura da empresa tem de dar o suporte para tanto. O Customer Relationship Management (CRM) é um exemplo de recurso importante, pois reúne informações sobre a clientela e é de grande utilidade para se conhecer as preferências do consumidor. A partir daí, ações podem ser traçadas, entre elas, o uso de redes sociais, um SAC (serviço de atendimento ao cliente) e ouvidoria eficientes. Negócios de menor porte podem se adaptar conforme sua realidade. Esses são apenas alguns pontos a serem focados. Estamos falando em uma relação de longo prazo, longe da visão imediatista de pensar que tudo se esgota quando o cliente faz o pagamento. Trata-se da construção da imagem da empresa, da entrega de valor ao público, que, com o tempo, se converte em resultados.
WILSON POIT, diretor-superintendente do Sebrae-SP
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
Acompanhe o Sebrae-SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo
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12 | JORNAL DE NEGÓCIOS
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AGENDA
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br
FEIRAS DE NEGÓCIOS
EVENTOS DO SEBRAE-SP
FEIRA ABIMAD
SOROCABA
Quando: 4 a 7/2
EMPREENDA
Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo Informações: abimad.com.br
Quando: 10 a 14/2 Onde: ER Sorocaba Av. General Carneiro, 919 - Centro Valor: R$ 840
BARRETOS
AB CASA FAIR 2020
EMPRETEC
Quando: 11 a 15/2
Informações: abcasafair.com.br
Quando: Entrevistas 10 a 14 Onde: ER Barretos Rua 14, 735 - Centro Valor: R$ 1.300
37ª FEIRA PARALELA
GUARATINGUETÁ
Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo
ATENDIMENTO AO CLIENTE
Quando: 12 a 14/2
Informações: https://paraleladesign.com.br/
Quando: 19/2 Onde: ER Guaratinguetá Av. João Pessoa, 1325 – Pedregulho Valor: R$ 80
40ª HOME & GIFT / 9ª TÊXTIL & HOME
CAPITAL LESTE I
Quando: 14 a 17/2
NA MEDIDA MARKETING DIGITAL
Onde: Oca Parque do Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral, S/N- Portão 2 - São Paulo
Informações: www.abup.com.br
Quando: 17 a 21/2 Onde: ER Capital Leste I Rua Itapura, 270 - Tatuapé Valor: R$ 499
FEIRA MED & CARREIRA
CAPITAL LESTE II
Quando: 15/2
NA MEDIDA FINANÇAS
Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo
Onde: Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo Informações: https://medicinajr.com.br/med-carreira/
EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae-SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
Quando: 10 a 14/2 Onde: ER Capital Leste II Rua Victório Santim 57 - Vila Carmosina Valor: R$ 260
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos
Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae-SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177-4784
JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente interina: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiário: Anderson Freitas. Imagens: gettyimages.com. Diagramação:
SEBRAE-SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo-SP. CEP: 01504-001 PARA ANUNCIAR (11) 3177-4784
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TEC &
LIVROS Grandes líderes não têm regras (Editora AlfaEcom) Muitos líderes se queixam sobre a perda de seus melhores funcionários. Com frequência o problema de rotatividade ocorre porque os empregados não deixam os empregos, mas abandonam os chefes. No livro Kevin Kruse fala como o crescimento, o reconhecimento e a confiança são os principais impulsionadores das chamadas equipes de alto desempenho. Kruse tem conhecimento de causa: ele é fundador e CEO da LEADx, uma plataforma de aprendizado online que fornece desenvolvimento gratuito de liderança para milhões de pessoas em todo o mundo. Inovar é questionar o que já existe (Buzz) Para obter sucesso é necessário questionar regras, propor novos conceitos e ter a coragem de colocá-los em prática. Todo empresário de sucesso tem em sua carreira um momento em que tomou uma decisão ousada que mudou totalmente a sua vida. E com João Appolinário, fundador e CEO da Polishop, não foi diferente e ele conta tudo sobre a sua trajetória de sucesso em Inovar é questionar o que já existe. Apolinário se descreve como alguém insaciável por mudanças e inovação, sendo a última a palavra que ele julga o definir por completo. Não manual de
PRAIAS ENTRAM NA ERA DA CONECTIVIDADE O uso do celular mudou o comportamento na praia. De olho nessa demanda, prefeituras e empresários têm investido em recursos para quem vive conectado, como internet wi-fi, tomadas USB e aplicativos. Um exemplo são os 85 bancos com tomadas USB distribuídos no calçadão da nova Ponta da Praia de Santos. Outro caso são os letreiros instalados por prefeituras de São Sebastião, Guarujá, Ilhabela e Ubatuba. Aplicativos gratuitos para uso na beira da praia ganham espaço. O Aaangels, do Guarujá, se propõe a resolver o problema de crianças perdidas na praia, permitindo que um usuário faça um cadastro da criança encontrada ou desaparecida, assim como sinalizar sobre objetos e documentos extraviados. Há, ainda, aplicativos de governos para divulgar informações sobre a qualidade da água do mar, como da Cetesb, em São Paulo.
REDE LANÇA MAPA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO NO BRASIL
empreedendorismo (Artigo A) Empreender, por muito tempo, era apenas o ato de abrir uma empresa. Hoje, falar de empreendedorismo e do empreendedor é incorporar à discussão elementos comportamentais como desejos, habilidades e sonhos. As escolas da educação infantil e as universidades, tanto do Brasil, como em outros países latino-americanos, inseriram (em esfera municipal, estadual ou federal) o empreendedorismo nos cursos – seja como disciplina, seja como tema transversal. Muitos professores têm se deparado com a necessidade de entender essa nova área do conhecimento. Este livro, portanto, é uma espécie de inspiração para aqueles que querem transformar experiências, seja na sala de aula, nos espaços sociais, nas empresas ou em sua própria vida.
Para
criar
um
ecossistema
empreendedor feminino e fomentar negócios feitos por mulheres, um grupo de sócias lançou um mapa de iniciativas criadas por elas, a Rede Tear (redetear.me). A ideia é construir uma rede de conexões entre as 24 milhões de empreendedoras do País - 46% do total, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor de 2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o Sebrae. A rede opera desde o ano passado como uma articulação entre os empreendimentos femininos e instituições financeiras, de investimento e governamentais. A meta para meados de 2020 é reunir 500 mil cadastros.
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IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE Como o LinkedIn pode me ajudar a conquistar mais clientes?
BNDES E QUALCOMM LANÇAM FUNDO PARA INTERNET DAS COISAS O BNDES e a Qualcomm Ventures, braço de investimentos da fabricante de processadores Qualcomm, lançaram um fundo de investimento de R$ 160 milhões para desenvolver produtos e serviços na área de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). O objetivo é investir em startups em estágio inicial. Os aportes do BNDES e da Qualcomm serão de R$ 80 milhões. Outros investidores serão chamados para completar o valor total anunciado.
PRINT THE LEGEND O documentário de 2014 Print The Legend, disponível na Netflix, mostra os bastidores do promissor mercado das impressoras 3D. A produção não se restringe a falar dos fatores que envolvem a tecnologia; também aborda a realidade do empreendedor e a importância de reinventar, inovar e mudar de forma a entregar algo ainda melhor ao público.
VÍDEO: DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA PARA OS MÓVEIS PLANEJADOS André Alvarenga deixou o emprego na indústria aeronáutica para realizar o sonho de ter o próprio negócio e uma melhor qualidade de vida. Hoje ele é dono de uma loja de móveis planejados.
Veja a história:
Divulgação
Por Ricardo Wright, gerente sênior de desenvolvimento de negócios para América Latina do LinkedIn
As pequenas empresas e autônomos desempenham um papel fundamental no crescimento e no futuro da nossa economia. Temos mais de 660 milhões de usuários no LinkedIn, sendo 40 milhões brasileiros. Estamos cada vez mais abertos a trazer recursos para ajudá-los a serem mais produtivos e bem-sucedidos. Um desses recursos é o Disponível para Negócios, que permite que freelancers e pequenos negócios indiquem em seus perfis que tipo de serviços prestam e como gostariam de ser abordados na plataforma. Um consultor de marketing, por exemplo, pode indicar que presta consultorias de marketing e de marca e que gostaria de ser abordado pelo InMail, o comunicador interno do LinkedIn. Do lado do cliente, a busca por pessoas permite filtrar os resultados no LinkedIn para determinar quais prestadores de serviços estão disponíveis e são mais adequados para atender às suas necessidades. Ao digitar, por exemplo, “contador” na barra de busca e fazer o filtro, a plataforma exibirá uma lista de pessoas que se cadastraram como contadores disponíveis para fazer negócios. Para usar, basta acessar seu perfil e clicar na caixa abaixo da foto e título, preencher o formulário para fornecer detalhes sobre os serviços que você fornece e sua preferência de contato. Já para quem deseja buscar por profissionais ou fornecedores, é preciso acessar a barra de busca, selecionar o filtro de pessoas e em seguida, navegar até o filtro “serviços”. A ferramenta está sendo liberada em fases e chegará a todos os usuários nos próximos meses. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail
https://youtu.be/boXRb4iFboc
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Inovação no ensino de idiomas Interessado em línguas desde muito cedo, Daniel Rodrigues fundou a CCLI Consultoria Linguística Daniel Rodrigues: “Entenda a natureza da dificuldade para poder superá-la”
Anderson Freitas*
“E
m 2003 fundei a CCLI Consultoria Linguística, empresa situada em São José do Rio Preto e a primeira dentro do segmento de idiomas a trabalhar com consultoria. Adaptamos o modelo de trabalho de consultoria, que tem foco no resultado, para a área de línguas. Minha história nessa área começou quando eu tinha cinco anos. Meus pais compraram um videocassete e eu não conseguia entender o que falavam nos filmes a que assistíamos. Foi aí que descobri que havia uma outra língua. Como toda criança curiosa, eu queria aprender aquele idioma. Por ser de família humilde, aos oito anos de idade, no terceiro ano do ensino fundamental, consegui uma bolsa de estudos de inglês. Cheguei em casa muito feliz e meu pai não teve escolha, teve de me colocar no curso. Mas aos dez anos
nos mudamos para Bebedouro e perdi a bolsa. Eu queria tanto continuar estudando inglês que ia todos os dias à escola que havia na cidade querendo falar com o diretor. Até que fui recebido por ele, contei a minha história e acabei saindo de lá com uma bolsa integral. Fiz todos os cursos até me formar em nível de proficiência. Fui convidado para ser monitor de uma escola que abriu em Bebedouro. Portanto, minha careira começou bem precocemente, aos 14 anos. Eu tinha paixão por inglês e por ensinar, dois ingredientes que me ajudaram a superar barreiras. A primeira foi quando recebi meu primeiro aluno na escola, um adulto para quem o inglês era muito importante por causa de seu trabalho. Ao me ver, ele saiu da sala para falar com a diretora, porque não queria ter aula comigo. Como ela tinha me escolhido e confiava em mim, me
bancou. Ela sugeriu ao aluno que fizesse a aula e, se não gostasse, seria marcada outra sem custo. Assim, eu tive uma aula para conquistá-lo. Lidar com a rejeição desde jovem me ajudou a ganhar estrutura, a ganhar habilidades de lidar com situações adversas, que nos negócios fazem parte do dia a dia. Abrir minha empresa foi muito difícil. Trabalhava em quatro faculdades e em um colégio para poder colocar dinheiro no negócio. Tanto o meu foco como o dos meus clientes era de atingir resultados, e foi o que aconteceu, as coisas foram acontecendo de forma bastante positiva. A divulgação boca a boca começou a crescer e precisei formar uma equipe; eu não dava conta de atender sozinho à demanda; foi assim que começou. Quando o Sebrae-SP chegou à cidade fui pessoalmente conhecer, fiz o programa de Agentes Locais de
Inovação (ALI) e logo conquistamos o prêmio estadual de inovação, educação e responsabilidade social, três prêmios importantes. No segundo ciclo, nos inscrevemos para o Prêmio Nacional de Inovação e conquistamos também a premiação nacional em processos. Isso ajudou a ampliarmos o nosso posicionamento nacional. O fato de o Sebrae-SP estar sempre preocupado em ajudar o empresário a melhorar seus resultados, que é o que fazemos também com o nosso cliente, contribuiu para o negócio. Para o futuro, vejo a expansão da nossa atuação pelo Brasil por meio de videoconferência. Saber lidar com as dificuldades é algo importante para todos os empreendedores. Minha dica é: busque entender a natureza da dificuldade para poder superá-la. O empreendedor faz, vai atrás; isso nunca pode morrer.” *Estagiário sob supervisão dos editores