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A médica Renata Garcia abriu mão da profissão para montar uma padaria em São Paulo
MUDANÇA RADICAL
Em busca da realização profissional, empreendedoras contam como deixaram para trás suas carreiras de formação para abrir empresas em áreas totalmente diferentes Pág. 8 Mercado sem plástico incentiva novos negócios Pág. 4
Consultoria visual ajuda livraria a aumentar faturamento Pág. 10
Delivery de comida japonesa inova com cardápio vegano Pág. 16
2 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Mulheres e o poder de gerar TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP
Neste mês celebramos o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, data que relembra a disputa por igualdade de condições de trabalho e de remuneração, batalha que ganhou força no final do século 19 e que, ainda hoje, após duas décadas do século 21, ainda se faz necessária para mobilizar pessoas para conquistas de direitos em nível mundial. Vemos isso diariamente em nossa rede de atendimento, por onde passaram, em 2019, cerca de 500 mil empreendedoras e também em inúmeras atividades que acompanho. A mais recente foi no maior evento mundial de varejo, a NRF, nos Estados Unidos, que abriu um espaço gigante – e inédito – para debater a inclusão e o empoderamento das minorias – mulheres, pessoas com deficiência, negros, imigrantes, comunidade LGBTQ – tendo em vista o reconhecimento de que são a força do varejo do futuro. Ou seja, igualdade
de condições não é só posar para foto, mas também faz bem para os negócios. A discussão extrapolou os limites na NRF. Ali mesmo, em Nova York uma ação da prefeitura local me chamou a atenção. Em parceria com a WE Fund, um site de crowdfunding que reúne milhares de microfinanciadores, cerca de US$ 280 mil foram emprestados a juro zero para 40 mulheres, em menos de dois meses. O responsável pelo departamento de Serviços para Pequenos Negócios da cidade me disse que os negócios apoiados pelo fundo não vão mudar apenas as vidas das mulheres, mas têm o poder de gerar impacto para a família e comunidades locais. Comentei que na cidade de São Paulo temos uma iniciativa similar com o Programa 1000 Mulheres, que alia capacitação, apoio na formalização, desenvolvimento do projeto de negócios e
crédito orientado de baixo custo para mulheres em situação de vulnerabilidade. Em seis meses, foram mais de 2,5 mil certificadas, 15 projetos de impacto social criados, 115 conseguiram recolocação no mercado profissional e 65 mulheres formalizaram suas atividades. Comentei também que em 2020 o programa estará em todo Estado de São Paulo e já em negociações para ser exportado para outros Estados. Porque queremos ouvir muitas outras mulheres dizendo que o 1000 Mulheres do Sebrae foi “divisor de águas”, “agora consigo sustentar minha família”, “tripliquei meu faturamento”, “aprendi a ser mais focada”, “com acesso ao crédito consegui novos clientes e estou abrindo e-commerce”. É a nossa contribuição para que as mulheres ocupem com maestria seu lugar no mundo das conexões empreendedoras. Boa leitura!
Destaques Sebrae-SP reforça aproximação com lideranças municipais O Sebrae deu mais um passo para se aproximar das lideranças políticas paulistas. Em encontro promovido na sede do Sebrae-SP no fim de janeiro, com aproximadamente 100 pessoas – entre prefeitos, vice-prefeitos e presidentes de consórcios intermunicipais –, foram debatidas as ações e melhorias nos programas de consórcios entre municípios. O encontro apresentou as ações previstas para a atuação do Sebrae junto aos consórcios, que inclui o apoio nos contratos entre os empreendedores locais e as esferas públicas, nas relações institucionais e na oferta
de capacitação e qualificação gratuitas para os empreendedores, além do auxílio para acesso ao crédito via programas governamentais. Os recursos humanos, técnicos e administrativos, alocados e financiados pelo Sebrae serão a base para introduzir, ampliar e consolidar a capacidade operacional dos consórcios no Estado. O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, destacou os principais ganhos do projeto do Sebrae com os consórcios, como pertencimento, colaboração entre municípios e a inclusão social produtiva com o Sebrae sendo o elo entre a sociedade civil, a
esfera pública e as parcerias. “O Sebrae busca a inclusão social produtiva e por isso assumimos a posição de liderança no apoio às MPEs. É importante tam-
bém reconhecer essa nova abordagem do setor de políticas públicas e abrir as portas à esfera pública para conversar com a gente”, finalizou.
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Entrevista do mês
Tecnologia para evoluir Rodrigo Santos criou a escola Happy Code para unir programação e habilidades de resolução de problemas Divulgação
Patricia Gonzalez
A
o criar a Happy Code, em 2015, Rodrigo Santos não queria apenas abrir um negócio. Ele queria algo com propósito. O empresário já havia empreendido no ramo de tecnologia e alcançado a sua independência financeira, quando decidiu ir para os Estados Unidos passar uma temporada com a família. Lá, sua filha mais velha foi para um acampamento que tinha ensino de programação. Assim surgiu a ideia de uma escola de tecnologia, programação e robótica para crianças e jovens.
Rodrigo Santos: “Queremos formar crianças e adolescentes para que sejam pessoas melhores”
Como você abriu a primeira unidade da Happy Code? Quando voltei dos Estados Unidos, fui morar em Campinas e já tinha a ideia de criar um negócio como a Happy Code. Em um primeiro momento tentamos vender nossa ideia para algumas escolas, mas ninguém conhecia nosso conceito e não houve interesse imediato. Então abrimos nossa primeira unidade em Valinhos. Como se deu a expansão do seu negócio? Nosso objetivo inicial era montar dez unidades. Em novembro de 2015, abrimos uma unidade em Campinas e, em março de 2016, outra em Perdizes, na zona oeste da capital paulista. A partir daí tivemos uma exposição muito grande na mídia e começamos a receber muitas solicitações para abrir franquias. Atualmente temos franquias e também trabalhamos com escolas. Como você expandiu os negócios para fora do País? Tudo começou com o interesse de uma pessoa que estava fora do País. Ela queria levar nosso método para lá. Atualmente, a Happy Code conta com 15 unidades e 50 escolas parceiras em Portugal e uma unidade em Angola, somando mais de 250 operações no mundo e com planos de expansão para Chile, Espanha, França e México. Sabemos o quanto é difícil manter-se atualizado em
uma realidade tão dinâmica. Para acompanhar as inovações tecnológicas e educacionais, a Happy Code montou, em 2017, uma base no Vale do Silício para ser o seu centro de inovação e desenvolvimento de produtos da instituição. Quais estratégias você utilizou para atingir seu público? Em um primeiro momento, nós estávamos mais focados em alcançar um público A e B. Depois de um tempo conseguimos levar nosso programa para dentro das escolas e isso facilitou o acesso. Nosso modelo de divulgação focou muito em influenciadores digitais, para nos tornarmos mais conhecidos entre as crianças. Também produzimos muito conteúdo educativo e fazemos eventos de inovação e empreendedorismo para crianças. No ano passado, conseguimos reunir cerca de 4 mil crianças.
Qual o grande diferencial da Happy Code hoje? Entendemos que não podemos apenas ensinar programação, pois não teríamos escala assim. Nosso método vai muito além. Queremos formar crianças e adolescentes para que eles sejam pessoas melhores e desenvolvam suas habilidades de criação e resolução de problemas reais, trabalhando em equipe para o desenvolvimento de projetos e soluções com empatia. E, para isso, aprender tecnologia é apenas um meio e uma parte do processo. É importante que eles desenvolvam as soft skills e tenham sempre em mente: qual o problema que ele quer resolver? O projeto de conclusão de cada módulo propõe o desafio de aplicar todo o conhecimento adquirido na construção de uma ideia que possa ajudar a resolver um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposto
pela Organização das Nações Unidas (ONU). Empreender no ramo de educação é diferente de outros? Por quê? A grande diferença do ramo de educação é que o ciclo de venda é muito maior. Tudo começa um ano antes e, por ser um prazo extremamente longo, você precisa ter um fluxo de caixa muito maior para ver o resultado só no ano seguinte. Além disso, é importante ter um modelo que agrade a criança e também tenha a aprovação dos pais. Como lidar com a concorrência em um mercado sem precedentes? A relação ainda é muito tranquila. Hoje ainda somos copiados, pois estamos na vanguarda. Devemos considerar que, no Brasil, só 3% da educação básica é digitalizada. A tecnologia é pouco usada, existe uma grande barreira. Estamos pelo menos um ano à frente, e depois os players nos copiam. Mas os concorrentes já estão acordando para isso. Recebemos muitas propostas de compra e todas foram negadas. Você fala que a Happy Code é um negócio de propósito. Por quê? Na área de educação você pode deixar um legado gigantesco. Quero que as pessoas pensem a tecnologia para poder mudar o mundo. Aprendi a programar aos 16 anos e isso mudou a minha vida. Quero que todos tenham as mesmas oportunidades. Quais são as suas perspectivas para o futuro? A Happy Code nasceu no pico da crise econômica. Existe uma demanda absurda, um apagão de mão de obra para o mercado de tecnologia. Estamos nos propondo a resolver essa base. Nosso negócio vai expandir porque este problema vai crescer ainda mais nos próximos anos. Estamos otimistas. Para 2020, quero crescer quatro vezes mais do que crescemos no ano passado.
4 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Varejo cada vez mais tech
Maior feira varejista do mundo, a NRF aponta para um setor que prioriza o uso de dados e personalização Ana Carolina Nunes
A
loja física já esteve com os dias contados em um passado recente. Especialistas em varejo avaliavam que o comércio online avançava de forma tão robusta, que elas simplesmente deixariam de existir. Recentemente, os mesmos especialistas voltaram a colocar a loja física em destaque nas operações varejistas, mas com um novo perfil: mais tecnológico. O centenário evento NRF Big Show – promovido anualmente em Nova York pela Federação Nacional do Varejo (NRF em inglês) dos Estados Unidos – reforça suas indicações de que os pontos físicos – ou offline – devem ser cada vez mais um centro de experiência para o consumidor e exibir, mais do que produtos ou serviços, muita tecnologia e criatividade. “Não há mais caminho sem a aplicação da tecnologia nos negócios de varejo, seja para se conectar com seus fornecedores, consumidores e também com os colaboradores”, destaca Alexandre Robazza, gerente de relacionamento do Sebrae-SP, e que esteve na NRF deste ano, em
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NRF 2020, em Nova York, indicou os rumos do comércio
janeiro, com um grupo de empresários levados pelo Sebrae-SP. De acordo com o consultor, a mais recente edição do evento mar-
Customer Centric A grande tendência que se consolida na NRF é o foco no cliente, o chamado “costumer centric”, identificando suas necessidades, e, principalmente, que isso ocorra com agilidade e conveniência para esse consumidor.
tamos observando há alguns anos, com mais soluções, especialmente de tecnologia”. Veja abaixo as principais delas.
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Inteligência Artificial A inteligência artificial deve se incorporar cada vez mais à rotina varejista. É esta tecnologia, aliada ao aprendizado da máquina (machine learning), que vai viabilizar o aperfeiçoamento do Customer Centric e todos os outros pontos de gestão, do fluxo de caixa ao planejamento de marketing e até os argumentos que vendedores devem usar. A utilização de algoritmos criados a partir de dados coletados no processo de atendimento ao cliente, ou de vendas ou na relação com o fornecedor será a estratégia de todo varejista para proporcionar experiência, atendimento personalizado, otimizar processos e, claro, aumentar o faturamento.
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Lojas Com a expansão do e-commerce as lojas físicas estão assumindo outro perfil. “Experiência” é a palavra-chave para elas. Abusar da criatividade e embarcar tecnologia serão obrigatórios para a missão de fazer o consumidor criar conexão com a marca. A loja física será esse ponto de contato com o cliente e um show room de produtos. São locais em que é mais importante apresentar para o cliente a marca, seus propósitos e produtos, do que de fato vender.
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cou o amadurecimento de tendências que vinham sendo apresentadas nas últimas edições. “Há uma consolidação das tendências que es-
Realidade Aumentada A realidade aumentada aparece como mais uma ferramenta de experiência do cliente. Pode ser uma maneira de exibir os produtos em diferentes segmentos, como vestuário ou decoração, mas tem sido muito usada pelo segmento de maquiagem e cosméticos. A tecnologia permite, por exemplo, testar digitalmente a cor do batom ou dos esmaltes conforme o tom de pele de cada cliente. Aliada aos algoritmos, pode criar cores e texturas de acordo com o gosto de cada consumidor.
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Personalização A personalização é entender o que o cliente quer de diferencial para ele. É diferente de customização, processo ligado ao produto. A personalização é mais do que isso, atende a outros aspectos da necessidade de individualização do cliente, como canal de vendas, experiência, expectativas e propósitos.
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Leitura Facial Mais uma maneira de usar dados para relacionamento com clientes ou estratégia de marketing. Pela leitura facial, é possível, por exemplo, identificar o humor do consumidor e resolver algum problema ou oferecer algum produto ou serviço que sejam adequados ao momento.
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Produção de Conteúdo O único ponto em que a tecnologia não domina, apesar de ser o meio. Sites, páginas em redes sociais, blogs e podcasts são canais complementares às lojas – físicas e online – para relacionamento com o cliente e promoção de experiência com a marca.
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Uma mão para prestadores Parceria entre Sebrae-SP e app Helpie! oferece vantagens para profissionais de serviços
O
s prestadores de serviços que participam do programa Empreenda Rápido, do Sebrae-SP, têm a oportunidade de aparecer com destaque em um marketplace de oferta de serviços técnicos especializados na internet, a plataforma Helpie!. Com a parceria realizada pelo Sebrae-SP, eletricistas, mecânicos, maridos de aluguel, pintores e uma série de outros profissionais serão mais bem posicionados nas buscas dentro da plataforma, gerando destaque e maior probabilidade de serem contratados pelos consumidores finais. O Helpie! é uma plataforma que une o prestador de serviço ao cliente interessado. Por exemplo, alguém que precise montar um guarda-roupas pode buscar na plataforma um profissional montador de móveis. O potencial cliente pode consultar a avaliação de outros usuários, o preço e as condições da prestação do serviço para escolher o profissional.
Os participantes do programa Empreenda Rápido e do SuperMEI estão automaticamente elegíveis para os benefícios da parceria. A conferência é feita pelo CPF fornecido ao se cadastrar ou realizar login na plataforma. Os clientes Sebrae-SP receberão um selo indicativo, tanto na lista de prestadores quanto em seu perfil, o que dá mais visibilidade e confiança para o profissional. “Umas das maiores dificuldades dos empreendedores é o acesso ao mercado. Com o Helpie!, o profissional vai ter um atalho para chegar até o seu cliente”, diz a gerente de Gestão de Soluções e Transformação Digital do Sebrae-SP, Adriana Rebbechi. Os prestadores de serviço não precisam pagar nada para se cadastrar, mas há uma taxa de comissionamento para cada serviço contratado pela plataforma. Para se cadastrar, basta baixar o aplicativo Helpie! e seguir as etapas indi-
cadas. Para informações detalhadas sobre o cadastro para clientes Sebrae acesse o link: www.helpie. com.br/manual-helper Para quem é empreendedor e precisa de um prestador de serviços, é possível contratar um cliente Sebrae com desconto. Basta entrar no app (https://www.helpie.com. br/helpie-e-sebrae) e utilizar o código promocional ‘SEBRAE’.
SOBRE O PROGRAMA O Super MEI é o programa do Sebrae-SP voltado à qualificação gratuita do Microempreendedor Individual (MEI) e o desenvolvi-
mento dos negócios por meio de cursos de gestão e aulas específicas da atividade escolhida em que aprende as técnicas para atuação ou aprimora o que já faz, como padaria, confeitaria, corte e costura etc. O Super MEI faz parte do programa Empreenda Rápido (http:// www.desenvolvimentoeconomico. sp.gov.br/empreendarapido/), voltado a todos os empreendedores que também querem aprimorar ou expandir os negócios e que auxilia o empreendedor no acesso a crédito, por meio da parceria com o Banco do Povo e a Desenvolve SP. Para outras informações, ligue 0800 5700 800.
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‘Lixo zero’ incentiva
Tendência de crescimento do setor é motivada pela mudança de hábitos
As sócias Mariana Lemos e Natalia Konishi pediram demissão para investir em empresa de ecoprodutos
Gisele Tamamar
A
mudança começa na vida pessoal com mais consciência do consumo e menos geração de resíduos. Em seguida, a vontade de levar as soluções para mais pessoas se traduz em uma oportunidade para empreender. A situação descrita é comum entre os empresários que resolveram investir em negócios com responsabilidade ambiental. São empreendedores que apostam na venda de canudos de vidro, xampu em barra, talheres de bambu, entre outros produtos que podem ser reutilizados. E sem nada de embalagens plásticas. A tendência é
de que esse tipo de negócio siga em crescimento, segundo a consultora do Sebrae-SP Dòrli Martins. Expansão motivada pela mudança de comportamento do consumidor e pelas políticas públicas, como a lei que proíbe os estabelecimentos comercias da cidade de São Paulo de fornecerem utensílios plásticos aos clientes, como copos e talheres. E é motivada pelas leis de proibição de descartáveis que a empresa B.live espera crescer 25% em 2020 em comparação com o ano anterior. Criada pelas sócias Mariana Lemos e Natalia Konishi, o negócio começou com o investi-
mento de R$ 15 mil e a venda de copos retráteis de silicone, absorventes de pano, canudos de inox e de vidro. Com o passar do tempo, o portfólio cresceu e passou a incluir cosméticos naturais, produtos de limpeza naturais e até roupas orgânicas. As sócias se conheceram durante a faculdade de engenharia de produção, quando foram apresentadas aos ecoprodutos, como os copos retráteis e os canudos. “Nossa relação com o lixo mudou totalmente e começamos a tomar cada vez mais consciência do nosso consumo e geração de resíduos. Então, decidi-
mos passar essa experiência que tivemos para mais pessoas e criamos o e-commerce para unir cada vez mais soluções para uma vida mais sustentável”, conta Mariana. As vendas deram tão certo que as amigas pediram demissão dos seus empregos meses depois de abrir a empresa, em maio de 2018, para se dedicar às atividades. Atualmente, o modelo de negócio é composto por um e-commerce e revenda para outras empresas, além de fazer projetos especiais e personalizados. As vendas para outras empresas representam 70% do faturamento.
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negócios ecológicos
do consumidor e legislação que proíbe fornecimento de utensílios plásticos
Antes de empreender na área A consultora do Sebrae-SP Dòrli Martins destaca os pontos importantes para avaliar antes de abrir uma empresa: l Fazer análise do ambiente externo (forças políticas/legislação, forças econômicas, forças sociais e tecnológicas). O que está acontecendo nesse ambiente que pode ser uma força ou ameaça para a atividade a ser desenvolvida. l Analisar o ambiente setorial (concorrentes, fornecedores, matéria-prima, clientes, grupos reguladores, mão de obra disponível). l Analisar pontos fortes e fracos. l Definir o perfil do cliente. l Definir o local onde vai abrir a empresa, maquinário, distribuição. l Investimento inicial. l Tempo de retorno. l Preço do produto final.
O carro-chefe da B.live é o kit refeição, composto por copo retrátil de silicone, talheres dobráveis, guardanapo de pano, kit de canudo reutilizável e uma nécessaire para carregar os produtos em todas as refeições que for fazer e evitar a utilização de descartáveis. Na avaliação de Mariana, o público está cada vez mais consciente do seu consumo e geração de lixo, mas o segmento ainda tem muito para crescer. “Enfrentamos muito desafios, e o primeiro deles é a conscientização de pessoas que ainda não conhecem o movimento lixo zero. O outro desafio é que os fornecedores brasileiros ainda não estão tão preparados para um crescimento rápido e alto, e muitas vezes não possuem a tecnologia para a produção”, avaliou. Quando se fala em consumidor, o brasileiro ainda é classificado como “em transição”, de acordo com dados do Indicador de Consumo Consciente (ICC) da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A pesquisa mostra que 57,6% dos brasileiros mantêm práticas de consumo consciente, mas em frequência aquém da desejada, enquanto 29,3% podem ser considerados conscientes e 13,1% pouco ou nada conscientes. O estudo aponta ainda que para 75% dos consumi-
dores, produtos fabricados por empresas ‘socialmente responsáveis’ pesam na hora da compra.
DESPERDÍCIO ZERO Com o objetivo de abrir um espaço para que qualquer pessoa possa reduzir a quantidade de lixo que ela produz, as sócias Lívia Humaire e Lori Vargas criaram a Mapeei, considerada a primeira loja zero waste ou desperdício zero do Brasil. A loja física está localizada em uma galeria na Rua Augusta, em São Paulo, e também vende os produtos pela internet. Lívia conta que iniciou uma jornada rumo ao desperdício zero com a família. “Diminuímos drasticamente a produção de lixo e banimos o plástico das nossas vidas. Não queremos produzir lixo de forma desnecessária. Esse lixo vai parar nos aterros, lixões, rios e oceanos e poluem praticamente todo nosso planeta. Dentro desse contexto, surgiu o movimento ‘zero waste’, que mostra na prática que podemos ter uma vida confortável, saudável, sem ferir nosso planeta, a natureza e nós mesmos acabando com os recursos que temos”, destaca. Em 2017, a empreendedora fez uma viagem ao exterior e aproveitou para conhecer 25 lugares que se encaixam na filosofia zero waste. “Percebi o impacto que esses luga-
res estão provocando na sua comunidade local, estimulando pessoas e mostrando que você não precisa comprar um xampu, uma pasta de dente ou produtos para sua cozinha que vão gerar plástico de embalagem a cada vez que você precisar desses itens”, afirmou. No retorno ao Brasil, Lívia resolveu colocar a vontade de abrir uma loja dentro dessa filosofia, que está em operação desde 2018. Entre os produtos vendidos na Mapeei estão os cosméticos da uNeVie, criada pela empresária Andréia Munhoz. O negócio começou de maneira despretensiosa em 2014 e hoje vende os mais de 60 itens na loja conceito na avenida Paulista, no e-commerce para o varejo, site exclusivo para atacado, pontos de vendas, representantes e planos de virar franquia. São produtos para o corpo, rosto, cabelo, barba e maquiagem. Todos naturais e livres de matéria-prima animal. A produção mensal é de cerca de 8 mil unidades, com destaque para o xampu em barra, pasta dental, desodorante e esfoliante corporal. De acordo com Andréia, o mercado de economia criativa está repleto de projetos de sustentabilidade com produtos naturais e veganos. “É praticamente uma simbiose, pois o empreendedor desse segmento quer vender, mas se preocupa com os seres vivos e como impacto ambiental de sua atividade. Estamos presenciando uma reviravolta no mercado
atual com um consumidor em busca de produtos sem química sintética, agrotóxicos ou qualquer insumo que possa agredir sua saúde ou o planeta”, avalia. Para a empresária, o mercado ainda tem muito para crescer, mas existem diversos desafios. “Os desafios são inúmeros: quebrar paradigmas a cada momento e conquistar nosso espaço respeitando os seres e o planeta. Projetos verdes visando sustentabilidade são complicados por falta de recursos e insumos disponíveis ou pelo alto custo de investimento. Qualquer pequeno passo que conquistamos e viabilizamos é como realizar um sonho”, diz Andréia.
LEGISLAÇÃO Bares, restaurantes, padarias, hotéis e casas noturnas do Estado de São Paulo são proibidos de fornecer canudos plásticos aos clientes. A multa para quem desrespeitar a lei vai de R$ 530 a R$ 5.036. Na cidade de São Paulo, os estabelecimentos comerciais serão proibidos de fornecer utensílios plásticos aos clientes, como copos, pratos, talheres. A lei entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021. As penalidades para quem não obedecer às novas regras vão de advertência e intimação para regularizar a atividade até multa e fechamento administrativo do estabelecimento.
O brasileiro ainda é considerado ‘consumidor em transição’
58% 29% 13%
mantêm práticas de consumo consciente, mas em frequência aquém da desejada se encaixam como ‘consumidores conscientes’ são pouco ou nada conscientes
89,4% consideram que é importante conhecer a origem dos produtos que consomem
Principal motivo para preocupar-se com a origem dos produtos:
53,3% 47,3% 24,7%
ter a certeza de que farão bem à saúde aumentar a segurança sobre a qualidade não comprar produtos de empresas/produtores sem responsabilidade social
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ELAS CRIARAM
Empreendedoras encontram realização profissional ao investir Rogério Lagos
B
oa parte dos brasileiros segue o padrão de estudar para uma determinada profissão e conseguir um emprego na área a fim de construir uma carreira que lhe renda bons ganhos financeiros e estabilidade. Mas será que a realização profissional pode ser representada por um registro na carteira de trabalho? Renata Garcia, por exemplo, se formou em 1996 em medicina, fez duas especializações – uma delas de oncologia clínica direcionada à quimioterapia para adultos –, mestrado, doutorado e ficou até 2014 atuando no setor, tanto na área acadêmica, coordenando o centro de pesquisas de sua clínica, quanto na área assistencial, em hospitais. Mineira de Belo Horizonte, deixou o Estado rumo a São Paulo e tomou um novo caminho profissional: abriu a padaria De Forno e Fogão, que em 2020 irá completar seis anos.
Uma mudança tão grande como essa pode levantar diversas questões, tais como decepção com a profissão, algum acontecimento trágico ou até mesmo o insucesso. Mas Renata explica que não foi nada disso. Ela sempre exerceu a medicina com gosto e valorizou muito a dificuldade para entrar na faculdade. Mas dois fatores pessoais a fizeram repensar sua vida: o desejo de ter mais filhos e, claro, a vontade de empreender. “Brinco ao dizer que três filhos não combinam com medicina. A rotina não permite. Não queria sair de casa de manhã e voltar apenas à noite. Já perto dos 40 anos, começar do zero em São Paulo dentro da medicina estava fora de cogitação”, comenta. “Na época fiquei meio confusa, mas hoje eu sei que eu abriria a padaria de qualquer forma, pois é o que fazia e ainda faz meus olhos brilharem. Sempre foi algo com que eu vibrava. Então, como dizem, jun-
tei a fome com a vontade de comer”, completa Renata. O segmento de alimentação surgiu na vida de Renata muito antes de ela pensar em fazer medicina, já que seus pais tinham um restaurante de culinária contemporânea. “Eu não sabia o que seria, mas tinha certeza de que faria algo nessa área um dia”, relembra. Após o período de experiência no restaurante dos pais, começou a fazer alguns bolos, tortas e pães de queijo em casa para vender aos vizinhos no Real Parque, bairro dentro do distrito do Morumbi, na zona sul de São Paulo. “Foi quando uma amiga arquiteta, que depois virou designer de sapatos, me pediu para fazer as comidinhas para o evento de lançamento do seu projeto.” A partir desse momento, seu negócio decolou. Passou a fazer mais eventos e comandou um café dentro de uma agência de publicidade. Renata, no entanto, produzia pães em Twyla Vieira, formada em engenharia ambiental, agora tem uma marca de acessórios
pequena quantidade, longe do ideal para atender uma clientela maior. A ideia da padaria surgiu em uma conversa com o marido. Decidiram que o pão, mais do que qualquer outro tipo de alimento, faria com que as pessoas fossem todos os dias ao estabelecimento. Ela então encontrou o ponto físico perfeito em seu bairro para transformar o sonho em realidade. Aproveitando o gosto pelos estudos, a empreendedora conta que se debruçou nos livros, principalmente os gastronômicos, para entender mais sobre o assunto. “Tenho uma biblioteca de dar inveja a muito chef”, brinca. Além disso, foi estudar panificação em uma escola de São Francisco, nos Estados Unidos, e cuidou da parte de gestão com alguns cursos do Sebrae-SP, como o “Boas Práticas nos Serviços de Alimentação” e “Fluxo de Caixa”. Hoje, além dos pães, a De Forno e Fogão oferece tortas, pães de queijo, sanduíches, antepastos e geleias, alguns fabricados na própria padaria e outros por parceiros que seguem a mesma linha artesanal. A padaria reúne um público mais familiar no dia a dia, principalmente aos finais de semana, já que enxergam na padaria uma extensão da própria cozinha. “Aos domingos recebemos muitas famílias, casais, netos, filhos, carrinhos de bebê para todo lado e isso é muito legal”, comenta. Renata conta que, apesar do apoio do marido e dos filhos, seus pais não entenderam muito bem a mudança no rumo de sua carreira. Ela chegou a estudar 16 horas por dia, pois a família não tinha condições de arcar com os custos de uma faculdade particular, então precisava entrar em uma pública. Após toda a dedicação, sucesso e a decisão de mudar, seu pai sempre a questiona quando tem oportunidade. “Respondo que hoje posso ser muito mais do que eu já fui, posso escrever uma nova história a qualquer momento. Uso muito da minha curiosidade, disciplina e inovação da medicina na padaria. Hoje eu me sinto
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UM NOVO RUMO
em negócios completamente diferentes de suas áreas de formação
Renata Garcia trocou uma carreira em medicina pela panificação
realizada colocando literalmente a mão na massa todos os dias”, explica. A empreendedora diz que se pega às vezes às 4 horas da manhã assando pão e questionando o que está fazendo ali. “A rotina na medicina, apesar dos perrengues, é mais controlada e rentável. Mas fazer o seu produto chegar ao ponto exato, mesmo em meio às dificuldades, é extremamente satisfatório. Meus filhos fazem parte disso, vibram e acham superlegal falar que a mãe é padeira.”
ADEUS, ENGENHARIA Twyla Vieira é outro exemplo de que é possível mudar completamente de direção. Formou-se em engenharia ambiental em 2016, pois se identificava com temas relacionados ao meio-ambiente e sustentabilidade. Fez intercâmbio para os Estados Unidos a fim de estudar mais sobre o assunto e, ao retornar, iniciou seu mestrado sobre os impactos ambientais na indústria têx-
til, exatamente no momento em que teve seu “estalo”. A empreendedora conta que demorou para conseguir a bolsa de estudos, então buscou alternativas de renda abrindo com uma amiga um closet compartilhado. A ideia era juntar pessoas e guarda-roupas com peças paradas e alugá-las para ocasiões específicas. “Queríamos mudar a mentalidade do consumo”, explica. Com o passar do tempo, percebeu que não gostava de fazer o mestrado e decidiu empreender definitivamente. “O tema do mestrado me fez estudar muito o mundo da moda e acabei me apaixonando, principalmente por consultoria de imagem.” Desse momento até a criação de sua marca foi um caminho de muito aprendizado. Buscou especializações, fez cursos de personal stylist e de acessórios, se tornando referência no tema na região de Sorocaba, onde vive. “Minhas clientes sempre elogiavam meus acessórios e me
procuravam para dicas. Pensei, então, por que não ter a minha própria marca? Uni a consultoria de estilo e a marca de acessórios para hoje ter um modelo de negócios de consumo mais consciente, vendendo personalidade”, explica. Apesar de ter tido sua primeira experiência empreendedora aos 13 anos, quando ia para as ruas vendendo semijoias para juntar dinheiro para viajar, Twyla reconhece que nunca tinha tido conhecimento em gestão. “Procurei o Sebrae-SP e fiz alguns cursos de administração e gestão financeira. Hoje faço parte do programa ALI (Agentes Locais de Inovação), que está sendo ótimo para os meus negócios.” Ela explica que o ALI vem ajudando em algumas questões importantes, como o incentivo a fazer entrevistas com seu público-alvo. Apesar de conhecer bem o segmento, percebeu que cada mulher tem um jeito. “Elas gostam muito do formato de vendas
personalizadas com assessoria de estilo. Vou na casa delas combinar os acessórios com suas roupas. Identifiquei que era uma dor das clientes”, explica. Hoje detentora da marca que leva seu nome, a empreendedora não pensa em abrir uma loja física fixa ou um e-commerce, mas sim ter uma loja itinerante, sem deixar de lado, é claro, as redes sociais. Twyla entende que largar toda uma formação inicial para empreender é um grande dilema para muitas pessoas, mas evidencia que o caminho percorrido até aqui é justamente o que a credencia a tomar as melhores decisões. “Tudo o que a gente faz na vida é válido. É muito difícil no começo, mas hoje me proporciona um sentimento de liberdade indescritível”, revela. “Hoje eu corro atrás e faço acontecer do meu jeito e o resultado me traz uma satisfação muito grande. Tudo é uma consequência do que fazemos com amor, de estar conectado com as coisas que fazem sentido para você, atrelado aos nossos valores e personalidades”, conclui. Para o consultor do Sebrae-SP Davi Paunovic, tomar uma decisão tão corajosa como fizeram Renata e Twyla não é nada fácil. O potencial empreendedor precisa se sentir disposto a perder, perceber essa força, olhar em volta e deixar tudo muito claro. Conversar com outros empreendedores é uma ação válida nessas horas. “As pessoas precisam identificar seus pontos fortes, fugir de modismos, planejar o negócio e buscar capacitação antes de abandonar o emprego, fazendo uma transição mais segura”, aconselha. O especialista destaca que as pessoas devem ter muito claro quais são os ‘gatilhos’ que as motivam. “Ganhar mais ou fugir de uma rotina estressante e do chefe que persegue não são motivos consistentes para empreender. A frustração poderá ser ainda maior”, alerta. “É o propósito que segura a pessoa viva. Se ele for menor do que as dores do dia a dia não será suficiente. Se for maior, com certeza vão se tornar empreendedores de sucesso.”
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Repaginar para faturar
Após receber uma consultoria de visual merchandising, Jefrei Bidoia reorganizou sua livraria e melhorou as vendas dastro de clientes mais assertivo, realizar eventos dentro do espaço para colocar em prática o marketing de relacionamento e trabalhar melhor as redes sociais. “Quero também melhorar a iluminação e trocar com ainda mais frequência a vitrine da livraria”, projeta o empreendedor.
Jefrei Bidoia: ajustes aumentaram o faturamento em 30%
CAPACITAÇÃO
Rogério Lagos
J
efrei Bidoia começou sua livraria como Microempreendedor Individual (MEI) em apenas 3m², com cerca de 120 livros, dentro do Shopping Campo Limpo, em outubro de 2012. Dois anos depois, em 2014, cresceu para um quiosque de 16m², dividindo o local pela metade para a criação do Espaço Bidoinha para livros infantis. Em 2017 deixou o quiosque de lado para subir mais um degrau: já como ME, abriu a Livraria Bidoia, tal como funciona nos dias de hoje, em uma loja de 30m² e mais de 20 mil livros à disposição dos clientes. Quem vê esse crescimento em quase oito anos de existência pode imaginar que tudo sempre transcorreu sem turbulências. Mas não é bem assim. Ao ampliar a loja, Jefrei conta que deixar de lado a marca específica para os livros infantis teve impacto direto no seu negócio. “Se antes eu vendia R$ 30 mil em livros infantis, passei a vender apenas R$ 4 mil por mês”, afirma. A solução para o problema dependia de pequenas mudanças que não estavam sendo analisadas como deveriam. No final de 2019, o shopping,
em parceria com o Sebrae-SP, ofereceu consultorias estruturadas de visual merchandising aos lojistas e Jefrei aproveitou a oportunidade. “Topei de primeira porque o Sebrae esteve ao meu lado desde o começo, antes de eu montar a loja. Aproveitei o conteúdo de diversas cartilhas e o curso ‘Aprendendo a empreender’, por exemplo, que me ajudou bastante para entender melhor o mercado e as finanças.” A consultora do Sebrae-SP Ariadne Mecate foi a responsável pela consultoria aplicada na livraria. Ela explica que a principal providência foi escolher corretamente os espaços para expor determinado produto. “Identificamos juntos alguns pontos importantes, como o sentido do corredor que as pessoas mais passavam e o olhar delas ao entrar na loja. Enxergamos as zonas quentes, locais com maior concentração de pessoas, e as frias, menos visitadas”, explica a especialista. “Nunca havíamos reparado, por exemplo, que os clientes olham muito para cima ao entrar na livraria”, comenta o dono do estabelecimento. Com a livraria mapeada, a orientação foi mudar a exposição dos
produtos de acordo com as características de cada espaço. Produtos com maior margem de lucro, como os infantis, passaram para as zonas quentes, enquanto aqueles que vendem de forma mais espontânea foram para as zonas frias. “Os livros infantis foram alocados na frente da loja, chamando a atenção das crianças. Deixar expostos kits de livros e produtos faz com que muitas vezes elas chamem os pais para dentro da livraria. Estes por vezes lembram que precisam de livros também”, ressalta Ariadne. Jefrei conta ainda que investiram também em vitrines temáticas. No último mês de dezembro, usaram a temática infanto-juvenil e focaram em youtubers. Ajustaram ainda alguns outros detalhes, como deixar bem à vista, na frente, o tema de cada livro e seu respectivo preço. “Pode parecer pouca coisa, mas essas mudanças que já fizemos após a consultoria do Sebrae-SP nos fizeram aumentar em 30% o faturamento”, comemora. Mas esse é apenas o começo. De acordo com Ariadne, a Bidoia pode crescer ainda mais ao fazer um ca-
Receber a consultoria do Sebrae-SP para sua livraria foi ao encontro das ambições de Jefrei. Ele conta que, ao analisar os problemas que estava passando, começou a estudar sobre empreendedorismo e novos negócios em uma plataforma EAD. Passou a perceber que quanto mais adquirisse conhecimento, mais poderia fazer a empresa decolar. “Os empresários precisam tomar cuidado para não criar vícios. É comum acomodar e deixar o marketing de lado e manter as práticas erradas”, comenta. “Eu vi que estava errando e que precisaria melhorar. Não sou empresário porque não tive opção, mas sim porque me planejei para isso. Gosto de empreender. Está dando certo”, conclui.
CONSULTORIA DE VISUAL MERCHANDISING O Sebrae-SP oferece consultorias estruturadas de visual merchandising em todo o Estado. Ao todo são quatro horas de consultoria diretamente na sua empresa. O investimento é de R$ 570, podendo ser parcelado no cartão de crédito. O visual merchandising é uma estratégia de varejo que trabalha o ambiente do ponto de venda, e cria uma identidade da loja ou da marca, também personaliza o ambiente através do design, do layout e da disposição dos produtos, impulsionando e influenciando nas decisões de compra dos clientes. Para outras informações ligue gratuitamente para o Sebrae-SP no telefone 0800 570 0800 ou acesse solucoes.sebraesp.com.br.
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Propósito
MARIANA ROSSATTI MOLINA Consultora do Sebrae-SP
O que fazer na hora do pitch? O pitch é, em sua essência, um discurso de vendas. Existem diferentes tipos, duração variável, pode ser estruturado com apoio de slides ou apenas discursado pelo empreendedor. Muito usado para apresentar sua ideia de negócios para investidores e em processos seletivos de programas de incubação e aceleração, também pode ser utilizado para um potencial cliente, parceiro ou em um evento aberto para o público. Tem o objetivo de comunicar sua ideia/negócio para garantir o interesse do outro em querer saber mais ou instigá-lo a ter alguma ação (entrar em um site, iniciar uma negociação, seguir sua página etc). Entender o investidor, suas motivações, medos e necessidades é o primeiro passo para chamar atenção. Apesar de existirem alguns padrões e ordens lógicas que os investidores estão acostumados em um pitch, você pode ser criativo. O storytelling também costuma prender a atenção quando bem utilizado. Mostre que entende profundamente o problema, o mercado e o cliente. O investidor quer indicadores de tração e resulta-
do: já existem vendas? Quais são os seus indicadores? Quais resultados já foram alcançados? Nada fala mais alto do que os números e resultados (se você já os tem). Investidor de startup busca negócios com potencial de escalar. O seu modelo é escalável? Mostre que o time é capaz (não adianta ter uma ótima ideia se não tenho um time capaz de entregá-la). Mostre o seu diferencial em relação ao que já existe no mercado. Não diga que não tem concorrente. Muitas vezes, mesmo que o negócio não tenha um concorrente direto, o cliente usa soluções substitutas. Não fale que o seu projeto é inovador (mostre em que você se diferencia e deixe o investidor chegar a esta conclusão). Não queira passar todas as informações do seu negócio. O objetivo do pitch não é mostrar todos os detalhes. Coloque um “call to action”, convite que você vai fazer para quem está assistindo Jamais minta ou exagere dados. Treine seu discurso para não ficar artificial e jamais use slides mal feitos e com muito texto.
Você já parou para pensar qual é seu propósito? Essa é uma questão que eu tenho procurado levantar sempre que me reúno com as equipes que fazem parte do Sebrae-SP. Acredito muito que as pessoas com propósito são aquelas que fazem a diferença em sua atividade profissional, seja ela funcionária de uma empresa ou esteja à frente de um negócio próprio. Passamos a maior parte do dia no local de trabalho, e isso não pode ser um fardo. Pelo contrário, é preciso ter em mente que grande parte da nossa realização pessoal passa por um trabalho que faça sentido – para si mesmo e para os outros. Para o ano de 2020, a palavra-chave no Sebrae-SP tem sido essa: propósito. Diante de uma economia ainda em recuperação e o alto número de informais e endividados no País, o empreendedorismo surge como a grande oportunidade para inclusão produtiva – ou seja, prover àquelas pessoas nos estratos mais vulneráveis a oportunidade de gerar renda de maneira digna e estável. No entanto, para que o empreendedor consiga ter sucesso, ele precisa de capacitação e acesso a crédito mais barato para dar o pontapé inicial ou utilizar como capital de giro. Sem esses ingredientes, as chances de o negócio naufragar são grandes.
Por isso, o nosso propósito é contribuir – junto com nossos parceiros nas esferas pública e privada – para que a inclusão produtiva seja o grande condutor de emprego e renda no Estado de São Paulo e no País. Temos a obrigação de ajudar a diminuir a desigualdade e de mostrar que é possível, com a qualificação e o apoio adequados, gerar sua própria renda por meio do empreendedorismo. Um grande exemplo desse movimento é o programa 1000 Mulheres, que faço questão de citar sempre que possível: uma iniciativa que leva capacitação a mulheres vítimas de violência doméstica e em situação de vulnerabilidade. Especialmente neste mês de março, em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, o Jornal de Negócios traz reportagens com histórias de mulheres que direcionaram sua carreira em busca de propósito. Tenho certeza de que essa é a fórmula do sucesso delas – sem esquecer, é claro, da capacitação e do planejamento.
WILSON POIT, diretor-superintendente do Sebrae-SP
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
Acompanhe o Sebrae-SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: twitter.com/sebraesp facebook.com/sebraesp instagram.com/sebraesp flickr.com/sebraesp issuu.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp sebraeseunegocio.com.br youtube.com/sebraesaopaulo
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AGENDA
FALE COM A REDAÇÃO imprensa@sebraesp.com.br
FEIRAS DE NEGÓCIOS
EVENTOS DO SEBRAE-SP
26° INTERMODAL SOUTH AMERICA
ER BOTUCATU
Quando: 17 a 19/3
Informações: www.intermodal.com.br/pt/home.html
NA MEDIDA - MARKETING DIGITAL Quando: 31/3, 1 e 2/4, 7 e 8/4 Onde: Escritório Regional Botucatu Rua Dr. Costa Leite, 1570 - Centro Valor: R$ 490
9° ENCONTRO NACIONAL AUTOMOTIVO DE NEGÓCIOS
ER OURINHOS
Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo - SP
Quando: 16 a 19/3 Onde: Palácio das Convenções Anhembi R. Prof. Milton Rodrigues, 100 - Parque Anhembi, São Paulo - SP Informações: www.revistaautomotivo.com.br/enan/
WORLD TRAVEL MARKET (WTM) LATIN AMERICA Quando: 31/3 a 2/4 Onde: Expo Center Norte Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP Informações: latinamerica.wtm.com/pt-br/Home/
Quando: 9 a 11/3 Onde: São Paulo Expo Rodovia dos Imigrantes km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo - SP Informações: www.anufoodbrazil.com.br/
FEIRA INTERNACIONAL DA IRRIGAÇÃO BRASIL 2020 Quando: 31/3 a 2/4 Onde: Royal Palm Hall R. Mns Luís Fernandes de Abreu, 311 – Jardim do Lago Continuação, Informações: www.feiradeirrigacao.com.br/
EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae-SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.
ER SUDOESTE PAULISTA PALESTRA: APRESENTAÇÃO EMPRETEC Quando: 17/3 Onde: Escritório Regional Sudoeste Paulista Rua Ariovaldo Queiróz Marques, 100 – Centro – Itapeva/SP Valor: Gratuito
ER CAPITAL OESTE
ANUFOOD - BRASIL 2020
Campinas - SP
NA MEDIDA FINANÇAS Quando: 9, 10, 11, 16 e 17/3 Onde: Escritório Regional Ourinhos Rua do Expedicionário, 651, Centro Valor: R$ 350
CURSO: EMPREENDA Quando: 21/3 A 29/3 Onde: Escritório Regional Capital Oeste Rua Clélia, 336 – Bairro Água Branca - SP Valor: R$ 900
ER VALE DO RIBEIRA CURSO: SURPREENDA VAREJO Quando: 11/3 a 29/5 Onde: Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Registro (Aciar) Rua José Antonio de Campos, 455, sala 1 – Centro – Registro/SP Valor: R$ 1.674 (associados ACIAR) ou R$ 1.860 (não associados)
Valores sujeitos a alteração
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor-superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos
Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae-SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177-4784
JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente interina: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia Gonzalez e Rogério Lagos. Estagiários: Anderson Freitas e Marcos Leodovico. Imagens: gettyimages.com.
SEBRAE-SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo-SP. CEP: 01504-001 PARA ANUNCIAR (11) 3177-4784
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LIVROS O PODER DO HÁBITO (Objetiva) Durante os últimos dois anos, uma jovem transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Em um laboratório, neurologistas descobriram que os padrões dentro do cérebro dela mudaram de maneira fundamental. Um diretor-executivo pouco conhecido assume uma das maiores empresas norte-americanas. Seu primeiro passo é atacar um único padrão entre os funcionários – a maneira como lidam com a segurança no ambiente de trabalho –, e logo a empresa começa a ter o melhor desempenho no índice Dow Jones. O que essas pessoas têm em comum? Conseguiram ter sucesso focando em padrões que moldam cada aspecto de nossas vidas. Tiveram êxito transformando hábitos. Será que você, empreendedor, tem hábitos para mudar ou criar em benefício dos seus negócios? A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL (Sextante) Para os professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, o resultado de uma concorrência acirrada nada mais é que um oceano vermelho sangrento, repleto de rivais que lutam entre si por uma parcela de lucros cada vez menor. Com base em um estudo de 150 movimentos estratégicos (que abrangem mais de 100 anos e 30 setores), os autores afirmam que o êxito duradouro não decorre da disputa feroz entre concorrentes, mas da criação de “oceanos azuis” – novos e intocados espaços de mercado prontos para o crescimento. Eles apresentam ainda uma abordagem sistemática para tornar a concorrência irrelevante e descrevem os princípios e ferramentas que qualquer organização pode utilizar para criar e desbravar seus próprios oceanos azuis. INCANSÁVEIS (Gente) Somos atropelados pelas inovações em série que atingem todos os setores da economia. Nosso planeta será muito diferente em pouco tempo. O que funcionou nos últimos 50 anos não funcionará nos próximos dez. No entanto, muita gente não enxerga isso ou finge que não vê. Uma nova geração de empreendedores, que enfrenta sem medo as grandes empresas, está reescrevendo completamente a sociedade em que vivemos. Esses incansáveis não suportam mais o sedentarismo e a mesmice das coisas. Morando no Vale do Silício, Maurício Benvenutti usa a experiência de ter participado da construção de uma empresa bilionária e de conviver diariamente com talentos do mundo inteiro para mostrar o futuro que muitos não aceitam e a forma como os negócios bem-sucedidos são criados hoje em dia.
TEC & PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DE STARTUPS ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS O InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, está com inscrições abertas para a sua primeira edição de 2020. O programa tem parceria com grandes empresas, incubadoras, executivos de renome e até mesmo com outras aceleradoras. Até 16 de março, os empreendedores que buscam conexão com o mercado e investidores devem se inscrever no site do programa (inovativabrasil. com.br). Serão escolhidas até 160 startups, de qualquer lugar do Brasil, em estágio de operação e tração, que desenvolvam soluções inovadoras em produtos ou serviços. Para participar do programa, a empresa deve apresentar registro CNPJ e ter as primeiras vendas já realizadas ou uma crescente base de usuários.
APLICATIVO PERMITE CONSULTA DE EMPRESAS DEVEDORAS DA UNIÃO Já está disponível o aplicativo para que os cidadãos possam consultar, pelo celular, as dívidas de empresas e pessoas físicas com a União. Será possível fotografar uma nota fiscal e descobrir se o estabelecimento deixou de pagar tributos, contribuições previdenciárias ou o FGTS de funcionários, e até localizar os devedores mais próximos por meio do GPS. O aplicativo Dívida Aberta está disponível para celulares com sistemas Android e iOS e reúne as informações de pessoas físicas e jurídicas inscritas na Dívida Ativa da União (DAU) e que não tomaram nenhuma providência para tentar regularizar a situação. São 5,5 milhões de devedores nessas condições, com débitos que somam R$ 1,9 trilhão, segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
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IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE Qual o primeiro passo para fazer uma transformação digital no meu negócio?
PAGAMENTO POR WHATSAPP DEVE CHEGAR AO BRASIL ESTE ANO O WhatsApp deve expandir, para mais países ainda neste ano, seu recurso de transferência de dinheiro pelo aplicativo – a ferramenta está em testes na Índia desde 2018. O WhatsApp Payments deve chegar a países em que o aplicativo tem grande base de usuários, como Brasil, México, Indonésia e Índia. A ferramenta de pagamentos permite que os usuários façam transferência de dinheiro pelo aplicativo. A função foi testada com um milhão de pessoas na Índia com uma boa receptividade dos usuários.
AMERICAN FACTORY American Factory é um documentário americano sobre a atuação da empresa chinesa Fuyao, em Ohio (EUA), que assumiu uma fábrica fechada da General Motors com a promessa de contratar o pessoal demitido. Vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2020, o filme lança um olhar atento à dinâmica entre trabalhadores e empregadores no mundo globalizado do século 21. Disponível na Netflix.
VÍDEO: CONHEÇA A HISTÓRIA DA EMPRESÁRIA DE SUCOS PRENSADOS A FRIO Aditivos vindos da Amazônia, frutas e hortaliças plantadas no interior de São Paulo. Essa é a combinação para sucos prensados a frio, da Puro+, de Aline Girardi.
Veja a história:
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Por Henrique Cavalcante, CDO (Chief Digital Officer) da Certsys
Transformação digital se tornou um assunto essencial para qualquer empresa, seja ela envolvida com tecnologia ou não. Ao contrário do que muitos acreditam, a transformação digital não trata essencialmente de tecnologia, mas sim de uma estratégia e de novas formas de pensar voltadas para criar uma empresa que constantemente repensa seu modelo, experimenta novos modelos e responde mais rapidamente às mudanças do mercado. Para dar o primeiro passo para a transformação digital, é necessário ter clareza sobre onde sua empresa está digitalmente e qual a sua ambição digital. Em geral, existem três tipos de ambições digitais: digitalização; otimização digital; e transformação digital. Caso a empresa não possua a base tecnológica necessária para atingir seus objetivos, sua ambição digital provavelmente é a de digitalização, na qual o foco será em arquitetura de sistemas, definição de processos de negócio e automações. Caso já possua essa base tecnológica, será necessário verificar se existem oportunidades de melhoria e otimização desses processos – a otimização digital. O foco será em melhoria de margem de operação, receitas, customer experience e força de trabalho. Se essas duas capacidades estiverem em ordem, sua empresa está pronta para o último passo de sua jornada digital, que é a capacidade de alterar o seu modelo de negócio por meio da tecnologia, a tão sonhada transformação digital. O primeiro passo para a transformação digital é único para cada negócio e empresa, e a ambição da companhia é o principal ponto de partida. Portanto, para dar o primeiro passo é importante saber aonde se quer chegar. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail
https://youtu.be/gdDXdKC1uIg
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‘Japa’ e vegano, em casa
A empreendedora Candy Saavedra conta como resolveu inovar com restaurante Japa Vegana Candy Saavedra (dir.) e a sócia Barbara Burnier: de olho nas tendências
Patricia Gonzalez
“E
u e minha sócia, Barbara Burnier, resolvemos abrir um restaurante que só trabalha com delivery. Vimos que comida japonesa vegana não é comum no Brasil. Sou vegana há cerca de três anos e vegetariana há muitos anos. Eu ia a restaurantes japoneses e retirava o peixe do meu prato. Sou formada em cinema e sempre quis abrir um negócio. Sou carioca e vim para São Paulo para trabalhar em produtora. Fiquei cerca de dois anos e depois larguei tudo para abrir esse restaurante. Já tinha trabalhado em algumas produtoras, mas abrir um restaurante foi totalmente novo para mim, um desafio. Pesquisamos muito o que já existia em outros lugares do mundo. Não inventamos a roda, olhamos o que era tendência e como as outras pessoas estavam executando essas ideias em grandes cida-
des, como Nova York. Queríamos ver coisas diferentes. Fiz muitos cursos no Sebrae antes de abrir o negócio. Participei do Canvas, cursos de finanças e também do Programa Soluções Setoriais, além dos cursos online. Juntas, minha sócia e eu tínhamos dinheiro para abrir a cozinha e ter capital de giro para esse período inicial. Não queríamos pegar empréstimo e já começamos o negócio no azul. Começamos fazendo divulgação no Instagram e Facebook. Nosso Instagram ficou ótimo. Muitos influenciadores nos acharam por lá e divulgaram o nosso trabalho sem a gente pagar nada. Esse movimento foi muito importante para nós. A cozinha delivery fica na Galeria Espiral, na Bela Vista (região central da capital paulista). Em dezembro de 2019, nossa cozinha completou um ano. Optamos por não ter um salão porque tem um custo muito alto. Lem-
bro que quando estava nos cursos do Sebrae e conversava com outros empreendedores que já tinham restaurante, muitos demonstravam apoio à nossa decisão de trabalhar só com delivery. Foi uma troca de experiências muito positiva e acredito que essa escolha foi fundamental para o nosso desempenho já nesse primeiro ano. Já vimos outros concorrentes que também trabalhavam com pratos veganos. A comida era bonita, mas não era gostosa. Antes de oferecer qualquer coisa, sempre realizamos muitos testes com as receitas, por pelo menos dois ou três meses antes de colocar a comida no cardápio. O lamen vegano, por exemplo, é um sucesso por aqui. Foram seis meses de testes antes de incluí-lo no cardápio. Procuramos sempre ouvir a opinião do cliente. Se ele fala que não gostou de algo, nós sempre avaliamos o que ele está dizendo. Também procuramos manter um bom relacio-
namento com nossos clientes. Ligo para avisar se o pedido for atrasar e recebo feedbacks muito positivos por isso. Aqui no nosso restaurante só usamos embalagens biodegradáveis. Nunca usamos plástico. Para vender, uso muito os aplicativos de pedidos delivery, WhatsApp e Instagram. Acredito que nosso maior desafio foi pensar um modelo de negócio novo – comida japonesa vegana que só atende delivery. Como seria? Hoje ainda tenho um gargalo para conseguir organizar os motoboys para as entregas. Tiramos o pró-labore só depois de um ano. Antes disso, tudo que ganhávamos era reinvestido. Agora estamos namorando a ideia de abrir franquia. Participamos da 4ª temporada do programa Shark Tank Brasil, mas como nosso faturamento era pouco não conseguimos nada lá. Porém, isso nos abriu muitas portas e acabamos conseguindo outros parceiros.”